SE TIVERES PACIÊNCIA
Se tiveres paciência, serás o sustentáculo do instituto
doméstico, evitando conflitos e contendas entre aqueles que mais amas.
Se tiveres paciência, auxiliarás ao colega de trabalho na
inexperiência que demonstre, amparando-lhe o espírito contra a inquietação do
desemprego e angariando um amigo para o dia de tuas necessidades.
Se tiveres paciência com os amigos de teu grupo social,
conseguirás vacina-los contra o delírio da discórdia e contra o frio do
desânimo.
Se tiveres paciência com o teu próprio corpo, abstendo-te
dos desmandos da cólera e das extravagâncias da alimentação, resguardarás a
própria saúde.
Se tiveres paciência, saberás cultivar a tolerância e a
cortesia, nas vias públicas, sobrepondo-te, quase sempre, aos assaltos da
delinquência.
Se tiveres paciência, a paz em ti se te fará clima da
esperança e do otimismo, que te sustentarão nos caminhos do Bem.
Emmanuel - Livro “Nós” – Psicografia: Francisco Candido
Xavier.
JESUS E PACIÊNCIA
Recordemos a paciência do Cristo para exercer no próprio
caminho a compreensão e a serenidade.
Retornando, depois do túmulo, aos companheiros
assustadiços, não perde tempo com qualquer observação aflitiva ou
desnecessária.
Não rememora os sucessos amargos que lhe precederam a
flagelação no madeiro.
Não se reporta a leviandade do discípulo invigilante que
O entregara à prisão, osculando-Lhe a face.
Não comenta as vacilações de Pedro na extrema hora.
Não solicita os nomes de quantos acordaram em Judas a
febre da cobiça e a fome de poder.
Não faz qualquer alusão aos beneficiários sem memória que
Lhe desconheceram o apostolado, ante a hora da cruz.
Não recorda os impropérios que Lhe foram atirados em
rosto.
Não se refere aos caluniadores que Lhe escarneceram o
amor e o sacrifício.
Não reclama reconsiderações da justiça.
Não busca identificar quem Lhe impusera às mãos uma cana
à Guisa de cetro.
Não se lembra da turba que Lhe ofertara vinagre à boca
sedenta e pancadas à fronte que os espinhos dilaceravam.
Ressurgindo da sombra, afirma apenas, valoroso e sem
mágoa: – “Eis que estarei convosco até o
fim dos séculos...”
E prosseguiu trabalhando...
Esse foi o gesto do Cristo de Deus que transitou na
Terra, sem dúvidas e sem máculas.
Relembremos o próprio dever, à frente das pedradas que
nos firam a rota, a fim de que a paciência nos ensine a esperar a passagem das
horas, porquanto cada dia, nos traz, a cada um, diferentes lições.
Do Livro: Abrigo de Francisco Cândido Xavier, pelo
Espírito Emmanuel
PACIÊNCIA E NÓS
Quando as dificuldades atingem o apogeu, induzindo os
companheiros mais valorosos a desertarem da luta pelo estabelecimento das boas
obras, e prossegues sob o peso da responsabilidade que elas acarretam, na
convicção de que não nos cabe descrê da vitória final...
Quando os problemas se multiplicam na estrada, pela
invigilância dos próprios amigos, e te manténs, sem revolta, nas realizações
edificantes a que te consagras...
Quando a injúria te espanca o nome, procurando
desmantelar-te o trabalho, e continuas fiel às obrigações que abraçastes, sem
atrasar o serviço com justificações ociosas...
Quando tentações e perturbações te ameaçam as horas,
tumultuando-te os passos, e caminhos à frente, sem reclamações e sem queixas...
Quando te é lícito largar aos ombros de outrem a carga de
atribuições sacrificiais que te assinala a existência, e não te afasta do
serviço a fazer, entendendo que nenhum esforço é demais em favor do próximo...
Quando podes censurar e não censuras, exigir e não
exiges...
Então, terás levantado a fortaleza da paciência nos reino
da própria alma.
Nem sempre passividade significa resignação construtiva.
Raramente pode alguém demonstrar conformidade, quando se
encontra sob os constrangimentos da provação.
Paciência, em verdade, é preservar na edificação do bem,
a despeito das arremetidas do mal, e prosseguir corajosamente cooperando com
ele e junto dela, quando nos seja mais fácil desistir.
Albino Teixeira - Fonte: Livro Caminho Espírita –
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.
CALMA
Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie
alguns instantes para pensar.
Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade
traz o pior.
Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste
é fator agravante.
Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba
atrasada, lançando caso novo.
Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma
pessoa menos simpática, junto de outros amigos.
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a
inquietação é desperdício de tempo.
Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará
de você o concurso espontâneo.
Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a
faltas maiores.
Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará
mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma,
trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade é o teto da alma, pedindo o
serviço por solução.
Autor: André Luiz Psicografia de Francisco Cândido Xavier
ENQUANTO SE
ESPERA
Decisões
apressadas em assuntos de importância?
Espera um tanto
mais.
Usar a chamada
“franqueza” diante de alguém?
Espera um tanto
mais.
Formular
reclamações tão- só no próprio interesse?
Espera um tanto
mais.
Reagir
impetuosamente contra isso ou contra aquilo?
Espera um tanto
mais.
Enquanto se
espera , é provável que muitas ocorrências venham a surgir em auxílio de nosso
próprio esclarecimento.
Livro Momentos de Paz - Francisco Cândido Xavier -
Emmanuel
SIMPATIA E BONDADE
No plano infinito da Criação jamais encontraremos alguém
que prescinda de dois derivados naturais do amor:
A simpatia e a bondade.
A árvore frondosa e plena de vigor solicita o apoio do
sol e a solicitude do vento para conservar-se e estender as suas propriedades
vitais.
O animal, por mais inferior na escala dos seres, requer o
carinho e a ternura da terra, a fim de manter as próprias funções e aperfeiçoar
o seu modo de ser, no meio em que se desenvolve.
A criança e o jovem, a mulher e o homem, tornam-se
enfermiços e infelizes, se não recebem o calor da bondade e da simpatia por
alimento providencial na sustentação do equilíbrio e da saúde, da esperança e
da paz que lhes são indispensáveis no esforço de cada dia.
Procura pois, revestir as próprias manifestações, perante
aqueles que te rodeia, com os recursos da simpatia que ajuda e compreende, e da
bondade que concede e perdoa, ampliando a misericórdia no mundo e fortalecendo
a fraternidade entre todas as criaturas.
Enriquece com o teu entendimento o patrimônio afetivo do
companheiro e o companheiro te retribuir-te-á com auxílios originais e
incessantes.
Envolve em tua generosidade fraterna a alma infeliz e
desajustada, e nela descobrirás imprevistas nuanças do amor.
Não desprezes a simpatia e a bondade ante as lutas
alheias e a bondade e a simpatia nos outros te abençoarão toda a vida.
Emmanuel - Livro:
O Espírito da Verdade- Francisco C. Xavier e Waldo Vieira-
SERENIDADE E PACIÊNCIA
No sentido de preservar a própria paz, é indispensável
nos disponhamos a manter criteriosa atenção sobre nós mesmos.
O conflito de resultados inavaliáveis pode surgir da
explosão de sentimentos descontrolados; entretanto, não se obtém a paz sem
esforço.
Quem acredite no imaginário valor da desinibição
despropositada, no intuito de garantir o equilíbrio próprio, observe a força
elétrica desorientada ou o trânsito sem disciplina.
Ninguém possui uma serenidade que não construiu. Daí,o impositivo
da vigilância em nós próprios.
Não se trata de prevenção contra ninguém e sim de
auto-governo.
Para semelhante realização, ser-nos-á justo enfileirar
certas obrigações primordiais que se nos mostram por alicerces da consciência
tranqüila.
Compreendamos que somos colocados, uns à frente dos
outros, a fim de aperfeiçoar-nos.
Abracemos as iniciativas de concórdia sem esperar que
determinadas pessoas venham a promovê-las.
Pelos erros alheios que claramente nos preocupem,
examinemos os nossos com a sincera resolução de corrigi-los.
Não nos aborreçamos com o trabalho que a vida nos confia,
de vez que, através dele, é que atingiremos a promoção justa na escala de
valores da vida.
Nunca nos esqueçamos de que a eficiência não se harmoniza
com a pressa, mas não se fará vista sem apoio da diligência.
Convém lembrar que os nossos ouvidos podem ser transformados
em extintores do mal, todas as vezes em que o mal nos procure.
Aceitemos a realidade de que o próximo não tem a nossa
formação e saibamos respeitar cada criatura na posição em que se encontre.
Em suma, a serenidade não é uma aquisição espiritual que
se faça em toque de mágica e sim, através do trabalho, muitas vezes, duro e
áspero da paciência em ação.
LIVRO: CALMA -
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER - EMMANUEL
A ESMOLA DA
COMPAIXÃO
De portas abertas ao serviço da caridade, a casa dos
Apóstolos em Jerusalém vivia repleta, em rumoroso tumulto.
Eram doentes desiludidos que vinham rogar esperança,
velhinhos sem consolo que suplicavam abrigo. Mulheres de lívido semblante
traziam nos braços crianças aleijadas, que o duro guante do sofrimento mutilara
ao nascer, e, de quando em quando, grupos de irmãos generosos chegavam da via
pública, acompanhando alienados mentais para que ali recolhessem o benefício da
prece. Numa sala pequena, Simão Pedro atendia, prestimoso.
Fosse, porém, pelo cansaço físico ou pelas desilusões
hauridas ao contacto com as hipocrisias do mundo, o antigo pescador acusava
irritação e fadiga, a se expressarem nas exclamações de amargura que não mais
podia conter.
- Observa aquele homem que vem lá, de braços secos e
distendidos? - gritava para Zenon, o companheiro humilde que lhe prestava
concurso - aquele é Roboão, o miserável que espancou a própria mãe, numa noite
de embriaguez... Não é justo sofra, agora, as consequências? E pedia para que o
enfermo não lhe ocupasse a atenção.
Logo após, indicando feridenta mulher que se arrasava,
buscando-o, exclamou, encolerizado:
- Que procuras, infeliz? Gozaste no orgulho e na
crueldade, durante longos anos... Muitas vezes, ouvi-te o riso imundo à frente
dos escravos agonizantes que espancavas até à morte... Fora daqui! Fora
daqui!...
E a desmandar-se nas indisposições de que se via tocado,
em seguida bradou para um velho paralítico que lhe implorava socorro:
- Como não te envergonhas de comparecer no pouso do Senhor,
quando sempre devoraste o ceitil das viúvas e dos órfãos? Tuas arcas
transbordam de maldições e de lágrimas. . . O pranto das vítimas é grilhão nos
teus pés. . .
E, por muitas horas, fustigou as desventuras alheias, colocando
à mostra, com palavras candentes e incisivas, as deficiências e os erros de
quantos lhe vinham suplicar reconforto.
Todavia, quando o Sol desaparecera distante e a névoa
crepuscular invadira o suave refúgio, modesto viajante penetrou o estreito
cenáculo, exibindo nas mãos largas nódoas sanguinolentas.
No compartimento, agora vazio, apenas o velho pescador se
dispunha à retirada, suarento é abatido.
O recém-vindo, silencioso, aproximou-se, sutil, e tocou-o
docemente.
O conturbado discípulo do Evangelho só assim lhe deu
atenção, clamando, porém, impulsivo:
- Quem és tu, que chegas a estas horas, quando o dia de
trabalho já terminou?
E porque o desconhecido não respondesse, insistiu com
inflexão de censura:
- Avia-te sem demora! Dize depressa a que vens...
Nesse instante, porém, deteve-se a contemplar as rosas de
sangue que desabotoavam naquelas mãos belas e finas. Fitou os pés descalços,
dos quais transpareciam, ainda vivos, os rubros sinais dos cravos da cruz e,
ansioso, encontrou no estranho peregrino o olhar que refletia o fulgor das
estrelas...
Perplexo e desfalecente, compreendeu que se achava diante
do Mestre, e, ajoelhando-se, em lágrimas, gemeu, aflito:
- Senhor! Senhor! Que pretendes de teu servo? Foi então que
Jesus redivivo afagou-lhe a atormentada cabeça e falou em voz triste:
- Pedro, lembra-te
de que não fomos chamados para socorrer as almas puras... Venho rogar-te a
caridade do silêncio quando não possas auxiliar! Suplico-te para os filhos de
minha esperança a esmola da compaixão...
O rude, mas amoroso pescador de Cafarnaum, mergulhou a
face nas mãos calosas para enxugar o pranto copioso e sincero, e quando ergueu,
de novo, os olhos para abraçar o visitante querido, no aposento isolado somente
havia a sombra da noite que avançava de leve.
Livro: Contos E Apólogos – Humberto De Campos – Irmão X
A FESTA
Era homem de meia-idade.
Chamava-se Frederico Manuel de Ávila.
Comerciante progressista. Espírita há dois lustros,
buscava pautar a existência pelo Evangelho Renovador.
Contudo, era sempre afobado.
Raro se detinha para examinar um problema maior.
Impaciente. Precipitado. Febricitante.
Várias vezes fora admoestado para reduzir a marcha da
própria vida.
Amigos aconselharam. Espíritos advertiram.
Tudo inútil.
Certo dia, demorando-se mais no escritório, voltou ao
lar, quase noitinha, acelerado como de hábito.
De posse da chave, abriu a porta e entrou.
Percorria o corredor para chegar a uma das salas, quando
nota um vulto caminhando para ele, a toda pressa, na penumbra...
Surpreendido e amedrontado, ante a figura estranha,
julgou-se à frente de algum amigo do alheio e volveu sobre os próprios passos,
em corrida aberta.
Na fuga, porém, tropeça num canteiro do jardim e cai,
gritando, estentórico.
Os gritos atraem vizinhos, pressurosos, que o encontram
desmaiado.
É conduzido ao hospital próximo.
Frederico fraturara uma perna...
Mais tarde, volta a casa com a perna engessada.
Na intimidade da família, foi compelido a lembrar-se de
que aniversariava naquele dia...
E tudo ficou esclarecido.
Como se demorasse em serviço, os parentes quiseram
surpreendê-lo no trabalho, verificando-se o desencontro.
A esposa e os filhos, para recepcioná-lo alegremente, em
festa íntima, alteraram as disposições dos móveis do interior da casa.
E só então pôde compreender que o vulto, que o assustara,
ela ele mesmo refletido no grande espelho da parede da sala de jantar que fora
mudado de posição...
Hilário Silva - Do livro O Espírito da Verdade. Francisco
Candido Xavier e Waldo Vieira.
APREENSÕES E CONFLITOS
Francisco Cândido Xavier
Em nossas tarefas da noite reuniu-se, como que de
propósito, grande número de irmãos inconformados. Muitos vinham de longe, de
cidades tão distantes umas das outras, mas com o mesmo problema: apreensões e
conflitos.
Conversamos todos, em diálogo fraterno, sobre várias
soluções que a vida nos oferece. Quando começou a reunião, propriamente dita, O
Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu, para estudos e reflexões, a
página confortadora de item 7 do seu capítulo IX, sobre a paciência.
Lembrança de Companheiro foi a mensagem que recebemos no
final de nossas atividades.
Do livro Astronautas do Além de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires
LEMBRANÇA DE
COMPANHEIRO
Emmanuel
Quantas vezes rogais orientação nas experiências da vida!
Frequentemente bateis à porta da Espiritualidade
carreando aflições e desgostos, qual se estivésseis esmagados por pedras de
desespero. Entretanto, na maioria das ocasiões, o remédio providencial para a
supressão disso, já vos enriquece o conhecimento.
Quem de nós desconhecerá o impositivo da paciência,
diante dos processos de inquietação que nos assaltam as sendas evolutivas?
Tão simples a indicação – objetar-se-á – que a lembrança
nada mais expressa que o óbvio, tão fatal no caminho de todos quanto o ramerrão
do cotidiano.
Aquilo, porém, que está claro, nem sempre é o mais fácil
de se fazer.
A prática do bem é luz indispensável à conquista da
felicidade. Todos sabemos disso. Todavia, quem de nós já consegue acendê-la sem
sacrifício?
O auxílio espontâneo ao próximo é base de segurança. Isso
é irrecusável. No entanto, quanto tempo despenderemos ainda no aprendizado
integral de semelhante lição?
Em todos os obstáculos por vencer e em todas as sombras
por extinguir – engajemos a, paciência a serviço do coração. Paciência em tolerância
e entendimento, perante todas as provas e lutas que o mundo nos ofereça.
Na Terra, o progresso, na ordem material de vossas
realizações, pode seguir vertiginosamente pelas avenidas da inteligência.
Entretanto, sem o lubrificante da paciência, na máquina de nosso relacionamento
uns com os outros, a velocidade no plano físico, muito comumente, nada mais
fará, que ressecar as engrenagens da vida, precipitando-vos, muitas vezes, em
desequilíbrio ou desastre, estafa ou perturbação.
Se aspirais a encontrar diretrizes seguras que vos
garantam a estabilidade do lar ou do grupo social a que pertenceis, se almejais
obter o máximo rendimento do trabalho em vossas mãos, se quiserdes realmente
apoiar os entes queridos e se efetivamente desejais viver com tranqüilidade e
produzir abundantemente, cultivai a paciência à frente de tripulações e
problemas que se vos repontem da estrada, sejam quais forem, de vez que
unicamente no exercício incessante da paciência é que descobriremos dentro de
nós o território da paz, no qual edificaremos, por fim, o reino imperecível do
amor.
Do livro Astronautas do Além de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires
NO TRÂNSITO DA
VIDA
Irmão Saulo
Emmanuel nos lembra que o trânsito da vida exige cuidado
e atenção. Os sinais desse trânsito assemelham-se aos do trânsito de veículos.
Quando temos pela frente o sinal verde podemos avançar tranqüilos, mas nem por
isso menos vigilantes. Quando surge o sinal amarelo da inquietação devemos
esperar. Mas quando o sinal vermelho da impaciência nos barra violentamente o
caminho só nos resta parar, olhar com atenção para os lados, examinar à frente
e à retaguarda, medir nossa posição e não nos precipitarmos em protestos e
reclamações. Porque o trânsito, afinal, deve ter as suas regras para que todos
possam transitar em segurança. A confusão do trânsito só pode prejudicar a nós
mesmos e aos outros.
Estamos no século da velocidade e não gostamos de perder
tempo. Emmanuel nos adverte, porém, que a velocidade resseca as engrenagens do
veiculo. O guincho rascante das ferragens traduz-se em angústia e aflição
quando se trata do veículo do corpo em seus atritos com os anseios da alma.
Podemos cair em desequilíbrio, provocar um desastre, entregar-nos à estafa ou à
perturbação. Tudo isso por falta do lubrificante da paciência que podemos obter
ao bom preço de um pouco de tolerância e compreensão.
Agitamo-nos porque as horas passam depressa e a vida é
curta. Mas quanto mais nos agitamos mais aceleramos as horas e encurtamos a
vida. A palavra paciência tem origem na expressão latina patientia que deriva
de pati, sofrer, suportar o sofrimento. Isso talvez nos ajude a compreender o
seu sentido. Se não suportamos com calma o que nos faz sofrer (ou os que nos
fazem sofrer) faltamos com o bom senso e com a caridade. Os que nos fazem
sofrer estão sofrendo, seja por ignorância ou por maldade, e num caso como no
outro temos para com eles o dever moral da fraternidade.
Não vivemos isolados, mas em sociedade, a se queremos a
paz e a felicidade temos de ajudar os outros a encontrá-las. Isso não é fácil,
bem o sabemos. O próprio Job, símbolo da paciência, amaldiçoou e blasfemou nas
suas provas. Mas a paciência é uma conquista que temos de realizar por meio da
compreensão e do amor. Quem não ama, não espera e nada suporta.
Do livro Astronautas do Além de Francisco
Cândido Xavier e J.Herculano Pires
DOAÇÕES
ESPIRITUAIS
Feliz daquele que destaca uma parcela do que possui, a
benefício dos semelhantes!
Bem-aventurado aquele que dá de si próprio!
Através de todos os filtros do bem, o amor é sempre o
mesmo, mas, enquanto as dádivas materiais, invariavelmente benditas, suprimem
as exigências exteriores, as doações de espírito interferem no íntimo,
dissipando as trevas que se acumulam no reino da alma.
Dolorosa a tortura da fome, terrível a calamidade moral.
Divide o teu pão com as vítimas da penúria, mas estende
fraternas mãos aos que vagueiam mendigando o esclarecimento e o consolo que
desconhecem. Não precisas procurá-los, de vez que te cercam em todos os ângulos
do caminho .... São amigos e por vezes te ferem com supostas atitudes de crueldade,
quando apenas te esmolam conforto, comunicando-te, em forma de intemperança mental,
as chamas de sofrimento que lhes calcinam os corações; categorizam-se por
adversários e criam-te problemas, não por serem perversos, mas porque lhes
faltam ainda as luzes do entendimento; aparecem por pessoas entediadas, que
dispõem de todas as vantagens humanas para serem felizes, mas a quem falta uma
voz verdadeiramente amiga, capaz de induzi-las a descobrir a tranqüilidade e a
alegria, através da sementeira das boas obras; surgem na figura de criaturas
consideradas indesejáveis e viciosas, cujo desequilíbrio nada mais é que a
expectativa frustrada do amparo afetivo que suplicaram em vão!...
Para atender aos que carecem de apoio físico, é preciso
bondade; no entanto, para arrimar os que sofrem necessidades da alma, é preciso
bondade com madureza.
Se já percebes que nem todos estamos no mesmo degrau
evolutivo, auxilia com a tua palavra ou com o teu silêncio, ou com o teu gesto
ou com a tua decisão no plantio da união e da concórdia, da esperança e do
otimismo, no terreno em que vives!...
Compreender e compreender para a sustentação da lavoura
do bem que se cobrirá de frutos para a felicidade geral.
Não te digas em solidão para fazer tanto... Refletindo em
nossos deveres, antes as doações espirituais, lembremo-nos de Jesus. Nos dias
de fome da turba inquieta, reunia-se o Divino mestre com os amigos para
beneficiar a milhares; entretanto, na hora do extremo sacrifício, quando lhe
cabia socorrer as vítimas da ignorância e do ódio, da violência e do fanatismo, ele sozinho fez o donativo de
si mesmo, em favor de milhões.
DESPORTOS
Se há esportes que auxiliam o corpo, há esportes que
ajudam a alma...
A marcha do dever retamente cumprido.
A regata do suor no trabalho.
O exercício do devotamento ao estudo.
O salto do esforço, acima dos obstáculos.
A maratona das boas obras.
O torneio da gentileza.
O mergulho no silêncio, diante da injúria.
O nado da paciência nas horas difíceis.
A ginástica da tolerância perante as ofensas.
O Vôo do pensamento às esferas superiores.
A demonstração de resistência moral nas provas de cada
dia.
Todos esses desportos do espírito podem ser praticados em
todas as idades e condições.
E creia que qualquer campeonato num deles será prêmio de
luz em seu coração, a brilhar para sempre.
SEGURANÇA E PAZ
Francisco C.Xavier
A necessidade de paz e segurança em nossas atividades
doutrinárias constituiu assunto dominante em nossa reunião mediúnica. O
Evangelho Segundo o Espiritismo nos dera o tema em itens do seu capítulo IX: e
o interesse pelo seu esclarecimento em nossa compreensão impôs-se a todos nós.
No final dos trabalhos, Emmanuel nos deu a mensagem orientadora Paciência e
Caminho.
PACIÊNCIA E CAMINHO
Emmanuel
Paciência é passaporte para todos aqueles que aspiram a
avançar nas vias do progresso.
Quando num carro em movimento, sabes, com clareza, que,
em muitas ocasiões, é necessário venhas a pensar por ti e pelos outros.
Nessas circunstâncias em que o perigo se mostra à vista,
tomas conselho à prudência que te sugere abertura de espaço aos que se entregam
à disparada ou te lembra cuidado para que não te disponhas a podar sem
consideração a frente dos companheiros.
De outras vezes, consagras-te ao exame prévio da máquina,
antes de qualquer movimentação, a fim de melhorares as condições dessa ou
daquela peça doente, tanto quanto te dedicas a observar mais atentamente os sinais
do caminho para que não te faças indução a desastre.
O trânsito é uma escola em que sobram aulas de vigilância
e compreensão, justiça e disciplina.
Anotemos as lições da estrada e procuremos transferi-las
ao trânsito da vida em que todos somos chamados, nas trilhas do tempo, ao
relacionamento comum.
Se esse ou aquele companheiro demonstra exagerada tensão
nas atividades que lhe dizem respeito, não lhe congeles o ânimo, desfechando-lhe
observações deprimentes, mas socorre-o com recursos de paz; de igual modo, não
ultrapasses, sem necessidade, as posições dos irmãos em serviço, porquanto,
quase sempre, com isso, nada se recolhe além de dificuldade e desilusão.
Na tarefa a que te empenhas, verifica quanto de amor e de
apreço já dispensaste ao cooperador do veículo de tuas realizações para que não
te falte segurança e atende à execução dos princípios que abraças, considerando
o bem de todos, para que desajustes não te ameacem a obra.
Quanto mais agitação, no plano externo, mais imperiosa se
faz a necessidade de calma no campo íntimo, se nos propomos superar
perturbações, e obstáculos.
Evitemos choques destrutivos e doemos o melhor de nós aos
programas de ação que nos propomos a realizar, exercitando entendimento e
tolerância, conscientes de que para coibir quaisquer calamidades, no terreno do
espírito, a paciência é o preservativo ideal.
Não te detenhas, a lamentar problemas e crises.
Se te engajaste na causa do bem, guarda-te em serviço
constante e, usando paciência e amor, certamente vencerás.
Livro: Amanhece Francisco Candido Xavier
RESPOSTA DE CORNÉLIO
Francisco Cândido Xavier
Antes do início de nossos trabalhos conversávamos sobre
os obstáculos de que nos vemos constantemente rodeados na Terra, para
solucionar os problemas que dizem respeito aos nossos deveres corretamente
cumpridos. Sempre a luta em nós e fora de nós para descobrir o rumo exato,
sempre algo a se mostrar por entrave ao melhor que nos cabe fazer.
Ao lado de nossas preocupações, uma carta de amigo
rogando algumas palavras do nosso caro Cornélio Pires, sobre a maneira mais
justa de acertar com o caminho do bem e da paz. Essa missiva motivara a nossa
permuta de idéias sobre o assunto.
Iniciada a reunião, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos
ofereceu o item 7 do capítulo IX para estudo. Depois dos comentários gerais, o
nosso Cornélio realmente compareceu com a resposta ao amigo que lhe solicitara
o pronunciamento.
Interessando-nos a todos a missiva-poema do nosso
Cornélio, resolvemos enviá-la, na idéia de que possa ser aproveitada em nossos
lançamentos.
NOTA -O item citado do livro doutrinário, trata
precisamente dos problemas em causa. Os espíritos aconselham paciência e
resignação na luta contra as adversidades. Um espírito escreveu: “A vida é
difícil, bem o sei. Constitui-se de mil pequenas alfinetadas que acabam por nos
ferir”.
RECEITA DE ACERTAR
Cornélio Pires
Recebi o seu bilhete,
Meu prezado Felisberto.
Você nos pede um roteiro,
A maneira de andar certo.
Difícil a indicação
De como pensar e agir.
Sabe você: cada um
Tem uma estrada a seguir.
Toda pessoa na vida
Caminha tal qual se vê;
Aquilo que me auxilia
Talvez não sirva a você.
Posso afirmar-lhe no entanto,
Pelo "sim" ou pelo "não":
Tranquilidade por dentro
Decorre de aceitação.
Não a inércia que enregela
O que encontra em derredor,
Mas sempre a conformação
De quem procura o melhor.
Em corpo São ou doente,
Não adote fantasia;
Trabalhe quanto puder,
Não faça hora vazia.
Se você tolera provas
Nas lutas de parentela,
Em qualquer dificuldade,
Mais vale aguentar com ela
Pais e mães, esposo e esposa,
Afeições, almas queridas,
São provas renovadoras
Que trazemos de outras vidas.
Encargo suposto humilde ?
Não se importe, nem de leve...
Seu esforço é nobre e grande
Se você faz o que deve.
Varando os mares da vida,
Amigos São nossos remos;
Se São bons ou se São falhos,
São sempre os que merecemos.
Esqueça qualquer ofensa,
Não guarde mágoa ou pesar;
Trabalhe, sirva e prossiga,
Deixe o barco navegar...
Eis a receita correta
De acertar, seja onde for:
Mais amor e paciência,
Paciência e mais amor.
PROBLEMAS DE PARENTELA
Irmão Saulo
Bem ao gosto do poeta de “Musa Caipira”, essas quadras de
sete sílabas, em tom ao mesmo tempo de conversa jocosa e conselheiral. E quem o
diz é um primo e amigo do poeta, que conviveu com ele e esteve ao seu lado
pouco antes da sua passagem. Conheci de perto o poeta caipira, com seu jeito
bonachão de conversar e escrever que toda a sua obra atesta. E não tenho a
menor dúvida em identificá-lo, nesses versos de quase conversa.
Os problemas de parentela são sempre os mais difíceis da
vida cotidiana, para quem tem o senso do dever e das obrigações em família. O
egoísta se desfaz deles com facilidade, mas com isso apenas adia obrigações
desta existência para outras, naturalmente agravadas com os juros da
indiferença comodista que representa uma infração à lei de amor ao próximo.
Aguentar parentes-problemas não é mais do que reparar os danos que lhes
causamos no passado. Daí a afirmação do poeta, no tocante à parentela: “Mais
vale aguentar com ela”.
Trata-se de um princípio doutrinário que nem todos
aceitam. Os que não conhecem a lei da reencarnação, tão clara em várias
passagens evangélicas, rejeitam esse princípio por ignorância. Mas há os que a
conhecem e nem por isso aceitam o princípio. É fácil alegar que parentes,
amigos e conhecidos que nos oneram nesta vida, com suas dificuldades, são
criaturas irresponsáveis. Mas convém lembrar que nada acontece por acaso. Se
essas criaturas estão hoje ligadas a nós, existe para isso algum motivo sério.
O Espiritismo nos mostra que esse motivo provém de existências anteriores. Os
que hoje pesam sobre nós, estão simplesmente cobrando afeição e atenção que
lhes negamos ontem.
O remédio eficiente é o que Cornélio receita, na última
quadra: mais amor e paciência / paciência e mais amor. Por outro lado, convém
lembrar que a lei evangélica de amor ao próximo supre, de maneira perfeita, a
falta de conhecimento da lei de reencarnação. Embora não aceitando a
reencarnação, toda pessoa de formação evangélica deve saber que o seu dever
para com as dificuldades e deficiências do próximo é mandamento divino e, ao
mesmo tempo, norma de conduta humana. Espiritualistas e materialistas enfrentam
nesse campo obrigações inalienáveis, embora em posições diferentes.
Do livro Diálogo dos Vivos. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier e J. Herculano Pires.
PACIÊNCIA E SEGURANÇA
Efetivamente, não te será possível deter as vítimas da
precipitação.
Aqui, é alguém que clama intempestivamente por melhores
dias, sem despender o mínimo esforço para alicerçá-los.
Ali, é o amigo que desiste da tolerância e se
desequilibra no espinheiral da irritação.
Além, é o pai que exige a regeneração imediata de um
filho que ele próprio entregou à dissipação e à leviandade por muito tempo.
Mais adiante, é o doente que reclama a própria cura,
em poucos dias, acerca de moléstia
determinada que o aflige, para a qual ele próprio organizou campo adequado, em
vários anos de menosprezo a si mesmo.
Com todos esses casos rentearás, incluindo talvez
familiares queridos que se mostrem incursos nesses quadros da pressa, a
traduzir-se em perturbação.
Lembrar-te-ás, porém, de que a ansiedade, só por si, não
serve a ninguém.
A aflição inútil quase sempre apenas consegue mentalizar
alucinações, suscetíveis de piorar quaisquer problemas, já de si mesmos graves
e complicados.
Em qualquer percalço dessa ordem, observa os padrões da
natureza.
A árvore não dá frutos sem habilitar-se no tempo para
isso. Por mais que um homem vocifere, reclamando a luz do sol num hemisfério,
onde o relógio aponte a meia-noite, reconhecer-se-á obrigado a esperar pelo
amanhecer. A lâmpada, para inflamar-se, deve ajustar-se à voltagem. E uma
criança, por mais prodígios de inteligência dos quais forneça testemunho, só
atuará com responsabilidade, quando o tempo lhe acrescente a madureza.
Em quaisquer circunstâncias, conserva a serenidade da
paciência para que te sobreponhas às dificuldades e impactos inevitáveis do
sofrimento que comparece no caminho de todos.
Age e constrói sempre, mas não te esqueças de que se não
consegues estabelecer a harmonia e a segurança, no íntimo dos outros, podes
claramente guardar a calma e a compreensão por dentro de ti.
Emmanuel - Francisco Cândido Xavier - Livro: Algo Mais
OS INSTRUMENTOS DA
PERFEIÇÃO
Naquela noite, Simão Pedro trazia à conversação o
espírito ralado por extremo desgosto.
Agastara-se com parentes descriteriosos e rudes.
Velho tio acusara-o de dilapidador dos bens da família e
um primo ameaçara esbofeteá-lo na via pública.
Guardava, por isso, o semblante carregado e austero.
Quando o Mestre leu algumas frases dos Sagrados Escritos,
o pescador desabafou.
Descreveu o conflito com a parentela e Jesus o ouviu em
silêncio.
Ao término do longo relatório afetivo, indagou o Senhor:
— E que fizeste, Simão, ante as arremetidas dos familiares incompreensivos?
— Sem dúvida, reagi como devia! — respondeu o apóstolo,
veemente.
— Coloquei cada um no lugar próprio.
Anunciei, sem rebuços, as más qualidades de que são
portadores.
Meu tio é raro exemplar de sovinice e meu primo é
mentiroso contumaz.
Provei, perante numerosa assistência, que ambos são
hipócritas, e não me arrependi do que fiz.
O Mestre refletiu por minutos longos e falou, compassivo:
— Pedro, que faz um carpinteiro na construção de uma casa? — Naturalmente,
trabalha — redargüiu o interpelado, irritadiço.
— Com quê? — tornou o Amigo Celeste, bem-humorado.
— Usando ferramentas.
Após a resposta breve de Simão, o Cristo continuou: — As
pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terra são os primeiros e mais
importantes instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do Reino do
Céu em nós mesmos.
Quando falhamos no aproveitamento deles, que constituem
elementos de nossa melhoria, é quase impossível triunfar com recursos alheios,
porque o Pai nos concede os problemas da vida, de acordo com a nossa capacidade
de lhes dar solução.
A ave é obrigada a fazer o ninho, mas não se lhe reclama
outro serviço.
A ovelha dará lã ao pastor; no entanto, ninguém lhe exige
o agasalho pronto.
Ao homem foram concedidas outras tarefas, quais sejam as
do amor e da humildade, na ação inteligente e constante para o bem comum, a fim
de que a paz e a felicidade não sejam mitos na Terra.
Os parentes próximos, na maioria das vezes, são o martelo
ou o serrote que podemos utilizar a benefício da construção do templo vivo e
sublime, por intermédio do qual o Céu se manifestará em nossa alma.
Enquanto o marceneiro usa as suas ferramentas, por fora,
cabe-nos aproveitar as nossas, por dentro.
Em todas as ocasiões, o ignorante representa para nós um
campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que nos põe a bondade à
prova; o ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à nossa
capacidade de socorrer.
Aquele que bem se conduz, em nome do Pai, junto de
familiares endurecidos ou indiferentes, prepara-se com rapidez para a glória do
serviço à Humanidade, porque, se a paciência aprimora a vida, o tempo tudo
transforma.
Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os
olhos indagadores, acrescentou serenamente: — Se não ajudamos ao necessitado de
perto, como auxiliaremos os aflitos, de longe? Se não amamos o irmão que
respira conosco os mesmos ares, como nos consagraremos ao Pai que se encontra
no Céu? Depois destas perguntas, pairou na modesta sala de Cafarnaum expressivo
silêncio que ninguém ousou interromper.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar - Francisco C. Xavier
TRAÇOS DA PACIÊNCIA
Emmanuel
No campo da alma, a paciência é um dispositivo de ação
capaz de auxiliar-nos na realização de preciosas tarefas, tais quais sejam:
Suportar dificuldades, sem desistir do serviço a fazer;
promover, sem alarde, o socorro preciso aos companheiros
necessitados;
tolerar os cooperadores de temperamento difícil, sem
recorrer a advertências inoportunas;
aguentar injúrias, sem transmiti-las à sensibilidade dos
outros;
fazer o bem, abstendo-nos de provocar elogios e
recompensas;
substituir qualquer irmão impedido de exercer as funções
que lhe são próprias, na equipe de trabalho em que se integre, sem cobrar-lhe
qualquer tributo de reconhecimento;
liquidar os problemas da experiência comum, à custa do
esforço próprio, evitando incomodar a quem quer que seja.
Em suma, quando se fala de paciência, invoca-se a
presença de alguém que se dispõe a trabalhar e a servir, sem a mínima ideia de
que a paciência possa ser uma cadeira de balanço para refúgio da inércia.
EMMANUEL: Francisco Cândido Xavier Livro: Convivência
CULTIVANDO A PACIÊNCIA
Se você foi vítima
de preterição em serviço, reconhecerá que isso aconteceu, em favor da sua
elevação de nível;
Se perdeu o emprego, ante a perseguição de alguém que lhe
cobiçou o lugar, creia que alcançará outro muito melhor;
Se um companheiro lhe atravessou o caminho,
atrapalhando-lhe um negócio, transações mais lucrativas aparecerão, amanhã, em
seu benefício;
Se determinada criatura lhe tomou a residência, manejando
processos inconfessáveis, em futuro próximo, terá você moradia muito mais
confortável;
Se um amigo lhe prejudica os interesses, subtraindo-lhe
oportunidades de progresso e ajustamento econômico, guarde a certeza de que
outras portas se lhe descerrarão mais amplas aos anseios de paz e prosperidade;
Se pessoas queridas lhe menosprezam a confiança, outras
afeições muito mais sólidas e mais estimáveis surgirão a caminho,
garantindo-lhe a segurança e a felicidade.
Mas nunca pretiras, não persigas, não atrapalhes, não
desconsideres, não menosprezes e nem prejudiques a ninguém, porque sofrer é muito
diferente de fazer sofrer e a dívida é sempre uma carga dolorosa para quem a
contrai.
Albino Teixeira - Do Livro Coragem - Francisco C. Xavier
NA HORA DA
PACIÊNCIA
"Quando os acontecimentos surjam convulsionados
compelindo-te a seguir para a frente, como se estivesses sob tormenta de
fogo...
Quando a manifestação da crueldade te faça estremecer de
sofrimento...
Quando o assalto das trevas te deixe as forças transidas
de aflição...
Quando o golpe em teu prejuízo haja partido das criaturas
a que mais te afeiçoas...
Quando a provação apareça, a fim de demorar-se longo
tempo contigo, em função de doloroso burilamento...
Quando a ignorância te desafie, ameaçando-te o trabalho...
Quando o afastamento de amigos queridos te imponha
solidão e desencanto...
Quanto contratempos e desarmonia no lar te forcem a
complicadas travessias de angústia...
Quando a tentação te induza à revolta e revide, na hora
em que a injúria te cruze os passos...
Quando, enfim, todas as tuas ideias e aspirações alusivas
ao bem se mostrem supostamente asfixiadas pela influência transitória do mal...
Então haverás chegado ao teste mais importante do cotidiano, a configurar-te no
testemunho da paciência.
Saberás desculpar e abençoar, agir e construir em paz
nessa preciosa quão difícil oportunidade de elevação, que a experiência te
aponta à frente.
E não digas que a serenidade expresse fraqueza, ante os
cultores da violência, qual se não tivesses brio para a reação necessária,
porque é preciso muito mais combatividade interior para dominar-se alguém ao
colher ofensas e esquecê-las do que para assacá-las ou devolvê-las, a
detrimento do próximo.
Capacitemo-nos de que entre agredir e suportar, o
equilíbrio e a força de espírito residem com a paciência sempre capaz de aguentar
e compreender, servir e recomeçar, incessantemente, o trabalho do bem nas bases
do amor para que a vida permaneça, sem qualquer solução de continuidade, em
luminosa e constante ascensão."
Francisco Cândido
Xavier por Emmanuel. Livro: Coragem
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