CAMINHA
ALEGREMENTE
“Tendo cuidado de
que ninguém se prive da graça de Deus e de que nenhuma raiz de amargura,
brotando, vos perturbe e, por ela, muitos se contaminem.” — Paulo
Raízes de amargura existirão sempre, nos corações
humanos, aqui e ali, como sementes de plantas inúteis ou venenosas estarão no
seio de qualquer campo.
Contudo, tanto quanto é preciso expulsar a erva daninha
para que haja colheita nobre e farta, é indispensável relegar ao esquecimento
os problemas superados e as provações vencidas, para que reminiscências
destruidoras não brotem no solo da alma, produzindo os frutos azedos das
palavras e das ações infelizes.
Mãos prestimosas arrancarão o escalracho, em torno da
lavoura nascente, e atitudes valorosas devem extirpar do espírito as
recordações amargas, suscetíveis de perturbar o caminho.
Se alguém te trouxe dano ou se alguém te feriu, pensa nos
danos e nas feridas que terás causado a outrem, muitas vezes sem perceber. E
tanto quanto estimas ser desculpado, perdoa também, sem quaisquer restrições.
Observa a sabedoria de Deus na esfera da Natureza.
A fonte dissolve os detritos que lhe arrojam.
A luz não faz coleção de sombras.
Caminha alegremente e constrói para o bem, porque só o
bem permanecerá.
Seja qual for a dor que hajas sofrido, lembra-te de que
tudo amanhã será melhor se não engarrafares fel ou vinagre no coração.
Emmanuel - De “O Espírito da Verdade”, de Francisco Cândido
Xavier e Waldo Vieira
COMPANHEIROS MUDOS
“Deixai vir a mim
os pequeninos...” JESUS MARCOS, 10: 14.
“0 Espírito, pois, enverga, temporariamente, a túnica da
inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da
anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.”
Cap.VIII, 4.
Com excelentes
razões, mobilizas os talentos da palavra, a cada instante, permutando
impressões com os outros.
Selecionas
os melhores conceitos para os ouvidos de assembléias atentas.
Aconselhas
o bem, plasmando terminologia adequada para a exaltação da virtude.
Estudas
filologia e gramática, no culto à linguagem nobre.
Encontras
a frase exata, no momento certo, em que externas determinado ponto de vista.
Sabes
manejar o apontamento edificante, em família.
Lecionas
disciplinas diversas.
Debates
problemas sociais.
Analisas
os sucessos diários.
Questionas
serviços públicos.
Indiscutivelmente, o verbo é luz da vida, de que o próprio Jesus se
valeu para legar-nos o Evangelho Renovador.
Entretanto, nesta nota simples, vimos rogar-te apoio e consolação para
aqueles companheiros a quem a nossa destreza vocabular consegue servir em
sentido direto.
Comparecem, às centenas; aqui e ali...
Jazem famintos
e não comentam a carência de pão.
Amargam
dolorosa nudez e não reclamam contra o frio.
Experimentam agoniadas depressões morais, sem pedirem qualquer
reconforto à idéia religiosa.
Sofrem
prolongados suplícios orgânicos, incapazes de recorrer voluntariamente ao
amparo da medicina.
Pensa,
neles e, de coração enternecido, quanto puderes, oferece-lhes algo de teu amor,
através da peça de roupa ou da xícara de leite, da poção medicamentosa ou do
minuto de atenção e carinho, porque esses companheiros mudos e expectantes e
padecentes que não podem falar.
Emmanuel - Extraído do Livro da Esperança. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
PEQUENINOS
“Em verdade vos digo que aquele que não receber o reino
de Deus como uma criança nele não entrará. ” JESUS - MARCOS, 10: 15.
“A pureza do
coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda idéia de egoísmo e de orgulho.
Por isso é que
Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo, modo que a tomou
como humildade.”
No mundo,
resguardamos zelosamente livros e pergaminhos, empilhando compêndios e
documentações, em largas bibliotecas, que são cofres fortes do pensamento.
Preservamos
tesouros artísticos de outras eras, em museus que se fazem riquezas de
avaliação inapreciável.
Perfeitamente
compreensível que assim seja.
A educação não
prescinde da consulta ao passado.
Acautelamos a
existência de rebanhos e plantações contra flagelos despendendo milhões para
sustar ou diminuir a força destrutiva das inundações e das secas.
Mobilizamos verbas
astronômicas, no erguimento de recursos patrimoniais, devidos ao conforto da
coletividade, tanto no sustento e defesa, das instituições, quanto no
equilíbrio e aprimoramento das relações humanas.
Claramente normal
que isso aconteça.
Indispensável prover
às exigências do presente com todos os elementos necessários à respeitabilidade
da vida.
Urge, entretanto,
assegurar o porvir, a esboçar-se impreciso, no mundo ingênuo da infância.
Abandonar
pequeninos ao léu, na civilização magnificente da atualidade, é o mesmo que
levantar soberbo palácio, farto de viandas, abarrotado de excessos e faiscante
de luzes, relegando o futuro dono ao relaxamento e ao desespero, fora das
portas.
A criança de agora
erigir-se-nos-á fatalmente em biografia e retrato depois.
Além de tudo, é
preciso observar que, segundo os princípios da reencarnação, os mesmos de hoje
desempenharão, amanhã, junto de nós, a função de pais e conselheiros,
orientadores e chefes.
Não nos cansemos,
pois, de repetir que todos os bens e todos os males que depositarmos no
espírito da criança ser –nos- ão devolvidos.
Emmanuel - do livro - O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco
Cândido Xavier
MÁXIMO E MÍNIMO
“O homem bom do
bom tesouro do seu coração tira o bem...,” - JESUS - LUCAS, 6: 45.
“Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve
entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar
atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou. Cap 19, 11
Se aceitamos Jesus por Mestre, urge recordar que ele está
entre nós e os outros, conquanto sempre mais intimamente unido àqueles que se
aproximam famintos, cansados, desorientados, cambaleantes.
Muitas vezes, tomas a refeição, provando acepipes
diversos e largando à-toa pratos cheios que endereças, inconscientemente ao
cano de esgoto.
Há, porém, milhares de criaturas que se regozijariam com
diminuta porção das sobras que te despencam da mesa.
Recolhes a veste comum, verificando ornatos ou combinando
cores que te dignifiquem a presença, relegando peças e peças a descanso inútil
no armário.
Existem, contudo, milhares de infortunados, suspirando
pela roupa batida que afastaste de uso.
Via de regra, guardas no cofre, sem qualquer serventia, o
dinheiro de que não sentes necessidade, após a compra desse ou daquele objeto,
atendendo a passageiro capricho.
Todavia, repontam da estrada milhares de irmãos em
dolorosa penúria, para quem migalhas de teus recursos seriam clarões de
felicidade.
Não raro, consultas livros e publicações às dezenas, por
simples desembaraço, sem o menor pensamento de gratidão por aqueles que
consumiram fosfato e tempo, para que te não faltem esclarecimento e cultura.
Entretanto, nas trilhas que percorres, há milhares de
irmãos, ansiando aprender, aos olhos dos quais os textos mais elevados não
passam de garatujas e enigmas.
Razoável possuas casa própria a teu gosto, contudo, que
auxilies a extinguir no mundo a nódoa do desabrigo.
Justo detenhas o carro particular que te garanta
eficiência e conforto, no entanto, que ajudes a abolir a provação da nudez, no
trato de terra onde respires.
Compreensível acumules as mais altas reservas de
inteligência, todavia, ninguém esteja privado de buscar o alfabeto.
Mereces o máximo de segurança e alegria, mas não deixes
os outros sem o mínimo de apoio à necessária sustentação.
Se trazes o nome de Jesus na confissão da própria fé,
carregas no coração a luz do Cristianismo, e Cristianismo na essência, quer
dizer Jesus e os outros junto de nós.
Extraído do livro
O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
CRIANÇAS DOENTES
Acalentas nos braços o filhinho robusto que o lar te
trouxe e, com razão, te orgulhas dessa pérola viva. Os dedos lembram flores
desabrochando, os olhos trazem fulgurações dos astros, os cabelos recordam
estrigas de luz e a boca assemelha-se a concha nacarada em que os teus beijos
de ternura desfalecem de amor.
Guarda-o, de encontro ao peito, por tesouro celeste, mas
estende compassivas mãos aos pequeninos enfermos que chegam à Terra, como
lírios contundidos pelo granizo do sofrimento.
Para muitos deles, o dia claro ainda vem muito longe...
São aves cegas que não conhecem o próprio ninho, pássaros
mutilados, esmolando socorro em recantos sombrios da floresta do mundo...
Às vezes, parecem anjos pregados na cruz de um corpo
paralítico ou mostram no olhar a profunda tristeza da mente anuviada de densas
trevas.
Há quem diga que devem ser exterminados para que os
homens não se inquietem; contudo, Deus, que é a Bondade Perfeita, no-los confia
hoje, para que a vida, amanhã, se levante mais bela.
Diante, pois, do teu filhinho quinhoado de reconforto,
pensa neles!...
São nossos outros filhos do coração, que volvem das
existências passadas, mendigando entendimento e carinho, a fim de que se
desfaçam dos débitos contraídos consigo mesmos...
Entretanto, não lhes aguardes rogativas de compaixão, de
vez que, por agora, sabem tão-somente padecer e chorar.
Enternece-te e auxilia-os, quanto possas!...
E, cada vez que lhes ofertes a hora de assistência ou a
migalha de serviço, o leito agasalhante ou a lata de leite, a peça de roupa ou
a carícia do talco, perceberás que o júbilo do Bem Eterno te envolve a alma no
perfume da gratidão e na melodia da bênção.
Meimei - Do livro O Espírito da Verdade, psicografado por
Francisco Cândido Xavier
EDUCAÇÃO
O amor é a base do ensino.
Professor e aluno, cooperação mútua.
O auto-aprimoramento será sempre espontâneo.
Disciplina excessiva, caminho de violência.
A curiosidade construtiva ajuda o aprendizado.
Indagação ociosa, dúvida enfermiça.
Egoísmo nalma gera temor e insegurança.
Evangelho no coração, coragem na consciência.
Cada criatura é um mundo particular de trabalho e
experiência.
Não existe vocação compulsória.
Toda aula deve nascer do sentimento.
Automatismo na instrução, gelo na idéia.
A educação real não recompensa nem castiga.
A lição inicial do instrutor envolve em si mesma a
responsabilidade pessoal do aprendiz.
Os desvios da infância e da juventude refletem os desvios
da madureza.
Aproveitamento do estudante, eficiência do mestre.
Maternidade e paternidade são magistérios sublimes.
Lar, primeira escola; pais, primeiros professores;
primeiro dia de vida, primeira aula do filho.
Pais e educadores! Se o lar deve entrosar-se com a
escola, o culto do Evangelho em casa deve unir-se à matéria lecionada em
classe, na iluminação da mente em trânsito para as esferas superiores de Vida.
André Luiz - Do Livro O Espírito da Verdade. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
HIGIENE DO CORAÇÃO
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão
a Deus.” (Mateus, V, 8.)
Há corações limpos e há corações sujos. Para aqueles
reservou o Senhor a visão de Deus.
E assim como há necessidade da higiene do corpo, para que
o corpo funcione regularmente, com mais forte razão faz-se preciso higiene do coração,
para que o Espírito ande bem.
É preciso limpar o coração para se ver a Deus. Ninguém há
de coração sujo que tenha olhos abertos para o Supremo Artífice de Todas as
Coisas.
“A boca fala do que o coração está cheio; do interior
procedem as más ações, os maus pensamentos.”
Coração sujo, homem sujo; coração limpo, alma límpida,
apta para ver Deus.
Faz-se mister limpar o coração. Mas, de que forma começar
esse asseio?
É preciso que nos conheçamos primeiramente; é preciso
conhecermos o coração. Nosce te ipsum, conhece-te a ti mesmo! Saber quem somos
e os deveres que nos cumpre desempenhar; interrogar cotidianamente a nossa consciência;
exercitar um culto estritamente interno, tal é o início dessa tarefa grandiosa
para a qual fomos chamados à Terra.
A limpeza de coração substitui o culto externo pelo
interno. As genuflexões, as adorações pagãs, as preces, cantadas e mastigadas, nenhum
efeito têm diante de Deus.
O que o Senhor quer é a limpeza, a higiene do coração.
Fazer culto exterior sem o interior, é o mesmo que caiar
sepulcros que guardam podridões!
Limpar o coração é renunciar ao orgulho e egoísmo com
toda a sua prole malfazeja! É pensar, estudar, compreender; é crer no Amado
Filho de Deus pelos seus ditames redentores!
É ser bom, indulgente, caridoso, humilde, paciente,
progressista; é, finalmente, renunciar ao mal para abraçar o bem; deixar a
aparência pela realidade; preferir o Reino! dos Céus ao Reino do Mundo, pois só
dentro
do Supremo Reinado poderemos ver Deus!
CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS
EXPLICAÇÕES DO
MESTRE
Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de
Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces
entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas
revelações novas: — A idéia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente
sublime; todavia, como iniciar- me nela? Temos ouvido as pregações à beira do
lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão...
Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas
sintome presa a velhas normas.
Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma
vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada
aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.
A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o
sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.
— Para isso — comentou Pedro —, é indispensável a
boa-vontade.
— Com a fé em Nosso Pai Celestial — aventurou a esposa de
Simão —, atravessaremos os tropeços mais duros.
Em todos os presentes transparecia ansiosa expectativa
quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio: —
Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa? — É a criação de cabras —
redargüiu a interpelada, curiosa.
— Como procedes para conservar o leite inalterado e puro
no benefício doméstico? — Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível
lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado.
Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o
leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais
delicados.
Jesus sorriu e explanou: — Assim é a revelação celeste no
coração humano.
Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não
obstante superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que se
degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher.
Em verdade, Moisés e os Profetas foram valorosos
portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do Povo Escolhido não
purificaram suficientemente o receptáculo vivo do espírito para recebê-las.
É por isto que os nossos contemporâneos são justos e
injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo.
O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o
coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho.
Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da
incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino de Deus.
A pequena assembléia, na sala de Pedro, recebia a lição
sublime e singela, comovidamente, sem qualquer interferência verbal.
O Mestre, porém, levantando-se com discrição e humildade,
afagou os cabelos da senhora que o interpelara e concluiu, generoso: — O
orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota
lamacenta.
Não te esqueças desta verdade simples e clara da
Natureza.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar - Francisco C. Xavier
CONVITE À PUREZA
"Bem-aventurados os que têm puro o coração, por que
verão a Deus." (Mateus: capítulo 5º, versículo 8.)
Não importa quem foste, o que fizeste, quais os teus
equívocos e erros.
O peso dos desregramentos constitui já punição para
aqueles que o conduzem.
A condição de devedor representa marca indelével impressa
na consciência a surgir hoje eu depois, não permanecendo, porém, oculta, por
mais se deseje ignorá-la.
Face a isso, compreensível recomeçar com ardente desejo
de aproveitar o capital do tempo no comércio da oportunidade, como investimento
de bênção pela própria redenção.
Todos guardamos cicatrizes decorrentes de feridas morais,
quando não as trazemos ainda purulentas sob disfarces bem cuidados.
Ninguém avança pelo caminho do progresso moral sem o
contributo das experiências que decorrem do sofrimento, das lições dos erros,
das matrizes muitas vezes dolorosas da criminalidade...
Pureza, portanto, hoje.
Mais do que aparência, legítima constituição íntima de
propósitos materializando atos renovadores. Pureza na ação e no pensamento.
Há conspiração generalizada contra o estado de inocência
que não significa ignorância do mal, porém superação dele.
Toda comunicação atual vazada na técnica corruptora se
estriba nas torpezas morais, reduzindo o homem aos feixes dos instintos
grosseiros e às sensações animalizantes, em detrimento dos dínamos poderosos da
razão e da emoção superior..
Todavia, mediante o culto vigoroso do Evangelho, faz-se imperioso
o retorno à pureza para a conquista da paz.
Maria de Magdala, embora os equívocos sucessivos, após
conhecer Jesus passou a cultivar a pureza e tornou-se um símbolo da vitória da
razão sobre a paixão.
Saulo fanatizado, depois de ações cruéis, sintonizou com
o Cristo e se purificou mediante a auto-doação total, ampliando na Terra os
horizontes do Cristianismo.
Ninguém te exigirá documentação sobre o passado próximo.
Reinicia, agora, o teu programa de pureza e considera o conceito sublime do
Mestre, no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os que têm puro o coração,
porque verão a Deus", deixando-te comover e conduzir pela pureza a fim de
haurires plenitude de paz.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito
Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 44.
UM CORAÇÃO AFÁVEL
A complexidade da vida moderna parece conspirar contra a
tua paz interior e, maquinalmente conduzido pela multifária engrenagem, sentes
verdadeira conjuração dos fatores que conseguem, por fim, sulcar a tua face com
os sinais da intranqüilidade, da revolta, do azedume.
Não obstante o conforto que deriva das facilidades ao
acesso de grande parte dos homens, experimentas sérias conjunturas afligentes
que te molestam, solapando os alicerces da tua estrutura emocional.
Todavia, se te permitires ligeira análise das
possibilidades que fluem ao teu alcance, modificarás as disposições negativas e
te renovarás.
Enseja-te um coração afável.
Experimenta aplicar esses valores desconsiderados que são
a palavra gentil, o gesto simpático, o sorriso delicado, a paciência generosa,
e fortunas de verdadeira alegria espalharão moedas de bem-estar através de ti,
envolvendo-te, também num halo de felicidade interior.
Francisco de Assis, embora enfermo e asceta, caminhando
por sendas de cruas dificuldades, conseguia cantar as belezas da "irmã
natureza", dos "irmãos animais", dos "irmãos
pássaros"...
Helen Keller, conquanto limitada pela surdez, pela
cegueira e pela mudez, pede exaltar a beleza das paisagens, a claridade das
manhãs, a fragrância das flores, fazendo da existência um hino de louvor à
vida...
Gandhi, apesar de dispor de vastos recursos para o
triunfo mundano, abraçou a causa da "não violência" e deu-se
integralmente aos aflitos e necessitados em constantes recitativos de amor à
vida e abnegação pela vida.
Corações afáveis!
Quantas oportunidades desperdiças de semear júbilos fora
e dentro de ti mesmo, porque insignificante problema toldou a luz do teu
amanhecer, ou irritação por coisa de monta insignificante produziu um mal-estar
na execução do teu programa? Lutaste para conservar a mágoa, disputando a
tarefa de parecer e ser infeliz, esquecendo as fartas concessões que o teu
coração, tornado afável, poderia conseguir!
Simplifica o teu roteiro de ação, dilata a visão do bem
no panorama das tuas horas, e com o preço mínimo de um sorriso considera a
coleta de júbilos que dele se deriva e que poderás colher.
Jesus, dilatando o seu coração afável, contou as mais
belas hipérboles e hipérbatos, parábolas e poemas que o homem jamais escutou.
Um grão de mostarda, uma moeda insignificante, algumas varas, uma pérola
luminosa, peixes e redes, talentos e sementes receberam da sua afabilidade um
toque especial de beleza que comoveram, a princípio, uma mulher atormentada por
obsessão pertinaz, um príncipe petulante e douto, um cobrador de impostos
rejeitado, jovens homens da terra e velhos marujos decididos, sensibilizando,
depois, incontáveis corações para com eles inaugurar um reino diferente de
amor, que até hoje é a mais fascinante História da Humanidade.
Começa, desse modo, desde agora, a experiência de manter
um coração afável, disseminando bênçãos.
"Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão a Deus". Mateus: capítulo 5º, versículo 8.
"A pureza do coração é inseparável da simplicidade e
da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho" Evangelho Segundo
o Espiritismo. Capítulo 8º - Item 3.
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo
Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 34.
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