O professor lutava na escola com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência.
Esqueciam-se dos bons livros. Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando uma surpresa esquisita.
Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de
maçãs com tomates deteriorados e geleias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:
– Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual. Os maus livros, as reportagens
infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida
mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos
também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.
Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.
Os alunos retiraram-se cabisbaixos.
E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.
A TENTAÇÃO DO REPOUSO – MEIMEI – PAI NOSSO - FCX
Num campo de lavoura, grande quantidade de vermes desejava destruir um velho arado de madeira, muito trabalhador, que
lhes perturbava os planos e, em razão disso, certa ocasião se reuniram ao redor dele e começaram a dizer:
– Por que não cuidas de ti? Estás doente e cansado...
– Afinal, todos nós precisamos de algum repouso ...
– Liberta-te do jugo terrível do lavrador!
– Pobre máquina! A quantos martírios te submetes!...
O arado escutou... escutou... e acabou acreditando.
Ele, que era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais duras obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor do Sol, da aspereza das pedras e da umidade do chão.
Tanto clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.
Quando os vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem compaixão.
Em poucos dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.
O arado gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso às tarefas alegres e iluminadas do campo...
Mas, era tarde. Quando o prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste inútil.
A história do arado é um aviso para nós todos. A tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da ignorância, a preguiça é a fonte escura de todos os males. Jamais olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria saúde.
Francisco Cândido Xavier - Pai Nosso - pelo Espírito Meimei