EM SEU BENEFÍCIO
Não se agaste com o ignorante; certamente, não dispõe ele
das oportunidades que iluminaram seu caminho.
Evite aborrecimentos com as pessoas fanatizadas;
permanecem no cárcere do exclusivismo e merecem compaixão como qualquer
prisioneiro.
Não se perturbe com o malcriado; O irmão intratável tem,
na maioria das vezes, o fígado estragado e os nervos doentes.
Ampare o companheiro inseguro; talvez não possua o
necessário, quando você detém excessos.
Não se zangue com o ingrato; provavelmente, é
desorientado ou inexperiente.
Ajude ao que erra; seus pés pisam o mesmo chão, e, se
você tem possibilidades de corrigir, não tem o direito de censurar.
Desculpe o desertor; ele é fraco e mais tarde voltará à
lição.
Auxilie o doente; agradeça ao Divino Poder o equilíbrio
que você está conservando.
Esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o
princípio.
Perdoe ao mau; a vida se encarregará dele.
Autor: André Luiz Psicografia de Chico Xavier. Livro:
Agenda Cristã
AMAR E PERDOAR
Jesus nos recomendou amar-nos uns aos outros, tal qual
ele mesmo nos amou, e perdoar as ofensas, setenta vezes sete vezes, não porque
nos considere habilitados para semelhante comportamento, mas porque, se lhe
aceitarmos as diretrizes com paciência, ele se tornará mais intimamente associado
a nós e, com ele, estaremos fortes e seguros para fazer isso.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro “Monte Acima"-
AMOR AOS
INIMIGOS
Amar aos inimigos, na conceituação de Jesus, não será
praticar servilismo ou bajulação.
É compreender, acima de tudo, que as faltas daqueles que
não se afinam conosco poderiam ter sido nossas e imaginar quão felizes nos
sentiríamos se tivéssemos, porventura, os nossos erros desculpados e
esquecidos, por aqueles aos quais tenhamos ofendido.
Efetivamente, ser-nos-á possível amar aos nossos
adversários, cultivando atitudes diversas, quais sejam:
Orar pela felicidade deles, no silêncio do coração, a
envolvê-los em vibrações de paz e encorajamento;
Destacar-lhes as qualidades nobres, quando em conversação
com pessoas amigas, ao redor de ocorrências que lhes digam respeito;
Desembargar, quanto se nos faça possível, de maneira
oculta e indireta, os caminhos para as realizações que demandem;
Auxiliar-lhes os entes queridos, quando estejam à frente
de problemas que lhes surjam no cotidiano, de modo a aliviar-lhes as provações;
Induzir companheiros a prestar-lhes apoio nas tarefas
úteis a que se empenham;
Mentalizá-los sempre tranqüilos e felizes;
Desencorajar quaisquer campanhas negativas, tendentes a
suscitar-lhes desgostos e prejuízos; sobretudo, não nos referirmos, em tempo
algum, a essa ou aquela dificuldade que nos hajam causado.
Não digas, portanto, que não podes amar aos inimigos,
porque existem vários meios de endereçar-lhes compreensão e afeto, sem
humilhá-los com a nossa possível benevolência.
Decerto Jesus, quando nos aconselhou amar aos ofensores,
não desejava transformar-nos em carpideiras, junto daqueles que, acaso, não nos
entendam ou nos firam e, sim, espera que os tratemos a todos, na condição de
irmãos autênticos e, tanto quanto nós, amados filhos de Deus.
Emmanuel - Do livro Monte Acima. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier.
SERVIR MAIS
Efraim bem Assef, caudilho de Israel contra o poderio
romano, viera a Jerusalém para levantar as forças da resistência, e, informado
de que Jesus, o profeta, fora recebido festivamente na cidade, resolveu
procura-lo, na casa de Obede, o guardador de cabras, a fim de ouvi-lo.
― Mestre ― falou o guerreiro ―, não te procuro como quem
desconhece a justiça de Deus, que corrige os erros do mundo, todos os dias...
Tenho necessidade de instrução para a minha conduta pessoal no auxílio do povo.
Como agir, quando o orgulho dos outros se agiganta e nos entrava o caminho?...
Quando a vaidade ostenta o poder e multiplica as lágrimas de quem chora?
― É preciso ser mais humilde e servir mais ― respondeu o
Senhor, fixando nele o olhar translúcido.
― Mas... e quando a maldade se ergue, espreitando-nos a
porta? Que fazer, quando os ímpios nos caluniam à feição de verdugos?
E Jesus: ― É preciso mais amor e servir mais.
― Senhor, e a palavra feroz? Que medidas tomar para coibi-la?
Como proceder, quando a boca do ofensor cospe fogo de violência, qual nuvem de
tempestade, arremessando raios de morte?
― É preciso mais brandura e servir mais.
― E diante dos golpes? Há criaturas que se esmeram na
crueldade, ferindo-nos até o sangue... De que modo conduzir nosso passo, à
frente dos que nos perseguem sem motivo e odeiam sem razão?
― É preciso mais paciência e servir mais.
― E a pilhagem Senhor? Que diretrizes buscar, perante aqueles
que furtam, desapiedados e poderosos,
assegurando a própria impunidade à custa do ouro que ajuntam sobre o pranto dos
semelhantes?
― É preciso mais renúncia e servir mais.
― E os assassinos? Que comportamento adotar, junto daqueles
que incendeiam campos e lares, exterminando mulheres e crianças?
― É preciso mais perdão e servir mais.
Exasperado, por não encontrar alicerces ao revide político
que aspirava a empreender em mais larga escala, indagou Efraim:
― Mestre, que pretendes dizer por servir mais?
Jesus afagou uma das crianças que o procuravam e
replicou, sem afetação:
― Convencidos de que a justiça de Deus está regendo a
vida, a nossa obrigação, no mundo íntimo, é viver retamente na prática do bem,
com a certeza de que a lei cuidará de todos.
Não temos, desse modo, outro caminho mais alto se não
servir ao bem dos semelhantes, sempre mais...
O chefe israelita, manifestando imenso desprezo,
abandonou a pequena sala, sem despedir-se.
Decorridos dois dias, quando os esbirros do Sinédrio chegaram,
em companhia de Judas, para deter o Messias, Efraim bem Assef estava à frente.
E, sorrindo, ao algemar-lhe o pulso, qual se prendesse temível salteador,
perguntou, sarcástico: ― Não reages, galileu?
Mas o Cristo pousou nele, de novo, o olhar tranqüilo e
disse apenas: ― É preciso compreender e servir mais.
Livro: Contos Desta E De Outra Vida– Humberto de Campos
– Irmão X
APRENDIZES E
ADVERSÁRIOS
Jonathan, Jessé e
Eliakim, funcionários do, Templo de Jerusalém, passando por Cafarnaum,
procuraram Jesus no singelo domicílio de Simão Pedro.
Recebidos pelo Senhor, entregaram-se, de imediato, à
conversação.
― Mestre ― disse o primeiro ―, soubemos que a tua palavra
traz ao mundo as Boas Novas do Reino de Deus e, entusiasmados com as tuas
concepções, hipotecamos ao teu ministério o nosso aplauso irrestrito.
Aspiramos, Senhor, à posição de discípulos teus...
Não obstante as
obrigações que nos prendem ao sagrado Tabernáculo de Israel, anelamos
servir-te, aceitando-te as ideias e lições, com as quais seremos colunas de tua
causa na cidade eleita do Povo Escolhido... Contudo, antes de solenizar nossos
votos, desejamos ouvir-te quanto à conduta que nos compete à frente dos
inimigos...
― Messias, somos hostilizados por terríveis desafetos, no
Santuário ― exclamou o segundo ―, e, extasiados com os teus ensinamentos,
estimaríamos acolher-te a orientação.
― Filho de Deus ― pediu o terceiro ―, ensina-nos como
agir...
Jesus meditou alguns instantes, e respondeu:
― Primeiramente, é justo considerar nossos adversários
como instrutores. O inimigo vê junto de nós a sombra que o amigo não deseja ver
e pode ajudar-nos a fazer mais luz no caminho que nos é próprio. Cabe-nos,
desse modo, tolerar-lhe as admoestações, com nobreza e serenidade, tal qual o
ferro, que após sofrer, paciente, o calor da forja, ainda suporta os golpes do
malho com dignidade humilde, a fim de se adaptar à utilidade e à beleza.
Os visitantes entreolharam-se, perplexos, e Jonathan
retomou a palavra, perguntando:
― Senhor, e se somos injuriados?
― Adotemos o perdão e o silêncio ― disse Jesus. ― Muita
gente que insulta é vítima de perturbação e enfermidade.
― E se formos perseguidos? ― indagou Jessé.
― Utilizemos a oração em favor daqueles que nos afligem,
para que não venhamos a cair no escuro nível da ignorância a que se acolhem.
― Mestre, e se nos baterem, esmurrarem? ― interrogou
Eliakim. ― que fazer se a violência nos avilta e confunde?
―Ainda assim ―esclareceu o brando interpelado ―, a paz
íntima deve ser nosso asilo e o amor fraterno a nossa atitude, porquanto, quem
procura seviciar o próximo e dilacerá-lo está louco e merece compaixão.
― Senhor ― insistiu Jonathan ―, que resposta oferecer,
então, à maledicência, à calúnia e à perversidade?
O Cristo sorriu e precisou:
― O maledicente guarda consigo o infortúnio de descer à
condição do verme que se alimenta
com o lixo do mundo, o caluniador traz no coração largas
doses de fel e veneno que lhe flagelam a vida, e o perverso tem a infelicidade
de cair nas armadilhas que tece para os outros. O perdão é a única resposta que
merecem, porque são bastante desditosos por si mesmos.
― E que reação assumir perante os que perseguem? ―
inquiriu Jessé, preocupado.
― Quem persegue os semelhantes tem o espírito em densas
trevas e mais se assemelha ao cego desesperado que investe contra os fantasmas
da própria imaginação, arrojando-se ao fosso do sofrimento.
Por esse motivo, o socorro espiritual é o melhor remédio
para os que nos atormentam...
― E que punição reservar aos que nos ferem o corpo, assaltando-nos
o brio? ― perguntou Eliakim espantado. ― Refiro-me àqueles que nos vergastam a
face e fazem sangrar o peito...
― Quem golpeia pela espada, pela espada será golpeado também,
até que reine o Amor Puro na Terra ― explicou o Mestre, sem pestanejar. ― Quem
se rende às sugestões do crime é um doente perigoso que devemos corrigir com a
reclusão e com o tratamento indispensável. O sangue não apaga o sangue e o mal
não retifica o mal...
E, espraiando o olhar doce e lúcido pelos circunstantes,
continuou:
― É imperioso saibamos amar e educar os semelhantes com a
força de nossas convicções e conhecimentos, a fim de que o Reino de Deus se
estenda no mundo... As Boas Novas de Salvação esperam que o santo ampare o
pecador, que o são ajude o enfermo, que a vítima auxilie o verdugo...
Para isso, é imprescindível que o perdão incondicional,
com o olvido de todas as ofensas, assegure a paz e a renovação de tudo...
Nesse ínterim, uma
criança doente chorou em alta voz num aposento contíguo.
O Mestre pediu alguns instantes de espera e saiu para
socorrê-la, ,as, ao regressar, debalde buscou a presença dos aprendizes
fervorosos e entusiastas.
Na sala modesta de Pedro não havia ninguém.
Livro: Contos Desta E De Outra Vida– Humberto de Campos
– Irmão X
ANTE O PODER DO AMOR
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho
unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna – João, 3:16
Ninguém
conseguiria manter a ordem sem a justiça, mas ninguém constrói a paz sem amor.
Não se negará
merecimento à colônia penal que reúne os doentes de espírito, como não se
recusa apreço ao hospital que congrega os doentes do corpo; mas assim como na
instituição de saúde somente o desvelo do amor é capaz de assegurar o preciso
êxito às instruções da medicina, nos estabelecimentos de regeneração apenas o
trabalho do amor garante a recuperação da lei que traça disposições para o
equilíbrio social.
Muitos falarão de
esforço corretivo perante os erros do mundo: não lhes desconsiderarás as
razões, quando justas, todavia, precedendo quaisquer medidas de coerção
referir-te-as ao amor que restaura.
Muitos apontarão
os perigos resultantes das deficiências do próximo; não lhes desrespeitarás a
argumentação, quando sincera, mas antes de tudo providenciarás a obtenção de
remédio que as reduza.
Assim, deve ser,
de vez que por enquanto, na Terra, para legiões de acusadores, diante das
vítimas do mal, existem raros advogados para o socorro do bem.
Ama sempre.
E quando estiveres a ponto de descrer do poder do amor,
lembra-te do Cristo; o Senhor sabia que o mundo de seu tempo estava repleto de
espíritos endividados perante a Lei, que Ele não poderia invalidar os arestos
da justiça para o reajustamento dos culpados, compreendia que as criaturas
hipnotizadas pelo vício não lhe dariam atenção, que deveria contar com a
hostilidade daqueles mesmos a quem se propunha
beneficiar, permanecia convicto de que o extremo sacrifício lhe seria o
coroamento da obra; entretanto, consubstanciando em si mesmo o infinito amor
que Deus consagra à Humanidade, veio ao mundo, mesmo assim.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro Bênção de Paz
TRAÇOS DO INIMIGO
Quando Jesus nos
exortou ao amor pelos inimigos, indicou-nos valioso trabalho imunológico em
favor de nós mesmos.
Se trazes a consciência tranquila, diante da criatura
que, acaso, te injurie, estarás na mira de uma pessoa evidentemente necessitada
de compreensão e de auxílio espiritual.
O adversário gratuito pode estar desinformado a teu
respeito e, por isso, reclama esclarecimento e não represália.
Talvez esteja experimentando certa inveja dos recursos de
que dispões e, em vista disso, necessitará de caridade e silêncio para que não
seja induzido ao desespero.
Sofrerá provavelmente de miopia espiritual, diante dos
objetivos superiores pelos quais te orientas e, por essa razão, aguarda
tolerância, até que o entendimento se lhe amadureça.
Será possivelmente um candidato à luta competitiva com os
teus esforços em realização determinada e, por isso, reclama respeito para que
não caia em perdas de vulto.
Repontará do cotidiano por alguém intentando fazer a
tarefa de que te incumbes e, por semelhante motivo, merece vibrações de paz, a
fim de que encontre encargos idênticos aos teus.
Por fim, talvez surja na condição de doente da alma, sob
a influência de obsessões ocultas e, em vista disso, precisará de compaixão.
Jesus conhecia esses lances de desequilíbrio da
personalidade humana e, naturalmente, nos impulsiona ao perdão e aa prece, em
auxílio de quantos se nos façam agressores.
É que não adianta passar recibos ao mal, de vez que
estaríamos ambientando em nós mesmos, as dificuldades e deficiências dos nossos
perseguidores.
Amar aos inimigos será abençoá-los, desejando-lhes a
tranquilidade de que carecem, livrando-nos, antecipadamente, de quaisquer
entraves com que nos desejem marcar o caminho.
Abençoar aos que nos insultem ou maltratem é o melhor
processo de entregá-los ao mundo deles próprios, sustentando-nos em paz, ante
as bênçãos das Leis de Deus.
Do livro: Amigo - Psicografia: Francisco Candido Xavier.
- Pelo espírito de: Emmanuel.
NECESSITADOS DIFÍCEIS
E - Cap. XII -
Item 1
Em muitas circunstâncias na Terra, interpretamos as horas
escuras como sendo unicamente aquelas em que a aflição nos atenaza a
existência, em forma de tristeza, abandono, enfermidade, privação...
O espírita, porém, sabe que subsistem outras, piores
talvez...
Não ignora que aparecem dias mascarados de felicidade
aparente, em que o sentimento anestesiado pela ilusão se rende à sombra.
Tempos em que os companheiros enganados se julgam
certos...
Ocasiões em que os irmãos saciados de reconforto sentem
fome de luz e não sabem disso...
Nem sempre estarão eles na berlinda, guindados, à
evidência pública ou social, sob sentenças exprobatórias ou incenso
louvaminheiro da multidão...
Às vezes, renteiam conosco em casa ou na vizinhança, no
trabalho ou no estudo, no roteiro ou no ideal... O espírita consciente
reconhece que são eles os necessitados difíceis das horas escuras. Em muitos
lances da estrada vê-se obrigado a comungar-lhes a presença, a partilhar-lhes
atividade, a ouvi-los e a obedecê-los, até o ponto doméstico lhe preceituem
determinadas obrigações.
Entretanto, observa que para lhes ser útil, não lhe será
lícito efetivamente aplaudi-los, à maneira do caçador que finge ternura à
frente da presa, afim de esmagá-la com mais segurança.
Como, porém, exercer a solidariedade, diante deles? -
perguntarás. Como menosprezá-los se carecem de apoio?
Precisamos, no entanto, verificar que, em muitos
requisitos do concurso real, socorrer não será sorrir.
Todos conseguimos doar cooperação fraternal aos
necessitados difíceis das horas escuras, seja silenciando ou clareando
situações, nas medidas do entendimento evangélico, sem destruir-lhes a
possibilidade de aprender, crescer, melhorar e servir, aproveitando os talentos
da vida , no encargo que desempenham e na tarefa que o Mestre lhes confiou.
Mesmo quando se nos façam adversários gratuitos, podemos auxiliá-los...
Jesus não recomendou festejar os que nos apedrejem a
consciência tranqüila e nem nos ensinou a arrasá-los. Mas, ciente de que não
nos é possível concordar com eles e nem tampouco odiá-los, exortou-nos
claramente: "amai os vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem e
caluniam!..."
É assim que a todos os necessitados difíceis das horas
escuras, aos quais não nos é facultado estender os braços de pronto, podemos
amar em espírito, amparando-lhes o caminho, através da oração.
De Opinião Espírita, de Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz
DIANTE DA JUSTIÇA
“...Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e
fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” – Jesus. (MATEUS, 5:20.)
Escribas e fariseus assumiam atitudes na pauta da Lei
Antiga.
Olho por olho, dente por dente.
Atacados, devolviam insulto.
Perseguidos, revidavam, cruéis.
Com Jesus, porém, a justiça fez-se a virtude de conferir
a cada qual o que lhe compete, segundo a melhor consciência.
Ele mesmo começou por aplicá-la a si próprio.
Enredado nas trevas pela imprudência de Judas, não
endossa condenação ou desforço.
Abençoa-o e segue adiante, na certeza de que o amigo inconstante
já carregava, consigo mesmo, infortúnio suficiente para chorar.
Ainda assim, porque o Mestre nos haja ensinado o amor sem
lindes, isso não significa que os discípulos do Evangelho devam caminhar sem justiça,
na esfera das próprias lutas.
Apenas é forçoso
considerar que, no padrão de Jesus, a justiça não agrava os problemas do
devedor, reconhecendo-lhe, ao invés disso, as necessidades que o recomendam à compaixão,
sem furtar-lhe as possibilidades de reajuste.
Se ofensas, pois, caírem-te na alma, compadece-te do
agressor e prossegue à frente, dando ao mundo e à vida o melhor que possas.
Aos que tombam na estrada, basta o ferimento da queda; e
aos que fazem o mal, chega o fogo do remorso a comburir-lhes o coração.
Emmanuel – Palavras de Vida Eterna – Francisco Candido
Xavier
CRISTÃOS
"Se a vossa
justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no Reino
dos Céus." - Jesus. (MATEUS, 5 :20.)
Os escribas e
fariseus não eram criminosos, nem inimigos da Humanidade.
Cumpriam deveres
públicos e privados.
Respeitavam as
leis estabelecidas.
Reverenciavam a
Revelação Divina.
Atendiam aos
preceitos da fé.
Jejuavam.
Pagavam impostos.
Não exploravam o
povo.
Naturalmente, em
casa, deviam ser excelentes mordomos do conforto familiar.
Entretanto, para o
Emissário Celeste a justiça deles deixava a desejar.
Adoravam o Eterno
Pai, mas não vacilavam em humilhar o irmão infeliz.
Repetiam fórmulas
verbais no culto à prece, todavia, não oravam expondo o coração.
Eram corretos na
posição exterior, contudo, não sabiam descer do pedestal de orgulho falso em
que se erigiam, para ajudar o próximo e desculpá-lo até o próprio sacrifício.
Raciocinavam
perfeitamente no quadro de seus interesses pessoais, todavia, eram incapazes de
sentir a verdadeira fraternidade, suscetível de conduzir os vizinhos ao regaço
do Supremo Senhor.
Eis por que Jesus
traça aos aprendizes novo padrão de vida.
O cristão não
surgiu na Terra para circunscrever-se à casinhola da personalidade; apareceu,
com o Mestre da Cruz, para transformar vidas e aperfeiçoá-las com a própria
existência que, sob a inspiração do Mentor Divino, será sempre um cântico de
serviço aos semelhantes, exalçando o amor glorioso e sem-fim, na direção do
Reino dos Céus que começa, invariavelmente, dentro de nós mesmos.
Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Psicografia de Francisco
Candido Xavier
ANTE OFENSAS
“Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder em muito
a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.” – JESUS. (Mateus,
5:20.)
A fim de atender
à recomendação de Jesus – “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” - , não te
colocarás tão-somente no lugar do irmão necessitado de socorro material para
que lhe compreendas a indigência com segurança; situar-te-ás também na posição
daquele que te ofende para que lhe percebas a penúria da alma, de modo a que
lhe estendas o concurso possível.
Habitualmente
aquele que te fere pode estar nos mais diversos graus de dificuldades e
perturbação.
Talvez esteja:
no clima de
enganos lastimáveis dos quais se retirará, mais tarde, em penosas condições de
arrependimento;
sofrendo a
pressão de constrangedores processos obsessivos;
carregando
moléstias ocultas;
evidenciando
propósitos infelizes sob a hipnose da ambição desregrada, de que se afastará,
um dia, sob os desencantos da culpa;
agindo com a
irresponsabilidade decorrente da ignorância;
satisfazendo a
compulsões da loucura ou procedendo sem autocrítica, em aflitivo momento de
provação.
Por isso mesmo,
exortou-nos Jesus a amar os inimigos e a orar pelos que nos perseguem e
caluniam. Isso porque somos inconseqüentes toda vez que passamos recibo a
insultos e provocações com os quais nada temos que ver.
Se remos o
espírito pacificado no dever cumprido, a que título deixar a estrada real do
bem, a fim de ouvir as sugestões das trevas nos despenhadeiros do mal? Além
disso, se estamos em paz, à frente de irmãos nossos, envolvidos em sombra ou
desespero, não seria justo nem humano agravar-lhes o desequilíbrio com reações
impensadas, quando os sãos, perante Jesus, são chamados a socorrer os doentes,
com a sincera disposição de compreender e servir, aliviar e auxiliar.
Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo
Espírito Emmanuel
CRÍTICA
Se você está na hora de criticar alguém, pense um pouco,
antes de iniciar.
Se o parente está em erro, lembre-se de que você vive
junto dele para ajudar.
Se o irmão revela procedimento lamentável, recorde que há
moléstias ocultas que podem atingir você mesmo.
Se um companheiro faliu, é chegado o momento de
substituí-lo em trabalho, até que volte.
Se o amigo está desorientado, medite nas tramas da
obsessão.
Se o homem da atividade pública parece fora do eixo, o
desequilíbrio é problema dele.
Se há desastres morais nos vizinhos, isso é motivo para
auxílio fraterno, porquanto esses mesmos desastres provavelmente chegarão até
nós.
Se o próximo caiu em falta, não é preciso que alguém lhe
agrave as dores de consciência.
Se uma pessoa entrou em desespero, no colapso das
próprias energias, o azedume não adianta.
Ainda que você esteja diante daqueles que se mostram
plenamente mergulhados na loucura ou na delinqüência, fale no bem e fuja da
crítica destrutiva, porque a sua reprovação não fará o serviço dos médicos e
dos juizes indicados para socorre-los, e, mesmo que a sua opinião seja austera
e condenatória, nisso ou naquilo, você não pode olvidar que a opinião de Deus,
Pai de nós todos, pode ser diferente.
ANDRÉ LUIZ - Francisco Cândido Xavier Livro: Espírito da
Verdade
MAIS ALTO
"Se amais
somente os que vos amam, qual é a vossa recompensa?" - JESUS. (Lucas,
6:32.).
Evidentemente, é
sempre fácil estimar os que nos amam, valorizar os que nos servem, apoiar os
que nos aplaudem, alegrarmo-nos com aqueles que se nos regozijam com a
presença, solidarizarmo-nos com os que nos seguem, louvar os que nos
reverenciam, ajudar companheiros agradecidos e trabalhar com os que se afinam
conosco.
Em Jesus, porém,
a vida nos impele a diretrizes mais altas.
É preciso
desculpar os ofensores e orar por eles, compreender os que nos desajudem,
respeitar os que nos desaprovam, abençoar quantos nos criem problemas,
prestigiar as causas do bem de todos, ainda quando partam daqueles que não nos
comunguem os pontos de vista, admirar os opositores naquilo que demonstrem de
útil, auxiliar os irmãos indiferentes ou incompreensivos e contribuir nas boas
obras, junto daqueles que nos desconsiderem ou hostilizem.
Como é fácil de
anotar, tudo agrada quando se trate de agir, segundo os padrões de vivência que
nos lisonjeiem a personalidade; entretanto, para servir com o Cristo, é
necessário colaborar na construção do Reino do Amor, com a obrigação de
erguer-nos mais alto, para esquecer o próprio egoísmo e realizar algo
diferente.
Francisco Cândido
Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel
INIMIGOS
“Amai, pois, os
vossos inimigos.” – Jesus. (Lucas, 6:35).
A afirmativa do Mestre Divino merece meditação em toda
parte. Naturalmente que a recomendação, quanto ao amor aos inimigos, pede
análise especial.
A multidão, em geral, não traduz o verbo amar senão pelas
atividades cariciosas. Para que um homem demonstre capacidade afetiva, ante os
olhos vulgares, precisará movimentar imenso cabedal de palavras e atitudes
ternas, quando sabemos que o amor pode resplandecer no coração das criaturas
sem qualquer exteriorização superficial. Porque o Pai nos confira experiências
laboriosas e rudes, na terra ou noutros mundos, não lhe podemos atribuir
qualquer negação de amor.
No terreno a que se reporta o Amigo Divino, é justo nos
detenhamos em legítimas ponderações.
Onde há luta há antagonismo, revelando a existência de
circunstâncias com as quais não seria lícito concordar em se tratando de bem
comum. Quando o Senhor nos aconselhou amar os inimigos, não exigiu aplausos ao
que rouba ou destrói, deliberadamente, nem mandou multiplicarmos as asas da
perversidade ou da má fé. Recomendou, realmente, auxiliarmos os mais cruéis; no
entanto, não com aprovação indébita e sim com a disposição sincera e fraterna
de ajudá-los a se reerguerem para a senda divina, através da paciência, do
recurso construtivo ou do trabalho restaurador. O Mestre, acima de tudo,
preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-nos a queda em
disputas inferiores, inúteis ou desastrosas.
Ama, pois, os que se mostram contrários ao teu coração,
amparando-os fraternalmente com todas as possibilidades de socorro ao teu
alcance, convicto de que semelhante medida te livrará do calamitoso duelo do
mal contra o mal.
Emmanuel
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido
Xavier
COMPAIXÃO E SOCORRO
“Amai, pois, a
vossos inimigos “ JESUS LUCAS, 6:35.
“Se o amor do próximo constitui a principio da caridade,
amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse principio, porquanto a posse
de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra a egoísmo
e o orgulho. ” - Cap.12, 3
Não apenas os nossos adversários costumam cair.
É preciso entender que as situações constrangedoras não
aparecem unicamente diante daqueles que não nos comungam os ideais, cujas
deficiências, por isso mesmo, estamos naturalmente inclinados a procurar e
reconhecer.
As criaturas que mais amamos também erram, como temos
errado e adquirem compromissos indesejáveis, como, tantas vezes, temos nós abraçado
problemas difíceis de resolver.
E todos eles, - os irmãos que resvalam na estrada,
decerto pedem palavras que os esclareçam e braços que os levantem.
Tanto quanto nós, na travessia das trevas interiores,
quando as trevas interiores nos tomam de assalto, reclamam compaixão e socorro,
ao invés de espancamento e censura.
Ainda assim, compaixão, e socorro não significam aplauso
e conivência para com as ilusões de que devemos desvencilhar-nos.
Em verdade, exortou-nos Jesus a deixar conjugados, o
trigo e o joio, na gleba da experiência, de vez que a Divina sabedoria separará
um do outro, no dia da ceifa, mas não nos recomendou sustentar reunidos a
planta útil e a praga que a destrói.
A vista disso, a compaixão e o socorro expressam-se no
cultivador, através da bondade vigilante, com que libertará o vegetal
proveitoso larva que o carcome.
O papel da compaixão é compreender.
A função do socorro é restaurar.
Mas se a compaixão acalenta o mal reconhecido, a título
de ternura, converte-se em anestesia da consciência e se o socorro suprime o
remédio necessário ao doente, a pretexto de resguardar-lhe o conforto,
transforma-se na irresponsabilidade fantasiada de carinho, apressando-lhe a
morte.
Reconhecendo, pois, que todos somos suscetíveis de queda,
saibamos estender incessantemente compaixão e socorro, onde estivermos, sem
escárnio para com as nossas feridas e sem louvor para com as nossas fraquezas,
agindo por irmãos afetuosos e compassivos mas sinceros e leais uns dos outros,
a fim de continuarmos, todos juntos, na construção do Bem Eterno, trabalhando e
servindo, cada qual de nós, em seu próprio lugar.
Emmanuel - do livro
O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
UM IMPULSO NATURAL
"...Esse sentimento resulta mesmo de uma lei física:
a da assimilação e da repulsão dos fluídos..." "...daí a diferença de
sensações que se experimenta à aproximação de um amigo ou de um
inimigo..." "...Amar os inimigos...é não ter contra eles nem ódio,
nem rancor, nem desejo de vingança..." (Cap.XII, item 3)
"Amar os inimigos não é, pois, ter para com eles uma
afeição que não está na Natureza, porque o contato de um inimigo faz bater o
coração de maneira bem diferente do de um amigo".
Na investigação profunda da raiva, do rancor ou da ira,
devemos considerar os poderosos e irracionais impulsos de agressividade,
espontâneos e inatos na psique humana.
São emoções ou formações psíquicas que o espírito
partilha com o mundo animal, do qual faz parte e de onde evoluiu. A moderna
teoria evolucionista, deve mais a Charles Darwin do que a qualquer outro
evolucionista, pois foi toda ela construída nas bases de sua obra institulada
"A Origem das Espécies".
Hoje está provado cientificamente que as criaturas
humanas sofreram um processo de evolução extraordinário. Somente do hominídeo
pré-histórico denominado de "Java" ou "Pithecanthopus
erectus" até o homem moderno, transcorreram milhares e milhares de anos de
desenvolvimento e aprimoramento do organismo do ser vivo.
Dessa forma, não podemos separar a Natureza de nós
mesmos, pois também somos Natureza, já que pertencemos aos mesmos departamentos
da vida, desde o mineral, vegetal, animal até ao homem.
Na Natureza tudo foi criado com um objetivo e função,
porque nada do que está em nós está errado. O que acontece é que, muitas vezes,
usamos mal - ou seja, não aprendemos a usar convenientemente e dentro de um
senso de equilíbrio — as possibilidades mais íntimas de nossa alma imortal.
Em nossos parentes distantes, os animais irracionais,
existe o impulso do ataque/defesa. Manifesta-se também em nós esse mesmo
impulso, denominado "instinto de destruição".
É ele uma das primeiras manifestações da lei de
preservação, da sobrevivência dos animais em geral, e imprescindível defendê-los
dos perigos da vida.
Nos dias atuais, o termo "raiva" talvez tenha
sido interpretado como sendo somente crueldade, violência, vingança, quando, na
realidade, significa primordialmente "estado de alerta", visto que
essa energia emocional nos aguça todos os demais sentidos, para uma eventual
necessidade de proteção e apoio a qualquer fato ou situação que nos coloque em
ameaça.
Esse impulso natural possibilita à nossa mente uma maior
oportunidade de elaboração, percepção e raciocíonio, deixando-nos alerta para
enfrentar e sustentar as mais diversas dificuldades.
Ativa nossos desejos de realização, impulsiona ações
determinantes para rompermos a timidez e constrangimentos, encoraja-nos a nos
colocar no meio social e estimula-nos a defesa/fuga diante de situações de
risco.
Em vista disso, entendemos que exaltação, irritação,
melindre, raiva, ódio, violência ou crueldade fazem parte da mesma família
desse impulso, bem como coragem, persistência, determinação, audácia, valentia.
Podemos sentir essas mesmas emoções, em níveis diversos
de intensidade, de conformidade com nosso grau de evolução, conceituando esse
ímpeto com nomenclaturas diversificadas.
A etimologia da palavra "emoção" significa
"movimento para fora" e pode ser conceituada como sendo
"movimento que sobe ou emerge em face de um possível estado de prazer ou
dor".
Emoções de "construção", assim denominadas a
simpatia e o afeto, aparecem com a "antecipação do prazer"; já as
emoções de "destruição", também conhecidas como raiva ou irritação,
surgem com a "antecipação da dor".
Destruição e construção, isto é, raiva e prazer, são os
grandes impulsos de onde derivam todos os demais. Os instintos de construção e
destruição são as fontes primitivas às quais todo o processo da vida está
ligado e, por certo, o seu controle e direcionamento darão um melhor ou pior
curso em nossa existência e em nosso crescimento pessoal.
Portanto, quando ao ser humano é negado o direito de
expressar sua raiva ou prazer, castrado nos seus primeiros anos de vida,
torna-se uma criança indefesa, com tendência a ter uma personalidade tímida,
medrosa e passiva.
Já as "tolerâncias ilimitadas" dos pais nessas
áreas induzirão o menor a se confundir com o uso de seus impulsos de
agressividade e afeto, podendo atingir igualmente, em seu estado adulto,
comportamentos apáticos e demonstrar uma enorme falta de iniciativa,
infantilização ou superlativa dependência do lar.
Grande parte dos professores, tios, pais e avós mantêm
uma forma de visão preconceituosa e obstinada sobre a "raiva",
soterrando os instintos inatos da criança, castigando-a vendo-a como criatura
má e imperfeita, a qual atribuem atitudes reprováveis.
Por acreditarem que tais energias emocionais sejam
completamente condenáveis e inadmissíveis, é que forçam os pequenos a ser, a
qualquer preço, "adaptados" e "bem comportados", à maneira
deles.
Isso irá gerar mais adiante posturas de isolamento e
distanciamento dos adultos, por lhes ter sido negado o exercício de aprender a
comandar suas mais importantes e primitivas emoções.
Na contenção da raiva no adulto, notamos o escoamento do
instinto para outros órgãos do corpo físico, surgindo sim a somatização com o
aparecimento neles dos primeiros sinais de doença, pois para lá que a energia
reprimida se transferiu e se localizou.
Em outras situações, as manifestações do descontrole
dessas energias geram crises de fúria, predisposições ao suicídio, apatias,
acerbações sexuais, paralisias histéricas, sentimentos de culpa, fobias e
outros tantos transtornos espirituais e mentais.
Todas as vezes que somos incomodados ou defrontados com
agressores, o impulso de raiva vai surgir. Ele é automático, é nosso
"estado de alerta", que nos vigia e que nos defende de de tudo aquilo
que pode nos comprometer ou destruir.
Nas criaturas mais amadurecidas, contudo, os impulsos
instintivos moldaram-se à sua mentalidade superior, e passaram a controlá-los,
canalizando-os de forma mais adequada e coerente.
Esses dois impulsos fundamentais, o prazer e a raiva,
nesses mesmos indivíduos foram depurados em seus estados primitivos -
atividades eróticas e violentas - e transformados nas atividades das áreas
afetiva e de iniciativa com determinação.
Essencialmente, porém, é preciso dizer que o ato de
transformação do impulso de destruição não requer a "anulação" ou
"extinção" dele em nossa intimidade, e sim o aprendizado de
transmutá-lo, observando o que diz literalmente a palavra
"transformação", oriunda do latim: "trans" quer dizer "através
de"; "forma", o modo pelo qual uma coisa existe ou se manifesta;
e "actio", "ação".
Entendemos por fim que, "através de novas ações,
mudaremos as formas pelas quais a raiva se manifesta", sem, todavia,
aniquilá-las ou exterminá-las. Com essa visão, a proposta salutar de canalizar
e sublimar a agressividade é promover-nos profissionalmente, criando atividades
educativas, usando práticas do esporte e outras tantas realizações.
Todos aqueles que se dedicam às atividades nas áreas da
criatividade, como poetas, pintores, oradores, escultores, artesãos,
escritores, compositores e outros, fazem parte das criaturas que direcionam
seus impulsos de agressividade para as artes em geral, sublimando-os.
Por sua vez, os que se exercitam fisicamente constituem
exemplos clássicos daqueles que escoam naturalmente para o esporte sua energia
de raiva. Outros tantos a transformam, redirecionando-a para as atividades
junto aos carentes, nas obras e instituições de promoção e assistência social.
Quando as crianças insistirem em cortar, destruir,
quebrar, arrancar, esmagar, torcer, bater ou amassar, estão apenas manuseando
suas emoções emergentes de raiva ou seus impulsos agressivos, para que saibam
usá-los no futuro com controle e conveniência. Em vez de censurá-los e
criticá-los, devemos oferecer-lhes um "material adequado", para que
essas manifestações possam ocorrer plenamente, sem dissabores ou demais
prejuízos.
Desse modo, "amar os inimigos não é, pois, ter para
com eles uma afeição que não está na Natureza". Nossas emoções são
energias que obedecem às leis naturais da vida, são previstas nos estatutos da
"Lei de destruição" e da "Lei de conservação e agem
mecanicamente, pois são disparadas ao detectarmos nossos adversários.
Não obstante, "o contato de um inimigo faz bater o
coração de maneira bem diferente do de um amigo", quer dizer, a emoção
energética da raiva ativa a glândula supra-renal que libera a adrenalina no
sangue. O coração acelera, a pressão arterial sobe, a respiração se
intensifica, os músculos se contraem; daí sentirmos essa sensação estranha e
incômoda.
Em síntese, "amar" os inimigos ou adversários,
na interpretação do ensino de Jesus Cristo, não é nutrir por eles ódio ou
qualquer propósito de vingança, nem mesmo desejar-lhe mal algum. Acima de tudo,
o Mestre queria dizer que nas emoções inatas de raiva, em nosso atual contexto
evolutivo não querem, em verdade, destruir nada do que está "fora
nós", como se fazia nos primórdios da evolução.
Ao contrário, elas querem nos defender, destruindo
conceitos, atitudes e pensamentos "dentro de nós", os quais nos
tornam suscetíveis e vulneráveis ao mundo e, conseqüentemente, nos fazem ser
atacados, machucados e ofendidos.
Livro: Renovando Atitudes - Hammed – Francisco do
Espírito Santo Neto
AMBIENTE
ESPIRITUAL
Há, sem dúvida, uma tarefa especial, particularmente destinada
aos espíritas, à margem das obrigações que lhes são peculiares: a formação de
ambiente adequado ao trabalho edificante dos Bons Espíritos.
Conscientes de que somos sustentados por legiões de
instrutores, domiciliados em planos sublimes, e informados de que eles se
propõem amparar a humanidade, será justo relegar tão-somente a médiuns e
fenômenos a cooperação com eles? Aliás, é necessário considerar que a
mediunidade deve ser laboriosamente burilada, a fim de refleti-los, e que os
fenômenos quase sempre se perdem na cinza da dúvida ou na corrente tumultuária
da discussão.
Todos nós estamos convocados a colaborar com os
mensageiros do Senhor, notadamente no sentido de preparar-lhes ambiente
favorável à manifestação.
Para isso, principiemos por banir do cérebro toda idéia
de crueldade, violência, pessimismo, azedume. . . Diante de qualquer pessoa, sintamo-nos
à frente de criatura irmã que aguarda de nossa parte o amor com que fomos
aquinhoados pela Providência Divina.
No repouso ou na atividade, no lar ou na via pública,
atendamos à harmonização e à serenidade. Conversando, evitemos imagens de
irritação ou de maledicência. Fujamos de repisar comentários em torno de
escândalos e crimes, detendo-nos em casos escabrosos apenas o tempo
imprescindível ao esclarecimento da verdade, sem converter a sinceridade em
botija de fel. Comuniquemos alegria e confiança aos que convivem conosco.
Tenhamos a coragem de praticar o bem que apregoamos, buscando com diligência a
ocasião de servir.
Se surge o impositivo de alguma retificação, em nosso
círculo de trabalho, coloquemo-nos no lugar do corrigido para que a brandura
nos aconselhe, e, doando algo, situemo-nos na posição de quem recebe, para que
a vaidade não se nos insinue na plantação de solidariedade.
É forçoso recordar, sobretudo, que os alicerces de
qualquer ambiente espiritual começam nas forças do pensamento.
Todos nós, os desencarnados e encarnados que nos vinculamos
à seara espírita-cristã, contamos com o apoio dos Instrutores da Vida Maior. Isso
é mais que natural, ante as necessidades que nos assinalam a senda, mas não nos
será lícito esquecer que eles também esperam por nosso auxílio, a fim de que
possam mais amplamente auxiliar.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
INFLUENCIAÇÕES
ESPIRITUAIS SUTIS
Sempre que você experimente um estado de espírito tendente
ao derrotismo, perdurado há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque,
avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.
Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais
a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe.
Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma,
incluem-se: dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas; ausência de
ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura
edificante;
indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e
pressentimentos de desastres
imediatos; aborrecimentos imanifestos por não encontrar
semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los; pessimismos
sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e
aptidão a condenar quem não tem culpa; interpretação
forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder
à realidade; hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto; ânsia
de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de auto martírio;
teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual
para consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança
de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a
constatação de
que é tarde para desfazer o erro consumado.
São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por
parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.
O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que
os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria
pessoa.
Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada
com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro
assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação,
recebimento de carta clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.
Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se
as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e
ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas,
contudo bem mais freqüentes, que minam as energias de uma só criatura incauta,
mas influenciando o roteiro de legiões de outras.
Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem
assim?
Estude em sua existência se nessa última quinzena você
não esteve em alguma circunstância com características de influenciação
espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
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