APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

E.S.E. - CAPÍTULO VIII - ITEM 8 A 10 - VERDADEIRA PUREZA E MÃOS NÃO LAVADAS



8 – Então chegaram a ele uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que violam os teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos quando comem o pão. E ele, respondendo, lhes disse: E vós também, por que transgredis o mandamento de Deus, pela vossa tradição? Porque Deus disse: Honra a teu pai e a tua mãe, e o que amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, morra de morte. Vós outros, porém, dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: Toda a oferta que faço a Deus te aproveitará a ti, está cumprindo a lei. Pois é certo que o tal não honrará a seu pai ou a sua mãe. Assim é que vós tendes feito vão os mandamentos de Deus, pela vossa tradição. Hipócritas, bem profetizou de vós outros Isaías, quando diz: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me honram, ensinando doutrinas e mandamentos que vêm dos homens. E chamando a si as turbas, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem. Então, chegando-se a ele os discípulos, lhe disseram: Sabes que os fariseus, depois que ouviram o que disseste, ficaram escandalizados? Mas ele, respondendo, lhes disse: Toda a planta que meu Pai não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os; cegos são, e condutores de cegos. E se um cego guia a outro cego, ambos vêm a cair no barranco. E respondendo Pedro, lhe disse: Explica-nos essa parábola. E respondeu Jesus: Também vós outros estais ainda sem inteligência? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce ao ventre, e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo; porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem. (Mateus, XV: 1-20).

9 – E quando Jesus estava falando, pediu-lhe um fariseu que fosse jantar com ele, e havendo entrado, sentou-se à mesa. E o fariseu começou a discorrer lá consigo mesmo sobre o motivo por que não se tinha lavado antes de comer. E o Senhor lhe disse: Agora vós outros, os fariseus, limpais o que está por fora do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade. Néscios, quem fez tudo o que está de fora não fez também o que está de dentro? (Lucas, XI: 37-40).

10 – Os Judeus haviam negligenciado os verdadeiros mandamentos de Deus, apegando-se à prática de regras estabelecidas pelos homens, e das quais os rígidos observadores faziam casos de consciência. O fundo, muito simples, acabara por desaparecer sob a complicação da forma. Como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração, os homens se iludiam a si mesmos, acreditando-se quites com a justiça de Deus, porque se habituavam a essas práticas e continuavam como eram, sem se modificarem, pois lhes ensinavam que Deus não exigia nada mais. Eis porque o profeta dizia: “É em vão que esse povo me honra com os lábios, ensinando máximas e mandamentos dos homens”.
Assim também aconteceu com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser deixada em segundo plano, o que faz que muitos cristãos, à semelhança dos antigos judeus, creiam que a sua salvação está mais assegurada pelas práticas exteriores do que pelas da moral. É a esses acréscimos que os homens fizeram à lei de Deus, que Jesus se refere, quando diz: “Toda a planta que meu Pai não plantou, será arrancada pela raiz”.
A finalidade da religião é conduzir o homem a Deus. Mas o homem não chega a Deus enquanto não se fizer perfeito. Toda religião, portanto, que não melhorar o homem, não atinge a sua finalidade. Aquela em que ele pensa poder apoiar-se para fazer o mal, é falsa ou foi falseada no seu início. Esse é o resultado a que chegam todas aquelas em que a forma supera o fundo. A crença na eficácia dos símbolos exteriores é nula, quando não impede os assassínios, os adultérios, as espoliações, as calúnias e a prática do mal ao próximo, seja qual for. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem.

Não é suficiente ter as aparências da pureza, é necessário antes de tudo ter a pureza de coração.




TEXTOS DE APOIO 


IMPOSIÇÕES

“... Não é o que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do homem. O que sai da boca parte do
coração, e é o que torna o homem impuro...”
 “... mas comer sem ter lavado as mãos não é o que torna um homem impuro...” (Capítulo 8, item 8.)

 Os costumes de uma época refletem de tal maneira sobre os indivíduos que eles passam a vê-los primeiramente como “normas sociais”, depois como “valores morais”, culminando finalmente como “ordens divinas”.
 A liberdade de pensar e agir é um dos direitos mais sagrados do homem e, portanto, asas poderosas para o seu adiantamento espiritual. Liberdade da qual ele nunca deverá abrir mão, em hipótese alguma. Pessoas amarradas por normas opressoras mal podem respirar o ar de suas próprias idéias e mal podem se locomover para o crescimento interior, porque aspirações são anuladas, gestos são vigiados, anseios são negados constantemente.
 “Não é o que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do homem.” - adverte Jesus de Nazaré às criaturas de seu tempo, que se apegaram às práticas e regulamentos preestabelecidos pelos homens e dos quais eles mesmos, por ser pessoas ortodoxas e intolerantes, faziam “casos de consciência.
 Os judeus, por confundirem freqüentemente leis divinas com leis civis, atribuíam ao costume de lavar as mãos antes das refeições, à circuncisão, às questões do sábado e a outras tantas situações sociais, motivos geradores de polêmicas religiosas, porque se prestavam mais às práticas exteriores do que aos verdadeiros anseios de renovação das almas.
As pessoas de bem, no início do século, declaravam que os senhores dignos e respeitáveis deveriam somente sair à rua de chapéu, paletó e gravata, bem como, as honradas senhoras, de forma alguma, andariam desacompanhadas da família, devendo vestir também toda uma “toilette” impecável com imprescindíveis luvas, chapéus, leques e lenços perfumados, como elementos de “bem se compor” das elites da época.
No tempo de Jesus não poderia ser diferente. Ele, vivendo entre criaturas radicais, fanáticas pelas crenças religiosas do passado, que cultuavam “normas” e “regras” dadas pelos antigos profetas, haveria de não ser compreendido por sua postura de relacionamento livre de preconceitos e por ensinar sempre novos aspectos de ver e sentir a vida.
O Mestre tinha “senso de alma”, ou seja, bom senso, porque usava sua sensibilidade e lógica para orientar a si mesmo e aos outros que lhe escutavam as lições de sabedoria, pois era contrário à superstição e à hipocrisia dos que “honravam com os lábios, mas não com o coração”.
O que é moral ou imoral é relativo, em se tratando de costumes e regras sociais, porque em cada tempo, em cada era e em cada povo mudam-se as leis sociais, mudam-se os valores, muda-se a moral social.
No entanto, a moral à qual se reportava o Cristo de Deus não era aquela estabelecida pelos padrões imperfeitos do conhecimento humano, nem a que faz comparações do que é adequado ou inadequado, nem a que faz estatística e rotula coisas e pessoas.
Entende-se que nossa alma tem sua própria história de vida, que somos totalmente individualizados por termos sido expostos a diversos estímulos e experiências diferentes ao longo da nossa jornada, na multiplicidade das vidas, e, portanto, devemos ser vistos de conformidade com a nossa vida interior.
Ele sabia que grande parte do nosso sofrimento ou conflitos internos provinha do fato de nos considerarmos errados, por não estarmos dentro dos moldes convencionados pela sociedade em que vivemos.
Matar será sempre imoral perante as Leis Divinas, apesar de que, dentro dos padrões da “moral social”, matar na guerra é motivo de condecorações com medalhas e honrarias.
Dessa forma, analisemos, raciocinando com discernimento: a que moral nós estamos nos prendendo? A das leis passageiras da elite de uma época, ou a das leis eternas e verdadeiras de todos os tempos?
Pesquisemos atentamente os alicerces de nossa conduta moral. Eles podem ser os frutos de nossa dor, por permanecermos presos ao conflito de “lavarmos ou não as mãos”; ou podem ser as
raízes de nossa felicidade, por seguirmos Jesus escutando a voz do nosso coração.
Hammed – Renovando Atitudes




O QUE PROCEDE DO CORAÇÃO

“Escutai e compreendei bem isto: – Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. – O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem”. (Mateus, 15:11)
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap. VIII, Item 8

Dentre os velhos inimigos a burilar na caminhada educativa, as tendências que assinalam nosso estágio de aprendizado espiritual constituem fortes impulsos da alma que desviam o ser de seu trajeto natural na aquisição das virtudes. Tendências são inclinações, pendores que determinam algumas características comportamentais da personalidade. Muitas delas foram adquiridas em várias etapas reencarnatórias e sedimentam o sistema de valores, com o qual a criatura faz suas escolhas na rotina da existência. Entre essas inclinações, vamos encontrar  a adoração exterior como sendo hábito profundamente arraigado na mente determinando  forte vocação para a ritualização, o místico e a valorização de tradições religiosas, através da qual o homem faz seu encontro com Deus. Muito natural que nos dias atuais as manifestações exteriores em relação à divindade prevaleçam na humanidade terrena, considerando que o seu  trajeto espiritual se encontra bem mais perto da animalidade que da angelitude. Nesse sentido, é interessante analisar que, mesmo nas fileiras da doutrina da fé raciocinada, encontra­se a maioria de seus adeptos engalfinhados em vigorosas reminiscências que fizeram parte das movimentações da alma nas vivências das religiões tradicionais. Atrofiamento do raciocínio, supervalorização dos valores institucionais, engessamento de conceitos, sensação de missionarismo religioso, atitude de supremacia da verdade, idolatria a seres “superiores”, submissão de conveniência a líderes, relação de absolvição ou  penitência com práticas espíritas, desvalorização de si mesmo em razão da condição de pecador, condutas puritanas perante a sociedade e seus costumes, cultivo de comportamentos moralistas, confusão entre pureza exterior e renovação íntima, essas são algumas tendências que se apresentam junto aos nossos celeiros espíritas, remanescentes de fortes condicionamentos psíquicos.
Semelhantes caracteres imprimiram um padrão de práticas e conceitos no movimento espírita que, de alguma forma, estipulam referências a serem adotadas pelos seus seguidores. Com todo respeito a fraternidade, necessitamos urgentemente ter a coragem de avaliar com sinceridade as influências “éticas” perniciosas dessas tendências no quadro de nossas vivências espiritistas. São reflexos inevitáveis do crescimento evolutivo que ninguém pode negar, mas daí a aceitá­las sem quaisquer esforços de melhoria, é conivência e pusilanimidade. Torná­las uma referência religiosa pela qual se deva reconhecer o verdadeiro seguidor do Espiritismo é uma atitude recheada de ancestralismo e hipocrisia. A comunidade espírita, que tantas benfeitorias tem prestado ao mundo, carece de uma reavaliação global em sua estrutura no que tange à noção de comprometimento. Convém que os líderes mais sensibilizados instiguem a formação da cultura da franqueza com fraternidade e clareza, no intuito de estabelecer uma oxigenação na sementeira para obtenção de mais qualidades nos frutos. Muitos companheiros, os quais merecem nossa compreensão, costumam disseminar a concepção de que tudo deve correr conforme os acontecimentos, e justificam­se com a frase: “se fazendo assim está dando certo, porque mudar?” Em verdade, o que deveríamos pensar é: se fazendo assim estamos colhendo algo, então quanto não colheríamos se fizéssemos melhor, se nos abríssemos às renovações que a hora reclama?!! 
Há uma acomodação lamentável que precisa ser aferida. A noção espírita de comprometimento foi acintosamente assaltada pelas velhas tendências de conseguir o máximo fazendo o mínimo. É a devoção exterior, a influência marcante da personalidade impregnada de religiosismo estéril querendo tomar conta da cabeça e do coração daqueles que estão sendo chamados a novos e mais altaneiros compromissos, na espiritualização de si mesmo e da comunidade onde floresceram. Frágil padrão de validação da conduta espírita tem tomado conta dos costumes entre os idealistas. Enraizou­se o axioma “espírita faz isso e não faz aquilo” que tenta enquadrar o valor das ações em estereótipos de insustentável bom senso. Estereótipos, como seria óbvio, que sofrem as fantasias do “homem­velho” habituado a sempre rechear com facilidades os seus caminhos em direção ao Pai, a fim de não ter que se enfrentar e assumir a árdua batalha contra suas ilusões enfermiças. É assim que vamos notando uma supervalorização das coisas, como a não  adoção de alimentação carnívora, a impropriedade de não frequentar certos ambientes sociais, a fuga da ação política, a análise da vida dissociada das ciências e conquistas humanas, a interminável procura do passe como instrumento de melhoria espiritual ao longo de anos a fio, não chorar em velórios, distanciamento da riqueza como se fosse um mal em si mesma, cenho carregado como sinônimo de
32 – Ermance Dufaux
responsabilidade, silêncio tumular nos ambientes espíritas. Se fumar, não é espírita;
se separar matrimonialmente, tem a reencarnação fracassada; se ingerir alcoólicos, não pode ser considerado alguém em reforma; se for homossexual, não pode entrar 
no centro; e assim prosseguem as idiossincrasias que são estipuladas uma aqui, outras acolá. Absolutamente não devemos desprezar o valor de todas essas questões, quando bem orientadas para o bem senso e a lógica. Entretanto, nenhuma dessas posturas é referência segura sobre a qualidade de nossos sentimentos, o que parte do coração. O que sai do coração e passa pela boca é o critério de validação de nossa realidade espiritual. Por ele se conhece a verdadeira pureza, a pureza interior que é determinada pela forma como sentimos a vida que nos rodeia. E sobre esse assunto só temos condições de avaliar o que se passa no nosso íntimo, jamais o que “sai” no coração do outro. Sem dúvida alguma a pureza exterior  pode ser um ensaio, um primeiro passo para o ingresso definitivo da Verdade em nosso coração. Todavia, amigos de ideal, pensemos se não estamos passando tempo demais na confortável zona do desculpismo, desejosos de facilitar para a consciência nossa noção sobre o que é “ser espírita”.Quem muito recebeu, muito será pedido 10. Em conclusão, comentamos que há muitos companheiros queridos do nosso ideário satisfeitos com o fato de apenas evitarem o mal, entretanto, estejamos alerta para a única
referência ética que servirá a cada um de nós no reino da alma liberta da vida física: fazer todo o bem que pudermos no alcance de nossas forças 11. Fora isso, somente trabalhando por uma imensa metamorfose nos reinos do coração de onde procedem todos os males. 
10 LUCAS, 12:47­48. 
11 O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Questão 770­a.
Livro: REFORMA ÍNTIMA SEM MARTIRIO – Ermance Dufaux





O FILHO EXCEPCIONAL
Chico Xavier

“O poema “Romance na Vida” foi recebido em nossa reunião pública. O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu o item 8 do seu capítulo XIV e O Livro dos Espíritos a questão 372 para estudo.
Feitos os comentários por companheiros presentes, quem se comunicou foi o poeta Alphonsus de Guimaraens, doando-nos a peça poética que passo às suas mãos. Consideramo-la adequada e comovente.
Com surpresa, porém, na manhã seguinte à reunião, ao sair de casa, fomos procurados por uma senhora que nos trouxe o filhinho excepcional para conhecermos, solicitando o amparo do Dr. Bezerra de Menezes em seu favor.
Essa senhora, em quase penúria, disse-nos haver estado presente na reunião pública da véspera; só não trouxera o pequeno enfermo por ter chegado já muito tarde, procedente de Ouro Preto. Deixara o doentinho em descanso numa pensão.
Conquanto muito sofredora, prestara atenção à mensagem e viera pedir uma cópia.
Comovi-me muito e fiquei meditando no assunto.”
NOTA – O item 8 do capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo trata do parentesco corporal e espiritual, mostrando que os espíritos não se ligam pelos chamados laços de sangue, mas por afinidades espirituais. O item 372 de O livro dos Espíritos consiste na seguinte pergunta de Kardec: “Qual o objetivo da Providência ao criar seres desgraçados como os cretinos e os idiotas?”. A resposta dos espíritos é a seguinte: “São os espíritos em punição que vivem em corpos de idiotas. Esses espíritos sofrem com o constrangimento a que estão sujeitos e pela impossibilidade de manifestar-se através de órgãos não desenvolvidos ou defeituosos”.

ROMANCE NA VIDA
Aphonsus de Guimaraens

No campo, em que o luar engrinalda a escumilha,
O par freme de amor, a noite dorme e brilha.
Ele, o poeta aldeão, era humilde pastor;
Ela, a fidalga, expunha a mocidade em flor.
Ao longe da mansão, quantos beijos ao vento!...
Quantas juras de afeto à luz do firmamento!
Em certa noite, a eleita envia antigo pajem
Que entrega ao moço ansioso imprevista mensagem.
“Perdoe – a carta diz – se não lhe fui sincera
Desposarei agora o homem que me espera.
Nunca deslustrarei o nome de meus pais.
Nosso amor foi um sonho... Um sonho. Nada mais.”
Chora o moço infeliz, sem ninguém que o conforte,
Surdo à razão, anseia arrojar-se na morte.
Corre à choça de taipa. A gesto subitâneo,
Arma-se em desespero e arrasa o próprio crânio.
Foi-se o tempo... E, no Além, o menestrel suicida
Era um louco implorando um novo corpo à vida.
Um dia, a castelã, no refúgio dourado,
Morre amargando, aflita, as lições do passado.
Pendem alvos jasmins do féretro suspenso,
Filhos clamam adeus em volutas de incenso.
Largando-se, por fim, dos enfeites de prata,
Sente-se agora a dama envilecida e ingrata.
Lembra o campo de outrora e o pobre moço aldeão,
Pede para revê-lo e rogar-lhe perdão.
Encontra-o, finalmente, em vasta enfermaria,
Demente, cego e mudo em angústia sombria.
Ela suporta em pranto a culpa que a reprova,
Quer voltar para a Terra e dar-lhe vida nova.
A eterna Lei de Amor no amor se lhe revela,
Retorna ao corpo denso em aldeia singela.
Hoje, mãe a sofrer, fina-se, pouco a pouco,
Carregando no colo um filho mudo e louco...
E enquanto o enfermo espraia o olhar triste e sem brilho,
Ela vive a rogar: “Não me deixes, meu filho!...”
O romance prossegue e os momentos se vão...
Bendita seja a dor que talha a perfeição.

NAS MONTANHAS DE MINAS
Irmão Saulo

Cabe reproduzir aqui estas palavras de Fernando Góes sobre o poeta comunicante: “Alphonsus de Guimaraens foi sempre um tímido que nunca ambicionou outra coisa senão compor seus versos místicos e de amores tristes, na solidão das montanhas de Minas”.
A solidão das montanhas de Minas está mais cheia de assombros do que pode supor o ensaísta e historiador do nosso Simbolismo, no volume IV de “Panorama da Poesia Brasileira”. Alphonsus de Guimaraens continua a vagar por ali, onde agora descobre histórias mais tristes de amor para cantá-las através da harpa mediúnica de Chico Xavier. O estilo e a temática do poeta o identificam nesse poema que nos envia inesperadamente do Além.
Diz o médium que ficou “meditando no assunto” ao ser abordado pela pobre mãe que lhe pedia cópia do poema. Na sua modéstia e na sua humildade, Chico não quis chegar por si mesmo às conclusões que vamos tirar desse episódio mediúnico. As aparentes coincidências que o marcam revelam a verdade oculta. São o que hoje se chama em Parapsicologia de coincidências significativas, mas num sentido mais amplo.
Os dois livros de Kardec citados por Chico Xavier são sempre abertos ao acaso e os dois ofereceram trechos coincidentes para a leitura e o estudo da noite. O poema de Alphonsus de Guimaraens, após os diversos comentários – cada comentarista encarando o tema a seu modo – restabeleceu o fio das coincidências ao contar uma história antiga, de amor triste frustrado, ao gosto do poeta quando em vida.
Chico não sabia da presença da mãe infeliz na sessão. A mãe, entretanto, apesar de sua situação de miséria e aparente ignorância, captou no poema a sua própria história, vivida em encarnação anterior, nos tempos medievais. É assim que a verdade oculta se revela para os que têm, como ensinava Jesus, olhos de ver e ouvidos de ouvir. Na solidão das montanhas de Minas uma tragédia européia veio ter o seu desfecho em nossos dias. E o poeta dos amores tristes, que nasceu, viveu e morreu em Ouro Preto, incumbiu-se de revelá-la em seus versos límpidos, perfeitos, carregados da mesma melancolia que impregna toda a sua musa, usando agora a psicografia de Chico Xavier.
Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos




A TRADIÇÃO E O MANDAMENTO

“Então vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram-lhe: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos quando comem pão. Respondeu-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição: Pois Deus disse: Honra a teu pai e a tua mãe, e também: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, seja morto; mas vós ensinais: Aquilo que eu te poderia dar já ofereci a Deus; o tal não precisará mais honrar a seu pai nem a sua mãe. Assim invalidais a Palavra de Deus por causa da vossa tradição.” (Mateus, XV, 1-6.)

A pretensão e o orgulho religioso se têm revoltado em todos os tempos contra os princípios fundamentais da Religião, substituindo o mandamento pela tradição.
Essa obra nefasta do farisaísmo se vai eternizando a ponto de chegarmos ao esquecimento das coisas divinas, como acontece em nosso século.
O homem tradicionalista não conhece absolutamente a Religião. Preso aos dogmas e preceitos humanos, limita-se ao culto exterior, deixando o interior cheio de rapina e podridão.
Eis o maior dos pecados: comer o pão sem lavar as mãos. Ontem, como hoje, não era pecado comer o pão com o suor alheio, mas quem chegasse a comê-lo sem “lavar as mãos”, cometia crime de lesa divindade!
Estando de mãos limpas, bem lavadas com sabonete fino, todos podem tomar parte na “mesa da comunhão”, certos de que dali sairão limpos de pecados.
Os figurões já sabem disso: lavam as mãos, ornam as igrejas com imagens e lanternetas; e os pobres que passem fome, os enfermos que se lamentem, os desprotegidos da sorte que chorem!
Desde que as capelas estejam ornadas, as imagens bem vestidas, os altares dourados e os sinos bimbalhando, apresentando-se o culto com vida, pereçam os pobres na sua nudez, gritem os sofredores, conserve-se frio e sem lume o fogão dos infelizes!
Obedecida a tradição, que importa o mandamento!
O mandamento é de Deus e Deus não se vê; a tradição é dos homens e ai estão os homens guardando a tradição, “tesouro” que lhes legaram seus pais e avós!
Não é isso o que se observa em toda parte! Onde estão os hospitais, os asilos, as escolas para as crianças órfãs?
E aqueles que ainda se vêem, com que descaso são mantidos, e como são dirigidos!
Não há dúvidas de que há absoluta paridade entre a época atual e aquela em que Jesus veio ao mundo.
Os mesmos escribas e fariseus de outrora se manifestam hoje, e de modo, parece, ainda mais impreterito que os de então.
Em todas as classes sociais a perversão de caráter se salienta de maneira tão nojenta que é preciso andar no mundo sem ser do mundo, para se poder fazer alguma coisa em proveito próprio.
Fariseus surgem de todos os lados com perguntas insidiosas; escribas pervertidos desnaturam a missão da Imprensa; falsos profetas e obreiros fraudulentos especulam com as coisas mais santas, levando a confusão aos lares e às sociedades)
Decididamente não se vê mais que tradição — mãos lavadas!
A Misericórdia não mais alimenta os corações e a Fé há muito não aquece as almas com a sua chama vivificadora. Atualmente, o que se vê são holocaustos e sacrifícios, e a palavra de Deus invalidada por causa da tradição.
Os ensinos de Jesus permanecem encerrados por aqueles que se dizem seus representantes, para que a tradição continue a vigorar e os mandamentos das Igrejas não sejam absorvidos pelos mandamentos de Deus.
O culto não é dado ao Criador, como o Espírito ensinou a Abraão, a Moisés e pelos lábios de Jesus, mas à criatura, contra os preceitos do Decálogo e os ensinos cristãos, tão esquecidos em nossa época.
Entretanto, tenhamos fé, nem tudo está perdido. Quando o Sol se esconde no poente e a Terra é envolvida no manto de trevas, tudo parece caos, confusão, mas, daí a pouco surge a alvorada e o mesmo Sol ilumina o mundo e dá-lhe vida.
Tenhamos fé: a uma época de miséria sucede outra de fartura, assim como às seis vacas gordas sucederam as magras, e as espigas bem granadas vieram substituir as chochas.
Parábolas e ensinos de Jesus – Cairbar Schutel 




PROJETOS DE RELIGIOSIDADE NA PROMOÇÃO HUMANA

"O objetivo da religião é conduzir a Deus o homem. Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito. Logo, toda religião que não torna melhor o homem não alcança o seu o objetivo." O ESE, cap. VIII, ítem 10.

Religiosidade é o conjunto das atitudes, idéias e sentimentos afinados com as diretrizes das Leis Divinas ou Naturais.
Por analogia, assinalemos o sentimento como sendo o templo interno de nossa busca a Deus pelo coração, e as atitudes como o altar sagrado de nossa comunhão com o Pai. Para o encontro com o Pai não nos bastará a permanência no templo sem a genuflexão no altar. Se os bons sentimentos são fonte de equilíbrio, somente as atitudes são chaves libertadoras aos mais amplos vôos no rumo da conscientização.
Imprescindível resgatar essa conotação de religiosidade em detrimento de nosso indesejável religiosismo milenar, isto é, as atitudes que decorrem do apego a rígidas estruturas religiosas arquivadas nos profundos porões da mente. A adesão voluntária à religião universal da caridade é a fonte de permanente revitalização do afeto e do amor. Com ela adquirimos o espírito renovador que resgatará os ambientes de simplicidade e júbilos incontáveis para nossas casas espíritas, sob o influxo da convivência educativa.
O psiquismo religioso como natural formação cultural ainda é ostensivo no que tange a delinear as plataformas de ação do Centro Espírita. Todavia, nossas casas de consolo são convocadas a se promover a centros educativos da alma. A prolongada fixação no consolo sem descortinar os roteiros de libertação oferece campo para a estagnação e o fanatismo. A tarefa do Centro Espírita não deve se circunscrever a amenizar as lutas humanas. A humanidade precisa de educação tanto quanto de conforto afetuoso.
Não basta aliviar as dores, é indispensável ensinar a construir a felicidade.
Utilizando a advertência de Bezerra de Menezes, perguntemos: "Como assumir esse compromisso de tornar a casa doutrinária uma escola capacitadora de virtudes e formadora do homem de bem?"
O benfeitor propõe um caminho:
"Elaboremos um programa educacional centrado em valores humanos para dirigentes, trabalhadores, médiuns, pais, mães, jovens, velhos e o apliquemos consentaneamente com as bases da Doutrina".1717. Seara bendita, diversos Espíritos, introdução, DUFAUX.
Em todos os tempos, os projetos de religião sempre compareceram organizando as comunidades e propondo metas, e foi por falta de projetos de religiosidade que as organizações se desviaram de seus sagrados objetivos educativos. Igualmente, nossas agremiações espíritas, ainda que contabilizando conquistas apreciáveis no terreno da orientação e da promoção humana, podem avançar muito mais por meio da edificação de ambientes regenerativos ricos de humanismo e distante da padronização.
O contexto social da modernidade apela para diretrizes mais claras de significado, com linguagem apropriada ao contexto e com práticas que sintonizem o homem com seus sentimentos. Nenhum projeto educacional pode desconsiderar a singularidade humana, sendo, portanto, sob análise construtivista, contraproducente aderir a convenções que raiam para rigidez e estrangulam a criatividade, a alteridade.
Os núcleos doutrinários da atualidade têm como urgente e indeclinável tarefa auxiliar o ser humano na matriz de todas as suas doenças, a doença-mãe chamada doença do sentido, ou seja, a incapacidade de dar um significado útil e prazeroso a sua vida. O tema fé deve constituir o centro desse curso de autoamor e despertamento da sensibilidade.
A propósito, o que é a fé? Como desenvolver a fé? Fé é algo inato ou passível de desenvolvimento? Por que a fé é tão importante para dar um sentido à existência? O que tem impedido o homem de utilizar sua fé? Até onde a religião é útil para a fé? Qual a relação entre fé e religiosidade? Como entender a colocação: *
"Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem?"1818. O evangelho segundo o espiritismo, capítulo XIX, item II.
O prazer de viver está intrinsecamente conectado a esse tema. E' o prazer de viver é a maior conquista das pessoas livres, felizes e conscientes. Muitos corações queridos do espiritismo estão exemplarmente integrados aos projetos religiosos sob enfoque da doutrina, entretanto, ainda não amealharam a alegria de existir, o prazer de ser o que são, o sorriso de ternura e a vibração da paz.
O tempo passa. A reencarnação se esvai. Ainda assim permanece a proposta de fazer de cada um de nós o roteiro de luz e felicidade que irradiará para os homens a mensagem excelsa da imortalidade e do amor. Ergamos as trincheiras do desapego de conceitos e pontos de vista. Acompanhemos a lufada renovadora de bênçãos que atinge a nossa seara, e vigiemos para não cair nas malhas do imobilismo.
Mais que purismo filosófico, atitudes humanizadoras.
Mais que amor à doutrina, laços de afeto com o próximo.
Nossas reflexões podem parecer um tanto fora da realidade para alguns, mas foram todas inspiradas na palavra e na ação de homens e mulheres que souberam materializá-las, em reencarnações vitoriosas, na história do espiritismo brasileiro, e que, segundo eles, constituirão o núcleo da plataforma do movimento espírita do século XXI, na preparação do milênio da regeneração humana. Devemos lembrar que esse engano do coração, de fantasiar onde existe a Verdade, foi o que nos levou a dois mil anos de desprezo à proposta de Jesus, a qual somente agora começamos a sentir o valor. Portanto, não será demais afirmar que quando não conseguimos plenificar o amor em atitudes, a tendência é escravizá-lo a belos raciocínios no intuito de aliviar nossa consciência e adiar um tanto mais nosso tempo de amar...
Nossa causa é o bem vivido e sentido. Injustificável qualquer receio em inverter esta ordem e priorizar a defesa aos princípios doutrinários, que cada dia mais estão consolidados no inconsciente coletivo da humanidade.
Infelizmente, muitos substituíram a fraternidade em favor das convenções. Eles próprios, contudo, pagam por si mesmos um severo preço. Na intimidade amargam o frio das rudes provas por meio dos sentimentos de dúvida e adiam as suas chances pessoais de romper com as envelhecidas barreiras entre o que pensam que são e aquilo que realmente os espera no país da Verdade Imortal.
Teremos de mencionar sempre o amor, já que ainda não o conseguimos plenificar em nossas atitudes, porque, se deixarmos de falar sobre ele, o esqueceremos de vez.
Recordemos com a própria doutrina espírita que o conhecimento será instrumento disciplinador do coração, mas somente a convivência edificada em legítimos gestos de amor será a nossa alforria perante a vida futura, que nos aguarda logo mais.
Trabalhemos todos pela vitalidade de nossos ideais de aproximação e convivência salutar, ajustando-nos à transformação pelos princípios do Homem de Bem. Laborar em atitudes Cristãs pelos ofícios da seara espírita é angariar créditos na expansão da luz da Boa Nova para toda a humanidade.
Edifiquemos espaços de legítima unificação nos núcleos espiritistas pelos vínculos sacrossantos de amizade e interesse renovador.
Deixemos definidos novos parâmetros que nos inspirem o projeto de religiosidade no carinho espontâneo, e que essas sejam as metas a serem perseguidas nos dias vindouros de nossa faina espiritual:
Unidade? Somente de sentimentos elevados.
Pureza? Sobretudo nas intenções. Supremacia? Por via do consenso. Coesão? Apenas nas atitudes.
Sem isso, será fazer do espiritismo mais uma religião que poderá terminar enquadrada na alertiva do codificador: "(...) toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objetivo".

LIVRO: Prazer De Viver - Ermance Dufaux - Wanderley Oliveira




ESMOLA

"Dai antes esmola do que tiverdes." - Jesus. (LUCAS, 11:41.)
       
         A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que não podemos perder de vista.
         No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais.
         "Dai antes esmola do que tiverdes,"
         Dar o que temos é diferente de dar o que detemos,     
         A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a.
         É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem.
         O Dono de todo o poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um.
         Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:
         Que temos de nós próprios para dar?
         Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros?
         Que reações provocamos no próximo?
         Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária?
         Qual é o estoque de nossos sentimentos?
         Que tipo de vibrações espalhamos?
         Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão da fraternidade, é indispensável amealhar em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe.
         É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância.
         O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: - daí esmola de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.

Livro Fonte Viva.  Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier






O TESOURO MAIOR

"Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração." - Jesus. (LUCAS, 12:34.)

No mundo, os templos de fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.
A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.
Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.
O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.
Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.
Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível. Ouve em silêncio, porque a erva tenra pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera, confiante, porquanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado. No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica. Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho. Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai em si próprios e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.


Emmanuel - Do livro "Caminho, Verdade e Vida",  de Chico Xavier






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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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