APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XXIII - ITEM 9 A 18 - NÃO VIM TRAZER A PAZ MAS A ESPADA



9 – Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem  serão os seus mesmos domésticos. (Mateus, X: 34-36).

10 – Eu vim trazer fogo à Terra, e que quero eu, senão que ele se acenda? Eu, pois, tenho de ser batizado num batismo, e quão grande não é a minha angústia, até que ele se cumpra? Vós cuidais  que eu vim trazer paz à Terra? Não, vos digo eu, mas separação; porque de hoje em diante haverá, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, três contra duas e duas contra três. Estarão divididas: o pai contra o filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra. (Lucas, XII: 49-53)

11 – Foi mesmo Jesus, a personificação da doçura e da bondade, ele que não cessava de pregar o amor do próximo, quem disse estas palavras: Eu não vim trazer a paz, mas a espada; vim separar o filho do pai, o marido da mulher, vim lançar fogo na Terra e tenho pressa que ele se acenda? Essas palavras não estão em flagrante contradição com o seu ensino? Não é uma blasfêmia atribuir-se a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não, não há blasfêmia nem contradição nessas palavras, porque foi ele mesmo quem as pronunciou, e elas atestam a sua elevada sabedoria. Somente a forma, um tanto equívoca, não exprime exatamente o seu pensamento, o que provocou alguns enganos quanto ao seu verdadeiro sentido. Tomadas ao pé da letra, elas tenderiam a transformar a sua missão, inteiramente pacífica, numa missão de turbulências e discórdias, conseqüência absurda, que o bom senso rejeita, pois Jesus não podia contradizer-se. (Ver cap. XIV, nº 6).

12 – Toda idéia nova encontra forçosamente oposição, e não houve uma única que se implantasse sem lutas. A resistência, nesses casos, está sempre na razão da importância dos resultados previstos, pois quanto maior ela for, maior será o número de interesses ameaçados. Se for uma idéia notoriamente falsa, considerada sem conseqüências, ninguém se perturba com ela, e a deixam passar, confiantes na sua falta de vitalidade. Mas se é verdadeira, se está assentada em bases sólidas, se é possível entrever-lhe o futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que se trata de um perigo para eles, para a ordem de coisas por cuja manutenção se interessam. E é por isso que se lançam contra ela e os seus adeptos. A medida da importância e das conseqüências de uma idéia nova nos é dada, portanto, pela emoção que o seu aparecimento provoca, pela violência da oposição que desperta, e pela intensidade e a persistência da cólera dos seus adversários.

13 – Jesus vinha proclamar uma doutrina que minava pelas bases a situação de abusos em que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Por isso o fizeram morrer, julgando matar a idéia com a morte do homem. Mas a idéia sobreviveu, porque era verdadeira; desenvolveu-se, porque estava nos desígnios de Deus; e nascida numa pequena vila da Judéia, foi plantar a sua bandeira na própria capital do mundo pagão, em face dos seus inimigos mais encarniçados, daqueles que tinham o maior interesse em combatê-la, porque ela subvertia as crenças seculares, a que muitos se apegavam, mais por interesse do que por convicção. Era lá que as lutas mais terríveis esperavam os seus apóstolos; as vítimas foram inumeráveis; mas a idéia cresceu e saiu triunfante, porque superava, como verdade, as suas antecessoras.

14 – Observe-se que o Cristianismo apareceu quando Paganismo declinava, debatendo-se contra as luzes da razão. Convencionalmente ainda o praticavam, mas a crença já havia desaparecido, de maneira que apenas o interesse pessoal o sustinha. Ora, o interesse é tenaz, não cede nunca à evidência, e irrita-se tanto mais, quanto mais peremptórios são os raciocínios que se lhe opõem e que melhor demonstram o seu erro. Bem sabe que está errado, mas isso pouco lhe importa, pois a verdadeira fé não lhe interessa; pelo contrário, o que mais o amedronta é a luz que esclarece os cegos. O erro lhe é proveitoso, e por isso a ele se aferra, e o defende.
Sócrates não formulara também uma doutrina, até certo ponto, semelhante à do Cristo? Por que, então, não prevaleceu naquela época, no seio de um dos povos mais inteligentes da Terra? Porque os tempos ainda não haviam chegado. Ele semeou em terreno não preparado: o paganismo não estava suficientemente gasto. Cristo recebeu a sua missão providencial no tempo devido. Nem todos o homens do seu tempo estavam à altura das idéias cristãs, mas havia um clima geral de aptidão para assimilá-las, porque já se fazia sentir o vazio que as crenças vulgares deixavam na alma. Sócrates e Platão abriram o caminho e prepararam os Espíritos. (Ver na Introdução, parágrafo IV: Sócrates e Platão, precursores da idéia cristã e do Espiritismo).

15 – Os adeptos da nova doutrina, infelizmente, não se entenderam sobre a interpretação das palavras do Mestre, na maioria veladas por alegorias e expressões figuradas. Daí surgirem, desde o princípio, as numerosas seitas que pretendiam, todas elas, a posse exclusiva da verdade, e que dezoito séculos não conseguiram pôr de acordo. Esquecendo o mais importante dos preceitos divinos, aquele de que Jesus havia feito a pedra angular do seu edifício e a condição expressa da salvação: a caridade, a fraternidade e o amor do próximo, essas seitas se anatematizaram reciprocamente, arremeteram-se umas contra as outras, as mais fortes esmagando as mais fracas, afogando-as em sangue, ou nas torturas e nas chamas das fogueiras. Os cristãos vencedores do paganismo,  passaram de perseguidos a perseguidores. Foi a ferro e fogo que plantaram a cruz do cordeiro sem mácula nos dois mundos. É um fato comprovado que as guerras de religião foram mais cruéis e fizeram maior número de vítimas que as guerras políticas, e que em nenhuma outra se cometeram tantos atos de atrocidade e de barbárie.
Seria a culpa da doutrina do Cristo? Não, por certo, pois ela condena formalmente toda violência. Disse ele em algum momento aos seus discípulos: Ide matar, queimar, massacrar os que não acreditarem como vós? Não, pois que lhes disse o contrário: Todos os homens são irmãos, e Deus é soberanamente misericordioso; amai o vosso próximo; amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos perseguem. E lhes disse ainda: Quem matar com a espada perecerá pela espada. A responsabilidade, portanto, não é da doutrina de Jesus, mas daqueles que a interpretaram falsamente, transformando-a num instrumento a serviço das suas paixões, daqueles que ignoram estas palavras: O meu Reino não é deste mundo.
Jesus, na sua profunda sabedoria, previu o que devia acontecer. Mas essas coisas eram inevitáveis, porque decorriam da própria inferioridade da natureza humana, que não podia ser transformada subitamente. Era necessário que o Cristianismo passasse por essa prova demorada e cruel, de dezoito séculos, para demonstrar toda a sua pujança: porque, apesar de todo o mal cometido em seu nome, ele saiu dela puro, e jamais esteve em causa. A censura sempre caiu sobre os que dele abusaram, pois a cada ato de intolerância sempre se disse: Se o Cristianismo fosse melhor compreendido e melhor praticado, isso não teria acontecido.

16 Quando Jesus disse: Não penseis que vim trazer a paz, mas a divisão – seu pensamento era o seguinte:
 “Não penseis que a minha doutrina se estabeleça pacificamente. Ela trará lutas sangrentas, para as quais o meu nome servirá de pretexto. Porque os homens não me haverão compreendido, ou não terão querido compreender-me. Os irmãos, separados pelas suas crenças, lançarão a espada um contra o outro, e a divisão se fará entre os membros de uma mesma família, que não terão a mesma fé. Vim lançar o fogo na Terra, para consumir os erros e os preconceitos, como se põe fogo num campo para destruir as ervas daninhas, e anseio porque se acenda, para que a depuração se faça mais rapidamente, pois dela sairá triunfante a verdade. A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida” .
 “Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito da Verdade, que virá restabelecer todas as coisas, ou seja, que dando a conhecer o verdadeiro sentido das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo à luta fratricida que divide os filhos de um mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem solução, que só acarreta desolação e leva o distúrbio até mesmo ao seio das famílias, os homens reconhecerão onde se encontram os seus verdadeiros interesses, no tocante a este e ao outro mundo, e verão de que lado se acham os amigos e os inimigos da sua tranqüilidade. Nesse momento, todos virão abrigar-se sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, segundo a verdade e os princípios que vos ensinei”.

17 – O Espiritismo vem realizar, no tempo determinado, as promessas do Cristo. Não o pode fazer, entretanto, sem destruir os erros. Como Jesus, ele se defronta com o orgulho, o egoísmo, a ambição, a cupidez, o fanatismo cego, que, cercados nos seus últimos redutos, tenta ainda barrar-lhe o caminho, e levantam contra ele entraves e perseguições. Eis por que ele também é forçado a combater. Mas a época das lutas e perseguições sangrentas já passou, e as que ele tem de suportar são todas de ordem moral, sendo que o fim de todas elas se aproxima. As primeiras duraram séculos; as de agora durarão apenas alguns anos, porque a luz não parte de um só foco, mas irrompe de todos o ponto do globo, e abrirá mais depressa os olhos aos cegos.


18 – Aquelas palavras de Jesus devem ser entendidas, portanto, como referentes à cólera que, segundo previa, a sua doutrina iria suscitar; aos conflitos momentâneos, que surgiram como conseqüência; às lutas que teria de sustentar, antes de se firmar, como aconteceu com os hebreus antes de sua entrada na Terra Prometida; e não como um desígnio premeditado, de sua parte, de semear a desordem e a confusão. O mal devia provir dos homens, e não dele. A sua posição era a do médico que veio curar, mas cujos remédios provocam uma crise salutar, revolvendo os humores malignos do enfermo.





TEXTOS DE APOIO



A ESPADA SIMBÓLICA

 “Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 10, versículo 34.)

Inúmeros leitores do Evangelho perturbam-se ante essas afirmativas do Mestre Divino, porqüanto o conceito de paz, entre os homens, desde muitos séculos foi visceralmente viciado. Na expressão co­mum, ter paz significa haver atingido garantias ex­teriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apo­drecendo na ociosidade e ausentando-se dos movi­mentos da vida.
Jesus não poderia endossar tranqüilidade desse jaez, e, em contraposição ao falso princípio estabe­lecido no mundo, trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior pela revelação divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em si mesmo. O Mestre veio instalar o combate da redenção sobre a Terra. Desde o seu ensinamento primeiro, foi formada a frente da batalha sem sangue, destinada à iluminação do caminho humano. E Ele mesmo foi o primeiro a inaugurar o testemunho pelos sacrifícios supremos.
Há quase vinte séculos vive a Terra sob esses impulsos renovadores, e ai daqueles que dormem, estranhos ao processo santificante!
Buscar a mentirosa paz da ociosidade é desviar-se da luz, fugindo à vida e precipitando a morte.
No entanto, Jesus é também chamado o Príncipe da Paz.
Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, consti­tuindo em si mesmo a divina fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor; esses, nas mais perigosas situações da Terra, encontram, n’Ele, a se­renidade inalterável. É que Jesus começou o combate de salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros.
 Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
  


A LIÇÃO DA ESPADA

 "Não cuideis que vim trazer a paz a terra..."   - JESUS. (Mateus, 10:34.)

 "Não vim trazer a paz, mas a espada" - disse-nos o Senhor.
 E muitos aprendizes prevalecem-se da feição literal de Sua palavra, para entender a sombra e a perturbação.
 Valendo-se-lhe do conceito, companheiros inúmeros consagram-se ao azedume no lar, conturbando os próprios familiares, em razão de lhes imporem modos de crer e pontos de vista, vergastando-lhes o entendimento, ao invés de ajudá-los na plantação da fé viva quando não se desmandam em discussões  e conflitos, polemizando sem proveito ou acusando indebitamente a todos aqueles que lhes não comunguem a cartilha de violência e de crueldade.
 O mundo, até a época do Cristo, legalizara a prepotência do ódio e da ignorância, mantendo-lhe a terrível dominação, através da espada mortífera da guerra e do cativeiro, em sanguinolentas devastações.
 A realeza do homem era a tirania revestida de ouro, arruinando e oprimindo onde estendesse as garras destruidoras.
 Com Jesus, no entanto, a espada é diferente.
 Voltada para o seio da terra, representa a cruz em que Ele mesmo prestou o testemunho supremo do sacrifício e da morte pelo bem de todos.
 É por isso que seu exemplo não justifica os instintos desenfreados de quantos pretendem ferir ou guerrear em Seu nome.
 A disciplina  e a humildade, o amor e a renúncia marcam-lhe as atitudes em todos os passos da senda.
 Flagelado e esquecido, entre o escárnio e a calúnia, o perdão espontâneo flui-lhe, incessante, da alma, para somente retribuir benção por maldição, luz por treva, bem por mal.
 Assim, se recebeste a espada simbólica que o Mestre nos trouxe à vida, lembra-te de que a batalha instituída pela lição do Senhor permanece viva e rija, dentro de nós, a fim de que, ensarilhando sobre o pretérito a espada de nossa antiga insensatez, venhamos  a convertê-la na  cruz redentora, em que combateremos os inimigos de nossa paz, ocultos em nosso próprio "eu", em forma de orgulho e intemperança, egoísmo  e animalidade, consumindo-se ao preço de nossa própria consagração à felicidade dos outros, única estrada suscetível de conduzir-nos ao império definitivo da Grande Luz. 
  Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel



A FORÇA DO BEM

"Toda idéia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que se implante sem lutas. Ora, nesses casos, a resistência é sempre proporcional à importância dos resultados previstos, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos são os interesses que fere." E.S.E. CAPÍTULO 23, ÍTEM 12

A rotina dos nossos serviços no Hospital Esperança foi interrompida naquele dia por um chamado para atendimento na crosta terrestre.
Tratava-se de Juarez, médium em regime de educação das forças mentais, o qual rogou amparo frente a imprevista ocorrência em sua vida profissional. Sua oração, conquanto carregada de desespero, foi registrada em nossos "Núcleos Irradiadores" e o pedido, como de costume, chegou ao pavilhão dirigido por Dona Maria Modesto Cravo, que nos conclamou ao trabalho.
Chegamos juntas ao ambiente comercial de Juarez, Dona Modesta e nós.
Ele estava ansioso e compenetrado no episódio, o qual assumiu proporções avassaladoras em sua mente. Providenciamos alguns fluidos calmantes para que ele mantivesse o equilíbrio; era um homem de gênio explosivo e pouco cordato, especialmente nos negócios.
Seu estabelecimento seria visitado por um fiscal de impostos. Notamos que a mente do nosso amigo estava em franco "delírio". Pensamentos de oposição espiritual tomavam conta de seu cérebro. Dizia para consigo: "querem me derrotar porque estou no trabalho do bem!", "tenho certeza que foi uma cilada espiritual em razão das últimas palestras que fiz sobre temas evangélicos!". Sua fixação em idéias de pressões espirituais de adversários vagueava pelo terreno do místico e imponderável. Não pensou em alguma atitude juridicamente defensiva e nem na própria incúria, com a qual tornou-se possível a ocorrência. Não constatávamos a presença de nenhum ardil de obsessores contra ele naquele caso.
A dívida era vultosa. Infelizmente, apesar dos apelos de amigos e parentes, Juarez preferiu a omissão.
A hora previamente determinada, chegou um homem maduro e carrancudo, com ares de severidade. A visita foi rápida e cordial. Apenas mais uma advertência, nada de execução judicial, por enquanto. O médium agora aliviado mentalizava em seus pensamentos: "como os amigos espirituais são bons e amparam quem está na tarefa! "
De nossa parte, o único amparo dispensado em verdade foi a ele próprio, a fim de que não excedesse na conduta ...
Terminada nossa visita, Dona Modesta sintetizou em pequena frase uma ampla experiência que merece estudo e aprofundamento nas relações entre homens e espíritos:
- Veja só, Ermance ! Os homens costumam ver os espíritos onde eles não estão, e onde eles estão não costumam ser vistos pelos homens! ...
Situações como a de nosso amigo comerciante têm sido constantemente assinaladas no dia-a-dia do homem carnal, seja portador de faculdades psíquicas mais evidentes ou não.
O ser humano é essencialmente místico, mas, principalmente entre os cultores da fé espírita, essa tendência tem sido acentuadamente empregada na construção da "realidade" individual. atingindo algumas vezes as raias da insensatez. O exagero nesse tema tem ensejado devaneios com conseqüências morais nocivas para a vida de muitos homens na Terra. Menor esforço e irresponsabilidade em razão de fantasias provenientes do pensamento mágico têm criado campo para a fuga e a ilusão.
Explorações psíquicas têm ocorrido em torno do tema.
Visitamos certa feita um médium de cura, em cidade localizada no polígono magnético do planalto central, e constatamos um nível acentuado e sutil de desequilíbrio que ilustra nossa tese. Nosso amigo já não vivia mais o plano físico, uma "quase esquizofrenia" cingia-lhe o pensamento. Não ouvia mais os amigos de convivência, guardava-se sob uma análise exclusivamente da influência dos espíritos em todos os fatos que o cercavam. Nos êxitos rendia homenagens aos benfeitores como forma inteligente de "engrandecer sua suposta humildade", no entanto, encharcava-se na vaidade pessoal de ter sido ele o intermediário do sucesso. Nos fracassos imputava irrevogável responsabilidade às trevas e sua sanha perseguidora, abdicando de incursionar no campo da auto-análise e verificar sua parcela pessoal nos trâmites infelicitadores.
Inclusive uma questão merece urgente avaliação.Convencionou-se entre alguns adeptos espíritas mensurar o valor espiritual de uma tarefa pela "oposição trevosa" (conforme denominação usual no plano físico) que lhe é imposta. Alguns companheiros, inspirados nessa tese, interpretam todos os obstáculos em torno de seus passos no serviço doutrinário como "ciladas" e "manobras" contra seus ideais, como se tal critério constituísse um sistema de aferição exato e universal. Apoiados nas palavras do codificador, que diz: "Assim, pois, a medida da importância ( dos resultados de uma idéia nova se encontra na emoção que o seu aparecimento causa, na violência da oposição que provoca, bem como no grau e na persistência da ira de seus adversários. (E.S.E., cap. XXIII, ítem 12) Com esse excesso interpretativo, caminham para a escassez de discernimento, perdendo de vista o exame que deveriam proceder em suas próprias atitudes ou decisões na tarefa que, constantemente, são as únicas e verdadeiras "brechas" com as quais os opositores do ideal laboraram.
Inquestionavelmente, e a literatura espírita é farta de informes a esse respeito, não estamos fazendo um convite ao deboche sobre o modus operandi dos inimigos desencarnados da causa do amor. Ingenuidade nessa questão será mais uma porta aberta para o acesso dos maus espíritos, parafraseando o lúcido Allan Kardec. (O Livro dos médiuns, cap. XX, ítem 226)
As trevas só tem a importância que nós lhes emprestamos - palavras sábias de Dona Maria Modesto Cravo em oportuna paráfrase feita por ela à codificação, nas palavras da Equipe Verdade: "A fraqueza, o descuido ou o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta força aos maus Espíritos, cujo poder todo advêm do fato de lhes não opordes resistência, " (O Livro dos Espíritos, q. 498)
Será que semelhantes reações ao nosso esforço não poderiam também advir de descuidos e inexperiência? O sutil desejo de realce pessoal ou a pretensão dos pontos de vista, tão difícil de ser percebida, não poderiam ser a causa exclusiva de tanto burburinho e problemas nas frentes de atuação que erguemos?
O enfoque excessivamente carregado de idéias místicas subtrai-nos a possibilidade de tornar a relação entre as sociedades física e espiritual uma escola de despertamento e crescimento para os valores da alma. Utilizando a expressão do guia dos médiuns e evocadores, O Livro dos Médiuns, o laboratório do mundo invisível cerca a natureza terrena com objetivos de ascensão para quantos se encontrem em ambas as faixas de vida.
Quantas críticas e discordâncias, desavenças e tropeços existem nas equipes espíritas com as quais as "trevas", sem muito esforço, exploram assiduamente?
Mais que natural a luz acesa ser perseguida pelas "sombras". Faz parte da Lei de Amor essa "atração opositora". Por ela, quem está na luz se fortalece iluminando-se ainda mais, e quem jaz nas penumbras encontra o "perdão de Deus" na claridade da vitória do bem nos lampejos da conduta alheia.
As convicções pessoais intransigentes e a imprudência são as armas mais poderosas daqueles que se posicionam contra o nosso esforço auto-educativo, porque formam o campo mental propício para a sintonia e a perturbação que decorrem do personalismo e da invigilância.
Nenhuma força é maior que o bem em todos os tempos. Firmemos nossa crença nesse "brasão mental" e roguemos o acréscimo da misericórdia, uma vez que sabemos da nossa fragilidade. Com essa fórmula ninguém sucumbirá sob o peso das vigorosas forças contrárias, que existem para dilatar-nos o poder de cooperação individual na obra do Todo Poderoso Criador do Universo.
Livro: Reforma Intima Sem Martírio – Ermance Dufaux – Wanderley S. Oliveira




ESPIRITISMO E NÓS

 “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”.JESUS - JOÃO, 14: 15.

“Espiritismo vem realizar, na época prevista, as promessas do Cristo.
Entretanto, não o pode fazer sim destruir os abusos. ” - Cap. 23, 17.

Todas as religiões garantem retiros e internatos, organizações e hierarquias para a formação de orientadores condicionados, que lhes exponham as instruções, segundo o controle que lhes parece conveniente.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião do esclarecimento livre.
Mas se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, situamos nossas pequeninas pessoas, acima dos grandes princípios que a expressam, estaremos muito distantes dela, confundid3s nos delírios do personalismo deprimente, em nome da liberdade.
Todas as religiões amontoam riquezas terrestres, através de templos suntuosos, declarando que assim procedem para render homenagem condigna à Divina Bondade.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião do desprendimento.
Entretanto, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, encarcerarmos a própria mente nas hipnoses de adoração a pessoas ou na ilusão de posses materiais passageiras, tombaremos em amargos processos de obsessão mútua, descendo à condição de vampiros intelectualizados uns dos outros,gravitando em torno de interesses sombrios e perdendo a visão dos Planos Superiores.
Todas as religiões cultivam rigoroso sentido de seita, mantendo a segregação dos profitentes.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da solidariedade.
Contudo, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados abraçarmos aventuras e distorções, em torno do ensino espírita, , ainda mesmo quando inocentes e piedosas,.
na conta de fraternidade, levantaremos novas Inquisições do fanatismo e da violência contra nós mesmos.
Todas as religiões sustentam claustros ou discriminações, a pretexto de se resguardarem contra o vício.
A Doutrina Espírita, revi vendo o Cristianismo puro, é a religião do pensamento reto.
Todavia, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, convocados a servir no mundo desertarmos do concurso aos semelhantes, a título de suposta humildade ou por temor de preconceitos, acabaremos inúteis, nos círculos fechados da virtude de superfície.
Todas as religiões, de um modo ou de outro alimentam representantes e ministérios remunerados.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da assistência gratuita.
No entanto, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, fugirmos de agir, viver e aprender à custa do esforço próprio, incentivando tarefeiros pagos e cooperações financiadas, cairemos, sem perceber, nas sombras do profissionalismo religioso.
Todas as religiões são credoras de profundo respeito e de imensa gratidão pelos serviços que prestam à Humanidade.
Nós, porém, os espíritas encarnados e desencarnados, não podemos esquecer que somos chamados a reviver o Cristianismo puro, a fim de que as leis do Bem Eterno funcionem na responsabilidade de cada consciência.
Exortou-nos o Cristo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.¨
” E prometeu: “Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.¨
” Proclamou Kardec: “Fora da caridade não há salvação.¨
” E esclareceu: “Fé verdadeira é aquela que pode encarar a razão face à face.¨
” Isso quer dizer que sem amor não haverá luz no caminho e que sem caridade não existirá tranqüilidade para ninguém, mas estes mesmos enunciados significam igualmente que sem justiça e sem lógica, os nossos melhores sentimentos podem transfigurar- se em meros caprichos do coração.¨¨
Emmanuel - do livro " O Livro da Esperança" - Psicografado por Francisco Cândido Xavier







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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

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LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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