APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

E.S.E. - CAPÍTULO VIII - ITEM 11 A 17 - ESCÂNDALOS: CORTAR A MÃO



11 – O que escandalizar, porém, a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de atafona, e o lançassem ao fundo do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é necessário que sucedam escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo. Ora, se a tua mão, ou o teu pé, te escandaliza, corta-o e lança-o fora de ti. Melhor te é entrar na vida manco ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo do inferno. E se o teu olho te escandaliza, tira-o, e lança-o fora de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois, seres lançado no fogo do inferno. Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos declaro que os seus anjos no céu incessantemente estão vendo a face de meu Pai, que está nos céus. Porque o Filho do Homem veio a salvar o que havia perecido. (Mateus, XVIII: 6-11).
E se o teu olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; porque melhor te é que se perca um de teus membros, do que todo o teu corpo ser lançado no inferno. E se a tua mão direita te serve de escândalo, corta-a e lança-a fora de ti; porque melhor te é que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. (Mateus, V: 29-30).

12 – Em seu sentido vulgar, escândalo é tudo aquilo que choca a moral ou as conveniências, de maneira ostensiva. O escândalo não está propriamente na ação, mas nas repercussões que ela pode ter. A palavra escândalo implica sempre a idéia de um certo estrépito. Muitas pessoas se contentam com evitar o escândalo, porque o seu orgulho sofreria com ele e a sua consideração diminuiria entre os homens, procurando ocultar as suas torpezas, o que lhes basta para tranqüilizar a consciência. Esses são, segundo as palavras de Jesus: “sepulcros brancos por fora, mas cheios de podridão por dentro; vasos limpos por fora, mas sujos por dentro”.
No sentido evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão freqüentemente empregada, é muito mais ampla, motivo por que não é compreendida em certos casos. Escândalo não é somente o que choca a consciência alheia, mas tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas, todas as más ações de indivíduo para indivíduo, com ou sem repercussões. O escândalo, nesse caso, é o resultado efetivo do mal moral.

13 – É necessário que sucedem escândalos no mundo, disse Jesus, porque os homens, sendo ainda imperfeitos, têm inclinação para o mal, e porque as más árvores dão maus frutos. Devemos pois entender, por essas palavras, que o mal é uma conseqüência da imperfeição humana, e não que os homens tenham obrigação de praticá-lo.

14 – É necessário que venha o escândalo, para que os homens, em expiação na Terra, se punam a si mesmos, pelo contato de seus próprios vícios, dos quais são as primeiras vítimas, e cujos inconvenientes acabam por compreender. Depois que tiverem sofrido o mal, procurarão o remédio no bem. A reação desses vícios serve, portanto, ao mesmo tempo de castigo para uns e de prova para outros. É assim que Deus faz sair o bem do mal, e que os próprios homens aproveitam as coisas más ou desagradáveis.

15 – Se assim é, dir-se-á, o mal é necessário e durará sempre, pois se viesse a desaparecer, Deus ficaria privado de um poderoso meio de castigar os culpados. É inútil, portanto, procurar melhorar os homens. Mas, se não houvesse culpados, não haveria necessidade de castigos. Suponhamos a humanidade transformada numa comunhão de homens de bem: nenhum procuraria fazer mal ao próximo, e todos seriam felizes, porque seriam bons. Tal é o estado dos mundos adiantados, dos quais o mal foi excluído. Tal será o estado da Terra, quando houver progredido suficientemente. Mas enquanto certos mundos avançam, outros se formam, povoados por Espíritos primitivos, e que servem ainda de morada, de exílio e de lugar de expiação para os Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, rejeitados pelos mundos que se tornam felizes.

16 – Mas  ai daquele por quem vem o escândalo: quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento para a justiça divina, sendo utilizados os seus maus instintos, nem por isso deixou de fazer o mal, e deve ser punido. É assim, por exemplo,que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que o suporta, porque esse pai talvez tenha sido um mau filho, que fez sofrer o seu pai, e agora sofre a pena de talião. Mas o filho não terá desculpas por isso, e deverá ser castigado por sua vez, através dos seus próprios filhos ou de outra maneira.



17 – Se tua mão te serve de causa de escândalo, corta-a: figura enérgica, que seria absurdo tomar-se ao pé da letra, e que significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Quer dizer ainda que mais vale para o homem ter a mão cortada, do que esta ser para ele o instrumento de uma ação má; ser privado da vista, do que os seus olhos lhe servirem para maus pensamentos. Jesus nada disse de absurdo, para quem souber compreender o sentido alegórico e profundo das suas palavras; mas muitas coisas não podem ser compreendidas, sem a chave oferecida pelo Espiritismo.



TEXTOS DE APOIO



A ÚLTIMA CEIA

Reunidos os discípulos em companhia de Jesus, no primeiro dia das festas da Páscoa, como de outras vezes, o Mestre partiu o pão com a costumeira ternura. Seu olhar, contudo, embora sem trair a serenidade de todos os momentos, apresentava misterioso fulgor, como se sua alma, naquele instante, vibrasse ainda mais com os altos planos do invisível.
Os companheiros comentavam com simplicidade e alegria os sentimentos do povo, enquanto o Mestre meditava silencioso.
Em dado instante, tendo-se feito longa pausa entre os amigos palradores, o messias acentuou com firmeza impressionante.
– Amados, é chegada a hora em que se cumprirá a profecia da Escritura. Humilhado e ferido, terei de ensinar em Jerusalém a necessidade do sacrifício próprio, para que triunfe apenas uma espécie de vitória, tão passageira quanto as edificações do egoísmo ou do orgulho humano. Os homens têm aplaudido, em todos os tempos, as tribunas douradas, as marchas retumbantes dos exércitos que se glorificaram com despojos sangrentos, os grandes ambiciosos que dominaram à força o espírito inquieto das multidões ; entretanto, eu vim de meu Pai afim de ensinar como triunfam os que tombam no mundo, cumprindo um sagrado dever de amor, como mensageiros de um mundo melhor, onde reinam o bem e a verdade. Minha vitória é a dos que sabem ser derrotados entre os homens, para triunfarem com Deus, na divina construção de suas obras, imolando-se, com alegria, para glória de uma vida maior.
Ante a resolução expressa naquelas palavras firmes, os companheiros se entreolharam, ansiosos.
O Messias continuou :
– Não vos perturbeis com as minhas afirmativas, porque, em verdade, um de vós outros me há de trair!....As mãos, que eu acariciei, voltam-se agora contra mim. Todavia, minhalma está pronta para a execução dos desígnios de meu Pai.
A pequena assembléia fez-se lívida. Com exceção de Judas, que entabulara negociações particulares com os doutores do Templo, faltando apenas o ato do beijo, afim de consumar-se a sua defecção, ninguém poderia contar com as palavras amargas do Messias. Penosa sensação de mal-estar se estabelecera entre todos. O filho de Iscariote fazia o possível por dissimular as suas angustiosas impressões, guardado os companheiros se dirigiam ao Cristo com perguntas angustiadas. – Quem serão o traidor? – Disse Felipe, com estranho fulgor nos olhos.
– Serei eu? – Exclamou André, ingenuamente.
– Mas, afinal – objetou Tiago, filho de Alfeu, em voz alta – onde está Deus que não conjura semelhante perigo?
Jesus, que se mantivera em silêncio ante as primeiras interrogações, ergueu o olhar para o filho de Cléofas e advertiu:
– Tiago, faze calar a voz de tua pouca confiança na sabedoria que nos rege os destinos. Uma das maiores virtudes do discípulo do Evangelho é a de estar sempre pronto ao chamado da Providência Divina. Não importa onde e como seja o testemunho de nossa fé. O essencial é revelarmos a nossa união com Deus, em tôdas as circunstâncias, É indispensável não esquecer a nossa condição de servos de Deus, para bem lhe atendermos ao chamado, nas horas de tranqüilidade ou de sofrimento.
A êsse tempo, havendo-se o Messias calado de novo, João interveio, perguntando:
– Senhor, compreendo a vossa exortação e rogo ao Pai necessária fortaleza de ânimo; mas, por que motivo será justamente um dos vossos discípulos o traidor de vossa causa? Já nos ensinastes que, para se eliminarem do mundo os escândalos, outros escândalos se tornam necessários; contudo, ainda não pude atinar com a razão de um possível traidor, em nosso próprio colégio de edificação e de amizade.
Jesus pousou no interlocutor os olhos serenos e acentuou :
– Em verdade, cumpre-me afirmar que não me será possível dizer-vos tudo agora; entretanto, mais tarde, enviarei o Consolador, que vos esclarecerá em meu nome, como agora vos falo em nome de meu Pai.
E, detendo-se um pouco a refletir, continuou para o discípulo em particular :
– Ouve, João. Os desígnios de Deus, se são insondáveis, também são invariàvelmente justos e sábios. O escândalo desabrochará em nosso próprio círculo bem-amado, mas servirá de lição a todos aqueles que vierem depois de nossos passos, no divino serviço do Evangelho. Eles compreenderão que para atingirem a porta estreita da renúncia redentora hão de encontrar, muitas vezes, o abandono, a ingratidão e o desentendimento dos seres mais queridos. Isso revelará a necessidade de cada qual firmar-se no seu caminho para Deus, por mais espinhoso e sombrio que ele seja.
O apóstolo impressionara-se vivamente com as derradeiras palavras do Mestre e passou a meditar sobre seus ensinos.
***
As sensações de estranheza perduravam em toda a assembléia. Jesus, então, levantou-se e, oferecendo a cada companheiro um pedaço de pão, exclamou :
– Tornai e comei! Este é o meu corpo.
Em seguida, servindo a todos de uma pequena bilha de vinho, acrescentou :
– Bebei! Porque este é o meu sangue, dentro do Novo-Testamento, a confirmar as verdades de Deus.
Os discípulos lhe acolheram a suave recomendação, naturalmente surpreendidos, e Simão Pedro, sem dissimular a sua incompreensão do símbolo, interrogou :
– Mestre, que vem a ser isso?
– Amados – disse Jesus, com emoção – está muito próximo o nosso último instante de trabalho em conjunto e quero reiterar-vos as minhas recomendações de amor, feitas desde o primeiro dia do apostolado. Este pão significa o do banquete do Evangelho, este vinho é o sinal do espírito renovador dos meus ensinamentos. Constituirão o símbolo de nossa comunhão perene, no sagrado idealismo do amor, com que operaremos no mundo até o último dia. Todos os que partilharem conosco, através do tempo, desse pão eterno e desse vinho sagrado da alma, terão o espírito fecundado pela luz gloriosa do Reino de Deus que representa o objetivo santo dos nossos destinos.
Ponderando a intensidade do esforço a ser empregado e aludindo às multidões espirituais que se conservam sob a sua amorosa direção fora dos círculos da carne, nas esferas mais próximas da Terra, o Cristo acrescentou :
– Imenso é o trabalho da redenção, mesmo porque tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; mas, o Reino nos espera com sua eternidade luminosa!...
Altamente tocados pelas suas exortações solenes, porém, maravilhados ainda mais com as promessas daquele reinado venturoso e sem fim, que ainda não podiam compreender claramente, a maioria dos discípulos começou a discutir as aspirações e conquistas do futuro.
Enquanto Jesus se entretinha com João, em observações afetuosas, os filhos de Alfeu examinavam com Tiago as possíveis realizações dos tempos vindouros, antecipando opiniões sobre qual dos companheiros poderia ser o maior de todos, quando chegasse o Reino com as suas inauditas grandiosidades. Felipe afirmava a Simão Pedro que, depois do triunfo, todos deveriam entrar em Nazaré para revelar aos doutores e aos ricos da cidade a sua superioridade espiritual. Levi dirigia-se a Tomé e lhe fazia sentir que, verificada a vitória, se lhes constituía uma obrigação a marcha para o Templo ilustre, onde exigiriam seus poderes supremos. Tadeu esclarecia que o seu intento era dominar os mais fortes e impenitentes do mundo, para que aceitassem, de qualquer modo, a lição de Jesus.
O Mestre interrompera a sua palestra íntima com João, e os observava. As discussões iam acirradas. As palavras “maior de todos” soavam insistentemente aos seus ouvidos. Parecia que os componentes do sagrado colégio estavam na véspera da divisão de uma conquista material e, como os triunfadores do mundo, cada qual desejava a maior parte da presa. Com exceção de Judas, que se fechava num silêncio sombrio, quase todos discutiam com veemência. Sentindo-lhes a incompreensão, o Mestre pareceu contemplá-los com entristecida piedade.
***
Nesse instante, os apóstolos observaram que ele se erguia, Com espanto de todos, despiu a túnica singela e cingiu-se com uma toalha em torno dos rins, à moda dos escravos mais íntimos, a serviço dos seus senhores. E, como se fossem dispensáveis as palavras naquela hora decisiva de exemplificação, tomou de um vaso de água perfumada e, ajoelhando-se, começou a lavar os pés dos discípulos. Ante o protesto geral em face daquele ato de suprema humildade, Jesus repetiu o seu imorredouro ensinamento:
– Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o. sou. Se eu, Senhor e Mestre, vos lavo os pés, deveis igualmente lavar os pés uns dos outros no caminho da vida, porque no Reino do Bem e da Verdade o maior será sempre aquele que se fez sinceramente o menor de todos.


Irmão X - Humberto de Campos - Do livro “Boa Nova”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




PURITANISMO DO ESPÍRITA

"0 objetivo da religião é conduzir a Deus o homem. Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito. Logo, toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objetivo. Toda aquela em que o homem julgue poder apoiar-se para fazer o mal, ou é falsa, ou está falseada em seu princípio. Tal o resultado que dão as em que a forma sobreleva ao fundo. Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo, seja no que for. Semelhantes religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém, homens de bem." "Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, épreciso ter a do coração." 0 Evangelho Segundo Espiritismo -cap. 8- item 10

O puritanismo de alguns espíritas, nada mais é que a vivência exterior do Espiritismo, a criação de "prototipos de conduta" através de hábitos e costumes padronizados do tipo "espírita faz isso ou não faz aquilo".
O puritano é aquele que tem "códigos de identificação exterior", verdadeiros ritos e chavôes doutrinários que esquecem automaticamente tão logo se afastem dos locais de pregação e devoção.
Necessariamente o puritano não é um hipócrita, pode estar apenas vivendo um estágio de elaboração íntima na sua melhoria pessoal e necessita de "escoras" e "imitações" para, pouco a pouco, internalizar o que ainda permanece somente na órbita de seus pensamentos sem atingir seu modo de sentir. O problema surge quando há uma preferência por fazer amostragens de conduta espírita, teatralizando comportamentos e discursos com a única intenção de impressionar ou convencer, permanecendo nessa atitude anos após anos sem autenticidade e sinceridade.
A vivência real dos postulados espíritas é íntima no reino dos pensamentos e das tendências, dos sentimentos e dos ideais.
Ser puro é uma questão íntima. Foi Jesus quem disse que o Reino de Deus não viria com aparências exteriores. Lc 17:20.Ele também disse que os puros de coração veriam a Deus.(2)Mt 5:8.
Ser puro é a aspiração evolutiva mais elevada que se pode conceber em nosso estágio de vivências. O puritanismo, ao contrário, é algo exterior, uma "fachada" da atitude que não corresponde a valores autênticos. O rigorismo, o ascetismo, o moralismo são algumas de suas manifestações. No excesso de rigor aplicado ao comportamento próprio e das demais pessoas, é o radicalismo; na recriminação sistemática às questões mundanas é o ascetismo; na adoção constante de procedimentos artificiais aceitos como linhas comportamentais de um determinado grupo, é o moralismo.
Entre convivas espíritas são as ações e costumes tidos como coerentes com aquilo que a comunidade elegeu no seu padrão, criando estereótipos de "religiosos Kardecistas". Algo muito melindroso essa questão do estereótipo! Primeiramente porque pode constituir apenas um comportamento exterior, e depois porque incentiva exclusões e sectarismo para quem não esteja rigidamente de acordo com os perfis socialmente aceitos pela comunidade doutrinária.
O princípio das boas relações com o outro é estar bem consigo e o puritanismo é indício de uma má relação com a vida interior. Quase sempre as atitudes puritanas escondem imperfeições com as quais não se deseja fazer o auto-encontro. Como esse enfrentamento é difícil, através de mecanismos de defesa faz-se uma transferência para o outro, nascendo a postura que denota moralismo ou desajuste com o mundo externo.
Esse moralismo e desajuste podem ser percebidos em ações de recriminação, preconceito e reclusão, inclusive em nossos círculos espiritistas. Evidentemente, o homem agraciado com a luz do conhecimento espírita deverá ter um perfil adequado às propostas morais e sociais que o Espiritismo concita, conquanto devamos reconhecer que a má interpretação desse conhecimento enseja a presença de ostensivo desvirtuamento acerca daquilo que seja ou não essencial e educativo em matéria de conduta espírita.
Algumas temáticas pertinentes ávida no corpo físico demonstram com realismo a tese que estamos defendendo. Basta que façamos algumas interrogações e deixemos o debate ao sabor dos amigos espíritas que se encontram na experiência física: Como tem sido o relacionamento com o dinheiro? Qual tem sido o posicionamento diante das questões da sensualidade e afeto? Que se tem realizado no campo político social? Que contribuições são oferecidas na comunidade do bairro? Como andam as relações com os vizinhos que partilham ritmos de vida diversos? Que contributos se tem oferecido ao progresso do ambiente profissional de sua atuação? Os impostos são pagos com honestidade? Que cuidados são oferecidos ao corpo físico relativamente à sua beleza e saúde? Que ambientes e hábitos são escolhidos para diversão?
Notem que as indagações são bem pertinentes à sociedade terrena, a escola dos reencarnados. A razão desse enfoque é a de aferir a relação íntima com as questões do vosso mundo, porque a relação perturbada com essas e outras questões pode ensejar um puritanismo, um frágil e artificial relacionamento com as vivências necessárias ao progresso do espírito no mundo corporal.
Puritanismo é passar-se por puro sem o ser.
A pureza na Terra é relativa ao grau de aperfeiçoamento do estágio ainda inferior em que se encontra.
Os grandes homens puros da humanidade viveram no mundo sem ser do mundo, eis a nossa reflexão.
A soma do puritanismo de vários espíritas redunda em fazer do centro espírita ou do movimento uma "ilha paradisíaca" distante das problemáticas da sociedade, criando uma reclusão obstinada e confortável. Porém, espera-se o oposto de todos os homens laureados com a espiritualização de si mesmos. Espera-se aproximá-los o quanto possível, de forma justa e útil, dos assuntos humanos, cooperando com a purificação paulatina da humanidade. Não serão "modelos puritanos", inconsistentes e conversionistas, que promoverão a regeneração. Referimo-nos à participação pró-ativa, não necessariamente em partidos políticos, mas no ambiente onde se vive. Que adiantará para a libertação do passado ignominioso que acompanha a maioria de nós, se não lograrmos ser alguém melhor e mais solidário dentro do próprio lar? Que avaliação fazer de uma convivência "santificada" nas organizações espíritas, mantendo uma personalidade mutável e submissa aos hábitos deseducativos que nutrem os grupos de atuação social onde se movimenta?
Os "Guias da Verdade" apontaram excelente diretriz acerca desse insulamento quando afirmaram: "Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação. Evitando um mal, aquele que por tal motivo se insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e de caridade.
O puritanismo é exterminado com coerência, adequação interior, assumindo o intransferível compromisso de enfrentar nossas mazelas.
Ser puritano é "fazer de conta", e isso é um péssimo caminho para quem deseja ser feliz.
Que os grupos doutrinários trabalhem para que haja mais lealdade ao que se aprende e diz entre as suas "quatro paredes". Cultivar sólida fraternidade, a fim de formar um ambiente que se permita "ser quem é", onde haja campo para discutir: como parar de teatralizar quem gostaria de ser? Como atingir a meta de ser quem devemos e temos condições de ser?
Essa será uma importante discussão para os destinos da causa. 'O Livro dos Espíritos - questão 770A.
Estudemos com afinco e verificaremos que o orgulho é o grande patrocinador das atitudes puritanas, levando a criatura a imaginar ser alguém que, de fato, ela ainda não é. Via de regra essa imaginação especula em cima de uma auto-imagem super elevada, melíflua, tênue, "sagrada"...
Coloquemos os "pés no chão", a Terra pode contar com a contribuição espírita.
Ao invés de se tomar a iniciativa de querer levar essa "pureza artificial" adotadaem muitos centros doutrinários para a sociedade, tome-se a rota inversa e busque as lutas pessoais que se tem no mundo para tornar-se material de estudo e debate dentro dos centros, solidificando, posteriormente, uma conexão realista e eminentemente colaborativa com a abençoada sociedade acolhedora em que se renasceu.
Puritanismo, em muitos casos, é a outra face da hipocrisia. Talvez essa a razão da afirmativa do sábio Codificador:
-"Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a do coração ".
Ermance Dufaux - livro: Mereça Ser Feliz



NO DOMÍNIO DAS PROVAS

 “Ai do mundo par causa dos escândalos, porque é necessário que venham escândalos mas ai daquele por quem o escândalo vier. ” - JESUS - MATEUS, 18: 7 “

É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão.
 Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma conseqüência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo”. Cap.8,13.

 Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse furtar um filho querido de toda.
 relação com os revezes do mundo.
 Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de exceção.
 Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria exclusivamente na estufa, durante a fase de berço e, posto a cavaleiro, de perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se ia numa cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de mimos.
 Não freqüentaria qualquer educandário, a fim de não aturar professores austeros ou sofrer a influência de colegas que não lhe respirassem o mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto doméstico, apreciaria unicamente os assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe escolhesse.
 Isolar-se-ia de todo o contacto humano para não arrostar problemas e desconheceria todo o noticiário ambiente para não recolher informações que lhe desfigurassem a suavidade interior.
 Candura inviolável e ignorância completa.
 Santa inocência e inaptidão absoluta.
 Chega, porém, o dia em que o genitor, naturalmente vinculado a interesses outros, se ausenta compulsoriamente do lar e, tangido pela necessidade, o moço é obrigado a entrar na corrente da vida comum.
 Homem  feito, sofre o conflito da readaptação , que lhe rasga a carne e a alma, para que se lhe recupere o tempo perdido, e o filho acaba, enxergando insânia e crueldade onde o pai supunha cultivar preservação e carinho.
 A imagem  ilustra claramente a necessidade da encarnação e da reencarnação do espírito nos mundos; inumeráveis da imensidade cósmica, de maneira a que se lhe apurem as qualidades e se lhe institua a responsabilidade na consciência.
 Dificuldades e lutas semelham materiais didáticos na escola ou andaimes na construção; amealhada a cultura, ou levantado o edifício, desaparecem uns e outros.
 Abençoemos, pois, as disciplinas e as provas com que a Infinita Sabedoria nos acrisolam as forças, enrijando-nos o caráter.
 Ingenuidade é predicado encantador na personalidade, mas se o trabalho não a transfigura em tesouro de experiência, laboriosamente adquirido, não passará de flor preciosa a confundir-se no pó da terra, ao primeiro golpe de vento.

Emmanuel - Do Livro: O Livro Da Esperança - Psicografado Por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER




REENCARNAÇÃO

"Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida, coxo ou aleijado, do que tende duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno." - Jesus. (MATEUS, 18:8.)

Unicamente a reencarnação esclarece as questões do ser, do sofrimento e do destino. Em muitas ocasiões, falou-nos Jesus de seus belos e sábios princípios.
Esta passagem de Mateus é sumamente expressiva.
É indispensável considerar que o Mestre se dirigia a uma sociedade estagnada, quase morta.
No concerto das lições divinas que recebe, o cristão, a rigor, apenas conhece, de fato, um gênero de morte, a que sobrevém à consciência culpada pelo desvio das Lei; e os contemporâneos do Cristo, na maioria, eram criaturas sem atividade espiritual edificante, de alma endurecida e coração paralítico. A expressão "melhor te é entrar na vida" representa solução fundamental. Acaso, não eram os ouvintes pessoas humanas? Referia-se, porém, o Senhor à existência contínua, à vida de sempre, dentro da qual todo o espírito despertará para a sua gloriosa destinação de eternidade.
Na elevada simbologia de suas palavras, apresenta-nos Jesus o motivo determinante dos renascimentos dolorosos, em que observamos aleijados, cegos e paralíticos de berço, que pedem semelhantes provas como períodos de refazimento e regeneração indispensáveis à felicidade porvindoura.
Quanto à imagem do "fogo eterno", inserta nas letras evangélicas, é recurso muito adequado a lição porque, enquanto não se dispuser a criatura a viver com o Cristo, será impelida a fazê-lo, através de mil meios diferentes; se a rebeldia perdurar por infinidade de séculos, os processos purificadores permanecerão igualmente como o fogo material, que existirá na Terra enquanto o seu concurso perdurar no tempo como utilidade indispensável à vida física.

Emmanuel - Do livro Caminho, Verdade e Vida de Chico Xavier






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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

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LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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