TEXTOS PARA GRUPOS DO WATZAP
CAP I – 18/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP I – NÃO VIM DESTRUIR A LEI
OS DEZ MANDAMENTOS-
Os dez mandamentos, recebidos mediunicamente pelo
profeta, brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do direito,
dentro da ordem social.
A palavra da Esfera Superior gravava a lei de causa e
efeito para o homem, advertindo-o solenemente:
1 - Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, n’Ele
reconhecendo a tua divina origem.
2 - Precata-te contra os enganos do antropomorfismo ,
porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos
acanhados
atributos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.
3 - Abstem-te de envolver o Julgamento Divino na
estreiteza de teus julgamentos.
4 - Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em
benefício daqueles que te atendem na esfera de trabalho,
para que
possas assimilar com segurança os valores da experiência.
5 - Lembra-te de que a dívida para com teus pais
terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime.
6 - Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente
extinguires.
7 - Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio,
porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientada
que voltarão
sobre ti mesmo.
8 - Evita a apropriação indébita para que não agraves as
próprias dívidas.
9 - Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de
que se não transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.
10 - Acautela-te contra a inveja e o despeito, a
inconformação e o ciúme, aprendendo a conquistar alegria e
tranquilidade,
ao preço do esforço próprio, porque os teus pensamentos te precedem os passos,
plasmando-te,
hoje, o
caminho de amanhã.
LIVRO: EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - ANDRE LUIZ - F C XAVIER
CAP II – 19/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP II – MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
O GRANDE FUTURO
“Mas agora o meu
reino não é daqui.” – Jesus. (João, 18:35).
Desde os primórdios do Cristianismo, observamos
aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do
Senhor não pertence à Terra.
Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de
adoração, e acreditam efetuar na fuga a realização da santidade.
Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de
regeneração e, quando interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes
que a experiência terrena lhes oferece, reportando-se ao Cristo, diante de
Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu reino ainda não se instalara nos
círculos da luta humana.
No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou a
planeta.
A palavra d’Ele não afiançou a negação absoluta da
felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a paisagem então existente,
sem esquecer a esperança no porvir.
O Mestre esclareceu: – “mas agora o meu reino não é
daqui”.
Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.
Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos
operários em desalento, tão só porque a sombra se fez mais densa em torno dos
problemas transitórios ou porque as feridas humanas se fazem, por vezes, mais
dolorosas.
Tais ocorrências, muita vez, obedecem a pura ilusão
visual.
A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da
luta benéfica é que o discípulo insculpira a própria vitória.
Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa
e, sim, avançar, confiantemente, para o grande futuro.
EMMANUEL - PÃO NOSSO – FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
CAP III – 20/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP III – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU
PAI
DUPLA RENOVAÇÃO
"Época de transição", esta é a legenda que
repetis frequentemente para definir a atualidade terrestre, em que
surpreendeis, a cada passo, larga fieira de ocorrências inusitadas.
Conflitos.
Desencarnações em massa.
Acidentes enlutando almas e lares.
Desvinculações violentas.
Dramas no instituto doméstico.
Processos obsessivos, culminando com perturbações e
lágrimas.
Moléstias de etiologia obscura.
Incompreensões.
Forçoso observar, no entanto, que o Plano Físico e o
Plano Espiritual que se lhe segue reagem constantemente um sobre o outro.
Criaturas desencarnadas atuam no ambiente dos companheiros
encarnados e vice-versa.
E se vos reportais ao término do segundo milênio de
civilização cristã em que vos achais, com a expectativa e o entusiasmo de quem
se vê à frente de uma era nova, as mesmas circunstâncias se verificam na
Espiritualidade, entre aqueles que aspiram a obter o retorno à Terra,
expressando propósitos de auto burilamento em nível mais alto de evolução.
E por isto que legiões enorme s de irmãos, domiciliados
no Mais Além, vêm solicitando, desde algum tempo, reencarnações difíceis;
testemunhos acerbos de aperfeiçoamento íntimo;
tempo curto no veículo físico, de modo a complementarem
tarefas inacabadas em diversos setores da experiência humana;
presença ligeira, junto de seres queridos, a fim de
chamá-los à consideração da Vida Superior;
ou empreitadas de serviço moral para a liquidação de
empreendimentos redentores, largados por eles nos caminhos do tempo.
Para isso, tentam aproveitar-se da última vigésima parte
do segundo milênio, a que nos referimos, para encerrarem o balanço das
experiências menos felizes que lhes dizem respeito nos séculos últimos.
Perante a Vida Maior, quase tudo aquilo que vedes,
presentemente, em matérias de agitação ou desequilíbrio, nada mais significa
que a movimentação mais intensa de vastas coletividades que retornam à Esfera
Física, em regime de urgência, no intuito de conseguirem retoques e meios com
que possam abordar os tempos novos em condições mais dignas de trabalho e
progresso.
Mantenhamo-nos prudentes, abstenhamo-nos de agravar
dificuldades, evitemos a formação de problemas, orando e construindo, seja nos
obstáculos que nos atinjam, sejam nas inquietações que assaltem aos outros.
Mas sejam quais forem as circunstâncias, estejamos
atentos à fé para servir e compreender, reconhecendo que todas as provas de
hoje são recursos e instrumentos de que se vale a Providência Divina a fim de
conduzir-nos à Vida Melhor de amanhã.
Emmanuel - Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos
Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.
O APRENDIZ DESAPONTADO
Um menino que desejava ardentemente residir no Céu, numa
bonita manhã, quando se encontrava no campo, em companhia de um burro, recebeu
a visita de um anjo.
Reconheceu, depressa, o emissário de Cima, pelo sorriso
bondoso e pela veste resplandecente.
Alucinado de júbilo, o rapazelho gritou:
- Mensageiro de Jesus, quero o paraíso! Que fazer para
chegar até lá?!
O anjo respondeu com gentileza:
- O primeiro caminho para o Céu é a obediência e, o
segundo, é o trabalho.
O pequeno, que não parecia muito diligente, ficou
pensativo.
O enviado de Deus então disse:
- Venho a este campo, a fim de auxiliar a Natureza que
tanto nos dá.
Fixou o olhar mais docemente na criança e rogou:
- Queres ajudar-me a limpar o chão, carregando estas
pedras para o fosso vizinho?
O menino respondeu:
- Não posso.
Todavia, quando o emissário celeste se dirigiu ao burro,
o animal prontificou-se a transportar os calhaus, pacientemente, deixando a
terra livre e agradável.
Em seguida, o anjo passou a dar ordens de serviço em voz
alta, mas o menino recusava-se a contribuir, enquanto o burro ia obedecendo.
No instante de mover o arado, o rapazinho desfez-se em
palavras feias, fugindo à colaboração. O muar disciplinado, contudo, ajudou,
quanto pôde, em silêncio.
No momento de preparar a sementeira, verificou-se o mesmo
quadro: o repousava e o burro trabalhava.
Em todas as medidas iniciais da lavoura, o pesado animal
agia cuidadoso, colaborando eficientemente com o lavrador celeste; entretanto,
o jovem, cheio de saúde e leveza, permaneceu amuado, a um canto, choramingando
sem saber por que e acusando não se sabe a quem.
No fim do dia, o campo estava lindo.
Canteiros bem desenhados surgiam ao centro, ladeados por
fios de água benfeitora.
As árvores, em derredor, pareciam orgulhosas de
protegê-los. O vento deslizava tão manso que mais se assemelhava a um sopro
divino cantando nas campânulas do matagal.
A Lua apareceu espalhando intensa claridade.
O anjo abraçou o obediente animal, agradecendo-lhe a
contribuição. Vendo o menino que o mensageiro se punha de volta, gritou,
ansioso:
- Anjo querido, quero seguir contigo, quero ir para o
Céu!...
O emissário divino respondeu, porém:
- O paraíso não foi feito para gente preguiçosa. Se
desejas encontra-lo, aprende primeiramente a obedecer com o burro que soube
receber a bênção da disciplina e o valor da educação.
E assim esclarecendo subiu para as estrelas, deixando o
rapazinho desapontado, mas disposto a mudar de vida.
Francisco Cândido Xavier Da obra: Alvorada Cristã pelo
Espírito Neio Lúcio
CAP IV – 21/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP IV – NINGUÉM PODRÁ VER O REINO DE DEUS
SE NÃO NASCER DE NOVO
RENASCE AGORA
"Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino
de Deus." - Jesus. (João, 3:3)
A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse
particular.
Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias
são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentos e sessenta e cinco ocasiões de
aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral
encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre,
mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando
mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela
aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará
fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e
paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou
desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem.
Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da
aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda
não nos compreendem.
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o
adversário cogita em enriquecer as munições, mas se descemos à praça,
desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de
acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura
fermentação de guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar intentos
mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e
incessante do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: - "Aquele que não
nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."
Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes,
trabalhando para superar os obstáculos que te cercam alcançando a antecipação
da vitória sobre a ti mesmo, no tempo...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.
“Fonte Viva”, de
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
VIVEREMOS SEMPRE
Filho,
Não humilhes os ignorantes e os fracos, todos somos
viajores da vida eterna.
Do berço ao túmulo atravessamos apenas um ato de imenso
drama de nossa evolução para Deus.
Por vezes, o senhor veste o traje pobre do operário humilde
para conhecer-lhe as duras necessidades, e o operário humilde veste o suntuoso
traje do senhor para conhecer-lhe as duras obrigações na tarefa administrativa.
Quando um homem menospreza as oportunidades de tempo e
dinheiro que o Céu lhe confia, volta ao mundo em outro corpo, experimentando a
escassez de tudo.
Não escarneças do aleijado. Tua boca poderá cobrir-se de
cicatrizes.
Não recolhas os bens que te não pertencem.
Teus braços são suscetíveis de caírem paralíticos, sem
que possas acariciar o que é teu provisoriamente.
Não caminhes ao encontro do mal, porque o mal dispõe de
recursos para surpreender-te, talvez com a perturbação e com a morte.
Ajuda e passa adiante, expandido um coração compassivo
para com todas as dores e cheio de amor e perdão para todas as ofensas.
Quando não puderes, louvar cala-te e espera, porque a
língua viciada na definição dos defeitos alheios regressa ao mundo em plena
mudes.
Quem chega através de um berço risonho, na maioria dos
casos é alguém que torna ao campo da carne a fim de restaurar-se e aprender.
Assim como a flor se destina ao fruto que alimenta, o teu
conhecimento deve produzir a bondade que constrói e santifica.
Lembra-te de que longo é o caminho e que necessitaremos
trocar de corpo.
Na direção da vitória final, tantas vezes quantas forem
precisas, até que a indispensabilidade da vestimenta física se desvaneça com as
encarnações sucessivas...
Colheremos da sementeira que fizermos.
Não desprezes, assim, os menos felizes.
O malfeitor e o vagabundo que se deixaram escravizar
pelos demônios da preguiça são igualmente nossos irmãos. Ajudemo-los, através
de todos os meios ao nosso alcance.
Nem sempre o verdadeiro infortunado é aquele que se
debate num leito de sofrimento.
Não olvides o infeliz bem trajado que cruza as avenidas
da ignorância, sem paz e sem luz.
Filho meu,
voltaremos ainda a terra, provavelmente, muitas vezes...
O serviço de redenção assim o exige.
Ama a todos. Auxilia indistintamente.
Semeia o bem, à margem de todas as estradas.
Recorreremos ao amparo de muitos.
É da Lei do Senhor que não avancemos sem os braços
fraternos uns dos outros.
Prepara, desde agora, a colaboração de que necessitarás,
a fim de prosseguirmos, em paz, montanha acima!
Se irmão de todos, para que te sintas, desde hoje, no
centro da grande família humana, e o Senhor Supremo te abençoará.
Neio Lúcio - Do
livro Alvorada cristã. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
CAP V – 22/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS
AFLITOS BEM AVENTURADOS
Provavelmente, no cotidiano, terás encontrado
companheiros que te pareceram marginalizados perante a estrada justa;
os que se supunham demasiados virtuosos para sobrestar as
paixões humanas, a escarnecerem os fracos, e caíram nelas, à feição de pássaros
engodados pela merenda na armadilha que os recolheu;
os que censuravam erros do próximo, na base da
ignorância, e se arrojaram depois nos despenhadeiros de enganos piores;
os que empreenderam jornadas redentoras, colocando-te
pesada carga nos ombros, afastando-se das obrigações que prometeram honrar;
e quantos outros que ainda, incapazes de vencer a própria
insegurança, desceram de eminências do serviço espiritual para aventuras
turbulentas, chegando até mesmo a negação da fé que afirmavam acalentar.
Diante de todos eles, os que desconsideraram os outros,
colhendo por fim a desconsideração alheia, à face das situações complexas em
que intimamente se reconhecem prejudicados e infelizes, recorda as dificuldades
da própria sustentação espiritual;
e examinando as provações e empeços de quem deseja acatar
as responsabilidades próprias, endereça a todos os amigos, talvez em lutas mais
graves que as tuas, os teus melhores pensamentos de paz e bom ânimo, a fim de
que se restaurem.
Espíritos egressos de experiências vinagrosas em existências
outras que o tempo arquivou para balanço oportuno, todos ainda carregamos nas
próprias tendências o risco de retorno a quedas passadas, reclamando a bondade
e a tolerância dos outros, de modo a demandarmos os caminhos da frente.
Partilhando a jornada humana, compreendamos que os
companheiros julgados caídos estão desafiados por obstáculos e crises difíceis
de atravessar.
E, ao invés de agravar-lhes os problemas, que amanhã
talvez se façam nossos, saibamos ofertar-lhes a bênção da prece quando de todo
não lhes possamos estender os braços, lembrando o Divino Amigo quando
asseverou, convincente:
“Em verdade não vim ao mundo para curar os sãos.”
EMMANUEL - DO LIVRO NASCER E RENASCER - PSICOGRAFIA DE
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
A RAZÃO DA DOR
Raquel, antiga servidora da residência de Cusa, ergueu a
voz para indagar do Mestre por que motivo a dor se convertia em aflição nos
caminhos do mundo.
Não era o homem criação de Deus? Não dispõe a criatura do
abençoado concurso dos anjos? Não vela o Céu sobre os destinos da Humanidade?
Jesus fitou na interlocutora o olhar firme e considerou:
— A razão da dor humana procede da proteção divina.
Os povos são famílias de Deus que, à maneira de grandes
rebanhos, são chamados ao Aprisco do Alto.
A Terra é o caminho. A luta que ensina e edifica é a
marcha.
O sofrimento é sempre o aguilhão que desperta as ovelhas
distraídas à margem da senda verdadeira.
Alguns instantes se escoaram mudos e o Mestre voltou a
ponderar: — O excesso de poder favorece o abuso, a demasia de conforto, não
raro, traz o relaxamento, e o pão que se amontoa, de sobra, costuma servir de
pasto aos vermes que se alegram no mofo...
Reparando, porém, que a assembleia de amigos lhe
reclamava explicação mais ampla, elucidou fraternalmente:
— Um anjo, por ordem do Eterno Pai, tomou à própria conta
um homem comum, desde o nascimento.
Ensinou-lhe a alimentar-se, a mover os membros e os
músculos, a sorrir, a repousar e a asilar-se nos braços maternos.
Sem afastar-se do protegido, dia e noite, deu-lhe as
primeiras lições da palavra e, em seguida, orientou-lhe os impulsos novos,
favorecendo-lhe o ensejo de aprender a raciocinar, a ler, a escrever e a
contar.
Afastava-o, hora a hora, de influências perniciosas ou
mortíferas de Espíritos infelizes que o arrebatariam, por certo para o
sorvedouro da morte.
Soprando-lhe ao pensamento idéias iluminadas aos clarões
do Infinito Bem, através de mil modos de socorro imperceptível, garantiu-lhe a
saúde e o equilíbrio do corpo.
Dava-lhe medicamentos invisíveis, por intermédio do ar e
da água, da vestimenta e das plantas.
Vezes sem conta, salvou-o do erro, do crime e dos males
sem remédio que atormentam os pecadores.
Ao amanhecer, o Pajem Celestial acorria, atento,
preparando-lhe dia calmo e proveitoso, defendendo-lhe a respiração, a
alimentação e o pensamento, vigiando-lhe os passos, com amor, para melhor
preservar-lhe os dons; ao anoitecer, postava-se-lhe à cabeceira, amparando- lhe
o corpo contra o ataque de gênios infernais, aguardando-o, com maternal
cuidado, para as doces instruções espirituais nos momentos de sono.
No transcurso da vida, guiou-lhe os ideais, auxiliou-o a
selecionar as emoções e a situar-se em trabalho digno e respeitável; clareou-
lhe o cérebro jovem, insuflou-lhe entusiasmo santo, rumo à vida superior, e estimulou-o
a formar um reino de santificação e serviço, progresso e aperfeiçoamento, num
lar...
O homem, todavia, que nunca se lembrara de agradecer as
bênçãos que o cercavam, fez-se orgulhoso e cruel, diante dos interesses
alheios.
Ele, que retinha tamanhas graças do Céu, jamais se animou
a estendê-las na Terra e passou simplesmente a humilhar os outros com a glória
de que fora revestido por seu devotado e invisível benfeitor.
Quando experimentou o primeiro desgosto, que ele mesmo
provocou menosprezando a lei do amor universal, que determina a fraternidade e
o respeito aos semelhantes, gesticulou, revoltado, contra o Céu, acusando o
Supremo Senhor de injusto e indiferente.
Aflito, o anjo guardião procurava levantar-lhe o ideal de
bondade, quando um Anjo Maior se aproximou dele e ordenou que o primeiro
dissabor do tutelado endurecido por excesso de regalias se convertesse em
aflição.
Rolando, mentalmente, de aflição em aflição, o homem
começou a recolher os valores da paciência, da humildade, do amor e da paz com
todos, fazendo-se, então, precioso colaborador do Pai, na Criação.
Finda a historieta, esperou Jesus que Raquel expusesse
alguma dúvida, mas emudecendo a servidora, dominada pela meditação que os
ensinamentos da noite lhe sugeriam, o culto da Boa Nova foi encerrado com
ardente oração de júbilo indefinível.
NEIO LUCIO - Do Livro Jesus no Lar - Francisco C. Xavier
CAP VI – 23/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP VI - O CRISTO CONSOLADOR
CONDUTA ESPÍRITA PERANTE A ENFERMIDADE
Sustentar inalteráveis a fé e a confiança, sem temor,
queixa ou revolta, sempre que enfermidades conhecidas ou inesperadas lhe
visitem o corpo ou lhe assediem o lar.
Cada prova tem uma razão de ser.
Com o necessário discernimento, abster-se do uso
exagerado de medicamentos capazes de intoxicar a vida orgânica.
Para o serviço da cura, todo medicamento exige dosagem.
Desfazer ideias de temor ante as moléstias contagiosas ou
mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece.
A força poderosa do pensamento tanto elabora quanto
extingue muitos distúrbios orgânicos e psíquicos.
Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova
espiritual, dentro das leis cármicas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e
compreendê-la com desassombro e conformação.
A intensidade do sofrimento varia segundo a confiança na
Lei Divina.
Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina
terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivas dos médicos
desencarnados.
A Eterna Sabedoria tudo dispõe em nosso proveito.
Afirmar-se mentalmente em segurança, acima das
enfermidades insidiosas que lhe possam assaltar o organismo, repelindo os
pensamentos e as palavras de desespero ou cansaço, na fortaleza de sua fé.
A doença pertinaz leva à purificação mais profunda.
Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo
como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa.
A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e
eu vos aliviarei.” — Jesus. (MATEUS, 11:28.)
ANDRÉ LUIZ - CONDUTA ESPÍRITA -FCX
EXPLICAÇÕES DO MESTRE
Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de
Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces
entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas
revelações novas:
— A ideia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente
sublime; todavia, como iniciar-me nela? Temos ouvido as pregações à beira do
lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão... Eu
desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas
normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que
troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus
bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.
A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o
sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.
— Para isso — comentou Pedro —, é indispensável a
boa-vontade.
— Com a fé em Nosso Pai Celestial — aventurou a esposa de
Simão —, atravessaremos os tropeços mais duros.
Em todos os presentes transparecia ansiosa expectativa
quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio:
— Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?
— É a criação de cabras — redarguiu a interpelada,
curiosa.
— Como procedes para conservar o leite inalterado e puro
no benefício doméstico?
— Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível
lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado.
Se qualquer
detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já
não servirá para os serviços
mais
delicados.
Jesus sorriu e explanou:
— Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não
purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante
superior, se
confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a
proporção dos bens
que poderíamos
recolher. Em verdade,
Moisés e os
Profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do
Povo Escolhido não
purificaram
suficientemente o receptáculo vivo do espírito para recebe-las. É por isto que
os nossos contemporâneos
são justos e
injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos
esclarecimentos elevados
penetra o
coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho.
Do serviço renovador
da alma
restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino
de Deus.
A pequena
assembleia, na sala de Pedro, recebia a lição sublime e singela, comovidamente,
sem qualquer
interferência
verbal.
O Mestre,
porém, levantando-se com discrição e humildade, afagou os cabelos da senhora
que o interpelara e
concluiu,
generoso:
— O orvalho
num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta.
Não te esqueças desta
verdade
simples e clara da Natureza.
NEIO LUCIO – JESUS NO LAR - FCX
CAP VII - 24/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP VII – BEM AVENTURADOS OS POBRES DE
ESPÍRITO
O PRIMEIRO
"E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja
vosso servo". - Jesus (Mateus, 20:27)
Nos variados setores da experiência humana, encontramos
as mais diversas criaturas a buscarem posições de destaque e postos de
diretiva.
Há pessoas que enveredam pelas sendas do comércio e da
indústria, em corrida infrene por se elevarem nas asas frágeis da posse
efêmera.
Muitas elegem a tirania risonha no campo social, para se
afirmarem poderosas e dominantes.
Outras pontificam através do intelecto, usando a Ciência
como apoio da autoridade que avocam para si mesmas.
Temos ainda as inteligências que, em nome da inovação ou
da arte, se declaram francamente partidárias da delinquência e do vício, para
sossegarem as próprias ânsias de fulguração nas faixas da influência.
Todas caminham subordinadas às mesmas leis, elevando-se
hoje, para descer amanhã.
O império econômico, a autoridade terrestre ou o
intelectualismo sistemático possibilitam a projeção da criatura no cenário
humano, à feição de luz meteórica, riscando, instantaneamente, a imensidade dos
céus.
Em piores circunstâncias, aquele que preferiu o brilho
infernal do crime, esbarra, em breve tempo, com a dureza de si mesmo, sendo
constrangido a reunir os estilhaços da vida, provocados por suas ações
lamentáveis, na recomposição do destino próprio.
Grande maioria toma a aparência do comando como sendo a
melhor posição, e raros chegam a identificar, no anonimato da posição humilde,
o posto de carreira que conduz a alma aos altiplanos da Criação.
Apesar de tudo, porém, a verdade permanece imutável.
A liderança real, no caminho da vida, não tem alicerces
em recursos amoedados.
Não se encastela simplesmente em notoriedade de qualquer
natureza.
Não depende unicamente de argúcia ou sagacidade.
Nem é fruto da erudição pretensiosa.
A chefia durável pertence aos que se ausentam de si
mesmos, buscando os semelhantes para servi-los...
Esquecendo as luzes transitórias da ribalta do mundo...
Renunciando à concretização de sonhos pessoais em favor
das realizações coletivas...
Obedecendo aos estímulos e avisos da consciência...
E por amar a todos sem reclamar amor para si, embora na
condição de servo de todos, faz-se amado da vida, que nele concentra seus
interesses fundamentais.
Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Waldo
Vieira e FCX
O ELOGIO DA ABELHA
Grande mosca verde-azul, mostrando envaidecida as asas
douradas pelo Sol, penetrou uma sala e encontrou uma abelha humilde a carregar
pequena provisão de recursos para elaborar o mel.
A mosca arrogante
aproximou-se e falou, vaidosa:
- Onde surges, todos fogem. Não te sentes indesejável?
Teu aguilhão é terrível.
- Sim — disse a
abelha com desapontamento —, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a
interferir. Minha defesa é, quase sempre, também aminha morte.
- Mas não podes viver com mais distinção e delicadeza? —
tornou a mosca — porque ferretoar, a torto e a direito?
- Não, minha amiga
— esclareceu a interlocutora — não é bem assim.
Não sinto prazer
em perturbar.
Vivo tão somente
para o trabalho que Deus me confiou, que representa benefício geral.
E, quando alguém
me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo, por vezes, a
própria vida.
- Creio, porém, que se tivesses modos diferentes... se
polisses as asas para que brilhassem à claridade solar, se te
vestisses em
cores iguais às minhas, talvez não precisasses alarmar a ninguém.
Pessoa alguma te
recearia a intromissão.
- Ah! não posso despender muito tempo em tal assunto —
alegou a abelha criteriosa.
O serviço não me
permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões.
A produção de
mel indispensável ao sustento de nossa colmeia, e necessária a muita gente, não
me oferece ensejo a
excessivos
cuidados comigo mesma.
- Repara! — disse-lhe a mosca, desdenhosa — tuas patas
estão em lastimável estado...
- Encontro-me em serviço — explicou-se a operária
humildemente.
- Não! não! — protestou a outra — isto é monturo e
relaxamento.
E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e
aquietou-se, qual se estivesse em observação.
Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetraram o
recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de
companheiras distantes, uma das matronas gritou, nervosa:
- Cuidado! cuidado com a abelha! Fere sem piedade!...
A pequenina trabalhadora alada dirigiu-se para o campo e
a mosca soberba passou a exibir-se, voando despreocupada.
- Que maravilha! — exclamou uma das senhoras.
- Parece uma jóia! — disse a outra.
A mosca preguiçosa planou... planou... e, encaminhando-se
para a copa, penetrou o guarda-comida, deitando varejeiras na massa dos pastéis
e em pratos diversos que se preparavam para o dia seguinte.
Acompanhou a criança, de maneira imperceptível, e
pousou-lhe na cabeça, infeccionando certa região que se achava ligeiramente
ferida.
Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda
a família.
A encantadora mosca verde-azul deixara imundície e
enfermidade por onde passara.
Quantas vezes sucede isto mesmo, em plena vida?
Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos
agradável, à primeira vista, que, à maneira da abelha, sofrem sarcasmos e
desapontamentos por bem cumprir a obrigação que lhes cabe, em favor de todos; e
há muita gente de apresentação brilhante, quanto a mosca, e que, depois de
seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas as larvas da
calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento.
NEIO LUCIO - ALVORADA CRISTÃ – FCX
CAP VIII – 25/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP VIII – BEM AVENTURADOS OS QUE TEM O
CORAÇÃO PURO
HUMILDADE
Alguém houve na Terra que nascido na palha não desesperou
da pobreza a que o mundo lhe relegara a existência, transformando o berço
apagado em poema inesquecível.
Assinalado por uma estrela em sua primeira hora humana,
nunca se lembrou disso em meio das criaturas.
Com a sabedoria dos anjos, falava a linguagem dos homens,
entretendo-se à beira de um lago em desconforto, com as criancinhas
desamparadas.
Trazendo os tesouros da imortalidade no espírito, vivia
sem disputar uma pedra onde repousar a cabeça e dispondo da autoridade maior
escolhia servir, ao invés de mandar, levantando os doentes e amparando aos
aflitos.
Em permanente contato com o Céu, ninguém lhe ouviu
qualquer palavra em torno dessa prerrogativa e podendo deslumbrar o cérebro de
seu tempo, preferia buscar o coração dos simples para esculpir na alma do povo
as virtudes do amor no apoio recíproco.
Esquecido, não se descurava do dever de auxiliar sempre;
insultado, perdoava; traído, socorria aos verdugos, soerguendo-lhes o espírito
através da própria humildade.
Golpeado em suas esperanças mais belas, desculpava sem
condições a quantos lhe feriam a alma Angélica.
Amparando sem paga, ninguém lhe escutou a mais leve
queixa contra os beneficiários sem memória a lhe zurzirem a vida e o nome com
as farpas da ingratidão.
Vendido por um dos companheiros que mais amava,
recebeu-lhe, sereno, o beijo suspeitoso.
Encarcerado e sentenciado, à morte sem culpa, não
recorreu à justiça por amor àqueles que lhe escarravam na face, deixando-se
sacrificar com o silêncio da paz e o verbo do perdão.
E ainda mesmo depois do túmulo, ei-lo que volta à Terra
estendendo as mãos aos amigos que o mal segregara na deserção, reunindo-os de
novo em seus braços de luz.
Esse alguém era humilde.
Esse alguém é Jesus.
Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier do
livro Abrigo
TER E SER
Um pai, em uma situação muito confortável de vida,
resolveu dar uma lição a seu filho ensinando o que é ser pobre. Ficaria
hospedado por alguns dias na casa de uma família de camponeses.
O menino passou três dias e três noites vivendo no campo.
No carro, voltando para a cidade, o pai lhe perguntou:
- Como foi sua experiência?
- Boa. respondeu o filho, com o olhar perdido à
distância.
- E o que você aprendeu? insistiu o pai.
O filho respondeu:
- Que nós temos um cachorro e eles têm quatro.
- Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega
até metade do nosso quintal.
Eles têm um rio
sem fim, de água cristalina, onde têm peixinhos e outras belezas.
- Que importamos lustres do Oriente para iluminar nosso
jardim,
enquanto eles
têm as estrelas e a lua para iluminá-los. - Nosso quintal chega até o muro. O
deles chega até o
horizonte.
- Compramos nossa comida e esquentamos em micro ondas,
eles cozinham em
fogão à lenha.
- Ouvimos CD’s, Mp3, eles ouvem a sinfonia de pássaros,
sapos, grilos, tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro
canto de um
vizinho trabalhando sua terra.
- Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com
alarmes…
Eles vivem com
suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos.
- Vivemos conectados ao celular, ao computador, sempre
plugados, neuroticamente atualizados.
Eles estão
“conectados” à vida, ao céu, ao sol, à água, ao campo, animais, às suas
sombras, à sua família.
O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho
e então o filho terminou:
- Obrigado, pai, por ter me ensinado o quanto somos
pobres!
Nós temos olhos para enxergar, ouvidos para escutar, mas
falta humildade em nossa mente e coração
para sentirmos na simplicidade da vida a gratidão
pela beleza da Criação inteiramente a nossa disposição,
pelo amor verdadeiro que nem percebemos....
Desconheço o autor
CAP IX – 26/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP IX – BEM AVENTURADOS OS MANSOS E
PACÍFICOS
NO ERGUIMENTO DA PAZ
"Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de
Deus”. - JESUS. (Mateus, 5:9.).
Efetivamente, precisamos dos artífices da inteligência,
habilitados a orientar o progresso das ciências no planeta. Necessitamos,
porém, e talvez mais ainda, dos obreiros do bem, capazes de assegurar a paz no
mundo.
Não somente daqueles que asseguram o equilíbrio coletivo
na cúpula das nações, mas de quantos se consagram ao cultivo da paz no
cotidiano:
- dos que saibam ouvir assuntos graves, substituindo-lhe
os ingredientes vinagrosos pelo bálsamo do entendimento
fraterno;
- dos que percebem a existência do erro e se dispõem a
saná-lo, sem alargar-lhe a extensão com críticas destrutivas;
- dos que enxergam problemas, procurando solucioná-los,
em silêncio, sem conturbar o ânimo alheio;
- dos que recolhem confidências aflitivas, sem passá-la
adiante;
- dos que identificam os conflitos dos outros,
ajudando-os sem referências amargas;
- dos que desculpam ofensas, lançando-as no esquecimento;
- dos que pronunciam palavras de consolo e esperança,
edificando fortaleza e tranquilidade onde estejam;
- dos que apagam o fogo da rebeldia ou da crueldade, com
exemplos de tolerância;
- dos que socorrem os vencidos da existência, sem acusar
os chamados vencedores;
- dos que trabalham sem criar dificuldades para os irmãos
do caminho;
- dos que servem sem queixa;
- dos que tomam sobre os próprios ombros toda a carga de
trabalho que podem suportar no levantamento do bem de
todos, sem
exigir a cooperação do próximo para que o bem de todos prevaleça.
Paz no coração e paz no caminho.
Bem-aventurados os pacificadores - disse-nos Jesus -, de
vez que todos eles agem na vida, reconhecendo-se na condição de fiéis e
valorosos filhos de Deus.
Francisco Cândido
Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel
A BENÇÃO DO ESTÍMULO
Comentavam os aprendizes que a verdade constitui dever
primordial, acima de todas as obrigações comuns, quando Filipe afiançou que, a
pretexto de cultuar-se a realidade, ninguém deveria aniquilar a consolação.
E talvez por reportar-se André à franqueza com que o
Mestre atendia aos mais variados problemas da vida, o Senhor tomou a palavra e
contou, atencioso:
— Devotado chefe de família que lutava com bravura por
amealhar recursos com que pudesse sustentar o barco doméstico, depois de
desfrutar vasto período de fartura, viu-se pobre e abandonado pelos melhores
amigos, de uma semana para outra, em virtude de enorme desastre comercial.
O infeliz não soube suportar o golpe que o mundo lhe
vibrava no espírito e morreu, após alguns dias, ralado por inomináveis
dissabores.
Entregue a si mesma, ao pé de seis filhos jovens, a
valorosa viúva enxugou o pranto e reuniu os rebentos, ao redor de velha mesa
que lhes restava, e verificou que os moços amargurados pareciam absolutamente
vencidos pela tristeza e pelo desânimo.
Cercada de tantas lamentações e lágrimas, a senhora
meditou, meditou... e, em seguida, dirigiu-se ao interior, de onde voltou
sobraçando pequena caixa de madeira, cuidadosamente cerrada, e falou aos
rapazes com segurança:
— “Meus filhos, não nos achamos em tamanha
miserabilidade. Neste cofre possuímos valioso tesouro que a previdência
paternal lhes deixou.
É fortuna capaz de fazer a nossa felicidade geral;
entretanto, os maiores depósitos do mundo desaparecem quando não se alimentam
nas fontes do trabalho honesto e produtivo.
Em verdade, o nosso ausente, quando desceu ao repouso,
nos empenhou em dívidas pesadas; todavia, não será justo o esforço pelas
resgatar com a preservação de nosso precioso legado?
Aproveitemos o tempo, melhorando a própria sorte e, se
concordam comigo, abriremos a caixa, mais tarde, a menos que as exigências do
pão se façam insuperáveis.”
Belo sorriso de alegria e reconforto apareceu no
semblante de todos.
Ninguém discordou da sugestão materna.
No dia seguinte, os seis jovens atacaram corajosamente o
serviço da terra. Valendo-se de grande gleba alugada, plantaram o trigo, com
imenso desvelo, em valoroso trabalho de colaboração e, com tanto devotamento se
portaram que, findos seis anos, os débitos da família se achavam liquidados,
enorme propriedade rural fora adquirida e o nome do pai coroado, de novo, pela
honra justa e pela fortuna próspera.
Quando já haviam superado de muito os bens perdidos pelo
pai, reuniram-se, certa noite, com a genitora, a fim de conhecerem o legado
intacto.
A velhinha trouxe o cofre, com inexcedível carinho,
sorriu satisfeita e abriu-o sem grande esforço.
Com assombro dos filhos, porém, dentro do estojo
encontraram somente velho pergaminho com as belas palavras de Salomão:
— “O filho sábio alegra seu pai, mas o filho insensato é
a tristeza de sua mãe. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; contudo, a
justiça livra-nos da morte no mal. O Senhor não deixa com fome a alma do justo;
entretanto, recusa a fazenda dos ímpios. Aquele que trabalha com mão enganosa,
empobrece; todavia, a mão dos diligentes enriquece para sempre”.
Entreolharam-se os rapazes com júbilo indizível e agradeceram
a inolvidável lição que o carinho materno lhes havia doado.
Silenciou o Mestre, sob a expressão de contentamento e
curiosidade dos discípulos e, finda a ligeira pausa, terminou, sentencioso:
— Quem classificaria de enganadora e mentirosa essa
grande mulher?
Seja o nosso falar “sim, sim” e “não, não” nos lances
graves da vida, mas nunca espezinhemos a bênção do estímulo nas lutas
edificantes de cada dia.
O germen tenro é a promessa do fruto.
A pretexto de acender a luz da verdade, que ninguém destrua
a candeia da esperança.
NEIO LUCIO - CAP 18 - JESUS NO LAR
CAP X – 27/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP X – BEM AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
VANTAGENS DO PERDÃO
"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas
também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós..." – Jesus (Mateus, 6:14)
Quando Jesus nos exortou ao perdão não nos induzia
exclusivamente ao aprimoramento moral, mas também ao reconforto íntimo, a fim
de que possamos trabalhar e servir, livremente, na construção da própria
felicidade.
Registremos alguns dos efeitos imediatos do perdão nas
ocorrências da vida prática.
- Através dele, ser-nos-á possível promover a extinção do
mal, interpretando-se o mal por fruto de ignorância ou
manifestação de
enfermidade da mente;
- impediremos a formação de inimigos que poderiam surgir
e aborrecer-nos indefinidamente, alentados por nossa
aspereza ou
intolerância;
- liberar-nos-emos de qualquer perturbação no tocante a
ressentimento;
- imunizaremos o campo sentimental dos entes queridos
contra emoções, idéias, palavras ou atitudes suscetíveis de
marginalizá-los,
por nossa causa, nos despenhadeiros da culpa;
- defenderemos a tarefa sob nossa responsabilidade,
sustentando-a a cavaleiro de intromissões que, a pretexto de
auxiliar-nos,
viessem arrasar o trabalho que mais amamos;
- impeliremos o agressor a refletir seriamente na
impropriedade da violência;
- e adquiriremos a simpatia de quantos nos observem,
levando-os a admitir a existência da fraternidade, em cujo poder dizemos
acreditar.
Quantos perdoem golpes e injúrias, agravos e perseguições
apagam incêndios de ódio ou extinguem focos de delinquência no próprio
nascedouro, amparando legiões de criaturas contra o desequilíbrio e
resguardando a si mesmos contra a influência das trevas.
Perdão pode ser comparado a luz que o ofendido acende no
caminho do ofensor.
Por isso mesmo, perdoar, em qualquer situação, será
sempre colaborar na vitória do amor, em apoio de nossa própria libertação para
a vida imperecível.
Emmanuel - Do livro Aulas da Vida. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
A NECESSIDADE DE ENTENDIMENTO –
Um dos companheiros trazia ao culto evangélico enorme
expressão de abatimento.
Ante as indagações fraternas do Senhor, esclareceu que
fora rudemente tratado na via pública. Vários devedores, por ele convidados a
pagamento, responderam com ingratidão e grosseria.
Não se internou o Cristo através da consolação
individual, mas, exortando evidentemente todos os companheiros, narrou,
benevolente:
— Um grande explicador dos textos de Job possuía
singulares disposições para os serviços da compreensão e da bondade, e, talvez
por isso, organizou uma escola em que pontificava com indiscutível sabedoria.
Amparando, certa ocasião, um aprendiz irrequieto que
frequentes vezes se lamuriava de maus tratos que recebia na praça pública, saiu
pacientemente em companhia do discípulo, pelas ruas de Jerusalém, implorando
esmolas para determinados serviços do Templo.
A maioria dos transeuntes dava ou negava, com
indiferença, mas, numa esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes à
rogativa com aspereza e zombaria.
O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram,
cuidadosos. Não andaram muito tempo e viram-no cair ao solo, ralado de dor
violenta, provocando o socorro geral. Verificaram, em breve, que o irmão
irritado sofria de cólicas mortais.
Demandaram adiante, quando foram defrontados por um
cavalheiro que nem se dignou responder-lhes à súplica, endereçando-lhes tão
somente um olhar rancoroso e duro.
Orientador e tutelado acompanharam-lhe os passos, e,
quando a estranha personagem alcançou o domicílio que lhe era próprio,
repararam que compacto grupo de pessoas chorosas o aguardava, grupo esse ao
qual se uniu em copioso pranto, informando-se os dois de que o infeliz retinha
no lar uma filha morta.
Prosseguiram esmolando na via pública e, a estreito
passo, receberam fortes palavrões de um rapaz a quem se haviam dirigido.
Retraíram-se ambos, em expectativa, verificando, depois de meia hora de
observação, que o mísero não passava de um louco.
Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes
prometia prisão e pedradas; mas, decorridas algumas horas, souberam que o
infortunado era simplesmente um negociante falido, que se convertera de senhor
em escravo, em razão de débitos enormes.
Como o dia declinasse, o respeitável instrutor convocou o
discípulo ao regresso e ponderou:
— Guardaste a lição? Aceita a necessidade do entendimento
por sagrado imperativo da vida. Nunca mais te queixes daqueles que exibem
expressões de revolta ou desespero nas ruas. O primeiro que nos surgiu à frente
era enfermo vulgar; o segundo guardava a morte em casa; o terceiro padecia
loucura e o quarto experimentava a falência. Na maioria dos casos, quem nos
recebe de mau-humor permanece em estrada muito mais escura e mais espinhosa que
a nossa.
E, completando o ensinamento, terminou o Senhor, diante
dos companheiros espantados:
— Quando encontrarmos os portadores da aflição, tenhamos piedade
e auxiliemo-los na reconquista da paz íntima. O touro retém os chifres, por não
haver atingido, ainda, o dom das asas. Reclamamos, comumente, contra a ovelha
que nos perturba o repouso, balindo, atormentada; todavia, raramente nos
lembramos de que o pobre animal vai seguindo, sob laço pesado, a caminho do
matadouro.
NEIO LUCIO - CAP 35 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XI – 28/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XI – AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
O NOVO MANDAMENTO
“Um novo
mandamento vos dou: que vos ameia uns aos outros, como eu vos amei.” — Jesus.
(JO, 13:34.)
A leitura despercebida do texto induziria o leitor a
sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento
relativo à regra áurea.
Entretanto, é preciso salientar a diferença.
O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que
vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.
O primeiro institui um dever, em cuja execução não é
razoável que o homem cogite da compreensão alheia.
O aprendiz amará o próximo como a si mesmo.
Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo
mandamento na comunidade cristã.
O Mestre refere-se a isso na derradeira reunião com os
amigos queridos, na intimidade dos corações.
A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos
amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos,
garante a confiança fraternal e a certeza do entendimento recíproco.
Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo
como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos
que se amparam efetivamente uns aos outros.
Esse é o novo mandamento que estabeleceu a intimidade
legítima entre os que se entregaram ao Cristo, significando que, em seus
ambientes de trabalho, há quem se sacrifique e quem compreenda o sacrifício,
quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer.
Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa
característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os
argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda
não penetraram o santuário dos corações.
Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
A REGRA DE AJUDAR
João, no age da curiosidade juvenil, compreendendo que se
achava à frente de novos métodos de viver, tal a grandeza com que o Evangelho
transparecia dos ensinamentos do Senhor, perguntou a Jesus qual a maneira mais
digna de se portar o aprendiz, diante do próximo, no sentido de ajudar aos
semelhantes, ao que o Amigo Divino respondeu, com voz clara e firme:
— João, se procuras uma regra de auxiliar os outros,
beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada
terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.
A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a
própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual
furioso combatente no deserto; recorda que a maioria dos enfermos conhece, de
algum modo, a moléstia que lhes é própria, reclamando amizade e entendimento,
acima da medicação.
Lembra-te de que não há corações na Terra, sem problemas
difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com
todos.
Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação
recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero
propósito de servir.
Fixa nos olhos as pessoas que te dirigirem a palavra,
testemunhando-lhes carinhoso interesse, e guarda sempre a posição de ouvinte
delicado e atencioso; não levantes demasiadamente a voz, porque a segurança e a
serenidade com que os mais graves assuntos devem ser tratados não dependem de
ruído.
Abstém-te das conversações improfícuas; o comentário
menos digno é sempre invasão delituosa em questões pessoais.
Louva quem trabalha e, ainda mesmo diante dos maus e dos
ociosos, procura exaltar o bem que são suscetíveis de produzir.
Foge ao pessimismo, guardando embora a prudência
indispensável perante as criaturas arrojadas em negócios respeitáveis, mas
passageiros, do mundo; a tristeza improdutiva, que apenas sabe lastimar-se,
nunca foi útil à Humanidade, necessitada de bom ânimo.
Usa, cotidianamente, a chave luminosa do sorriso
fraterno; com o gesto espontâneo de bondade, podemos sustar muitos crimes e
apagar muitos males.
Faze o possível por ser pontual; não deixes o companheiro
à tua espera, a fim de que te não seja atribuída uma falsa importância.
Agradece todos os benefícios da estrada, respeitando os
grandes e os pequenos; se o Sol aquece a vida, é a semente de trigo que fornece
o pão.
Deixa que as águas vivas e invisíveis do Amor, que
procedem de Deus, Nosso Pai, atravessem o teu coração, em favor do círculo de
luta em que vives; o Amor é a força divina que engrandece a vida e confere
poder.
Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade
e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer
parte, não apenas hoje, mas sempre.
Silenciou o Cristo e, assinalando a beleza do programa
exposto, o jovem apóstolo inquiriu respeitosamente:
— Senhor, como conseguirei executar tão expressivos
ensinamentos?
O Mestre respondeu, resoluto:
— A boa-vontade é nosso recurso de cada hora.
E, afagando os cabelos do discípulo inquieto, encerrou as
preces da noite.
NEIO LUCIO - CAP 30 - JESUS NO LAR – FCX
A COROA E AS ASAS
Comentava-se, na reunião, as glórias do saber, quando o
Cristo, para ilustrar a palestra, contou, despretensioso:
— Um homem amante da verdade, informando-se de que o
aprimoramento intelectual conduz à divina sabedoria, atirou-se à elevação da
montanha da ciência, empenhando todas as forças que possuía no decisivo
cometimento.
A vereda era sombria qual obscuro labirinto; contudo, o
esforçado lidador, olvidando dificuldades e perigos, avançava sempre, trocando
de vestuário para melhor acomodar-se às exigências da marcha.
De tempos a tempos, lançava à margem da estrada uma
túnica que se fizera estreita ou uma alpercata que se lhe afigurava inservível,
procurando indumentária nova, até que, um dia, depois de muitos anos, alcançou
a desejada culminância, onde um representante de Deus lhe surgiu ao encontro.
O emissário cumprimentou-o, abraçou-o e revestiu-lhe a
fronte com deslumbrante coroa de luz.
Todavia, quando o vencedor do conhecimento quis
prosseguir adiante, na direção do Paraíso, recomendou-lhe o mensageiro que
voltasse atrás dos próprios passos, a ver o trilho percorrido e que, de sua
atitude na revisão do caminho, dependeria a concessão de asas com que lhe seria
possível voar ao encontro do Pai Eterno.
O interessado regressou, mas, agora, auxiliado pela
fulgurante auréola de que fora investido, podia contemplar todos os ângulos da
senda, antes inextricável ao seu olhar.
Não conteve o riso, diante das estranhas roupagens de que
os viajadores da retaguarda se vestiam.
Aqui, notava uma túnica rota; acolá, uma sandália
extravagante. Peregrinos inúmeros se apoiavam em bordões quebradiços, enquanto
outros se amparavam em capas misérrimas; entretanto, cada qual, com
impertinência infantil, marchava senhor de si, como se envergasse a roupa mais
valiosa do mundo.
O vencedor da ciência não suportou as impressões que o
quadro lhe causava e abriu-se em frases de zombaria, reprovando acremente a
ignorância de quantos seguiam em vestes ridículas ou inadequadas.
Gritou, condenou e fez apodos contundentes.
Dirigiu-se à comunidade dos viajantes com tamanha ironia
que muitos renunciaram à subida, retornando à inércia da planície vasta.
Após amaldiçoar a todos, indistintamente, voltou o herói
coroado ao cume do monte, na expectativa de partir sem detença ao encontro do
Pai, mas o Anjo, muito triste, explicou-lhe que a roupagem dos outros, que lhe
provocara tanto sarcasmo inútil, era aquela mesma de que ele se servira para
elevar-se, ao tempo em que era frágil e semicego, e que as asas de luz, com que
deveria erguer-se ao Trono Divino, somente lhe seriam dadas, quando edificasse
o amor no imo do coração.
Faltavam-lhe piedade e entendimento; que ele voltasse
demoradamente ao caminho e auxiliasse os semelhantes, sem o que jamais
conseguiria equilibrar-se no Céu.
Alguns minutos de silêncio seguiram-se indevassáveis...
O Mestre, todavia, imprimindo significativa ênfase às
palavras, terminou:
— Há muitas almas, na Terra, ostentando a luminosa coroa
da ciência, mas de coração adormecido na impiedade, salientando-se no sarcasmo
pueril e na censura indébita.
Envenenadas pela incompreensão, exigentes e cruéis,
fulminam os companheiros mais fracos no entendimento ou na cultura, ao invés de
estender-lhes as mãos fraternais, reconhecendo que também já foram assim,
tateantes e imperfeitos...
Enquanto, porém, não se decidirem a ajudar o irmão menos
esclarecido e menos afortunado, acolhendo-o no próprio espírito, com
sinceridade e devotamento, não receberão as asas com que lhes será lícito
partir na direção do Céu.
NEIO LUCIO CAP 14 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XII – 29/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XII – AMAI OS VOSSOS INIMIGOS
ANTE OFENSAS
“Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder em
muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.” – JESUS.
(Mateus, 5:20.)
A fim de atender à recomendação de Jesus – “amai-vos uns
aos outros como eu vos amei” - , não te colocarás tão-somente no lugar do irmão
necessitado de socorro material para que lhe compreendas a indigência com
segurança; situar-te-ás também na posição daquele que te ofende para que lhe
percebas a penúria da alma, de modo a que lhe estendas o concurso possível.
Habitualmente aquele que te fere pode estar nos mais diversos
graus de dificuldades e perturbação.
Talvez esteja:
no clima de enganos lastimáveis dos quais se retirará,
mais tarde, em penosas condições de arrependimento;
sofrendo a pressão de constrangedores processos
obsessivos;
carregando moléstias ocultas;
evidenciando propósitos infelizes sob a hipnose da
ambição desregrada, de que se afastará, um dia, sob os desencantos da culpa;
agindo com a irresponsabilidade decorrente da ignorância;
satisfazendo a compulsões da loucura ou procedendo sem
autocrítica, em aflitivo momento de provação.
Por isso mesmo, exortou-nos Jesus a amar os inimigos e a
orar pelos que nos perseguem e caluniam.
Isso porque somos inconsequentes toda vez que passamos
recibo a insultos e provocações com os quais nada temos que ver.
Se temos o espírito pacificado no dever cumprido, proque
deixar a estrada real do bem, a fim de ouvir as sugestões das trevas nos
despenhadeiros do mal?
Além disso, se estamos em paz, à frente de irmãos nossos,
envolvidos em sombra ou desespero, não seria justo nem humano agravar-lhes o
desequilíbrio com reações impensadas, quando os sãos, perante Jesus, são
chamados a socorrer os doentes, com a sincera disposição de compreender e
servir, aliviar e auxiliar.
Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo
Espírito Emmanuel
A ARMA INFALÍVEL
Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo
pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o
chefe da oficina de que fora despedido.
O pensamento foi
vazado em forma de ameaças cruéis.
E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que
o expressava, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se
furioso sem saber porque.
Encontrou, quase de imediato, o sub chefe da oficina e, a
pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba
mental que trazia consigo.
Foi a vez do sub chefe tornar-se neurastênico, sem dar o
motivo.
Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu
amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se,
descarregou na esposa o perigoso dardo intangível.
Tão só por ver um sapato imperfeitamente engraxado,
proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a
asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável.
Repentinamente transtornada pelo raio que a ferira e que,
até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se
incumbia do serviço de calçados e desabafou.
Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o
estilete invisível.
Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental.
Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de
suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que seria compelida a aceitar,
acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno
imponderável, num pontapé de largas proporções.
O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera,
e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública.
Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na
coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica.
Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia;
entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração
amaldiçoada.
Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.
O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se
em fera verdadeira.
Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e
saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava
para a refeição da tarde.
Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era
portador.
— Estou farto! — bradou — a senhora é culpada dos
aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de
minha frente!...
Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico,
qual louco.
A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos
e disse-lhe com naturalidade e brandura:
— Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a
extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para
lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!... Tudo
passa na Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou... Abraçou-o,
comovida, e afagou-lhe os cabelos!
O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e
reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que
começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.
Houve então entre os dois uma explosão de íntimas
alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.
A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali,
dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.
NEIO LUCIO - CAP 12 – ALVORADA CRISTÃ
CAP XIII – 30/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XIII – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O
QUE FAZ A DIREITA
A POBREZA FELIZ
Quem se empobrece de ambições inferiores, adquire a luz
que nasce da sede de perfeição espiritual.
Quem se empobrece de orgulho, encontra a fonte oculta da
humildade vitoriosa.
Quem s empobrece de exigências da vida física, recebe os
tesouros inapreciáveis da alma.
Quem se empobrece de aflições inúteis, em torno das
posses efêmeras da Terra, surpreende a riqueza da paz em si mesmo.
Quem se empobrece de vaidade, amealha as bênçãos do
serviço.
Quem se empobrece de ignorância, ilumina-se com a chama
da sabedoria.
Não vale amontoar ilusões que nos enganam somente no
transcurso de um dia.
Não vale sermos ricos de mentira, no dia de hoje, para
sermos indigentes da verdade, no dia de amanhã.
Ser grande, à frente dos homens, é sempre fácil. A
astúcia consegue semelhante fantasia sem qualquer obstáculo.
Mas ser pequenino, diante das criaturas, para servirmos
realmente aos interesses do Senhor, junto da Humanidade, é trabalho de raros.
Bem aventurada será sempre a pobreza que sabe se
enriquecer de luz para a imortalidade, porque o rico ocioso da Terra é o
indigente da Vida Mais Alta e o pobre esclarecido do mundo é o espírito
enobrecido das Esferas Superiores, que será aproveitado na extensão da Obra de
Deus.
Livro: DINHEIRO - Francisco Cândido Xavier – por Emmanuel
A CARIDADE DESCONHECIDA
A conversação em casa de Pedro versava, nessa noite,
sobre a prática do bem, com a viva colaboração verbal de todos.
Como expressar a compaixão, sem dinheiro?
Por que meios incentivar a beneficência, sem recursos
monetários?
Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna
material eram invocados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os
poderosos da Terra se encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando
o Mestre interferiu, opinando, bondoso:
— Um sincero devoto da Lei foi exortado por determinações
do Céu ao exercício da beneficência; entretanto, vivia em pobreza extrema e não
podia, de modo algum, retirar a mínima parcela de seu salário para o socorro
aos semelhantes. Em verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas
palavras e gestos pessoais de conforto e estímulo a quantos se achavam em
sofrimento e dificuldade; porém, magoava-lhe o coração a impossibilidade de
distribuir agasalho e pão com os andrajosos e famintos à margem de sua estrada.
Rodeado de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que
lhe absorvia o suor.
Reconheceu, todavia, que, se lhe era vedado o esforço na
caridade pública, podia perfeitamente guerrear o mal, em todas as
circunstâncias de sua marcha pela Terra.
Assim é que passou a extinguir, com incessante atenção,
todos os pensamentos inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contacto com
pessoas interessadas na maledicência, retraía-se, cortês, e, em respondendo a
alguma interpelação direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima
ausente;
se alguém, diante dele, dava pasto à cólera fácil,
considerava a ira como enfermidade digna de tratamento e recolhia-se à quietude;
insultos alheios batiam-lhe no espírito à maneira de
calhaus em barril de mel, porquanto, além de não reagir, prosseguia tratando o
ofensor com a fraternidade habitual;
a calúnia não encontrava acesso em sua alma, de vez que
toda denúncia torpe se perdia, inútil, em seu grande silêncio; reparando
ameaças sobre a tranquilidade de alguém, tentava desfazer as nuvens da
incompreensão, sem alarde, antes que assumissem feição tempestuosa;
se alguma sentença condenatória bailava em torno do
próximo, mobilizava, espontâneo, todas as possibilidades ao seu alcance na
defesa delicada e imperceptível;
seu zelo contra a incursão e a extensão do mal era tão
fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via pública,
para que não oferecessem perigo aos transeuntes.
Adotando essas diretrizes, chegou ao termo da jornada
humana, incapaz de atender às sugestões da beneficência que o mundo conhece.
Jamais pudera estender uma tigela de sopa ou ofertar uma
pele de carneiro aos irmãos necessitados.
Nessa posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde
o servidor humilde compareceu receoso e desalentado.
Temia o julgamento das autoridades celestes, quando, de
improviso, foi aureolado por brilhante diadema, e, porque indagasse, em
lágrimas, a razão do inesperado prêmio, foi informado de que a sublime
recompensa se referia à sua triunfante posição na guerra contra o mal, em que
se fizera valoroso empreiteiro.
Fixou o Mestre o olhar percuciente e calmo e concluiu, em
tom amigo:
— Distribuamos o pão e a cobertura, acendamos luz para a
ignorância e intensifiquemos a fraternidade aniquilando a discórdia, mas não
nos esqueçamos do combate metódico e sereno contra o mal, em esforço diário,
convictos de que, nessa batalha santificante, conquistaremos a divina coroa da
caridade desconhecida.
NEIO LUCIO - CAP 20 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XIV – 31/05
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XIV – HONRA TEU PAI E TUA MÃE
FAMILIARES
“Porquanto
qualquer que fizer a vontade de Deus esse é meu irmão minha irmã e minha mãe” -
Jesus - Marcos, 3, 35.
“Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos
laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras
se fortalecem pela purificação e se perpetuam, no mundo dos Espíritos, através
das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem
com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente já na existência atual.
Cap.14, 8.
Parentela - instituto primário de caridade.
Fora do lar, é possível o sossego na consciência,
distribuindo as sobras do dinheiro ou do tempo, aliás, com o mérito de quem
sabe entesourar a beneficência.
Nada difícil suportar o agressor desconhecido que
raramente conseguiremos rever.
Nenhum sacrifício em amparar o doente, largado na rua, a
quem não nos vinculamos compromisso direto.
Em casa, porém, somos constrangidos ao exercício da
assistência constante.
É aí, no reduto doméstico, por trás das paredes que nos
isolam do aplauso público, que a vidência Divina nos experimenta a madureza tal
ou o proveito dos bons conselhos que ministramos.
Nós que, de vez em vez, desembolsamos sorrindo pequena
parcela de recursos em benefício dos outros, estamos incessantemente convocados
a sustentar os familiares que precisam de nós, não apenas mobilizando
possibilidades materiais, mas também apoio e compreensão, disciplina e exemplo,
resguardando as forças que nos asseguram felicidade.
Anseias por encargos sublimes queres a convivência das entidades
superiores, sonhas com posse de dons luminescentes, suspiras pela ascensão
espiritual!...
Contempla, no entanto, o espaço estreito que serve de
moradia e lembra-te da criança na escola.
Em cada companheiro que partilha a consanguinidade, temos
um livro de lições que, às vezes, nos detém o passo por tempo enorme, no
esforço da repetência.
Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas
virtudes; num, a paciência, noutro, a lealdade, e ainda em outros, o equilíbrio
e a abnegação, a firmeza e a brandura!
A pretexto de auxiliar a Humanidade, não fujas do cadinho
fervente de lutas em que a vida te colocou sob o telhado em que respiras.
Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência
física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações de humildade e serviço,
perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos de pai ou mãe, esposo
ou esposa, filhos ou irmãos, porque é de tua vitória moral junto deles que
depende a tua admissão definitiva, entre os amados que te esperam, nas vanguardas
de luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior.
Emmanuel - do livro:
O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
O PODER DA GENTILEZA
Eminente professor negro, interessado em fundar uma
escola num bairro pobre, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o
benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse
imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:
— A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas.
Organize uma casa e autorizaremos a providência.
— Mas, doutor, não
dispomos de recursos... — considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos. —
Que fazer? —De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.
O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde,
fez um riso escarninho e acrescentou:
— O senhor não pode intervir na administração.
O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e
a noite daquele sábado, pensando, pensando...
Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes
árvores, na direção de antigo mercado. Ia comentando, na oração silenciosa:
— Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as
criancinhas, Senhor?
Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.
O movimento era enorme. Muitas compras. Muita gente.
Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se
dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia,
exclamou:
— Meu velho, venha cá.
O professor acompanhou-a, sem vacilar.
À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de
trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:
— Traga-me esta encomenda.
Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.
Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram
elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:
— Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?
— Perfeitamente — respondeu o interpelado —, dê suas
ordens.
Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação
de meio metro de lenha para o fogão.
Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou
algumas toras.
Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé.
Consertou-a com sacrifício da própria roupa.
Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de
buscar um peru assado, à distância de dois quilômetros.
Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo.
Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que
se efetuaria lauto almoço.
Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada
no fidalgo domicílio.
Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a
presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades
respeitáveis.
Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa,
quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.
Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com
visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos
trabalhos.
— Não pense nisto — respondeu com sinceridade —, tive
muito prazer em ser-lhe útil.
No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o,
na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas,
anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia
estabelecer.
As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito
autorizaria a providência com satisfação.
Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o
reconhecimento que lhe reinavam n’alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as
mãos, respeitoso.
A bondade dele vencera os impedimentos legais.
O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.
A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso
poder.
NEIO LUCIO - ALVORADA CRISTÃ – FCX
CAP XV – 01/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XV – FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
ESCOLA DE BENÇÃO
Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção
de amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que não te distraíram e
usaste comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por
semana, sai de ti mesmo e busca na caridade a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao
contacto daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio
silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a
emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos
nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela
fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam
valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais,
os paralíticos que sonham com a alegria de se arrastarem,
os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando um momento de alívio, os
que choram mutilações trazidas do berço e os que vacilam, desorientados, na
noite total da loucura.
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e,
ajustado a ti mesmo,
volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
- Obrigado, meu Deus !
Meimei - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de
Francisco C Xavier e Waldo Vieira.
A LIÇÃO DA SEMENTE
Diante da perplexidade dos ouvintes, falou Jesus,
convincente:
— Em verdade, é muito difícil vencer os aflitivos
cuidados da vida humana.
Para onde se voltem nossos olhos, encontramos a guerra, a
incompreensão, a injustiça e o sofrimento.
No Templo, que é o Lar do Senhor, comparecem o orgulho e
a vaidade nos ricos, o ódio e a revolta nos pobres.
Nem sempre é possível trazer o coração puro e limpo, como
seria de desejar, porque há espinheiros, lamaçais e serpentes que nos rodeiam.
Entretanto, a ideia do Reino Divino é assim como a
semente minúscula do trigo.
Quase imperceptível é lançada à terra, suportando-lhe o
peso e os detritos, mas, se germina, a pressão e as impurezas do solo não lhe
paralisam a marcha.
Atravessa o chão escuro e, embora dele retire em grande
parte o próprio alimento, o seu impulso de procurar a luz de cima é dominante.
Desde então, haja sol ou chuva, faça dia ou noite,
trabalha sem cessar no próprio crescimento e, nessa ânsia de subir, frutifica
para o bem de todos.
O aprendiz que sentiu a felicidade do avivamento
interior, qual ocorre à semente de trigo, observa que longas raízes o prendem
às inibições terrestres...
Sabe que a maldade e a suspeita lhe rondam os passos, que
a dor é ameaça constante; todavia, experimenta, acima de tudo, o impulso de
ascensão e não mais consegue deter-se.
Age constantemente na esfera de que se fez peregrino, em
favor do bem geral.
Não encontra seduções irresistíveis nas flores da
jornada.
O reencontro com a Divindade, de que se reconhece
venturoso herdeiro, constitui-lhe objetivo imutável e não mais descansa, na
marcha, como se uma luz consumidora e ardente lhe torturasse o coração.
Sem perceber, produz frutos de esperança, bondade, amor e
salvação, porque jamais recua para contar os benefícios de que se fez
instrumento fiel.
A visão do Pai é a preocupação obcecante que lhe vibra na
alma de filho saudoso.
O Mestre silenciou por momentos e concluiu:
— Em razão disso, ainda que o discípulo guarde os pés
encarcerados no lodo da Terra, o trabalho infatigável no bem, no lugar em que
se encontra, é o traço indiscutível de sua elevação.
Conheceremos as árvores pelos frutos e identificaremos o
operário do Céu pelos serviços em que se exprime.
A essa altura, Pedro interferiu, perguntando:
— Senhor: que dizer, então, daqueles que conhecem os
sagrados princípios da caridade e não os praticam?
Esboçou Jesus manifesta satisfação no olhar e elucidou:
— Estes, Simão, representam sementes que dormem, apesar
de projetadas no seio dadivoso da terra.
Guardarão consigo preciosos valores do Céu, mas jazem
inúteis por muito tempo.
Estejamos, porém, convictos de que os aguaceiros e
furacões passarão por elas, renovando-lhes a posição no solo, e elas
germinarão, vitoriosas, um dia.
Nos campos de Nosso Pai, há milhões de almas assim,
aguardando as tempestades renovadoras da experiência, para que se dirijam à
glória do futuro.
Auxiliemo-las com amor e prossigamos, por nossa vez,
mirando a frente!
Em seguida, ante o silêncio de todos, Jesus abençoou a
pequena assembleia familiar e partiu.
NEIO LUCIO - CAP 4 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XVI – 02/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XVI – SERVIR A DEUS E A MAMON
DINHEIRO E CARÊNCIA
...filhos, quando puderdes, semeai a felicidade para os
vossos irmãos na Terra: quanto nos seja possível, sirvamos.
...tempo é também depósito de Deus em nossas mãos.
Aqui, na Vida
Espiritual, não se vos perguntará quanto aos títulos que usastes, nessa ou
naquela esfera de atividade
humana e sim
sereis inquiridos quanto às dores que atenuastes, às lágrimas que suprimistes!
...amemo-nos! Tudo é bênçãos quando convertemos as lutas
e os valores do mundo em bênçãos para a vida.
Abençoemos a
nossa oportunidade de trabalhar.
...em todas as circunstâncias, preservemos a
tranquilidade para servir, em todas as provações, imunizemo-nos contra a
discórdia e
reunamos nossas energias para realizar a tarefa a que fomos chamados.
E sejam quais
forem os problemas, entendamos nossas mãos uns aos outros fraternalmente, para
que o tempo,
patrimônio do
Senhor, não se perca em nossos passos.
...agradeçamos à Divina Providência o Dom de compreender
a verdade e o ensejo de trabalhar na concretização do
melhor ao nosso
alcance.
...todos os elementos do mundo são ingredientes
necessários à luz de nosso próprio burilamento.
...dinheiro é instrumento do Senhor para todos os que se
decidem a servi-lo na pessoa dos semelhantes e carência de
recursos
materiais é outra vantagem do Senhor para todos os que lhe sabem acatar os
desígnios, transformando-a em
trabalha
renovador.
...dor é bênção e alegria é bênção.
Dificuldade é
via de acesso à vitória nos ideais que nos propomos alcançar e facilidade é
caminho para sustentarmos o
triunfo a que
aspiramos no desempenho dos propósitos de Jesus.
...tudo na Terra e na vida é apelo a que trabalhemos
mais, servindo mais. À face disso, que a compreensão real do
Evangelho, nos
felicite, inspirando-nos a materializar, com mais segurança, as esperanças do
Cristo a nosso respeito.
...não nos deixemos envolver por dúvidas e sombras e
dissensões.
O grande remédio
para todas as aflições será sempre trabalhar mais e servir mais, entregando ao
Senhor a parte dos
problemas que
não nos seja possível resolver.
...unamo-nos portanto, filhos queridos, e acalentando a
alegria em nosso corações, sigamos ao encontro do futuro, na
certeza de que
Jesus nos sustentará.
MENSAGEM RECEBIDA EM 29.8.1964. PSICOGRAFIA CHICO XAVIER
- LIVRO BEZERRA, CHICO E VOCÊ
A VOZ DO EVANGELHO
Esparramado na poltrona, João Lício pensava.
Sem dúvida, fora feliz nos negócios. Enriquecera. Seu
nome nos bancos indicava créditos de milhões.
Que aceitava o Espiritismo, aceitava. Nenhuma Doutrina
mais consoladora. Mas daí a espalhar o que havia juntado, isso é que não.
Meditava, assim, por haver recebido na véspera a
solicitação de duzentos mil cruzeiros, da parte de amigos, para salvar grande
obra periclitante.
Para o montante do que possuía, a importância referida
expressava migalha; entretanto, segundo refletia, já havia feito o possível.
Dera grandes somas. Custeara a compra de vasto material. Cumprira com os
preceitos da cooperação e da caridade.
Sentia-se exonerado de quaisquer compromissos.
Ainda assim, ouvira dizer que o Evangelho respondia a
consultas e resolveu experimentar.
Levantou-se. Procurou o Novo Testamento e, após recolhê-lo,
tornou a sentar-se.
Abriu indiscriminadamente. E caiu-lhe aos olhos a
sentença de Jesus, no versículo dezenove do capítulo seis, das anotações do
Apóstolo Mateus:
- “Não ajunteis tesouros da Terra, onde a traça e a
ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam ...”
Como se houvesse recebido um choque, ponderou que o
trecho não apresentava significação para ele, porque sempre dera muito a todas
as instituições de caridade.
Abrira outra vez. O Livro Divino, decerto, lhe reservava
alguma consolação.
Repetiu o movimento e as páginas lhe mostraram o
versículo dez do capítulo dezessete, doa apontamentos de Lucas, em que Jesus
assim se expressa:
- “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for
mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que deveria
fazer.”
Surpreendeu-se mais ainda. O evangelho como que o chamava
a brios.
Nervoso, inquieto, consultou pela terceira vez. E o Livro
aberto exibiu o versículo vinte do capítulo doze, igualmente das lições de
Lucas, em que a voz do Senhor solta esta frase:
- “Louco, esta noite pedirão tua alma... E o que tens
ajuntado para quem será?”
João Lício fechou o volume com mãos trêmulas.
Espantado, tangido no íntimo, encerrou a consulta.
E, tomando o chapéu, saiu, procurando os amigos de modo a
ver como poderia ajudar.
Hilário Silva -
Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira - Livro: A Vida Escreve
CAP XVII – 03/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XVII – SEDE PERFEITOS
LETREIROS VIVOS
Nas faixas mínimas da sua experiência cotidiana surge o
roteiro humano que você representa para os outros.
Os traços do semblante pintam-lhe o clima interior.
Os seus objetos de uso pessoal compõem o edifício da sua
simplicidade.
A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de
disciplina.
O cumprimento das suas obrigações denuncia-lhe o valor da
palavra empenhada.
O teor da amizade dos seus vizinhos, para com a sua
pessoa, qualifica a sua capacidade de se fazer entendido.
O diapasão da sua palestra dá o tom da sua altura íntima.
A segurança da sua opinião traduz a firmeza dos seus
ideais.
Os tecidos que lhe envolvem o corpo configuram-lhe o
senso de naturalidade.
As iguarias da sua mesa revelham-lhe o papel do estômago
no mundo moral.
A natureza do cuidado com o seu físico fala francamente
de suas possíveis relações com a vaidade.
O seu presente diz, para todos, o que você foi no passado
e o que você será no porvir, com reduzidas possibilidades de erro.
A uniformidade entre o movimento das suas idéias, dos
seus conceitos e das suas ações disseca, à vista de todos, a fibra da sua
vontade.
Todas as criaturas que lhe partilham a existência lêem
incessantemente os letreiros vivos que lhe estabelecem a verdadeira identidade
nos panoramas da Vida, respondendo-lhe as mensagens inarticuladas com aversão
ou simpatia, contentamento ou desagrado, conforme a sua plantação de bem ou
mal.
ANDRÉ LUIZ - DO LIVRO O ESPÍRITO DA VERDADE. PSICOGRAFIA
DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.
LOUVADO SEJA DEUS
O velho André era um escravo resignado e sofredor.
Certo dia, ele soube que Jesus nos ensinara a santificar
o nome de Deus e prometeu a si mesmo jamais praticar o mal. Se o feitor da
fazenda o perseguia, André perdoava e dizia de todo o coração: – Louvado seja
Deus.
Se algum companheiro tentava-o a fugir das obrigações de
cada dia, considerando as injustiças que os cercavam, ele dizia contar com a
Bondade Divina, indicava o céu e repetia: – Louvado seja Deus.
Quando veio a libertação dos cativos, o dono da fazenda
chamou-o e disse-lhe que a pobreza e a doença lhe batiam à porta e pediu-lhe
que não o abandonasse.
Todos os companheiros se ausentaram, embriagados de
alegria, mas André teve compaixão do Senhor, agora humilhado, e permaneceu no
serviço, imaginando que Deus estaria satisfeito com o seu procedimento.
O proprietário da terra, pouco a pouco, perdeu o que
possuía, arruinado pela enfermidade, mas o generoso servidor cuidou dele, até à
morte, afirmando sempre: – Louvado seja Deus.
André estava cansado e envelhecido, quando o antigo
patrão faleceu.
Quis trabalhar, mas o corpo encarquilhado curvava-se para
o chão, com muitas dores.
Esmolou, então, com humildade e paciência e, de cada vez
que recebia algum pão para saciar a fome ou algum trapo para cobrir o corpo,
exclamava alegremente: – Louvado seja Deus.
Certa noite, muito sozinho, com sede e febre, notou que
alguém penetrava em sua choça de palha.
Quem seria?
Em poucos instantes, um anjo erguia-se à frente
dele.
Acanhado e aflito, quis falar alguma coisa, mas não pôde.
O anjo, porém, sorrindo, abraçou-o e exclamou: – André, o
nome de Nosso Pai Celestial foi exaltado por seu coração e vim buscar você para
que a sua voz possa louvá-lo agora no céu.
No dia seguinte, o corpo do velho escravo apareceu morto
na choupana, mas, sobre o teto rústico as aves pousavam, cantando, e muita
gente afirmou que os passarinhos pareciam repetir: – Louvado seja Deus!
MEIMEI – PAI NOSSO – FCX
CAP XVIII – 04/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XVIII – MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS
ESCOLHIDOS
A PORTA ESTREITA
Aceitemos a dificuldade por mestra amorável, se esperamos
que a vida nos entregue os seus tesouros.
Sem a porta estreita do obstáculo não conseguiríamos
medir a nossa capacidade de trabalho ou ajuizar quanto à nossa fé.
As lições do próprio suor são as mais preciosas.
Os ensinamentos hauridos na própria renúncia são aqueles
que se nos estampam na alma, no campo evolutivo.
Ouvimos mil conselhos edificantes e sorrimos, ante o
fracasso iminente.
Basta, porém, por vezes, uma pequena dor para que se nos
consolide a cautela à frente do perigo.
Com discernimento louvável improvisamos prodigiosos
facilitários de felicidade para os outros, indicando-lhes o melhor caminho para
a vitória no bem ou para a comunhão com Deus, entretanto, à primeira alfinetada
do caminho sobre nossas esperanças mais caras, habitualmente, nos desmandamos à
distância do equilíbrio justo, espalhando golpes e lágrimas, exigências e
sombras.
Saibamos, no entanto, respeitar na “porta estreita” que o
mundo nos impõe o socorro da Vida Maior, a fim de que possamos reconsiderar a
própria marcha.
Por vezes, ela é a enfermidade que nos auxilia a
preservar as vantagens da saúde, em muitas fases de nossa luta é a
incompreensão alheia, que nos compele ao reajuste necessário;
em muitos passos da senda é a prova que nos segrega no
isolamento, impelindo-nos a seguir pela escada miraculosa da prece, da Terra
para os Céus...
Por vezes o abandono de afeições muito amadas a
impulsionar-nos para os braços de Cristo em variadas circunstâncias, é o
desencanto ante a enganosa satisfação de nossos desejos na experiência física,
inspirando-nos ideais mais altos
e, em alguns casos, é a visitação da morte que nos abriga
a refletir na imortalidade triunfante...
Por onde fores, cada dia, agradece a dificuldade que nos
melhore e nos eleve à grande renovação.
Jesus não escolheu a larga avenida do menor esforço.
Da Manjedoura ao Calvário, movimentou-se entre os
obstáculos que se transfiguraram para Ele em degraus para a volta ao Pai
Celestial e, aceitando na cruz, a sua maior mensagem de amor à Humanidade de todos
os séculos, legou-nos, com exemplo vivo, a porta estreita do sacrifício como
sendo o nosso mais belo caminho de paz e libertação.
Do Livro: Abrigo
de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
O MAIOR PECADO
Um sacerdote sábio, desejando ensinar o caminho do Céu
aos crentes que confiavam nele, rogou a Jesus, depois de longas meditações e
sacrifícios, lhe fosse revelado qual o maior impedimento contra a iluminação
espiritual.
Com efeito, de mente limpa, dormiu e sonhou que era
conduzido à Porta Celestial.
Nimbado de esplendor, um anjo recebeu-o, benevolente.
- Mensageiro de Deus! — clamou o sacerdote — venho rogar
a verdade para as ovelhas humanas que me seguem...
- Que pretendes saber? — indagou a entidade angélica.
— Peço esclarecimento sobre o maior obstáculo para a
alma, na marcha para Deus. Sei que temos sete pecados mortais que aniquilam em
nós a graça divina, na ascensão para o Alto. Sob a influência de semelhantes
monstros, rola o espírito no despenhadeiro infernal. Entretanto, desejaria
explicações mais claras, quanto ao problema do mal, porque nossas faltas variam
ao infinito.
O anjo sorriu e considerou: — A solução é simples. Quais
são os pecados a que te referes?
O ministro da fé movimentou os dedos e respondeu: —
Soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. Deles nascem as demais
imperfeições.
O mensageiro, contudo, acrescentou: — No fundo, porém,
podemos reduzi-los a unidade. Todos os pecados, inclusive os mortais, procedem
de uma fonte única.
O sacerdote, curioso, suplicou: — Oh! anjo amigo,
aclara-me o entendimento! Há muitos aprendizes, na Terra, aguardando-me a
palavra!...
O emissário da Esfera Superior, sem qualquer presunção de
superioridade, passou a elucidar: — Escuta e atende!
Se o soberbo trabalhasse para o bem de todos, não
encontraria ensejo de cultivar o orgulho e a vaidade que o levam a acreditar-se
ponto central do universo.
Se o avarento conhecesse a vantagem do suor, na
felicidade dos semelhantes, não se entregaria à volúpia da posse que o obriga a
acumular dinheiro inutilmente.
Se o homem inclinado à tentação dos prazeres fáceis
aprendesse a despender as próprias forças em favor da elevação coletiva, não
disporia de ocasião para prender-se às paixões aniquiladoras que o arrastam ao
crime.
Se as pessoas facilmente irascíveis estivessem dispostas
a servir de acordo com os desígnios divinos, não envenenariam a própria saúde
com remorsos e angústias injustificáveis.
Se o guloso vivesse atento à tarefa construtiva que lhe
cabe no mundo, não se escravizaria aos apetites devastadores que lhe arruinam o
corpo e a alma.
E se o invejoso utilizasse a existência, no trabalho
digno, não gastaria tempo acompanhando maliciosamente as iniciativas do
próximo, complicando o próprio destino...
Como vê, o maior dos pecados, a causa primordial de todos
os males, é a preguiça. Dá trabalho edificante às tuas ovelhas e convence-te de
que, na posse do serviço, não se afastarão do caminho justo.
O sacerdote não mais teve o que perguntar.
Despertou, edificado, e, do dia seguinte em diante, o
povo reparou que o ministro modificara as pregações.
NEIO LUCIO - CAP 36 - ALVORADA CRISTÃ – FCX
CAP XIX – 05/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XIX – A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS
FALTA DE FÉ
Acolhei ao que é débil na fé; não, porém, para discutir
opiniões. Paulo. (Romanos. 14:1.)
Não se deve julgar a criatura sem fé pelo padrão moral
daquela que a possui, como não se pode considerar o enfermo à maneira de alguém
que se encontre sem saúde porque assim o deseje.
E assim como não se extingue a doença com pancadas e sim
à custa de amparo e remédio, não se remove a descrença a preço de controvérsia
e sim pelo concurso do amor e da educação.
Existem motivações diversas para a incredulidade, tanto
quanto existem causas variadas para a moléstia.
Em toda parte, onde se alinham seres humanos encontramos
aqueles irmãos que ainda se privam de mais amplo entendimento, no domínio das
questões essencialmente espirituais:
os que da infância à madureza tão somente estiveram no
clima da mais profunda ignorância acerca dos assuntos da alma;
os que se enredaram na inquietação, em face de
compromissos inconfessáveis, e temem o contato com as realidades do Espírito;
os que se apegam a preconceitos estéreis e fogem de
incrementar no próprio ser o conhecimento da Vida Superior;
os que sofrem processos obsessivos, temporariamente
incapacitados para raciocinar com segurança em torno da orientação pessoal;
os que caíram em extrema revolta ante as lides
expiatórias que eles mesmos fizeram por merecer.
Quando te vejas defrontado pelos companheiros sem fé ou
portadores de confiança ainda muito frágil, compadece-te deles e auxilia-os,
quanto possas.
Segundo a solicitação do apóstolo Paulo, saibamos acolhê-los
ao calor da bondade, nunca ao fogo da discussão.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro Bênção de Paz
PODER DA FÉ E PERSEVERANÇA
Três rapazes suspiravam por encontrar o Senhor, a fim de
fazer-lhe rogativas.
Depois de muitas orações, eis que, certa vez, no campo em
que trabalhavam, apareceu-lhes o carro do Senhor, guiado pelos anjos.
Radiante de luz, o Divino Amigo desceu da carruagem e
pôs-se a ouvi-los.
Os três ajoelharam-se em lágrimas de júbilo e o primeiro
implorou a Jesus o favor da riqueza.
O Mestre, bondoso, determinou que um dos anjos lhe
entregasse enorme tesouro em moedas,
O segundo suplicou a beleza perfeita e o Celeste
Benfeitor mandou que um dos servidores lhe desse um milagroso unguento a fim de
que a formosura lhe brilhasse no rosto.
O terceiro exclamou com fé: – Senhor, eu não sei
escolher... Dá-me o que for justo, segundo a tua vontade.
O Mestre sorriu e recomendou a um dos seus anjos lhe
entregasse uma grande bolsa.
Em seguida, abençoou-os e partiu...
O moço que recebera a bolsa abriu-a, ansioso, mas, oh!
desencanto!... Ela continha simplesmente uma enorme pedra.
Os companheiros riram-se dele, supondo-o ludibriado, mas
o jovem afirmou a sua fé no Senhor, levou consigo a pedra e começou a desbastá-la,
procurando, procurando...
Depois de algum tempo, chegou ao coração do bloco
endurecido e encontrou aí um soberbo diamante.
Com ele adquiriu grande fortuna e com a fortuna construiu
uma casa onde os doentes pudessem encontrar refúgio e alívio, em nome do
Senhor.
Vivia feliz, cuidando de seu trabalho, quando, um dia,
dois enfermos bateram à porta.
Não teve dificuldade em reconhecê-los.
Eram os dois antigos colegas de oração, que se haviam
enganado com o ouro e com a beleza, adquirindo apenas doença e cansaço, miséria
e desilusão.
Abraçaram-se, chorando de alegria e, nesse instante, o
Divino Mestre apareceu entre eles e falou:
– Bem-aventurados todos aqueles que sabem aproveitar as
pedras da vida, porque a fé e a perseverança no bem são os dois grandes
alicerces do Reino de Deus.
MEIMEI - – CAP 14 - PAI NOSSO – FCX
CAP XX – 06/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XX – OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
CHAMADOS A SERVIR
"Chamados para servir, quantos de nós temos alegado,
até agora, insuficiência, falha, defeito ou incapacidade, tentando justificar a
própria omissão?
Curioso pensar, porém, que o Evangelho do Senhor não nos
convida para exercer o ministério dos anjos e sim nos solicita engajamento para
desempenhar o papel de servidores.
Neste sentido importa recordar os elementos imperfeitos
da própria Terra, convocados para a organização sócio planetária conquanto as
deficiências com que se caracterizam.
Enumeremos alguns.
A pedra é agressiva e capaz de ferir, mas suportando
corte e ajustamento é a base da moradia e da estrada nobre em que os homens
edificam intercâmbio e segurança.
O solo em si é matéria primitiva concentrada, todavia, em
se deixando tratar convenientemente, é celeiro de produção intensiva.
Certos fios metálicos atirados ao léu são resíduos para a
sucata, no entanto, se ligados ao serviço elétrico fazem-se de imediato
condutores de luz e força.
Os bichos-da-seda não são agradáveis ao olhar, mas se
atendem aos programas de trabalho do sericicultor dão origem a tecidos
valiosos.
O ouro é a garantia simbólica das riquezas de cúpula da
organização social, entretanto, o esterco é o agente que assegura a vitalidade
e o perfume das rosas.
Chamados para servir!
- Eis a indicação do Mais Alto no rumo de quantos
amadurecem nas experiências do mundo, buscando a compreensão do Bem.
Se escutaste semelhante convite, não alegues inutilidade
ou imperfeição para cobrir a própria fuga.
O Senhor nos concede claramente a condição de Espíritos
ainda incompletos, mas se nos dispusermos a lhe ouvir a palavra,
disciplinando-nos para o valor da utilidade, estaremos logo no clima do progresso
em plenitude, de melhoria e de elevação."
Emmanuel - Do livro Na Era do Espírito. Francisco C.
Xavier e Herculano Pires
O MENSAGEIRO DO AMOR
Falava-se na reunião, com respeito à preponderância dos
sábios na Terra, quando Jesus tomou a palavra e contou, sereno e simples:
— Há muitos anos, quando o mundo perigava em calamitosa
crise de ignorância e perversidade, o Poderoso pai enviou-lhe um mensageiro da
ciência, com a missão de entregar-lhe gloriosa mensagem de vida eterna.
Tomando forma, nos círculos da carne, o esclarecido
obreiro fez-se professor e, sumamente interessado em letras, apaixonou-se
exclusivamente pelas obras da inteligência, afastando-se, enojado, da multidão
inconsciente e declarando que vivia numa vanguarda luminosa, inacessível à
compreensão das pessoas comuns.
Observando-o incapaz de atender aos compromissos
assumidos, o Senhor Compassivo providenciou a viagem de outro portador da
ciência que, decorrido algum tempo, se transformou em médico admirado.
O novo arauto da Providência refugiou-se numa sala de
ervas e beberagens, interessando-se tão somente pelo contacto com enfermos
importantes, habilitados à concessão de grandes recompensas, afirmando que a
plebe era demasiado mesquinha para cativar-lhe a atenção.
O Todo-Bondoso determinou, então, a vinda de outro
emissário da ciência, que se converteu em guerreiro célebre. Usou a espada do
cálculo com mestria, pôs-se à ilharga de homens astuciosos e vingativos e,
afastando-se dos humildes e dos pobres, afirmava que a única finalidade do povo
era a de salientar a glória dos dominadores sanguinolentos. Contristado com
tanto insucesso, o Senhor Supremo expediu outro missionário da ciência, que, em
breve, se fez primoroso artista.
Isolou-se nos salões ricos e fartos, compondo música que
embriagasse de prazer o coração dos homens provisoriamente felizes e afiançou
que o populacho não lhe seduzia a sensibilidade que ele mesmo acreditava
excessivamente avançada para o seu tempo.
Foi, então, que o Excelso Pai, preocupado com tantas negações,
ordenou a vinda de um mensageiro de amor aos homens.
Esse outro enviado enxergou todos os quadros da Terra,
com imensa piedade.
Compadeceu-se do professor, do médico, do guerreiro e do
artista, tanto quanto se comoveu ante a desventura e a selvageria da multidão
e, decidido a trabalhar em nome de Deus, transformou-se no servo diligente de
todos.
Passou a agir em benefício geral e, identificado com o
povo a que viera servir, sabia desculpar infinitamente e repetir mil vezes o
mesmo esforço ou a mesma lição.
Se era humilhado ou perseguido, buscava compreender na
ofensa um desafio benéfico à sua capacidade de desdobrar-se na ação
regeneradora, para testemunhar reconhecimento à confiança do Pai que o enviara.
Por amar sem reservas os seus irmãos de luta, em muitas
situações foi compelido a orar e pedir o socorro do Céu, perante as garras da
calúnia e do sarcasmo; entretanto, entendia, nas mais baixas manifestações da
natureza humana, dobrados motivos para consagrar-se, com mais calor, à melhoria
dos companheiros animalizados, que ainda desconheciam a grandeza e a
sublimidade do Pai Benevolente que lhes dera o ser.
Foi assim, fazendo-se o último de todos, que conseguiu
acender a luz da fé renovadora e da bondade pura no coração das criaturas
terrestres, elevando-as a mais alto nível, com plena vitória na divina missão
de que fora investido.
Houve ligeira pausa na palavra doce do Messias e, ante a
quietude que se fizera espontânea no ruidoso ambiente de minutos antes,
concluiu ele, com expressivo acento na voz:
— Cultura e santificação representam forças inseparáveis
da glória espiritual. A sabedoria e o
amor são as duas asas dos anjos que alcançaram o Trono Divino, mas, em toda
parte, quem ama segue à frente daquele que simplesmente sabe.
NEIO LUCIO - CAP 9 - JESUS NO LAR – FCX
CAP XXI – 07/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXI – FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS
ESPINHEIROS
“Nem se vindimam
uvas dos abrolhos.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 6, versículo 44.)
O cristão é um combatente ativo.
Despertando no campo do Senhor, aturde-se-lhe a visão com
a amplitude e complexidade do trabalho.
Dificuldades, tropeços, cipoais, ervas daninhas...
E o Evangelho, com propriedade de conceituação, elucida
que não se pode vindimar nos espinheiros.
Entretanto, teria Jesus assumido a paternidade de
semelhante afirmativa para que cruzemos os braços em falsa beatitude?
Se o terreno permanece absorvido pelos abrolhos, o
discípulo recebeu inúmeras ferramentas do Mestre dos mestres.
Indispensável, pois, enfrentar o serviço.
O Cristo encarou, face a face, o sacrifício pela
Humanidade inteira.
Será a existência de alguns espinheiros a causa de nossos
obstáculos insuperáveis?
Não.
Se hoje é impossível a vindima, ataquemos o chão duro.
Lavremos o solo árido.
Adubemos com suor e lágrimas.
Haverá sempre chuvas fecundantes do Céu ou generosos
mananciais da Terra, abençoando-nos o esforço.
A Divina Providência reside em toda parte.
Não olvidemos o imperativo do trabalho e, depois, em
lugar dos abrolhos, colheremos o fruto suave e doce da videira.
Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
O ESCUDO MÁGICO
Era uma vez, num reino muito distante que existia um rei
magnífico e este rei era o único no reino que tinha no seu escudo mágico uma
estrela de ouro que brilhava como a luz do sol.
Todos os cavalheiros no reino possuíam um escudo mágico.
De acordo com suas atitudes e seu heroísmo o escudo poderia alcançar um brilho
como não havia igual.
Mas para surgir uma estrela no escudo era necessário um
heroísmo muito grande.
E havia um jovem muito impetuoso no reino que queria
muito uma oportunidade para mostrar que era corajoso e assim possuir uma
estrela de ouro em seu escudo.
Nesta ocasião criaturas mágicas e ambiciosas pretendiam
tomar o reino e o rei convocou todos os heróis do reino para irem a batalha com
as criaturas.
O jovem viu aí a oportunidade de mostrar o quanto era
corajoso.
O rei chamou então um por um e determinou as suas
posições.
Quando chegou a vez do jovem, o rei então falou:
- Você deve ficar no castelo e protegê-lo.
A custo o rapaz se conteve, principalmente quando soaram
as trombetas de partida e a majestosa tropa cavalgava em direção aos campos de
batalha.
Sozinho ficou o jovem guardando o imenso castelo.
Chegou então um ancião muito distinto na sua presença e
lhe narrou os conflitos no campo de batalha de tal maneira que o rapaz via em
imagens o horror que estava sendo.
Aflito, vestiu seus aparatos de guerra, pois precisava
reforçar o auxílio tão necessário aos guerreiros.
Então se lembrou das palavras de seu rei, retirou os
aparatos e disse para si mesmo:
- Devo obedecer as ordens de meu rei. Devo ficar no
castelo.
Depois de algum tempo apareceu uma senhora bastante idosa
na sua presença que se admirou de ele se encontrar no castelo enquanto estavam
precisando de gente nos campos de batalha.
Ela então lhe disse que ele precisava ir para salvar o
rei, pois ele estava em uma situação difícil.
Completamente irado, o jovem desembainhou sua espada,
pegou seu escudo, mas novamente as palavras do rei lhe acudiram o espírito. E
então o jovem decidiu mais uma vez ficar no castelo.
Um moço surgiu então em sua presença. Contou-lhe que
esteve nos campos de batalha e que o rei lá sangrava devido a um ferimento
grave ocasionado por uma fatal perfuração de espada próximo ao seu coração e
que provavelmente haviam perdido a batalha, pois a quantidade de guerreiros
mortos era muito grande.
O jovem então montou o seu belo cavalo e cavalgou
velozmente em direção a saída do castelo, quando estava próximo do portão
principal gritou num ímpeto:
- Fechem todas as entradas do castelo. Levantem as pontes
levadiças. E disse para si mesmo:
- Devo me encerrar dentro deste castelo. Devo cumprir a
palavra que dei a meu rei. E assim foi.
O jovem não viu quando o moço que lhe trouxe as notícias,
cruzou a saída do castelo e num estado de fúria transformou-se numa das mágicas
criaturas e foi-se embora.
Soaram então os maravilhosos acordes de trombetas
anunciando a chegada dos guerreiros vitoriosos.
Prontamente o jovem se posicionou para recepcioná-los e,
de cabeça erguida, segurava seu escudo enquanto passavam por ele. Passou o seu
rei e sorriu-lhe, mas ele maravilhado olhava os escudos brilhantes dos
guerreiros, e não entendia, entretanto, porque os guerreiros olhavam tanto para
ele e principalmente não tiravam os olhos de seu escudo.
Ele não podia imaginar que os guerreiros admiravam a bela
estrela de ouro que brilhava no seu magnífico escudo.
O dever do homem vem de Deus, cuidar do castelo do Reino
e dos súditos indefesos....
Enviada por: Edeli Arnaldi
... vencer a si mesmo é a batalha mais difícil de nossas
vidas ...
CAP XXII – 08/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXII – O QUE DEUS UNIU O HOMEM NÃO
SEPARA
DIVORCIO E LAR
Indubitavelmente o divórcio é compreensível e humano,
sempre que o casal se encontre à beira da loucura ou da delinquência.
Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da
segregação no cárcere ou no sanatório especializado em terapias da mente,
através de irreflexões com que assinala a própria insegurança, é imperioso se
lhe estenda recurso adequado ao reequilíbrio.
Feita a ressalva, e atentos que devemos estar aos
princípios de causa e efeito que nos orientam nas engrenagens da vida, é
razoável se peça aos cônjuges o máximo esforço para que não venham a
interromper os compromissos a que se confiaram no tempo.
Para que se atenda a isso é justo anotar que, muitas
vezes, o matrimônio, à feição de organismo vivo e atuante, adoece por desídia
de uma das partes.
Dois seres, em se unindo no casamento, não estão
unicamente chamados ao rendimento possível da família humana e ao progresso das
boas obras a que se dediquem, mas também e principalmente - e muito
principalmente - ao amparo mútuo.
Considerado o problema na formulação exata, que dizer do
homem que, a pretexto de negócio e administração, lutas e questões de natureza
superficial, deixasse a mulher sem o apoio afetivo em que se comprometeu com
ela ao buscá-la, a fim de que lhe compartilhasse a existência?
E que pensar da mulher que, sob a desculpa de obrigações
religiosas e encargos sociais, votos de amparo a causas públicas e
contrariedades da parentela, recusasse o apoio sentimental que deve ao
companheiro, desde que se decidiu a partilhar-lhe o caminho?
Dois corações que se entregam um ao outro, desde que se
fundem nas mesmas promessas e realizações recíprocas, passam a responder, de
maneira profunda, aos impositivos de causa e efeito, dos quais não podem
efetivamente escapar.
Todos sabemos que no equilíbrio emocional, entre os
parceiros que se responsabilizam pela organização doméstica, depende invariavelmente
a felicidade caseira.
Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente
impelidos, no intercâmbio com os amigos encarnados na Terra, acerca do
relacionamento de que carecemos na sustentação da tranquilidade de uns para com
os outros, divórcio e lar constituem temas que não nos será lícito esquecer.
Se te encontras nas ondas pesadas da desarmonia conjugal,
evoluindo para o divórcio ou qualquer outra espécie de separação, não
menosprezes buscar alguma ilha de silêncio a fim de pensar.
Considera as próprias atitudes e, através de criterioso
auto-exame, indague por teu próprio comportamento na área afetiva em que te
comprometeste, na garantia da paz e da segurança emotiva da companheira ou do
companheiro que elegeste para a jornada humana.
E talvez descubras que a causa das perturbações
existentes reside em ti mesmo.
Feito isso, se trazes a consciência vinculada ao dever,
acabarás doando ao coração que espera por teu apoio, a fim de trabalhar e ser
feliz, a quota de assistência que se lhe faz naturalmente devida em matéria de
alegria e tranquilidade, amor e compreensão.
Emmanuel - Do livro Na Era do Espírito. Psicografia de
Francisco C. Xavier e Herculano Pires.
PEQUENO CONTO CHINÊS
Conta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga,
um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado
imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.
Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa"
entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa
celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos,
ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois
sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se
ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá?
Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da
corte.
Tire esta ideia insensata da cabeça; eu sei que você deve
estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca,
eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar
pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio.
Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as
mais belas roupas, com as mais belas joias e com as mais determinadas
intenções.
Então, inicialmente, o príncipe anunciou o desafio:
Darei a cada uma de vocês, uma semente.
Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela
flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições
daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar"
algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc...
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita
habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua
semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu
amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu.
A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que
conhecia, mas nada havia nascido.
Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu
sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor.
Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia
brotado.
Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a
sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e
hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na
companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, como todas
as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das
mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela
cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa
cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas,
uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura
esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações.
Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente
aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna
de se tornar uma imperatriz.
A flor da honestidade, pois todas as sementes que
entreguei eram estéreis.
Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, perca.
Você será sempre um Vencedor.
Autor desconhecido Enviada por: Virgílio Vilela
CAP XXIII – 09/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXIII – MORAL ESTRANHA
RENUNCIAR
"E todo
aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou
terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida
eterna." - Jesus. (Mateus, 19:29.)
Neste versículo de Evangelho de Mateus, o Mestre Divino
nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna.
Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e
mãe, mulher e irmãos do mundo.
No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.
Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim
procederem por amor de seu nome.
À primeira vista, o alvitre divino parece contra senso.
Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o
Cristo veio até nós para santificá-los?
Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido
do texto, nos tempos mais antigos.
Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do
claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.
Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.
Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na
ressurreição.
Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles,
no cenáculo, os júbilos eternos.
Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime
roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das
criaturas.
Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor
ao Cristo.
É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.
Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é
ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los
melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar
no aperfeiçoamento com Jesus.
Acaso, não encontras compreensão no lar?
Os amigos e irmãos são indiferentes e rudes?
Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais
tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo.
Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes
todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia,
alcançarás a vida eterna.
Emmanuel do Livro Caminho, Verdade e Vida, psicografado
por F. C. X
O SAPO E A COBRA
Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido,
fino, brilhante e colorido deitado no caminho.
- Alô! Que é que você está fazendo estirada na estrada?
- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha, e
você?
- Um sapo. Vamos brincar?
E eles pularam a tarde toda pela estrada.
- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e
deslizando pelo tronco.
E eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um
para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.
- Obrigada por me ensinar a pular.
- Obrigado por me ensinar a subir em árvore.
Em casa o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar.
- Quem ensinou isto para você?
- A cobra, minha amiga.
- Você não sabe que a família cobra não é gente boa? Eles
têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por
aí. Não fica bem.
Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.
- Quem ensinou isso para você?
- O sapo, meu amigo.
- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu
com a família Sapo?
Da próxima vez, agarre o sapo e... bom apetite! E pare de
pular. Nós, cobras não fazemos isso.
No dia seguinte, cada um ficou na sua.
- Acho que não posso rastejar com você hoje.
A cobra olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou:
"Se ele chegar perto, eu pulo e devoro ele".
Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que
aprendeu com o sapinho.
Suspirou e deslizou para o mato.
Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não
brincaram mais juntos.
Mas ficavam sempre ao sol, pensando no único dia em que
foram amigos.
"O Livro das Virtudes"- uma antologia de
William J. Bennett
CAP XXIV – 10/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXIV – NÃO COLOCAR A CANDEIA DEBAIXO DO
ALQUEIRE
A CANDEIA
A candeia luminosa, acima do velador, não é somente um
problema de verbalismo doutrinário.
Claro que as nossas convicções públicas revelam
pensamento aberto e coração arejado, na sincera demonstração de nossas
concepções mais íntimas. O ensinamento do Cristo, porém, lançou raízes mais
profundas no solo do nosso entendimento.
A lâmpada acesa da lição divina é, antes de tudo, o
símbolo da nossa atitude positiva, nos variados ângulos da existência.
O discípulo do Evangelho é convidado a afirmar-se, no
mundo, a cada instante.
Se forte, ofendido, não conserves a luz do perdão nas
dobras obscuras dos melindres enfermiços.
Se encontraste a dificuldade, não escondas a coragem nos
resvaladouros da fuga.
Se fostes surpreendido pela provação, não enterres o
talento da fé no deserto do desânimo.
Se fostes tocados pela dor, não arremesses a esperança ao
despenhadeiro da indiferença.
Se sofres perseguição e calúnia, não arrojes a oração no
precipício do desespero.
Se a luta te impôs a marcha entre espinheiros,
oferecendo-te fel e vinagre, não ocultes o teu valor espiritual, sob os
detritos da informação ou desalento.
Faze a tua viagem na Terra, em companhia do Amigo
Celestial, de coração elevado à Vontade Divina, de cabeça erguida na fidelidade
à religião do dever bem cumprido, de consciência edificada no bem invariável e
de braços ativos e dirigentes na plantação das boas obras.
Não disfarces os teus conhecimentos de ordem superior
aprende a usá-los, em benefício dos semelhantes e em favor de ti mesmo, porque
assim, ainda mesmo que o sacrifício supremo da cruz se te faça prêmio entre os
homens, adquirirás na Vida Maior a felicidade de haver buscado a luz da própria
sublimação.
Emmanuel - Do livro Nascer e Renascer - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
A VISITA DA VERDADE
Certa feita, disse o Mestre que só a Verdade fará livre o
homem; e, talvez porque lhe não pudesse apreender, de imediato, a vastíssima
extensão da afirmativa, perguntou-lhe Pedro, no culto doméstico:
— Senhor, que é a Verdade?
Jesus fixou no rosto enigmática expressão e respondeu:
— A Verdade total é a Luz Divina total; entretanto, o
homem ainda está longe de suportar-lhe a sublime fulguração.
Reparando, porém, que o pescador continuava faminto de
esclarecimentos novos, o Amigo Celeste meditou alguns minutos e falou:
— Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira,
demorava-se certo devoto, implorando o socorro divino. Declarava-se o mais
infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira, sentir-se o melhor de todos.
Reclamava contra o ambiente fétido em que se achava. O ar empestado sufocava-o
— dizia ele em gritos comoventes. Pedia uma porta libertadora que o conduzisse
ao convívio do dia claro. Afirmava-se robusto, apto, aproveitável. Por que
motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso? Chorava e bradava, não
ocultando aflições e exigências. Que razões o obrigavam a viver naquela
atmosfera insuportável?
Notando Nosso Pai que aquele filho formulava súplicas
incessantes, entre a revolta e a amargura, profundamente compadecido enviou-lhe
a Fé.
A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a
persistir na oração.
O infeliz consolou-se, de algum modo, mas, a breve tempo,
voltou a lamuriar.
Queria fugir ao monturo e, como se lhe aumentassem as
lágrimas, o Todo-Poderoso mandou-lhe a Esperança.
A emissária afagou-lhe a fronte suarenta e falou-lhe da
eternidade da vida, buscando secar-lhe o pranto desesperado. Para isso,
rogou-lhe calma, resignação, fortaleza.
O pobre pareceu melhorar, mas, decorridas algumas horas,
retomou a lamentação.
Não podia respirar — clamava, em desalento.
Condoído, determinou o Senhor que a Caridade o
procurasse.
A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o,
endereçando-lhe palavras de carinho, qual se lhe fora abnegada mãe.
Todavia, porque o mísero prosseguisse gritando,
revoltado, o Pai Compassivo enviou-lhe a Verdade.
Quando a portadora de esclarecimento se fez sentir na
forma de uma grande luz, o infortunado, então, viu-se tal qual era e
apavorou-se. Seu corpo era um conjunto monstruoso de chagas pustulentas da
cabeça aos pés e, agora, percebia, espantado, que ele mesmo era o autor da
atmosfera intolerável em que vivia. O pobre tremeu cambaleante, e, notando que
a Verdade serena lhe abria a porta da libertação, horrorizou-se de si mesmo;
sem coragem de cogitar da própria cura, longe de encarar a visitadora, frente a
frente, para aprender a limpar-se e a purificar-se, fugiu, espavorido, em busca
de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então
reconhecia.
O Mestre fez longa pausa e terminou:
— Assim ocorre com a maioria dos homens, perante a
realidade. Sentem-se com direito à recepção de todas as bênçãos do Eterno e
gritam fortemente, implorando a ajuda celestial. Enquanto amparados pela Fé,
pela Esperança ou pela Caridade, consolam-se e desconsolam-se, creem e
descreem, tímidos, irritadiços e hesitantes; todavia, quando a Verdade brilha
diante deles, revelando-lhes a condição em que se encontram, costumam fugir,
apressados, em busca de esconderijos tenebrosos, dentro dos quais possam
cultivar a ilusão.
CAP 25 JESUS NO LAR – NEIO LUCIO - FCX
CAP XXV – 11/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXV – BUSCAI E ACHAREIS
BENFEITORES E BÊNÇÃOS
AÇÃO E PRECE
Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e
abrir-se-vos-á. - Jesus. (Mateus, 7:7).
Prece é luz.
Serviço é merecimento.
Prece é luz.
Serviço é bênção.
Muitos irmãos rogam o auxílio do Céu trancando, porém, o
coração ao auxílio em favor dos companheiros que lhes solicitam apoio e
cooperação na Terra.
A evolução, no entanto, em qualquer território da vida, é
entretecida em bases de intercâmbio.
O lavrador retém o solo e os elementos da natureza, mas
se aspira a alcançar os prodígios da colheita deve plantar.
O artista possui a pedra e os instrumentos com que lhe
possa alterar a estrutura, mas se quer a obra-prima há que burilá-la com
atenção.
No versículo sétimo do capítulo sete dos apontamentos do
apóstolo Mateus, no Evangelho, diz-nos Jesus: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai
e achareis; batei e abrir-se-vos-á".
Em linguagem de todos os tempos isto quer dizer:
desejai ardentemente e as oportunidades aparecerão;
empenhai-vos a encontrar o objeto de vossos anseios e
tê-lo-eis à vista;
todavia é preciso combater o bom combate, trabalhar, agir
e servir para que se vos descerrem os horizontes e as realizações que
demandais.
Semelhantes princípios regem as leis da prece.
A oração ampara sempre; no entanto se o interessado em
proteção e socorro não lhe prestigia a influência, ajudando-lhe a ação, a
benefício dos seus próprios efeitos, de certo que não funciona.
Por Emmanuel, do livro Segue-me! Francisco Cândido Xavier
CUIDAR DE SUAS RESPONSABILIDADES
Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes
e consagrados à sabedoria.
Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo
mais difícil no grande caminho da vida.
No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências
desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa
tarefa.
Iriam os três ao palácio do príncipe governante,
conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e
gentileza.
O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.
O segundo levaria uma corça rara.
O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.
O trio recebeu a missão com entusiástica promessa de
serviço para a pequena viajem de três milhas; no entanto, no meio do caminho,
começaram a discutir.
O depositário do vaso não concordou com a maneira pela
qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava
instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o
manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não
caísse.
O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente,
porquanto cada viajante permanecia atento as obrigações que diziam respeito aos
outros, através de observações acaloradas e incessantes.
Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho
olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos
braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos,
escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho.
Com o choque, o distraído orientador da corça perde o
governo do animal, que foge espantado.
O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o
bolo se perde totalmente no chão.
Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a
presença do pai, apresentando cada qual a sua queixa de derrota.
O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:
- Aproveitem o ensinamento da estrada.
Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria
tarefa, não colheriam as sombras do fracasso.
O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de
cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades
alheias.
Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos
outros, as nossas viverão esquecidas.
Autor desconhecido - Enviada por: Edeli Arnaldi
CAP XXVI – 12/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXVI – DAR DEM GRAÇA O QUE DE GRAÇA
RECEBER
A ÁGUA FLUÍDA
“E qualquer que
tiver dado só que seja um copo de água fria por ser meu discípulo, em verdade
vos digo que, de modo algum, perderá o seu galardão”. Jesus (Mateus, 10:42)
Meu amigo, quando Jesus se referiu à benção do copo de
água fria, em seu nome, não apenas se reportava à compaixão rotineira que sacia
a sede comum.
Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais mais
profundos.
A água é dos corpos o mais simples e receptivo da terra.
É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa, através de
recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo
invisível aos olhos mortais.
A prece intercessória e o pensamento de bondade
representam irradiações de nossas melhores energias.
A criatura que ora ou medita exterioriza poderes,
emanações e fluidos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar
e a linfa potável recebe a influência, de modo claro, condensando linhas de
força magnética e princípios elétricos, que aliviam e sustentam, ajudam e curam.
A fonte que procede do coração da Terra e a rogativa que
flui no imo d’alma, quando se unem na difusão do bem, operam milagres.
O Espírito que se eleva na direção do céu é antena viva,
captando potências da natureza superior, podendo distribuí-las em benefício de
todos os que lhe seguem a marcha.
Ninguém existe órfão de semelhante amparo. Para auxiliar
a outrem e a si mesmo, bastam a boa vontade e a confiança positiva.
Reconheçamos, pois, que o Mestre, quando se referiu à
água simples, doada em nome da sua memória, reportava-se ao valor real da
providência, em benefício da carne e do espírito, sempre que estacionem através
de zonas enfermiças. Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais,
na solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e
equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à
frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará
o liquido, com raios de amor, em forma de bênção, e estarás, então, consagrando
o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.
Por Emmanuel, do livro Segue-me! Francisco Cândido Xavier
PERANTE O PASSE
Quando aplicar passes e demais métodos da terapêutica
espiritual, fugir à indagação sobre resultados e jamais temer a exaustão das
forças magnéticas.
O bem ajuda sem perguntar.
Lembrar-se de que na aplicação de passes não se faz
precisa a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou bocejo de contínuo, e
de que nem sempre há necessidade de toque direto no paciente.
A transmissão do passe dispensa qualquer recurso
espetacular.
Esclarecer os companheiros quanto à inconveniência da
petição de passes todos os dias, sem necessidade real, para que esse gênero de
auxílio não se transforme em mania.
É falta de caridade abusar da bondade alheia.
Proibir ruídos quaisquer, baforadas de fumo, vapores
alcoólicos, tanto quanto ajuntamento de gente ou a presença de pessoas
irreverentes e sarcásticas nos recintos para assistência e tratamento
espiritual.
De ambiente poluído, nada de bom se pode esperar.
Interromper as manifestações mediúnicas no horário de transmissões do passe
curativo.
Disciplina é alma da eficiência.
Interditar, sempre que necessário, a presença de enfermos
portadores de moléstias contagiosas nas sessões de assistência em grupo,
situando-os em regime de separação para o socorro previsto.
A fé não exclui a previdência.
Quando oportuno, adicionar o sopro curativo aos serviços
do passe magnético, bem como o uso da água fluidificada, do aut opasse, ou da
emissão de força socorrista, a distância, através da oração.
O Bem Eterno é bênção de Deus à disposição de todos.
“E rogava-lhe muito, dizendo: — Minha filha está
moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e
viva.” (MARCOS, 5:23.)
Livro: Conduta Espírita- Ditado Pelo Espírito - André
Luiz – Psicografia Fracisco C Xavier
Waldo Vieira
DOR DE CABEÇA - O PASSE
Era uma sexta-feira.
Muita gente aglomerava-se em volta de Chico Xavier.
O médium, de pé, abraçava um, dirigia a palavra a outro.
Aproximou-se dele uma jovem senhora, reclamando de forte
dor de cabeça.
Chico a ouviu atentamente e convidou-a a sentar-se na
assistência para participar do encontro.
A palestra transcorreu normalmente, com os colaboradores
dando sua parcela de cooperação nos comentários.
Depois da meia-noite, finda a reunião, a senhora que
reclamara da dor de cabeça achegou-se ao médium, com a fisionomia radiante e
feliz.
A dor de cabeça cessara nos primeiros minutos das
tarefas.
Chico sorriu docemente, despedindo-se dela com carinho.
Instantes depois, explicou:
- Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão
muito forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente.
O marido desejou dar-lhe uma bofetada e não o fez por
recato natural.
Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma
concentração de fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo,
causando a dor de cabeça.
Tão logo começou a reunião, Dr.Bezerra colocou a mão
sobre sua cabeça e vi sair de dentro do seu ouvido um cordão fluídico escuro,
negro, que produzia a dor.
Eu estava psicografando, mas, orientado por Emmanuel,
pude acompanhar todo o fenômeno.
Dor de Cabeça - Extraído do livro: MANDATO DE AMOR– Chico
Xavier–autores diversos
CAP XXVII – 13/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXVII – PEDI E OBTEREIS
QUANDO ORARDES
“E, quando
estiverdes orando, perdoai.” – Jesus.
(Marcos, 11:25).
A sincera atitude da alma na prece não obedece aos
movimentos mecânicos vulgares.
Nas operações da luta comum, a criatura atende,
invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de
maneira imperceptível, nos círculos do tempo;
todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do
plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contato com o
sentido Eterno e Criador da vida íntima.
Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se
colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz
indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros
circunstanciais do caminho.
A mente que ora, permanece em movimentação na esfera
invisível.
As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não
conheçam entre si, na pauta das convenções sociais, comunicam-se através dos
tênues fios do desejo manifestado na oração.
Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à
zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos,
intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado.
É digno de lástima todo aquele que se utiliza da
oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente.
É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de
homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a
benefício de cada discípulo do Evangelho: – “E, quando estiverdes orando,
perdoai.”
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido
Xavier
JESUS MANDOU ALGUÉM - ANTOLGIA DA CRIANÇA – FCX
O culto do Evangelho no lar havia terminado às sete da
noite, e João Pires, com a esposa, filhos e netos, em torno da mesa, esperava o
café que a família saboreava depois das orações.
Ana Maria, pequena de sete anos, reclamou:
- Vovô, não sei porque Jesus não vem. Sempre Vovô chama
por ele nas preces: “Vem Jesus! Vem Jesus! ” e Jesus nunca veio ...
O avô riu-se, bondoso, e explicou:
Filhinha, nós, os espíritas, não podemos pensar assim ...
O mestre vive presente conosco em suas lições. E cada pessoa do caminho,
principalmente os mais necessitados, são representantes dele, junto de nós ...
Um doente é uma pessoa que o Senhor nos manda socorrer, um faminto é alguém que
Ele nos recomenda servir ...
D. Maria, a dona da casa, nesse momento repartia o café,
e, antes que o vovô terminasse, batem à porta.
Ana Maria e Jorge Lucas, irmão mais crescido, correm para
entender.
Daí a instantes, voltam, enquanto o menino grita:
- Ninguém não! É só um mendigo pedindo esmola.
- Que é isso? Exclama a senhora Pires, instintivamente a
estas horas?
Ana Maria, porém, de olhos arregalados, aproxima-se do
avô e informa, encantada:
- Vovô, é um homem! Ele está pedindo em nome de Jesus. É
preciso abrir a porta. Acho que Jesus ouviu a nossa conversa e mandou alguém
por ele ...
A família comoveu-se.
O chefe da casa acompanhou a netinha e, depois de alguns
instantes, voltaram, trazendo o desconhecido.
Era um velho, aparentando mais de oitenta anos de idade,
de roupa em frangalhos e grande barba ao desalinho, apoiando-se em pobre
cajado.
Ante a surpresa de todos, com ar de triunfo, a menina
segurou-lhe a mão direita e perguntou:
- O Senhor conhece Jesus?
Trêmula e acanhado, o ancião respondeu:
- Como não, minha filha? Ele morreu na cruz por nós
todos!
E Ana Maria para o avô:
- Eu não falei, vovô?
O grupo entendeu o ensinamento e o recém-chegado foi
conduzido a uma poltrona. Alimentou-se. Recebeu tudo quanto precisava e João
Pires anotou-lhe o nome e endereço para visitá-lo no dia seguinte.
Antes da despedida, a pequena dormiu feliz, e, após
abraçar o inesperado visitante, no “até amanhã”, o chefe da família, enxugando
os olhos, falou, sensibilizado: - Graças a Deus, tivemos hoje um culto mais
completo.
CAP XXVIII – 14/06
TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS
VIBRAÇÕES DA NOITE
BASEADO NO CAP XXVIII – COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS
ORA E SEGUE
“Seja feita a vossa vontade, assim na Terra, como no
Céu...” Jesus (Mateus, 6:10)
“Espíritos hão dito sempre: ‘A forma
nada vale, o pensamento
é tudo’. Ore, pois, cada um segundo suas convicções e
da maneira que mais o toque. Um bom
pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o cor ação.” (Cap. 28,
Item 1)
Nas lides do cotidiano, é imperioso recordes que a
existência terrestre é a grande escola, em que a dor comparece por essência do
aprendizado e o obstáculo por lição.
E, portas a dentro do educandário, a prece, por flama
viva, será sempre fio luminoso, possibilitandote assimilar a inspiração do
Mestre, a fim de que te não faltem discernimento e fortaleza, paz e luz.
Não transformes, porém, a tua rogativa em constrangimento
para os outros.
Ao invés disso, faze dela o meio de tua própria
renovação.
Em muitas circunstâncias, solicitas a cooperação daqueles
que mais amas, na solução dos problemas que te apoquentam a vida e recebes
indiferença ou perturbação por resposta.
Não desfaleças, nem te magoes.
Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a
compreender sem desesperar.
Às vezes, nas agressivas dificuldades em que te
encontras, aguardas a vinda de alguém capaz de aliviar o fardo que te pesa nos
ombros e apenas surge quem te proponha dissabores e experimentos amargos.
Não te aflijas, nem te perturbes.
Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a
sofrer sem ferir.
Deste longo tempo de abnegação aos familiares queridos,
na convicção de recolher carinho e repouso na época do cansaço, e ouves, a cada
hora, novas intimações à luta e ao sacrifício.
Não te revoltes, nem desanimes.
Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a
servir sem reclamar.
Assumiste atitudes para fixar a verdade, no respeito ao
bem de todos, contando, por isso, com o entendimento daqueles que te rodeiam e
viste a desconfiança sombreando a face de muitos dos melhores companheiros que
te
conhecem a marcha.
Não chores, nem esmoreças.
Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a
esperar sem exigir.
Em todas as provações, ora e segue adiante, rogando ao
Senhor te auxilie a sustentar a consciência tranquila, no desempenho dos
deveres que te competem.
E, se pedradas e humilhações te constituem o prato
descabido no momento que passa, ora e
segue adiante, lembrando que a criança pode revolver hoje o pó da terra, em
formas de fantasia e agitações de brinquedo, no entanto, de futuro, nos dias da
madureza, há de tratalo com responsabilidade e suor, se quiser obter agasalho
e pão, que lhe garantam a vida.
Isso porque Deus é a força do tempo, tanto quanto o tempo
é a força de Deus.
LIVRO DA ESPERANÇA
(pelo Espírito Emmanuel) FCX
PRÊMIO AO SACRIFICIO
Três irmãos dedicados a Jesus leram no Evangelho que cada
homem receberá sempre, de acordo com as próprias obras, e prometeram cumprir as
lições do Mestre.
O primeiro colocou-se na indústria do fio de algodão e,
de tal modo se aplicou ao serviço que, em breve, passou à condição de
interessado nos lucros administrativos. Dentro de vinte e cinco anos, era o
chefe da organização e adquiriu títulos de verdadeiro benfeitor do povo.
Ganhava dinheiro com imensa facilidade e socorria infortunados e sofredores.
Dividia o trabalho equitativamente e distribuía os lucros com justiça e
bondade.
O segundo estudou muito tempo e tornou-se juiz famoso.
Embora gozasse do respeito e da estima dos contemporâneos, jamais olvidou os
compromissos que assumira à frente do Evangelho. Defendeu os humildes, auxiliou
os pobres e libertou muitos prisioneiros perseguidos pela maldade. De juiz
tornou-se legislador e cooperou na confecção de leis benéficas e edificantes.
Viveu sempre honrado, rico, feliz, correto e digno.
O terceiro, porém, era paralítico. Não podia usar a
inteligência com facilidade. Não poderia comandar uma fábrica, nem dominar um
tribunal. Tinha as pernas mirradas. O leito era a sua residência. Lembrou,
contudo, que poderia fazer um serviço de oração e começou a tarefa pela humilde
mulher que lhe fazia a limpeza doméstica.
Viu-a triste e lacrimosa e procurou conhecer-lhe as
mágoas com discrição e fraternidade. Confortou-a com ternura de irmão.
Convidou-a a orar e pediu para ela as bençãos divinas. Bastou isto e, em breve,
trazidos pela servidora reconhecida, outros sofredores vinham rogar-lhe o
concurso da prece. O aposento singelo encheu-se de necessitados. Orava em
companhia de todos, oferecia-lhes o sorriso de confiança na bondade celeste.
Comentava os benefícios da dor, expunha suas esperanças no Reino Divino. Dava
de si mesmo, gastando emoções e energias no santo serviço do bem. Escrevia
cartas inúmeras, consolando viúvas e órfãos, doentes e infortunados,
insuflando-lhes paz e coragem. Comia pouco e repousava menos. Tanto sofreu com
as dores alheias que chegou a esquecer-se de si mesmo e tanto trabalhou que
perdeu o dom da vista. Cego, contudo, não ficou sozinho. Prosseguiu colaborando
com os sofredores, através da oração, ajudando-os, cada vez mais.
Morreram os três irmãos, em idade avançada, com pequenas
diferenças de tempo.
Quando se reuniram, na vida espiritual, veio um Anjo
examinar-lhes as obras com uma balança.
O industrial e o juiz traziam grande bagagem, que se
constituía de várias bolsas, recheadas com o dinheiro e com as sentenças que
haviam distribuído em benefício de muitos. O servidor da prece trazia apenas
pequeno livro, onde costumava escrever suas rogativas.
O primeiro foi abençoado pelo conforto que espalhou com
os necessitados e o segundo foi também louvado pela justiça que semeara
sabiamente.
Quando o Anjo, porém, abriu o livro do ex paralítico,
dele saiu uma grande luz, que tudo envolveu numa coroa resplandecente. A
balança foi incapaz de medir-lhe a grandeza.
Então, o Mensageiro falou-lhe, feliz: — Teus irmãos são
benditos na Casa do Pai pelos recursos que distribuíram, em favor do próximo,
mas, em verdade, não é muito difícil ajudar com o dinheiro e com a faina que se
multiplicam facilmente no mundo. Sê, porém, bem-aventurado, porque deste de ti
mesmo, no amor santificante.
Gastaste as mãos, os olhos, o coração, as forças, os
sentimentos e o tempo a benefício dos semelhantes e a Lei do Sacrifício
determina que a tua moradia seja mais alta. Não transmitiste apenas os bens da
vida: irradiaste os dons de Deus.
E o servidor humilde do povo foi conduzido a um céu mais
elevado, de onde passou a exercer autoridade sobre muita gente.
NEIO LUCIO - CAP 04 - ALVORADA CRISTÃ – FCX
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