9 – Deus é único, e Moisés o Espírito que Deus enviou com
a missão de fazê-lo conhecer, não somente pelos hebreus, mas também pelos povos
pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que Deus se serviu para fazer sua
revelação, através de Moisés e dos Profetas, e as vicissitudes da vida desse
povo foram feitas para chocar os homens e arrancar-lhes dos olhos o véu que
lhes ocultava a divindade.
Os mandamentos de Deus, dados por Moisés, trazem o germe
da mais ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia reduziam-lhes o sentido,
porque, postos em ação em toda a sua pureza, não seriam então compreendidos.
Mas os Dez Mandamentos de Deus nem por isso deixaram de ser o brilhante
frontispício da obra, como um farol que devia iluminar para a humanidade o
caminho a percorrer.
A moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado de
adiantamento em que se encontravam os povos chamados à regeneração. E esses
povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento espiritual, não teriam
compreendido a adoração de Deus sem os holocaustos ou sacrifícios, nem que se
pudesse perdoar a um inimigo. Sua inteligência, notável no tocante às coisas
materiais, e mesmo em relação às artes e às ciências, estava muito atrasada em
moralidade, e eles não se submeteriam ao domínio de uma religião inteiramente
espiritual. Necessitavam de uma representação semimaterial, como a que então
lhes oferecia a religião hebraica. Os sacrifícios, pois, lhes falavam aos
sentidos, enquanto a idéia de Deus lhes falava ao espírito.
O Cristo foi o iniciador da mais pura moral, a mais
sublime: a moral evangélica, cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os
homens e torná-los fraternos; que deve fazer jorrar de todos os corações
humanos a caridade e o amor do próximo, e criar entre todos os homens uma
solidariedade comum. Uma moral, enfim, que deve transformar a Terra, fazê-la
morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, a
que a natureza está sujeita, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que
Deus se serve para elevar a humanidade.
São chegados os tempos em que as idéias morais devem
desenvolver-se, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de
Deus. Elas devem seguir o mesmo roteiro que as idéias de liberdade seguiram,
como suas precursoras. Mas não se pense que esse desenvolvimento se fará sem
lutas. Não, porque elas necessitam, para chegar ao amadurecimento, de agitações
e discussões, a fim de atraírem a atenção das massas. Uma vez despertada a
atenção, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, e eles se
dedicarão a uma ciência que lhes traz a chave da vida futura e lhes abre a
porta da felicidade eterna. Foi Moisés quem abriu o caminho; Jesus continuou a
obra; o Espiritismo a concluirá.
FÉNELON - Poitiers, 1861
10 – Um dia, Deus em sua inesgotável caridade, permitiu
ao homem ver a verdade através das trevas. Esse dia foi o do advento de Cristo.
Depois do vivo clarão, as trevas se fecharam de novo. O mundo, após
alternativas de verdade e obscuridade, novamente se perdia. Então, semelhantes
aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos começaram a falar e a vos
advertir. O mundo foi abalado nas suas bases: o trovão ribombará; sedes firmes!
O Espiritismo é de ordem divina, pois repousa sobre as
próprias leis da natureza. E crede que tudo o que é de ordem divina tem um
objetivo elevado e útil. Vosso mundo se perdia. A ciência, desenvolvida com o
sacrifício dos interesses morais, vos
conduzia unicamente ao bem estar material, revertendo-se em proveito do
espírito das trevas. Vós o sabeis, cristão; o coração e o amor devem marchar
unidos à ciência. O Reino do Cristo, ai de nós! após dezoito séculos, e apesar
do sangue de tantos mártires, ainda não chegou. Cristãos, voltai para o Mestre
que vos quer salvar. Tudo é fácil para aquele que crê e que ama: o amor o enche
de gozo inefável. Sim, meus filhos, o mundo está abalado. Os bons Espíritos
vo-lo dizem sempre. Curvai-vos o sopro precursor da tempestade, para não serdes
derrubados. Quero dizer: preparai-vos e não vos assemelheis às virgens loucas,
que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.
A revolução que se prepara é mais moral do que material.
Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, insuflam a fé, para que todos vós,
obreiros esclarecidos e ardentes, façais ouvir vossa humilde voz. Porque vós
sois o grão de areia, mas sem os grãos de areia não haveria montanhas. Assim,
portanto, que estas palavras: “Nós somos pequenos”, não tenha sentido para vós.
A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. A formiga não constrói o seu
formigueiro, e animaizinhos insignificantes não formam continentes? A nova
cruzada começou: apóstolos da paz universal, e não da guerra, modernos São
Bernardos, olhai para frente e marchai! A lei dos mundos é a lei do
progresso.
ERASTO, discípulo de São Paulo - Paris, 1863
11 – Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do
Espiritismo. Ele se manifesta por quase toda parte, e a razão disso a
encontramos na vida desse grande filósofo cristão. Pertencem a essa vigorosa
falange dos Pais da Igreja, a que a Cristandade devem as suas mais sólidas
bases. Como muitos, ele foi arrancado ao paganismo, ou melhor diremos, a mais
profunda impiedade, pelo clarão da verdade. Quanto, em meio de seus
desregramentos, ele sentiu na própria alma a estranha vibração que o chamava
para si mesmo e lhe fez compreender que a felicidade não estava nos prazeres
enervantes e fugidos; quando, enfim, na sua Estrada de Damasco, ele também
ouviu a santa voz que lhe clamava: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”; exclamou:
“Meu Deus! Meu Deus, perdoa-me, eu creio, sou cristão!” E desde então se tornou
um dos mais firmes pilares do Evangelho. Podemos ler, nas notáveis confissões
desse eminente Espírito,as palavras características e proféticas, ao mesmo
tempo, que ele pronunciou ao ter perdido Santa Mônica. “Estou certo de que
minha mãe virá visitar-me e dar-me o seu conselho, revelando-me o que nos
espera na vida futura”. Que lição nestas palavras, e que brilhante previsão da
futura doutrina! É por isso que hoje, vendo chegada a hora de divulgação da
verdade, que ele já havia pressentido, faz-se o seu ardente propagador, e se
multiplica, por assim dizer, para atender a todos os que o chamam.
NOTA – Santo Agostinho vem, por acaso, modificar aquilo
que ensinou? Não, seguramente, mas como tantos outros, ele vê com os olhos do
espírito o que não podia ver como homem. Sua alma liberta percebe claridade
nova, e compreende o que antes não compreendia. Novas idéias lhe revelaram o
verdadeiro sentido de certas palavras. Quando na terra, julgava as coisas
segundo os conhecimentos que possuía, mas, quando uma nova luz se fez para ele,
pode julgá-las com maior clareza. É assim que ele deve revisar sua crença
referente aos espíritos íncubos e súcubos, bem como o anátema que havia lançado
contra a teoria dos antípodas. Agora, que o Cristianismo lhe aparece em toda a
sua pureza, ele pode, sobre certos pontos, pensar de maneira diversa de quando
vivia, sem deixar de ser o apóstolo cristão. Pode, sem renegar a sua fé,
fazer-se o propagador do Espiritismo, porque nele vê o cumprimento das
predições. Ao proclamá-lo, hoje, nada
mais faz do que conduzir-nos a uma interpretação mais sã e mais lógica dos
textos. Assim também acontece com outros Espíritos, que se encontram numa
posição semelhante.
TEXTOS DE APOIO
O ESPIRITISMO PERGUNTA
Meu irmão, não te permitas impressionar apenas com as
alterações que convulsionam hoje todas as frentes de trabalhos e descobrimentos
na Terra.
Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro.
O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo
espiritual.
Já viveste, quanto nós mesmos, vidas incontáveis e
trazes, no bojo do espírito, as conquistas alcançadas em longo percurso de
experiências na ronda de milênios.
Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos
enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do Planeta.
Teu perispírito já se revestiu com porções da matéria de
todos os continentes.
Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já
marcaram todos os salões da aristocracia e todos os círculos de penúria do
plano terrestre.
Tua figura já se integrou os quadros do poder e da
subalternidade em todas as nações.
Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na
configuração morfológica de todas as raças.
Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas
as diversões.
Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas.
Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões.
Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os
espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do belo.
Teus ouvidos já registraram todos os tipos de sons e
linguagens existentes no mundo.
Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas.
Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de
todos os povos.
Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas,
constituídas por todos os padrões da moeda humana.
Tua pela, em cores diversas, já foi beijada pelo sol de
todas as latitudes.
Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de
renascimentos e mortes.
Eis por que o Espiritismo te pergunta:
-Não julgas que já é tempo de renovar?
Sem renovação, que vale a vida humana?
Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e
o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de nova existência -
prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando
um jardim de cadáveres.
Vives novamente na carne para o burila mento de teu
espírito. A reencarnação é o caminho da Grande Luz.
Ama e trabalha. Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos sido somente
constantes na inconstância e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se
transforma, com exceção da necessidade de transformar.
Militão Pacheco Livro: O Espírito da Verdade- Psicografia
Francisco C. Xavier e Waldo Vieira- Espíritos Diversos
CHICO SOBRE A NOVA
ERA
email enviado por Roberto Silveira
Amigos queridos,
Há duas semanas atrás enviamos aos amigos uma entrevista
de Geraldo Lemos Neto, nosso Geraldinho, a respeito das palavras de Chico
Xavier sobre o derradeiro momento espiritual que vivemos. Como nao haveria de
ser recebi um enxurrada de emails. Pelo jeito a coisa se alastrou e desta vez,
mesmo com as críticas, que ocorreram maldosas às vezes, me senti muito feliz
por todas elas. Foi um belo sinal de que o email avançou a muitas pessoas e que
nossas ideias estão acompanhadas de pessoas sábias que dizem aquilo que
sentimos e pensamos. Como alguns amigos cobraram o que Geraldinho disse
sobretudo na questão dos 50 anos, que causou muita polêmica, abaixo envio a
vocês duas perguntas contidas no Pinga-Fogo em que Chico fala sobre isso.
A segunda pergunta, feita pelo reporter Saulo Gomes,
envio a vocês o video da resposta, ou seja, Chico falando sobre isso. Atente-se
ao fato das datas. Estamos no video em 1971, e veja que nele Chico falará sobre
os 50 anos. Veja que nao é força de expressão, mas sim palavras que ele esta
repetindo do próprio Emmanuel.
Um grande abraço
Roberto Silveira
AQUÁRIO, A ERA MARAVILHOSA TERÁ UM PREÇO: A PAZ •
Hele Alves — Eu queria saber agora o seguinte: Os
espíritas dizem que os renascimentos sucessivos da criatura humana têm por
objetivo a sua evolução. Outras correntes espiritualistas como os teosofistas,
os messiânicos, também dizem que nós estamos no limiar de uma era de grande
beleza, a era de Aquário, na qual a humanidade será muito feliz. Eu gostaria de
perguntar ao senhor o seguinte. — Se temos mais de uma dezena de séculos de
evolução, se estamos no limiar de uma era de encontro da criatura humana
consigo própria, como que o senhor explica as violências do mundo atual como a
guerra do Vietnã, a violência da sociedade de consumo. Isso a nosso ver, não
representa uma grande evolução da humanidade.
Chico Xavier — Esses fenômenos todos — diz o nosso
Emmanuel que está presente — caracterizam mesmo o período de transformação em
que nós nos encontramos. Diz ele: O nosso companheiro materialista dirá:
Natureza. Mas para nós os religiosos, Natureza é sinônimo de manifestação de
Deus. Então Deus cria a Natureza, Deus cria a vida, mas o homem, os homens ou
as mulheres do planeta, são filhos de Deus e podem modificar a criação de Deus.
Nós nos encontramos no limiar de uma era extraordinária, se nos mostrarmos
capacitados coletivamente a recebê-la com a dignidade devida. Se os países mais
cultos do globo puderem suportar a pressão dos seus próprios problemas, sem
entrar em choques destrutivos, como, por exemplo: guerra de extermínio, que
deixará conseqüências imprevisíveis para nós todos no planeta, então veremos
uma era extraordinariamente maravilhosa para o homem, porque a própria
automação — diz ele — nos está dizendo que vamos ser aliviados ou quase que
aposentados do trabalho mais rude no trato com o planeta, para a educação da
nossa vida mental, através de informações sobre o Universo com proveito enorme,
proveito incalculável para benefício da humanidade. Mas isso terá um preço.
Será o preço da paz. Se pudermos nos suportar uns aos outros, amar uns aos
outros, seguindo os preceitos de Jesus, até que essa era prevaleça,
provavelmente no próximo milênio, não sabemos se no princípio, se nos meados ou
se no fim. O terceiro milênio nos promete maravilhas, mas se o homem, filho e
herdeiro de Deus, também se mostrar digno dessas concessões. Senão vamos
agüentar nós todos, talvez com as estacas zero ou quase zero para recomeçar
tudo de novo.
AS CIDADES DE VIDRO O FIM DO PERÍODO BÉLICO •
Saulo Gomes— O Luiz Lopes, que é o nosso companheiro da
TV-Globo, formula esta pergunta: Nossa humanidade assiste neste momento a mais
um lance dramático da corrida espacial ”Apoio 15” se encaminha para a Lua. ’•
Acreditam os mestres espirituais de Chico Xavier que ainda em nossa atual
civilização o homem poderá entrar em contato com civilizações de outros
planetas?
Chico Xavier — Estamos subordinando a resposta ao mesmo
critério com que foi estruturada a informação para a nossa estimada
entrevistadora que falou sobre a nova era. Se não entrarmos numa guerra de
extermínio nos próximos 50 anos, então nós podemos esperar realizações
extraordinárias da ciência humana partindo da Lua. Então diz o nosso Emmanuel,
que está presente, que quando Cristóvão Colombo perambulava pelas cortes
européias, pedindo socorro para descobrir um caminho mais fácil para as índias,
muita gente considerou o programa dele como absolutamente inútil para a
humanidade, que aquilo era uma despesa absolutamente inócua e que iria pesar
demasiadamente no orçamento de qualquer povo, até que ele conseguisse o apoio
de Fernando e Isabel, os então soberanos de Castela. Mas nós hoje sabemos,
depois de quase 5 séculos, qual a importância do feito. Então nós não podemos,
também, acusar os nossos irmãos que estão se dirigindo à Lua para pesquisas que
devem ser consideradas da máxima importância para o nosso progresso futuro,
porque as despesas efetuadas com isso serão naturalmente compensadas, talvez
com a tranqüilidade para uma sociedade mais pacífica na Terra, porque se não
entrarmos, por exemplo, num conflito de proporções imensas, então na Lua é
possível que o homem construa as cidades de vidro, as cidades-estufas, onde
cientistas possam estabelecer pontos de apoio para observação da nossa Galáxia.
Essas cidades não são sonhos da Ciência, essas cidades,
naturalmente com muito sacrifício da humanidade terrestre, podem ser feitas e
provavelmente — vamos dizer — vai se obter azoto e oxigênio e usinas de
alumínio e formações de vidro e matéria plástica na própria Lua para a
construção desses redutos, produtos da ciência terrestre e provavelmente a água
fornecida pelo próprio solo lunar. Então, teremos, quem sabe, a possibilidade
de entrar em contato com outras comunidades da nossa Galáxia. Então vamos,
definitivamente, encerrar o período bélico na evolução dos povos terrestres,
porque nós vamos compreender que fazemos parte de uma só família universal, que
não somos o único mundo criado por Deus. O próprio Jesus a quem reverenciamos
como Nosso Senhor e mestre, disse: ”Há muitas moradas na casa de meu pai.”
Portanto, nós precisamos prestigiar a paz dos povos, a tranqüilidade de todos
com o respeito de todos, com a veneração máxima pela Ciência para que nós
possamos auferir esses benefícios num futuro talvez mais próximo do que remoto,
se nós fizermos por merecer.
Revista Internacional de Espiritismo e Jornal O Clarim
Blog do Ismaael Gobbo
Grupo Espírita Fraternidade
NA PRESENÇA DE
CRISTO
“Em verdade vos digo que o Cia e a Terra não passarão sem
que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um
único iota e um único ponto.” JESUS - MATEUS, 5: 18.
“0 Cristo foi o
Iniciador da mais pura, da mais sublime moral, do moral evangélico -cristã, que
há de renovar o mundo, aproximar os homens e torna-los irmãos; que há de fazer
brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre
os humanos uma solidariedade comum; de uma perfeita moral, enfim, que há de
transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a
habitam. ” -Cap. 1, 9.
A ciência dos
homens vem liquidando todos os problemas, alusivos ao reconforto da Humanidade.
Observou a
escravidão do homem pelo próprio homem e dignificou o trabalho, através de leis
compassivas e justas.
Reconheceu o
martírio social da mulher que as civilizações mantinham em multimilenário
regime de cativeiro e conferiu-1he acesso is universidades e profissões.
Inventariou os
desastres morais do analfabetismo e criou a grande imprensa.
Viu que a criatura
humana tombava prematuramente na morte, esmagada em atividade excessiva pela
pr6pria sustentação e deu-lhe a força motriz.
Examinou o
insulamento dos cegos e administrou-1hes instrução adequada.
Catalogou os
delinqüentes por enfermos transformou prisões em penitenciárias- escolas
Comoveu-se, diante das moléstias contagiosas, e fabricou a vacina.
Emocionou-se,
perante os feridos e doentes desesperados, e inventou a anestesia.
Anotou os
prejuízos- da solidão e construiu máquinas poderosas que interligassem os
continentes.
Analisou o
desentendimento sistemático que oprimia as nações e ofereceulhes o livro e o
telegrafo, o rádio e a televisão que as aproxima na direção de um mundo só.
Entretanto, os
vencidos da angústia aglomeram-se na Terra de hoje como enxameavam na Terra de
ontem...
Articulam-se todas
formas e despontam de todas as direções.
Perderam, o
emprego, que lhes garantia a estabilidade familiar e desorientam-se abatidos, A
procura de pão.
Foram despejados
de teto, hipotecado A solução de constringentes necessidades e vagueiam sem,
rumo.
Encontram-se
despojados, de esperança, pela deserção dos afetos mais, caros, e abeiram-se do
suicídio.
Caíram em
perigosos conflitos da consciência e aguardam leve sorriso que os reconforte.
Envelheceram sacrificados pelas exigências de folhos
queridos que lhes renegaram a convivência nos dias da provação, e amargam
doloroso abandono.
Adoeceram gravemente e viram-se transferidos da equipe
domestica para os; azares da mendicância.
Transviaram-se no
pretérito e renasceram, trazendo no pr6prio corpo os sinais aflitivos das
culpas que resgatam, pedindo cooperação.
Despediram-se dos
que mais amavam no frio portal do túmulo e carregam os últimos sonhos da
existência cadaverizados agora no esquife do próprio peito.
Abraçaram tarefas de bondade e ternura - e são mulheres
supliciadas de fadiga e de pranto, Conduzindo os filhinhos que alimentam à
custa das próprias lágrimas.
Gemem, discretos,
e surgem na forma de crianças, desprezadas, à maneira de flores que a ventania
quebrou, desapiedada, no instante do amanhecer.
Para eles, os que
tombaram no sofrimento moral, a ciência dos homens não dispõe de recursos.
É por isso que Jesus, ao reuni-los em multidão, no tope
do monte, desfraldou a bandeira da caridade e, proclamando as bem-aventuranças
eternas, no-los entregou por filhos do coração...
Companheiro da
Terra quando estendes uma palavra consoladora ou um abraço fraterno, uma gota
de bálsamo ou uma concha de sopa, aliviando os que choram, estás diante deles,
na presença do Cristo, com quem, aprendemos que o único remédio capaz de curar
as angústias da vida nasce do amor, que derrama, sublime, da ciência de Deus.
Emmanuel - Livro da Esperança - psicografado por Francisco
Cândido Xavier
CONVITE A
SERENIDADE
Francisco Cândido Xavier
Em nossa reunião pública, O Livro dos Espíritos nos deu a
estudar o tema da questão 789 que foi examinado em preciosos comentários de
muitos dos nossos companheiros. Tínhamos conosco amigos e irmãos procedentes de
cidades diversas. Os assuntos da paz foram debatidos com respeitoso amor pelas
elucidações Kardecianas.
Naturalmente, vários oradores se detiveram a destacar as
dificuldades da hora presente, em que todos os povos estão procurando segurança
e entendimento.
A mensagem de Emmanuel - página de convite à serenidade –
foi recebida psicograficamente ao final da reunião.
Do livro Diálogo
dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J.
Herculano Pires.
RECANTO DE PAZ
Emmanuel
Há quem pergunte como servir à causa da paz.
Semelhante tarefa não será privativa daqueles que se
encarregam da direção do Mundo?
A paz do Mundo, no entanto, é a soma de todos os esforços
das criaturas, nos domínios da pacificação.
Reflitamos nisso e atendamos à nossa parte, quanto se nos
faça possível.
Deixa que a fonte do amor se te desate do coração.
Acende no cérebro a luz do pensamento reto.
Transforma o trabalho de cada dia num cântico de bênçãos.
Observa os compromissos assumidos por leis da própria
consciência.
Transita nas vias do bem aos semelhantes.
Respeita o tipo de existência que os outros escolheram
para si mesmos, como desejas que a tua própria vida seja respeitada.
Ergue em ti um sinal vermelho para os comentários
infelizes.
Hospitaliza agressores e maldizentes em tua clínica de
orações.
Não desperdices a riqueza do tempo, comprando remorso com
queixas inúteis.
Veste a armadura da paciência para que consigas agir e
reagir construtivamente, onde te encontres.
Instala a boa palavra nas estruturas verbais que te
manifestam.
Ouve com atenção, aguardando sem pressa a tua vez de
falar.
Não desconsideres pessoa alguma.
Resguarda no arquivo da prece os obstáculos e problemas
que te desagradam, a fim de que não te destaques por motivo de aflição nas
estradas alheias.
Aceita os outros tais quais são, sem o propósito de
corrigi-los ou aperfeiçoá-los à força.
Aprende com modéstia e ensina sem exigência.
Auxilia sem cobrança.
Não solenizes as provações de que necessitas para
melhorar o próprio caminho.
Diante das ofensas, imuniza-te na terapêutica do perdão.
Espera o momento propício destinado a esclarecer o ponto
difícil que haja surgido em teu relacionamento com os demais.
Não exijas do próximo aquilo que o próximo ainda não
possui para dar.
Não mentalizes o mal com inquietações imaginárias, e sim
colabora na construção do melhor que deve acontecer.
Serve sem dependurar algemas nos pulsos de teus irmãos.
E, prosseguindo adiante, converter-te-ás em coluna da
segurança geral.
Em verdade, a Divina Providência não pede para que te
transformes, de imediato, numa estrela que dissipe as sombras da perturbação
onde as sombras da perturbação estejam dominando na Terra.
O Céu espera sejas, ainda hoje, onde estiveres, um
recanto vivo da paz.
Do livro Diálogo
dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J.
Herculano Pires.
A PAZ DE CADA UM
Irmão Saulo
Todos queremos paz e vivemos em guerra. Essa contradição
milenar, que caracteriza a imperfeição moral dos homens, foi bem definida pelo
Apóstolo Paulo quando escreveu: ‘Miserável homem sou, que não faço o bem que
desejo mas o mal que não quero!” Se ele próprio, o abnegado servidor do
Evangelho, que tudo deixou para seguir o Cristo e propagar a Sua mensagem,
sentia na carne essa contradição, quanto mais a sentirão os que, como nós, dois
mil anos depois, ainda não aprendemos a soletrar a palavra básica do ensino
evangélico, que por sinal se constitui de apenas duas sílabas: amor?
Há criaturas que se desesperam ante confrontos desta
natureza. Mas devemos lembrar-nos de que a Terra é uma escola em que as
gerações se sucedem, recebendo as lições cada qual a seu tempo. De Paulo aos
nossos dias muitos alunos completaram o curso e saíram vitoriosos da escola
terrena para instituições educacionais superiores. Temos a vantagem de contar
com os exemplos e as experiências dos aprendizes que nos antecederam. E a
vantagem de contar atualmente com as lições que nos enviam, através da
mediunidade, os ex-alunos que se elevaram, como Emmanuel, à categoria de
mestres.
A paz do mundo depende da paz de cada um. Porque o mundo
dos homens é feito pelos homens. Deus criou o mundo natural com todas as
possibilidades de evolução e paz. E nos criou para também fazermos o nosso
próprio mundo, o mundo de cada um e o mundo dos homens, aproveitando as nossas
próprias possibilidades de evolução na conquista da paz. Se nos convertermos no
“recanto vivo da paz” a que se refere Emmanuel, daremos ao mundo a paz de que
ele necessita. Se permanecermos como focos de guerra e desajuste, o mundo
estará sempre conflagrado pelas nossas contradições e as nossas injustiças.
Nos seus comentários à questão 789 de O Livro dos
Espíritos, Allan Kardec assinala: “A Humanidade progride através dos indivíduos
que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem. Quando estes se tornam numerosos,
tornam a dianteira e arrastam os outros”. Se queremos, pois, lutar pela paz,
façamos a paz em nós mesmos, e Deus nos ajudará a estendê-la ao mundo.
Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.
SOPRO DE ESPERANÇA
"A revolução que se apresta é antes moral do que
material. Os Grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que
todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde,
porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as
montanhas." O ESE, cap. I, ítem 10
Venâncio, aplicado trabalhador da mediunidade, divagava
mentalmente acerca da tarefa realizada naquela noite, enquanto caminhava em direção
ao seu lar. Pensava e pensava sobre os socorros prestados aos necessitados
desencarnados:
— Fico feliz pelas bênçãos em favor dos habitantes das
regiões inferiores, no entanto, não consigo entender completamente a
iniciativa. Para que tanta atenção dos amigos espirituais aos desencarnados em
face da dor que campeia aqui mesmo no mundo dos encarnados? Porventura a dor na
erraticidade será maior? Não haverá meios próprios de amparar essas criaturas
que derraparam no mal sem a nossa participação? Não seria mais educativo o amor
ao próximo que podemos tocar e abraçar aqui mesmo na Terra? As pressões têm se
intensificado e fico a refletir se valem a pena mesmo ou se são apenas
projeções anímicas de nossas necessidades pessoais enquanto médiuns! Será que posso
mesmo ajudar ante tanta penúria que ainda carrego?
Venâncio caminhava e refletia intensamente. As indagações
se multiplicavam. A dúvida sadia invadia-lhe os sentimentos. Era um médium
disposto a aprender e não se contentava com poucas respostas, jamais, porém,
permitindo chegar ao clima da descrença. Ao chegar ao seu lar, fez breve
lanche, orou e dormiu. Fora do corpo esperava-o a jovem benfeitora da atual
reencarnação em estado de prontidão, aguardando-lhe a emancipação pelo sono.
— Amiga querida! - externou o médium já fora da matéria.
— Creio que acompanhaste minhas últimas reflexões antes de adormecer... Poderia
me esclarecer sobre as dúvidas que acalento?
— Sim, meu filho! Suas dúvidas são preciosas gemas da
alma que anseia o crescimento. A dúvida, quando cultivada sem se tornar
rigidez, é avanço e progresso. O que não devemos é torná-la um estado mental
estanque na criação de pensamentos fixos e confusos. Assistimos, nesta noite,
as entidades chamadas vibriões. Um leque imenso de situações envolve esses
atendimentos. Faremos uma pequena viagem astral para mostrar-lhe algo oportuno.
Venâncio e sua benfeitora vararam os espaços em suave
volitação, até chegarem a um lar que se situava na mesma rua do Centro Espírita
em que laboravam. À porta, algumas entidades da vigilância estavam atentas e os
cumprimentaram discretamente. Já passava da meia-noite e na sala encontrava-se
uma mulher esbelta baforando um cigarro.
— Esta é Gisele - falou a benfeitora -, mulher de
quarenta anos, mãe de duas jovens, Ana e Clarisse. É uma promotora de Justiça
muito bem-sucedida que se envolveu em negócios escusos e graves do crime
organizado. Logo que entrou para as experiências das causas criminais, conheceu
Alceu, um magistrado sem escrúpulos, que a envolveu afetivamente. Com atitudes
relapsas, Gisele pôs a perder o seu casamento. Um tanto enfraquecida com a
ruína no lar, passou a ser chantageada por Alceu, que já a havia matriculado na
doentia carreira da corrupção. Arrependida, mas sem forças, sucumbiu sob o peso
da ganância, única forma que enxergou de recompensar suas desditas. Acordos
infelizes, propina e muito sexo a derrubaram de vez no campo dos ideais nobres.
Graças à tarefa socorrista desta noite pudemos desligar três vibriões de seu
sistema nervoso, que agiam como "medusas" na cabeça de Gisele. Ela se
mataria esta noite, mas agora temos nova chance, pois conseguimos expressivo
alívio psíquico para ela.
Dizendo isso, a benfeitora mostrou um revólver calibre
trinta e oito debaixo de um sofá e as balas jogadas no lixo, demonstrando a
desistência do ato exterminador.
— Quer dizer, então, que a assistência aos
vibriões-medusa livrou-a do suicídio? - indagou o médium.
— Não somente do autoextermínio, mas de uma longa
sequência de outros problemas que se desdobrariam. Transferimos ao seu halo
mediúnico e ao de outros dois médiuns os parasitas psíquicos de Gisele,
custando-lhe essa pressão mental sofrida nestas últimas quarenta e oito horas.
Todavia, eis aí o resultado do esforço de todos no grupo mediúnico em mais esta
noite de misericórdia no intercâmbio entre mundos.
— E para onde foram levados os enfermos espirituais?
— Estão na enfermaria astral do Centro Espírita.
Eurípedes virá buscá-los mais tarde para as dependências do Hospital Esperança.
— Vejo de forma mais ampliada as minhas indagações de
agora há pouco.
— Sim, Venâncio. Esse é o propósito da visita. Estamos em
esferas diversas de vida, entretanto, não podemos ignorar as intercessões
vibratórias entre as dimensões, a criar um ecossistema versátil em plena
interação entre mundos, um eco-psiquismo, uma eco-psicosfera... Impossível
higienizar os abismos sem que isso alivie as tensões do mundo, ou abençoar
alguém nos caminhos da vida física sem que isso provoque comoções nas faixas
vibratórias dos interplanos vivenciais. Essa é a Excelsa Ordem dos Princípios
Universais que estatuem a solidariedade como lei inderrogável.
— Na minha limitada visão, essas criaturas assistidas nas
atividades noturnas eram trazidas somente da erraticidade!
— Na verdade, Venâncio, esses casos são os mais raros no
terreno socorrista da mediunidade. Quase sempre as atividades são destinadas
prioritariamente às lutas mundanas. A maioria desses vampirizadores já se
encontra grudada às pessoas em francas obsessões. Outras vezes são imantados
aos médiuns, circunstancialmente, em razão do altíssimo poder de atração da
mediunidade, sendo justo dizer que nem sempre são os médiuns que os recebem,
mas eles é que recebem os médiuns... A transição é uma etapa que significa
abertura de canais novos, horizontes ampliados. Desde o surgimento do
espiritismo na Terra, embora os homens ainda não teçam essa judiciosa
comparação, nada mais estancou o progresso, e os destinos humanos
direcionam-se, aceleradamente, para os cimos em busca da paz.
E, olhando para a moça, indagou o aprendiz:
— E como ela ficará no futuro?
— Olhe o que está guardado em seus papéis naquela pequena
escrivaninha.
Quando o servidor foi verificar, entendeu o que aguardava
aquela mulher. Era um pequeno folheto do Centro Espírita vizinho convidando
para as reuniões de amor. Então concluiu a benfeitora:
— O futuro de Gisele está nesse pequeno sopro de
esperança...
A transição é uma etapa que significa abertura de canais
novos, horizontes ampliados. Desde o surgimento do espiritismo na Terra, embora
os homens ainda não teçam essa judiciosa comparação, nada mais estancou o
progresso, e os destinos humanos direcionam-se, aceleradamente, para os cimos
em busca da paz.
WANDERLEY OLIVEIRA - ERMANCE DUFAUX - LIVRO: O PRAZER DE VIVER
OBREIROS DA VIDA
Enquanto soam as melodias da esperança, cantando a música
do trabalho nos ouvidos da vida, porfia na fidelidade ao dever.
Enquanto a Terra se reverdece e uma primavera brota do
caos das dissipações generalizadas, prenunciando o largo dia do Senhor,
prossegue em atividade.
Enquanto as perspectivas sombrias do desastre e da guerra
campeiam, curva-te ante as leis de seleção que realizam o Ministério Divino, a
fim de modificar a estrutura do Orbe na sua inevitável transformação para Mundo
Regenerador. E não obstante a ingente tarefa a que és convocado, sê daqueles
que adquirem dignidade no culto da realização nobre produzindo em profundidade
e com a perfeição possível.
Armado como te encontras, com os sublimes instrumentos do
discernimento e da razão, sobre a estrutura de fatos inamovíveis, sê dos que
edificam o santuário da paz universal sobre os pilotis da renúncia, vencendo as
ambições desmedidas e as vaidades Injustificáveis.
Não te importes saber donde vieste, não te convém
examinar o que és; interessa-te em observar o que produzes e o que deixas de
produzir.
Se os teus celeiros de luz se encontram abarrotados pelos
grãos da Misericórdia ou com o feno inútil que os transformou em depósito de
treva e de dissensões a responsabilidade é tua.
Se até ontem padronizaste o comportamento pelo equívoco,
não te é lícito doravante repetir enganos e insistir em engodos. Vives na Terra
o instante definitivo da grande batalha e Jesus necessita de alguns estóicos
servidores que a Ele se entreguem totalmente, para o combate final.
Estão espalhadas em vários pontos do Planeta as
fortalezas da esperança onde se resguardam os lidadores do amanhã.
Convém ressaltar que o Senhor nos reuniu a todos, não
pelo império caprichoso do acaso, nem pela ingestão mirabolante do descuido, ou
pela contingência precária das nossas manifestações gregárias alucinadas, mas
por uma pré-determinação de Sua sabedoria, que nos convocou, devedores e
credores reunidos, cobradores inveterados e calcetas para a regularização dos
débitos pesados a fim de nos reajustarmos à lei sublime do Amor, longe das
subalternidades das paixões. Não permitamos, assim, que medrem sentimentos
inferiores na nossa gleba de luz, não deixemos que o descuido de uns ou a
invigilância de outros nos surpreendam no posto do nosso combate, transcorridas
tantas lutas, assinaladas pelas ações nobres, após tantos anos de perseverança
no dever, depois de tantas esperanças que fomos obrigados a adiar e tantas
ilusões que asfixiamos na realidade da vida.
Não disseminemos os grãos da desídia nem deixemos que a
semente nefária da emotividade subalterna desenvolva em nosso lar, em nossa
família ampliada, os gérmens virulentos das manifestações amesquinhantes,
capazes de nos enfermarem o organismo ciclópico da alma, tombando-nos adiante e
deixando-nos na retaguarda.
Todos nós, nós todos, somos peças importantes quão
valiosas das determinações divinas neste momento azado e estamos sob vigilância
rigorosa da fatuidade e da idiossincrasia, sofrendo a pressão das forças baixas
da animalidade, que pretendem conspirar contra o espírito do Cristo, que vive
dentro de nós, em torno de nós, conduzindo-nos a todos.
É necessário não negligenciar atitude, não ceder ao mal e
orar, orar sempre.
Não há porquê recearmos, sejam quais forem as
conjunturas, mesmo as aparentemente adversas que nos sitiem, pois não temos
sequer um motivo falso para sob ele nos albergarmos justificando a ausência da
excelsa misericórdia Divina que nos protege, que nos ampara, aquiescendo nas
negociatas da usurpação e do erro, da frivolidade e do conúbio com a
insensatez. Não estamos diante de uma gleba cuidada por "meninos
espirituais".
Assim sendo, melhor seria que nos alijássemos espontaneamente
do dever, a que nos constituamos pedra de tropeço na Obra do Cristo, neste
momento de decisão.
Impõe-se examinar as suas disposições para adquirires
maioridade espiritual nas tuas decisões imortalistas, diante das tarefas
assumidas com o Senhor, na pauta do teu progresso espiritual, com a visão
colocada no futuro dilatado.
Esforça-te, vencendo o adversário oculto que reside na
plataforma do eu enfermo, e, combatendo-o aguerridamnente com as armas
superiores do amor e da perseverança, não recalcitres mais, não te permitas a
negligência da ociosidade, nem o sonho utópico do prazer chão que obscurece os
painéis da alma e entorpece as aspirações para voos mais altos.
Como as "más palavras, corrompem os costumes",
os pensamentos frívolos intoxicam o espírito.
Um dia, o sublime Espírito do Cristo desceu à Terra para
fundar um Reino e atirou os alicerces da sua construção na alma humana dando
início à edificação de um País como jamais alguém houvera sonhado - O Reino
dEle está em todos nós, pedras angulares que nos tornamos, do edifício da
esperança, para a futura humanidade feliz.
Enquanto raia nova aurora para o homem melhor, levanta-te
obreiro da Vida para o trabalho sublime do Reino de Deus que já está na Terra e
no qual te encontras engajado desde ontem para o breve término, quando o Senhor
tomará das tuas e das nossas mãos alçando-nos, pelas asas da prece, à plenitude
vitoriosa do espírito vencedor da matéria e da morte.
"Pois digno é o trabalhador do seu salário".
Lucas: capítulo 10º, versículo 7.
"Á cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho.
Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos
não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que
não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para a frente: a lei
dos mundos é a do progresso". Fénelon (Poitiers, 1861.). Evangelho Segundo
o Espiritismo. Capítulo 1º — Item 10, parágrafo 3.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo
Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 4.
A TRANSIÇÃO PARA A
NOVA ERA E O PAPEL DO ESPIRITISMO
Matérias publicadas em Reformador: outubro, novembro e
dezembro de 2010
TRANSIÇÃO PARA A NOVA
ERA
“Também ouvireis falar de guerra e de rumores de guerra;
tratai de não vos perturbardes, porquanto é preciso que estas coisas aconteçam:
mas, ainda não será o fim – pois se verá povo levantar-se contra povo e reino
contra reino; e haverá pestes, fomes e tremores de terra em diversos lugares –
todas essas coisas serão
apenas o começo das dores. (São Mateus, 24:6 a 8).”1
O REINADO DO BEM
PODERÁ IMPLANTAR-SE ALGUM DIA NA TERRA?
“O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a
vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e
a justiça, fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática
das
leis de Deus que o homem atrairá para a Terra os
Espíritos bons e dela afastará os maus. Estes, porém, só a deixarão quando o
homem tiver banido daí o orgulho e o egoísmo.”2“
P. – O que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do
fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transformação do planeta em planeta de
provas e expiações para de regeneração?
R. – Através da busca da espiritualização, superação das
dores e construção de uma nova sociedade, a Humanidade caminha para a
regeneração das consciências.
[...] Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão.
Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este o caminho.”3
INTRODUÇÃO
A mídia tem apresentado, com intensidade, informações
sobre episódios dolorosos e preocupantes para as pessoas.
Ante inquietudes, incertezas, inseguranças, decepções e o
vazio existencial, a Doutrina Espírita tem potencial inesgotável para oferecer
respostas, apoio e roteiros seguros.
É chegado o momento do Espiritismo cumprir seu papel:
“[...] o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai
enviará em meu nome, vos ensinará
todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho
dito. (São João, 14: 26)”.4
Na literatura espírita é possível perceber o momento de
transição que se vive e captar as orientações que emanam da Espiritualidade,
como, por exemplo, nos textos citados abaixo:
Os tempo são chegados Allan Kardec destaca em A Gênese:
“Dizem-nos de todas as partes que são chegados os tempos marcados por Deus, em
que grandes acontecimentos se vão dar
para regeneração da Humanidade”,5 no que é corroborado
por São Luís, em O Livro dos Espíritos, quando alerta aos homens:
“Aproximai-vos do momento em que se dará a transformação da Humanidade,
transformação que
foi predita e cuja chegada é acelerada por todos os
homens que auxiliam o progresso”.2 Já em Obras Póstumas, há significativo
registro do diálogo do Codificador com o Espírito deVerdade, relacionado com
esses avisos:
“P. – Os Espíritos disseram que são chegados os tempos em
que tais coisas têm de acontecer; em que sentido se devem tomar essas palavras?
R. – Em se tratando de coisas de tanta gravidade, que são
alguns anos a mais ou a menos? Elas nunca ocorrem bruscamente, como o chispar
de um raio; são longamente preparadas por acontecimentos parciais que lhes
servem como que de precursores, semelhantes aos rumores
surdos que precedem a erupção de um vulcão. Pode-se, pois, dizer que os tempos
são chegados, sem que isso signifique que as coisas sucederão amanhã.
Significa unicamente que vos achais no período em que
elas se verificarão.
P. – Confirmas o que foi dito, isto é, que não haverá
cataclismos?
R. – Sem dúvida, não tendes que temer nem um dilúvio, nem
o abrasamento do vosso planeta, nem outros fatos desse gênero, visto que não se
pode denominar cataclismos a perturbações locais que se têm produzido em todas
as épocas. Apenas haverá um cataclismo de natureza moral, cujos instrumentos serão
os próprios homens”.6
A NOVA GERAÇÃO
No contexto da transição para uma Nova Era, são
importantes e pertinentes as ideias sobre a nova
geração desenvolvidas por Allan Kardec, em A Gênese:
“A nova geração marchará, pois, para a realização de
todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que
houver chegado. Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objetivos, o
Espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. Os homens progressistas
descobrirão nas ideias espíritas, uma poderosa alavanca e o Espiritismo achará,
nos novos homens, Espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo. [...]
[...]
A época atual é de transição; os elementos das duas
gerações se confundem. Colocados no ponto intermediário,
assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se
assinalando cada uma, no mundo, pelas características que lhes são peculiares.
As duas gerações que se sucedem têm ideias e pontos de
vista opostos.
Pela natureza das disposições morais, e, sobretudo, das disposições
intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a
qual das duas pertence cada indivíduo.
Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração
se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, aliadas ao
sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal
indubitável de
certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá de Espíritos eminentemente superiores, mas
dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias
progressistas e estejam aptos a secundar o movimento de regeneração.
[...]
Opera-se presentemente um desses movimentos gerais,
destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das
causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, pois que elas
apressarão a eclosão dos novos germens [...]”.7
Esses esclarecimentos poderão levar alguma inquietação às
pessoas sobre os destinos de muitos Espíritos, mas Jesus, como nosso
Mestre e Guia, deixou claro que ninguém ficará
desamparado, como explicita na parábola da “Ovelha Perdida” (Lucas, 15:1-7).
Referências:
1 KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 17, item 47.
2______. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto
Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010.Q. 1.019.
3 XAVIER, Francisco C. Plantão de respostas. Pinga Fogo
II. São Paulo: Cultura Espírita
União, 1995. Cap. Condições do Planeta (I), p. 35-36.
4 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad.
Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 6, item 3.
5______. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de
Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, item 1.
6______. Obras póstumas. Trad. Evandro Noleto Bezerra.
Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 2, A minha iniciação no espiritismo, p. 364-365.
7______. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de
Janeiro: FEB,2009. Cap. 18, itens 24, 28, 34.
A TRANSIÇÃO E O
CAMINHO PARA A NOVA ERA
A transição para uma Nova Era está inserida em um
Planejamento Divino. No caminho podem ocorrer transes
físicos, espirituais, psíquicos, políticos e sociais. A
Espiritualidade tem propiciado alertas e orientações continuadas, mas mantendo a
tônica do apoio e do consolo.
O Codificador inseriu nas obras básicas mensagens
espirituais e fez comentários preciosos sobre o cumprimento
da Lei do Progresso.
Mensageiros espirituais prosseguem até nossos dias a nos
oferecer orientações sobre os momentos de transição que estamos vivendo.
Acompanhemos alguns destaques de assertivas e
esclarecimentos emanados da Espiritualidade superior.
O Espírito Santo Agostinho, em O Evangelho segundo o
Espiritismo, comenta que “o progresso é uma das leis da Natureza. Todos os seres
da Criação, animados e inanimados, estão submetidos a ele pela
bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e
prospere. A própria destruição, que parece aos homens o termo das coisas, é
apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto
que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.
Ao mesmo tempo que os seres vivos progridem moralmente,
os mundos que eles habitam progridem materialmente. [...]” e, “[...] a Terra
esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha, e
atingirá, sob esse duplo aspecto, um grau mais elevado. Ela chegou a um dos
seus períodos de transformação, em que, de mundo expiatório, tornar-se-á mundo
regenerador. Os homens, então, serão felizes na Terra, porque nela reinará a
lei de Deus”.1
Allan Kardec, em A Gênese, tece considerações sobre o
tema em diversos capítulos, sendo oportuna a transcrição das seguintes afirmações
dos Espíritos:
“O progresso da Humanidade se efetua, pois, em virtude de
uma lei.
Ora, como todas as leis da Natureza são obra da eterna
sabedoria e da presciência divina, tudo o que é efeito dessas leis resulta da
vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade
imutável. Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um
degrau, pode-se dizer que os tempos marcados por Deus são chegados, como se
pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos
e sua colheita. [...]
[...] a Humanidade tem realizado incontestáveis
progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram
a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de
vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes, ainda, um imenso
progresso a realizar: fazerem que reinem entre si a caridade, a fraternidade e
a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. [...]
[...] À agitação dos encarnados e desencarnados se
juntam, por vezes e mesmo na maioria das vezes, já que tudo se conjuga, na
Natureza, as perturbações dos elementos físicos [...].
É no período que ora se inicia que o Espiritismo
florescerá e dará frutos. É, pois, para o futuro, mais que para o presente, que
trabalhais; mas era necessário que esses trabalhos fossem elaborados
previamente, porque preparam as vias da regeneração pela unificação e pela
racionalidade das crenças.
Felizes os que os aproveitam desde hoje [...]”.2
Em outra parte de A Gênese, o Codificador insere mensagem
do Espírito Arago, aliás, muito esclarecedora:
“Num mesmo sistema planetário todos os corpos que dele
dependem reagem uns sobre os outros; todas
as influências físicas aí são solidárias, e não há um só
dos efeitos, que designais sob o nome de grandes perturbações, que não seja a
consequência da componente das influências de todo esse sistema. [...]
A matéria orgânica não poderia escapar a essas
influências; as perturbações que ela sofre podem, então, alterar o estado
físico dos seres vivos e determinar algumas dessas doenças que atacam de
maneira geral as plantas, os animais e os homens. Como todos os flagelos, essas
doenças são para a inteligência humana um estimulante que a impele, por
necessidade, à procura dos meios de as combater, e à descoberta das leis da
Natureza. [...]
Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período dtransformação,
e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos mundos, não vejais nestas
palavras nada de místico, mas, ao contrário, a realização de uma das grandes
leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana”.3
Desde as obras psicográficas iniciais de Francisco
Cândido Xavier, estão presentes os temas sobre a evolução do planeta e suas naturais
transformações materiais e espirituais.
O autor espiritual Emmanuel, na obra A Caminho da Luz,
alerta que “aproxima-se o momento em que se efetuará a aferição de todos os
valores terrestres para o ressurgimento das energias criadoras de um mundo
novo [...]”.4
Em outra parte da mesma obra, pondera que “numerosas
transformações são aguardadas e o Espiritismo esclarece os corações, renovando
a personalidade espiritual das criaturas para o futuro que se aproxima. [...]
Então a Terra, como aquele mundo longínquo da Capela, ver-se-á
livre das entidades endurecidas no mal [...]. Ficarão no mundo os que puderem
compreender a lição do amor e da fraternidade sob a égide de Jesus, cuja
misericórdia é o verbo de vida e luz, desde o princípio”.5
Emmanuel também discorre: “[...] depois da treva surgirá
uma nova aurora. Luzes consoladoras envolverão todo o orbe regenerado no
batismo do sofrimento. O homem espiritual estará unido ao homem físico para a
sua marcha gloriosa no Ilimitado, e o Espiritismo terá retirado dos seus escombros
materiais a alma divina das religiões, que os homens perverteram, ligando-as no
abraço acolhedor do Cristianismo restaurado.
Trabalhemos por Jesus, ainda que a nossa oficina esteja
localizada no deserto das consciências”.6
Já no final da obra Há Dois Mil Anos, Emmanuel reproduz
importante diálogo que provém do Alto, o qual está relacionado com a etapa do
ciclo evolutivo em que vivemos:
“Sim! amados meus, porque o dia chegará no qual todas as
mentiras humanas hão de ser confundidas pela claridade das revelações do céu.
Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá toda a Terra
[...].
[...] Trabalharemos com amor, na oficina dos séculos
porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos, examinaremos
detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo aproveitamento
e, quando as instituições terrestres reajustarem a sua vida na fraternidade e no
bem, na paz e na justiça, depois
da seleção natural dos Espíritos e dentro das convulsões
renovadoras da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo
evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos
definitivos
do homem espiritual”.7
Sobre esse aspecto, o Espírito Bezerra de Menezes
comenta, em manifestação psicofônica recente, que “Jesus está no leme e os seus
arquitetos divinos comandam os movimentos que lhe produzem alteração da massa
geológica, enquanto se operam as transformações morais. [...]
Nos dias atuais, como no passado, amar é ver Deus em
nosso próximo; meditar é encontrar Deus em nosso mundo íntimo, a fim de espargir-se
a caridade na direção de todas as criaturas humanas.
Trabalhar, portanto, o mundo íntimo, não temer quaisquer
ameaças de natureza calamitosa através das grandes destruições que fazem parte
do progresso e da renovação, ou aquelas de dimensão não menos significativa na
intimidade doméstica, nos conflitos do sentimento, demonstrando que a luz do Cristo
brilha em nós e conduz-nos com segurança. [...]
Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na
imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas
deem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos...
[...]
Ainda verteremos muito pranto, ouviremos muitas profecias
alarmantes, mas a Terra sairá desse processo de transformação mais feliz, mais
depurada, com seus filhos ditosos rumando para mundo superior na escalada
evolutiva”.8
Em outra manifestação, a mesma Entidade espiritual
esclarece: “...Estamos agora em um novo período.
Estes dias assinalam uma data muito especial, a data da
mudança do mundo de provas e expiações para o mundo de regeneração.
A grande noite que se abatia sobre a Terra lentamente deu
lugar ao amanhecer de bênçãos. [...]
Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax, e na
razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas,
as mudanças morais são inadiáveis. Que sejamos nós aqueles Espíritos-espíritas
que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas”.9
A etapa da transição que ora se vive, sem dúvida, tem o
Mestre Jesus no leme!
Referências:
1KARDEC, Allan. O evangelho segundo do espiritismo. Trad.
Evandro Noleto Bezerra.1. reimp. (atualizada). Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap.
3, item 19.
2______. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de
Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, itens 2, 5, 9.
3______. ______. Cap. 18, item 8.
4XAVIER, Francisco C. A caminho da luz.Pelo Espírito
Emmanuel. 37. ed. 1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Introdução, p. 13.
5______. ______. Cap. 24, item Lutas renovadoras, p.
250-251.
6______. ______. Cap. 25, p. 260.
7______. Há dois mil anos. Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed.
esp. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 2, cap. 6, p. 346--347.
8FRANCO, Divaldo P. Novas responsabilidades. Pelo
Espírito Bezerra de Menezes. In: Reformador, ano 128, n. 2.176, p.
8(262)-9(263), jul. 2010.
9______. Momento da gloriosa transição. Pelo Espírito
Bezerra de Menezes. In: Reformador, ano 128, n. 2.175, p. 8(222), jun. 2010. Novembro
2010 • Reformador 449 3
A TRANSIÇÃO E O
PAPEL DO ESPIRITISMO
Na etapa significativa de nossos tempos de transição para
uma Nova Era, o Espiritismo tem um papel a exercer
como “Consolador Prometido”.
A disseminação dos princípios emanados da Doutrina
Espírita é necessária para que a mensagem de esclarecimento, consolo e
esperança se faça presente junto às pessoas. Realmente, é o momento de se
concretizarem as belas e profundas assertivas contidas no capítulo VI de O
Evangelho segundo o Espiritismo – O Cristo Consolador!
Em O Livro dos Espíritos há algumas questões que
delineiam essa tarefa:
O Espiritismo se tornará crença geral, ou continuará
sendo professado apenas por algumas pessoas?
“Certamente ele se tornará crença geral e marcará uma
Nova
Era na História da Humanidade, porque está na Natureza e
chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos.
Entretanto, terá que sustentar grandes lutas, mais contra
os interesses, do que contra a convicção [...].”1
Comentário de Kardec:
“[...] Sua marcha, porém, será mais rápida que a do
Cristianismo, porque é o próprio Cristianismo que lhe abre o caminho e serve de
apoio. [...]”.1
O Codificador deixa muito clara a tarefa do Espiritismo
na questão:
De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o
progresso?
“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da
sociedade, o Espiritismo pode fazer com que os homens compreendam onde estão
seus verdadeiros interesses.
Como a vida futura não mais estará velada pela dúvida, o
homem perceberá melhor que pode garantir seu futuro por meio do presente.
Destruindo os preconceitos de seitas, castas e cores, o Espiritismo ensina aos
homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.”2
O tema é tratado de forma esclarecedora por Allan Kardec
em A Gênese, com a seguinte assertiva:
“O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da
Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador,
por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela
generalidade das questões que abrange, o Espiritismo, mais do que qualquer outra
doutrina, está apto a secundar o movimento regenerador; por isso, ele é
contemporâneo desse movimento. Surgiu no momento em que podia ser útil, visto
que também para ele os tempos são chegados. [...]”.3
Dentro da visão sobre a Nova Era, comentou Emmanuel numa das
primeiras obras psicografadas por Chico Xavier, em A Caminho da Luz: “[...]
todos os Espíritos de boa vontade poderiam trabalhar pelo advento da paz e da
fraternidade do futuro humano, e foi por isso que, laborando para os séculos porvindouros,
definiram o papel
de cada região no continente [...]”, e localiza ainda
“seu coração nas extensões da terra farta e acolhedora onde floresce o Brasil,
na América do Sul”.4 Este assunto é desenvolvido pelo Espírito Humberto de
Campos na obra específica que é Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Divaldo Pereira Franco tem sido intermediário mediúnico
para diversas manifestações sobre o tema. O Espírito Joanna de Ângelis
esclarece:
“O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de
forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta. Não é necessário
que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa
contribuir eficazmente com os Espíritos que operam em favor da grande
transição”.5
No conjunto das obras citadas, fica claro que a questão
humanística e espiritual é de fundamental importância para a aurora da Nova
Era, como destaca Emmanuel em O Consolador:
“Como entender o trabalho de purificação nos ambientes do
mundo?
[...] Todos os Espíritos encarnados, porém, devem
considerar que se encontram no planeta como em poderoso cadinho de
acrisolamento e regeneração, sendo indispensável cultivar a flor da iluminação íntima,
na angústia da vida humana, no círculo da família ou da comunidade social,
através da maior severidade para consigo mesmo e da maior tolerância com os
outros [...]”.6
A propósito do planejamento e das etapas de cumprimento
para a transição para uma Nova Era, torna-se sugestiva a leitura e a reflexão sobre
a parábola do “Festim das Bodas” (Mateus, 22: 1-14).7
REFLEXÕES E RECOMENDAÇÕES
Com base nos textos citados ao longo deste e de dois
outros artigos, anteriormente publicados em Reformador, apresentamos algumas contribuições
para as reflexões em torno de algumas ações viáveis como papel do Espiritismo na
fase de transição para a Nova Era e que podem ser entendidas como recomendações
ao
Movimento Espírita e aos espíritas em geral:
• Implementar a ampla difusão dos princípios da Doutrina Espírita;
• Estimular a união dos espíritas e a unificação do
Movimento Espírita como uma família, base propiciadora à difusão do Espiritismo
e à prática da solidariedade;
• Divulgar as obras básicas e as que sejam coerentes com a
Codificação Espírita, como recomendações para leituras e estudos;
• Evitar a divulgação de informações e de literaturas
catastróficas que destaquem fatos negativos;
• Pautar as ações espíritas – estudo, divulgação e
prática – com base no ensino moral do Cristo;
• Manter em constante execução as Campanhas Em Defesa da
Vida, Viver em Família, Construamos a Paz Promovendo o Bem!, “O Evangelho no
Lar e no Coração”, e Divulgação do Espiritismo;
• Estimular a realização de campanhas de esclarecimento sobre
a visão espírita com relação à preservação do
meio ambiente;
• Estimular e orientar ações de parcerias, em casos de acidentes
e tragédias, com a concretização da solidariedade e da fraternidade;
• Estimular ações de convivência fraterna e de parceria, quando
há objetivos comuns, com as diversas agremiações religiosas;
• Estimular a reforma e a iluminação íntima, bem como o exercício
da serenidade. “Vinde a mim, todos vós quemestais aflitos e sobrecarregados, que
eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e
humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu
jugo e leve o meu fardo. (Mateus, 11:28-30.)”8
Referências:
1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.
Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de
Janeiro: FEB, 2010. Q. 798.
2______. ______. Q. 799.
3______. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de
Janeiro: FEB, 2009. Cap. 18, item 25.
4 XAVIER, Francisco C. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel.
37. ed. 1. reimp.mRio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 20, item Missão da América,
p. 207.
5 FRANCO, Divaldo P. Jesus e vida. Pelo Espírito Joanna
de Ângelis. Salvador: LEAL. Cap. A grande transição.
6 XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel.
28. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 229.
7 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad.
Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. (atualizada). Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap.
18, itens 1-2.
8 ______. ______. Cap. 6, item 1.