APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO X - ITEM 9 E 10 - O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO



9 – Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão. (Mateus, VII: 3-5).



10 – Um dos caprichos da humanidade é ver cada qual o mal alheio antes do próprio. Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço? É o orgulho, incontestavelmente, o que leva o homem a disfarçar os seus próprios defeitos, tanto morais como físicos. Esse capricho é essencialmente contrário à caridade, pois a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. A caridade orgulhosa é um contra senso, pois esses dois sentimentos se neutralizam mutuamente. Como, de fato, um homem bastante fútil para crer na importância de sua personalidade e na supremacia de suas qualidades, poderia ter ao mesmo tempo, bastante abnegação para ressaltar nos outros o bem que poderia eclipsá-lo, em lugar do mal que poderia pô-lo em destaque? Se o orgulho é a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.



TEXTOS DE APOIO


AJUDE SEMPRE

Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume.
Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se.
No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis.
Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio.
Não adote a incerteza, perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa.
Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade.
Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo.
Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante.
Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.
É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.

Autor: André Luiz Psicografia de Francisco Cândido Xavier



ESTUDANDO O ORGULHO

"Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadera caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contrasenso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso." O Evangelho Segundo o Espiritismo -cap. 10 - item 10

O projeto de melhoria individual de todos nós esbarrará ainda por longo tempo com essa mazela moral que constitui a raiz de larga soma de atitudes humanas.
O estudo atento do orgulho será um caminho de infinitas descobertas para todo aquele que anseia pelas conquistas interiores.
Orgulho é o sentimento de superioridade pessoal resultante do processo natural de crescimento do espírito; um "subproduto" do instinto de conservação, um princípio que foi colocado no homem para o bem, porque sem o "sentimento de valor pessoal" e a "necessidade de estima" não encontraríamos motivação para existir e não formaríamos um autoconceito de dignidade pessoal.
O problema não é o sentimento de orgulho, mas o descontrole de seus efeitos. No atual estágio de aprendizado, ainda não temos plena capacidade de controlá-lo. Ele está presente em quase tudo o que fazemos. Isso o torna uma paixão ou, como dizem os bondosos Guias da Verdade, "o excesso de que se acresceu a vontade." Conceituemo-lo, portanto, como uma paixão crônica por si mesmo, impropriamente denominado como "amor" próprio.
A esse respeito afirma Allan Kardec: "Todas as paixões têm seu princípio num sentimento, ou numa necessidade natural. O princípio das paixões não é, assim, um mal, pois que assenta numa das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa e este excesso se torna um mal, quando tem como consequência um mal qualquer. "(l)0 Livro dos Espíritos - questão 907. 2)0 Livro dos Espíritos - questão 907. "'O Livro dos Espíritos - questão 908.
Seu principal reflexo na vida interior dá-se no departamento mental da imaginação, no qual está armazenada a "matriz superdimensionada" da imagem que fazemos de nós. A partir dessa matriz, que tem "vida própria" como uma "segunda personalidade", processa-se e dinamiza-se todo um complexo de valores morais e afetivos que regulam a rotina de boa parte das operações psíquicas e emocionais do ser, determinando atitudes, palavras, escolhas, aspirações e gostos.
A vaidade e a indiferença, o preconceito e a presunção, o desprezo e o melindre, a pretensão e a inveja são alguns reflexos inevitáveis desse "estado orgulhoso de ser" nas ações de cada dia. E o conjunto dos hábitos derivados desses reflexos formam o que chamamos de personalismo - o estado de supervalorização do eu.
O personalismo é a expressão mais perceptível e concreta do orgulho. E a excessiva e "incontrolável" valorização conferida a nós mesmos levando-nos a supor termos direitos e qualidades maiores do que aquelas as quais realmente possuímos.
Traçar uma diferença entre ambos constitui um desafio para o bom observador. Digamos que enquanto o orgulho incapacita-nos para verificar as próprias imperfeições, o personalismo tem como efeito gerar idéias de que tudo aquilo que parta de nós é o melhor e mais correto. Em outras palavras, a superioridade pessoal provocada pelo sentimento de orgulho interfere na formulação de juízos. A partir disso, estipulamos concepções pessoais como verdades incontestáveis. Isso é o personalismo.
Podemos mesmo dizer que o reflexo do orgulho é um "outro eu", uma "segunda natureza" enraizada nas profundezas da subconsciencia capaz de fazer-nos sentir e pensar em coisas que não correspondem ao que verdadeiramente desejamos e sentimos.
Especialmente para quantos se encontram em renovação íntima, torna-se essencial a compreensão desse tema na melhor aferição do que se passa na esfera dos pensamentos e dos impulsos, tomando por base a influência que o orgulho exerce sobre as engrenagens da vida mental.
Com razão ímpar "Um Espírito Familiar" afirmou: "Só o orgulho pode impedir que vos vejais quais realmente sois. Mas, se vós mesmos não o vedes, outros o vêem por vós. "4) Esse sentimento cria uma ilusão, uma distorção na realidade. A "representação mental" do que somos, gerada pelo orgulho, que quase sempre atende a interesses personalistas, pode ser considerada como uma verdadeira patologia. Aliás, os estudiosos das ciências psíquicas, quando tomam por fundamento o ego na explicação de muitas doenças, o fazem com sensatez, porque as enfermidades mentais encontram razoáveis explicações nesse enfoque. Quanto mais ausência de controle sobre essa "paixão narcisista", mais haverá desconexão com a realidade.
Pensando bem, a maioria de nós, considerados normais, vivemos lampejos de "loucura passageira" na imaginação fértil e desordenada na qual, muitas vezes, embrenhamos ante os acontecimentos do dia a dia. O orgulhoso, dessa forma, vive intensamente de máscaras que correspondem a essas idealizações do seu imaginário, para fazer com que o mundo à sua volta acredite que ele seja quem ele próprio acredita ser. Naturalmente, como sempre, a sua auto-imagem é exacerbada em qualidades que nem sempre possui, procedendo de modo a sempre esconder as imperfeições, gerando a dissimulação.
A dissimulação é o preço elevado que paga o orgulhoso para manter as aparências. Trata-se de uma inaceitação de suas sombras interiores, uma necessidade obsessiva e neurotizante de manter um status, para evitar críticas ou para não perder sua suposta "autoridade". Isso causa muita dor aos orgulhosos, pois não há como "maquiar" para si mesmo a verdade de seu mundo interior. A todo instante está diante daquilo que não gostaria de ver em si. Somente ele, e mais ninguém, sabe como é doloroso ter que encontrar consigo, com sua verdade pessoal em contraposição à "identidade fictícia" que criou para os outros, e sob a regência da qual passa a'viver. Até mesmo as doenças costumam ser ocultadas pelo orgulhoso; para ele isso é um "código de fragilidade" que não pode ser revelado. Essa dissimulação é desgastante e é uma das expressões mais comuns da personalidade orgulhosa.
Nesse quadro de "teatralizar papéis", em regime de condicionamento milenar, ocorre um leque de prejuízos para a organização mental da criatura, porque a mente implementa uma rotina de manutenção dessa "falsa personalidade" impedindo uma análise fiel da realidade profunda de si mesma, conforme explica o codificador no estudo das obsessões: "Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma."5) O orgulho tem esse mecanismo de produzir uma ilusão da avaliação individual, transferindo o mal para os outros, onde é menos penoso verificá-lo...
Como se trata de alguém que quer sempre manter um perfil perante os demais, o orgulhoso enfrenta sérios obstáculos nos relacionamentos por habituar-se aos estereótipos. Os estereótipos, ou padrões e critérios de conduta social, funcionam como "bóias demarcatórias" para que o orgulhoso navegue com seu conceito de "segurança" no mar da vida interpessoal, mantendo aparências e impressionando o meio. Para isso, adota concepções prévias sobre o outro como forma de identificação, com as quais estabelece seus limites em relação às pessoas, impedindo-se de ser assertivo, espontâneo e autêntico nas ligações humanas, tendo como único objetivo manter sua suposta superioridade pessoal, insuflada pela força do orgulho.
Suas manifestações são tão variáveis e de difícil catalogação, em algumas personalidades, que analisaremos apenas algumas legendas a fim de ampliar nossas anotações nesse estudo, destacando seus respectivos roteiros reeducativos:

- Melindre é o orgulho na mágoa. Cultivemos a coragem de ser criticados.

- Pretensão é o orgulho nas aspirações. Aprendamos a contentar com a alegria de trabalhar, sem expectativas pessoais.

- Presunção é o orgulho no saber. Tomemos por divisa que toda opinião deve ser escutada com o desejo de aprender.

- Preconceito é o orgulho nas concepções. Habituemos a manter análises imparciais e flexíveis.

- Indiferença é o orgulho na sensibilidade. Adotemos a aceitação e respeito em todas ocasiões de êxitos e insucessos alheios.

- Desprezo é o orgulho no entendimento. Acostumemos a pensar que para Deus tudo tem valor, mesmo que por agora não o compreendamos.

- Personalismo é o orgulho centrado no eu. Eduquemos a abnegação nas atitudes.

- Vaidade é o orgulho do que se imagina ser. Procuremos conhecer a nós mesmos e ter coragem para aceitarmo-nos tais quais somos, fazendo o melhor que pudermos na melhoria pessoal.

- Inveja é o orgulho perante as vitórias alheias. Admitamos que temos esse sentimento e o enfrentemos com dignidade e humildade.

- A falsa modéstia é orgulho da "humildade artificial". Esforcemos pela simplicidade que vem da alma sem querer impressionar.

- A prepotência é o orgulho de poder. Aprendamos o poder interior conosco mesmo transformando a prepotência em autoridade.

- Dissimulação é o orgulho nas aparências. Esforcemos por ser quem somos, sem receios, amando-nos como somos.

A reeducação moral através das reencarnações nos levará a renovar esse quadro de penúria espiritual da Terra, sob a escravização das sombrias manifestações orgulhosas.
Estamos todos, encarnados e desencarnados, nessa busca de superação e enfrentamento com as nossas imperfeições milenares, e não será num salto que venceremos a grande e demorada luta.
Apliquemo-nos nas preciosas e universais lições de Jesus, iluminadas pelos raios da lógica espírita, e esforcemo-nos sem desistir da longa caminhada na conquista da humildade...
Precisaremos de muita coragem para sermos humildes, ser o que somos...
Ser humilde é tirar as capas que colocamos com o orgulho ao longo dessa caminhada...


Ermance Dufaux – livro: Mereça ser Feliz – Wanderley S de Oliveira





BUSQUEMOS O MELHOR 

“Por que reparas o argueiro no olho de teu irmão?”  Jesus (Mateus, 7:3) 
A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna. Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando. Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no  trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da Ignorância e da inexperiência. É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria. Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações. Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do  pretérito, que o movimento em serviço  poderia sanar ou dissipar. Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre. Aproveitemos o irmão de boa­vontade na plantação do bem, olvidando as insignificâncias que lhe cercam a vida. Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?
E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?
Consagremo­nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo­nos a felicidade e o equilíbrio através da incessante renovação.


Emmanuel – livro Fonte Viva – Francisco Candido Xavier





OBSERVEMOS AMANDO

“Por que vês o argueiro no olho do teu irmão?”- Jesus (MATEUS, 7:3.)

 Habitualmente, guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto esquecimento das nossas.
 Exageremos as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmãos...
 A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos.
 A beneficio de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha.
 Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado por indizíveis angustias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreição.
 No conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza.
 Aos olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entrando nas sombras do preconceito que fugiria à luz do
Pentecoste para veicular-lhe o Evangelho.
 Na opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de espírito endurecido e tiranizante; para ele, porem, era um companheiro mal conduzido que buscaria em pessoa, às portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.
 Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Benção de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.


Livro: Palavras de Vida Eterna – Emmanuel – Francisco Candido Xavier





EM FAMÍLIA ESPIRITUAL

 “Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, sem notar a trave que está no teu próprio?” – JESUS. (Mateus, 7:3)

 Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós.
 Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns nos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.
 Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro: que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte; que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto; que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos; que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhe;
 que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum;  que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou conduta que espose; que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias; que não dispõe a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral;  que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir. . .


 Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.

Livro: Ceifa de Luz -  emmanuel - Francisco C.Xavier





TUAS INSATISFAÇÕES

"Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes de ver o que está em nós..." "...Incontestavelmente, é o orgulho que leva o homem a dissimular os próprios defeitos, tanto morais como físicos..." (Cap. X, item 10)

Jovens, adultos, idosos, criaturas das várias posições sociais e dos mais diferentes contextos de vida, sofrem a aguilhoada da insatisfação.

Muitos solteiros procuram incessantemente parceiros afetivos para que as "sarças da solidão" não possam alfinetar suas necessidades íntimas de se completar no amor, esquecendo-se, porém, de que a solidão é a falta de confiança em nós mesmos, quando nos rejeitamos e nos desprezamos, e não apenas a falta de alguém em nossas vidas.

Muitos casados reclamam sistematicamente que já não vêem mais o cônjuge com os mesmos olhos de antes e, por isso, sentem-se desiludidos e abalados diante da união infeliz, que outrora julgavam acertada.

Contudo, não observaram que a decepção não era com o outro, porém com eles próprios. Por não aceitarem seus fracassos, é que projetam suas incompetências e insatisfações como sendo "pelos outros" e nunca "por si mesmos".

Várias criaturas enfrentam a probreza, lutam incansavelmente para a aquisição de recursos amoedados, tentando dessa forma sair das agruras da miséria.

Não percebem, todavia, que prosperidade é uma atitude de espírito, e que quanto mais declaram à sua mente que estão abertas para aceitar a abundância do Universo, mais a consciência se torna próspera; que a verdadeira prosperidade não se expressa em quantia de bens materiais que possuem, mas no receber e no dividir todo esse imenso tesouro de possibilidades herdado pela nossa Criação Divina.

Muitos ricos labutam constantemente para acumular mais e mais, e afirmam que isso é necessário para assegurar a manutenção dos bens já amontoados, por previdência e cautela.

Não se dão conta de que sua insatisfação é produto da ganância desmedida, por alimentar crenças de escassez e míngua e por acreditar que a riqueza é que os faz homens respeitados e consideráveis, pois ainda não tomaram consciência do que é "ser" e do que é "ter".

Outros tantos buscam o poder, como forma de encobrir o desgosto e de se auto-afirmar perante o mundo, escravizando em plena atualidade criaturas simplórias e incautas, para satisfazer seu "ego neurótico".

O desânimo tomou tamanha dimensão em torno deles que acreditam que, mandando arbitrariamente e desrespeitando leis e limites dos outros, podem eliminar o desalento que sempre os ameaça.

Jovens e adultos buscam dissimular a insatisfação interior, e para isso adquirem títulos acadêmicos, supondo que a outorga dessa distinção possa trazer-lhes permissão, diante da sociedade, para dominar e sobressair, com prestígio e capacidade que pensam possuir.

O que ocorre, no entanto, é que não descobriram ainda o verdadeiro prestígio e capacidade, somente possíveis a partir do momento em que investirem em seus valores mais íntimos, em busca do autodomínio.

Insatisfação não se cura projetando-a sobre situações, pessoas, títulos, poder, posições sociais, mas reconhecendo a fonte que a produz.

Jesus de Nazaré, o Sublime Preceptor das Almas, convoca-nos a distinguir as "verdadeiras traves" que não nos deixam avistar as "causas reais" de nossas insatisfações, e nos receita de forma implícita o remédio ideal: através do auto descobrimento, fazer emergir de nossas profundezas as matrizes de nossos comportamentos inadequados, que provocam essa incômoda atmosfera de "descontentamento" a envolver-nos de tempos em tempos.
Hammed – livro – Renovando Atitudes – Francisco do Espirito Santo Neto




VERBO NOSSO

“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu Irmão será réu de juízo” Jesus (Mateus, 5:22)

“O corpo não dá cólera àquele que não a tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito.” (Cap. 1O, Item 1O)
Ainda as palavras. Velho tema, dirás. E sempre novo, repetiremos. A que existem palavras e palavras. Conhecemos aquelas que a filologia reúne, as que a gramática disciplina, as que a praxe entretece e as que a imprensa enfileira... Referir­nos­emos, contudo, ao verbo arroja de nós, temperado na boca com os ingredientes da emoção, junto ao paladar daqueles que nos rodeiam. Verbo que nos transporta o calor do sangue e a vibração dos nervos, o açúcar do entendimento e o sal do raciocínio. Indispensável articulá­lo, em moldes de firmeza e compreensão, a fim de não resvale fora do objetivo. No trabalho cotidiano, seja ele natural quanto o pão simples no serviço da mesa; no intercâmbio afetivo, usemo­lo à feição de água pura; nos instantes graves, façamo­lo igual ao bisturi do cirurgião que se limita, prudente, à incisão na zona enfermiça, sem golpes desnecessários; nos dias tristes, tomemo­lo por remédio  eficiente sem fugir à dosagem. Palavras são agentes na construção de todos os edifícios da vida. Lancemo­las na direção dos outros, com o equilíbrio e a tolerância com que desejamos venham elas até nós. Sobretudo, evitemos a ironia. Todo sarcasmo é tiro a esmo. E sempre que irritação nos visite, guardemo­nos em silêncio, de vez que a cólera é tempestade magnética, no mundo da alma, e qualquer palavra que arremessamos no  momento  da cólera, é semelhante ao raio fulminatório que ninguém sabe onde vai cair.

Francisco Cândido Xavier – livro da Esperança - Emmanuel






A NECESSIDADE DE ENTENDIMENTO

Um dos companheiros trazia ao culto evangélico enorme expressão de abatimento.
Ante as indagações fraternas do Senhor, esclareceu que fora rudemente tratado na via pública.
Vários devedores, por ele convidados a pagamento, responderam com ingratidão e grosseria.
Não se internou o Cristo através da consolação individual, mas, exortando evidentemente todos os companheiros, narrou, benevolente:
— Um grande explicador dos textos de Job possuía singulares disposições para os serviços da compreensão e da bondade, e, talvez por isso, organizou uma escola em que pontificava com indiscutível sabedoria.
Amparando, certa ocasião, um aprendiz irrequieto que freqüentes vezes se lamuriava de maus tratos que recebia na praça pública, saiu pacientemente em companhia do discípulo, pelas ruas de Jerusalém, implorando esmolas para determinados serviços do Templo.
A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença, mas, numa esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes à rogativa com aspereza e zombaria.
O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos.
Não andaram muito tempo e viram-no cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral.
Verificaram, em breve, que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.
Demandaram adiante, quando foram defrontados por um cavalheiro que nem se dignou responder-lhes à súplica, endereçando-lhes tão-somente um olhar rancoroso e duro.
Orientador e tutelado acompanharam-lhe os passos, e, quando a estranha personagem alcançou o domicílio que lhe era próprio, repararam que compacto grupo de pessoas chorosas o aguardava, grupo esse ao qual se uniu em copioso pranto, informando-se os dois de que o infeliz retinha no lar uma filha morta.
Prosseguiram esmolando na via pública e, a estreito passo, receberam fortes palavrões de um rapaz a quem se haviam dirigido.
Retraíram-se ambos, em expectativa, verificando, depois de meia hora de observação, que o mísero não passava de um louco.
Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia prisão e pedradas; mas, decorridas algumas horas, souberam que o infortunado era simplesmente um negociante falido, que se convertera de senhor em escravo, em razão de débitos enormes.
Como o dia declinasse, o respeitável instrutor convocou o discípulo ao regresso e ponderou: — Guardaste a lição? Aceita a necessidade do entendimento por sagrado imperativo da vida.
Nunca mais te queixes daqueles que exibem expressões de revolta ou desespero nas ruas.
O primeiro que nos surgiu à frente era enfermo vulgar; o segundo guardava a morte em casa; o terceiro padecia loucura e o quarto experimentava a falência.
Na maioria dos casos, quem nos recebe de mau-humor permanece em estrada muito mais escura e mais espinhosa que a nossa.
E, completando o ensinamento, terminou o Senhor, diante dos companheiros espantados: — Quando encontrarmos os portadores da aflição, tenhamos piedade e auxiliemo-los na reconquista da paz íntima.
O touro retém os chifres, por não haver atingido, ainda, o dom das asas.
Reclamamos, comumente, contra a ovelha que nos perturba o repouso, balindo, atormentada; todavia, raramente nos lembramos de que o pobre animal vai seguindo, sob laço pesado, a caminho do matadouro.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier



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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

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LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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