4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão
BUSQUEMOS O MELHOR
“Por que reparas o argueiro no olho de teu irmão?” Jesus (Mateus, 7:3)
A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.
Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando.
Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da Ignorância e da inexperiência.
É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.
Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.
Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.
Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.
Aproveitemos o irmão de boa vontade na plantação do bem, olvidando as insignificâncias que lhe cercam a vida.
Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?
E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?
Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar se desfarão espontaneamente restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio através da incessante renovação.
EMMANUEL - FONTE VIVA
OBSERVEMOS AMANDO
“Por que vês o argueiro no olho do teu irmão?.” Jesus (MATEUS, 7:3.)
Habitualmente, guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto esquecimento das nossas.
Exageremos as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmãos...
A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos.
A benefício de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha.
Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado por indizíveis angustias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreição.
No conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza.
Aos olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entrando nas sombras do preconceito que fugiria à luz do Pentecoste para veicular-lhe o Evangelho.
Na opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de espírito endurecido e tiranizante; para ele, porém, era um companheiro mal conduzido que buscaria em pessoa, às portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.
Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Benção de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.
EMMANUEL - PALAVRAS DE VIDA ETERNA
EM FAMÍLIA ESPIRITUAL
“Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, sem notar a trave que está no teu próprio?” – JESUS. (Mateus, 7:3)
Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós.
Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns nos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.
Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro:
que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte;
que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto;
que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos;
que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhe;
que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum; que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou conduta que espose;
que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias; que não dispõe a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral;
que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir. . .
Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.