APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO X - ITEM 11 A 13 - NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS. AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA



11 – Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

12 – Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam pois os judeus, tentando-o, para o poderem acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).

13 – “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra”, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros os que nos desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.
A censura de conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos criticamos. Este último motivo jamais tem escusa, pois decorre da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode resultar um bem, e porque sem ele o mal jamais será reprimido na sociedade. Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes? Não se deve, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não julgueis para não serdes julgados”, porque a letra mata e o espírito vivifica.

Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo que se condena nos outros é abdicar dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se arbitrariamente o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo. É o que resulta evidentemente das palavras de Jesus.



TEXTOS DE APOIO


TUA MEDIDA

“Não julgueis, afim de que não sejais julgados, porque vós sereis julgados segundo houverdes julgado os outros, e se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles.” (E.S.E. Capítulo 10, item 11)

Toda opinião ou juízo que desenvolvemos no presente está intimamente ligado a fatos antecedentes.
 Quase sempre, todos estamos vinculados a fatores de situações pretéritas, que incluem atitudes de defesa, negações ou mesmo inúmeras distorções de certos aspectos importantes da vida. Tendências ou pensamentos julgadores estão sedimentados em nossa memória profunda, são subprodutos de uma série de conhecimentos que adquirimos na idade infantil e também através das vivências pregressas.
 Censuras, observações, admoestações, superstições, preconceitos, opiniões, informações e influências do meio, inclusive de instituições diversas, formaram em nós um tipo de “reservatório moral” - coleção de regras e preceitos a ser rigorosamente cumpridos -, do qual nos servimos para concluir e catalogar as atitudes em boas ou más.
 Nossa concepção ético-moral está baseada na noção adquirida em nossas experiências domésticas, sociais e religiosas, das quais nos servimos para emitir opiniões ou pontos de vista, a fim de harmonizarmos e resguardarmos tudo aquilo em que acreditamos como sendo “verdades absolutas”. Em outras palavras, como forma de defender e proteger nossos “valores sagrados”, isto é, nossas aquisições mais fortes e poderosas, que nos servem como forma de sustentação.
Em razão disso, os freqüentes julgamentos que fazemos em relação às outras pessoas nos informam sobre tudo aquilo que temos por dentro. Explicando melhor, a “forma” e o “material” utilizados para sentenciar os outros residem dentro de nós.
Melhor do que medir ou apontar o comportamento de alguém seria tomarmos a decisão de visualizar bem fundo nossa intimidade, e nos perguntarmos onde está tudo isso em nós. Os indivíduos podem ser considerados, nesses casos, excelente espelho, no qual veremos quem somos realmente. Ao mesmo tempo, teremos uma ótima oportunidade de nos transformar intimamente, pois estaremos analisando as características gerais de nossos conceitos e atitudes inadequados.
Só poderemos nos reabilitar ou reformar até onde conseguimos nos perceber; ou seja, aquilo que não está consciente em nós dificilmente conseguiremos reparar ou modificar.
Quando não enxergamos a nós mesmos, nossos comportamentos perante os outros não são totalmente livres para que possamos fazer escolhas ou emitir opiniões. Estamos amarrados a formas de avaliação, estruturadas nos mecanismos de defesa - processos mentais inconscientes que possibilitam ao indivíduo manter sua integridade psicológica através de uma forma de “autoengano.”
Certas pessoas, simplesmente por não conseguirem conviver com a verdade, tentam sufocar ou enclausurar seus sentimentos e emoções, disfarçando-os no inconsciente.
Em todo comportamento humano existe uma lógica, isto é, uma maneira particular de raciocinar sobre sua verdade; portanto, julgar, medir e sentenciar os outros, não se levando em conta suas realidades, mesmo sendo consideradas preconceituosas, neuróticas ou psicóticas, é não ter bom senso ou racionalidade, pois na vida somente é válido e possível o “autojulgamento”.
Não obstante, cada ser humano descobre suas próprias formas de encarar a vida e tende a usar suas oportunidades vivenciais, para tornar-se tudo aquilo que o leva a ser um “eu individualizado”.
Devemos reavaliar nossas idéias retrógradas, que estreitam nossa personalidade, e, a partir daí, julgar os indivíduos de forma não generalizada, apreciando suas singularidades, pois cada pessoa tem uma consciência própria e diversificada das outras tantas consciências.
Julgar uma ação é diferente de julgar a criatura. Posso julgar e considerar a prostituição moralmente errada, mas não posso e não devo julgar a pessoa prostituída. Ao usarmos da empatia, colocando-nos no lugar do outro, “sentindo e pensando com ele”, em vez de “pensar a respeito dele”, teremos o comportamento ideal diante dos atos e atitudes das pessoas.
Segundo Paulo de Tarso, “é indesculpável o homem, quem quer que seja, que se arvora em ser juiz. Porque julgando os outros, ele condena a si mesmo, pois praticará as mesmas coisas, atraindo-as para si, com seu julgamento”. (1)
O “Apóstolo dos Gentios” manifesta-se claramente, evidenciando nessa afirmativa que todo comportamento julgador estará, na realidade, estabelecendo não somente uma sentença, ou um veredicto, mas, ao mesmo tempo, um juízo, um valor, um peso e uma medida de como julgaremos a nós mesmos.
Essencialmente, tudo aquilo que decretamos ou sentenciamos tornar-se-á nossa “real medida”: como iremos viver com nós mesmos e com os outros.
O ser humano é um verdadeiro campo magnético, atraindo pessoas e situações, as quais se sintonizam amorosamente com seu mundo mental, ou mesmo de forma antipática com sua maneira de ser. Dessa forma, nossas afirmações prescreverão as águas por onde a embarcação de nossa vida deverá navegar.
Com freqüência, escolhemos, avaliamos e emitimos opiniões e, conseqüentemente, atraímos tudo aquilo que irradiamos. A psicologia diz que uma parte considerável desses pensamentos e experiências, os quais usamos para julgar e emitir pareceres, acontece de modo automático, ou seja, através de mecanismos não perceptíveis.
É quase inconsciente para a nossa casa mental o que escolhemos ou opinamos, pois, sem nos dar conta, acreditamos estar usando o nosso “arbítrio”, mas, na verdade, estamos optando por um julgamento predeterminado e estabelecido por “arquivos que registram tudo o que nos ensinaram a respeito do que deveríamos fazer ou não, sobre tudo que é errado ou certo.
Poder-se-á dizer que um comportamento é completamente livre para eleger um conceito eficaz somente quando as decisões não estão confinadas a padrões mentais rígidos e inflexíveis, não estão estruturadas em conceitos preconceituosos e não estão alicerçadas em idéias ou situações semelhantes que foram vivenciadas no passado.
Nossos julgamentos serão sempre os motivos de nossa liberdade ou de nossa prisão no processo de desenvolvimento e crescimento espiritual.
Se criaturas afirmarem “idosos não têm direito ao amor”, limitando o romance só para os jovens, elas estarão condenando-se a uma velhice de descontentamento e solidão afetiva, desprovida de vitalidade.
Se pessoas declararem “homossexualidade é abominável” e, ao longo do tempo, se confrontarem com filhos, netos, parentes e amigos que têm algum impulso homossexual, suas medidas estarão estabelecidas pelo ódio e pela repugnância a esses mesmos entes queridos.
Se indivíduos decretarem ‘jovens não casam com idosos”, estarão circunscrevendo as afinidades espirituais a faixas etárias e demarcando suas afetividades a padrões bem estreitos e apertados
quanto a seus relacionamentos.
Se alguém subestimar e ironizar “o desajuste emocional dos outros”, poderá, em breve tempo, deparar-se em sua própria existência com perplexidades emocionais ou dilemas mentais que o farão esconder-se, a fim de não ser ridicularizado e inferiorizado, como julgou os outros anteriormente.
Se formos juízes da “moral ideológica” e “sentimental”, sentenciando veementemente o que consideramos como “erros alheios”, estaremos nos condenando ao isolamento intelectual, bem como ao afetivo, pela própria detenção que impusemos aos outros, por não deixarmos que eles se lançassem a novas idéias e novas simpatias.
“Não julgueis, a fim de que não sejais julgados”, ou mesmo,
“se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles”, quer dizer, alertemo-nos quanto a tudo aquilo que afirmamos julgando, pois no “auditório da vida” todos somos “atores” e “escritores” e, ao mesmo tempo, “ouvintes” e “espectadores” de nossos próprios discursos, feitos e atitudes.
Para sermos livres realmente e para nos movermos em qualquer direção com vista à nossa evolução e crescimento como seres eternos, é necessário observarmos e concatenarmos nossos “pesos” e “medidas”, a fim de que não venhamos a sofrer constrangimento pela conduta infeliz que adotarmos na vida em forma de censuras e condenações diversas.

Livro: Renovando Atitudes - Hammed - Francisco do Espirito Santo Neto





A LIÇÃO DO DISCERNIMENTO

Finda a cena brutal, em que o povo pretendia lapidar a mulher infeliz, na raça pública, Pedro, que seguia o Senhor, de perto, interpelou-o, zelosamente:
- Mestre, desculpando os erros das mulheres que fogem ao ministério do lar, não estaremos oferecendo apoio à devassidão? Abrir os braços no espetáculo deprimente que acabamos de ver não será proteger o pecado?
Jesus meditou, meditou... e respondeu:
- Simão, seremos sempre julgados pela medida com que julgarmos os nossos semelhantes.
- Sim - clamou o apóstolo, irritado -, compreendo a caridade que nos deve afastar dos juízos errôneos, mas porventura conseguiremos viver sem discernir? Uma pecadora, trazida ao apedrejamento, não perturbará a tranquilidade das famílias? Não representará um quadro de lama para as crianças e para os jovens? Não será uma excitação à prática do mal?
Ante as duras interrogações, o Messias observou, sereno:
- Quem poderá examinar agora o acontecimento, em toda a extensão dele?
Sabemos, acaso, quantas lágrimas terá vertido essa desventurada mulher até à queda fatal no grande infortúnio? Quem terá dado a esse pobre coração feminino o primeiro impulso para o despenhadeiro? E quem sabe, Pedro, essa desditosa irmã terá sido arrastada à loucura, atendendo a desesperadoras necessidades?
O discípulo, contudo, no propósito de exalçar a justiça, acrescentou:
- De qualquer modo, a corrigenda é inadiável imperativo. Se ela nos merece compaixão e bondade, há então, noutros setores, o culpado ou os culpados que precisamos punir. Quem terá provocado a cena desagradável a que assistimos?
Geralmente, as mulheres desse naipe são reservadas e fogem à multidão... Que motivos teriam trazido essa infeliz ao clamor da praça?
Jesus sorriu, complacente, e tornou:
- Quem sabe a pobrezinha andaria à procura de assistência?
O pescador de Cafarnaum acentuou, contrariado:
- O responsável devia expiar semelhante delito. Sou contra a desordem e na gritaria que presenciamos estou convencido de que o cárcere e os açoites deveriam funcionar...
Nesse ponto de entendimento, velha mendiga que ouvia a conversação, caminhando vagarosamente, quase junto deles, exclamou para Simão, surpreendido:
- Galileu bondoso, herdeiro da fé vitoriosa de nossos pais, graças sejam dadas a Deus nosso Poderoso Senhor! A mulher apedrejada é filha de minha irmã paralítica e cega.
Moramos nas vizinhanças e vínhamos ao mercado em busca de alimento. Abeirávamo-nos daqui, quando fomos assaltadas por um rapaz que, depois de repelido por ela, em luta corpo a corpo, saiu indicá-la ao povo para a lapidação, simplesmente porque minha infeliz sobrinha, digna de melhor sorte, não tem tido até hoje uma vida regular... Ambas estamos feridas e, com dificuldade, tornaremos para a casa... Se é possível, galileu generoso,
restabelece a verdade e faze a justiça!
- E onde está o miserável? - gritou Simão, enérgico, diante do Mestre, que o seguia, bondoso.
- Ali!... Ali!... - informou a velhinha, com júbilo de uma criança reconduzida repentinamente à alegria. E apontou uma casa de peregrinos, para onde o apóstolo se dirigiu, acompanhado de Jesus que o observava, sereno.
Por trás da antiga porta, escondia-se um homem, trêmulo de vergonha.
Pedro avançou de punhos cerrados, mas, a breves segundos, estacou, pálido e abatido.
O autor da cena triste era Efraim, filho de Jafar, pupilo de sua sogra e comensal de sua própria mesa.
Seguira o Messias com piedosa atitude, mas Pedro bem reconhecia agora que o irmão adotivo de sua mulher guardava intenção diferente.
Angustiado, em lágrimas de cólera e amargura, Simão adiantou-se para o Cristo, à maneira do menino necessitado de proteção, e bradou:
- Mestre, Mestre!... Que fazer?!...
Jesus, porém, acolheu-o amorosamente nos braços e murmurou:
- Pedro, não julguemos para não sermos julgados. Aprendamos, contudo, a discernir.

Livro: Contos E Apólogos  – Humberto De Campos – Irmão X 





OS OPOSTOS

"...Como continuassem a interrogá-lo, ele se ergueu e lhes disse: Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra. Depois, abaixando-se de novo, continuou a escrever sobre a terra..." (E.S.E. Cap. X, ítem 12)

"Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra", assim enunciou Jesus Cristo diante da mulher surpreendida em adultério. Ele conhecia a intimidade das criaturas humanas e as via como um livro completamente aberto. Sabia de suas carências e necessidades condizentes com seu grau evolutivo, bem como conhecia todo o mecanismo proveniente de sua "sombra", quer dizer, a soma de tudo aquilo que elas não desejam ter e ver em si mesmas.
O termo "sombra" foi desenvolvido por Carl Gustav Jung, eminente psiquiatra e psicólogo suiço, para conceituar o somatório dos lados rejeitados da realidade humana, que permanecem inconscientes por não querermos vê-los.
Jesus sabia que todos ali presentes fariam daquela mulher um "bode expiatório" para aliviar suas consequências de culpa, projetando sobre ela seus sentimentos e emoções não aceitos e apedrejando-a sumariamente, conforme as leis da época.
Em consequência, todos ali reunidos sentiriam momentaneamente um alívio ao executá-la, ou mesmo, "livres dos pecados", pois nela seria projetados os chamados defeitos repugnantes e desprezíveis, como se dissessem para si mesmos: "não temos nada com isso".
O Mestre, porém, induziu-os a fazer uma "instrospecção", impulsionando-os para uma viagem interior, indagando: "quem de vós não tem pecados?"
Somos, a todo instante, tentados a encobrir nossas vulnerabilidades ou "pontos fracos" por não aceitarmos ser natural que parte de nós é segura e generosa, enquanto outra duvida e é egoísta. Faz-se necessário admitirmos nossos "pecados" porque somente dessa forma iremos confrontar-nos com nossos "sótãos fechados" e promover nosso amadurecimento espiritual.
Admitindo nossos lados positivo e negativo, em outras palavras, nossa "polaridade", passaremos a observar nossa ambivalência, rejeitando assim as barreiras que nos impedem de ser autênticos. Urge que reconheçamos nossa condição humana de criaturas em processo de desenvolvimento evolucional.
Ao assumirmos, porém, nossos "opostos" como elementos naturais da estrutura humana (egoísmo-desinteresse, dominação - submissão, adulação - aversão, ciúme - indiferença, malícia- ingenuidade, vaidade - desmanzelo, apego - apatia), aprendemos a não nos comportar como o pêndulo - ora num extremo, ora no outro.
A balança volta sempre ao ponto de equilíbrio, e é justamente essa a nossa meta de aprendizagem na Terra. Nem avareza, nem esbanjamento; nem preguiça, nem superentusiasmo; nem tanto lá, nem tanto cá; tudo com "equanimidade", isto é, dando igual importância aos lados, a fim de acharmos o meio-termo.
As polaridades unidas formam a totalidade, ou a unidade, mesmo porque nossa visão depende de ambas as partes unidas, para que nossas observações e estruturas não sejam claudicantes. Em suma, unir as polaridades em nossa consciência nos torna "unos" ou seres totais.
Com essa determinação, vamos adquirir um bom nível de permeabilidade e conseguir transcender os limites e interligar nossos opostos, atingindo um estado de consciência elevada, o que permitirá que nosso consciente e nosso inconsciente se fundam numa "unidade total".
As pesquisas da atualidade analisaram as metades do cérebro e chegaram à conclusão de que cada uma tem funções, capacidades e suas respectivas áreas, onde atuam as diferentes responsabilidades da psique humana.
O lado esquerdo cuida do corpo, da linguagem, da leitura, da escrita, dos cálculos, do tempo, do pensamento digital e linear e do lado direito do corpo, entre outras coisas; enquanto que o direito se prende às percepções da forma, da sensação do espaço, da intuição, do simbolismo, da atemporidade, da música, do olfato e do lado esquerdo do corpo, entre outras funções.
Usar a totalidade cerebral é ter uma visão real da vida que nos cerca portanto, com apenas metade do cérebro, teremos a bipartição da verdade, ou melhor, a não-conexão dos opostos.
O Mestre afirmou-nos: "Eu e meu Pai somos um", querendo dizer que Ele era pleno, pois enxergava tudo no Universo como um "todo", através de sua consciência iluminada e integralizada.
Jesus não agia dividido em "pares opostos". Não pensava e não sentia como homem ou mulher, mas como espírito imortal; não visualizava o interior e exterior, antes observava o Universo e a nós por inteiro, "dentro e fora", argumentando que o "Reino de Deus" e "as muitas moradas da Casa do Pai" estavam no exterior e, ao mesmo tempo, no interior.
Por isso, não há nada a corrigir ou a consertar em nós, a não ser melhorar a nossa própria forma de ver as coisas, aprendendo a conhecer amplamente as interligações dos opostos, a fim de atingirmos o equilíbrio perfeito.
"Pecado, em síntese, são as extremidades de nossa polaridade existencial. Daí decorre a afirmação de Jesus de Nazaré aos homens que somente olhavam um dos lados do fato naquele julgamento e que, ao mesmo tempo, escondiam sentimentos e emoções que gostariam que não existissem.
Em suma, a ferramenta vital para interligar os opostos chama-se amor, porque amar é buscar a unificação das pessoas e das coisas, pois ele quer fundir e não dividir.
O amor tem que ser absolutamente incondicional porque, enquanto for seletivo e preferencial, não será amor real. Quem ama realmente constitui um "nós", isto é, "une", sem anular o próprio "eu".
O Sol emite raios para todas as criaturas e não distribui sua luminosidade segundo o merecimento de cada um. Assim também é o amor do Mestre: não diferencia bons e maus, certos e errados, poderosos e simples; não separa, nem divide, simplesmente ama a todos, pelo próprio prazer de amar.
Hammed – Livro Renovando Atitudes -Francisco do Espirito Santo Neto




 DISCERNIR E CORRIGIR

“... com o critério com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. – Jesus  (MATEUS, 7:2)

Viste o companheiro em necessidade e comentaste-lhe a posição...
Possuía ele recursos expressivos e, talvez por imprevidência, caiu em penúria dolorosa...
Usufrui conhecimentos superiores e feriu-te a sensibilidade por arrojar-se em terríveis despenhadeiros do coração que, às vezes, os últimos dos menos instruídos conseguem facilmente evitar...
Detinha oportunidades de melhoria, com as quais milhares de criaturas sonham debalde e procedeu impensadamente, qual se não retivesse as vantagens que lhe brilham nas mãos...
Desfruta ambiente distinto, capaz de guindá-lo às alturas e prefere desconhecer as circunstâncias  que o favorecem, mergulhando-se na sombra das atitudes negativas...
Mantinha valiosas possibilidades de elevação espiritual, no levantamento de apostolados sublimes, e emaranhou-se em tramas obsessivas que lhe exaurem as forças...
Tudo isso, realmente, podes observar e referir.
Entra, porém, na esfera do próprio entendimento e capacita-te de que te não é possível a imediata penetração no campo das causas.
Ignoramos qual teria sido o nosso comportamento na trilha do companheiro em dificuldade, com a soma dos problemas que lhe pesam no espírito.
Não te permitas, assim, pensar ou agir, diante dele, sem que a fraternidade te comande as definições.
Ainda mesmo no esclarecimento absoluto que, em casos numerosos, reclama austeridade sobre nós mesmos, é possível propiciar o remédio da fraqueza a doentes da alma pelo veículo da compaixão, como se administra piedosamente a cirurgia aos acidentados.
Se conseguimos discernir o bem do mal, é que já conhecemos o mal e o bem, e se o Senhor nos permite identificar as necessidades alheias, é porque, de um modo ou de outro, já podemos auxiliar.

Livro Palavras de Vida Eterna – Psicografia Francisco Cândido Xavier – Espírito Emmanuel.




PECADO E PUNIÇÃO

Jesus havia terminado uma de suas pregações na praça pública, quando percebeu que a multidão se movimentava em alvoroço. Alguns populares mais exaltados prorrompiam em gritos, enquanto uma mulher ofegante, cabelos desgrenhados e faces macilentas, se aproximava dele, com uma súplica de proteção a lhe sair dos olhos tristes. Os muitos judeus ali aglomerados excitavam o ânimo geral, reclamando o apedrejamento da pecadora, na conformidade das antigas tradições.
Solicitado, então, a se constituir juiz dos costumes do povo, o Mestre exclamou com serenidade e desassombro, causando estupefação aos que o ouviram :
– Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra.
Por toda a assembléia se fez sentir uma surpresa inquietante. As acusações morreram nos lábios mais exaltados. A multidão ensimesmava-se, para compreender a sua própria situação. Enquanto isso, o Mestre pôs-se a escrever no solo despreocupadamente.
Aos poucos, o local ficara quase deserto. Apenas Jesus e alguns discípulos lá se conservavam, tendo ao lado a mulher a ocultar as faces com as mãos.
Em dado instante, o Mestre Divino ergueu a fronte e perguntou à infeliz :
– Mulher, onde estão os teus juízes?
Observando que a pecadora lhe respondia apenas com o olhar reconhecido, onde as lágrimas aljofravam num misto de agradecimento e alegria, Jesus continuou :
– Ninguém te condenou? Também eu não te condeno. Vai e não peques mais.
A infeliz criatura retirou-se, experimentando uma sensação nova no espírito. A generosidade do Messias lhe iluminava o coração, em claridades vivas que lhe banhavam a alma toda. Mas, enquanto a pecadora se retirava, presa de intensa alegria, os poucos discípulos que se encontravam junto do Senhor não conseguiam ocultar a estranheza que lhes causara o seu gesto. Por que não condenara ele aquela mulher de vida censurável aos olhos de todos? Não se tratava de uma adúltera? Nesse ínterim, João se aproximou e interrogou:
– Mestre, por que não condenastes a meretriz de vida infame?
Jesus fixou no discípulo o olhar calmo e bondoso e redargüiu :
– Quais as razões que aduzes em favor dessa condenação? Sabes o motivo por que essa pobre mulher se prostituiu? Terás sofrido alguma vez a dureza das vicissitudes que ela atravessou em sua vida? Ignoras o vulto das necessidades e das tentações que a fizeram sucumbir a meio do caminho. Não sabes quantas vezes tem sido ela objeto do escárnio dos pais, dos filhos e dos irmãos das mulheres mais felizes. Não seria justo agravar-lhe os padecimentos infernais da consciência pesarosa e sem rumo.
– Entretanto – exclamou João, defendendo os princípios da lei antiga – ela pecou e fez jus à punição. Não está escrito que os homens pagarão, ceitil por ceitil, os seus próprios erros?
O Mestre sorriu sem se perturbar e esclareceu :
– Ninguém pode contestar que ela tenha pecado; quem estará irrepreensível na face da Terra? Há sacerdotes da lei, magistrados e filósofos, que prostituíram suas almas por mais baixo preço ; contudo, ainda não lhes vi os acusadores. A hipocrisia costuma, campear impune, enquanto se atiram pedras ao sofrimento. João, o mundo está cheio de túmulos caiados. Deus, porém, é o Pai de Bondade Infinita que aguarda os filhos pródigos em sua casa. Poder-se-ia desejar para a pecadora humilde tormento maior do que aquele a que ela própria se condenou por tempo indeterminado? Quantas vezes lhe tem faltado pão à boca faminta ou a manifestação de um carinho sincero à alma angustiada? Raras dores no mundo serão idênticas às agonias de suas noites silenciosas e tristes. Êsse o seu doloroso inferno, sua, aflitiva condenação. EÉ que, em todos os planos da vida, o instituto da justiça divina funciona, natura!mente, com seus princípios de compensação.
“Cada ser traz consigo a fagulha sagrada do Criador e erige, dentro de si, o santuário de sua presença ou a muralha sombria da negação; mas, só a luz e o bem são eternos e, um. dia, todos os redutos do mal cairão, para que Deus resplandeça no espírito de seus filhos. Não é para ensinar outra coisa que está escrito na lei – “Vós sois deuses!”Porventura, não sabes que a herança de um pai se divide entre os filhos em partes iguais? As criaturas transviadas são as que não souberam entrar na posse de seu quinhão divino, permutando-o pela satisfação de seus caprichos no desregramento ou no abuso, na egolatria ou no crime, pagando alto preço pelas suas decisões voluntárias. Examinada a situação por êsse prisma, temos de reconhecer no mundo uma vasta escola de regeneração, onde tôdas as criaturas se reabilitam da traição aos seus próprios deveres. A Terra, portanto, pode ser tida na conta de um grande hospital, onde o pecado é a doença de todos ; o Evangelho, no entanto, traz ao homem enfermo o remédio eficaz, para que tôdas as estradas se transformem em suave caminho de redenção.
“É por isso que não condeno o pecador para afastar o pecado e, em tôdas as situações, prefiro acreditar sempre no bem. Quando observares, João, os seres mais tristes e miseráveis, arrastando-se numa noite pejada de sombra e desolação lembra-te da semente grosseira que encerra um gérmen divino e que um dia se elevará do seio da terra para o beijo de luz do Sol.”
Terminada a explicação do Mestre, o filho de Zebedeu, deixando transparecer na luz do olhar a sua profunda admiração pôs-se a meditar nos ensinamentos recebidos.
***
Muito tempo ainda não transcorrera depois desse acontecimento, quando Jesus subiu de Cafarnaum. para Jerusalém, acompanhado por alguns de seus discípulos. Celebravam-se festas tradicionais entre os judeus. O Messias chegou num sábado, sob a fiscalização severa dos espíritos rigoristas de sua época. Não foras< poucos os paralíticos que o cercaram, ansiosos pelo benefício de sua virtude salvadora. Escandalizando os fanáticos, o Mestre orava e consolava, na sua jornada de gloriosa redenção. Explicando que o sábado fora feito para o homem e não o homem para o sábado, enfrentava sorridente as preocupações dos mais exigentes.
Vendo tantos cegos e aleijados aglomerados à passagem, "Tiago o interpelou:
– Mestre, sendo Deus tão misericordioso, porque pune seus filhos com defeitos e moléstias tão horríveis?...
– Acreditas, Tiago – respondeu Jesus – que Deus desça de sua sabedoria e de seu amor para punir seus próprios filhos? O Pai tem o seu plano determinado com respeito à criação inteira; mas, dentro desse plano, a cada criatura cabe uma parte na edificação, pela qual terá de responder. Abandonando o trabalho divino, para viver ao sabor dos caprichos próprios, a alma cria para si a situação correspondente, trabalhando para reintegrar-se no plano divino, depois de se haver deixado levar pelas sugestões funestas, contrárias à sua própria paz.
João compreendeu que a Palavra do Messias era a confirmação dos ensinamentos que já ouvira de seus lábios, na tarde em que a multidão exigia o apedrejamento da pecadora.
Afastaram-se, em seguida, do Tanque de Betsaida cujas águas eram tidas, em Jerusalém, na conta de miraculosa e onde o Mestre fizera andar paralíticos, dera vista a cegos e limpara leprosos. Na companhia de Tiago e João, o Senhor encaminhou-se para o templo, onde um dos paralíticos que ele havia curado relatava o acontecido, cheio de sincera alegria. Jesus aproximou-se dele e deixando entrever aos seus discípulos que desejava confirmar os ensinamentos sobre pecado e punição, falou-lhe abertamente, como se lê no texto evangélico de João : – “Eis que estás são. Não peques mais, para que te vão suceda coisa pior.”
***
Desde que esses ensinos foram dados, novas idéias de fraternidade povoaram o mundo, com respeito aos transviados, aos criminosos e aos inimigos, atingindo a própria organização política dos Estados.
O Império Romano vulgarizara os mais nefandos processos de regeneração ou de vingança. Escravos ignorantes eram pasto das feras, nos divertimentos públicos, pelas faltas mais insignificantes nas casas dos patrícios. Só de uma vez, trinta mil desses servos, a quem se negava qualquer bem do espírito, foram crucificados numa festa, próximo aos soberbos aquedutos da Via Ápia. Os açoites humilhantes eram castigo suave.
Entretanto, desde a tarde em que Jesus se encontrou com a pecadora em frente da multidão, um pensamento novo entrou a dominar aos poucos o espírito do mundo. A substância evangélica do ensino inolvidável penetrou o aparelho judiciário de todos os povos. A sociedade começou a compreender suas obrigações e procurou segregar o criminoso, como se isola um doente, buscando auxiliar-lhe a reforma definitiva, por todos os meios ao seu alcance. Os menores delinqüentes foram amparados pelas numerosas escolas de regeneração. Todo o sistema da justiça humana evolveu para os princípios da magnanimidade, e os juízes modernos, lavrando suas sentenças, sem nunca haverem manuseado o Novo-Testamento, talvez ignorem, que procedem assim por ter sido Jesus o grande reformador da criminologia.


Irmão X - Humberto de Campos - Do livro “Boa Nova”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.





SOCORRAMOS

“...Com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir.” –Jesus. (Mateus, 7:2.)

Decerto observarás , em toda parte, desacordos, desentendimentos, desajustes, discórdias...
Junto do próprio coração, surpreenderás os que parecem residir em regiões morais diferentes. Entes amados desertam da estrada justa, amigos queridos abraçam perigosas experiências.
Como ajudar aos que nos parecem mergulhados no erro?
Censurar é fazer mais distância, desprezá-los será perdê-los.
É imprescindível saibamos socorrê-los, através do bem efetivo e incessante.
Para começar, sintamo-nos na posição deles, a comungar-lhes a luta.
Situemo-nos aos pés dos problemas em que se encontram e atendamos à prestação do serviço silencioso.
Se aparece oportunidade, algo façamos para testemunhar-lhes apreço.
No pensamento, guardemo-los todos em vibrações de entendimento e carinho.
Na palavra, envolvamo-los na benção do verbo nobre.
Na atitude, amparemo-los quanto seja possível.
Em todo e qualquer processo de ação, fortalecê-los para o bem é o nosso dever maior.
À frente, pois, daqueles que se te afiguram desnorteados, estende o coração e as mãos para auxiliar, porque todos estamos no caminho da evolução e, segundo a assertiva do nosso Divino Mestre, "com a medida com que tivermos medido nos hão de medir a nós".

Emmanuel - Livro Palavras De Vida Eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier




COMUNIDADE

“Porque com o juízo quê julgardes, sereis julgados e a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.”  Jesus (Mateus, 7:2)
“A caridade e a fraternidade não se decretam em leis.  Se uma e a outra não estiverem no coração, o egoísmo ai sempre imperará.  Cabe ao Espiritismo fazê­los, penetrar nele.” (E.S.E. Cap. 25, Item 8)

Sempre que possas, lança um gesto de amor àqueles que se apagam no dia a dia, para que te não faltem segurança e conforto. Vértice não se empina sem base. Banqueteias­te, selecionando iguarias. Legiões de pessoas se esfalfam nas tarefas do campo ou  nas lides da indústria para que o pão te não falhe. Resides no lar, onde restauras as forças. Dezenas de obreiros sofreram duras provas ao levantá­lo. Materializas o pensamento na página fulgurante que o teu nome chancela. Multidões de operários atendem ao serviço, para que o papel te obedeça. Ostentas o cetro da autoridade. Milhares de companheiros suportam obscuras atividades para que o poder te brilhe nas mãos. Quanto puderes, como puderes e onde puderes, na pauta da consciência tranqüila, cede algo dos bens que desfrutas, em favor dos companheiros anônimos que te garantem os bens. Protege os braços que te alimentam. Ajuda aos que te sustentam a moradia. Escreve em auxílio dos que te favorecem a inteligência. Ampara os que te asseguram o bem­estar.
Ninguém consegue ser ou ter isso ou aquilo, sem que alguém lhe apóie os movimentos naquilo ou nisso. Trabalha a beneficio dos outros, considerando o esforço  que os outros realizam por ti. Não há rio sem fontes, como não existe frente sem retaguarda.
Na terra, o astrônomo que define a luz das estrelas é também constrangido a sustentar­se com os recursos do chão.
LIVRO DA ESPERANÇA pelo Espírito Emmanuel – Francisco C.Xavier



NÓS E O MUNDO

“Dai e ser­vos­á dado”  Jesus (Lucas, 6: 38)
“Vós, porém,  que  vos  retirais  do  mundo,  para Me evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes  na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais a combate?” (E.S.E. Cap.O5, Item 26)

Muitos religiosos afirmam que o mundo é poço de tentações e culpas, procurando o deserto para acobertar a pureza, entretanto, mesmo ai, no silencioso retiro em que se entregam a perigoso ócio da alma, por mais humildes se façam, comem, os frutos e vestem a vestimenta que o mundo lhes oferece. Muitos escritores alegam que o mundo é vasto arsenal de incompreensão e discórdia, viciação e delinqüência, Como quem se vê diante de um serpentário, contudo, é no mundo que recolhem o precioso material em que gravam as próprias idéias e encontram os leitores que lhes compram os livros. Muitos pregadores clamam que o mundo é vale de malicia e perversidade, qual se as criaturas humanas vivessem mergulhadas em piscina de lodo, todavia, é no mundo que adquirem os conhecimentos com que ornam o próprio verbo e acham os ouvintes que lhes registram respeitosamente a palavra. Muitas pessoas dizem que o mundo é antro de perdição em que as trevas do mal senhoreiam a vida, no entanto, é no mundo que receberam o regaço materno para tomarem o arado da experiência é no mundo que se nutrem confortavelmente a fim de demandarem mais altos planos evolutivos. O mundo, porém, obra­prima da Criação, indiferentes às acusações gratuitas que lhe são desfechadas, prossegue florindo e renovando, guiando o  progresso e sustentando as esperanças da Humanidade. Fugir de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é abraçar o egoísmo mascarado de santidade. O aluno diplomado em curso superior não pode criticar a bisonhice das mentes infantis, reunidas nas linhas primárias da escola. Os bons são realmente bons se amparam os menos bons. Os sábios fazem jus à verdadeira sabedoria se buscam dissipar a névoa da ignorância.
O Espírita, na essência, é o cristão chamado a entender e auxiliar. Doemos, pois, ao mundo ainda que seja o mínimo do máximo que recebemos dele, compreendendo e servindo aos outros, sem atribuir ao mundo os erros e desajustes que estão em nós.

Emmanuel – Livro da Esperança – Francisco C Xavier




DOAÇÃO DE NÓS

  “Daí e dar-se-vos-à. . .” –JESUS. (Lucas, 6:38.)

Deus te deu a ciência, a fim de que a estendas, em benefício de nossos irmãos, com tal devotamento que a ignorância jamais consiga entenebrecer os caminhos da humanidade.
Deus te deu o discernimento, para que o teu concurso verbal ajude a compreensão dos que te ouvem, de tal modo que a tua presença, seja onde for, venha a se constituir em luz que dissipe a sombra do desequilíbrio e o nevoeiro da discórdia.
Deus te deu a autoridade, a fim de que exerças a justiça com misericórdia, de tal maneira que a compaixão não desapareça do mundo, sob as rajadas da violência.
Deus te deu a fortuna para que o teu dinheiro se faça coluna do trabalho e da beneficência, com tal abnegação que a penúria jamais aniquile os nossos companheiros ainda felizes, nas trilhas da provação e do desespero.
Deus constantemente algo te dá, entretanto só conservarás e multiplicarás os talentos recebidos através das doações que fizeres.
Todos somos tão-somente usufrutuários dos bens da vida, os quais, no fundo, pertencem unicamente ao Senhor do Universo, que no-los conserva nas mãos, segundo o proveito e o rendimento que lhes venhamos a imprimir.
“Daí e dar-se-vos-à” – afirmou Jesus. Isso, na essência, quer dizer: Deus te dá para que dês.

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel




AUTO-PROTEÇÃO

  “Pois com o critério que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”  – JESUS. (Mateus, 7:2.)

A gentileza deve ser examinada, não apenas por chave de ajuste nas relações humanas, mas igualmente em sua função protetora para aqueles que a cultivam.
Não falamos aqui do sorriso de indiferença que paira, indefinido, na face, quando o sentimento está longe de colori-lo.
Reportamo-nos à compreensão e, conseqüentemente, à tolerância e ao respeito com que somos todos chamados à garantia da paz recíproca.
De quando em quando, destaquemos uma faixa de tempo para considerar quantas afeições e oportunidades preciosas temos perdido, unicamente por desatenção pequenina ou pela impaciência de um simples gesto.
Quantas horas gastas com arrependimento tardios e quantas agressões vibratórias adquiridas à custa de nossas próprias observações, censuras, perguntas e respostas mal conduzidas!
O que fizermos a outrem, fará outrem a nós e por nós.
Reflitamos nos temas da auto-proteção.
A fim de nutrir-nos ou aquecer-nos, outros não se alimentam e nem se agasalham em nosso lugar e, por mais nos ame, não consegue alguém substituir-nos na medicação de que estejamos necessitados.
Nas questões da alma, igualmente, os reflexos da bondade e as respostas da simpatia hão de ser plantados por nós, se aspiramos à paz em nós.
Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel



CONTEMPLA MAIS LONGE

“Porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão.” – Jesus. (Lucas, 6:38).

Para o esquimó, o céu é um continente de gelo, sustentado a focas.
Para o selvagem da floresta, não há outro paraíso, além da caça abundante.
Para o homem de religião sectária, a glória de além-túmulo pertence exclusivamente a ele e aos que se lhe afeiçoam.
Para o sábio, este mundo e os círculos celestiais que o rodeiam são pequeninos departamentos do Universo.
Transfere a observação para o teu campo de experiência diária e não olvides que as situações externas serão retratada em teu plano interior, segundo o material de reflexão que acolhes na consciência.
Se preferes a tristeza, anotarás o desalento, em cada trecho do caminho.
Se duvidas de ti próprio, ninguém confia em teu esforço.
Se te habituaste às perturbações e aos atritos, dificilmente saberás viver em paz contigo mesmo.
Respirarás na zona superior ou inferior, torturada ou tranqüila, em que colocas a própria mente. E, dentro da organização na qual te comprazes, viverás com os gênios que invocas. Se te deténs no repouso, poderás adquiri-lo em todos os tons e matizes, e, se te fixares no trabalho, encontrarás mil recursos diferentes de servir.
Em torno de teus passos, a paisagem que te abriga será sempre em tua apreciação aquilo que pensas dela, porque com a mesma medida que aplicares à Natureza, obra viva de Deus, a Natureza igualmente te medirá.
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier 




E O ADÚLTERO?

“E, pondo-a no meio, disseram-lhe: – Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.” – João, 8:4

O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve considerações muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver o mal nos semelhante, sem enxergá-lo em si mesmo.
Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do errôneo conceito de adultério unilateral.
Se a infeliz fôra encontrada em pleno delito, onde se recolhera o adúltero que não foi trazido a julgamento pelo cuidado popular? Seria ela a única responsável? se existia uma chaga no organismo coletivo, requisitando intervenção a fim de ser extirpada, em que furna se ocultava aquele que ajudava a fazê-la?
A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou-se por infinita sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o peso da culpa na mulher desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou dos que se achavam sem pecado.
O grande e espontâneo silêncio, que então se fez, constituiu resposta mais eloqüente que qualquer declaração verbal.
Ao lado da mulher adúltera permaneciam também os homens pervertidos, que se retiraram envergonhados.
O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que se integram, contudo, num trabalho essencialmente uno, dentro do plano da evolução universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o outro, porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar.
Se as mulheres desviadas da elevada missão que lhes cabe prosseguem sob triste destaque no caminho social, é que os adúlteros continuam ausentes da hora de juízo, tanto quanto no momento da celebre sugestão de Jesus.

Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier




PRESERVA A TI PRÓPRIO

 “Vai, e não peques mais”. – Jesus. (João, 8:11)

A semente valiosa que não ajudas, pode perder-se.
A árvore tenra que não proteges, permanece exposta à destruição.
A fonte que não amparas, poderá secar-se.
A água que não distribuis, forma pântanos.
O fruto não aproveitado, apodrece.
A terra boa que não defendes, é asfixiada pela erva inútil.
A enxada que não utilizas, cria ferrugem.
As flores que não cultivas, nem sempre se repetem.
A amigo que não conservas, foge do teu caminho.
A medicação que não respeitas na dosagem e na oportunidade que lhe dizem respeito, não te beneficia o campo orgânico.
Assim também é a Graça Divina.
Se não guardas o favor do Alto, respeitando-o em ti mesmo, se não usas os conhecimentos elevados que recebes para benefício da própria felicidade, se não prezas a contribuição que te vem de cima, não te vale a dedicação dos mensageiros espirituais. Debalde improvisarão eles milagres de amor e paciência, na solução de teus problemas, porque sem a adesão de tua vontade, ao programa regenerativo, todas as medidas salvadoras resultarão imprestáveis.
“Vai e não peques mais”.
O ensinamento de Jesus é suficiente e expressivo.
O Médico Divino proporciona a cura, mas se não a conservamos, dentro de nós, ninguém poderá prever a extensão e as conseqüências dos desequilíbrios que nos sitiarão a invigilância.
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier




CONSULTAS

"E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?" - (JOÃO, 8:5.)

Várias vezes o espírito de má-fé cercou o Mestre, com interrogações, aguardando determinadas respostas pelas quais o ridicularizasse. A palavra d’Ele, porém, era sempre firme, incontestável, cheia de sabor divino.
Referimo-nos ao fato para considerar que semelhantes anotações convidam o discípulo a consultar sempre a sabedoria, o gesto e o exemplo do Mestre.
Os ensinamentos e atos de Jesus constituem lições espontâneas para todas as questões da vida.
O homem costuma gastar grandes patrimônios financeiros nos inquéritos da inteligência. O parecer dos profissionais do direito custa, por vezes, o preço de angustioso sacrifício.
Jesus, porém, fornece opiniões decisivas e profundas, gratuitamente. Basta que a alma procure a oração, o equilíbrio e a quietude. O Mestre falar-lhe-á na Boa Nova da Redenção.
Freqüentemente, surgem casos inesperados, problemas de solução difícil. Não ignora o homem o que os costumes e as tradições mandam resolver, de certo modo; no entanto, é indispensável que o aprendiz do Evangelho pergunte, no santuário do coração:
- Tu, porém, Mestre, que me dizes a isto?
E a resposta não se fará esperar como divina luz no grande silêncio.

Livro Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel, psicografia Francisco Cândido Xavier




SINAIS DE AMOR

"E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do Céu." - (João, 8:11.)

 No Espiritismo cristão, de quando em quando aparecem aprendizes do Evangelho, sumamente interessados em atender a certas solicitações, no capítulo dos fenômenos psíquicos.
 Buscam sinais tangíveis, incontestáveis.  Na maioria das vezes, movimento não passa de repetição do gesto dos fariseus antigos.  Médiuns e companheiros outros, em grande número, não se precatam de que os pedidos de demonstrações do céu são formulados, por tentação.  Há ilações lógicas no assunto, que cabe não desprezar.
Se um espírito permanece encarnado na Terra, como poderá fornecer sinais de Júpiter? Se as solicitações dessa natureza, endereçadas ao próprio Cristo, foram consideradas como gênero de tentação ao Mestre, pelo evangelho, com que direito poderão impô-las os discípulos novos aos seus amigos do invisível? Ao contrário disso, os aprendizes fiéis devem estar preparados ao fornecimento de demonstrações da Terra.  É justo que o cristão não possa projetar uma tela mágica sobre as nuvens errantes, mas pode revelar como se exerce o ministério da fraternidade no mundo.
Nunca desdobrara a paisagem total onde se movimentam os seres invisíveis, mas está habilitado a prestar colaboração no esclarecimento dos homens do porvir.
 Quem solicita sinais do Céu será talvez ignorante ou portador de má-fé; entretanto os que tentem satisfazê-los andam muito distraídos do que aprenderam como Cristo.  Se te requisitam demonstrações estranhas, podes replicar com segurança resoluto, que não estás designado para à produção de maravilhas e esclarece a teu irmão que permaneces determinado a aprender com o Mestre, a fim de ofereceres à Terra o teu sinal de amor e luz, firme na fé, para não sucumbires às tentações.

Emmanuel - Do livro Segue-me. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




NÃO PEQUES DEMAIS

"Vai e não peques mais". - Jesus. (João, 8:11).

A semente valiosa que não ajudas, pode perder-se.
A árvore tenra que não proteges, permanece exposta à destruição.
A fonte que não amparas, costuma secar-se.
A água que não distribuis, forma pântanos.
O fruto não aproveitado, apodrece.
A terra boa que não defendes, é asfixiada pela erva inútil.
A enxada que não utilizas, cria ferrugem.
As flores que não cultivas, nem sempre se repetem.
O amigo que não conservas, foge do teu caminho.
A medicação que não respeitas, na dosagem e na oportunidade de que lhe dizem respeito, não te beneficia o campo orgânico.
Assim também é a graça Divina.
Se não guardas o favor do alto, respeitando-o em ti mesmo, se não usas os conhecimentos elevados que recebes em benefício da própria felicidade, se não prezas a contribuição que te vem de cima, não te vale a dedicação dos mensageiros espirituais. Debalde improvisarão eles milagres de amor e paciência, na solução de teus problemas, porque sem a adesão de tua vontade ao programa regenerativo todas as medidas salvadoras resultarão imprestáveis.
"Vai e não peques mais".
O ensinamento de Jesus é suficiente e expressivo.
O médico Divino proporciona a cura, mas se não a conservarmos, dentro de nós, ninguém poderá prever a extensão e as conseqüências de novos desequilíbrios que nos aviltarão a invigilância.

Emmanuel - Do livro Segue-me. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.





 COMPANHEIROS FRANCOS

 Na esfera do sentimento, habitualmente defrontados por certa classe de amigos que são sempre dos mais preciosos e aos quais nem sempre sabemos atribuir o justo valor: aqueles que nos dizem a verdade, acerca das nossas necessidades de espírito.
 Invariavelmente, categorizamos em alta conta as afeições que nos assegurem conveniências de superfície, nos quadros do mundo. Confiança naqueles que nos multipliquem as posses efêmeras e solidariedade aos que nos garantam maior apreço no grupo social.
 Perfeitamente cabível a nossa gratidão para com todos os benfeitores que nos enriquecem as oportunidades de progredir e trabalhar na experiência comum.
 Sejamos, porém, honestos conosco e reconheçamos que não nos é fácil aceitar o concurso dos companheiros cuja palavra franca e esclarecedora nos auxilia na supressão dos enganos que nos parasitam a existência. Se nos falam, sem qualquer circunlóquio, em torno dos perigos de que nos achamos ameaçados, à vista de nossa inexperiência ou invigilância, ainda mesmo quando enfeitem a frase com o arminho da bondade mais pura, freqüentemente reagimos de maneira negativa, acusando-os de ingratos e duros de coração. Se insistem, não raro consideramo-los obsidiados, quando não permitimos que o mel da amizade se nos transtorne na alma em vinagre de aversão, exagerando-lhes os pequeninos defeitos, com absoluto esquecimento das nobres qualidades de que são portadores.
 Tenhamos em consideração distinta os amigos incapazes de acalentar-nos desequilíbrios ou ilusões. Jamais cometamos o disparate de misturá-los com os caluniadores. Os empreiteiros da difamação e da injúria falam destruindo. Os amigos positivos e generosos advertem e avisam com discrição e bondade. Sempre que algo nos digam, sacudindo-nos a alma, entremos em sintonia com a própria consciência, roguemos ao Senhor nos sustente a sinceridade e saibamos ouvi-los.
 Livro Estude E Viva -Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz


SALVO-CONDUTOS

 Evite o gracejo descaridoso.
 Valorize os intervalos de trabalho.
 Observe o passado como arquivo de experiência.
 Esqueça os sinais menos dignos das criaturas e dos fatos.
 Sorria como resposta à dificuldade.
 Dissipe as nuvens da incompreensão com a indulgência na palavra.
 Respeite invariavelmente a fé alheia.
 Sirva sem ostentar o serviço.
 Melhore as opiniões no sentido edificante.
 Fuja às pequenas manifestações de tirania disfarçada.
 Coloque acima das próprias necessidades aquilo que se faça necessário ao bem dos outros.
 Reivindique como privilégio a si mesmo a responsabilidade que lhe compete.
 Ultime sem mais delonga a obrigação atrasada.
 Sopese toda promessa antes de articulá-la na boca.
 Corresponda, quanto possível, aos anseios dos que esperam por seu auxílio.
Semelhantes ações funcionam quais preciosos salvo-condutos desentrançando os obstáculos em nossa caminhada para a Felicidade Maior.
Livro Estude E Viva -Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz



NO EXAME DO PERDÃO

Observemos o ensinamento do Cristo, acerca do perdão.
 Note-se que o Senhor afirma, convincente:  -“se o vosso irmão agiu contra vós...”
 Isso quer dizer que Jesus principia considerando-nos na condição de pessoas ofendidas, incapazes de ofender: ensina-nos a compreender os semelhantes, crendo-nos seguros no trato fraternal.
 Nas menores questões de ressentimento, sujeitemo-nos a desapaixonado autoexame.
 Quem sabe a reação surgida contra nós terá nascido de ações impensadas, desenvolvidas por nós mesmos?
 Se do balanço de consciência estivermos em débito com os outros, tenhamos suficiente coragem de solicitar-lhes desculpas, diligenciando sanar a falta cometida e articulando serviço que nos evidencie o intuito de reparação.
 Se nos sentimos realmente feridos ou injustiçados, esqueçamos o mal. Na hipótese de o prejuízo alcançar-nos individualmente e tão –somente a nós, reconheçamo-nos igualmente falíveis e ofertemos aos nossos inimigos, imediatas possibilidades de reajuste.
Se, porém, o dano em que fomos envolvidos atinge a coletividade, cabendo à justiça e não a nós o julgamento do golpe verificado, é claro que não nos compete louvar a leviandade. Ainda assim, podemos reconciliar-nos com os nossos adversários, em espírito, orando por eles e amparando-os, por via indireta, a fim de que se valorizem para
o bem geral nas tarefas que a vida lhes reservou.
 De qualquer modo, evitemos estragar o pensamento com o vinagre do azedume.
Nem sempre conseguimos jornadear, nas sendas terrestres, junto de todos, porquanto, até que venhamos a completar o nosso curso de auto burilamento no instituto da evolução universal, nem todos renasceremos simultaneamente em uma só família e nem lograremos habitar a mesma casa.
 Sigamos, assim, de nossa parte, vida afora, em harmonia com todos, embora não possamos a todos aprovar, entendendo e auxiliando, desinteressadamente, aqueles diante dos quais ainda possuímos o dom de agradar em pessoa, e rogando a Bênção
Divina para aqueles outros junto de quem não nos será lícito apoiar a delinqüência ou incentivar perturbação.
Livro Estude E Viva -Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz



MEMORANDO
- A balança do bem não tem cópias.
- A vontade adoece, mas nunca morre.
- Quem compensa mal com mal, atinge males maiores.
- O amor real transpira imparcialidade.
- O sofrimento acorda o dever.
- O remédio excessivo faz-se veneno.
- Somos todos familiares de Jesus.
- Nenhum enfeite disfarça a culpa.
- A vida não cansa o coração humilde.
- Toda convicção merece respeito.
- Só a consciência tranqüila dá sono calmo.
- Emoções e idéias não existem a sós.
- O tempo não desfigura a beleza espiritual.
- Mediunidade, na essência, é cooperação mútua.
- Para o cristão não existem dores alheias, porque as dores da coletividade pertencem a ele próprio.
- Do erro nasce a correção.
- Lábios vigilantes não alardeiam vantagens.
- A caridade é o pensamento vivo do Evangelho.
Livro Estude E Viva -Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz



NOS MOMENTOS GRAVES

Use calma. 
A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca uma vida boa.
Não delibere apressadamente. 
As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.
Evite lágrimas inoportunas. 
O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.
Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. 
O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.
Tenha paciência. 
Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.
Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. 
O tempo não passa em vão.
A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. 
Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.
Seja comedido nas resoluções e atitudes. 
Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.
Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você,


Autor: André Luiz - Psicografia de Chico Xavier. Livro: Agenda Cristã



ADULTÉRIO E PROSTITUIÇÃO

Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse Jesus.
Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita. Do item 13, do Cap. X, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
É curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença: "aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra".
Dir-se-ia que no rol das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afetivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da Terra haja escapado, no cardume das existências consecutivas, aos chamados "erros do amor".
Penetre cada um de nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências.
Quem não haja varado transes difíceis, nas áreas do coração, no período da reencarnação em que se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo, e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade.
Desses embates multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da coletividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia das doenças da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado, e a prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos.
Qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham a comunidade terrestre, há milênios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra, por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida.
Note-se que o lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia notadamente na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, direta ou indiretamente adquiridas, à feição de alimárias, para misteres de aluguel. Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta – Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos - que decerto Jesus, personalizando na mulher sofredora a família humana, pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a primeira pedra.
Evidentemente, o mundo avança para mais elevadas condições de existência.
Fenômenos de transição explodem aqui e ali, comunicando renovação. E, com semelhantes ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade.
Quando cada criatura for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão distanciados do cotidiano, de vez que a compreensão apaziguará o coração humano e a chamada desventura afetiva não terá razão de ser.

Livro: Vida e Sexo – Emmanuel – Francisco C Xavier




A PETIÇÃO DE JESUS
... E Jesus, retido por deveres constrangedores, junto da multidão, em Cafarnaum, falou a Simão, num gesto de bênção: - Vai, Pedro! Peço-te! ... Vai à casa de Jeremias, o curtidor, para ajudar. Sara, a filha dele, prostrada no leito, tem a cabeça conturbada e o corpo abatido. Vai sem delonga, ora ao lado dela, e o Pai, a quem rogamos apoio, socorrerá a doente por tuas mãos.
Na manhã ensolarada, pôs-se o discípulo em marcha, entusiasmado e sorridente com a perspectiva de servir. À tarde, quando o sol cedia as últimas posições à sombra noturna, vinha de retorno enunciando inquietação e pesar no rosto áspero.
- Ah! Senhor! - disse ao Mestre que lhe escutava os apontamentos - todo esforço baldado, tudo em vão! ...
- Como assim?
E o apóstolo explicou amargamente, qual se fora um odre de fel a derramar-se:
- A casa de Jeremias é um antro de perdição... Antes fosse um pasto selvagem. O abastado curtidor é um homem que ajuntou dinheiro, a fim de corromper-se. De entrada, dei com ele bebericando vinho num paiol, a cuja porta bati, na esperança de obter informações para demandar o recinto doméstico. Não parecia um patriarca e sim um gozador desavergonhado.
Sentava-se na palha de trigo e, de momento a momento, colava os lábios ao gargalo de pesada botelha, desferindo gargalhadas, ao pé de serva bonita e jovem, que se refestelava no chão, positivamente embriagada... Ao receber-me, começou perguntando quantos piolhos trago à cabeça e acabou mandando-me ao primogênito... Saí à procura de Zoar, o filho mais idoso, e o achei, enfurecido, no jogo de dados em que perdia largas somas para conhecido traficante de Jope. Acolheu-me aos berros, explicando que a sorte da irmã não lhe despertava o menor interesse... Por fim, expulsou-me aos coices, dando a ideia de uma besta-fera solta no campo . Afastava-me, apressado, quando esbarrei com a dona da casa.
Dei-lhe a razão de minha presença; contudo, antes de atender-me, passou a espancar esquelética menina, alegando que a criança lhe havia surrupiado um figo, enquanto a pequena chorosa tentava esclarecer que a fruta havia sido devorada por galos de estimação... Somente após ensanguentar a vítima, resolveu a megera designar o aposento
em que poderia avistar-me com a filha enferma...
Ante o olhar melancólico do ouvinte, o discípulo prosseguiu:
- A dificuldade, porém, não ficou nisso... Visivelmente transtornada por bagatela, a velha sovina errou na indicação, pois entrei numa alcova estreita, onde fui defrontada por Josué, o filho mais moço do curtidor, que mergulhava a mão num cofre de joias. Desagradavelmente surpreendido, fez-se amarelo de raiva, acreditando decerto que eu não passava de alguém a serviço da família, a fim de espionar-lhe os movimentos. Quando ergueu o braço para esmurrar-me, supliquei-lhe considerasse a minha situação de visitante em missão de paz e socorro fraterno . Embora contrafeito, conduzindo-me ao quarto da irmã... Ah! Mestre, que tremenda desilusão!.. Não duvido de que se trata de uma doente, mas, logo me viu, a estranha criatura se tornou inconveniente, articulando gestos indecorosos e pronunciando frases indignas...Não aguentei mais... Fugi, horrorizado, e regressei pelo mesmo caminho.
Observando que o Amigo Sublime se resguardava, triste e silencioso, volveu Simão, após comprido intervalo:
- Senhor, não fui, acaso, bastante claro? Porventura, não terei procurado cumprir-te honestamente os desejos? Seria justo, Mestre, pronunciar o nome de Deus, ali, entre vícios e deboche, avareza e obscenidade?
Jesus, porém, depois de fitar longamente o céu, a inflamar-se de lumes distantes, fixou no companheiro o olhar profundamente lúcido e exclamou com serenidade:

- Pedro, conheço Jeremias, a esposa e os filhos, há muito tempo!... Quando te incumbi de ir ao encontro deles, apenas te pedi para auxiliar! . LIVRO : CARTAS E CRÔNICAS - HUMBERTO DE CAMPOS – IRMÃO X - FCX




JULGAMENTOS
Observando os atos dos outros, é importante lembrar que os outros igualmente estão anotando os nossos. Sabemos, no entanto, de experiência própria que, em muitos acontecimentos da vida, há enorme distância entre as nossas intenções e nossas manifestações.
Quantas vezes somos interpretados como ingratos e insensíveis, por havermos assumido atitude enérgica ante determinado setor de nossas relações, após atravessarmos, por longo tempo, complicações e dificuldades, nas quais até mesmo os interesses alheios foram prejudicados em nossas mãos? E quantas outras vezes fomos considerados relapsos ou pusilânimes, à vista de termos praticado otimismo e benevolência, perante aqueles com os quais teremos chegado ao extremo limite da tolerância?
Em quantas ocasiões estamos sendo avaliados por disciplinadores cruéis, quando simplesmente desejamos a defesa e a vitória dos entes que mais amamos, e em quantas outras passamos por tutores irresponsáveis e levianos, quando entregamos as criaturas queridas às provas difíceis que elas mesmas disputam, invocando a liberdade que as Leis do Universo conferem a cada pessoa consciente de si?
Reflete nisso e não julgues o próximo, através de aparências. Deixa que o AMOR te inspire qualquer apreciação, e, quando necessites pronunciar algum apontamento, num processo de emenda, coloca-te no lugar do companheiro sob censura e encontrarás as palavras certas para cooperar na obra de ilimitada misericórdia com que DEUS opera todas as construções e todos os reajustes.
Corrige amando o que deve ser corrigido e restaura servindo o que deve ser restaurado; entretanto, jamais condenes, porque o Senhor descobrirá meios de invalidar as posições do mal para que o bem prevaleça, e, toda vez que as circunstâncias te exijam examinar os atos dos outros, recorda que os nossos atos, no conceito dos outros, estão sendo examinados também.

 Emmanuel - Livro: Alma e Coração.  Psicografia de Francisco Cândido Xavier





A PRIMEIRA PEDRA

Há, sim, muitos companheiros errados.
Ninguém nega.
Esse, que te protegia a confiança, desabou, à maneira de tronco pesado, sobre a plantação, ainda frágil, de tua fé.
O outro, que te parecia invulnerável no desassombro, acovardou-se e fugiu.
Conheceste os que pregavam generosidade, agarrando-se à avareza, e notaste os que falavam em virtude, a tombarem no vício.
Situavas a fonte do consolo em vários amigos, que acabaram no desespero e recolhias orientações de outros tantos, que se afundaram na corrente das sombras, quais barcos a matroca.
Em muitos casos, trocaste entusiasmo por desalento e admiração por repugnância.
Diante de semelhantes problemas, é natural te sintas entre a mágoa e a revolta.
No entanto, entra no santuário de ti mesmo procurando compreender a nossa obrigação de auxiliar e servir, e reflete nas exigências de evolução.
Coloca-te no lugar da criatura em dificuldade e enumera quantas vezes tens sido providencialmente auxiliado, para não caíres em tentação.
Medita nas horas em que os pensamentos infelizes te dominam a alma; nos momentos em que tropeças e cais; nas ocasiões em que te enganas e sofres; nos instantes em que lastimas as faltas que não desejarias cometer; e se te sentes longe da possibilidade de errar e integralmente livre de toda culpa, poderás, então, ouvir, de novo, a lição de Jesus e atirar a primeira pedra.


De Canais da Vida, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel





NÃO PERDOAR
Bezerra de Menezes, já devotado à Doutrina Espírita, almoçava, certa feita, em casa de Quintino Bocaiúva, o grande republicano, e o assunto era o Espiritismo, pelo qual o distinto jornalista passara a interessar-se.
Em meio da conversa, aproxima-se um serviçal e comunica ao dono da casa:
- Doutor, o rapaz do acidente está aí com um policial.
Quintino, que fora surpreendido no gabinete de trabalho com um tiro de raspão, que, por pouco, não lhe atingiu a cabeça, estava indignado com o servidor que inadvertidamente fizera o disparo.
- Manda-o entrar – ordenou o político.
- Doutor – roga o moço preso, em lágrimas -, perdoe o meu erro! Sou pai de dois filhos...
Compadeça-se! Não tinha qualquer má intenção...
Se o senhor me processar, que será de mim? Sua desculpa me livrará! Prometo não mais brincar com armas de fogo! Mudarei de bairro, não incomodarei o senhor...
O notável político, cioso da própria tranquilidade, respondeu:
- De modo algum. Mesmo que o seu ato tenha sido de mera imprudência, não ficará sem punição.
Percebendo que Bezerra se sentia mal, vendo-o assim encolerizado, considerou, à guisa de resposta indireta:
- Bezerra, eu não perdoo, definitivamente não perdoo...
Chamado nominalmente à questão, o amigo exclamou desapontado:
- Ah! você não perdoa!
Sentindo-se intimamente desaprovado, Quintino falou, irritado:
- Não perdoo erro. E você acha que estou fora do meu direito?
O Dr. Bezerra cruzou os braços com humildade e respondeu:
- Meu amigo, você tem plenamente o direito de não perdoar, contanto que você não erre...
A observação penetrou Quintino como um raio.
O grande político tomou um lenço, enxugou o suor que lhe caía em bagas, tornou à cor natural, e, após refletir alguns momentos, disse ao policial:
- Solte o homem. O caso está liquidado.
E para o moço que mostrava profundo agradecimento:
- Volte ao serviço hoje mesmo, e ajude na copa.
Em seguida, lançou inteligente olhar para Bezerra, e continuou a conversação no ponto em que haviam ficado.


Livro: Almas em Desfile Psicografia: Francisco C. Xavier e Waldo Vieira Espírito: Hilário Silva




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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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