APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

terça-feira, 1 de agosto de 2017

E.S.E. - CAPÍTULO V - ITEM 4 E 5 - CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES



 4 – As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, tem duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são as consequências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por terem limitado os seus desejos!
Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração! Que de dissensões de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!
Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: “Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação”.
A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.
Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.

5 – A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a consequência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos consequentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe as experiências e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto, a sua felicidade futura.

Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: “Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!” Como o trabalhador preguiçoso que diz: “Perdi o meu dia”, ele também diz: “Perdi a minha vida”. Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução suas boas resoluções para o futuro.




TEXTOS DE APOIO



EXAMINA  A  PRÓPRIA  AFLIÇÃO

Examina a própria aflição para que não se converta a tua inquietude em arrasadora tempestade emotiva.
Todas as aflições se caracterizam por tipos e nomes especiais.
A aflição do egoísmo chama-se egolatria.
A aflição do vício chama-se delinqüência.
A aflição da agressividade chama-se cólera.
A aflição do crime chama-se remorso.
A aflição do fanatismo chama-se intolerância.
A aflição da fuga chama-se covardia.
A aflição da inveja chama-se despeito.
A aflição da leviandade chama-se insensatez.
A aflição da indisciplina chama-se desordem.
A aflição da brutalidade chama-se violência.
A aflição da preguiça chama-se rebeldia.
A aflição da vaidade chama-se loucura.
A aflição do relaxamento chama-se evasiva.
A aflição da indiferença chama-se desânimo.
A aflição da inutilidade chama-se queixa.
A aflição do ciúme chama-se desespero.
A aflição da impaciência chama-se intemperança.
A aflição da sovinice chama-se miséria.
A aflição da injustiça chama-se crueldade.
Cada criatura tem a aflição que lhe é própria.
A aflição do reino doméstico e da esfera profissional, do raciocínio e do sentimento...
Os corações unidos ao Sumo Bem, contudo, sabem que suportar as aflições menores da estrada é evitar as aflições maiores da vida e, por isso, apenas eles, anônimos heróis da vida cotidiana, conseguem receber e acumular em si mesmos os talentos de amor e paz reservados por Jesus aos sofredores da Terra, quando pronunciou no monte a divina promessa:
- <<Bem aventurados os aflitos!>>


De "Religião dos Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel



CRENÇAS E CARMA

“... A quem, pois, culpar de todas as suas aflições senão a si mesmo? O homem é, assim, num grande número de casos, o artífice dos seus próprios infortúnios; mas, em vez de o reconhecer, ele acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência...” (Capítulo 5, item 4.)
 Mentalidade é a capacidade intelectual, ou seja, o conjunto de crenças, costumes, hábitos e disposições psíquicas de um indivíduo. São registros profundos situados no corpo espiritual, raízes de nosso modo de agir e pensar, acumulados na noite dos tempos.
 Nossa mentalidade atrai tudo aquilo que irradiamos consciente ou inconscientemente.
 Portanto, certos conceitos que mantemos atraem prosperidade e nos fazem muito bem; outros tantos nos desconectam do progresso e da realidade espiritual.
 Porque ainda não vemos as coisas sem o manto da ilusão é que acreditamos em prêmios e castigos; na realidade, suportamos apenas as consequências de nossos atos.
 Dessa forma, tudo o que está acontecendo em tua vida é produto de tuas crenças e pensamentos que se materializam; não se trata, pois, de punições nem recompensas, mas reações desencadeadas pelas tuas ações mentais.
Certas ideias sobre o carma não condizem com a coerência e com a lógica da reencarnação, levando-te a interpretações distorcidas e irreais sobre as Leis Divinas.
 Carma, em sânscrito, quer dizer simplesmente ”ação”.
 Tuas ações, ou seja, teus carmas são positivos ou negativos, de conformidade com o que fizeste e segundo tuas convicções e valores pessoais.
Deus não julga os atos pessoais, mas criou leis perfeitas que dirigem o Universo. Porque tens o livre-arbítrio como patrimônio, é que deves admitir que a vida dá chances iguais para todos: a diferença está na credulidade de cada um.
A seguir, algumas formas negativas de pensar: “Não posso mudar, é meu carma”; “Tenho que sofrer muito, são erros do passado”.
Se golpearmos algo para a frente, este objeto terá a força e a direção que lhe imprimirmos.
Se continuarmos, pois, a golpeá-lo, recolheremos sucessivos retornos com relativa frequência e intensidade, conforme nossa ação promotora.
São assim teus carmas: atos e atitudes que detonas continuadas vezes, vida após vida, recebendo, como consequência, as reações decorrentes de tua liberdade de agir.
Por que, então, não mudas teu carma?
Jesus afirmou que as ações benevolentes impedem os efeitos negativos, quando asseverou:
“Muito lhe foi perdoado porque muito amou, mas a quem pouco se perdoa, é porque pouco ama”. (1) Ou ainda: “O amor cobre a multidão de pecados”. (2)
Algumas religiões e sociedades vingativas e condenadoras impuseram a crença da punição como forma de resgatar a
consciência intranquila perante as leis morais. Outras, mais radicais ainda, diziam que somente o sofrimento e o castigo até a “quarta geração” (3) eram o tributo necessário para que as criaturas pudessem se harmonizar perante o tribunal sagrado, com isso olvidando que a Providência Divina usa como método real de evolução apenas a educação e o amor.
Aquele que muito amou foi perdoado, não aquele que muito sofreu. O amor é que cobriu, isto é, resgatou a multidão dos pecados, não a punição ou o castigo.
O sofrimento apenas nos serve como “transporte das almas” de retorno ao amor, de onde saímos, fruto da Paternidade Divina. A função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio.
Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e frequências e recriando novos roteiros em tua existência.
Transformar ações amando é alterar teu carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto de ti.
(1) Lucas 7:47.
(2) 1º Pedro 4:8.
(3) Êxodo 34:7.
Hammed – livro: Renovando Atitudes



LIÇÕES DO MOMENTO

Deus é amor invariável e o amor desafivela os grilhões do espírito.
Se há repouso na consciência, a evolução da alma ergue-se, desenvolta, dos alicerces insubstituíveis do sacrifício.
Quem não se bate pelo bem, desce imperceptivelmente para as fileiras do mal.
Junto à correção sempre existe o desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta digna.
Identifique, na dificuldade, o favor da Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo, no imprevisto da experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança na boa intenção e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo indelével daquilo que não deve ser feito.
Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a fonte de luz.
Desse modo, a alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo; a resignação santificante nasce em meio às provas difíceis; a renúncia intrépida irrompe no seio da injustiça das emulações acirradas, e a pureza construtiva surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.
Eis por que, em seu círculo pessoal, se entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe doarem o estímulo e a consolação, o entendimento e a claridade de que você carece para ajustar-se espiritualmente, através das lides variadas de cada instante.
O chefe irritadiço é instrumento providencial da corrigenda.
O companheiro problemático deixa-nos livre caminho à sementeira da fraternidade sem mescla.
O engano é precioso contraste a ressaltar as linhas configurativas da atitude melhor.
A tortuosidade do caminho demonstra a excelência da estrada reta.
Faça, pois, do momento que transcorre, a lição recolhida para o momento a transcorrer, verificando quantas vezes, em vinte e quatro horas, você é requisitado a auxiliar os semelhantes, e não regateie cooperação.
Na oficina de trabalho, buscam-lhe a gentileza no amparo de muitos corações que se sentem ao desabrigo.
Na via pública, esbarra-lhe o passo, companheiros que vão e vêm buscando encontrar o sorriso que você pode ofertar-lhes como incentivo à esperança.
No recesso do lar, o alvorecer encontra-lhe a presença, em novas possibilidades de exaltar a confiança nos Desígnios da Altura.
Na conversação comum, requisições ostensivas auscultam-lhe a disposição de estender conhecimento e virtude, na enfermagem das chagas morais, entrevistas na modulação das vozes e nos traços dos semblantes, afora variegados ensejos de assistir o próximo, a lhe desafiarem a eficiência e a vigilância, tais como a necessidade interior estampada no silêncio do visitante, o azedume do colega menos feliz, o doente a buscar-lhe os préstimos, o sofredor a rogar-lhe compreensão, a abordagem da criancinha desvalida, a surpresa menos agradável, a correspondência a exigir-lhe a atenção ou o noticiário intranquilo que a imprensa propala.
Pureza inoperante é utopia igual a qualquer outra, e, em razão disso, ignorar a poça infecta é manter-lhe a inconveniência.
Não menospreze, assim, a lição do momento, na certeza de que renovamos ideias, experiências e destinos, cada dia, segundo as particularidades das manifestações de nosso livre-arbítrio.
André Luiz. - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Waldo Vieira.




O BEM ANTES

Não ignoramos que a lei de causa e efeito funciona mecanicamente, em todos os domínios do Universo.
Sabemos, porém, que diariamente criamos destino.
Decerto que a Eterna Sabedoria não nos concede a inteligência para obedecermos passivamente aos impulsos exteriores; confere-nos inteligência e razão para obedecermos às leis por ela estabelecidas, com o preciso discernimento entre o bem e o mal.
Cabe-nos, assim, criar o bem e promovê-lo com todas as possibilidades ao nosso alcance.
Deploramos a tragédia passional em que se envolveram amigos dos mais queridos ....
Indaguemos de nós sobre o que efetuamos, em favor deles, para que não se arrojassem na delinqüência.
Espantamo-nos perante a desolação de mães desvalidas que se condenam à morte, à frente dos próprios filhos desamparados... Perguntemos-nos quanto ao que foi feito por nós, a fim de que a penúria não as levasse à grimpas do desespero.
Lamentamos desajustes domésticos e perturbações coletivas, incompreensões e sinistros; entretanto, em qualquer falha nos mecanismos da vida é necessário inquirir, quanto à nossa conduta, no sentido de remover, em tempo hábil, a ocorrência infeliz.
“O bem antes de tudo” deve erigir-se por item fundamental do nosso programa de cada
dia.
Atendamos ao socorro fraterno, na imunização contra o mal, com o desvelo dentro do qual nos premunimos contra acidentes, em respeitando os sinais de trânsito.
Alguém se permitirá dizer que, se somos livres, nada temos a ver com as experiências do próximo; e estamos concordes com semelhante assertiva, no tocante a viver, de vez que todos dispomos de independência nas escolhas e ações da existência, das quais forneceremos contas respectivas, ante a Vida Maior; contudo, em matéria de conviver, coexistimos na interdependência, em que necessitamos do amparo uns dos outros, para sustentar o bem de todos.
Os viajantes de um navio, a pleno oceano, reclamam auxílio mútuo, a fim de que se evite o soçobro da embarcação.
Nós, os Espíritos encarnados e desencarnados, em serviço no Planeta, não nos achamos em condição diferente. Daí a necessidade de fazermos todo bem que nos seja possível na reparação desse ou daquele desastre, mas, para que tenhamos sempre a consciência tranquila, é preciso saber se fizemos o bem antes.


GUARDE CERTEZA

O ato de rebeldia e dureza, antes de manifestar-se em maligna agitação, transforma o templo da alma em foco de lixo vibratório.
A palavra precipitada e ferina, antes de ferir o ouvido alheio, entenebrece os processos mentais do seu autor, com a sombra da invigilância.
 A queixa, embora aparentemente justa, antes de parasitar o equilíbrio do próximo, vicia as intenções mais íntimas do seu portador.
A opinião estagnada e orgulhosa, antes de acabrunhar o interlocutor, cristaliza as possibilidades de atualização e aperfeiçoamento de quem a manifesta.
O hábito lamentável, superficialmente comum, antes de sugerir a trilha da frustração ao vizinho, aprisiona quem o cultiva em malhas invisíveis de lodo e sombra.
A repetição deliberada de um erro, antes de dilapidar a reputação do delinquente, intoxica-lhe a vontade e solapa-lhe a segurança.
A grande ação delituosa, antes de exteriorizar-se para o conhecimento de todos, é precedida por pequenas ações infelizes, ocultas nos propósitos escusos daquele que a perpetra.
O desculpismo improcedente, antes de ser vã tentativa de iludir os outros, constitui a realização efetiva da ilusão naquele que o promove.
Antes de agirmos, mentalizamos a ação.
Antes de atuarmos na vida exterior, atuamos em nossa vida profunda.
Antes de sermos bons ou maus para todos, somos bons ou maus para nós mesmos.
Guarde certeza dessas realidades.
Antes de colher o sorriso da felicidade que esperamos através dos outros, é preciso vivermos o bem desinteressado e puro que fará felizes aqueles que nos farão felizes por nossa vez.
Livro: Estude e Viva Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz





NA HORA DA FADIGA

Quando o cansaço te procure no serviço do bem, reflete naqueles irmãos que suspiram pelo mínimo das facilidades que te enriquecem as mãos.
 Pondera não apenas nas dificuldades dos que, ainda em plenitude das forças físicas, se viram acometidos por lesões cerebrais, mas também no infortúnio dos que se acham em processos obsessivos, vinculados às trevas da delinquência.
 Observa não somente a tortura dos paralíticos, reclusos em leitos de provação, mas igualmente a dor dos que não souberam entender a função educativa das lutas terrestres e caminham, estrada afora de coração enrijecidos na indiferença.
 Considera não apenas o suplício dos que nascem em dolorosa condição de idiotia, reclamando o recurso alheio nas menores operações da vida orgânica, mas também o perigoso desequilíbrio daqueles que, no fastígio do conforto material, resvalam em ateísmo e vaidade, fugindo deliberadamente às realidades do espírito.
 Medita não somente na aflição dos que foram acidentados em desastres terríveis, mas igualmente na angústia dos que foram atropelados pela calúnia, tombando moralmente em revolta e criminalidade, por não saberem assimilar o benefício do sofrimento.
 Quando a fadiga te espreite na esfera da ação, pensa naqueles companheiros, ilhados em padecimento do corpo e da alma, a esperarem pelo auxílio, ainda que ligeiro, de teu pensamento, de tua palavra, de tua providência, de tuas mãos. . .
 Se o desânimo te ameaça, examina se o abatimento não será unicamente anseio de repousar, antes do tempo, e se te reconheces conscientemente disposto de energias para ser útil, não te confies à inércia ou à lamentação.
 Quando a fadiga apareça, recorda que alguém existe, a orientar-te e a fortalecer-te na execução das tarefas que o Alto te confiou; alguém com suficiente amor e poder, a esperar-te os recursos e dons na construção da Vida Melhor... Esse alguém é Jesus, a quem aceitamos por Mestre e que certa feita, asseverou, positivo, à frente dos seguidores espantados por vê-lo a servir um dia consagrado ao descanso: - “meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”.

DOENÇAS FANTASMAS

Somos defrontados com frequência por aflitivo problema cuja solução reside em nós.
 A ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos.
 Referimo-nos às criaturas menos vigilantes, sempre inclinada ao exagero de quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.
 Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e, dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam a maneira de cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.
 Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente em processos de desgastes, cujas as consequência ninguém pode prever, ou entram, modo imperceptíveis para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.
 Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem para trabalhar, sofrer e lutar.
 Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável.
 Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa à benéfica advertência da Natureza.
 Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma, para que venhamos a clarear a existência e o rumo.
 Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos através da auto análise, criteriosa e consciente.
 Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos amam e que perdem, inconsequentemente, recurso e tempo valiosos, sofrendo em vão com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos testemunhos.
 Nós que nos esmeramos no trabalho desobssessivo, em Doutrina Espírita, consagremos a possível atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos conduzimos por fatores lamentáveis de auto-obsessão.

Livro: Estude e Viva Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz




E OLHAI POR VÓS

"E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados desta vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia." - Jesus. (LUCAS, 21:34.)

Em geral, o homem se interessa por tudo quanto diga respeito ao bem-estar imediato da existência física, descuidando-se da vida espiritual, a sobrecarregar sentimentos de vícios e inquietações de toda sorte.
 Enquanto lhe sobra tempo para comprar aflições no vasto noticiário dos planos inferiores da atividade terrena, nunca encontra oportunidade para escassos momentos de meditação elevada.
 Fixa com interesse as ondas destruidoras de ódio e treva que assolam nações, mas não vê, comumente, as sombras que o invadem.
 Vasculha os males do vizinho e distrai-se dos que lhe são próprios.
 Não cuida senão de alimentar convenientemente o veículo físico, mergulhando-se no mar de fantasias ou encarcerando-se em laços terríveis de dor, que ele próprio cria, ao longo do caminho.
 Depois de plasmar escuros fantasmas e de nutrir os próprios verdugos, clama, desesperado, por Jesus e seus mensageiros.
 O Mestre, porém, não se descuida em tempo algum e, desde muito, recomendou vele cada um por si, na direção da espiritualidade superior.
 Sabia o Senhor quanto é amargo o sofrimento de improviso e não nos faltou com o roteiro, antecedendo-nos a solicitação, há muitos séculos.
 Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento do dever, alije as inquietações mesquinhas - e estará preparado à sublime transformação.
 Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho deve compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem.

Livro: Vinhas de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier




DESALENTO E MATERIALISMO

 Grande número de visitantes, inclinados ao estudo da Doutrina Espírita, alguns deles egressos de tratamento psiquiátrico, apresentavam-se em nossa reunião pública do Grupo Espírita da Prece. A maioria falava de insegurança e desalento perante as lutas necessárias e edificantes da vida. Comentavam alguns, ainda, os avanços do materialismo e a descrença, às vezes fria, de muitos homens de cultura científica.
Quando o horário nos chamou à execução do programa doutrinário da noite, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu para estudo o item 4 do capítulo V. As explanações do tema pelos companheiros espíritas foram as melhores. No término dos trabalhos, Emmanuel escreveu a página sobre religião e tratamento de saúde.

RELIGIÃO E TRATAMENTO

Companheiros vários indagam pelo motivo do recrudescimento das moléstias mentais nos tempos modernos.
Milhares de pessoas se acusam portadoras de traumas e frustrações, recorrendo às ciências psicológicas para tratamento adequado.
Realmente, a formulação de recursos medicamentosos a que se endereçam, com a chancela da autoridade profissional, poderia ser feita sem maior especificação. Entretanto, os pacientes desejam algo mais que o socorro químico.
Precisam destacadamente da palavra esclarecedora e edificante que lhes recomponha as emoções e lhes ilumine o entendimento.
Por isso mesmo, o médico das forças espirituais é procurado hoje, à feição de sacerdote da ciência, habilitado a oficiar na religião da consciência reta a fim de educar a vida e sublimá-la.
Que isso é alto progresso humano não há negar. Isso, porém, demonstra igualmente que a assistência religiosa é inarredável da paz e da felicidade das criaturas.
O aprimoramento da técnica acelerou o engrandecimento da indústria.
A indústria avançada incentivou a produção de valores materiais.
E, no parque imenso das facilidades e garantias ao reconforto físico, a carência de alimento espiritual patrocina desequilíbrios em múltiplas direções.
A anemia da vida interior estabelece pequenos e grandes colapsos do mundo íntimo e, em razão disso, sobram perturbações e necessidades da alma em quase todos os setores da evolução.
À frente do painel de semelhantes conflitos, meditemos na importância do amparo religioso e não permitas se te apague a luz da fé onde estiveres.
Se te encontras a sós, nos princípios religiosos que te nutrem a vida, faze o teu momento de reflexão e de prece, entre os horários de cada dia ; atende ao culto periódico da oração e do estudo iluminativo com os familiares e amigos que te possam acompanhar nos impulsos de reverência a Deus ; não sonegues a palavra serena e reconfortante da crença que abraças nos diálogos com os irmãos de caminho ; e, quanto puderes, prestigia o templo religioso a que te vinculas, cooperando espontaneamente, a fim de que a tua casa de fé, possa atender aos programas de serviço ao próximo em que se compromete, diante do Eterno Bem.
Compreendamos, por fim, que o progresso tecnológico, na ciência, é irreversível, mas em nossa condição de espíritos imortais, encarnados ou não, somos obrigados a reconhecer que o amparo espiritual na religião é irreversível também.
Emmanuel - Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




NEM CASTIGO NEM PERDÃO

O espírita encontra na própria fé - o Cristianismo Redivivo - estímulos novos para viver com alegria, pois, com ele, os conceitos fundamentais da existência recebem sopros poderosos de renovação.

A Terra não é prisão de sofrimento eterno.
É escola abençoada das almas.

A felicidade não é miragem do porvir.
É realidade de hoje.

A dor não é forjada por outrem.
É criação do próprio espírito.

A virtude não é contentamento futuro.
É júbilo que já existe.

A morte não é santificação automática.
É mudança de trabalho e de clima.

O futuro não é surpresa atordoante.
É consequência dos atos presentes.

O bem não é o conforto do próximo, apenas.
É ajuda a nós mesmos.

Deus é Equidade Soberana, não castiga nem perdoa, mas o ser consciente profere para si mesmo as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas.
Nossa conduta é o processo, nossa consciência o tribunal.
Não nos esqueçamos, portanto, de que, se a Doutrina Espírita dilata o entendimento da vida, amplia a responsabilidade da criatura.
As raízes das grandes provas irrompem do passado - subsolo da nossa existência -, e, na estrada da evolução, quem sai de uma vida entra em outra, porque berço e túmulo são, simultaneamente, entradas e saídas em planos de Vida Eterna.

André Luiz - Livro O Espírito da Verdade – Francisco C. Xavier




EM TORNO DA VIRTUDE

Se uma criatura possui enorme fortuna, podendo desmandar-se na prodigalidade ou na avareza, e busca empregá-la no bem-estar e no progresso, na educação e no aprimoramento dos semelhantes...
Se dispõe de autoridade com recursos para manejar a própria influência em seu exclusivo proveito, e procura aplicá-la no auxílio aos outros...
Se sofre acusação indébita com elementos para justiçar-se do modo que considere mais justo, e prefere esquecer a ofensa recebida, reconhecendo-se igualmente passível de errar...
Se já efetuou, em favor de alguém, todos os serviços ao seu alcance, recolhendo invariavelmente a incompreensão por resposta, e prossegue amparando esse alguém, através dos meios que se lhe fazem possíveis, sem exigência e sem queixa...
Essa pessoa ter-se-á colocado, evidentemente, a cavaleiro das piores tentações que lhe assediavam a vida.
Todos nós, – os espíritos em evolução e resgate nas trilhas do Universo, – recapitulamos as experiências em que tenhamos falido. A vista disso, todas as provações na escola terrestre assumem a feição de ensinamentos e testes indispensáveis. Há quem renasça mostrando extrema beleza, física, a fim de superar inclinações ao; desregramento carregando um cérebro privilegiado para vencer a vaidade da inteligência; detendo valiosa titulação acadêmica de modo a subjugar a propensão para o abuso; ou exercendo encargos difíceis nas causas nobres, de maneira a extinguir os impulsos de deserção ou deslealdade.
Cada qual de nós, no internato da reencarnação, é examinado nas tendências inferiores que trazemos das existências passadas, a fim de aprendermos que somente nos será possível conquistar o bem, vencendo o mal que nos procure, tantas vezes quantas necessárias, mesmo além do débito pago ou da sombra extinta.
Fácil, pois, observar que sem a presença da tentação, a virtude não aparece e assim será sempre para que a inocência não seja uma flor estéril e para que as grandes teorias de elevação não se façam sementes frustras no campo da Humanidade.

Emmanuel  - Do livro Alma e Coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




CONTROLE SEXUAL

Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem, passo a passo, à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição. Do item 4, do Cap. V, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis, e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias, à frente da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, enquanto que o segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, estudantes das leis do destino à luz da imortalidade.
O primeiro grupo se mantém fixado à poligamia, às vezes desenfreada, e só, muito pouco a pouco, despertará para as noções da responsabilidade no plano do sexo, através de experiências múltiplas na fieira das reencarnações.
O segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, diante de nós mesmos, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção.
Falar de governo e administração, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifestações poligâmicas, seria exigir do silvícola encargos tão-somente atribuíveis ao professor universitário, razão por que será justo deter-se alguém nesse ou naquele estudo alusivo à educação sexual apenas com aqueles que se mostrem suscetíveis de entender as reflexões exatas, nesse particular. Estabelecida a ressalva, perguntemos a nós mesmos se nos seria lícito abandonar, no mundo, os compromissos de natureza afetiva, assumidos diante uns dos outros. Assim nos externamos para considerar que a ligação sexual entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranqüilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência "a dois", e, muito comumente, os "dois" se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes. Urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos não venha a romper a segurança daquele ou daquela que tomamos sob nossa assistência e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo, em que nos arraigamos através da afinidade. Não se trata, em nossas definições, do chamado "vínculo indissolvível" criado por leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos  companheiros e companheiras lesados pelo comportamento de parceiros escolhidos para a vivência sexual e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem à outra ligação ou a outras ligações subseqüentes, procurando companhia ao nível de sua confiança e respeitabilidade; reportamo-nos ao impositivo da lealdade que deve ser respondida com lealdade, seja qual for o tipo de união em que os parceiros se comuniquem sexualmente um com o outro, sustentando o equilíbrio recíproco.
Considerado o exposto, os participantes da comunhão afetiva, conscientes dos deveres que assumem, precisam examinar até que ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade. Justo ponderar quanto a isso, porquanto, em muitas ocorrências dessa espécie, não é somente aquele ou aquela que se revelam desleais, aos próprios compromissos, o culpado pela ruptura na ligação afetiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que, por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos abraçados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a insegurança, no campo do afeto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis.

Livro: Vida e Sexo – Emmanuel – Francisco C Xavier






AS TRAVESSURAS DE POMPOM

Pompom era um lindo pintinho, mas causava muita preocupação à mamãe Pena Branca. Sabem por quê?… Porque era muito travesso! E pior ainda, esquecia-se dos conselhos da mãezinha rapidamente. Por isso mesmo, aconteciam-lhe muitas coisas.

Certa vez, caiu numa valeta recém-aberta, molhando-se até os ossos. Outra vez, quase ficou nas unhas afiadas de Dona Gata Brava, por ter ido implicar com os seus gatinhos.

Dona Pena Branca andava muito triste com Pompom. E dizia sempre:

– Meu filho, por que não escuta meus conselhos. Você não me atende… Um dia você vai se arrepender por não escutar os conselhos de quem te quer tão bem.

De fato, mamãe tinha razão, pois esse dia chegou. Sabem quando?

Foi numa tarde muito quente, logo depois do meio dia.

– Cloc, cloc… – falou, dona Pena Branca – vamos dormir um pouco. Está muito calor… Ninguém vai sair.

E, assim dizendo, aninhou-se logo, cercada de seus pintinhos.

Dentro de poucos segundos, toda família dormia. Aliás, quase toda! Porque Pompom estava bem acordado, embora estivesse com os olhinhos fechados. O travesso pintinho pensava:

Não gosto de dormir… Só de passear… Por que mamãe não quer que a gente saia?… Apenas uma voltinha… Não há mal nenhum…

Pompom não aguentou mais. Levantou-se e saiu a passear. Os bichinhos estavam todos dormindo…

“Por essa eu não esperava – pensou – também, está fazendo tanto sol”…

Pompom já estava muito cansado, quando avistou uma árvore. Mais que depressa, correu para ela.

– Uff! Que calor!… Encontrei bem a tempo esta sombrinha!

E aninhou-se embaixo da árvore, bem junto ao tronco. Estava tão cansado que, não demorou muito, começou a piscar, a piscar… até que adormeceu profundamente.

Mas aí aconteceu o pior: Pompom foi aninhar-se justamente sobre a saída do reino de Dona Formiga Amarela.

Ora, as formigas tinham de sair para o trabalho do dia e lá estava o pintinho bem na abertura do túnel.

Que fez então Dona Formiga Amarela?… Nada mais do que isto: reuniu todas as formigas e deu ordem:

– Atenção, pelotão! Marchar! Atacar! Já!

Pompom acordou com uma dor aguda em todo o corpo… Sonolento, ainda, abriu os olhos e logo saiu às pressas, piando, piando, piando, tal a quantidade de picadas que recebeu.

Pompom chegou correndo em casa assustando a todos. Mas mamãe Pena Branca logo viu que a dor horrível de que ele se queixava era consequência das picadas das formigas.

Resultado: Pompom inchou tanto, tanto, que não podia andar direito. Tinha de ficar horas e horas de molho numa salmoura… E durante muito tempo escondeu-se de todos, tão feinho que estava.


Mas a lição foi boa, pois parece que Pompom está mais atento aos conselhos de mamãe Pena Branca que anda agora mais despreocupada e mais feliz.







O PROBLEMA DA TENTAÇÃO


O educador, em aula, tentava explicar aos meninos que o móvel das tentações reside em nós mesmos; contudo, como os aprendizes mostravam muita dificuldade para compreender, ele se fez acompanhar pelos alunos até ao grande pátio do colégio.
Aí chegando, mandou trazer uma bela espiga de milho e perguntou aos rapazes:
- Qual de vocês desejaria devorar esta espiga tal como está?
Os jovens sorriram, zombeteiramente, e um deles exclamou:
- Ora vejam!... quem se animaria à comer milho cru?
O professor então mandou vir a presença deles um dos cavalos que serviam à escola, instalou alguns obstáculos à frente do animal e colocou a espiga ao dispor dele, sobre pequena mesa.
O grande eqüino saltou, lépido, os impedimentos e avançou, guloso, para o bocado.
O professor benevolente e amigo esclareceu, então, bondosamente, ante os alunos surpreendidos:
- A tentação nos procura, segundo os sentimentos que trazemos no campo íntimo. Quando cedemos a alguma fascinação indigna, é que a nossa vontade permanece fraca, diante dos nossos desejos inferiores. As forças que nos tentam correspondem aos nossos próprios impulsos. Não podemos imaginar ou querer aquilo que desconhecemos. Por esse motivo, necessitamos vigiar o cérebro e o coração, a fim de selecionarmos as sugestões que nos visitam o pensamento.
E, terminando, afirmou:
- As situações boas ou más, fora de nós, são iguais aos propósitos bons ou maus que trazemos conosco.
Francisco Cândido Xavier - Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei.





ANTE À DOR
Quando a alma mergulhou na carne referta de vibrações, desejou transmitir tôda a musicalidade que conduzia virgem, e para que o tumulto do ambiente não lhe perturbasse a evocação, perdeu, paulatinamente, os registros auditivos para somente escutar nas telas da mente os acordes sublimes da natureza e de Deus - e Beethoven ficou surdo!
Para expressar a melancolia suave e a pungente saudade de algo que não se pode identificar, Chopin experimentou a amargura do coração perdido entre desejos e decepções.
Destinado a ferir as cordas da emoção e tangê-las com habilidade, o espírito retornou ao palco de antigas lutas para defrontar-se com inimigos acirrados e vencê-los através da auto-doação, enchendo a Terra de musicalidade superior. Inquieto, todavia, fraquejando sem cessar, Schumann deixou-se arrastar pela caudal da obsessão, conquanto fizesse incomparável legado, através do Lied e das nobres melodias para piano -
Oh! dor bendita, libertadora de escravos, discreta amiga dos orgulhosos, irmã dos santos, mensageira da verdade, tanto necessitamos do teu concurso, que se nos afiguras um anjo caído, a serviço da misericórdia para sustentar-nos na luta redentora! Ensina-nos a descobrir a rota da humildade para avançarmos com acerto.
A dor é a mensageira da esperança que após a crucificação do Justo vem ensinando como se pode avançar com segurança. Recebamo-la, pacientes, sejam quais forem as circunstâncias em que a defrontemos, nesta hora de significativas transformações para o nosso espírito em labor de sublimação.
O sofrimento de qualquer natureza, quando aceito com resignação - e toda aflição atual possui as suas nascentes nos atos pretérito do espírito rebelde - propicia renovação interior com amplas possibilidades de progresso, fator preponderante de felicidade.
A dor faculta o desgaste das imperfeições, propiciando o descobrimento dos valiosos recursos, inexoráveis, aliás do ser.
Após a lapidação fulgura a gema.
Burilada a aresta ajusta-se a engrenagem.
Trabalhado, o metal converte-se em utilidade.
Sublimado pelo sofrimento reparador o espírito liberta-se.
"De tal modo brilhe a vossa luz diante dos homens, para que êles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus. Mateus: capítulo 5º, versículo 16.
"Daí se segue que nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal". Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 5º - Item 5.

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 17.



DESGRAÇAS TERRENAS
Toda vez que uma desgraça se abate sobre um homem, a verdadeira desgraça para ele é não saber receber devidamente o infortúnio que lhe chega.
Desgraça, realmente, é o mal, o prejuízo, o dano que se pode praticar contra alguém e não o que se recebe ou se sofre.
O que muitas vezes tem aparência de desgraça — e isto quase sempre — é resgate intransferível e valioso que assoma à alfândega do devedor, cobrando-lhe os débitos livremente assumidos e aceitos. Das mais duras provações sempre resultam benefícios valiosos para o espírito imortal. Há que considerar cada um a própria posição que mantém na vida terrena para avaliar com acerto os acontecimentos que o visitam.
Quando somente se experimentam as emoções físicas e conceituamos os valores imediatos, desgraças, em realidade, para tais, são os pequenos caprichos não atendidos, as veleidades vaidosas não respeitadas, as ambições ridículas não satisfeitas que assumem papel preponderante e se transformam em infelicidades legítimas, porquanto, ignorando propositalmente as realidades superiores, esses descuidados se apegam às menores coisas e aos recursos de nenhuma monta, derrapando para a irritabilidade, as paixões, a loucura, o suicídio: desgraças que levam o espírito às províncias de amarguras inomináveis, a vencerem tempo sem limite em etapas de dor sem nome...
As desgraças que foram convencionadas como: perda de saúde, prejuízos financeiros, ausência de pessoas amadas, desemprego, acidentes, abandono por parte de queridos afetos, se constituem áspero testemunho que chega ao ser em jornada redentora, se transformam também em portal que transposto estoicamente descerra a dádiva da felicidade permanente e enseja paz sem refrega de luta em atmosfera de harmonia interior.
Quando o infortúnio não resulta de imediato desatino ou leviandade é bênção da Vida à vida, facultando vitória próxima.
Nesse particular os Espíritos Superiores levam em alta consideração os sofrimentos humanos, as desgraças que abatem homens, famílias, povos e, pressurosos, em nome da Misericórdia Divina, acorrem a ajudar e socorrer esses padecentes, dando-lhes forças e coragem para permanecerem firmes e confiantes, buscando diminuir neles a intensidade da dor, e, noutras circunstâncias, tendo em vista os novos méritos que resultam das conquistas individuais ou coletivas, desviando-as, atenuando-as, impedindo mesmo que se realize, pela constrição do sofrimento, a depuração espiritual, o que faculta meios de crescimento pelo amor em bênçãos edificantes capazes de anular o saldo devedor constritivo e perseverante, porque se a Justiça Divina é rigorosa e imutável, a Divina Misericórdia se consubstancia no amor, tendo-se em vista que Deus, nosso Pai Excelso, “é amor”.
"Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados". Mateus: capítulo 5º, versículo 4.
"De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida". Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 5º — Item 4.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 16.


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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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