17 – Bem aventurados sereis quando os homens vos
aborrecerem, e quando vos separarem, e carregarem de injúrias, e rejeitarem o
vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem. Folgai naquele dia, e
exultai; porque, olhai, que grande é o vosso galardão no céu; porque desta
maneira tratavam aos profetas os pais deles. (Lucas, VI: 22-23)
18 – E chamando a si o povo, com seus discípulos,
disse-lhes: Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz,
e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas o que perder
a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois de que aproveitará
ao homem, se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Marcos, VIII: 34-36;
Mateus, X: 39, e João, XII: 24-25).
19 – Regozijai-vos, disse Jesus, quando os homens vos
odiarem e vos perseguirem por minha causa, porque sereis recompensados no céu.
Essas palavras podem ser interpretadas assim: Sedes felizes quando os homens,
tratando-vos com má vontade, vos derem a ocasião de provar a sinceridade de
vossa fé, porque o mal que eles vos fizerem resultará em vosso proveito.
Lamentai-lhes a cegueira, mas não os amaldiçoeis.
Após isso, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me
quer seguir”, isto é: que suporte corajosamente as tribulações que a sua fé
provocar, pois aquele que quiser salvar a sua vida e os seus bens, renunciando
a mim, perderá as vantagens do Reino dos Céus, enquanto os que tudo perderem
aqui em baixo, até mesmo a vida, para o triunfo da verdade, receberão na vida
futura o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação. Mas para os que
sacrificam os bens celestes aos gozos terrenos, Deus dirá: Já recebeste a vossa
recompensa.
TEXTOS DE APOIO
CRUZES
Cada alma, na escola da Terra, sob a abençoada cruz da
carne, conduz consigo a cruz invisível da prova, indispensável à elevação a que
aspira.
Aqui, vemos a cruz do ouro, impondo aos companheiros que
a transportam, o círculo do medo e da inquietação.
Além, observamos a cruz do poder, exigindo de quantos lhe
detém, a força de pesados tributos de responsabilidade e sofrimento.
Acolá, notamos a cruz da beleza física, atraindo apelos
inferiores.
Mais além, contemplamos a cruz da enfermidade, situando
esperanças e sonhos no labirinto da indagação e do desalento.
Não longe, vemos a cruz da carência material, induzindo
muita gente à inércia e à lamentação.
Agora, observamos junto de nós a cruz da injustiça
aparente, tentando a criatura à reivindicações que a projetam em maiores
dificuldades.
Mais tarde, encontraremos a cruz das paixões, vergando
ombros sensíveis e afetuosos, reclamando-lhes o amargo imposto do desequilíbrio
e das lágrimas.
Cada criatura passa entre os homens algemada ao posto de
graves obrigações, alusivas ao progresso que lhe cabe alcançar.
O santo traz a cruz do sacrifício.
O delinquente carrega a cruz do remorso.
O melhor suporta o madeiro da liderança.
O mau tolera o lenho da expiação regenerativa.
O berçário é um viveiro de cruzes que se desenvolvem,
pouco a pouco, no curso do tempo, definindo-se cada qual delas, segundo as
necessidades de cada um.
Naturalmente, não viverás sem o instrumento de dor e luta
que a existência terrestre te deu a transportar, mas se colocas o madeiro do
próprio aperfeiçoamento na direção do Cristo, seguindo após Ele, no Calvário da
Ressurreição, com amor e humildade, renúncia e perdão, guarda a certeza de que
os braços de tua cruz se converterão na morte, em asas de espiritualidade,
arrebatando-te do vale pantanoso da Terra para os topos resplendentes do
Infinito.
Do Livro: Abrigo de Francisco Cândido Xavier, pelo
Espírito Emmanuel
NOSSA CRUZ
“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome
a sua cruz e siga-me” - JESUS (MARCOS, 8:34)
Ninguém se queixe inutilmente.
A dor é processo.
A perfeição é fim.
Assim sendo, caminheiros da evolução ou da redenção têm,
cada qual, a sua cruz.
Esse almeja, aquele deve.
E para realizar ou ressarcir, a vida pede preço.
Ninguém conquista algo, sem esforçar-se de algum modo; e
ninguém resgata esse ou aquele débito, sem sofrimento.
Enquanto a criatura não adquire consciência da própria
responsabilidade, movimenta-se no mundo à feição de semi-racional, amontoando
problemas sobre a própria cabeça.
Entretanto, acordando para a necessidade da paz consigo
mesma, descobre de imediato a cruz que lhe cabe ao próprio burilamento.
Encarnados e desencarnados, jungidos à Terra, vinculam-se
todos ao mesmo impositivo de progresso e resgate.
No círculo carnal, a cruz é a dificuldade orgânica, o
degrau social,o parente infeliz...
No plano espiritual, é a vergonha do defeito íntimo não
vencido, a expiação da culpa,o débito não pago...
Tenhamos, pois, a coragem precisa de seguir o Senhor em
nosso anseio de ressurreição e vitória.
Para isso, porém, não nos esqueçamos de que será preciso
olvidar o egoísmo enquistante e tomar a nossa cruz.
Emmanuel - Livro
Palavras de vida eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
NO RUMO DO AMANHÃ
"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo
e perder a sua alma ?" Jesus (Marcos, 8:36.)
Lembra-te de viver, conquistando a glória eterna do
Espírito.
Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se
imobiliza nos angustiosos tormentos da frustração...
Estendem os braços para o ouro que amontoaram, contudo...
esse ouro apenas lhes assegura o mausoléu em que se lhes guardam as cinzas.
Alongam a lembrança para o nome em que se ilustraram nos
eventos humanos, todavia... quase sempre a fulguração pessoal de que se viram
objeto apenas lhes acorda o coração para a dor do arrependimento tardio.
Contemplam o campo de luta em que desenvolveram
transitório domínio, mas... não enxergam senão a poeira da desilusão que lhes
soterra os sonhos mortos.
Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo
na política, na fortuna, na ciência, na religião, no poder...
No entanto, incapazes do verdadeiro serviço aos
semelhantes, enganaram tão somente a si próprios, no culto ao egoísmo e ao
orgulho, à intemperança e à vaidade que lhes devastaram a vida.
E despertaram, além da morte, sem recolher-lhe a
renovadora luz.
Recorda os que padecem na derrota de si mesmos, depois de
se acreditarem vencedores, dos que choram as horas perdidas, e procura,
enquanto é hoje, enriquecer o próprio espírito para o amanhã que te aguarda,
porque, consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o esplendor de
todos os impérios do mundo, conservando a treva por dentro do coração.
Emmanuel - Livro Palavras de vida eterna. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier
EXCESSO
Pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo todo e
perder a sua alma?" - JESUS (Marcos, 8:36)
Enquanto a criatura permanecer no corpo terrestre, é
natural que se preocupe com o problema da própria manutenção.
Vigilância não exclui previdência.
Mas não podemos olvidar que o apego ao supérfluo será
sempre introdução à loucura.
Tudo aquilo que o homem ajunta abusivamente, no campo
exterior, é motivo para aflição ou inutilidade.
Patrimônios físicos sem proveito, isca de sombra atraindo
inveja e discórdia.
Alimentos guardados, valores a caminho da podridão.
Roupa em desuso, asilo de traças.
Demasiados recursos amoedados, tentações para os
descendentes.
Todo excesso é parede mental isolando aqueles que o
criam, em cárceres de orgulho, egoísmo, vaidade e mentira.
Observa, assim, o material que amontoas.
Tudo o que está fora de ti representa caminho em que
transitas.
Agarrar-se, pois, ao efêmero é prender-se à ilusão.
Mas todos os bens espirituais que ajuntares em ti mesmo,
como sejam virtude e educação, constituem valores inalienáveis a brilharem
contigo, aqui ou alhures, sublimação para a vida eterna.
Emmanuel - Livro
Palavras de vida eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
NO ROTEIRO DA FÉ
"Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome
cada dia a sua cruz e siga-me." Jesus
O aviso do Senhor é insofismável.
"Siga-me" - diz o Mestre.
Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e
desilusões, em matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem
o conselho.
Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus
intermediários humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários
humanos do Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.
Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo,
incapaz de oferecer a santidade perfeita.
Ali, é o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas
inabilitado à demonstração de todas as virtudes.
Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia
distante da própria sublimação.
Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas,
companheiros e parentes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda
longe da integração com o Benfeitor Eterno.
E quase sempre aqueles que o acompanham, na suposição de
buscarem o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da
invigilância ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual,
alegando desapontamento e amargura.
O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à
dúvida.
Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos
encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos
portadores de cicatrizes e aflições, dívidas e defeitos, muitas vezes
escabrosos. Daí o recomendar-nos: - "Se alguém quer vir após mim, negue-se
a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me".
Se te dispõe, desse modo, a encontrar o Senhor para a
edificação da tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada,
suporta corajosamente as conseqüências dos teus atos de ontem e de hoje e
procura Jesus por Divino Modelo.
Não olvides que há muita diferença entre seguir o Cristo
e seguir os cristãos.
Emmanuel - Livro
Palavras de vida eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
NOSSAS CRUZES
“...Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo,
tome a sua cruz e sigame.” - JESUS - MARCOS, 8: 34.
“Rejubilai -vos, diz Jesus, quando os homens vos adiarem
e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no Céu.
Podem traduzir-se assim estas verdades: Considerai-vos
ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos dêem
ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam
redundará em proveito vossa.
Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais. ” -
cap. 24, 19.
Julgávamos, antigamente, que nossas cruzes, as que
devemos carregar, ao encontro do Senhor, se constituíam, unicamente daquelas
dos exercícios louváveis mas incompletos da piedade religiosa.
E perdemos, em parte, muitas reencarnações, hipnotiZados
por sentimentalismo enfermiço, ilhando-nos, sem perceber, nas miragens da
própria imaginação para esbarrar, em seguida, com os pesadelos do tempo,largado
inútil.
Com a Doutrina Espírita, que nos revela o significado
real das palavras do Cristo, aprendemos hoje que não bastam fugas e omissões do
campo de luta a fim de alcançarmos a meta sublime.
Assevera Jesus que se nos dispomos a encontrá-lo, é
preciso renunciar a nós mesmos e tomar nossa cruz.
Essa renúncia, porém, não será semelhante à fonte seca.
É necessário que ela demonstre rendimento de valores
espirituais, em nosso favor e a benefício daqueles que nos cercam,
ensinando-nos o desapego ao bem próprio pelo bem de todos.
À face disso, nossas cruzes incluem todas as realidades
que o mundo nos oferece, dentro das quais somos convocados a esquecer-nos na
construção da felicidade geral.
Os fardos que nos cabem transportar, a fim de que
venhamos a merecer o convívio do Mestre, bastas vezes contêm as dores das
grandes separações, as farpas do desencanto, as provações em família, os
sacrifícios mudos, em que os entes amados nos pedem ‘largos períodos de
aflição, os desastres do plano físico que nos cortam a alma, o abandono
daqueles mesmos que nos baseavam todas as esperanças, o cativeiro a
compromissos pela sustentação da harmonia comum, as tarefas difíceis, em cuja
execução, quase sempre, somos constrangidos a marchar, aguardando debalde o
concurso alheio.
Não nos enganemos.
O próprio Cristo transportou o madeiro que a nossa
ignorância lhe atribuiu, palmilhando senda marginada de exigências, injúrias,
pancadas e deserções.
Ninguém abraça o roteiro do Evangelho para estirar-se em
redes de fantasia.
O cristão é chamado a melhorar e elevar o nível da vida e
para quem efetivamente vive em Cristo, a vida é um caminho pavimentado de
esperança e trabalho, alegria e consolo, mas plenamente aberto às surpresas e
ensinamentos da verdade, sem qualquer Ilusão.
Emmanuel do livro
O Livro da Esperança - Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
GANHAR
¨"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo
e perder a sua alma? - Jesus. (MARCOS, 8:36)
As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não
aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no Planeta em
busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para
a vida eterna.
Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem,
insistissem. . .
Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar
na luta enobrecedora.
Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada
das almas em desvio.
O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas
nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso
conceito, subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede
bastante saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se
consegue amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses
alheios.
O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva
movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que
o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que
fins se propõe em suas atividades terrestres.
Se teus desejos repousam nas aquisições factícias,
relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento,
renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o
mundo que não te pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida
imortal.
Emmanuel Do livro
Caminho, Verdade e Vida, de Chico Xavier
INTERROGAÇÃO DO MESTRE
”Que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se
ou prejudicando a sim mesmo?”. JESUS – Lucas, 9:25.
Em verdade, com a força associada à inteligência, pode o
homem terrestre -
resolver o solo planetário,
sugar os benefícios da Terra,
incentivar interesses personalistas,
erguer arranha-céus nas cidades maravilhosas,
construir palácios para o ninho doméstico,
elevar-se ao firmamento em máquinas possantes,
consultar os abismos do mar,
atravessar oceanos em navios velozes,
estender utilidades no plano da civilização,
criar paraísos de fantasias para os sentidos corporais,
monopolizar os negócios do mundo,
abrir estradas, ligando continentes e povos,
conversar à distância de milhares de quilômetros,
dominar o dia que passa em carros de triunfo,
substituir os ídolos de barro no altar da ilusão,
formar exércitos poderosos, consagrados à morte,
forjar espadas e canhões,
ditar duras leis aos mais fracos,
gritar a palavra de ódio em tribunas de ouro,
exercer a vingança, oprimir, gozar, amaldiçoar...
Em verdade, o homem, usufrutuário da Terra, e depositário
da confiança de Deus, pode fazer tudo isso, contudo, que lhe aproveitará
tamanha exaltação se, distraído de si mesmo, se vale das glórias da inteligência
para precipitar-se nos despenhadeiros da treva e da morte?
Emmanuel - Livro
Coletânea do Além Psicografia de Chico Xavier – Autores Diversos
CONFORTO
Freqüentemente, as organizações religiosas e, mormente as
espiritistas, na atualidade estão repletas de pessoas ansiosas por um conforto.
De fato, a elevada Doutrina dos Espíritos é a divina
expressão do Consolador Prometido. Em suas atividades resplendem caminhos novos
para o pensamento humano, cheios de profundas consolações para os dias mais duros.
No entanto, é imprescindível ponderar que não será justo
querer alguém confortar-se, sem se dar ao trabalho necessário...
Muitos pedem amparo aos mensageiros do plano invisível;
mas como recebê-lo, se chegaram ao cúmulo de abandonar-se ao sabor da ventania
impetuosa que sopra, de rijo, nos resvaladouros dos caminhos?
Conforto espiritual não é como o pão do mundo, que passa,
mecanicamente, de mão em mão, para saciar a fome do corpo, mas, sim, como o
Sol, que é o mesmo para todos, penetrando, porém, somente nos lugares onde não
se haja feito um reduto fechado para as sombras.
Os discípulos de Jesus podem referir-se às suas
necessidades de conforto. Isso é natural. Todavia, antes disso, necessitam
saber se estão servindo ao Mestre e seguindo-o . O Cristo nunca faltou às suas
promessas. Seu reino divino se ergue sobre consolações imortais; mas, para
atingi-lo, faz-se necessário seguir-lhe os passos e ninguém ignora qual foi o
caminho de Jesus nas pedras deste mundo.
Francisco Cândido Xavier,. Da obra: Caminho,
Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel
RECEIO E DESÂNIMO
Francisco Cândido Xavier
As tarefas da noite foram precedidas por muitas alegações
de receio e desânimo, frente às lutas da vida na atualidade, por parte de
dezenas de amigos que nos visitavam. Muitos episódios tristes, muitos casos de¿
provação.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu o item 19 do
capítulo XXIV para estudo. E o nosso amigo espiritual, Emmanuel, complementando
as lições da noite, escreveu por nosso intermédio a página Vencerás.
Nota – O item citado do capítulo XXIV é um breve
comentário de Kardec ao ensino de Jesus: “Se alguém quiser seguir-me, negue-se
a si mesmo e tome a sua cruz e siga--me”. O comentário acentua o sentido
espiritual desse trecho evangélico, lembrando que enfrentamos na Terra as
vicissitudes necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual.
Do livro
Astronautas do Além, de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires -
Espíritos diversos
VENCERÁS
Emmanuel
Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o
coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para
o dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o
trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a
própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na
vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te
confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego. E assim vencerás.
Do livro
Astronautas do Além, de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires -
Espíritos diversos
A TÉCNICA DA
VITÓRIA
Irmão Saulo
Todos sabemos que a vida é uma luta. Não estamos na Terra
para sofrer nem para gozar, mas para vencer. Lutamos contra o meio ambiente,
contra os desajustes da estrutura social, contra doenças e incompreensões,
contra a maldade humana e a agressividade dos elementos, contra as influências
espirituais negativas, mas principalmente contra as nossas próprias
deficiências, contra as nossas ambições e o nosso egoísmo. O desânimo nos
assalta quando nos consideramos injustiçados, esquecidos por Deus, submetidos a
penas que não afligem os outros. É o momento em que o nosso egoísmo se
manifesta na revolta do orgulho.
O exemplo de Jesus devia lembrar-nos a técnica da
vitória. Ele tomou a sua cruz sem nada dever e na hora suprema do sacrifício
injusto orou ao Pai em favor dos seus algozes. Alguns dentre nós, mesmo os mais
aparentemente evoluídos, poderiam considerar-se mais dignos da atenção de Deus
do que Jesus? Ele não nos mandou tomar a nossa cruz e avançar sozinhos, mas
segui-la. Porque à frente de todos nós seguiu Ele ao peso da cruz que não
merecia. Sua missão era transformar o mundo, salvar os homens da maldade,
libertá-los do egoísmo que os fazia arrogantes e impiedosos. Sua técnica não
foi a da revolta mas a da resignação e da fé.
Não há dúvida de que a fé pode vacilar no coração do
homem que suporta pesadas provas, mormente quando essa fé é apenas emocional e
não racional. Mas os que já aprenderam que a vida tem um sentido, tem uma
finalidade, e que as provas da vida correspondem às necessidades evolutivas de
cada um – devem possuir uma fé mais vigorosa. No meio do torvelinho
lembremo-nos de que as forças desencadeadas tendem obrigatoriamente a
restabelecer-se no equilíbrio natural. Tudo na vida humana é passageiro, nada
permanece para sempre. Por que nos desesperamos quando sopra a ventania, se
sabemos que ela passará inevitavelmente?
Emmanuel nos lembra ainda o poder do amor, o maior de
todos os poderes, que podemos usar em nossa defesa. A confiança em Deus – pois
Deus é amor, como ensinou o apóstolo João – e o conhecimento da lei do amor
devem socorrer-nos nas horas de aflição. Usando esses recursos da técnica da
vitória, nada temos a temer. Os que se entregam e sucumbem são desertares.
Do livro Astronautas do Além, de Francisco Cândido Xavier
e J.Herculano Pires - Espíritos diversos
PROVAS E PROBLEMAS
Algumas senhoras da cidade de Campos, Estado do Rio, em
visita a Uberaba, conversaram conosco sobre as provas e os problemas da vida
terrestre. E acentuávamos, todos, que a incompreensão recíproca cria muitos
obstáculos entre nós, espíritos encarnados, para alcançarmos a solução de
nossos enigmas, no tocante a sofrimento e regeneração.
Para a despedida fomos à ligeira prece, abrindo antes O
Evangelho Segundo o Espiritismo, que nos deu o item 19 do seu capítulo XXIV.
Ficamos reconhecidos à inspiração do texto. E o nosso
Casimiro Cunha nos trouxe a página poética “Senda de Luz”.
Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C.
Xavier - Espíritos diversos
SENDA DE LUZ
Casimiro Cunha
Se você pode escutar
O verbo áspero e vão,
Doando serenidade,
Em forma de reação;
Se anota sem qualquer mágoa,
Lamentações hora a hora,
Entendendo e desculpando
As aflições de quem chora;
Se entrega pontos de vista,
No que deseja ou que pensa,
Olvidando no caminho,
Qualquer espécie de ofensa;
Se acolhe a sombra da injúria
Que a estrada lhe desmerece,
Ofertando por resposta,
O benefício da prece;
Se acaso registra o mal
Rondando ou ferindo alguém,
E silencia amparando
A força viva do bem;
Se aceita o próprio dever
Por luz que a vida lhe aponta,
Trabalhando e abençoando,
A servir sem fazer conta...
Então você abraçou
A bênção da própria cruz
E está seguindo o roteiro
Da redenção com Jesus.
Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C.
Xavier - Espíritos diversos
A VISITA DA VERDADE
Certa feita, disse o Mestre que só a Verdade fará livre o
homem; e, talvez porque lhe não pudesse apreender, de imediato, a vastíssima
extensão da afirmativa, perguntou-lhe Pedro, no culto doméstico:
— Senhor, que é a Verdade? Jesus fixou no rosto
enigmática expressão e respondeu:
— A Verdade total é a Luz Divina total; entretanto, o
homem ainda está longe de suportar- lhe a sublime fulguração.
Reparando, porém, que o pescador continuava faminto de
esclarecimentos novos, o Amigo Celeste meditou alguns minutos e falou:
— Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira,
demorava-se certo devoto, implorando o socorro divino.
Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em
sua cegueira, sentir-se o melhor de todos.
Reclamava contra o ambiente fétido em que se achava.
O ar empestado sufocava-o — dizia ele em gritos
comoventes.
Pedia uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio
do dia claro.
Afirmava-se robusto, apto, aproveitável.
Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento
doloroso? Chorava e bradava, não ocultando aflições e exigências.
Que razões o obrigavam a viver naquela atmosfera
insuportável?
Notando Nosso Pai que aquele filho formulava súplicas
incessantes, entre a revolta e a amargura, profundamente compadecido enviou-lhe
a Fé.
A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a
persistir na oração.
O infeliz consolou-se, de algum modo, mas, a breve tempo,
voltou a lamuriar.
Queria fugir ao monturo e, como se lhe aumentassem as
lágrimas, o Todo-Poderoso mandou-lhe a Esperança.
A emissária afagou-lhe a fronte suarenta e falou-lhe da
eternidade da vida, buscando secar- lhe o pranto desesperado.
Para isso, rogou-lhe calma, resignação, fortaleza.
O pobre pareceu melhorar, mas, decorridas algumas horas,
retomou a lamentação.
Não podia respirar — clamava, em desalento.
Condoído, determinou o Senhor que a Caridade o
procurasse.
A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o,
endereçando-lhe palavras de carinho, qual se lhe fora abnegada mãe.
Todavia, porque o mísero prosseguisse gritando, revoltado,
o Pai Compassivo enviou-lhe a Verdade.
Quando a portadora de esclarecimento se fez sentir na
forma de uma grande luz, o infortunado, então, viu-se tal qual era e
apavorou-se.
Seu corpo era um conjunto monstruoso de chagas
pustulentas da cabeça aos pés e, agora, percebia, espantado, que ele mesmo era
o autor da atmosfera intolerável em que vivia.
O pobre tremeu cambaleante, e, notando que a Verdade
serena lhe abria a porta da libertação, horrorizou-se de si mesmo; sem coragem
de cogitar da própria cura, longe de encarar a visitadora, frente a frente,
para aprender a limpar-se e a purificar- se, fugiu, espavorido, em busca de
outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então
reconhecia.
O Mestre fez longa pausa e terminou:
— Assim ocorre com a maioria dos homens, perante a
realidade.
Sentem-se com direito à recepção de todas as bênçãos do
Eterno e gritam fortemente, implorando a ajuda celestial.
Enquanto amparados pela Fé, pela Esperança ou pela
Caridade, consolam-se e desconsolam-se, crêem e descrêem, tímidos, irritadiços
e hesitantes; todavia, quando a Verdade brilha diante deles, revelando-lhes a
condição em que se encontram, costumam fugir, apressados, em busca de
esconderijos tenebrosos, dentro dos quais possam cultivar a ilusão.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar - Francisco C. Xavier
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