TEXTOS PARA GRUPOS DO WATZAP
CAP I – 06/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP I – NÃO VIM DESTRUIR A LEI
CULTO ESPÍRITA
“Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os
profetas: não os vim destruir, mas cumprilos.” Jesus (Mt, 5:11)
Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém
cumprila”, também o Espiritismo diz: “Não venho
destruir a lei cristã, mas darlhe execução.” (E.S.E. Cap. 1, item: 7)
O Culto Espírita, expressando veneração aos princípios
evangélicos que ele mesmo restaura, apela para o íntimo de cada um, a fim de
patentearse.
Ninguém precisa inquirir o modo de nobilitálo com mais
grandeza, porque reverenciálo é conferirlhe força e substância na própria
vida.
Mãe, aceitarás os encargos e os sacrifícios do lar amando
e auxiliando a Humanidade, no esposo e nos filhos que a Sabedoria Divina te
confiou.
Dirigente, honrarás os dirigidos. Legislador, não farás
da autoridade instrumento de opressão.
Administrador, respeitarás a posse e o dinheiro,
empregandolhes os recursos no bem de todos, com o devido discernimento.
Mestre, ensinarás construindo.
Pensador, não torcerás as convicções que te enobrecem.
Cientista, descortinarás caminhos novos, sem degradar a
inteligência.
Médico, viverás na dignidade da profissão sem negociar
com as dores dos semelhantes.
Magistrado, sustentarás a justiça.
Advogado, preservarás o direito.
Escritor, não molharás a pena no lodo da viciação, nem no
veneno da injúria.
Poeta, converterás a inspiração em fonte de luz.
Orador, cultivarás a verdade.
Artista, exaltarás o gênio e a sensibilidade sem
corrompêlos.
Chefe, serás humano e generoso, sem fugir à
imparcialidade e à razão.
Operário, não furtarás o tempo, envilecendo a tarefa.
Lavrador, protegerás a terra.
Comerciante, não incentivarás a fome ou o desconforto, a
pretexto de lucro.
Cobrador de impostos, aplicarás os regulamentos com
equidade.
Médium, serás sincero e leal aos compromissos que
abraças, evitando perverter os talentos do plano espiritual no profissionalismo
religioso.
O culto espírita possui um templo vivo em cada
consciência na esfera de todos aqueles que lhe esposam as instruções, de
conformidade com o ensino de Jesus: “O reino de Deus está dentro de vós” e toda
a sua teologia se resume na
definição do Evangelho: “a cada um por suas obras”.
A vista disso, prescindindo de convenção pragmática,
temos nele o caminho libertador alma, educandonos raciocínio e sentimento,
para que possamos servir na construção do mundo melhor.
Livro da Esperança – Emmanuel – Francisco Cândido Xavier
A CURA SEGUNDO CHICO XAVIER
PERGUNTA: Existem pessoas que tem acorrido a todos os
recursos terrenos e espirituais na esperança de uma cura para sua enfermidade,
e não tendo resolvido seu problema, acabam chegando à descrença. Mesmo sem fé,
muitas vezes ainda procuram você como um recurso. Essas pessoas, podem chegar a
receber uma cura?
Chico Xavier: - Acredito que, se a pessoa está no
merecimento natural da cura, tenha ela fé ou não tenha fé, a misericórdia
divina permite que essa criatura encontre a restauração de suas forças.
Isso em qualquer religião, ou em qualquer tempo; agora,
os Espíritos nos aconselham um espírito de aceitação.
Primeiramente, em qualquer caso de doença que possa
ocorrer em nós, em nosso mundo orgânico, o espírito de aceitação, torna mais
fácil ao médico deste mundo ou para os benfeitores espirituais do outro,
atuarem em nosso favor.
Agora, a nossa aflição ou a nossa inquietação, apenas
perturbam os médicos neste mundo ou do outro, dificultando a cura.
E podemos ainda acrescentar: que muitas vezes temos
conosco determinados tipos de moléstias, que nós mesmo pedimos, antes de nossa
reencarnação, para que nossos impulsos negativos ou destrutivos sejam
amainados.
Muitas frustrações que sofremos neste mundo são pedidas
por nós mesmos, para que não venhamos a cair em falhas mais graves do que aquelas
que já caímos em outras vidas.
Mas, como estamos num regime de esquecimento - como uma
pessoa anestesiada para sofrer uma operação - então nos demandamos em rebeldia,
em aflição desnecessária, exigindo uma cura, que se tivermos, será para nossa ruína,
não para o nosso benefício.
DO LIVRO: Chico Xavier - O Homem, o Médium, o Missionário
AUTOR: Antônio Matte Noroefé
CAP II – 07/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP II – MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
1. Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir
Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? – Respondeu-lhe
Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha
gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o
meu reino ainda não é aqui.
Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? – Jesus lhe
respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar
testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz. (S.
JOÃO, 18:33, 36 e 37.)
2. Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida
futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a
Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do
homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com
efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus
preceitos morais, donde vem que os que não creem na vida futura, imaginando que
ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram
pueris.
NA CONSTRUÇÃO DO FUTURO
“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo...” Jesus (João, 18: 36)
“Todo cristão, pois, firmemente crê na vida futura, mas a
ideia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e por Isso mesmo, falsa em
diversos pontos. Para grande número, de
pessoas, não, há, a tal respeito, mais de que uma crença, balda de certeza
absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade. O Espiritismo veio
completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o
quando os homens já se mostram maduros bastante para apreenderem a
verdade.”(Cap. II, Item 3)
Esperavas pelos irmãos do caminho a fim de te entregares a
construção da Terra melhor e quedaste, muita vez, em amargoso desalento porque
tardem a vir.
Observa, porém, a estrada longa da evolução, para que o
entendimento te pacifique.
Milhares deles são corações de pensamento verde que te
rogam apoio e outros muitos seguem trilha adiante, inibidos por névoas
interiores que desconhecem.
Repara os que se renderam às lágrimas excessivas.
Choraram tanto que turvaram os olhos não mais divisando
os companheiros infinitamente mais desditosos a lhes suplicarem auxílio nas
vascas da aflição.
Contempla os que passam vaidosos sem saberem utilizar,
construtivamente, os favores da fortuna. Habituaram-se tanto às enganosas
vantagens da moeda abundante que perderam o senso íntimo.
Enumera os que se embriagam de poder transitório. Abusaram
tanto da autoridade que caíram na exaltação da paranoia sem darem conta disso.
Relaciona os que asseveram amar, transformando a
afetividade no egoísmo envolvente. Apaixonaram-se tanto por criaturas e coisas,
cultivando exigências que deliram positivamente sem perceber.
Anota os que avançam, hipnotizados pelas dignidades que
receberam do mundo. Fascinaram-se tanto pelas honras exteriores que olvidaram
os semelhantes a quem lhes compete o dever de servir.
Nenhum deles atrasou por maldade.
Foram vítimas da ilusão que frequentemente, se agiganta
qual imenso nevoeiro na periferia da vida, mas regressarão depois à verdade
triunfante para atenderem as tarefas que realizas.
Para todos eles que ainda não conseguiram chegar à grande
renovação é compreensível o adiamento do trabalho a fazer. Entretanto, nada nos
justificaria desânimo ou deserção na Obra do Cristo, porque embora estejamos
consideravelmente distantes da sublimação necessária, transportamos conosco o
raciocínio lúcido e libertado no sustento da fé.
Livro: Livro da Esperança – Emmanuel – Francisco Cândido
Xavier
CAP III – 08/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP III – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU
PAI
1. Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus, crede
também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu
vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. – Depois que me tenha
ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a
fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. (S. JOÃO, 14:1 a 3.)
Lembremo-nos de que a Terra é simplesmente um degrau em
nossa escalada para os cimos resplendentes da vida e,
acordados para as oportunidades do serviço, avancemos
para diante, aprendendo e amando, auxiliando aos outros e
renunciando a nós mesmos, na certeza de que, assim,
caminharemos do infortúnio de ontem para a felicidade de
amanhã.
GOTAS DE PAZ - Francisco Cândido Xavier / Emmanuel
O MUNDO E O MAL
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do
mal.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 17, versículo 15.)
Nos centros religiosos, há sempre grande número de
pessoas preocupadas com a ideia da morte. Muitos companheiros não creem na paz,
nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações
imaginárias e injustificáveis para quem nunca levou em linha de conta o esforço
próprio.
O anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do
espírito.
Orando ao Pai pelos discípulos, Jesus rogou para que não
fossem retirados do mundo, e, sim, libertos do mal.
O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das
criaturas que o habitam.
A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama brotam lírios
de delicado aroma, sua natureza maternal é repositorio de maravilhosos milagres
que se repetem todos os dias.
De nada vale partirmos do planeta, quando nossos males
não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias,
assemelhamo-nos aos portadores humanos das chamadas moléstias incuráveis.
Podemos trocar de residência; todavia, a mudança é quase nada se as feridas nos
acompanham. Faz-se preciso, pois, embelezar o mundo e aprimorá-lo, combatendo o
mal que está em nós.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
O RIO DA VIDA
Era uma vez um riacho de águas cristalinas, muito bonito,
que serpenteava entre as montanhas.
Em certo ponto de seu percurso, notou que a sua frente
havia um pântano imundo, por onde deveria passar.
Olhou, então, para Deus e protestou:
– Senhor, que castigo!
Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso e o Senhor me
obriga a atravessar um pântano sujo como esse!
Deus respondeu:
– Isso depende da sua maneira de encarar o pântano.
Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu
curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do
pântano, o que o tornará igual a ele.
Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com
decisão, suas águas se espalharão sobre ele, a umidade as transformará em gotas
que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano.
Aí você se transformará em mar…
Desconheço o autor
CAP IV – 09/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP IV – NINGUÉM PODRÁ VER O REINO DE DEUS
SE NÃO NASCER DE NOVO
1. Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe,
interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do
Homem? Quem dizem que eu sou?” – Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João
Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” –
Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” – Simão Pedro, tomando a
palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo:” – Replicou-lhe
Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem
o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. MATEUS,
16:13 a 17; S. MARCOS, 8:27 a 30.)
2. Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de
tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso – porque uns diziam
que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e
outros que um dos antigos profetas ressuscitara. – Disse então Herodes: “Mandei
cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão
grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. MARCOS, 6:14 a 16; S. LUCAS, 9:7 a 9.)
3. (Após a transfiguração.) Seus discípulos então o
interrogaram desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes
volte Elias?” – Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e
restabelecer todas as coisas: – mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles
não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o
Filho do Homem.” – Então, seus discípulos compreenderam que fora de João
Batista que ele falara. (S. MATEUS, 17:10 a 13; –S. MARCOS, 9:11 a 13.)
VIDAS SUCESSIVAS
“Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é
nascer de novo.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 3, versículo 7.)
A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.
Desviá-la para interpretações descabidas pode ser
compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas
nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.
A reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de
desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os
fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da
misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.
Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis,
seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia, corrige, amando...
Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas.
Determina somente que os comparsas de dramas nefastos
troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se
redimirem, uns à frente dos outros.
Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um
celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a
maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de
todas as circunstâncias que provocaram um crime.
O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos
do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os,
periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes,
a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do
destino, com a bênção de temporário esquecimento.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
XÍCARA DE CHÁ
Um professor de filosofia foi ter com um mestre zen,
Nan-In e fez-lhe perguntas sobre Deus, o nirvana, meditação e muitas outras
coisas.
O Mestre ouviu-o em silêncio e depois disse.
– Pareces cansado. Escalaste esta alta montanha, vieste
de um lugar longínquo. Deixa-me primeiro servir-te uma xícara de chá.
O Mestre fez o chá.
Fervilhando de perguntas, o professor esperou.
Quando o Mestre serviu o chá encheu a xícara do seu
visitante e continuou a enchê-la.
A xícara transbordou e o chá começou a cair do pires até
que o seu visitante gritou:
– Para. Não vês que o pires está cheio? Está
transbordando!
– É exatamente assim que te encontras.
A tua mente está tão cheia de perguntas que mesmo que eu
responda, não tens nenhum espaço para a resposta.
Sai, esvazia a xícara e depois volta…
Assim a vida, como a xícara tem seus limites, e
esvaziá-la é voltar cada vez que está a ponto de transbordar....
Desconheço o autor
CAP V – 10/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES
DA NOITE
BASEADO NO CAP V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS
1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão
consolados. – Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que
serão saciados. – Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois
que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, 5:4, 6 e 10.)
2. Bem-aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o
reino dos céus. – Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis
saciados. – Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, 6:20
e 21.)
Mas, ai de vós, ricos! que tendes no mundo a vossa
consolação. – Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. – Ai de vós
que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS,
6:24 e 25.)
AFLIÇÕES
“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das
aflições do Cristo.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, cap 4, vers 13.)
É inegável que em vosso aprendizado terrestre
atravessareis dias de inverno ríspido, em que será indispensável recorrer às
provisões armazenadas no íntimo, nas colheitas dos dias de equilíbrio e
abundância.
Contemplareis o mundo, na desilusão de amigos muito
amados, como templo em ruínas, sob os embates de tormenta cruel.
As esperanças feneceram distantes, os sonhos permanecem
pisados pelos ingratos.
Os afeiçoados desapareceram, uns pela indiferença, outros
porque preferiram a integração no quadro dos interesses fugitivos do plano
material.
Quando surgir um dia assim em vossos horizontes,
compelindo-vos à inquietação e à amargura, certo não vos será proibido chorar.
Entretanto, é necessário não esquecerdes a divina
companhia do Senhor Jesus.
Supondes, acaso, que o Mestre dos Mestres habita uma
esfera inacessível ao pensamento dos homens?
julgais, porventura, não receba o Salvador ingratidões e
apodos, por parte das criaturas humanas, diariamente?
Antes de conhecermos o alheio mal que nos aflige, Ele
conhecia o nosso e sofria pelos nossos erros.
Não olvidemos, portanto, que, nas aflições, é
imprescindível tomar-lhe a sublime companhia e prosseguir avante com a sua
serenidade e seu bom ânimo.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
ONDE VOCÊ COLOCA O SAL?
O velho Mestre pediu ao jovem aprendiz que estava triste,
que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
- Qual é o gosto? – perguntou o Mestre.
- Ruim – disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão
cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no
lago.
Então o velho disse:
- Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre
perguntou:
- Qual é o gosto?
- Bom!’ disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal?’ perguntou o Mestre.
- Não disse o jovem.
O Mestre então, sentou-se ao lado do jovem, pegou em suas
mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda.
Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.
Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer
é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem do que ao que você
perdeu.
Em outras palavras: É deixar de Ser copo, para tornar-se
um Lago.’
Desconheço o autor
CAP VI – 11/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP VI - O CRISTO CONSOLADOR
1. Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e
sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei
comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas
almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, 11:28 a 30.)
NA MEDITAÇÃO
“E foram sós num barco para um lugar deserto.” — (MARCOS,
capítulo 6, versículo 32.)
Tuas mãos permanecem extenuadas por fazer e desfazer.
Teus olhos, naturalmente, estão cheios da angústia
recolhida nas perturbações ambientes.
Doem-te os pés nas recapitulações dolorosas.
Teus sentimentos vão e vêm, através de impulsos tumultuáríos,
influenciados por mil pessoas diversas.
Tens o coração atormentado.
É natural.
Nossa mente sofre sede de paz, como a terra seca tem
necessidade de água fria.
Vem a um lugar à parte, no país de ti mesmo, a fim de
repousar um pouco.
Esquece as fronteiras sociais, os controles domésticos,
as incompreensões dos parentes, os assuntos difíceis, os problemas
inquietantes, as ideias inferiores.
Retira-te dos lugares comuns a que ainda te prendes.
Concentra-te, por alguns minutos, em companhia do Cristo,
no barco de teus pensamentos mais puros, sobre o mar das preocupações cotidianas...
Ele te lavará a mente eivada de aflições. Balsamizará
tuas úlceras.
Dar-te-á salutares alvitres.
Basta que te cales e sua voz falará no sublime silêncio.
Oferece-lhe um coração valoroso na fé e na realização, e
seus braços divinos farão o resto.
Regressarás, então, aos círculos de luta, revigorado,
forte e feliz.
Teu coração com Ele, a fim de agires, com êxito, no vale
do serviço. Ele contigo, para escalares, sem cansaço, a montanha da luz.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
MILHO BOM
Um fazendeiro ganhava todos os prémios dos concursos de
Milhos daq sua região.
Joaquim, jornalista entrevistou-o e descobriu que ele
compartilhava as suas sementes de milho com os vizinhos.
Curioso perguntou:
- Como compartilha as suas melhores sementes de milho com
seus vizinhos se está a competir com eles? E ainda ganha sempre?
- Porque? Não sabes? O vento apanha pólen do milho maduro
e o leva através do vento de campo para campo.
Se meus vizinhos cultivam milho inferior, o vento trará
pólem ruim a minha plantação, a polinização degradará continuamente a qualidade
do meu milho.
Para continuar a cultivar milho bom tenho que ajudar meus
vizinhos a cultivarem milho bom. Assim todos estaremos garantindo boas
colheitas.
A vida também traz boas sementes que podem sofrer ao
contato de plantações infectadas. Ajudando-se mutuamente os bons cultivadores
garantirão outras sementes de boa qualidade que se multiplicarão cada vez mais.
Desconheço o autor
CAP VII – 12/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA. PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP VII – BEM AVENTURADOS OS POBRES DE
ESPÍRITO
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles
é o reino dos céus. (S. MATEUS, 5:3.)
GANHAR
“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e
perder a sua alma?” — Jesus. (MARCOS, cap 8, vers 36.)
As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não
aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no Planeta em
busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para
a vida eterna.
Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem,
insistissem...
Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar
na luta enobrecedora.
Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada
das almas em desvio.
O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas
nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada.
Nesse falso conceito, subverte a ordem, nas oportunidades
de cada dia.
Se Deus lhe concede bastante saúde física, costuma usá-la
na aquisição da doença destruidora; se consegue amealhar possibilidades
financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.
O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva
movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que
o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que
fins se propõe em suas atividades terrestres.
Se teus desejos repousam nas aquisições factícias,
relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao
apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada
vale ganhar o mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente,
para a vida imortal.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
BURRICE
Caminhavam dois burros, um com carga de açúcar outro com
carga de esponjas.
Dizia o primeiro que carregava o açúcar:
- Caminhemos com cuidado, porque a estrada é perigosa.
O outro que carregava esponjas e se achava muito esperto
redarguiu:
- Onde está o perigo? Basta andarmos pelo rastro dos que
hoje passaram por aqui.
O burro com açúcar disse:
- Nem sempre é assim. Onde passa um, pode não passar o
outro.
O das esponjas respondeu:
- Que burrice! Eu sei viver, gabo-me disso, e minha
ciência toda se resume em só imitar o que os outros fazem.
- Nem sempre é assim, nem sempre é assim... – continuou a
filosofar o burro com açúcar.
Nisto alcançaram o rio, cuja ponte caíra na véspera.
- E agora? - perguntou o burro da esponja.
- Agora é só passar o rio, respondeu o burro do açúcar.
O burro do açúcar meteu-se na correnteza e, como a carga
se ia dissolvendo na água, conseguiu sem dificuldade por pé na margem oposta.
O burro da esponja, fiel as suas ideias, pensou consigo:
Ahhhhh! Se ele
passou, passarei também", e lançou-se ao rio.
Mas sua carga, em vez de esvair-se como a do primeiro,
cresceu de peso a tal ponto que o pobre tolo foi ao fundo.
- Bem dizia eu! Não basta querer imitar, é preciso poder
imitar - comentou o outro.
Monteiro Lobato
Humildade é reconhecer que temos muito que aprender,
ainda, mesmo que já tenhamos algum conhecimento.....
CAP VIII – 13/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP VIII – BEM AVENTURADOS OS QUE TEM O
CORAÇÃO PURO
1. Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto
verão a Deus. (S. MATEUS, 5:8.)
2. Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que
ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que
lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que
venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é
para os que se lhes assemelham. – Digo-vos, em verdade, que aquele que não
receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” – E, depois de as
abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. MARCOS, 10:13 a 16.)
PURIFICAÇÃO ÍNTIMA
“Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo,
purificai os corações.” — (TIAGO, capítulo 4, versículo 8.)
Cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada
pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele próprio poderá
fornecer o testemunho.
O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou
maus e todas as expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.
Em regra geral, todos somos portadores de graves
deficiências íntimas, necessitadas de retificação.
Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.
Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de
verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes...
Outra coisa, porém, é realizar.
A obra da elevação de si mesmo, valendo-se da
auto-disciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.
O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do
assunto e aconselhava aos discípulos alimpassem as mãos, isto é, retificassem
as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao olhar de todos,
apelando para que se efetuasse, igualmente, a purificação do sentimento, no
recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade
indevassável de seus pensamentos.
O companheiro valoroso do Cristo, contudo, não se
esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque
semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
O ALIMENTO ESPIRITUAL
O professor lutava na escola com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens
maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão
disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados,
e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim
mostravam superioridade e inteligência.
Esqueciam-se dos bons livros.
Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as
classes para a merendo costumeira, apresentando uma surpresa esquisita.
Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como
pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates
deteriorados e geleias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o
velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes :
- Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a
benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma.
- O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a
fonte de nossa vida espiritual.
- Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações
e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós
absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta.
- Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a
conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperem na defesa
de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.
Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada. Os
alunos retiram-se cabisbaixos.
E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo
retificada, modificando-se para melhor.
Extraído do livro Pai Nosso de Meimei – psicografado por
Chico Xavier.
CAP IX – 14/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP IX – BEM AVENTURADOS OS MANSOS E
PACÍFICOS
1. Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a
Terra. (S. MATEUS, 5:5.)
2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados
filhos de Deus. (S. MATEUS, 5:9.)
3. Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem
quer que mate merecerá condenação pelo juízo. – Eu, porém, vos digo que quem
quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no juízo; que
aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que
aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (S.
MATEUS, 5:21 e 22.)
FILHOS E SERVOS
“Ora, o servo não fica para sempre na casa; o filho fica
para sempre.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 8, versículo 35.)
Na sua exemplificação, ensinou-nos Jesus como alcançar o
título de filiação a Deus.
O trabalho ativo e incessante, o desprendimento dos
interesses inferiores do mundo, a perfeita submissão aos desígnios divinos,
constituíram traços fundamentais de suas lições na Terra.
Muitos homens, notáveis pela bondade, pelo caráter
adamantino, sacerdotes dignos e crentes sinceros, poderão ser dedicados servos
do Altíssimo.
Mas o Cristo induziu-nos a ser mais alguma coisa.
Convidou-nos a ser filhos, esclarecendo que esses ficam
“para sempre na casa”.
E os servos?
Esses, muita vez, experimentam modificações.
Nem sempre permanecerão, ao lado do Pai.
Mas, não é a Terra igualmente uma dependência, ainda que
humilde, da casa de Deus?
Aí palpita a essência da lição.
O Mestre aludiu aos servos como pessoas suscetíveis de
vários interesses próprios.
Os filhos, todavia, possuem interesses em comum com o
Pai.
Os primeiros, servindo a Deus e a si mesmos, porque como
servidores aguardam remuneração, podem sofrer ansiedades, aflições, delírios e
dores ásperas.
Os filhos, porém, estão sempre “na casa”, isto é,
permanecerão em paz, superiores às circunstâncias mais duras, porquanto
reconhecem, acima de tudo, que pertencem a Deus.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
DE QUEM É O PRESENTE?
Perto de Tóquio vivia um grande samurai idoso que agora
se dedicava a ensinar o zen aos jovens.
Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era
capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta
de escrúpulos apareceu por ali.
Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava
que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência
privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade
fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma
luta.
Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para
derrotá-lo, e aumentar sua fama.
Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o
velho aceitou o desafio.
Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a
insultar o velho mestre.
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu
rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus
ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho
permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o
impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos
insultos e provocações, os alunos perguntaram:
- Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que
não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de
mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o
aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos -
disse o mestre.
- Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os
carregava consigo.
- A sua paz interior, depende exclusivamente de você.
- As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você
permitir...
Desconheço o autor
CAP X – 15/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP X – BEM AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
1. Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque
obterão misericórdia. (S. MATEUS, 5:7.)
2. Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem
contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; – mas, se não
perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também
não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, 6:14 e 15.)
3. Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir
a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão.
– Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei
a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” – Respondeu-lhe
Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete
vezes.” (S. MATEUS, 18:15, 21 e 22.)
O COMPANHEIRO
“Não devias tu igualmente ter compaixão do teu
companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” — Jesus. (MATEUS,
capítulo 18, versículo 33.)
Em qualquer parte, não pode o homem agir, isoladamente,
em se tratando da obra de Deus, que se aperfeiçoa em todos os lugares.
O Pai estabeleceu a cooperação como princípio dos mais
nobres, no centro das leis que regem a vida.
No recanto mais humilde, encontrarás um companheiro de
esforço.
Em casa, ele pode chamar-se “pai” ou “filho”; no caminho,
pode
denominar-se “amigo” ou “camarada de ideal”.
No fundo, há um só Pai que é Deus e uma grande família
que se compõe de irmãos.
Se o Eterno encaminhou ao teu ambiente um companheiro
menos desejável, tem compaixão e ensina sempre.
Eleva os que te rodeiam.
Santifica os laços que Jesus promoveu a bem de tua alma e
de todos os que te cercam.
Se a tarefa apresenta obstáculos, lembra-te das inúmeras
vezes em que o Cristo já aplicou misericórdia ao teu espírito. Isso atenua as
sombras do coração.
Observa em cada companheiro de luta ou do dia uma bênção
e uma oportunidade de atender ao programa divino, acerca de tua existência.
Há dificuldades e percalços, incompreensões e
desentendimentos? Usa a misericórdia que Jesus já usou contigo, dando-te nova
ocasião de santificar e de aprender.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
O PERDÃO JUSTO
O perdão em qualquer tempo é sempre um traço de luz,
conduzindo a nossa vida a comunhão com Jesus.
Em certa cidade Européia, um homem ignorante, considerado
malfeitor, foi condenado à morte na forca.
O Juiz fora severo no julgamento.
Afirmava que o infeliz era grande criminoso e que só a
pena última podia solucionar-lhe a situação.
Alguns dias antes do enforcamento, o magistrado veio ao
cárcere, em companhia de um filho, jovem alegre e de bom coração que, em se
aproximando de velho soldado, pôs-se a examinar-lhe a arma de fogo.
Sem que o rapaz pudesse refletir no perigo do objeto que
revirava nas mãos, um tiro escapou, rápido, e, com espanto de todos, a bala, em
disparada, alojou-se num dos braços do condenado à morte, que observava a cena,
tranquilamente, da grade.
Banhado em sangue, foi socorrido pelo juiz e pelos
circunstantes e, porque a palavra do magistrado fosse dura e cruel para o filho
irrefletido, o prisioneiro lembrou os ensinamentos de Jesus, ajoelhou-se aos
pés do visitante ilustre e suplicou-lhe desculpas para o moço em lágrimas,
afirmando que o jovem não tivera a mínima intenção de magoá-lo.
O juiz notou a profunda sinceridade da rogativa e, em
silêncio, passou a reparar que o condenado era portador de nobre coração e de
inexprimível bondade.
No dia imediato, promoveu medidas para a revisão do
processo que lhe dizia respeito e, em pouco tempo, a pena de morte era comutada
pra somente alguns meses de prisão.
Perdoando ao rapaz que o ferira, o prisioneiro encontrou
o perdão justo para as suas faltas, conseguindo, desse modo, recomeçar a vida,
em bases mais sólidas de paz, confiança e alegria.
Extraído do livro Pai Nosso de Meimei - psicografado por
Chico Xavier
CAP XI – 16/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XI – AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
1. Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos
saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe
esta questão: – “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” –Jesus respondeu:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o
teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo,
semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda a lei e os
profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS,22: 34 a 40.)
2. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos
façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, 7:12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos
tratassem. (S. LUCAS, 6:31.)
3. O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar
contas aos seus servidores. – Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que
lhe devia dez mil talentos. – Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu
senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe
pertencesse, para pagamento da dívida. – O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o
conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo” –
Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. –
Esse servidor, porém, ao sair encontrando um de seus companheiros, que lhe
devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo dizia: “Paga
o que me deves.” – O companheiro, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava,
dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo: – Mas o outro não
quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, para tê-lo preso até pagar o que lhe
devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se
passava, foram extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que
acontecera. – Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele
servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias,
porque mo pediste. – Não estavas desde então no dever de também ter piedade do
teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o
entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que
devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não
perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido
contra cada um de vós. (S. MATEUS, 18:23 a 35.)
O NOVO MANDAMENTO
“Um novo mandamento vos dou: que vos ameia uns aos
outros, como eu vos amei.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 13, versículo 34.)
A leitura despercebida do texto induziria o leitor a
sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento
relativo à regra áurea
Entretanto, é preciso salientar a diferença.
O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que
vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.
O primeiro institui um dever, em cuja execução não é
razoável que o homem cogite da compreensão alheia. O aprendiz amará o próximo
como a si mesmo.
Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo
mandamento na comunidade cristã. O Mestre refere-se a isso na derradeira
reunião com os amigos queridos, na intimidade dos corações.
A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos
amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos,
garante a confiança fraternal e a certeza do entendimento recíproco.
Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo
como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos
que se amparam efetivamente uns aos outros.
Esse é o novo mandamento que estabeleceu a intimidade
legítima entre os que se entregaram ao Cristo, significando que, em seus
ambientes de trabalho, há quem se sacrifique e quem compreenda o sacrifício,
quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer.
Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa
característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os
argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda
não penetraram o santuário dos corações.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
PORCOS-ESPINHOS
Durante uma era glacial, muito remota, quando o Globo
terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não
resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem as
condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa
tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e
mais.
Assim cada um podia sentir o calor do corpo do outro.
E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente,
aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a
ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais
calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.
Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos
dos seus semelhantes.
Doíam muito…….
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados,
logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a
pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual
conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver
sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim, aprendendo a amar, resistiram a longa era glacial.
Sobreviveram.
"Quanto mais nos ocupamos com a felicidade dos
outros, maior passa a ser nosso senso de bem-estar.
Cultivar um sentimento de proximidade e calor humano
compassivo pelo outro, automaticamente coloca a nossa mente num estado de paz.
Isto ajuda a remover quaisquer medos, preocupações ou
inseguranças que possamos ter, e nos dá muita força para lutar com qualquer
obstáculo que encontrarmos.
Esta é a causa mais poderosa de sucesso na vida."
Tenzin Gyatso, XIV Dalai Lama Prêmio Nobel da Paz de 1989
Enviada por:www.topstar.med.br
CAP XII – 17/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XII – AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
1. Aprendestes que foi dito: “Amareis o vosso próximo e
odiareis os vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos;
fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim
de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para
os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. – Porque, se
só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim
também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com
isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?” (S.
MATEUS, 5:43 a 47.)
– “Digo-vos que, se a vossa justiça não for mais abundante
que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.” (S.
MATEUS, 5:20.)
2. “Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos
reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que as amam? – Se
o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá,
dado que o mesmo faz a gente de má vida? – Se só emprestardes àqueles de quem
possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas
de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo
que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar
coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do
Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. – Sede, pois, cheios
de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus.” (S. LUCAS, 6:32 a
36.)
PARENTELA
“E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela e
dirige-te à terra que eu te mostrar.” — (ATOS, capítulo 7, versículo 3.)
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de
discípulos de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com
respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente
afins.
Frequentemente, pelas imposições da consanguinidade,
grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de
“família” e “parentela”.
O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do
amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que
devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do
amor para a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela
converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância
dos companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de
maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do
dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o
aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da
família maior, que é a de Jesus-Cristo.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
AS PERGUNTAS DO REI
Um rei se apercebeu-se de que nunca falharia se soubesse
sempre qual a hora certa para agir, quais as pessoas mais importantes e o mais
importante a ser feito. Resolveu procurar um sábio para o aconselhar. Vestiu roupas
simples, e antes de chegar ao destino, apeou-se do cavalo, deixou os seus
guarda-costas e seguiu sozinho.
Quando chegou à cabana do sábio, encontro-o a cavar o
chão e perguntou-lhe:
- Vim aqui porque preciso que me responda três perguntas:
como posso aprender a fazer o que é certo na hora certa? Quem são as pessoas às
quais devo prestar maior atenção? Quais os assuntos aos quais devo conceder
prioridade?
O sábio não respondeu e continuou a cavar. Estava fraco e
inspirava profundamente, a cada golpe. O rei ofereceu-se para cavar em seu
lugar e preparou duas extensas sementeiras. Sem receber nenhuma resposta às
suas perguntas, quase ao final da tarde, disse:
- Vim até aqui para obter respostas. Se não me pode dar
nenhuma, então diga-me que vou me embora.
Nisto, um homem saiu correndo da floresta. Estava ferido
e caiu desmaiado, gemendo baixinho. O rei e o sábio o socorreram. Havia uma
grande ferida em seu corpo. O rei a lavou e a cobriu com seu lenço e uma toalha
do sábio. O sangue continuou a jorrar. Muitas vezes o rei lavou e cobriu a
ferida. Finalmente, a hemorragia parou. O homem foi levado para a cama e
adormeceu. A noite chegou. O rei sentou-se na entrada da cabana e, cansado,
adormeceu. Ao despertar pela manhã, demorou um pouco para se dar conta de onde
estava. Voltou-se para dentro. O homem ferido o olhou e lhe pediu perdão.
- Não tenho nada para lhe perdoar, disse o rei. Nem o
conheço.
- Mas eu o conheço. O senhor prendeu meu irmão e jurei
acabar com sua vida. Quando soube que o senhor vinha para cá, também vim.
Esperei na floresta para matá-lo pelas costas. Mas o senhor não voltou. Saí de
minha emboscada e seus guarda-costas me viram. Foram eles que me feriram. Fugi
deles. Teria sangrado até a morte se não me tivesse socorrido. Majestade! Se eu
sobreviver, serei o mais fervoroso de seus servos.
O rei ficou satisfeito por ter conseguido a paz com seu
inimigo tão facilmente. Disse que mandaria seu médico para o atender.
Levantou-se e procurou o sábio que estava agachado, plantando nas sementeiras
cavadas no dia anterior.
- Então, vai responder às minhas perguntas?
Erguendo os olhos, o sábio lhe respondeu:
- O senhor já tem todas as suas respostas.
E perante a indagação do rei explicou:
- Se sua majestade não tivesse ficado condoída da minha
fraqueza ontem e cavado essas sementeiras para mim, indo embora, teria sido
atacado por aquele homem. Teria assim se arrependido de não ter permanecido
comigo. Por isso a hora mais importante foi quando cavava as sementeiras. Eu
era o homem mais importante. Fazer-me o favor foi o mais importante.
- Depois, quando o quase assassino chegou correndo, a
hora mais importante foi quando cuidava dele. Se não tivesse cuidado da sua
ferida, ele teria morrido sem estar em paz consigo. Por isso, ele era o homem
mais importante. O que foi feito por ele foi o mais importante.
- Então, só existe um momento importante, o Agora. O
homem mais necessário é aquele com quem você está, pois ninguém sabe se vai
tornar a lidar com outro alguém. O assunto mais importante é fazer o bem para esse
com quem se está, pois esse é o grande propósito da vida.
Desconheço o autor
CAP XIII – 18/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XIII – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O
QUE FAZ A DIREITA
1. Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos
homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de
vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis,
como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens.
Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes
esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; – a fim
de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em
segredo, vos recompensará. (S. MATEUS, 6:1 a 4.)
2. Tendo Jesus descido do monte, grande multidão o
seguiu. – Ao mesmo tempo, um leproso veio ao seu encontro e o adorou, dizendo:
Senhor, se quiseres, poderás curar-me. – Jesus, estendendo a mão, o tocou e
disse: Quero-o, fica curado; no mesmo instante desapareceu a lepra. – Disse-lhe
então Jesus: abstém-te de falar disto a quem quer que seja; mas, vai mostrar-te
aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, a fim de que lhes sirva de
prova. (S. MATEUS,8:1 a 4.)
DAR
“E dá a qualquer que te pedir; e, ao que tomar o que é
teu, não lho tornes a pedir.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 6, versículo 30.)
O ato de dar é dos mais sublimes nas operações da vida;
entretanto, muitos homens são displicentes e incompreensíveis na execução dele.
Alguns distribuem esmolas levianamente, outros se esquecem
da vigilância, entregando seu trabalho a malfeitores.
Jesus é nosso Mestre nas ocorrências mínimas. E se
ouvimo-lo recomendando estejamos prontos a dar “a qualquer” que pedir, vemo-lo
atendendo a todas as criaturas do seu caminho, não de acordo com os caprichos,
mas segundo as necessidades.
Concedeu bem-aventuranças aos aflitos e advertências aos
vendilhões.
Certo, os mercadores de má-fé, no íntimo, rogavam-lhe a
manutenção do “statuquo”, mas sua resposta foi eloquente. Deu alegrias nas
bodas de Caná e repreensões em assembleas dos discípulos.
Proporcionou a cada situação e a cada personalidade o que
necessitavam e, quando os ingratos lhe tomaram o direito da própria vida, aos
olhos da Humanidade, não voltou o Cristo a pedir-lhes que o deixassem na obra começada.
Deu tudo o que se coadunava com o bem.
E deu com abundância, salientando-se que, sob o peso da
cruz, conferiu sublime compreensão à ignorância geral, sem reclamação de
qualquer natureza, porque sabia que o ato de dar vem de Deus e nada mais sagrado
que colaborar com o Pai que está nos céus.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
DAR É CONTRIBUIR
Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma
avalanche de neve.
Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber
socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha, que usavam para
alimentar uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Se o fogo se apagasse, eles sabiam, todos morreriam de
frio antes que o dia clareasse.
A cada momento um homem deveria colocar um pouco da sua
lenha na fogueira. Seria a única maneira para poder sobreviverem.
O primeiro homem era um racista. Ele olhou,
demoradamente, para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele
escura. Então, pensou: "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para
aquecer um negro". E as guardou, protegendo-as dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque
esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno do fogo
minguante, um homem da montanha, que estampava sua pobreza no aspecto rude do
semblante, e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua
lenha, e enquanto, mentalmente, sonhava com seu lucro, pensou: "Eu, dar a
minha lenha para aquecer um pobretão?".
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira
e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo daquela
superioridade moral que o sofrimento lhe impunha. Seu pensamento era muito
prático: "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além
disso, jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E
guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais
do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Pensou:
"Esta nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha".
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador.
Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha
que carregava. Estava preocupado demais com suas próprias visões (ou
alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas
das mãos calosas, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e
rápido. "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém, nem
mesmo o menor dos meus gravetos".
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram
imóveis.
A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas, e
finalmente, apagou.
Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram
à caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe
de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de
Socorro disse: - O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.
PAUSA PARA REFLEXÃO, DO PROF. LUIZ FLAVIO GOMES
CAP XIV – 19/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XIV – HONRA TEU PAI E TUA MÃE
TEMA A MEDITAR: CUMPRISTE A TUA TAREFA?
1. Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não
matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a
ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe.
(S. MARCOS,10:19; S. LUCAS, 18:20; S. MATEUS, 19:18-19.)
2. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo
tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. (Decálogo: Êxodo, 20:12.)
EDUCAÇÃO NO LAR
“Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” —
Jesus. (JOÃO, capítulo 8, versículo 38.)
Preconiza -se na atualidade do mundo uma educação pela
liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos
ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo
ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.
Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da
criatura.
De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente
justo.
Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a
peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança
possível contra a desordem ameaçadora.
A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos
improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a
mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão
cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum
da inutilidade.
Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a
educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito
que haja compreendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à
lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando estes sejam
perversos.
Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra,
guardai a declaração do Mestre, como advertência.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
APRENDENDO COM OS ERROS
O mestre, conduz seu aprendiz pela floresta.
Embora mais velho, caminha com igualdade, enquanto seu
aprendiz escorrega e cai a todo instante.
O aprendiz blasfema, levanta-se e cospe no chão
traiçoeiro e continua a acompanhar seu mestre.
Depois de longa caminhada, chegaram a um lugar sagrado.
Sem parar, o mestre dá meia volta e começa a viagem de
volta.
-Você não me ensinou nada hoje- diz o aprendiz, levando
mais um tombo.
-Ensinei sim, mas você parece que não aprende – respondeu
o mestre – estou tentando te ensinar como se lida com os erros da vida.
-E como lidar com eles?
– Como deveria lidar com seus tombos- respondeu o mestre-
Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que o fez
escorregar.
Assim na vida, sempre reparamos no erro nosso ou de
outras pessoas, que é o tombo .... mas esquecemos de verificar o que causa
esses tombos, muitas vezes é uma palavra errada, um gesto impensado, uma piada
fora de hora, .... e acabamos levando tombos .... pior, levamos outras pessoas
a caírem também.
Desconheço o autor
CAP XV – 20/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XV – FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
1. Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade,
acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; – reunidas
diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos
bodes as ovelhas – e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua
esquerda.
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde,
benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o
princípio do mundo; – porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me
destes de beber; careci de teto e me hospedastes; – estive nu e me vestistes;
achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que
te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? –
Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? – E
quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? – O Rei lhes
responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes
mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
Dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda:
Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o
diabo e seus anjos; – porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede
e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem
roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.
Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos
com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou
sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? – Ele então lhes responderá: Em
verdade vos digo: todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes
mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.
E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida
eterna. (S. MATEUS, 25:31 a 46.)
PRÁTICA DO BEM
“Porque assim é a vontade de Deus que, fazendo o bem,
tapeis a boca à ignorância dos homens loucos.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo
2, versículo 15.)
Á medida que o espírito avulta em conhecimento, mais
compreende o valor do tempo e das oportunidades que a vida maior lhe
proporciona, reconhecendo, por fim, a imprudência de gastar recursos preciosos
em discussões estéreis e caprichosas.
O apóstolo Pedro recomenda seja lembrado que é da vontade
de Deus se faça o bem, impondo silêncio à ignorância e à loucura dos homens.
Uma contenda pode perdurar por muitos anos, com graves
desastres para as forças em litígio; todavia, basta uma expressão de renúncia
para que a concórdia se estabeleça num dia.
No serviço divino, é aconselhável não disputar, a não ser
quando o esclarecimento e a energia traduzem caridade.
Nesse caminho, a prática do bem é a bússola do ensino.
Antecedendo qualquer disputa, convém dar algo de nós
mesmos.
Isso é útil e convincente.
O bem mais humilde, é semente sagrada.
Convocado a discutir, Jesus imolou-se.
Por se haver transformado ele próprio em divina luz,
dominou-nos a treva da ignorância humana.
Não parlamentou conosco.
Ao invés disso, converteu-nos.
Não reclamou compreensão.
Entendeu a nossa loucura, localizou-nos a cegueira e
amparou-nos ainda mais.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
A LIÇÃO DA SEMENTE –
Diante da perplexidade dos ouvintes, falou Jesus,
convincente:
— Em verdade, é muito difícil vencer os aflitivos
cuidados da vida humana. Para onde se voltem nossos olhos, encontramos a
guerra, a incompreensão, a injustiça e o sofrimento. No Templo, que é o Lar do
Senhor, comparecem o orgulho e a vaidade nos ricos, o ódio e a revolta nos
pobres. Nem sempre é possível trazer o coração puro e limpo, como seria de
desejar, porque há espinheiros, lamaçais e serpentes que nos rodeiam.
Entretanto, a ideia do Reino Divino é assim como a semente minúscula do trigo.
Quase imperceptível é lançada à terra, suportando-lhe o peso e os detritos,
mas, se germina, a pressão e as impurezas do solo não lhe paralisam a marcha.
Atravessa o chão escuro e, embora dele retire em grande parte o próprio
alimento, o seu impulso de procurar a luz de cima é dominante. Desde então,
haja sol ou chuva, faça dia ou noite, trabalha sem cessar no próprio
crescimento e, nessa ânsia de subir, frutifica para o bem de todos. O aprendiz
que sentiu a felicidade do avivamento interior, qual ocorre à semente de trigo,
observa que longas raízes o prendem às inibições terrestres... Sabe que a
maldade e a suspeita lhe rondam os passos, que a dor é ameaça constante;
todavia, experimenta, acima de tudo, o impulso de ascensão e não mais consegue
deter-se. Age constantemente na esfera de que se fez peregrino, em favor do bem
geral. Não encontra seduções irresistíveis nas flores da jornada. O reencontro
com a Divindade, de que se reconhece venturoso herdeiro, constitui-lhe objetivo
imutável e não mais descansa, na marcha, como se uma luz consumidora e ardente lhe
torturasse o coração. Sem perceber, produz frutos de esperança, bondade, amor e
salvação, porque jamais recua para contar os benefícios de que se fez instrumento
fiel. A visão do Pai é a preocupação obcecante que lhe vibra na alma de filho
saudoso.
O Mestre silenciou por momentos e concluiu: — Em razão
disso, ainda que o discípulo guarde os pés encarcerados no lodo da Terra, o
trabalho infatigável no bem, no lugar em que se encontra, é o traço
indiscutível de sua elevação. Conheceremos as árvores pelos frutos e
identificaremos o operário do Céu pelos serviços em que se exprime.
A essa altura, Pedro interferiu, perguntando: — Senhor:
que dizer, então, daqueles que conhecem os sagrados princípios da caridade e
não os praticam?
Esboçou Jesus manifesta satisfação no olhar e elucidou: —
Estes, Simão, representam sementes que dormem, apesar de projetadas no seio
dadivoso da terra. Guardarão consigo preciosos valores do Céu, mas jazem
inúteis por muito tempo. Estejamos, porém, convictos de que os aguaceiros e furacões
passarão por elas, renovando-lhes a posição no solo, e elas germinarão,
vitoriosas, um dia. Nos campos de Nosso Pai, há milhões de almas assim, aguardando
as tempestades renovadoras da experiência, para que se dirijam à glória do
futuro. Auxiliemo-las com amor e prossigamos, por nossa vez, mirando a frente!
Em seguida, ante o silêncio de todos, Jesus abençoou a
pequena assembleia familiar e partiu.
NEIO LUCIO - CAP 4 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XVI – 21/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XVI – SERVIR A DEUS E A MAMON
1. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará
a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis
servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (S. LUCAS, 16:13.)
2. Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom
mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? – Respondeu Jesus: Por
que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os
mandamentos. – Que mandamentos? retrucou o mancebo. Disse Jesus: Não matarás;
não cometerás adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. – Honra a
teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.
O moço lhe replicou: Tenho guardado todos esses
mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? – Disse
Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e
terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho,
porque possuía grandes haveres. –Jesus disse então a seus discípulos: Digo-vos
em verdade que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. – Ainda uma
vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do
que entrar um rico no reino dos céus[1]. (S. MATEUS, 19:16 a 24; S. LUCAS,
18:18 a 25; S. MARCOS, 10:17 a 25.)
OS AMADOS
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.” —
Paulo. (HEBREUS, capítulo 6, versículo 9.)
Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita
vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os
processos escusos?”
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que
sensatez.
Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso?
Ainda que experimentasse na Terra inalterável saúde de
cem anos, seria compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o
aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens
exteriores.
Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórias,
fora de sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior, são dignos de
piedade.
Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da
irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza
espiritual.
Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados
com o Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos.
Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da herança
divina que se lhes entesoura no coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição,
a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural
recebermos perguntas loucas.
Entretanto, o apóstolo da gentilidade exclama com razão:
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
A LIÇÃO DO ESSENCIAL
Discorriam os discípulos, entre si, quanto às coisas
essenciais ao bem-estar, quando o Senhor, assumindo a direção dos pensamentos
em dissonância, acrescentou:
— É indispensável que a criatura entenda a própria
felicidade para que se não transforme, ao perdê-la, em triste fantasma da
lamentação. Longe das verdades mais simples da Natureza, mergulha-se o homem na
onda pesada de fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a vida, através
de inquietações desnecessárias.
E como quem recordava incidente adequado ao assunto,
interrompeu-se por alguns instantes e retomou a palavra, comentando:
— Ilustre dama romana, em companhia dum filhinho de cinco
anos, dirigia-se da cidade dos Césares para Esmirna, em luxuosa galera de sua
pátria. Ao penetrar na embarcação, fizera-se acompanhar de dois escravos,
carregados de volumosa bagagem de joias diferentes: colares e camafeus,
braceletes e redes de ouro, adornados com pedrarias, revelavam-lhe a predileção
pelos enfeites raros. Todo o pessoal de serviço inclinou-se, com respeito, ao vê-la
passar, tão elevada era a expressão do tesouro que trazia para bordo.
Tão logo se fez o barco ao mar alto, a distinta senhora
converteu-se no centro das atenções gerais. Nas festas de cordialidade era o
objetivo de todos os interesses pelos adornos brilhantes com que se
apresentava.
A excursão prosseguia tranquila, quando, em certa manhã
ensolarada, apareceu o imprevisto. O choque em traiçoeiro recife abre extensa
brecha na galera e as águas a invadem. Longas horas de luta surgem com a
expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte leva o navio a
posição irremediável e alguns botes descidos são colocados à disposição dos
viajantes para os trabalhos de salvamento possível.
A ilustre patrícia é chamada à pressa.
O comandante calcula a chegada a porto próximo em dois
dias de viagem arriscada, na hipótese de ventos favoráveis.
A jovem matrona abraça o filhinho, esperançosa e aflita.
Dentro em pouco ela atinge o pequeno barco de socorro, sustentando a criança e
pequeno pacote em que os companheiros julgaram trouxesse as joias mais
valiosas. Todavia, apresentando o conteúdo aos poucos irmãos de infortúnio que
seguiriam junto dela, exclamou:
— “Meu filho é o que possuo de mais precioso e aqui tenho
o que considero de mais útil”. O insignificante volume continha dois pães e dez
figos maduros, com os quais se alimentou a reduzida comunidade de náufragos,
durante as horas aflitivas que os separavam da terra firme.
O Mestre repousou, por alguns segundos, e acrescentou: —
A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias, porque, um dia
sempre chega em que o homem é constrangido a separar-se dos bens exteriores
mais queridos ao coração. Os loucos se apegam a terras e moinhos, moedas e
honras, vinhos e prazeres, como se nunca devessem acertar contas com a morte. O
espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios do mundo
devem ser usados para nosso enriquecimento na virtude e que as bênçãos mais
simples da Natureza são as bases de nossa tranquilidade essencial. Procuremos,
pois, o Reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário
à manutenção da vida física e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.
NEIO LUCIO - CAP 44 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XVII – 22/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XVII – SEDE PERFEITOS
CAP XVII sede perfeitos
1. Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos
odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. – Porque, se somente amardes
os que vos amam, que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os
publicanos? – Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso
mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos?– Sede, pois, vós outros,
perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, 5:44, 46 a 48.)
COISAS MÍNIMAS
“Pois se nem ainda podeis fazer as coisas mínimas, por
que estais ansiosos pelas outras?” — Jesus. (LUCAS, capítulo 12, versículo 26.)
Pouca gente conhece a importância da boa execução das
coisas mínimas. Há homens que, com falsa superioridade, zombam das tarefas
humildes, como se não fossem
imprescindíveis ao êxito
dos trabalhos de
maior envergadura. Um sábio não pode esquecer-se de que, um dia,
necessitou aprender com as letras simples do alfabeto.
Além disso, nenhuma obra é perfeita se as
particularidades não foram devidamente consideradas e compreendidas.
De modo geral, o homem está sempre fascinado pelas
situações de grande evidência, pelos destinos dramáticos e empolgantes.
Destacar-se, entretanto, exige muitos cuidados.
Os espinhos também se destacam, as pedras salientam-se na
estrada comum.
Convém, desse modo, atender às coisas mínimas da senda
que Deus nos reservou, para que a nossa ação se fixe com real proveito à vida.
A sinfonia estará perturbada se faltou uma nota, o poema
é obscuro quando se omite um verso.
Estejamos zelosos pelas coisas pequeninas.
São parte integrante e inalienável dos grandes feitos.
Compreendendo a importância disso, o Mestre nos interroga
no Evangelho de Lucas: “Pois se nem podeis ainda fazer as coisas mínimas, por
que estais ansiosos pelas outras?”
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
A LIÇÃO DO FOGO
Esta reflexão nos foi contada pelo Padre Paulinho
Rodrigues, em certa ocasião em que ocorreu uma desavença entre alguns
componentes da comunidade. Grande lição.
Um membro de um determinado grupo comunitário, depois de
uma rusga com outro componente, sem nenhum aviso deixou de participar de suas
atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu
visitá-lo. Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante
da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas
ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira, serviu-lhe uma
generosa xícara de chá e, sentando-se em outra cadeira, ficou quieto, esperando
a ladainha que certamente viria, pronto para despejar suas mágoas.
O líder acomodou-se confortavelmente na grande cadeira,
mas não disse nada, ficando a saborear o delicioso chá. No silêncio sério que
se formara, o líder apenas contemplava a dança das chamas em torno das achas de
lenha, que ardiam. Ao cabo de alguns minutos, depois de terminar de saborear
seu chá, o líder examinou as brasas que se formaram. Levantando-se,
cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas,
empurrando-a para o lado com o atiçador.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e
imóvel. O anfitrião, fascinado e quieto, prestava atenção a tudo. Aos poucos a
chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu
fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz,
agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão, recoberto de uma
espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar
cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente
o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer,
alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu
anfitrião disse: – Obrigado, muito obrigado por sua visita e pelo belíssimo
sermão. Estou voltando imediatamente ao convívio do grupo. Deus te abençoe!
https://sites.google.com/site/terradeimaculada/reflexoes/material-reflexoes/alicaodofogo
CAP XVIII – 23/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XVIII – MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS
ESCOLHIDOS
1. Falando ainda por parábolas, disse-lhes Jesus: O reino
dos céus se assemelha a um rei que, querendo festejar as bodas de seu filho –
despachou seus servos a chamar para as bodas os que tinham sido convidados;
estes, porém, recusaram ir. – O rei despachou outros servos com ordem de dizer
da sua parte aos convidados: Preparei o meu jantar; mandei matar os meus bois e
todos os meus cevados; tudo está pronto; vinde às bodas. – Eles, porém, sem se
incomodarem com isso, lá se foram, um para a sua casa de campo, outro para o
seu negócio.
– Os outros pegaram dos servos e os mataram, depois de
lhes haverem feito muitos ultrajes. – Sabendo disso, o rei se tomou de cólera
e, mandando contra eles seus exércitos, exterminou os assassinos e lhes queimou
a cidade.
Então, disse a seus servos: O festim das bodas está
inteiramente preparado; mas, os que para ele foram chamados não eram dignos
dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos quantos
encontrardes. – Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os que iam
encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se puseram
à mesa.
Entrou, em seguida, o rei para ver os que estavam à mesa,
e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial – disse-lhe: Meu amigo,
como entraste aqui sem a túnica nupcial? O homem guardou silêncio. – Então, disse
o rei à sua gente: Atai-lhe as mãos e os pés e lançai-o nas trevas exteriores:
aí é que haverá prantos e ranger de dentes –porquanto, muitos há chamados, mas
poucos escolhidos. (S. MATEUS, 22:1 a 14.)
PARA TESTEMUNHAR
“E vos acontecerá isto para testemunho.” — Jesus. (LUCAS,
capítulo 21, versículo 13.)
Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus
discípulos mergulhados no sofrimento.
Considerando, porém, as necessidades extensas dos homens
da Terra, compreende o caráter indispensável das provações e dos obstáculos.
A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos,
de concursos de capacidade, de testes da inteligência.
O Evangelho oferece situações semelhantes.
O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à
espera de padecimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num
plano como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte.
Para os gozos falsificados do mundo, o Planeta está cheio
de condutores enganados.
Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias?
Quando chamados para o Cristo, é para que aprendamos a
executar o trabalho em favor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço
começa em nós mesmos.
Existem muitos homens de valor cultural que se
constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.
No Evangelho, porém, não acontece assim.
Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho, não é
para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa.
Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te
considera digno de testemunhar.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
O CAVALO NO POÇO
Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades,
possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda.
Um dia seu capataz veio trazer a notícia de que um dos
cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O fazendeiro foi rapidamente ao local do acidente e
avaliou a situação.
Certificando-se de que o animal não se machucara, mas,
pela dificuldade e o alto custo de retirá-lo do fundo do poço, achou que não
valeria a pena investir numa operação de resgate.
Tomou então a difícil decisão: determinou ao capataz que
sacrificasse o animal, jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo.
E assim foi feito: os empregados, comandados pelo
capataz, começaram a jogar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o
cavalo.
Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a
sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo.
Logo, os homens perceberam que o cavalo não se deixava
enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço,
até que finalmente, conseguiu sair.
Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito satisfeito e o
cavalo viveu ainda muitos anos servindo ao dono da fazenda.
“O fundo do poço pode ser a base do impulso necessário
para a salvação”.
Ref.: mileumlivros
CAP XIX – 24/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XIX – A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS
1. Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe
aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do
meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas
vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar.
– Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei
convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. – E tendo Jesus
ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. – Os
discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que
não pudemos nós outros expulsar esse demônio? – Respondeu-lhes Jesus: Por causa
da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho
de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e
ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, 17:14 a 20.)
FIRMEZA DE FÉ
“E os que estão sobre a pedra, estes são os que, ouvindo
a palavra, a recebem com alegria; mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum
tempo, e, na época da tentação, se desviam.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 8,
versículo 13.)
A palavra “pedra”, entre nós, costuma simbolizar rigidez
e impedimento; no entanto, convém não esquecer que Jesus, de vez em quando, a
ela recorria para significar a firmeza. Pedro foi chamado pelo Mestre, certa
vez, a “rocha viva da fé”.
O Evangelho de Lucas fala-nos daqueles que estão sobre
pedra, os quais receberão a palavra com alegria, mas que, por ausência de raiz,
caem, fatal-mente, na época das tentações.
Não são poucos os que estranham essa promessa de
tentações, que, aliás, devem ser consideradas como experiências
imprescindíveis.
Na organização doméstica, os pais cuidarão excessivamente
dos filhos, em pequeninos, mas a demasia de ternura é imprópria no tempo em que
necessitam demonstrar o esforço de si mesmos.
O chefe de serviço ensinará os auxiliares novos com
paciência e, depois, exigirá, com justiça, expressões de trabalho próprio.
Reconhecemos, assim, pelo apontamento de Lucas, que nas
experiências religiosas não é aconselhável repousar alguém sobre a firmeza
espiritual dos outros; enquanto o imprevidente descansa em bases estranhas,
provavelmente estará tranqüilo, mas, se não possui raízes de segurança em si
mesmo, des-viar-se-á nas épocas difíceis, com a finalidade de procurar
alicerces alheios.
Tudo convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e
iluminação. Respeitemos a firmeza de fé, onde ela existir, mas não olvidemos a
edificação da nossa, para a vitória estável.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
VENCENDO AS DIFICULDADES
Meu maior defeito, nos tranquilos dias da infância,
consistia em desanimar com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer me
parecia difícil.
Eu podia ser tudo, menos um menino persistente.
Foi quando, numa noite, meu pai entregou-me uma
“tabuazinha” de pequena espessura e um canivete, e me pediu que, com este,
riscasse uma linha a toda largura da tábua.
Obedeci a suas instruções, e, em seguida, tábua e
canivete foram trancados na escrivaninha de papai.
A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes; ao
fim de uma semana eu não aguentava mais de curiosidade.
A história continuava.
Toda noite eu tinha que riscar com o canivete, uma vez,
pelo sulco que se aprofundava.
Chegou afinal um dia em que não havia mais sulco.
Meu último e leve esforço cortara a tábua em duas.
Papai olhou longamente para mim, e depois disse:
– Você nunca acreditaria que isto fosse possível, com tão
pouco esforço, não é verdade?
- Pois o êxito ou fracasso de sua vida não depende tanto
de quanta força você põe numa tentativa, mas da persistência no que faz.
Foi essa uma lição impossível de esquecer, e mesmo um
garoto de dez anos não poderia aproveitar se não a tivesse vivenciado.
Relato de: N. Semonoff – Londres
CAP XX – 25/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XX – OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
1. O reino dos céus é semelhante a um pai de família que
saiu de madrugada, a fim de assalariar trabalhadores para a sua vinha. – Tendo
convencionado com os trabalhadores que pagaria um denário a cada um por dia,
mandou-os para a vinha. – Saiu de novo à terceira hora do dia e, vendo outros
que se conservavam na praça sem fazer coisa alguma. – disse-lhes: Ide também
vós outros para a minha vinha e vos pagarei o que for razoável. Eles foram. –
Saiu novamente à hora sexta e à hora nona do dia e fez o mesmo. – Saindo mais
uma vez à hora undécima, encontrou ainda outros que estavam desocupados, aos
quais disse: Por que permaneceis aí o dia inteiro sem trabalhar? – É, disseram
eles, que ninguém nos assalariou. Ele então lhes disse: Ide vós também para a
minha vinha.
Ao cair da tarde disse o dono da vinha àquele que cuidava
dos seus negócios: Chama os trabalhadores e paga-lhes, começando pelos últimos
e indo até aos primeiros. – Aproximando-se então os que só à undécima hora
haviam chegado, receberam um denário cada um. – Vindo a seu turno os que tinham
sido encontrados em primeiro lugar, julgaram que iam receber mais; porém, receberam
apenas um denário cada um. – Recebendo-o, queixaram-se ao pai de família –
dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora e lhes dás tanto quanto a
nós que suportamos o peso do dia e do calor.
Mas, respondendo, disse o dono da vinha a um deles: Meu
amigo, não te causo dano algum; não convencionaste comigo receber um denário
pelo teu dia? Toma o que te pertence e vai-te; apraz-me a mim dar a este último
tanto quanto a ti. – Não me é então lícito fazer o que quero? Tens mau olho,
porque sou bom?
Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão
os últimos, porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos. (S. MATEUS,
20:1 a 16. Ver também: “Parábola do festim das bodas”, cap.XVIII, nº1.)
FAÇAMOS NOSSA LUZ
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.” —
Jesus. (MATEUS, capítulo 5, versículo 16.)
Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes
que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta
Planetária, é limitado círculo de ação.
Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada
teríamos a lamentar.
A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é
paraíso de felicidade.
A angústia de nosso plano procede da sombra.
A escuridão invade os caminhos em todas as direções.
Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da
insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas.
Nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e
sentimentos.
Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa
luz.
Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação.
Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não
poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em
nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja.
É indispensável organizar o santuário interior e
iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem.
É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias.
Todavia, sem claridade que nos seja própria, padeceremos
constante ameaça de queda.
Os proprietários das lâmpadas acesas podem afastar-se de
nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos.
Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da
boa-vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a
jornada.
Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias
ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos
precipícios da estrada longa!...
O problema fundamental da redenção, meu amigo, não se
resume a palavras faladas ou escritas.
É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar
excelentes informações, guardando, embora, a cegueira nos próprios olhos.
Nossa necessidade básica é de luz própria, de
esclarecimento íntimo, de auto-educação, de conversão substancial do “eu” ao
Reino de Deus.
Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar
com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação,
exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade
alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos
que te exornem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo...
Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se
demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada.
Todavia, avançar sem luz é impossível.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
PALAVRAS DE JESUS A SEUS BEM-AMADOS SEGUIDORES
“ – Vinde a mim, vós todos que semeastes, com lágrimas e
sangue, na vinha celeste do meu reino de amor e
verdade!...
Nas
moradas infinitas do Pai, há luz bastante para dissipar todas as trevas,
consolar todas as dores, redimir todas as iniquidades...
Glorificai-vos,
pois, na sabedoria e no amor de Deus Todo-Poderoso, vós que já sacudistes o pó
das sandálias miseráveis da carne, nos sacrifícios purificadores da Terra!
Uma
paz soberana vos aguarda, para sempre, no reino dilatado e sem fim, prometido pelas
divinas aleluias da Boa Nova, porque não alimentastes outra aspiração no mundo,
senão a de procurar o reino de Deus e de sua
justiça.
Entre a Manjedoura e o
Calvário, tracei para as minhas ovelhas o eterno e luminoso caminho...
O Evangelho floresce, agora,
como a seara imortal e inesgotável das bênçãos divinas.
Não descansemos, contudo, meus
amados, porque tempo virá na Terra, em que todas as suas lições hão de ser
espezinhadas e esquecidas...
Depois de longa era de
sacrifícios para consolidar-se nas almas, a doutrina da redenção será chamada a
esclarecer o governo transitório dos povos; mas o orgulho e a ambição, o
despotismo e a crueldade hão de reviver os abusos
nefandos de sua liberdade!
O culto antigo, com as suas
ruínas pomposas, buscará restaurar os templos abomináveis do bezerro de ouro.
Os preconceitos religiosos, as
castas clericais e os falsos sacerdotes restabelecerão novamente o mercado das
coisas sagradas, ofendendo o
amor e a sabedoria de Nosso Pai, que acalma a onda minúscula no deserto do mar,
como enxuga a mais recôndita lágrima da criatura, vertida no silêncio de suas
orações ou na dolorosa serenidade de sua amargura indizível!...
Soterrando o Evangelho na
abominação dos lugares santos, os abusos religiosos não poderão, todavia,
sepultar o clarão de minhas verdades, roubando-as ao coração dos homens de boa
vontade!...
Quando se verificar este
eclipse da evolução de meus ensinamentos, nem por isso deixarei de amar
intensamente o rebanho das minhas ovelhas tresmalhadas do aprisco!...
"Das esferas de luz que
dominam todos os círculos das atividades terrestres, caminharei com os meus
rebeldes tutelados, como outrora entre os corações impiedosos e empedernidos de
Israel, que escolhi, um dia, para mensageiro das verdades divinas entre as
tribos desgarradas da imensa família humana!...
Em nome de Deus Todo-Poderoso,
meu Pai e vosso Pai, regozijo-me aqui convosco, pelos galardões espirituais que
conquistastes no meu reino de paz, com os vossos sacrifícios abençoados e com
as vossas renúncias purificadoras!
Numerosos missionários de
minha doutrina ainda tombarão, exânimes, na arena da impiedade, mas hão de
constituir convosco a caravana apostólica, que nunca mais se dissolverá,
amparando todos os trabalhadores que perseverarem até ao fim, no longo caminho
da salvação das almas!...
"Quando a escuridão se
fizer mais profunda nos corações da Terra, determinando a utilização de todos
os progressos humanos para o extermínio, para a miséria e para a morte,
derramarei minha luz sobre toda a carne e todos os que vibrarem com o meu reino
e confiarem nas minhas promessas, ouvirão as nossas vozes e apelos
santificadores!...
Pela sabedoria e pela verdade,
dentro das suaves revelações do Consolador, meu verbo se manifestará novamente
no mundo, para as criaturas desnorteadas no caminho escabroso, através de
vossas lições, que se perpetuarão nas páginas imensas dos séculos do porvir!...
Sim, amados meus, porque o dia
chegará no qual todas as mentiras humanas hão de ser confundidas pela claridade
das revelações do céu.
Um sopro poderoso de verdade e
vida varrerá toda a Terra, que pagará, então, à evolução dos seus institutos,
os mais pesados tributos de sofrimentos e de sangue...
Exausto de receber os fluidos
venenosos da ignomínia e da iniquidade de seus habitantes, o próprio planeta
protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos
cataclismos...
As impiedades terrestres
formarão pesadas nuvens de dor que rebentarão, no instante oportuno, em
tempestades de lágrimas na face escura da Terra e, então, das claridades da
minha misericórdia, contemplarei meu rebanho desditoso e direi como os meus
emissários: Ó Jerusalém,
Jerusalém?..."
Mas Nosso Pai, que é a sagrada
expressão de todo o amor e sabedoria, não quer se perca uma só de suas criaturas,
transviadas nas tenebrosas sendas da impiedade!...
Trabalharemos com amor, na
oficina dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos
destruídos, examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material
passível de novo aproveitamento e, quando as
instituições terrestres
reajustarem a sua vida na fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da
seleção natural dos Espíritos e dentro das convulsões renovadoras da vida
planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando,
com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem
espiritual".
A voz do Mestre parecia encher os âmbitos do próprio
Infinito, como se Ele a lançasse, qual baliza divina do seu amor, no ilimitado
do espaço e do tempo, no seio radioso da Eternidade...
HÁ DOIS MIL ANOS – EMMANUEL – CAP VI - ALVORADAS DO REINO
DO SENHOR
CAP XXI – 26/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXI – FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS
1. A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore
que produz bons frutos não é má; – porquanto, cada árvore se conhece pelo seu
próprio fruto. Não se colhem figos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas
sarças. – O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau
tira as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do de que
está cheio o coração. (S. LUCAS, 6:43 a 45.)
2. Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco
cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. –
Conhecê-los-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou
figos nas sarças? – Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má
produz maus frutos. – Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore
má não pode produzir frutos bons. – Toda árvore que não produz bons frutos será
cortada e lançada ao fogo. – Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. (S.
MATEUS, 7:15 a 20.)
3. Tende cuidado para que alguém não vos seduza; – porque
muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e seduzirão a muitos.
Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a
muitas pessoas; – e porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos
esfriará. – Mas aquele que perseverar até ao fim se salvará.
Então, se alguém vos disser: O Cristo está aqui, ou está
ali, não acrediteis absolutamente; – porquanto falsos Cristos e falsos profetas
se levantarão e farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de
seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos. (S. MATEUS, 24:4, 5, 11 a
13, 23 e 24; S. MARCOS, 13:5, 6, 21 e 22.)
NA PROPAGANDA
“E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou, ei-lo ali; não vades, nem
os sigais.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 17, versículo 23.)
As exortações do Mestre aos discípulos são muito precisas
para provocarem qualquer incerteza ou indecisão.
Quando tantas expressões sectárias requisitam o Cristo
para os seus desmandos intelectuais, é justo que os aprendizes novos, na luz do
Consolador, meditem a elevada significação deste versículo de Lucas.
Na propaganda genuinamente cristã não basta dizer onde
está o Senhor.
Indispensável é mostrá-lo na própria exemplificação.
Muitos percorrem templos e altares, procurando Jesus.
Mudar de crença religiosa pode ser modificação de
caminho, mas pode ser também continuidade de perturbação.
Torna-se necessário encontrar o Cristo no santuário
interior.
Cristianizar a vida não é imprimir-lhe novas feições
exteriores. É reformá-la para o bem no âmbito particular.
Os que afirmam apenas na forma verbal que o Mestre se
encontra aqui ou ali, arcam com profundas responsabilidades. A preocupação de
proselitismo ésempre perigosa para os que se seduzem com as belezas sonoras da
palavra sem exemplos edificantes.
O discípulo sincero sabe que dizer é fácil, mas que é
difícil revelar os propósitos do Senhor na existência própria. É imprescindível
fazer o bem, antes de ensiná-lo a outrem, porque Jesus recomendou ninguém
seguisse os pregoeiros que somente dissessem onde se poderia encontrar o Filho
de Deus.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
AS DUAS FACES
Afirma-se que um famoso pintor do renascimento, quando
pintava um quadro sobre o menino Jesus, após conceber e fazer os primeiros
estudos, procurou uma criança que lhe servisse de modelo para a face do Mestre,
na infância.
Procurou em muitos lugares até encontrar um pequenino
sujo, que brincava nas ruas. O menino retratava no olhar e na face toda a
pureza, bondade, beleza e ternura que se podia conceber.
Explicou-lhe o que desejava e, ante a autorização da
família, levou-o para posar no seu atelier, retribuindo-lhe o trabalho com
expressiva soma em moedas de ouro.
Anos depois, o artista desejou pintar outro quadro. Dessa
vez iria retratar Judas. E saiu em busca de alguém que pudesse lhe oferecer o
rosto do traidor.
Em mercados e praças públicas, tavernas e antros de
costumes perniciosos por onde esteve à procura, não encontrou ninguém que se
assemelhasse, em aparência, ao discípulo equivocado.
Já havia desanimado de procurar e pensava em desistir,
quando, visitando uma taberna de má qualidade, se deparou com um delinquente
embriagado, em cujo olhar e semblante se encontravam os conflitos do traidor,
conforme a concepção que dele fazia.
A barba endurecida, a cabeleira mal cuidada, eram a
moldura para o olhar inquieto, desconfiado, num rosto contorcido pelo
desconforto íntimo, formando um conjunto de dor e revolta, insegurança e
arrependimento ímpares.
Comovido com o fato, o artista convidou aquele homem para
posar, ao que ele respondeu que só faria sob a condição de boa recompensa
financeira.
O pintor começou a obra e percebeu, após algumas sessões,
que a face congestionada daquele homem se modificava a cada dia, perdendo a
agressividade e a perturbação.
Um dia resolveu perguntar ao modelo o porque de tal
transformação, ao que ele, um tanto melancólico, respondeu:
Posando nesta sala, recordo-me que há alguns anos atrás,
eu servi ao senhor de modelo para a face do menino Jesus...
Eu sou aquele garoto em cujo rosto o senhor encontrou a
paz e a beleza do Justo traído...
O dinheiro que ganhei, em face da minha imaturidade, mais
tarde pôs-me a perder e, de queda em queda, numa noite em que me embriaguei,
por uma disputa insignificante matei outro homem.
Condenado num julgamento arbitrário, envenenei-me de
ódio...
Agora, pisando neste lugar outra vez, recordo daquele
tempo e retorno, emocionalmente, a Ele, e me acalmo...
Paradoxalmente, o mesmo indivíduo ficou retratado na face
de Jesus menino e de Judas, em duas fases diferentes da mesma vida.
***
Muitos de nós, simbolicamente, temos os nossos dias de
traído e de traidor.
Dias em que trazemos na face a expressão da bondade e da
ternura.
E dias em que somos o retrato vivo do desespero.
É nesses dias difíceis que devemos buscar,
emocionalmente, a serenidade dos dias de luz e seguir em frente com vontade de
imprimir, de vez por todas, a face justa e bela do nosso modelo maior, que é
Jesus Cristo.
(Adaptação do cap. 28 do livro Seara do Bem.)
Sem a firmeza de nossa fé podemos nos transformar
conforme as situações; os enganos estão em nossos corações quando olhamos o
mundo com nossa própria inconformação.
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© Momento Espírita 2003
CAP XXII – 27/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXII – O QUE DEUS UNIU O HOMEM NÃO
SEPARA
1. Também os fariseus vieram ter com ele para o tentarem
e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo?
– Ele respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os
criou macho e fêmea e disse: – Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua
mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? – Assim,
já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus
juntou.
Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que
o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? – Jesus
respondeu: Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu
despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. – Por isso eu vos
declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e
desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro
despediu também comete adultério. (S. MATEUS, 19:3 a 9.)
NÃO PERTURBEIS
“Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” —
Jesus. (MATEUS, capítulo 19, versículo 6.)
A palavra divina não se refere apenas aos casos do
coração. Os laços afetivos caracterizam-se por alicerces sagrados e os
compromissos conjugais ou domésticos sempre atendem a superiores desígnios. O
homem não ludibriará os impositivos da lei, abusando de facilidades materiais
para lisonjear os sentidos. Quebrando a ordem que lhe rege os caminhos,
desorganizará a própria existência. Os princípios equilibrantes da vida
surgirão sempre, corrigindo e restaurando...
A advertência de Jesus, porém, apresenta para nós
significação mais vasta.
“Não separeis o que Deus ajuntou” corresponde também ao
“não perturbeis o que Deus harmonizou”.
Ninguém alegue desconhecimento do propósito divino, O
dever, por mais duro, constitui sempre a Vontade do Senhor. E a consciência,
sentinela vigilante do Eterno, a menos que esteja o homem dormindo no nível do
bruto, permanece apta a discernir o que constitui “obrigação” e o que
representa “fuga”.
O Pai criou seres e reuniu-os. Criou igualmente situações
e coisas, ajustando-as para o bem comum.
Quem desarmoniza as obras divinas, prepare-se para a
recomposição. Quem lesa o Pai, algema o próprio “eu” aos resultados de sua ação
infeliz e, por vezes, gasta séculos, desatando grilhões...
Na atualidade terrestre, esmagadora percentagem dos
homens constitui-se de milhões em serviço reparador, depois de haverem separado
o que Deus ajuntou, perturbando, com o mal, o que a Providência estabelecera
para o bem.
Prestigiemos as organizações do Justo Juiz que a noção do
dever identifica para nós em todos os quadros do mundo. Ás vezes, é possível
perturbar-lhe as obras com sorrisos, mas seremos invariavelmente forçados a
repará-las com suor e lágrimas.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
APRENDENDO A SER MÃE
Vitória era uma menina boa, inteligente e criativa.
Todavia era arteira e não aceitava quando a impediam de fazer alguma
coisa.
A mãe, preocupada com sua segurança e bem-estar,
alertava: — Vitória, não mexa com fósforos. Você pode se queimar.
E a garota, respondia: — Não vou me queimar, mamãe. Tenho
seis anos e já sou grande!
A mãe achava graça, abraçava a filha com amor, e guardava
a caixa de fósforos no alto do armário, onde a pequena não poderia alcançar.
E assim acontecia sempre. Quando Vitória brincava de
casinha com as amigas, a mãe tinha que estar sempre atenta para que não se
machucassem. Ora era uma faca, que a menina pegava para fazer comidinha, ora
era o ferro elétrico que ela ligava para passar roupa; de outras vezes, subia
numa grande mangueira que havia no quintal para apanhar mangas e assim por
diante. A mãe não podia “descansar” um minuto.
E Vitória reclamava, batendo o pé, indignada: — Mamãe!
Sei o que estou fazendo. Já sou grande!
A mãe a colocava no colo e explicava, com carinho: —
Minha filha, você ainda tem muito que aprender. Quando você nasceu em nosso
lar, Deus me fez responsável por sua vida. Minha tarefa é cuidar, educar e
proteger você, de modo que nada de mal lhe aconteça. Como as mães de suas
amiguinhas permitiram que elas viessem brincar aqui em casa, tenho que cuidar
delas também. Entendeu?
— Entendi, mamãe.
— Ótimo. Mamãe não faz por mal e nem quer ser desmancha
prazeres. Quando você crescer e tiver filhos vai entender melhor. Agora, vá
brincar!
No entanto, tudo continuava como antes.
Certo dia, Vitória foi com sua mãe fazer compras. Na
volta, um cãozinho de rua as seguiu. Tinha o pelo curto, branco com manchas
marrons. Parecia abandonado.
Vitória ficou encantada. Adorava cachorros. E aquele era
tão pequeno e desprotegido!
— Mamãe, podemos levá-lo para casa?
— Não, Vitória. Ele tem dono.
— Foi abandonado, mamãe. Tenho certeza. Vamos levá-lo.
A mãe recusava e a menina insistia. Conversavam paradas
em frente a uma padaria. O dono, um simpático português, entrou no meio da
conversa:
— Queira desculpar-me, senhora, mas realmente esse
cãozinho não tem dono. Vem sempre aqui porque costumo lhe dar um prato de
leite.
Vitória, com os olhos brilhando e um sorriso radiante, de
mãos postas, suplicou: — Viu, mamãe, não lhe disse? Por favor! Vamos levá-lo
para nossa casa. Ele terá um lar!
Diante de tanta insistência, a mãe acabou concordando.
— Está bem, Vitória. Com uma condição. Que você se
responsabilize por cuidar dele: dar ração, água, banho e tudo o mais.
A garota concordou, feliz. Pegando o filhote no colo,
acariciou-o e disse: — Vamos, Bilu. Serei sua mãe e cuidarei de você.
Desse dia em diante, Vitória só pensava no animalzinho.
Cuidava dele com muito amor. Quando ela ia para a escola, ele queria
acompanhá-la; quando ela voltava, ele a esperava no portão, e a primeira coisa
que a menina fazia era abraçá-lo. Mas ela reconhecia que Bilu dava trabalho e
estava sempre cuidando dele, vigiando: —
Bilu, não suba no muro! Não coma porcaria do chão! Não vá para a rua, um carro
pode pegar você! — E assim por diante.
Quando acabava o dia, ela estava cansada, mas feliz, por
tê-lo a seu lado.
Na véspera do Dia das Mães, mãe e filha estavam sentadas
no quintal observando Bilu que corria, latindo feliz, atrás de uma borboleta.
Vitória olhou para a mãe e disse: — Mamãe! A senhora me disse que eu só
entenderia o trabalho que dou quando crescesse e tivesse um filho. Não precisei
crescer para isso. Bilu já me dá muito trabalho e preocupação. É como se ele
fosse meu filho!
A mãe sorriu achando graça do jeito sério da filha.
Vitória sorriu também e trocaram um grande e carinhoso abraço, enquanto a
menina exclamava: — FELIZ DIA DAS MÃES, mamãe! Ainda não comprei seu presente.
A mãe suspirou, satisfeita, entendendo que Deus sabe o
que faz e que dá a cada um, na vida, as experiências que precisa para aprender
e amadurecer. Sua filhinha estava crescendo e tornando-se melhor.
— Não precisa comprar nada, minha filha. Você já me deu o
melhor presente que eu poderia desejar: Você!
Tia Célia - Fonte: O Consolador
CAP XXIII – 28/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXIII – MORAL ESTRANHA
1. Como nas suas pegadas caminhasse grande massa de povo,
Jesus, voltando-se, disse-lhes: – Se alguém vem a mim e não odeia a seu pai e a
sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo. – E quem quer que não carregue a sua
cruz e me siga, não pode ser meu discípulo. – Assim, aquele dentre vós que não
renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo. (S. LUCAS, 14:25 a 27 e
33.)
2. Aquele que ama a seu pai ou a sua mãe, mais do que a
mim, de mim não é digno; aquele que ama a seu filho ou a sua filha, mais do que
a mim, de mim não é digno. (S. MATEUS, 10:37.)
LIÇÃO VIVA
“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” — (JOÃO,
capítulo 6, versículo 60.)
O Cristianismo é a suprema religião da verdade e do amor,
convocando corações para a vida mais alta.
Em vista de religião traduzir religamento, é primordial
voltarmo-nos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade.
Jesus apresentou a sua plataforma de princípios imortais.
Rasgou os caminhos.
Não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e
obstáculos.
É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade
própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem.
O evangelista assinalou a observação de muitos dos
discípulos: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”
Sim, efetivamente é indispensável romper com as alianças
da queda e assinar o pacto da redenção.
É imprescindível seguir nos caminhos d’Aquele que é a luz
de nossa vida.
Para isso, as palavras brilhantes e os artifícios
intelectuais não bastam.
O problema é de “quem pode ouvir” a Divina Mensagem,
compreendendo-a com o Cristo e seguindo-lhe os passos.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
A PAZ PERFEITA
Houve um reino que ofereceu um grande prêmio ao artista
que fosse capaz de captar numa pintura a paz perfeita. Foram muitos os artistas
que tentaram.
O rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve
apenas duas de que ele realmente gostou.
A primeira era um lago muito tranquilo, este lago era um
espelho perfeito onde se refletiam plácidas montanhas que o rodeavam.
Sobre elas encontrava-se um céu muito azul com tênues
nuvens brancas.
Todos que olhavam para essa pintura viam refletida uma
paz muito grande.
A segunda pintura tinha também montanhas.
Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de
vegetação.
Sobre elas havia um céu tempestuoso do qual se
precipitava um forte aguaceiro com faíscas e trovões.
Montanha abaixo, parecia descer uma turbulenta torrente
de água.
Tudo isso se revelava nada pacífico.
Quando se observava atentamente atrás da cascata havia um
arbusto crescendo de uma fenda na rocha.
Nesse arbusto encontrava-se um ninho.
E ali, em meio ao ruído e à violência da cena, estava um
passarinho placidamente sentado no seu ninho.
Essa foi a pintura escolhida pelo rei que explicou:
- “Paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem
problemas, sem trabalho árduo ou sem dor.
- Paz significa que, apesar de estar no meio de tudo
isso, permanecemos calmos em nosso coração.
- Este é o verdadeiro significado da paz, a PAZ
PERFEITA”.
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CAP XXIV – 29/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXIV – NÃO COLOCAR A CANDEIA DEBAIXO DO
ALQUEIRE
1. Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do
alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos
os que estão na casa. (S. MATEUS, 5:15.)
2. Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a
cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim
de que os que entrem vejam a luz; – pois nada há secreto que não haja de ser
descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer
publicamente. (S. LUCAS, 8:16 e 17.)
3. Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: Por que
lhes falas por parábolas? – Respondendo-lhes, disse ele: É porque, a vós
outros, foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, a eles, isso não
lhes foi dado. Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na
abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. –
Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não vêem e, ouvindo, não escutam e não
compreendem. – E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com
os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis.
Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram
surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não
ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, eu
não os cure. (S. MATEUS, 13:10 a 15.)
PREGAÇÕES
“E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas para que eu
ali também pregue; porque para isso vim. — (MARCOS, capítulo 1, versículo 38.)
Neste versículo de Marcos, Jesus declara ter vindo ao
mundo para a pregação.
Todavia, como a significação do conceito tem sido
erroneamente interpretada, é razoável recordar que, com semelhante assertiva, o
Mestre incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de sua vida.
Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar muito
desmoralizada.
A ciência oficial dispõe de cátedras, a política possui
tribunas, a religião fala de púlpitos.
Contudo, os que ensinam, com exceções louváveis, quase
sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir. Exibem certas
atitudes quando pregam, e adotam outras quando em atividade diária.
Daí resulta a perturbação geral, porque os ouvintes se
sentem à vontade para mudar a “roupa do caráter”.
Toda dissertação moldada no bem é útil.
Jesus veio ao mundo para isso, pregou a verdade em todos
os lugares, fez discursos de renovação, comentou a necessidade do amor para a
solução de nossos problemas.
No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde
a primeira manifestação de seu apostolado sublime até a cruz.
Por pregação, portanto, o Mestre entendia igualmente os
sacrifícios da vida.
Enviando-nos divino ensinamento, nesse sentido, conta-nos
o Evangelho que o Mestre vestia uma túnica sem costura na hora suprema do
Calvário.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
A FÁBULA DA VERDADE
Quando a Providência criou a mulher, criou também a
Fantasia.
Um dia, a Verdade resolveu visitar um grande palácio. E
tinha que ser justo o palácio onde morava o sultão Harun al-Rashid. Envoltas as
lindas formas num véu claro e transparente, ela foi bater na porta do rico
palácio em que vivia o glorioso senhor das terras muçulmanas. Ao ver aquela
formosa mulher, quase nua, o chefe da guarda perguntou-lhe:
- Quem é você?
- Sou a Verdade! - respondeu ela, com voz firme - Quero
falar com o seu amo e senhor, o sultão Harun al-Rashid, Emir dos crentes!
O chefe da guarda, que cuida da segurança do palácio,
apressou-se em levar a nova ao grão-vizir.
- Senhor, - disse, inclinando-se humildemente - uma
mulher desconhecida, quase nua, quer falar ao nosso soberano.
- Como se chama?
- Chama-se Verdade!
- A Verdade! - disse o grão-vizir, espantado - A Verdade
quer penetrar neste palácio? Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos
nós, se a Verdade aqui entrasse? A perdição, a desgraça! Diga a ela que uma
mulher nua, despudorada, não entra aqui!
Voltou o chefe da guarda com o recado do grão-vizir e
disse à Verdade:
- Aqui não pode entrar, minha filha. A sua nudez iria
ofender nosso Califa. Volta, pelo caminho de onde veio.
E a Verdade, entristecida, se afastou do palácio.
Porém, quando a Providência criou a mulher, criou também a
Obstinação.
E a Verdade continuou a alimentar o propósito de visitar
um grande palácio. E tinha que ser justo o palácio onde morava o sultão Harun
al-Rashid. Persistente, ela cobriu as peregrinas formas com um pano grosseiro
como os que usam os mendigos e foi novamente bater na porta do suntuoso palácio
em que vivia o glorioso senhor das terras muçulmanas. Ao ver aquela formosa
mulher, vestida tão grosseiramente com trapos, o chefe da guarda perguntou-lhe:
- Quem é você?
- Sou a Acusação! - respondeu ela, brava. - Quero falar
com o seu amo e senhor, o sultão Harun al-Rashid, Comendador dos crentes!
O chefe da guarda, que cuida da segurança do palácio,
correu a entender-se com o grão-vizir.
- Senhor, - disse, inclinando-se humildemente - uma
mulher desconhecida, com o corpo envolto em panos grosseiros, deseja falar ao
nosso soberano.
- Como se chama?
- Chama-se Acusação!
- A Acusação! - disse o grão-vizir, aterrorizado - Que
seria de mim, que seria de todos nós, se a Acusação entrasse aqui? A perdição,
a desgraça! Diga a ela que aqui não, aqui não pode entrar! Diga-lhe que uma
mulher, vestida com panos grosseiros, não pode falar ao nosso amo e senhor!
Voltou o chefe da guarda com a proibição do grão-vizir e
disse à Verdade:
- Aqui você não pode entrar, minha filha. Com estas
roupas rasgadas, próprias de um beduíno rude e pobre, não podes falar ao nosso
amo e senhor, o sultão Harun al-Rashid! Volta, em paz, pelo caminho de onde
veio.
Vendo que não conseguiria realizar seu intento, ficou
ainda mais triste a Verdade, e afastou-se vagarosamente do grande palácio do
poderoso senhor.
Mas, quando a Providência criou a mulher, criou também o
Capricho.
E a Verdade encheu-se do vivo desejo de visitar um grande
palácio. E tinha que ser justo o palácio onde morava o sultão Harun al-Rashid.
Vestiu-se com riquíssimos trajes, cobriu-se com joias e adornos, envolveu o
rosto em um manto de seda e foi bater à porta do palácio onde vivia o glorioso
senhor dos Árabes. Ao ver aquela encantadora mulher, linda como a quarta lua do
mês do Ramadã, o chefe da guarda perguntou-lhe:
- Quem é você?
- Sou a Fábula! - respondeu ela, em tom meigo. - Quero
falar com o sultão Harun al-Rashid, Emir dos crentes!
O chefe da guarda, que cuida da segurança do palácio,
correu a entender-se com o grão-vizir.
- Senhor, - disse, inclinando-se humilde - uma linda e
encantadora mulher, vestida como uma princesa, solicita a audiência de nosso
amo e senhor, o sultão Harun al-Rashid, Emir dos crentes!
- Como se chama?
- Chama-se Fábula!
- A Fábula! - disse o grão-vizir, cheio de alegria. A
Fábula quer entrar neste palácio? Que entre! Bendita seja a encantadora Fábula.
Cem formosas escravas irão recebê-la, com flores e perfumes. Quero que a Fábula
tenha, neste palácio, a acolhida digna de uma verdadeira rainha!
E foram abertas as portas do grande palácio de Bagdá e a
formosa peregrina entrou.
E foi assim que, vestida de Fábula, a Verdade conseguiu
entrar no grande palácio do poderoso Califa de Bagdá, o sultão Harun al-Rashid,
Príncipe de todos os crentes.
http://triskeldagi.com/afabuladaverdade.html
CAP XXV – 30/09
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXV – BUSCAI E ACHAREIS
1. Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e
se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que
bata à porta, abrir-se-á.
Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que
lhe pede pão? – Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? – Ora, se, sendo
maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com
mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que
lhos pedirem? (S. MATEUS, 7:7 a 11.)
QUE BUSCAIS?
“E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam,
disse-lhes: Que buscais?” — (JOÃO, capítulo 1, versículo 38.)
A vida em si é conjunto divino de experiências.
Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de
novos conhecimentos. A aquisição de valores religiosos, entretanto, é a mais importante
de todas, em virtude de constituir o movimento de iluminação definitiva da alma
para Deus.
Os homens, contudo, estendem a esse departamento divino a
sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.
Os templos de pedra estão cheios de promessas
injustificáveis e de votos absurdos.
Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência
uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem
do plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.
Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exemplificou.
A cruz do Calvário é símbolo vivo.
Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios
supremos.
Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada
aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores
preocupações.
Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no
umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos
que entram: “Que buscais?”
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO
A mãe, parou ao lado do leito de seu filhinho de 6 anos,
que estava morrendo de leucemia. Embora o coração dela estive pleno de tristeza
e angústia, ela também tinha um forte sentimento de determinação. Como qualquer
outra mãe, ela gostaria que seu filho crescesse e realizasse seus sonhos.
Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal. Mas, mesmo
assim, ela ainda queria que o sonho de seu filho se transformasse realidade.
Ela tomou a mão de seu filho e perguntou: - "Billy, você alguma vez já
pensou o que você gostaria de ser quando crescer? Você já sonhou o que gostaria
de fazer com sua vida?"
"Mamãe, eu sempre quis ser um bombeiro quando eu
crescer."
-A mãe sorriu e disse: - " Vamos ver se podemos
transformar esse sonho em realidade."
Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de
bombeiros local, onde se encontrou com um bombeiro de enorme coração, chamado
Bob. Ela explicou a situação de seu filho, seu último desejo e perguntou se seria
possível dar ao seu filhinho de seis anos uma volta no carro dos bombeiros em
torno do quarteirão.
O bombeiro Bob disse: - "Veja, NÓS PODEMOS FAZER
MAIS QUE ISSO! Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã, na
próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro honorário por todo o dia.
- Ele poderá vir para o quartel comer conosco, sair para
atender as chamadas de incêndio!"
- "E se você nos der as medidas dele, nós
conseguiremos um uniforme verdadeiro para ele, com chapeu, com o emblema de
nosso batalhão, um casaco amarelo igual ao que vestimos e botas também.
- Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade e
conseguiremos eles rapidamente."
Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto, vestiu-o
em seu uniforme de bombeiro e escoltou-o do leito do hospital até o caminhão
dos bombeiros.
Billy ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi
levado até o quartel central.
Ele estava no céu.
Ocorreram três chamados naquele dia e Billy acompanhou
todos os três.
Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que
foram dispensadas a ele acabaram por tocar Billy, tão profundamente que ele
viveu três meses mais que todos os médicos haviam previsto.
Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair
dramaticamente e a enfermeira-chefe, que acreditava no conceito de que ninguém
deveria morrer sozinho, começou a chamar ao hospital toda a família.
Então, ela lembrou do dia que Billy tinha passado como um
bombeiro, e ligou para o chefe e perguntou se seria possível enviar algum bombeiro
para o hospital naquele momento de passagem, para ficar com Billy.
O chefe dos bombeiros respondeu:
"NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Nós estaremos aí
em cinco minutos. E faça-me um favor? Quando você ouvir as sirenes e ver as
luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um
incêndio. É apenas o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus
mais distintos integrantes. E você poderia abrir a janela do quarto dele?
Obrigado!"
Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada
Magirus chegaram no hospital, estenderam a escada até o andar onde estava o
garoto e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy.
Com a permissão da mãe, eles o abraçaram e seguraram e
falaram para ele o quanto eles o amavam.
Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou:
- "Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?"
"Billy, você é um dos melhores"- disse o chefe.
Com estas palavras, Billy sorriu e fechou seus olhos pela
última vez.
E nós, diante de pedidos de seus amigos, filhos e
parentes e mesmo estranhos, temos respondido: "EU POSSO FAZER MAIS QUE
ISSO!"
Desconheço o autor, mas o parabenizo pela história!
CAP XXVI – 01/10
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXVI – DAR DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA
RECEBER
1. Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos,
curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente
haveis recebido. (S. MATEUS, 10:8.)
MINISTÉRIOS
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO,
capítulo 4, versículo 10.)
Toda criatura recebe do Supremo Senhor o dom de servir
como um ministério essencialmente divino.
Se o homem levanta tantos problemas de solução difícil,
em suas lutas sociais, é que não se capacitou, ainda, de tão elevado
ensinamento.
O quadro da evolução terrestre apresenta divisão entre os
que denominais “magnatas” e “proletários”, porquanto, de modo geral, não se
entendeu até agora no mundo a dignidade do trabalho honesto, por mais humilde
que seja.
É imprescindível haja sempre profissionais de limpeza
pública, desbravadores de terras insalubres, chefes de fábricas, trabalhadores
de imprensa.
Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de
cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus.
Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos.
A noção de “capitalista” e “operário” estará renovada.
Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do
Altíssimo.
O jardineiro sentirá que o seu ministério é irmão da
tarefa confiada ao gerente da usina.
Cada qual ministrará os bens recebidos do Pai, na sua própria
esfera de ação, sem a ideia egoística de ganhar para enriquecer na Terra, mas
de servir com proveito para enriquecer em Deus.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
INFERIORIDADE
Um samurai, conhecido por todos pela sua nobreza e
honestidade, veio visitar um monge Zen em busca de conselhos. Entretanto, assim
que entrou no templo onde o mestre rezava, sentiu-se inferior, e concluiu que,
apesar de toda a sua vida ter lutado por justiça e paz, não tinha sequer
chegado perto ao estado de graça do homem que tinha à sua frente.
– Por que razão me estou a sentir tão inferior a si? Já
enfrentei a morte muitas vezes, defendi os mais fracos, sei que não tenho nada
do que me envergonhar. Entretanto, ao vê-lo meditar, senti que a minha vida não
tem a menor importância.
– Espere. Assim que eu tiver atendido todos os que me
procurarem hoje, eu dou-te a resposta.
Durante o resto do dia o samurai ficou sentado no jardim
do templo, a olhar para as pessoas que entraram e saíram à procura de conselhos.
Viu como o monge atendia a todos com a mesma paciência e
com o mesmo sorriso luminoso no seu rosto.
Mas o seu estado de ânimo ficava cada vez pior, pois
tinha nascido para agir, não para esperar.
De noite, quando todos já tinham partido, ele insistiu:
– Agora podes-me ensinar?
O mestre pediu que entrasse, e conduziu-o até o seu
quarto. A lua cheia brilhava no céu, e todo o ambiente inspirava uma profunda
tranquilidade.
– Estás vendo esta lua, como ela é linda? Ela vai cruzar
todo o firmamento, e amanhã o sol tornará de novo a brilhar. Só que a luz do
sol é muito mais forte, e consegue mostrar os detalhes da paisagem que temos à
nossa frente: árvores, montanhas, nuvens. Tenho contemplado os dois durante
anos, e nunca escutei a lua a dizer: por que não tenho o mesmo brilho do sol?
Será que sou inferior a ele?
– Claro que não – respondeu o samurai. – Lua e sol são
coisas diferentes, e cada um tem sua própria beleza. Não podemos comparar os
dois.
– Então, tu sabes a resposta.
Somos duas pessoas diferentes, cada qual a lutar à sua
maneira por aquilo que acredita, e a fazer o possível para tornar este mundo
melhor; o resto são apenas aparências.
Cada um tem muito mais que imagina ou usa, em benefício
próprio ou para melhorar o mundo dos seus irmãos.
Basta que deixe o coração falar por si mesmo, porque ele
é o repositório das bençãos que trazemos.
Desconheço o autor
CAP XXVII – 02/10
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXVII – PEDI E OBTEREIS
1. Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que,
afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos
pelos homens. – Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. –
Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a
vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a
recompensa. Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos,
os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos.
Não vós torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes
necessidade, antes que lho peçais. (S. MATEUS, 6:5 a 8.)
2. Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer
coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus,
também vos perdoe os vossos pecados. – Se não perdoardes, vosso Pai, que está
nos ceús, também não vos perdoará os pecados. (S. MARCOS, 11:25 e 26.)
3. Também disse esta parábola a alguns que punham a sua
confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens
subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro. – O fariseu,
conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças
por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem
mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o
que possuo. O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava,
sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem
piedade de mim, que sou um pecador. Declaro-vos que este voltou para a sua
casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado
e aquele que se humilha será elevado. (S. LUCAS, 18:9 a 14.)
4. Jesus definiu claramente as qualidades da prece.
Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto.
Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis
escutados, mas pela sinceridade delas. Antes de orardes, se tiverdes qualquer
coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a
Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à
caridade. Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como
o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos
comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau. (Cap. X, nos 7 e 8.)
5. Seja o que for que peçais na prece, crede que o
obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, 11:24.)
NA ORAÇÃO
“Senhor, ensina-nos a orar... — (LUCAS, capítulo 11,
versículo 1.)
A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por
gradação infinita em suas manifestações, porque existem crentes de todos os
matizes nos vários cursos da fé.
Os seguidores inquietos reclamam a realização de
propósitos inconstantes.
Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.
Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.
Os tristes pedem a solidão com ociosidade.
Os desesperados suplicam a morte.
Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou
aquilo, com alusão à boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física.
Em suma, buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho,
da luta digna.
Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos
do seu serviço, de sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes
as queixas descabidas e as lágrimas inaceitáveis.
Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo,
algo acontece no íntimo da alma contemplada pelo Senhor.
Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos
tumultuários. Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada reclama.
E o Mestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos os dias,
alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.
O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
Disse-lhe o Mestre: Levanta-te e segue-me. E ele ergueu-se
e seguiu.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
NERVOSO!
Um velho judeu, de alma torturada por pesados remorsos,
chegou, certo dia, aos pés de Jesus, e confessou-lhe estranhos pecados.
Valendo-se da autoridade que detinha no passado, havia
despojado vários amigos de suas terras e bens, arremessando-os à ruína total e
reduzindo-lhes as famílias a doloroso cativeiro.
Com maldade premeditada, semeara em muitos corações o
desespero, a aflição e a morte.
Achava-se, desse modo, enfermo, aflito e perturbado ...
Médicos não lhe solucionavam os problemas, cujas raízes
se perdiam nos profundos labirintos da consciência dilacerada.
O Mestre Divino, porém, ali mesmo, na casa de Simão
Pedro, onde se encontrava, orou pelo doente e, em seguida, lhe disse:
- VAI EM PAZ E NÃO PEQUES MAIS.
O ancião notou que uma onda de vida nova lhe penetrara o
corpo, sentiu-se curado, e saiu, rendendo graças a Deus.
Parecida plenamente feliz, quando ao atravessar a extensa
fila dos sofredores que esperavam pelo Cristo, um pobre mendigo, sem querer,
pisou-lhe num dos calos que trazia nos pés.
O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atacou o
mendigo a bengaladas.
Estabelecendo-se grande tumulto.
Jesus veio à rua apaziguar os ânimos.
Contemplando a vítima em sangue, abeirou-se do ofensor e
falou:
- Depois de receberes o perdão, em nome de Deus, para
tantas faltas, não pudeste desculpar a ligeira precipitação de um companheiro
mais desventurado que tu?
O velho judeu, agora muito pálido, pôs as mãos sobre o
peito e bradou para o Cristo:
- Mestre, socorre-me! ... Sinto-me desfalecer de novo ...
Que será isto?
Mas, Jesus apenas respondeu, muito triste:
- ISSO, MEU IRMÃO, É O ÓDIO E A CÓLERA QUE OUTRA VEZ
CHAMASTE AO PRÓPRIO CORAÇÃO.
E, ainda hoje, isso acontece a muitos que, por falta de
paciência e de amor, adquirem amargura, perturbação e enfermidade.
Extraído do livro Pai Nosso de Meimei - psicografado por
Chico Xavier.
CAP XXVIII – 03/10
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXVIII – COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS
4. Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas
reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (S. MATEUS, 18:20.)
REUNIÕES CRISTÃS
“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da
semana, e cerradas as portas da casa onde os discípulos, com medo dos judeus,
se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja
convosco.” (JOÃO, 20:19.)
Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a
Humanidade terrena foi considerada digna das relações com a espiritualidade.
O Deuteronômio proibira terminantemente o intercâmbio com
os que houvessem partido pelas portas da sepultura, em vista da necessidade de
afastar a mente humana de cogitações prematuras. Entretanto, Jesus, assim como
suavizara a antiga lei da justiça inflexível com o perdão de um amor sem
limites, aliviou as determinações de Moisés, vindo ao encontro dos discípulos
saudosos.
Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos
adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio
divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na
vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de
troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários
departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas
e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém,
como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda
dessas assembleias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos
protestantes ou nos centros espíritas.
O objetivo é um só: procurar a influenciação dos planos
superiores, com a diferença de que, nos ambientes espiritistas, a alma pode
saciar-se, com mais abundância, em voos mais altos, por se conservar afastada
de certos prejuízos do dogmatismo e do sacerdócio organizado.
Caminho Verdade e Vida – Emmanuel – Francisco Candido
Xavier
A SALVAÇÃO INESPERADA.
Num país europeu, certa tarde, muito chuvosa, um
maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem
repleto de passageiros para longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com muito
sentimento, a oração dominical.
O comboio percorreu léguas e léguas, dentro das trevas
densas, quando, alta noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns sinais que
lhe pareceram a lhe pedirem atenção e socorro.
Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de
muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se
estavam ameaçados de algum perigo.
Depois de alguns passos, foram surpreendidos por
gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte
que o comboio deveria atravessar.
O trem fora salvo, milagrosamente.
Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores
procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia.
Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão
um grande morcego agonizante.
O enorme voador batera as asas, à frente do farol, em
forma de dois braços agitados, e caíra sob as engrenagens.
O maquinista retirou-- com cuidado e carinho, mostrou-o
aos passageiros assombrados e contou como orara, ardentemente, invocando a
proteção de Deus, antes de partir.
E, ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabara de
morrer, exclamando e alta voz:
- Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu
Nome, venha nós o Teu reino e seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no
céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas , assim como
perdoamos os nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livra-nos do
mal, porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre, Assim seja.
Quando acabou de orar, grande quietude reinava na
paisagem.
Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam
também ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de
emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial, que lhes salvara a vida,
por intermédio de um animal que infunde tanto pavor às criaturas humanas.
E até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso
estivesse igualmente acompanhando a sublime oração.
do livro Pai Nosso de Meimei -psicografado por Chico
Xavier.
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