APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

sábado, 19 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XI -ITEM 13 - A FÉ E A CARIDADE



13 – Eu vos disse recentemente, meus queridos filhos, que a caridade sem a fé não seria suficiente para manter entre os homens uma ordem social de fazê-los felizes. Devia ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Podereis encontrar, é verdade, impulsos generosos entre as pessoas sem religião. Mas essa caridade austera, que só pode ser exercida pela abnegação, pelo sacrifício constante de todo o interesse egoísta, nada a não ser a fé poderá inspirá-la, porque nada além dela nos faz carregar com coragem e perseverança a cruz desta vida.
Sim, meus filhos, é inútil querer o homem, ávido de prazeres, iludir-se quanto ao seu destino terreno, pretendendo que lhe seja permitido ocupar-se apenas da sua felicidade. Certo que Deus nos criou para sermos felizes na eternidade, mas a vida terrena deve servir unicamente para o nosso aperfeiçoamento moral, o qual se conquista mais facilmente com a ajuda do corpo e do mundo material. Sem contar as vicissitudes comuns da vida, a diversidade de vossos gostos, de vossas tendências, de vossas necessidades, são também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Porque somente a custa de concessões e de sacrifícios mútuos, é que podeis manter a harmonia entre elementos tão diversos.

Tendes razão, entretanto, ao afirmar que a felicidade está reservada ao homem neste mundo, se a procurardes antes na prática do bem do que nos prazeres materiais. A história da cristandade nos fala dos mártires que caminhavam com alegria para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para ser cristão já não se precisa enfrentar a fogueira do mártir, nem o sacrifício da vida, mas única e simplesmente o sacrifício do egoísmo, do orgulho e da vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e fordes sustentados pela fé.



TEXTOS DE APOIO




O BOM LADRÃO

Alguns dias antes da prisão do Mestre, os discípulos, nas suas discussões naturais, comentavam o problema da fé, com o desejo desordenado de quantos se atiraram aos assuntos graves da vida, tentando apressadamente forçar uma solução.
– Como será essa virtude? De que modo conservá-la-emos intacta no coração? – inquiria Levi, com atormentado pensamento – Tenho a convicção de que somente o homem culto pode conhecer toda a extensão de seus benefícios.
– Não tanto assim – aventava Tiago, seu irmão – acredito que basta a nossa vontade, para que a confiança em Deus esteja viva em nós.
– Mas, a fé será virtude para os que apenas desejam? – Perguntava um dos filhos de Zebedeu.
A um canto, como distante daqueles duelos da palavra, Jesus parecia meditar. Em dado instante, solicitado ao esclarecimento, respondeu com suavidade:
– A fé pertence, sobretudo, aos que trabalham e confiam. Tê-la no coração é estar sempre pronto para Deus. Não importam a saúde ou a enfermidade do corpo, não têm significação os infortúnios ou os sucessos felizes da vida material. A alma fiel trabalha confiante nos desígnios do Pai, que pode dar os bens, retirá-los e restituí-los em tempo oportuno, e caminha sempre com serenidade e amor, por tôdas as sendas pelas quais a mão generosa do Senhor a queira conduzir.
– Mas, Mestre – redargüiu Levi, em respeitosa atitude – como discernir a vontade de Deus, naquilo que nos acontece? Tenho observado grande número de criaturas criminosas que atribuem à Providência os seus feitos delituosos e uma legião de pessoas inertes que classificam a preguiça como fatalidade divina.
– A vontade de Deus, além da que conhecemos através de sua lei e de seus profetas, através do conselho sábio e das inclinações naturais para o bem, é também a que se manifesta, a cada instante da vida, misturando a alegria com as amarguras, concedendo a doçura ou retirando-a, para que a criatura possa colher a experiência luminosa no caminho mais espinhoso. Ter fé, portanto, é ser fiel a essa vontade, em tôdas as circunstâncias, executando o bem que ela nos determina e seguindo-lhe o roteiro sagrado, nas menores sinuosidades da estrada que nos compete percorrer.
– Entretanto – observou Tomé – creio que essa qualidade excepcional deve ser atributo do espírito mais cultivado, porque o homem ignorante não poderá cogitar da aquisição de semelhante patrimônio.
O Mestre fitou o apóstolo com amor e esclareceu :
– Todo homem de fé será, agora ou mais tarde, o irmão dileto da sabedoria e do sentimento ; porém, essa qualidade será sempre a do filho leal ao Pai que está, nos céus. O discípulo sorriu e obtemperou :
– Todavia, quem possuirá no mundo lealdade perfeita como essa?
– Ninguém pode julgar em absoluto – disse o Cristo com bondade – a não ser o critério definitivo de Deus; mas, se essa conquista da alma não é comum às criaturas de conhecimento parco ou de posição vulgar, é bem possível que a encontremos no peito exausto dos mais infelizes ou desclassificados do mundo.
O apóstolo sorriu desapontado, no seu cepticismo de homem prático. Dentro em pouco, a pequena comunidade se dispersava, à aproximação do manto escuro da noite.
***
Na hora sombria da cruz, disfarçado com vestes diferentes, Tomé acompanhou, passo a passo, o corajoso Messias.
Estranhas reflexões surgiam-lhe no espírito. Sua razão de homem do mundo não lhe proporcionava elementos para a compreensão da verdade toda. Onde estava aquele Deus amoroso e bom, sobre quem repousavam as suas esperanças? Seu amor possuiria apenas uma, cruz para oferecer ao filho dileto? Por que motivo não se rasgavam os horizontes, para que as legiões dos anjos salvassem do crime da multidão inconsciente e furiosa o Mestre amado? Que providência era aquela que se não manifestava no momento oportuno? Durante três anos consecutivos haviam acreditado que Deus guardava todo o poder sobre o mundo; não conseguia, pois, explicar como tolerava aquele espetáculo sangrento de ser o seu enviado, amorável e carinhoso, conduzido para o madeiro infamante, sob impropérios e pedradas. O prêmio do Cristo era então aquele monte da desolação, reservado aos criminosos?
Ansioso, o discípulo contemplou aquelas mãos, que haviam semeado a bem e o ardor, agora agarradas à cruz, como duas flores ensangüentadas. A fronte aureolada de espinhos era uma nota irônica, na sua figura sublime e respeitável. Seu peito tremia, ofegante, seus ombros deveriam estar pisados e doloridos. Valera a pena haver distribuído, entre os homens, tantas graças do céu? O malfeitor que assaltava o próximo era, agora, a seu ver, o dono de mais duradouras compensações.
Tomé se sentia como que afogado. Desejou encontrar algum dos companheiros para trocar impressões ; entretanto, não viu um só deles. Procurou observar se os beneficiados pelo Messias lhe assistiam ao martírio humilhante, na hora final, lembrado de que ainda na véspera se mostravam tão reconhecidos e felizes com sua presença santa. A ninguém encontrou. Aqueles leprosos que haviam recuperado o dom precioso da saúde, os cegos que conseguiram rever o quadro caricioso da vida, os aleijados que haviam cantado hosanas à cura de seus corpos defeituosos, estavam agora ausentes, fugiam ao testemunho. Valera, a pena praticar o bem? O apóstolo, mergulhado em dolorosos e sombrios pensamento, deixava absorver-se em estranhas interrogações.
Reparou que em torno da, cruz estrugiam gargalhadas e ironias. O Mestre, contudo, guardava no semblante uma serenidade inexcedível. De vez em quando, seu olhar se alongava por sobre a multidão, como querendo descobrir um rosto amigo.
Sob as vociferações da turba amotinada, a Tomé parecia-lhe escutar ainda o ruído inolvidável dos cravos do suplício. Enquanto as lanças e os vitupérios se cruzavam nos ares, fixou os dois malfeitores que a justiça do mundo havia condenado à pena última. Aproximou-se da cruz e notou que o Messias punha nele os olhos amorosos, como nos tempos mais tranqüilos. Viu que um suor empastado de sangue lhe corria do rosto venerável, misturando-se com o vermelho das chagas vivas e dolorosas. Com aquele olhar inesquecível, Jesus lhe mostrou as úlceras abertas, como o sinal do sacrifício. O discípulo experimentou penosa emoção a lhe dominar a alma sensível. Olhos nevoados de pranto, recordou os dias radiosos do Tiberíades.
As cenas mais singelas do apóstolo ressurgiam ante a sua imaginação. Subitamente, lembrou-se da tarde que haviam comentado o problema da fé, parecendo-lhe ouvir ainda as elucidações do Mestre, com respeito à perfeita lealdade a Deus.
Reflexões instantâneas lhe empolgaram o coração.
Quem teria sido mais fiel ao Pai do que Jesus?
Entretanto, a sua recompensa era a cruz do martírio! Absorto em singulares pensamentos, o apóstolo observou que o Messias lançava agora os olhos enternecidos sobre um dos ladrões que o fixava afetuosamente.
Nesse instante, percebeu que a voz débil do celerado se elevava para o Mestre, em tom de profunda sinceridade :
– Senhor! – disse ele, ofegante – lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!...
O discípulo reparou que Jesus lhe endereçava, então, o olhar caricioso, ao mesmo tempo que aos seus ouvidos chegavam os ecos de sua palavra suave e esclarecedora :
– Vês, Tomé? Quando todos os homens da lei não me compreenderam e quando os meus próprios discípulos me abandonaram, eis que encontro a confiança leal no peito de um ladrão!...
***
Inquieto, o discípulo meditou a lição recebida e, horas a fio, contemplou o espetáculo penoso, até ao momento em que o Mestre foi retirado da cruz da derradeira agonia. Começava, então, a compreender a essência profunda de seus ensinos imortais.
Como se o seu espírito fora transportado ao cume de alto monte, pareceu-lhe observar daí a pesada marcha humana. Viu conspícuos homens da lei, sobraçando os livros divinos; doutores enfatuados de orgulho passavam eretos, exibindo os mais complicados raciocínios. Homens de convicções sólidas integravam o quadro, entremostrando a fisionomia satisfeita. Mulheres vaidosas ou fanáticas lá iam, igualmente, revelando seus títulos diletos. Em seguida, vinham os diretamente beneficiados pelo Mestre Divino. Era a legião dos que se haviam levantado da miséria física e das ruínas morais. Eram os leprosos de Jerusalém, os cegos de Cafarnaum, os doentes de Sidon, os seguidores aparentemente mais sinceros, ao lado dos próprios discípulos que desfilavam envergonhados e se dispersavam, indecisos, na hora extrema.
Possuído de viva emoção, Tomé se pôs a chorar intimamente. Foi então que presumiu escutar uns passos delicados e quase imperceptíveis. Sem poder explicar o que se dava, julgou divisar, a seu lado, a inolvidável figura do Mestre, que lhe colocou as mãos leves e amigas sobre a fronte atormentada, repetindo-lhe ao coração as palavras que lhe havia endereçado da cruz :
– Vês, Tomé? Quando todos os homens da lei não me compreenderam e os próprios discípulos me abandonaram, eis que encontro a confiança leal no peito de um ladrão!...


Irmão X - Humberto de Campos - Do livro “Boa Nova”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




ENTREVISTA SOBRE O AUTO-AMOR

"Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não se vos faz mister nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e exclusivamente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé." Espírito protetor (Cracóvia, 1861).O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 11, item 13.

O que é o auto-amor?
É a construção de uma relação amorosa e acolhedora com nós mesmos.
Parece-me ser algo tão difícil de ser conquistado! Estou certo?
O amor é um aprendizado. Amor a si, amor ao próximo e amor a Deus são princípios universais de orientação na evolução, e a todos é destinado esse aprendizado no campo do aprimoramento espiritual.
Entretanto, para cada espírito, o mapa de estratégias desse aprendizado é muito diverso e toma dimensões de conformidade com seu nível de amadurecimento moral e espiritual.
Amor é algo que tem íntima relação com maturidade espiritual?
Inegavelmente. A maturidade do senso moral e da inteligência afetiva permite melhores habilidades, as quais resultam em comportamento orientado pelo amor.
Quais os aspectos que mais precisamos desenvolver para que amadureçamos espiritual e emocionalmente?
O uso do interesse pessoal sublimado pelo amor, ou seja, a aplicação do egoísmo para seus fins iluminativos.
O amor modera o egoísmo, transformando-o em fonte de proteção e satisfação de necessidades essenciais sem que nos abstenhamos da relação de cooperação e solidariedade fraterna com a vida e com o próximo.
Quem cuida de si com amor legítimo edifica um alicerce sólido para erguer uma convivência saudável, rica de afeto e com dilatada disposição de inclusão incondicional do seu próximo.
Por essa razão, voltamos ao texto de apoio anterior:
"Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não se vos faz mister nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e exclusivamente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé."
Quando começamos a cuidar de nós com autoamor temos uma sensação de culpa, como se estivéssemos sendo egoístas. Como distinguir autoamor e egoísmo?
Somente enfrentando nosso medo de ser egoístas saberemos qual a justa medida entre egoísmo e proteção dentro dos nossos limites, com base no amor a nós mesmos.
O egoísta só pensa nele. Ao contrário, quem se ama, sente enorme atração, nascida nas fontes profundas do coração, para amar os outros.
Quem se ama sente-se saciado, preenchido, e por essa razão guarda uma capacidade maior e mais equilibrada de estender a mão e de colaborar com as necessidades alheias.
Onde existe amor legítimo não existe espaço para egoísmo tóxico, porque o verdadeiro amor é agregador, sinérgico e solicita proximidade e relação.
Quem se acolhe amorosamente se abre ainda mais para o seu próximo. Quem se ama vai com o seu melhor em direção ao seu semelhante.
Quando o espírito consegue cuidar de si à luz do amor, percebe nitidamente que o amor ao seu próximo é um efeito natural de sua construção interior, de uma relação amorosa e acolhedora com seus sentimentos e com suas atitudes.
Por que temos uma sensação de ser egoístas quando nos direcionamos para o autoamor?
Quando optamos por cuidar de nós mesmos com autoamor, temos uma nítida sensação de que estamos abandonando as pessoas que amamos ou de que nosso comportamento é uma expressão de egoísmo, porque tivemos uma educação emocional muito deficiente. Aprendemos que amor é se anular para que o outro fique bem: lamentável concepção que não reflete o amor de Deus nas leis cósmicas!
Uma reflexão madura nos leva a concluir o contrário, pois, quando cuidamos de nós com sabedoria, colocamo-nos em condições ainda melhores para fazer algo efetivamente útil por aqueles que amamos.
Amor não inclui necessariamente o sacrifício, o qual é justo somente quando a vida, em função de provas e necessidades particulares, nos coloca em situações irremediáveis que pedem o nosso testemunho em ciclos de muita dor. Afora isso, o amor de quem sabe cuidar de si é uma promessa de leveza, bons resultados, construção, justiça e crescimento.
Embora o mapa de estratégias para aquisição do auto-amor seja individual, poderia nos dar uma recomendação para nossa educação emocional que seja pertinente à maioria de nós?
Aceitação e fé.
Uma das principais razões para não aceitarmos a realidade que nos afeta é a fuga de um dos mais importantes sentimentos para a sanidade psíquica e emocional: o medo. Somente enfrentando os nossos medos e fazendo conexão com suas insinuações conseguiremos a conduta de aceitação com a realidade.
O medo é um indicador saudável de que existe apego a conceitos, crenças e sentimentos, e quem se apega cria uma percepção mental ilusória. Quem não aceita consome-se na revolta de ter de experimentar uma vida desconectada com suas expectativas e idealizações.
Uma das principais razões para a dor do medo é ter um olhar pretensioso e idealista para a existência, é querer que a vida e as pessoas sejam exatamente como achamos que devem ser. Diante disso, muitos corações insensatos na Terra padecem a dor da anulação, da ausência de valor pessoal e do sacrifício voluntário em nome do amor.
Auto-amor acontece quando aceitamos a realidade e não resistimos ao que a vida e as pessoas são. Quem aceita permite um estado interior de otimismo e coragem que se chama fé. Pessoas que não se amam passam a maior parte da vida querendo mudar o mundo e as pessoas.
A grande função terapêutica do medo é nos alertar para o que estamos precisando rever dentro de nós, funcionando como um sensor de idealizações e ilusões.
A fé é a armadura de proteção mais resistente que pode existir. E como definir fé nessa situação? Ela deve ser definida como a crença lúcida de que a melhor alternativa que existe diante de nossas necessidades de aprimoramento é o enfretamento de nossas lutas, com a única certeza no coração de que daremos conta de superar todos os nossos obstáculos.
Fé é o medo para frente.
Livro: Escutando Sentimentos - Wanderley S. De Oliveira - Pelo Espírito Ermance Dufaux




EM FAVOR DA ALEGRIA

“Assim também não é vontade de Nosso Pai que está nos Céus, que um destes pequeninos se perca.”  Jesus (Mateus, 18:14)

“A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem mesma nos palavras  de  consolação  que  lhe  aditeis.  Não, não é apenas isso  o  que  Deus  exige  de  vós.  A caridade sublime que Jesus ensinou, também  consiste  na  benevolência  de  que  useis sempre  e  em  todas  as  coisas  par a  com o vosso próximo.” (Cap. 11, Item 14)
Muito grande no mundo o cortejo das moléstias que infelicitam as criaturas, no entanto, maior é o fardo de inquietação que lhes pesa nos ombros. Onde haja sinal de presença humana, aí se amontoam os supliciados morais,
lembrando legiões de sonâmbulos, fixados ao sofrimento. Não apenas os que passeiam na rua a herança de lágrimas que trouxeram ao renascer... Esmagadora percentagem dos aflitos carrega temerosos no refúgio doméstico que, levantado em louvor da alegria familiar, se transforma, não raro, em
clausura flagelante. Daí procede o acervo dos desalentados que possuem tão somente a fria visão da névoa para o dia seguinte. São pessoas desacoroçoadas na luta pela aquisição de suprimento às exigências primárias; pais e mães trespassados de pesar, diante de filhos que lhes desdouram a existência; mulheres traumatizadas em esforço de sacrifício; crianças e jovens desarvorados nos primeiros passos da vida; companheiros encanecidos em rijas experiências, atrelados carga de labores quando não são acolhidos nos braços da caridade pública, de modo a não perturbarem o sono dos descendentes. Somemos semelhantes desgostos às tribulações dos que clamam por  equilíbrio das grades dos manicômios; dos que sonham liberdade na estreiteza do cárcere; dos que choram manietados em leitos de expiação e dos milhares de espíritos desencarnados, ainda em pesadelos indescritíveis que comunicam à esfera física os rescaldos do próprio desespero e verificaremos que a tristeza destrutiva é comparável à praga fluídica, prejudicando todos os flancos da evolução na Terra.
Ponderando tudo isso respeitemos a dor, mas plantemos a alegria e a esperança, onde nossa influência logre chegar.
Falemos de otimismo, cultivemos serviço, ensinemos confiança e exercitemos serenidade. Ninguém espera sejamos remédio a toda angústia e rio a toda sede, entretanto, à frente da sombra e da secura que atormentam os homens, cada um de nós pode ser a consolação do raio de luz e a bênção do copo d’água.
LIVRO DA ESPERANÇA pelo Espírito Emmanuel – Francisco C Xavier





O IMPERATIVO DA AÇÃO

Explanavam os aprendizes, acaloradamente, sobre as necessidades de preparação para o Reino Divino.
Filipe, circunspecto, salientava o impositivo da meditação.
Tiago, o mais velho, opinava pelo retiro espiritual; os discípulos do movimento renovador, a seu ver, deviam isolar-se em zona inacessível ao pecado.
João optava pela adoração constante, chegando ao extremo de sugerir o abandono das atividades profissionais, por parte de cada um, a fim de poderem entoar hosanas contínuos ao Pai Amantíssimo.
Bartolomeu destacava a necessidade do jejum incessante, com abstenção de todo contacto com as pessoas impuras.
Chamado à manifestação direta pela palavra indagadora de Simão, Jesus perguntou, nominalmente:
— Pedro, qual é a água que desprende miasmas pestilenciais?
— Sem dúvida — respondeu o apóstolo, intrigado —, é a água estagnada, sem proveito.
Sorridente, dirigiu-se ao filho de Alfeu, indagando:
— Tiago, qual é o peixe que flutua inerte na onda? — É o peixe morto, Senhor — redargüiu o discípulo, desapontado.
— Bartolomeu, qual é a terra que se enche de matagais daninhos à plantação útil? O interpelado pensou, pensou e esclareceu:
— Indiscutivelmente, é a terra boa desprezada, porque o solo empedrado e áspero é quase sempre estéril.
O Mestre, evidenciando sincera satisfação, concentrou a atenção em Tadeu e inquiriu: Tadeu, qual é a túnica que se converte em ninho da traça destruidora?
— É a túnica não usada.
Endereçando expressivo gesto a Judas, interrogou: — Que acontece ao talento sepultado?
— Perde-se por inútil, Senhor.
Logo após, assinalou com o olhar um dos filhos de Zebedeu e falou, mais incisivo: — Tiago, onde se acoitam as serpentes e os lobos? — Nos lugares em ruína ou votados ao abandono.
— André — disse o Cristo, fixando o irmão de Pedro —, qual é, em verdade, a função do fermento?
— Mestre, a missão do fermento é dar vida ao pão.
Em seguida, pousando nos companheiros o olhar penetrante e doce, acrescentou, bemhumorado:
— O tempo está repleto de adoradores e a miséria rodeia Jerusalém.
Se a luz não serve para expulsar as trevas, se o pão deve fugir ao faminto e se o remédio precisa distanciar-se do enfermo, onde encontraremos proveito no trabalho a que nos propomos? O Reino Divino guarda o imperativo da ação por ordem fundamental.
Sigamos para diante e propaguemos a verdade salvadora, através dos pensamentos, das palavras, das obras e de nossas próprias vidas.
O Todo-Sábio criou a semente para produzir com o infinito.
Desce do alto a claridade do Sol cada dia para extinguir as sombras da Terra.
Não é outro o ministério da Boa Nova.
Amar, servindo, é venerar o Pai, acima de todas as coisas; e servir, amando, é amparar o próximo como a nós mesmos.
Pautar-se por estas normas, em nosso movimento de redenção, é praticar toda a Lei.

Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier




LÂMPADAS, RECEPTORES E TRANSMISSOR
Recebem o raio luminoso e se inebriam de imediato com as impressões visuais transformadas em imagens que se gravam nos recônditos da memória, impressas em cor para serem evocadas logo se acionem os mecanismos próprios capazes de selecioná-las e retirá-las dos arquivos neuronais.
Penetrados pela sonora vibração, que deambula através da câmara acústica, classificam os ruídos e os discriminam para gravá-los em sutil engrenagem, na qual perduram as impressões transformadas em mensagens inapagáveis nos fulcros profundos do espírito.
Acionada pelo mecanismo automático dos centros especializados, converte ideias em música e dispara dardos orais ou veludosa melopéia que faculta comunicação, gerando singular meio de entendimento ou desgraça, conforme a direção aplicada.
Lâmpadas são os olhos derramando claridade pela senda por onde correm os rios dos dias, acionando as alavancas do movimento humano na extensão do progresso.
Receptores são os ouvidos, por cujos condutos as vozes da vida atingem o espírito eterno, momentaneamente revestido pela matéria, de forma a ajudá-lo no crescimento e na evolução.
Transmissor eficaz é a boca encarregada de exteriorizar as impressões que transitam dos centros pensantes ao comércio exterior da vida.
Aparelhos preciosos de que se encontram investidos os homens são inestimáveis tesouros da concessão divina, cuja valorização merece a cada instante maior soma do capital de amor para que, através deles, o espírito aprenda a ver e a marchar, saiba ouvir e guardar, disponha-se a sentir e expressar consubstanciando os ideais enobrecedores na elaboração da paz íntima.
Nem todos porém que veem, conseguem com elevação selecionar o que enxergam e assimilar o que devem.
Muitos que ouvem não se comprazem ainda em fixar o que é nobre, olvidando o que é espúrio e vulgar para construir sabedoria pessoal.
Poucos apenas falam, na multidão dos que usam a palavra, de forma eficiente, sem conspurcarem os lábios, macularem a própria ou a vida alheia, derrapando, não raro, para as figurações deprimentes da censura e da crítica indevida, aspirando em decorrência os vapores tóxicos da impiedade e da insensatez.
Mantém acesas as lâmpadas dos olhos e contempla tudo com amor, a fim de que as belezas povoem as paisagens do teu pensamento.
"A candeia do corpo são os olhos".
Liga os receptores somente quando as convenientes mensagens sonoras produzam vibrações de nobres sinfonias nos teus painéis mentais, de modo a possuíres permanente festa no espírito, não obstante as tormentas exteriores que te cerquem "Quem tiver ouvidos ouça".
Externa apenas o que possa ajudar e silencia tudo aquilo que aguilhoa e martiriza, pois o homem superior é considerado não pelo muito que diz, mas pelo conteúdo enobrecedor do que carregam suas palavras.
"Porque a boca fala o de que está cheio o coração".
O olhar de Jesus dulcificava as multidões, Seus ouvidos atentos descobriam o pranto oculto e identificavam a aflição onde se encontrava, e Sua boca bordada de misericórdia somente consolou, cantando a eterna sinfonia da Boa Nova em apelo insuperável junto aos ouvidos dos tempos, convocando o homem de todas as épocas à epopeia da felicidade. Procura fazer o mesmo com a tua aparelhagem superior.
"Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras". Mateus: capítulo 22º, versículo 15.
"Sem levar em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos gostos, dos pendores e das necessidades, é esse também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Com efeito, Só a poder de concessões e sacrifícios mútuos, podeis conservar a harmonia entre elementos tão diversos". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 11º - Item 13, parágrafo 2

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 42.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

PESQUISAR NESTE BLOG

O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

BLOGS RELACIONADOS