APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XXIV - ITEM 1 A 7 - NÃO POR A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE - A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE - PORQUE FALA JESUS POR PARÁBOLAS



1 – Nem os que acendem uma luzerna a metem debaixo do alqueire, mas põem-na sobre o candeeiro, a fim de que ela dê luz a todos os que estão na casa. (Mateus, V: 15).

2 – Ninguém, pois, acende uma luzerna e a cobre com alguma vasilha, ou a põe debaixo da cama; põe-na, sim, sobre um candeeiro, para que vejam a luz os que entram. Porque não há coisa encoberta, que não haja de ser manifestada; nem escondida, que não haja de saber-se e fazer-se pública. (Lucas, VIII: 16-17).

3 – E chegando-se a ele os discípulos lhe disseram: Por que razão lhes falas tu por parábola? Ele, respondendo, lhes disse: Porque a vós outro vos é dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso é que eu lhes falo em parábolas; porque eles vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Vós ouvireis com os ouvidos, e não escutareis; e olhareis com os olhos, e não vereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam no coração, e se convertam, e eu os sare. (Mateus, XIII: 10-15)

4 – Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve por a luz debaixo do alqueire, ao mesmo tempo em que esconde a toda hora o sentido das suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, entretanto, dizendo aos apóstolos: Eu lhes falo em parábolas, porque eles não estão em condições de compreender certas coisas; eles vêem, olham, ouvem e não compreendem; assim, dizer-lhes tudo, ao menos agora seria inútil; mas a vós o digo, porque já vos é dado compreender esses mistérios. Ele procedia, portanto, para com o povo, como se faz com as crianças, cujas idéias ainda não se encontram desenvolvidas. Dessa maneira, indica-nos o verdadeiro sentido da máxima: “Não se deve por a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entram possam vê-la”. Ela não diz que tenhamos de revelar inconsideravelmente todas as coisas, pois, todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência de quem o recebe, e porque há pessoas que uma luz muito viva pode ofuscar sem esclarecer.
Acontece com os homens, em geral, o mesmo que com os indivíduos. As gerações passam também pela infância, pela juventude e pela madureza. Cada coisa deve vir a seu tempo, pois a sementeira lançada a terra, fora de tempo, não produz. Mas aquilo que a prudência manda calar momentaneamente, cedo ou tarde deve ser descoberto, porque chegando a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; a obscuridade lhes pesa. Como Deus lhes deu a inteligência para compreenderem e se guiarem, entre as coisas da Terra e do céu, eles querem racionalizar a sua fé. É então que não se deve por a candeia debaixo do alqueire, pois sem a luz da razão, a fé se enfraquece. (Ver cap. XIX, nº 7).

5 – Se a Providência, portanto, na sua prudente sabedoria, não revela a verdade senão gradualmente,é que a vai sempre desvelando, à medida que a Humanidade amadurece para recebê-la. Ela mantém a luz em reserva, e não debaixo do alqueire. Mas os homens que a possuem, em geral, só a ocultam do vulgo com a intenção de dominá-lo. São esses os que põem verdadeiramente a luz debaixo do alqueire. É assim que todas as religiões sempre tiveram os seus mistérios, cujo exame proíbem. Mas enquanto essas religiões se atrasavam, a ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. O povo que se tornou adulto pode assim penetrar o fundo das coisas, e então rejeitou na sua fé o que se mostrava contrário à observação.    
Não podem substituir mistérios absolutos nesse terreno, e Jesus está com a razão quando afirma que não há nada secreto que não deva ser conhecido. Tudo o que está oculto será descoberto um dia, e o que o homem ainda não pode compreender sobre a Terra, lhe será progressivamente revelado nos mundos mais adiantados, na proporção em que ele se purificar. Aqui na Terra, ainda se perde no nevoeiro.

6 – Pergunta-se que proveito o povo poderia tirar dessa infinidade de parábolas,cujo sentido estava oculto para ele. Deve notar-se que Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstrata, da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa da salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade. Assim, devia ser, porque se tratava de regra de conduta, regra que todos deviam compreender, para poderem observar. Era isso o essencial para a multidão ignorante, à qual se limitava a dizer: Eis o que é necessário para se ganhar o Reino dos Céus. Sobre outras questões, só desenvolvia os seus pensamentos para os discípulos. Estando eles mais adiantado, moral e intelectualmente, Jesus podia iniciá-los nos princípios mais abstratos. Foi por isso que disse: Ao que já tem, ainda mais se dará, e terá em abundância. (Ver cap. XVIII, nº 15).
Não obstante, mesmo com os apóstolos, tratou de modo vago sobre muitos pontos, cuja inteligência completa estava reservada aos tempos futuros. Foram esses os pontos que deram lugar a diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, vieram revelar as novas leis da natureza, que tornaram compreensível o seu verdadeiro sentido.


7 – O Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos obscuros, mas não o faz inconsideravelmente.  Os Espíritos procedem, nas suas instruções, com admirável prudência. É sucessiva e gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número e teria mesmo assustado aqueles que não se achavam preparados, o que seria prejudicial à sua propagação. Se os Espíritos, portanto, ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque a doutrina possua mistérios reservados aos privilegiados, nem que eles ponham a candeia debaixo do alqueire, mas por que cada coisa deve vir no tempo oportuno. Eles dão a cada idéia o tempo de amadurecer e se propagar, antes de apresentarem outra, e aos acontecimentos, o tempo de lhes preparar a aceitação.



TEXTOS DE APOIO



A CANDEIA
          A candeia luminosa, acima do velador, não é somente um problema de verbalismo doutrinário.
          Claro que as nossas convicções públicas revelam pensamento aberto e coração arejado, na sincera demonstração de nossas concepções mais íntimas. O ensinamento do Cristo, porém, lançou raízes mais profundas no solo do nosso entendimento.
          A lâmpada acesa da lição divina é, antes de tudo, o símbolo da nossa atitude positiva, nos variados ângulos da existência.
          O discípulo do Evangelho é convidado a afirmar-se, no mundo, a cada instante.
          Se fortes ofendido, não conserves a luz do perdão nas dobras obscuras dos melindres enfermiços.
          Se encontraste a dificuldade, não escondas a coragem nos resvaladouros da fuga.
          Se fostes surpreendido pela provação, não enterres o talento da fé no deserto do desânimo.
          Se fostes tocados pela dor, não arremesses a esperança ao despenhadeiro da indiferença.
          Se sofres perseguição e calúnia, não arrojes a oração no precipício do desespero.
          Se a luta te impôs a marcha entre espinheiros, oferecendo-te fel e vinagre, não ocultes o teu valor espiritual, sob os detritos da informação ou desalento.
          Faze a tua viagem na Terra, em companhia do Amigo Celestial, de coração elevado à Vontade Divina, de cabeça erguida na fidelidade à religião do dever bem cumprido, de consciência edificada no bem invariável e de braços ativos e dirigentes na plantação das boas obras.
          Não disfarces os teus conhecimentos de ordem superior aprende a usá-los, em benefício dos semelhantes e em favor de ti mesmo, porque assim, ainda mesmo que o sacrifício supremo da cruz se te faça prêmio entre os homens, adquirirás na Vida Maior a felicidade de haver buscado a luz da própria sublimação.

Emmanuel - Do livro Nascer e Renascer -  Psicografia de Francisco Cândido Xavier



DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

 E - Cap. XXIV - Item 1
Há companheiros que se dizem contrários à divulgação espírita.
Julgam vaidade o propósito de se lhe exaltar os méritos e agradecer os benefícios nas iniciativas de caráter público.
Para eles, o Espiritismo fala por si e caminhará por si.
Estão certos nessa convicção mas isso não nos invalida o dever de colaborar na extensão do conhecimento espírita com o devotamento que a boa semente merece do lavrador.
O ensino exige recintos para o magistério.
O Espiritismo deve ser apresentado por seus profitentes em sessões públicas.
A cultura reclama publicações.
O Espiritismo tem a sua alavanca de expansão no livro que lhe expões os postulados.
A arte pede representações.
O Espiritismo não dispensa as obras que lhe exponham a grandeza.
A indústria requisita produção que lhe demonstre o valor.
O Espiritismo possui a sua maior força nas realizações e no exemplo dos seus seguidores, em cujo rendimento para o bem comum se lhe define a excelência.
Não podemos relaxar a educação espírita, desprezando os instrumentos da divulgação de que dispomos a fim de estendê-la e honorificá-la.
Allan Kardec começou o trabalho doutrinário publicando as obras da Codificação e instituindo uma sociedade promotora de reuniões e palestras públicas, uma revista e uma livraria para a difusão inicial da Revelação Nova.
Mas não é só.
Que Jesus estimou a publicidade, não para si mesmo, mas para o Evangelho, é afirmação que não sofre dúvida.
Para isso, encetou a sua obra aliciando doze agentes respeitáveis para lhe veicularem os ensinamentos e ele próprio fundou o cristianismo através de assembléias públicas.
O "ide e pregai" nasceu-lhe da palavra recamada de luz.
E compreendendo que a Boa Nova estava ameaçada pela influência judaizante em vista da comunidade apostólica confinar-se de modo extremo aos preceitos do Velho Testamento, após regressar às Esferas Superiores, comunicou-se numa estrada vulgar, chamando Paulo de Tarso para publicar-lhe os princípios junto à gentilidade a que Jerusalém jamais se abria.
Visto isso, não sabemos como estar no Espiritismo sem falar nele ou, em outras palavras, se quisermos preservar o Espiritismo e renovar-lhe as energias, a benefício do mundo, é necessário compreender-lhe as finalidades de escola e toda escola para cumprir o seu papel precisa divulgar.
 De Opinião Espírita, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)




A CANDEIA VIVA

"Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo do módio, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa." Jesus. (Mateus,5,15)

Muitos aprendizes interpretaram semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática, e desvairaram-se através de veementes discursos em toda a parte.
Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.
Em verdade o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé.
Sem palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento.
Sem o amparo irmão, a fraternidade não se concretizará no mundo.
A assertiva de Jesus, todavia, atinge mais além.
Atentemos para o símbolo da candeia.
A claridade da lâmpada consome força ou combustível.
Sem sacrifícios da energia ou do óleo não há luz.
Para nós, aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida.
Nossa existência é a candeia viva.
É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.
Coloquemos nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes.
Ninguém deve amealhar as vantagens da experiência terrestre somente para si.
Cada Espírito provisoriamente encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas, quanto à difusão do bem, se persevera na observância do Amor Universal.
Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios: insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas, não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.
Transforma as tuas energias em bondade e compreensão redentoras para toda gente, gastando, para isso, o óleo de tua boa vontade, na renúncia e no sacrifício, e a tua vida, em Cristo, passará realmente a brilhar.
Livro Fonte Viva.  Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier



VÊ, POIS

"Vê, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas." - Jesus. (LUCAS, 11:35.)

Há ciência e há sabedoria, inteligência e conhecimento, intelectualidade e luz espiritual.
Geralmente, todo homem de raciocínio fácil é interpretado à conta de mais sábio, no entanto, há que distinguir.
O homem não possui ainda qualidades para registrar a verdadeira luz. Daí, a necessidade de prudência e vigilância.
Em todos os lugares, há industriosos e entendidos, conhecedores e psicólogos.
Muitas vezes, porém, não passam de oportunistas prontos para o golpe do interesse inferior. Quantos escrevem livros abomináveis, espalhando veneno nos corações?
Quantos se aproveitam do rótulo da própria caridade visando extrair vantagens à ambição?
Não bastam o engenho e a habilidade. Não satisfaz a simples visão psicológica. É preciso luz divina.
Há homens que, num instante, apreendem toda a extensão dum campo, conhecem-lhe a terra, identificam-lhe o valor. Há, todavia, poucos homens que se apercebem de tudo isso e se disponham a suar por ele, amando-o antes de explorá-lo, dando-lhe compreensão antes da exigência.
Nem sempre a luz reside onde a opinião comum pretende observá-la.
Sagacidade não chega a ser elevação, e o poder expressivo apenas é respeitável e sagrado quando se torna ação construtiva com a luz divina.
Raciocina, pois, sobre a própria vida.
Vê, com clareza, se a pretensa claridade que há em ti não é sombra de cegueira espiritual.
Livro: Vinhas de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico X



SOMBRA AMIGÁVEL

"Pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (S. LUCAS, cap. VIII, w. lóell.) O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XXIV- item 2

A sombra designa "o outro lado" do ser humano, aquele em que vige a escuridão.
Comumente destacamos a sombra negativa nos ambientes educativos da doutrina. Convém, porém, uma atenção à sombra positiva, que são nossos potenciais e talentos ainda não expressados ou descobertos. Em meio a essa escuridão da vida inconsciente existe muita sabedoria e riqueza ainda não exploradas.
- Escutando nossos sentimentos e o que eles têm a nos ensinar sobre nós mesmos, estaremos entrando em contato com esse "material" reprimido no inconsciente, com todas as habilidades instintivas que nos asseguram a Herança Inalienável de Filhos do Altíssimo em Sua Obra magnânima.
Escutar sentimentos é aceitá-los. Aceitação quer dizer pensar sobre eles. Habitualmente exaramos a colocação: "não quero nem pensar nisso!", referindo-nos a questões desagradáveis do mundo íntimo. Os sentimentos são os principais canais de conexão emitindo constantes mensagens do inconsciente.
Quando usamos a expressão sentimentos mal resolvidos, estamos tratando de sentimentos não aceitos ou negados pela consciência e reprimidos para o inconsciente por alguma razão particular. A sombra originou-se basicamente em função dessa relação insatisfatória com nosso poder de sentir e os arquivou em forma de culpas, desejos estagnados, bloqueios, traumas, medos, criando todo um complexo psíquico que, em muitos lances, são fatores geradores das psicopatologias, desde as mais toleráveis até às mais severas.
Ao longo dos últimos milênios (aproximadamente quarenta mil anos, dependendo da história individual), o que mais fizemos foi negar e temer nossos sentimentos - um fato natural na trajetória evolutiva da animalidade para a hominilidade. O medo de sentir e do que sentimos acompanha-nos desde o momento em que começamos a tomar consciência desse mecanismo bio-psíquico-emocional-espiritual. Ainda hoje, esconder o que se sente, é uma conduta social comum e até necessária para a maioria das pessoas.
O mundo, no entanto, prepara-se para o século do amor vivido e sentido. A pergunta mais formulada em todas as latitudes neste momento é: como está você? E o interesse por uma resposta que fale de sentimentos é eminente; tende a tornar-se um hábito. Estamos com enorme necessidade de falar do que sentimos e saber com mais clareza sobre o mundo das emoções, embora ainda temerosos de suas consequências.
Quando digo "sou minha sombra" não significa que tenha que viver conforme sua orientação. Apenas admiti-la, entender suas mensagens.
A sombra só é ameaça quando não é reconhecida. Só pode ser prejudicial quando negligenciamos identificá-la com atenção, respeito e afabilidade.
"E' importante para a meta da individuação, isto é, da realização do si-mesmo, que o indivíduo aprenda a distinguir entre o que parece ser para si mesmo e o que é para os outros. E' igualmente necessário que conscientize seu invisível sistema de relações com o inconsciente, ou seja, com anima, a fim de poder diferenciar-se dela. No entanto, é impossível que alguém se diferencie de algo que não conheça."(1) The Collected Works of CG Jung - 17 vol. VII, par. 28
Essa colocação do Doutor Jung é clara. Escutar sentimentos é a primeira lição na nossa educação espiritual para o auto-amor. Amaremos a nós mesmos somente quando deixarmos de culpar os outros pelas nossas dores e desacertos e tivermos a coragem de perscrutar o íntimo, interrompendo o fluxo das projeções e fugas ainda ignoradas nas nossas atitudes.
Recebemos contínuos "chamados" do inconsciente através do que sentimos. Uma análise atenta de nossos impulsos emotivos e da nossa "reação afetiva" a tudo que nos cerca levar-nos-á a entender com exatidão as "reclamações" do psiquismo profundo. Nessa investigação da alma encontraremos indicativas seguras no entendimento das mais ocultas raízes de nossos conflitos. Percorreremos caminhos mentais até então incognoscíveis. Igualmente, descobriremos valores adormecidos que solicitam nossa criatividade para desenvolvê-los a contento.
Entretanto, somente daremos importância às mensagens da sombra quando nos relacionarmos amigavelmente com ela. O processo de ouvir a voz do inconsciente através dos sentimentos passa por algumas etapas na alfabetização do sentir:
• Imprescindível o auto-respeito. O que sentimos é indiscutível, individual, é a nossa forma de viver a vida. Com isso não devemos admitir que os apelos do coração devam ser seguidos como brotam. Muito menos supô-los a expressão da Verdade. Apenas tenhamos respeito por nós sem reprimendas e condenações, procurando compreender os recados do coração.
• Havendo respeito, instaura-se o clima da serenidade, da ausência de conflitos e ' atalhas interiores. Somente serenos vamos conseguir uma comunicação sem interferências. E' o silencio interior. O fio que nos leva ao intercâmbio produtivo.
• Aprender a linguagem dos sentimentos exige meditação, atenção. Separar a "imagem programada" pela educação social da "imagem idealizada" é um trabalho lento. Diferenciar o que pensam que sou daquilo que penso que sou é o caminho para se chegar ao que sou verdadeiramente.
• Utilizar indagações. A sombra adora dar respostas.
Nossa tarefa será discernir no tempo a natureza dessas respostas. No início elas serão confusas, enganosas, talvez decepcionantes.
Na medida que se dilata esse exercício, a intuição vai aclarando a capacidade de perceber e sentir o que nos convém. Teremos a sensação do melhor caminho, das melhores escolhas, do que queremos. E o início da identificação com o projeto singular do Criador a nosso respeito.
O Doutor Jung estipulou: "As pessoas, quando educadas para enxergarem claramente o lado sombrio de sua própria natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreender e amar seus semelhantes."(2)
Ao conquistarmos a sombra de maneira amigável, criaremos uma relação de paz com a vida íntima e, nesse ponto, as projeções não serão mecanismos defensivos contra nossas imperfeições, mas reflexos da bondade e harmonia que habitarão a vida mental. Nessa postura mental amaremos a vida com mais ardor. Será muito mais interessante olhar o nosso próximo, sentí-lo e perceber a grandeza da vida que nos cerca.
A Lei Divina contida na fala de Jesus é determinante: Pois nada há secreto que não haja de ser descoberto.
O crescimento pessoal e a felicidade incluem a missão de explorar as riquezas do inconsciente.
Escutar sentimentos é a arte de mergulhar na vida profunda e descobrir o manancial de força e beleza que possuímos.
Amigo querido das lides espiritistas,
Nos instantes de tormenta ocasionados pelos efeitos de tuas imperfeições, busca Deus na oração e escuta tua alma.
Ouve os ditames suaves que ela te envia. Não os julgue agora enquanto meditas.
Indaga-te: que fazer ante os impulsos menos felizes? Como agir para mudar?
Ouve! Ouve a resposta em ti mesmo! Escuta teus sentimentos!
Ora novamente, aquieta os raciocínios e escuta os "sons" dos sentimentos nobres que te arrimam.
Estás agora em estado alterado de consciência. Tua sombra avizinha. Teu self permanece em vigília. Tonifíca-te com as energias revigorantes.
Agora agradece o dom da vida... O corpo... A beleza de pertencer a ti mesmo.
A presente existência é a tua oportunidade. E' a tua ocasião de libertar. Recomeça quantas vezes se fizerem necessárias. Perdoa-te pelos insucessos.
Recorda as muitas vitórias e preenche-te com o labor.
Algumas respostas para serem compreendidas solicitam o concurso do tempo.
Prossegue sem ilusões de conforto. Deseja o sossego interior e acredita merecê-lo, mas não o confunda com facilidades transitórias.
Teus sentimentos: a realidade de tua posição espiritual. Por eles sabes de teu valor e de tuas necessidades.
Não te agrida quando sentires o que não gostarias.
Ama-te ainda mais nesses momentos. Aceita-te.
Diz: eu aceito minha imperfeição. Sentí-la não quer dizer que eu seja menor. Eu aceito minhas particularidades. Eu me amo como sou e não me abandonarei porque somente eu posso me resgatar.
Agora vai cumprir teu dever - esse sublime "analgésico mental".
Em outro instante, fora da tormenta mental, medita sobre aquilo que te incomodou.
Medita sempre sobre tuas imperfeições e Teu Pai, secretamente, na acústica do ser, providenciar-te-á os recursos abundantes para tua cura.
Deus jamais te esquece. Acredite nisso e sente o amparo em teu favor. O universo está a teu favor. Acredita.
Livro: Escutando Sentimentos - Ermance Dufaux - Wanderley S. Oliveira



PALAVRA FALADA

“Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis.”– Jesus. (LUCAS, 8:17-18.)

A palavra é vigoroso fio da sugestão.
É por ela que recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade, na tradição oral, mas igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta diária.
Por isso mesmo, se é importante saber como falas, é mais importante saber como ouves, porquanto segundo ouvimos, nossa frase semeará, bálsamo ou veneno, paz ou discórdia, treva ou luz.
No templo doméstico ou fora dele, escutarás os mais variados apontamentos.
Apreciações acerca da Natureza...
Críticas em torno da autoridade constituída... Notas alusivas à conduta dos outros...
Opiniões diferentes nesse ou naquele acém...
Cada registro falado traz consigo o impacto da ação. Contudo, a reação mora em ti mesmo, solucionando os problemas ou agravando-lhes a estrutura.
Por tua resposta, converter-se-á o bem na lição ou na alegria dos que te comungam a experiência ou transformar-se-á o mal no açoite ou no sofrimento daqueles que te acompanham.
Saibamos, assim, lubrificar as engrenagens da audição com o óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz,
Do livro Palavras de Vida Eterna. Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



NADA FICARÁ OCULTO EM NOSSAS VIDAS

"Pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente." S.Lucas, 8:16 e 17. ESE, cap. XXIV, item 2.

Jesus, o cuidador de almas por excelência, teve ensejo de indagar-nos: "Sois Deuses?"1 1. João, 10:34.
Que indagação mais educativa pode pronunciar alguém dirigida ao reino consciencial de cada um de nós? Eis algumas interpretações para a pergunta do Mestre: Sentimo-nos capazes? Queremos a vitória? Estamos usando nossos potenciais divinos? Acreditamos na força pessoal de transformação? Quando nos apropriaremos do patrimônio celeste em nossa intimidade? *
Indagando sobre nossa divindade potencial, em verdade, Ele recorda outro de Seus belíssimos ensinos sobre o inconsciente, anotado em Marcos, capítulo 4, versículo 22: "Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto".
É da Lei Divina o processo revelador de nossa individualidade. Queiramos ou não, a vida submersa no inconsciente é um constante clamor em direção à luz da perfeição. Nada pode, pois, permanecer eternamente en¬coberto, como pontua Jesus.
Retomamos o patrimônio das vidas anteriores em plena infância, depois de alguns anos de hipnose cerebral. Na juventude fazemos os primeiros contatos com a sombra estruturada em vidas sucessivas.
É o período das turbulências e instabilidades. Muitas vezes, à custa de elevada dose de recalques diante de frustrações e desapontamentos, construímos a fortaleza defensiva do ego.
Assim, o Espírito, com raríssimas variações, entrega-se aos deveres da reencarnação trazendo a alma oprimida por velhas bagagens morais de sua trajetória. E somente na metade da vida carnal, a criatura retoma de forma mais incisiva e amadurecida o contato com todas as suas pendências eternas. A meia-idade, estudada com atenção por Jung, constitui mais um ciclo revelador da vida mental.
Para muitos, será a última estação de parada antes da morte, a fim de que os conteúdos do inconsciente possam sacudir as mais enraizadas crenças e concepções da existência. Sem dúvida, tal etapa da vida vem acompanhada de severas ameaças à nossa "zona de conforto" e segurança. Tomar contato com os conteúdos velados da vida íntima é um desafio doloroso de desilusão. É o momento da ousadia que pede paciência para não tombar na irresponsabilidade. É o instante da coragem que vai solicitar o desapego da vida ideal - aquela do jeito que queríamos - para assumirmos a vida real.
Como atravessar a ponte das concepções e projetos pessoais? Como fazer essa caminhada tornar-se um passo decisivo para a verdadeira felicidade? Como reconstruir nossas crenças? Que ações tomar para que o nosso querer não seja apenas mais uma ilusão? Que decisões tomar para que as escolhas não sejam apenas uma rota de fuga? Aliás, como distinguir o que é fuga, quando brota do inconsciente o convite para o contato com todo o conjunto de expressões afetivas? A infelicidade, a depressão, o vazio existencial e tantas outras manifestações de tédio interior não serão, igualmente, mensagens da vida íntima atestando fugas de nossas necessidades mais esquecidas no aprimoramento espiritual?
Companheiros queridos, iluminados com o conhecimento doutrinário, assumiram para si mesmos o sublime compromisso de erguimento consciencial. Todavia, um rastro de descuido tem permeado as lições de muitos aprendizes neste tema. O primeiro deles é a aceitação da dor como único instrumento de redenção. O segundo é a nociva negação do dinamismo de nossa vida interior. No primeiro temos a crença derrotista, um ato de desamor. No segundo o medo do confronto, uma manifestação sutil da rebeldia em não aceitar quem somos. No primeiro deles, a ausência de auto amor. No segundo, um efeito do orgulho.
É necessário elevado discernimento para distinguir o ato responsável da fuga orgulhosa.
O foco do prazer de viver é este: A perda de quem achávamos que éramos, o falso eu, e o encontro com o eu real. A busca da autenticidade. A identidade psicológica do Ser.
Cuidemos, com vigilância, para que o espiritismo, essa ferramenta de evolução, não se torne mais um instrumento de tortura em nossa vida. Em nossas casas de amparo na erraticidade, muitos corações sinceros e exemplares no desprendimento e na ação do bem encontraram pela frente a aflição e a angústia, tombando em lamentáveis crises de descrença e revolta. A razão? Descuidaram de si próprios.
Negaram o contato com sua realidade interior. Deixaram de pedir ajuda. Acreditaram em uma personalidade mentalmente projetada e perderam o contato com suas emoções mais profundas. Alguns deles se renderam confiantes a conceitos e estruturas organizacionais reconhecidas e consagradas na comunidade, e somente aqui puderam aferir a extensão da ilusão que cultivaram.
Hipnotizaram-se com cargos, mediunidades, talentos verbais, ações beneficentes e outras tantas iniciativas abençoadas. Esqueceram-se do mais importante, esqueceram a humanidade da qual somos portadores. Negaram a condição de criaturas simplesmente humanas.
No fundo de suas mais espinhosas decepções estava um sentimento nuclear em assuntos de aprimoramento espiritual, o medo. O medo do confronto com os próprios sentimentos.
O espiritismo é um convite à vida consciente e responsável. Conhecer a sombra não significa adotá-la. Entretanto, a título de responsabilidade, muitos amigos da caminhada de espiritualização equivocam-se em relação ao ensino oportuno de Jesus que recomenda negar a si mesmo, conforme se lê em Lucas, capítulo 9, versículo 23. Adotam a fuga silenciosa, postergando para o desencarne a incursão no seu mundo interior.
Cuidemos melhor de nossas vidas. Olhar para os pendores e tendências, entrar em contato com o que sentimos, admitir o que gostaríamos da vida, essas são três das muitas ações a que somos chamados na trilha solitária do autodescobrimento. Após essas iniciativas, perguntemos a nós mesmos: o que fazer com todo o patrimônio que identifica meu ser espiritual? Logo a seguir, adote um projeto de vida que contenha os seguintes ingredientes morais: paciência, humildade para pedir ajuda, oração para visualizar o futuro, coragem para fazer escolhas.
A tormenta na vida espiritual depois da morte não tem raízes apenas nas ações que são registradas nos sagrados fóruns da consciência, mas, igualmente, na sensação infeliz de vazio em razão de não fazer o que já tínhamos condições para fazer, de descobrir o que já estamos prontos para descobrir e de sondar o lado oculto de nós mesmos que, inevitavelmente, há de ser revelado algum dia.
Coragem! O Pai não permitirá carregarmos fardos mais pesados do que possamos suportar.
A esperança de meu coração repousa na intenção de ser útil e consolidar ainda mais a amizade sincera com os amigos e leitores na vida física.
Que as anotações contidas neste livro sejam quais pequenos lampejos de luz que auxiliem no erguimento de um mundo melhor e dias mais venturosos e ricos de prazer de viver.
Pelo carinho que tenho recebido de todos, recebam a minha bênção de gratidão e amor eterno.
Ermance Dufaux, 1º de agosto de 2008
O foco do prazer de viver é este: A perda de quem achávamos que éramos, o falso eu, e o encontro com o eu real. A busca da autenticidade. A identidade psicológica do Ser.
Livro: Prazer de Viver - Ermance Dufaux –  Wanderley S. Oliveira




EQUILÍBRIO SEMPRE

E - Cap. XXIV - Item 7
Todos somos chamados, de vez em vez, a administrar a verdade, aqui e ali, entretanto, a verdade, no fundo, é conhecimento e conhecimento solicita dosagem para servir.
Necessário instituir a civilização, entre os companheiros ainda empenachados na selva.
Para isso, não começaremos por trazê-los à discussão, em torno da relatividade, mas também, a pretexto de angariar-lhe a confiança, não nos cabe exalçar a antropofagia que nos caracterizava os avós.
Indispensável estender instrução à criança.
Não encetaremos, porém, semelhante trabalho, sentando-a num anfiteatro, destinado ao ensino superior, mas também, sob a alegação de conquistar-lhe o interesse, ao lhe permitiremos um bisturi nas mãos frágeis.
Contemplando a paisagem na qual se estruturou a organização da Doutrina Espírita, com a serenidade de quem examina um quadro admirável, após a formação de todas as minudências que o integram, reconhecemos a superioridade dos espíritos sábios e magnânimos que orientaram a Codificação do Espiritismo, estudando-lhes a presença na obra de Allan Kardec.
Eles induzem o inesquecível missionário à observação das mesas girantes e à pesquisa dos fenômenos magnéticos, entretanto, em momento algum, fogem de salientar as finalidades morais do intercâmbio entre encarnados e desencarnados.
Permitem-lhe aceitar o apoio de amigos prestigiosos para o rápido lançamento dos volumes que lhe competia editar, em tempo reduzido, todavia, em tópico nenhum, arrastam o ensinamento espírita às inclinações e paixões de natureza política.
Concordam em que se recorra a certas imagens da teologia em voga, contudo, em nenhum lugar, preconiza ritualismo e superstição, em nome da fé.
Inspiram-lhe carinhoso respeito e profunda gratidão por todos os médiuns que lhe prestaram concurso, no entanto, a título de auxiliá-los ou de garantir-lhes a subsistência, não endossam qualquer aprovação à mediunidade remunerada.
Todos encontramos aqueles que se valem das nossas possibilidades de informação e esclarecimento, no tocante às verdades dos espíritos, entretanto, para agir acertadamente, recordemos o exemplo dos instrutores da Vida Maior, nos primeiros dias do Espiritismo.
Tolerar acessórios, sem transigir com o essencial.
Dosear a verdade, sem estimular a mentira.
Amparar o bem sem encorajar o mal.
Compreensão nobre, mas equilíbrio, sempre.
 De Opinião Espírita, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz



OS PROCESSOS OBSESSIVOS
 Francisco C. Xavier

Depois de longo entendimento, num grupo de amigos, sobre mediunidade, fomos à reunião de estudos no Grupo Espírita da Prece. As indagações eram muitas, em torno da mediunidade de provação. A maioria se fixava nos casos de processos obsessivos.
Qual a melhor forma de se lidar com eles P Os protetores espirituais poderiam livrar os médiuns de suas dificuldades, sem o esforço destes? Não conseguiriam encaminhar os espíritos em sofrimento a escolas renovadoras da Vida Maior, mesmo sem o conhecimento das pessoas afetadas por eles? Teria o médium renascido no mundo em estreita ligação com as entidades sofredoras que o assediam, ate o ponto de precisarem ambos de trabalho e estudo em conjunto?
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu para estudo o item 7 do capítulo XXIV. Depois dos comentários gerais ao texto, foi o nosso Cornélio Pires quem nos trouxe, através da psicografia, o soneto Caso Como Tantos.
 Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



CASO COMO TANTOS
Cornélio Pires

No Centro, a mesma história aparecia...
Clamava Dona Cora da Pedreira:
Tinha dor de garganta, batedeira,
Revolta, obsessão, melancolia...

– Minha querida irmã – falou o Guia.
O trabalho do bem tira canseira,
A caridade é a doce mensageira
Do socorro, da paz e da alegria.

Escutando os conselhos, Dona Cora
Explicou que viria noutra hora.
Orou com fé, mostrando-se otimista...

No Centro da Bondade, onde estivera,
O pessoal esteve sempre à espera,
Mas Dona Cora nunca mais foi vista.

Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




PARÁBOLA DA CANDEIA

“Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um raso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a obre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz. Porque não há coisa oculta que não venha a ser manifesta; nem coisa secreta que se não haja de saber e vir à luz. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, ser-lhe-á dado; e ao que não tiver, até aquilo que pensa ter, ser-lhe-á tirado.” (Lucas, VIII, 16-18.)
“E continuou Jesus: Porventura vem a candeia para se pôr debaixo do módio ou debaixo da cama? Não é antes para se colocar no velador?
Porque nada está oculto senão para ser manifesto; e nada foi escondido senão para ser divulgado. Se alguém tem ouvidos de ouvir, ouça. Também lhes disse: Atenta! no que ouvis. A medida de que usais, dessa usarão convosco: e ainda se vos acrescentará. Pois ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que pensa ter, ser-lhe-á tirado.” (Marcos, IV, 21-25.)
A Luz é indispensável à vida material e à vida espiritual. Sem luz não há vida; a vida é luz quer na esfera física, quer na esfera psíquica. Apague-se o Sol, fonte das luzes materiais e o mundo deixará, incontinente, de existir. Esconda-se a luz da sabedoria e da Religião sob o módio da má fé ou do preconceito, e a Humanidade não dará mais um passo, ficará estatelada debatendo-se em trevas.
Assim, pois, tão ridículo é acender uma candeia e colocá-la debaixo da cama, como conceber ou receber um novo conhecimento, uma verdade nova e ocultá-los aos nossos semelhantes.
Acresce ainda que não é tão difícil encontrar o que se escondeu porque “não há coisa oculta que não venha a ser manifesta”. Mais hoje, mais amanhã, um vislumbre de claridade denunciará a existência da candeia que está sob o leito ou sob o módio, e que desapontamento sofrerá o insensato que aí a colocou!
A recomendação feita na parábola é que a luz deve ser posta no velador a fim de que todos a vejam, por ela se iluminem, ou, então, para que essa luz seja julgada de acordo com a sua claridade.
“Uma árvore má não pode dar bons frutos”; e o combustível inferior não dá, pela mesma razão, boa luz. Julga-se a árvore pelos frutos e o combustível pela claridade; pela pureza da luz que dá.
A luz do azeite não se compara com a do petróleo, nem esta com a do acetileno; mas todas juntas não se equiparam à eletricidade.
Seja como for, é preciso que a luz esteja no velador, para se distinguir uma da outra. Dar a necessidade do velador.
No sentido espiritual, que é justamente o em que Jesus falava, todos os que receberam a Luz da sua Doutrina precisam mostrá-la, não a esconderem sob o módio do interesse, nem sob o leito da hipocrisia. Quer seja fraca, média ou forte; ilumine na proporção do azeite, do petróleo, do acetileno ou da eletricidade, o mandamento é: “Que a vossa luz brilhe diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras (que são as irradiações dessa luz) glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.” Ter luz e não fazê-la iluminar, é colocá-la sob o módio; é o mesmo que não a ter; e aquele que não a tem e pensa ter, até o que parece ter ser-lhe-á tirado. Ao contrário, “aquele que tem, mais lhe será dado”, isto é, aquele que usa o que tem em proveito próprio e de seus semelhantes, mais lhe será dado. A chama de uma vela não diminui, nem se gasta o seu combustível por acender cem velas; ao passo que estando apagada é preciso que alguém a acenda para aproveitar e fazer aproveitar sua luz.
Uma vela acendendo cem velas, aumenta a claridade, ao passo que, apagada, mantém as trevas. E como temos obrigação de zelar, não só por nós como pelos nossos semelhantes, incorremos em grande responsabilidade pelo uso da “medida” que fizemos; se damos um dedal não podemos receber um alqueire; se uma oitava, não podemos contar com um quilo em restituição, e, se nada damos o que havemos de receber?
A luz não pode permanecer sob o módio, nem debaixo da cama. A candeia, embora matéria inerte, nos ensina o que devemos fazer, para que a Palavra do Cristo permaneça em nós, possamos dar muitos frutos e sejamos seus discípulos.
Assim, o fim da luz é iluminar e o do sal é conservar e dar sabor.
Sendo os discípulos de Jesus luz e sal, mister se faz que ensinem, esclareçam, iluminem, ao mesmo tempo que lhes cumpre conservar no ânimo de seus ouvintes, de seus próximos, a santa doutrina do Meigo
Rabino, valendo-se para isso do espírito que lhe dá o sabor moral para ingerirem esse pão da vida que verdadeiramente alimenta e sacia.
Assim como a luz que não ilumina e o sal que não conserva, para nada prestam, assim, também, os que se dizem discípulos do Cristo e não cumprem os seus preceitos nem desempenham a tarefa que lhes está confiada, só servem para serem lançados fora da comunhão espiritual e serem pisados pelos homens.
A candeia sob o módio não ilumina; o sal insípido não salga, não conserva, nem dá sabor.

CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS






AS PARÁBOLAS E A SUA INTERPRETAÇÃO

Na acepção geral do termo, parábola é uma narrativa que tem por fim transmitir verdades indispensáveis de serem compreendidas.
As Parábolas dos Evangelhos são alegorias que contêm preceitos de moral.
O emprego contínuo, que durante o seu ministério Jesus fez das parábolas, tinha por fim esclarecer melhor seus ensinos, mediante comparações do que pretendia dizer com o que ocorre na vida comum e com os interesses terrenos. Sugeria, assim, o Mestre, figuras e quadros das ocorrências cotidianas, para facilitar mais aos seus discípulos, por esse método comparativo, a compreensão das coisas espirituais.
Aos que o ouviam ansiosamente, procurando compreender seus discursos, a parábola tornava-se-lhes excelente meio elucidativo dos temas e das dissertações do Grande Pregador.
Mas os que não buscavam na parábola a figura que compara, a alegoria que representa a idéia espiritual, e se prendiam à forma, desprezando o fundo, para estes a Doutrina nem sequer aparecia, mas conservava-se oculta, como a noz dentro da casca.
Daí a resposta de Jesus aos discípulos que lhe inquiriram a razão de Ele falar por parábolas: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do
Reino dos Céus, mas a eles não lhes é isso dado. Pois ao que tem, dar-selhe-á e terá em abundância; mas ao que não tem; até aquilo que tem serlhe-á tirado.”
“Por isso lhes falo por parábolas, porque vendo não vêem; e ouvindo não ouvem, nem entendem. E neles se está cumprindo a profecia de Isaías, que diz: Certamente ouvireis, e de nenhum modo entendereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os olhos; para não suceder que vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos, entendam no coração e se convertam e eu os cure.”
Pelo trecho se observa claramente que os fariseus e a maioria dos judeus, em ouvindo a exposição da parábola, só viam a figura alegórica que lhes era mostrada, assim como, quem não quebra a noz, só lhe vê a casca.
Ao passo que com seus discípulos não acontecia à mesma coisa; eles viam e ouviam o ensino, o sentido espiritual que permanece para sempre; não se prendiam à figura ou a palavra sonora, que se extingue desvanece.
De modo que os fariseus ouviam, mas não ouviam; viam, mas não viam (*); porque uma coisa é ver e ouvir com os olhos e ouvidos do corpo, outra coisa é ver e ouvir com os olhos e ouvidos do Espírito.
(*) Em outros termos: ouviam, mas não escutavam; viam, mas não enxergavam.
A condição que Jesus expõe, como sendo indispensável “para nos ser dado e possuirmos em abundância” é como diz o texto, de “nós termos” — Mas “termos” o quê? Certamente algum princípio doutrinário unido à boa vontade para recebermos a Verdade — “Aquele que tem ser-lhe-á dado e  terá em abundância.”
E o obstáculo à recepção da sua Doutrina é o indivíduo “não ter” — não ter a mais ligeira iniciação espiritual e não ter boa vontade para receber a Nova da Salvação.
De modo que a Parábola Evangélica é uma instrução alegórica, exposta sempre com um fim moral, como um meio fácil de fazer  compreender uma lição espiritual, pelo menos, a opinião do evangelista
Mateus quando diz: “Todas estas coisas falou Jesus ao povo em parábolas, e nada lhes falava sem parábolas; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em Parábolas a minha boca, e publicarei coisas escondidas desde a criação.” (Mateus, XIII, 34-35).
Finalmente, as Parábolas têm pouca importância para os que as tomam como foram escritas; demais, o sentido nunca deve ser desnaturado ou transviado, sob pena de prejudicar a Idéia Cristã. Por exemplo, ao que vê na parábola do “tesouro escondido” um meio de enriquecer materialmente, ou na parábola do “administrador infiel” uma lição de infidelidade, lhe será preferível fechar os Evangelhos e continuar a tratar de seus negócios materiais.
A inteligência dos Evangelhos explica perfeitamente a interpretação espiritual que Jesus dá aos seus ensinos. Se os Evangelhos fossem um amontoado de alegorias sem significação espiritual, nenhum valor teriam.
CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS





OS SINAIS DE RENOVAÇÃO

Ante a assembléia familiar, o Mestre tomou a palavra e falou, persuasivo: — E quando o Reino Divino estiver às portas dos homens, a alma do mundo estará renovada.
O mais poderoso não será o mais desapiedado e, sim, o que mais ame.
O vencedor não será aquele que guerrear o inimigo exterior até à morte em rios de sangue, mas o que combater a iniquidade e a ignorância, dentro de si mesmo, até à extinção do mal, nos círculos da própria natureza.
O mais eloqüente não será o dono do mais belo discurso, mas, sim, o que aliar as palavras santificantes aos próprios atos, elevando o padrão da vida, no lugar onde estiver.
O mais nobre não será o detentor do maior número de títulos que lhe conferem a transitória dominação em propriedades efêmeras da Terra, mas aquele que acumular, mais intensamente, os créditos do amor e da gratidão nos corações das mães e das crianças, dos velhos e dos enfermos, dos homens leais e honestos, operosos e dignos, humildes e generosos.
O mais respeitável não será o dispensador de ouro e poder armado e, sim, o de melhor coração.
O mais santo não será o que se isola em altares do supremo orgulho espiritual, evitando o contacto dos que padecem, por temer a degradação e a imundície, mas sim, aquele que descer da própria grandeza, estendendo mãos fraternas aos miseráveis e sofredores, elevando-lhes a alma dilacerada aos planos da alegria e do entendimento.
O mais puro não será o que foge ao intercâmbio com os maus e criminosos confessos, mas aquele que se mergulha no lodo para salvar os irmãos decaídos, sem contaminar-se.
O mais sábio não será o possuidor de mais livros e teorias, mas justamente aquele que, embora saiba pouco, procura acender uma luz nas sombras que ainda envolvem o irmão mais próximo...
O Amigo Divino pousou os olhos lúcidos na noite clara que resplandecia, lá fora, em pleno coração da Natureza, fez longo intervalo e acentuou:
— Nessa época sublime, os homens não se ausentarão do lar em combate aos próprios irmãos, por exigências de conquista ou pelo ódio de raça, em tempestades de lágrimas e sangue, porquanto estarão guerreando as trevas da ignorância, as chagas da enfermidade, as angústias da fome e as torturas morais de todos os matizes...
Quando o arado substituir o carro suntuoso dos triunfadores, nas exibições públicas de grandeza coletiva; quando o livro edificante absorver o lugar da espada no espírito do povo; quando a bondade e a sabedoria presidirem às competições das criaturas para que os bons sejam venerados; quando o sacrifício pessoal em proveito de todos constituir a honra legítima da individualidade, a fim de que a paz e o amor não se percam, dentro da vida — então uma Nova Humanidade estará no berço luminoso do Divino Reino...
Nesse ponto, a palavra doce e soberana fez branda pausa e, lá fora, na tepidez da noite suave, as estrelas fulgentes, a cintilarem no alto, pareciam saudar essa era distante...
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier




O INCENTIVO SANTO

Aberta a sessão de fraternidade em casa de Pedro, Tadeu clamou, irritado, contra as próprias fraquezas, asseverando perante o Mestre: — Como ensinar a verdade se ainda me sinto inclinado à mentira? Com que títulos transmitir o bem, quando ainda me reconheço arraigado ao mal? Como exaltar a espiritualidade divina, se a animalidade grita mais alto em minha própria natureza?
O companheiro não formulava semelhantes perguntas por espírito de desespero ou desânimo, mas sim pela enorme paixão do bem que lhe tomava o íntimo, a observar pela inflexão de amargura com que sublinhava as palavras.
Entendendo-lhe a mágoa, Jesus falou, condescendente:
— Um santo aprendiz da Lei, desses que se consagram fielmente à Verdade, chamado pelo Senhor aos trabalhos da profecia entre os homens, mantinha-se na profissão de mercador de remédios, transportando ervas e xaropes curativos, da cidade para os campos, utilizando-se para isso de um jumento caprichoso e inconstante, quando, refletindo sobre os defeitos de que se via portador, passou a entristecer-se profundamente.
Concluiu que não lhe cabia colaborar nas revelações do Céu, pelo estado de impureza íntima, e fez-se mudo.
Atendia às obrigações de protetor dos doentes, mas recusava-se a instruir as criaturas, na Divina Palavra, não obstante as requisições do povo que já lhe conhecia os dotes de inteligência e inspiração.
Sentido, porém, que a Celeste Vontade o constrangia ao desempenho da tarefa e reparando que os seus conflitos mentais se tornavam cada vez mais esmagadores, certa noite, depois de abundantes lágrimas, suplicou esclarecimento ao Todo-Poderoso.
Sonhou, então, que um anjo vinha encontrá-lo em suas lides de mercador.
Viu-se cavalgando o voluntarioso jumento, vergado ao peso de preciosa carga, em verdejante caminho, quando o emissário divino o interpelou, com bondade, em seguida às saudações habituais: 
— Meu amigo, sabes quantos coices desferiu hoje este animal?
— Muitíssimos — respondeu sem vacilação.
— Quantas vezes terá mordido os companheiros de estrebaria? — prosseguiu o enviado, sorridente — quantas vezes terá insultado o asseio de tua casa e orneado despropositadamente? E porque o discípulo aturdido não conseguisse responder, de pronto, o anjo considerou: — Entretanto, ele é um auxiliar precioso e deve ser conservado.
Transporta medicamentos que salvam muitos enfermos, distribuindo esperança, saúde e alegria.
E fitando os olhos lúcidos no pregador desalentado, rematou:
— Se este jumento, a pretexto de ser rude e imperfeito, se negasse a cooperar contigo, que seria dos enfermos a esperarem confiantes em ti? Volta à missão luminosa que abandonaste, e, se te não é possível, por agora, servir a Nosso Pai Supremo na condição de um homem purificado, atende aos teus deveres, espalhando reconforto e bom ânimo, na posição do animal valioso e útil.
nas bênçãos do serviço, serás mais facilmente encontrado pelos mensageiros de Deus, os quais, reconhecendo-te a boa-vontade nas realizações do amor, se compadecerão de ti, amparando-te a natureza e aprimorando-a, tanto quanto domesticas e valorizas o teu rústico, mas prestimoso auxiliar! Nesse instante, o pregador viu-se novamente no corpo, acordado, e agora feliz em razão da resposta do Alto, que lhe reajustaria a errada conduta.
Surgindo o silêncio, o discípulo agradeceu ao Mestre com um olhar.
E Jesus, transcorridos alguns minutos de manifesta consolação no semblante de todos, concluiu: — O trabalho no bem é o incentivo santo da perfeição.
Através dele, a alma de um criminoso pode emergir para o Céu, à maneira do lírio que desabrocha para a Luz, de raízes ainda presas no charco.
Em seguida, o Mestre pôs-se a contemplar as estrelas que faiscavam, dentro da noite, enquanto Tadeu, comovido, se aproximava, de manso, para beijar-lhe as mãos com doçura reverente.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier








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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


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AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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