APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

TEXTOS PARA GRUPOS DO WATZAP


CAP I –  18/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP I – NÃO VIM DESTRUIR A LEI

 

OS DEZ MANDAMENTOS-

 

Os dez mandamentos, recebidos mediunicamente pelo profeta, brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do direito, dentro da ordem social.

A palavra da Esfera Superior gravava a lei de causa e efeito para o homem, advertindo-o solenemente:

1 - Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, n’Ele reconhecendo a tua divina origem.

2 - Precata-te contra os enganos do antropomorfismo , porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos

     acanhados atributos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.

3 - Abstem-te de envolver o Julgamento Divino na estreiteza de teus julgamentos.

4 - Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em benefício daqueles que te atendem na esfera de trabalho,

      para que possas assimilar com segurança os valores da experiência.

5 - Lembra-te de que a dívida para com teus pais terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime.

6 - Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente extinguires.

7 - Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio, porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientada

      que voltarão sobre ti mesmo.

8 - Evita a apropriação indébita para que não agraves as próprias dívidas.

9 - Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de que se não transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.

10 - Acautela-te contra a inveja e o despeito, a inconformação e o ciúme, aprendendo a conquistar alegria e

        tranquilidade, ao preço do esforço próprio, porque os teus pensamentos te precedem os passos, plasmando-te,

        hoje, o caminho de amanhã.

 

LIVRO: EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - ANDRE LUIZ - F C XAVIER

 


CAP II – 19/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP II – MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

 

O GRANDE FUTURO

 

 “Mas agora o meu reino não é daqui.” – Jesus. (João, 18:35).

Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à Terra.

Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a realização da santidade.

Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece, reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu reino ainda não se instalara nos círculos da luta humana.

No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou a planeta.

A palavra d’Ele não afiançou a negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.

O Mestre esclareceu: – “mas agora o meu reino não é daqui”.

Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.

Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão só porque a sombra se fez mais densa em torno dos problemas transitórios ou porque as feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas.

Tais ocorrências, muita vez, obedecem a pura ilusão visual.

A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo insculpira a própria vitória.

Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente, para o grande futuro.

 

EMMANUEL - PÃO NOSSO – FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

 


CAP III – 20/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP III – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

 

DUPLA RENOVAÇÃO

 

"Época de transição", esta é a legenda que repetis frequentemente para definir a atualidade terrestre, em que surpreendeis, a cada passo, larga fieira de ocorrências inusitadas.

Conflitos.

Desencarnações em massa.

Acidentes enlutando almas e lares.

Desvinculações violentas.

Dramas no instituto doméstico.

Processos obsessivos, culminando com perturbações e lágrimas.

Moléstias de etiologia obscura.

Incompreensões.

Forçoso observar, no entanto, que o Plano Físico e o Plano Espiritual que se lhe segue reagem constantemente um sobre o outro.

Criaturas desencarnadas atuam no ambiente dos companheiros encarnados e vice-versa.

E se vos reportais ao término do segundo milênio de civilização cristã em que vos achais, com a expectativa e o entusiasmo de quem se vê à frente de uma era nova, as mesmas circunstâncias se verificam na Espiritualidade, entre aqueles que aspiram a obter o retorno à Terra, expressando propósitos de auto burilamento em nível mais alto de evolução.

E por isto que legiões enorme s de irmãos, domiciliados no Mais Além, vêm solicitando, desde algum tempo, reencarnações difíceis;

testemunhos acerbos de aperfeiçoamento íntimo;

tempo curto no veículo físico, de modo a complementarem tarefas inacabadas em diversos setores da experiência humana;

presença ligeira, junto de seres queridos, a fim de chamá-los à consideração da Vida Superior;

ou empreitadas de serviço moral para a liquidação de empreendimentos redentores, largados por eles nos caminhos do tempo.

Para isso, tentam aproveitar-se da última vigésima parte do segundo milênio, a que nos referimos, para encerrarem o balanço das experiências menos felizes que lhes dizem respeito nos séculos últimos.

Perante a Vida Maior, quase tudo aquilo que vedes, presentemente, em matérias de agitação ou desequilíbrio, nada mais significa que a movimentação mais intensa de vastas coletividades que retornam à Esfera Física, em regime de urgência, no intuito de conseguirem retoques e meios com que possam abordar os tempos novos em condições mais dignas de trabalho e progresso.

Mantenhamo-nos prudentes, abstenhamo-nos de agravar dificuldades, evitemos a formação de problemas, orando e construindo, seja nos obstáculos que nos atinjam, sejam nas inquietações que assaltem aos outros.

Mas sejam quais forem as circunstâncias, estejamos atentos à fé para servir e compreender, reconhecendo que todas as provas de hoje são recursos e instrumentos de que se vale a Providência Divina a fim de conduzir-nos à Vida Melhor de amanhã.

 

Emmanuel - Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.

 


O APRENDIZ DESAPONTADO

 

Um menino que desejava ardentemente residir no Céu, numa bonita manhã, quando se encontrava no campo, em companhia de um burro, recebeu a visita de um anjo.

Reconheceu, depressa, o emissário de Cima, pelo sorriso bondoso e pela veste resplandecente.

Alucinado de júbilo, o rapazelho gritou:

- Mensageiro de Jesus, quero o paraíso! Que fazer para chegar até lá?!

O anjo respondeu com gentileza:

- O primeiro caminho para o Céu é a obediência e, o segundo, é o trabalho.

O pequeno, que não parecia muito diligente, ficou pensativo.

O enviado de Deus então disse:

- Venho a este campo, a fim de auxiliar a Natureza que tanto nos dá.

Fixou o olhar mais docemente na criança e rogou:

- Queres ajudar-me a limpar o chão, carregando estas pedras para o fosso vizinho?

O menino respondeu:

- Não posso.

Todavia, quando o emissário celeste se dirigiu ao burro, o animal prontificou-se a transportar os calhaus, pacientemente, deixando a terra livre e agradável.

Em seguida, o anjo passou a dar ordens de serviço em voz alta, mas o menino recusava-se a contribuir, enquanto o burro ia obedecendo.

No instante de mover o arado, o rapazinho desfez-se em palavras feias, fugindo à colaboração. O muar disciplinado, contudo, ajudou, quanto pôde, em silêncio.

No momento de preparar a sementeira, verificou-se o mesmo quadro: o repousava e o burro trabalhava.

Em todas as medidas iniciais da lavoura, o pesado animal agia cuidadoso, colaborando eficientemente com o lavrador celeste; entretanto, o jovem, cheio de saúde e leveza, permaneceu amuado, a um canto, choramingando sem saber por que e acusando não se sabe a quem.

No fim do dia, o campo estava lindo.

Canteiros bem desenhados surgiam ao centro, ladeados por fios de água benfeitora.

As árvores, em derredor, pareciam orgulhosas de protegê-los. O vento deslizava tão manso que mais se assemelhava a um sopro divino cantando nas campânulas do matagal.

A Lua apareceu espalhando intensa claridade.

O anjo abraçou o obediente animal, agradecendo-lhe a contribuição. Vendo o menino que o mensageiro se punha de volta, gritou, ansioso:

- Anjo querido, quero seguir contigo, quero ir para o Céu!...

O emissário divino respondeu, porém:

- O paraíso não foi feito para gente preguiçosa. Se desejas encontra-lo, aprende primeiramente a obedecer com o burro que soube receber a bênção da disciplina e o valor da educação.

E assim esclarecendo subiu para as estrelas, deixando o rapazinho desapontado, mas disposto a mudar de vida.

 

Francisco Cândido Xavier Da obra: Alvorada Cristã pelo Espírito Neio Lúcio


CAP IV – 21/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP IV – NINGUÉM PODRÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO

 

RENASCE AGORA

    

"Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus." - Jesus. (João, 3:3)

 

A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular.

Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentos e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?

Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem.

Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita em enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação de guerra.

Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.

Alguém te não entende? Persevera em demonstrar intentos mais nobres.

Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

Não olvides a assertiva do Mestre: - "Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."

Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam alcançando a antecipação da vitória sobre a ti mesmo, no tempo...

Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

 

 “Fonte Viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel


VIVEREMOS SEMPRE

 

Filho,

Não humilhes os ignorantes e os fracos, todos somos viajores da vida eterna.

Do berço ao túmulo atravessamos apenas um ato de imenso drama de nossa evolução para Deus.

Por vezes, o senhor veste o traje pobre do operário humilde para conhecer-lhe as duras necessidades, e o operário humilde veste o suntuoso traje do senhor para conhecer-lhe as duras obrigações na tarefa administrativa.

Quando um homem menospreza as oportunidades de tempo e dinheiro que o Céu lhe confia, volta ao mundo em outro corpo, experimentando a escassez de tudo.

Não escarneças do aleijado. Tua boca poderá cobrir-se de cicatrizes.

Não recolhas os bens que te não pertencem.

Teus braços são suscetíveis de caírem paralíticos, sem que possas acariciar o que é teu provisoriamente.

Não caminhes ao encontro do mal, porque o mal dispõe de recursos para surpreender-te, talvez com a perturbação e com a morte.

Ajuda e passa adiante, expandido um coração compassivo para com todas as dores e cheio de amor e perdão para todas as ofensas.

Quando não puderes, louvar cala-te e espera, porque a língua viciada na definição dos defeitos alheios regressa ao mundo em plena mudes.

Quem chega através de um berço risonho, na maioria dos casos é alguém que torna ao campo da carne a fim de restaurar-se e aprender.

Assim como a flor se destina ao fruto que alimenta, o teu conhecimento deve produzir a bondade que constrói e santifica.

Lembra-te de que longo é o caminho e que necessitaremos trocar de corpo.

Na direção da vitória final, tantas vezes quantas forem precisas, até que a indispensabilidade da vestimenta física se desvaneça com as encarnações sucessivas...

Colheremos da sementeira que fizermos.

Não desprezes, assim, os menos felizes.

O malfeitor e o vagabundo que se deixaram escravizar pelos demônios da preguiça são igualmente nossos irmãos. Ajudemo-los, através de todos os meios ao nosso alcance.

Nem sempre o verdadeiro infortunado é aquele que se debate num leito de sofrimento.

Não olvides o infeliz bem trajado que cruza as avenidas da ignorância, sem paz e sem luz.

Filho meu,

voltaremos ainda a terra, provavelmente, muitas vezes...

O serviço de redenção assim o exige.

Ama a todos. Auxilia indistintamente.

Semeia o bem, à margem de todas as estradas.

Recorreremos ao amparo de muitos.

É da Lei do Senhor que não avancemos sem os braços fraternos uns dos outros.

Prepara, desde agora, a colaboração de que necessitarás, a fim de prosseguirmos, em paz, montanha acima!

Se irmão de todos, para que te sintas, desde hoje, no centro da grande família humana, e o Senhor Supremo te abençoará.

 

 Neio Lúcio - Do livro Alvorada cristã. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 


 

CAP V – 22/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS

 

AFLITOS BEM AVENTURADOS

 

Provavelmente, no cotidiano, terás encontrado companheiros que te pareceram marginalizados perante a estrada justa;

os que se supunham demasiados virtuosos para sobrestar as paixões humanas, a escarnecerem os fracos, e caíram nelas, à feição de pássaros engodados pela merenda na armadilha que os recolheu;

os que censuravam erros do próximo, na base da ignorância, e se arrojaram depois nos despenhadeiros de enganos piores;

os que empreenderam jornadas redentoras, colocando-te pesada carga nos ombros, afastando-se das obrigações que prometeram honrar;

e quantos outros que ainda, incapazes de vencer a própria insegurança, desceram de eminências do serviço espiritual para aventuras turbulentas, chegando até mesmo a negação da fé que afirmavam acalentar.

Diante de todos eles, os que desconsideraram os outros, colhendo por fim a desconsideração alheia, à face das situações complexas em que intimamente se reconhecem prejudicados e infelizes, recorda as dificuldades da própria sustentação espiritual;

e examinando as provações e empeços de quem deseja acatar as responsabilidades próprias, endereça a todos os amigos, talvez em lutas mais graves que as tuas, os teus melhores pensamentos de paz e bom ânimo, a fim de que se restaurem.

Espíritos egressos de experiências vinagrosas em existências outras que o tempo arquivou para balanço oportuno, todos ainda carregamos nas próprias tendências o risco de retorno a quedas passadas, reclamando a bondade e a tolerância dos outros, de modo a demandarmos os caminhos da frente.

Partilhando a jornada humana, compreendamos que os companheiros julgados caídos estão desafiados por obstáculos e crises difíceis de atravessar.

E, ao invés de agravar-lhes os problemas, que amanhã talvez se façam nossos, saibamos ofertar-lhes a bênção da prece quando de todo não lhes possamos estender os braços, lembrando o Divino Amigo quando asseverou, convincente:

“Em verdade não vim ao mundo para curar os sãos.”

 

EMMANUEL - DO LIVRO NASCER E RENASCER - PSICOGRAFIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER


A RAZÃO DA DOR

 

Raquel, antiga servidora da residência de Cusa, ergueu a voz para indagar do Mestre por que motivo a dor se convertia em aflição nos caminhos do mundo.

Não era o homem criação de Deus? Não dispõe a criatura do abençoado concurso dos anjos? Não vela o Céu sobre os destinos da Humanidade?

Jesus fitou na interlocutora o olhar firme e considerou: — A razão da dor humana procede da proteção divina.

Os povos são famílias de Deus que, à maneira de grandes rebanhos, são chamados ao Aprisco do Alto.

A Terra é o caminho. A luta que ensina e edifica é a marcha.

O sofrimento é sempre o aguilhão que desperta as ovelhas distraídas à margem da senda verdadeira.

Alguns instantes se escoaram mudos e o Mestre voltou a ponderar: — O excesso de poder favorece o abuso, a demasia de conforto, não raro, traz o relaxamento, e o pão que se amontoa, de sobra, costuma servir de pasto aos vermes que se alegram no mofo...

Reparando, porém, que a assembleia de amigos lhe reclamava explicação mais ampla, elucidou fraternalmente:

— Um anjo, por ordem do Eterno Pai, tomou à própria conta um homem comum, desde o nascimento.

Ensinou-lhe a alimentar-se, a mover os membros e os músculos, a sorrir, a repousar e a asilar-se nos braços maternos.

Sem afastar-se do protegido, dia e noite, deu-lhe as primeiras lições da palavra e, em seguida, orientou-lhe os impulsos novos, favorecendo-lhe o ensejo de aprender a raciocinar, a ler, a escrever e a contar.

Afastava-o, hora a hora, de influências perniciosas ou mortíferas de Espíritos infelizes que o arrebatariam, por certo para o sorvedouro da morte.

Soprando-lhe ao pensamento idéias iluminadas aos clarões do Infinito Bem, através de mil modos de socorro imperceptível, garantiu-lhe a saúde e o equilíbrio do corpo.

Dava-lhe medicamentos invisíveis, por intermédio do ar e da água, da vestimenta e das plantas.

Vezes sem conta, salvou-o do erro, do crime e dos males sem remédio que atormentam os pecadores.

Ao amanhecer, o Pajem Celestial acorria, atento, preparando-lhe dia calmo e proveitoso, defendendo-lhe a respiração, a alimentação e o pensamento, vigiando-lhe os passos, com amor, para melhor preservar-lhe os dons; ao anoitecer, postava-se-lhe à cabeceira, amparando- lhe o corpo contra o ataque de gênios infernais, aguardando-o, com maternal cuidado, para as doces instruções espirituais nos momentos de sono.

No transcurso da vida, guiou-lhe os ideais, auxiliou-o a selecionar as emoções e a situar-se em trabalho digno e respeitável; clareou- lhe o cérebro jovem, insuflou-lhe entusiasmo santo, rumo à vida superior, e estimulou-o a formar um reino de santificação e serviço, progresso e aperfeiçoamento, num lar...

O homem, todavia, que nunca se lembrara de agradecer as bênçãos que o cercavam, fez-se orgulhoso e cruel, diante dos interesses alheios.

Ele, que retinha tamanhas graças do Céu, jamais se animou a estendê-las na Terra e passou simplesmente a humilhar os outros com a glória de que fora revestido por seu devotado e invisível benfeitor.

Quando experimentou o primeiro desgosto, que ele mesmo provocou menosprezando a lei do amor universal, que determina a fraternidade e o respeito aos semelhantes, gesticulou, revoltado, contra o Céu, acusando o Supremo Senhor de injusto e indiferente.

Aflito, o anjo guardião procurava levantar-lhe o ideal de bondade, quando um Anjo Maior se aproximou dele e ordenou que o primeiro dissabor do tutelado endurecido por excesso de regalias se convertesse em aflição.

Rolando, mentalmente, de aflição em aflição, o homem começou a recolher os valores da paciência, da humildade, do amor e da paz com todos, fazendo-se, então, precioso colaborador do Pai, na Criação.

Finda a historieta, esperou Jesus que Raquel expusesse alguma dúvida, mas emudecendo a servidora, dominada pela meditação que os ensinamentos da noite lhe sugeriam, o culto da Boa Nova foi encerrado com ardente oração de júbilo indefinível.

 

NEIO LUCIO - Do Livro Jesus no Lar - Francisco C. Xavier


CAP VI – 23/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP VI - O CRISTO CONSOLADOR

 

CONDUTA ESPÍRITA PERANTE A ENFERMIDADE

 

Sustentar inalteráveis a fé e a confiança, sem temor, queixa ou revolta, sempre que enfermidades conhecidas ou inesperadas lhe visitem o corpo ou lhe assediem o lar.

Cada prova tem uma razão de ser.

Com o necessário discernimento, abster-se do uso exagerado de medicamentos capazes de intoxicar a vida orgânica.

Para o serviço da cura, todo medicamento exige dosagem.

Desfazer ideias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece.

A força poderosa do pensamento tanto elabora quanto extingue muitos distúrbios orgânicos e psíquicos.

Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova espiritual, dentro das leis cármicas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e compreendê-la com desassombro e conformação.

A intensidade do sofrimento varia segundo a confiança na Lei Divina.

Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivas dos médicos desencarnados.

A Eterna Sabedoria tudo dispõe em nosso proveito.

Afirmar-se mentalmente em segurança, acima das enfermidades insidiosas que lhe possam assaltar o organismo, repelindo os pensamentos e as palavras de desespero ou cansaço, na fortaleza de sua fé.

A doença pertinaz leva à purificação mais profunda.

Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa.

A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé.

 

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” — Jesus. (MATEUS, 11:28.)

 

ANDRÉ LUIZ - CONDUTA ESPÍRITA -FCX


 

EXPLICAÇÕES DO MESTRE

Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas revelações novas:

— A ideia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar-me nela? Temos ouvido as pregações à beira do lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão... Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.

A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.

— Para isso — comentou Pedro —, é indispensável a boa-vontade.

— Com a fé em Nosso Pai Celestial — aventurou a esposa de Simão —, atravessaremos os tropeços mais duros.

Em todos os presentes transparecia ansiosa expectativa quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio:

— Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?

— É a criação de cabras — redarguiu a interpelada, curiosa.

— Como procedes para conservar o leite inalterado e puro no benefício doméstico?

— Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado.  

     Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços

     mais delicados.

Jesus sorriu e explanou:

— Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante

     superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens

     que poderíamos recolher. Em verdade,

     Moisés e os Profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do Povo Escolhido não

     purificaram suficientemente o receptáculo vivo do espírito para recebe-las. É por isto que os nossos contemporâneos

     são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados

     penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador

     da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino de Deus.

     A pequena assembleia, na sala de Pedro, recebia a lição sublime e singela, comovidamente, sem qualquer

     interferência verbal.

     O Mestre, porém, levantando-se com discrição e humildade, afagou os cabelos da senhora que o interpelara e

     concluiu, generoso:

     — O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta. Não te esqueças desta

     verdade simples e clara da Natureza.

 

NEIO LUCIO – JESUS NO LAR - FCX

 


 

CAP VII - 24/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP VII – BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO

 

O PRIMEIRO

 

"E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo". - Jesus (Mateus, 20:27)

 

Nos variados setores da experiência humana, encontramos as mais diversas criaturas a buscarem posições de destaque e postos de diretiva.

Há pessoas que enveredam pelas sendas do comércio e da indústria, em corrida infrene por se elevarem nas asas frágeis da posse efêmera.

Muitas elegem a tirania risonha no campo social, para se afirmarem poderosas e dominantes.

Outras pontificam através do intelecto, usando a Ciência como apoio da autoridade que avocam para si mesmas.

Temos ainda as inteligências que, em nome da inovação ou da arte, se declaram francamente partidárias da delinquência e do vício, para sossegarem as próprias ânsias de fulguração nas faixas da influência.

Todas caminham subordinadas às mesmas leis, elevando-se hoje, para descer amanhã.

O império econômico, a autoridade terrestre ou o intelectualismo sistemático possibilitam a projeção da criatura no cenário humano, à feição de luz meteórica, riscando, instantaneamente, a imensidade dos céus.

Em piores circunstâncias, aquele que preferiu o brilho infernal do crime, esbarra, em breve tempo, com a dureza de si mesmo, sendo constrangido a reunir os estilhaços da vida, provocados por suas ações lamentáveis, na recomposição do destino próprio.

Grande maioria toma a aparência do comando como sendo a melhor posição, e raros chegam a identificar, no anonimato da posição humilde, o posto de carreira que conduz a alma aos altiplanos da Criação.

Apesar de tudo, porém, a verdade permanece imutável.

A liderança real, no caminho da vida, não tem alicerces em recursos amoedados.

Não se encastela simplesmente em notoriedade de qualquer natureza.

Não depende unicamente de argúcia ou sagacidade.

Nem é fruto da erudição pretensiosa.

A chefia durável pertence aos que se ausentam de si mesmos, buscando os semelhantes para servi-los...

Esquecendo as luzes transitórias da ribalta do mundo...

Renunciando à concretização de sonhos pessoais em favor das realizações coletivas...

Obedecendo aos estímulos e avisos da consciência...

E por amar a todos sem reclamar amor para si, embora na condição de servo de todos, faz-se amado da vida, que nele concentra seus interesses fundamentais.

 

Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Waldo Vieira e FCX

 

 

 

O ELOGIO DA ABELHA

Grande mosca verde-azul, mostrando envaidecida as asas douradas pelo Sol, penetrou uma sala e encontrou uma abelha humilde a carregar pequena provisão de recursos para elaborar o mel.

 A mosca arrogante aproximou-se e falou, vaidosa:

- Onde surges, todos fogem. Não te sentes indesejável? Teu aguilhão é terrível.

 - Sim — disse a abelha com desapontamento —, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a interferir. Minha defesa é, quase sempre, também aminha morte.

- Mas não podes viver com mais distinção e delicadeza? — tornou a mosca — porque ferretoar, a torto e a direito?

 - Não, minha amiga — esclareceu a interlocutora — não é bem assim.

   Não sinto prazer em perturbar.

   Vivo tão somente para o trabalho que Deus me confiou, que representa benefício geral.

   E, quando alguém me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo, por vezes, a própria vida.

- Creio, porém, que se tivesses modos diferentes... se polisses as asas para que brilhassem à claridade solar, se te

   vestisses em cores iguais às minhas, talvez não precisasses alarmar a ninguém.

   Pessoa alguma te recearia a intromissão.

- Ah! não posso despender muito tempo em tal assunto — alegou a abelha criteriosa.

   O serviço não me permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões.

   A produção de mel indispensável ao sustento de nossa colmeia, e necessária a muita gente, não me oferece ensejo a 

   excessivos cuidados comigo mesma.

- Repara! — disse-lhe a mosca, desdenhosa — tuas patas estão em lastimável estado...

- Encontro-me em serviço — explicou-se a operária humildemente.

- Não! não! — protestou a outra — isto é monturo e relaxamento.

E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e aquietou-se, qual se estivesse em observação.

Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetraram o recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de companheiras distantes, uma das matronas gritou, nervosa:

- Cuidado! cuidado com a abelha! Fere sem piedade!...

A pequenina trabalhadora alada dirigiu-se para o campo e a mosca soberba passou a exibir-se, voando despreocupada.

- Que maravilha! — exclamou uma das senhoras.

- Parece uma jóia! — disse a outra.

A mosca preguiçosa planou... planou... e, encaminhando-se para a copa, penetrou o guarda-comida, deitando varejeiras na massa dos pastéis e em pratos diversos que se preparavam para o dia seguinte.

Acompanhou a criança, de maneira imperceptível, e pousou-lhe na cabeça, infeccionando certa região que se achava ligeiramente ferida.

Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda a família.

A encantadora mosca verde-azul deixara imundície e enfermidade por onde passara.

Quantas vezes sucede isto mesmo, em plena vida?

Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos agradável, à primeira vista, que, à maneira da abelha, sofrem sarcasmos e desapontamentos por bem cumprir a obrigação que lhes cabe, em favor de todos; e há muita gente de apresentação brilhante, quanto a mosca, e que, depois de seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas as larvas da calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento.

 

NEIO LUCIO - ALVORADA CRISTÃ – FCX

 


CAP VIII – 25/05

 

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP VIII – BEM AVENTURADOS OS QUE TEM O CORAÇÃO PURO

 

HUMILDADE

 

Alguém houve na Terra que nascido na palha não desesperou da pobreza a que o mundo lhe relegara a existência, transformando o berço apagado em poema inesquecível.

Assinalado por uma estrela em sua primeira hora humana, nunca se lembrou disso em meio das criaturas.

Com a sabedoria dos anjos, falava a linguagem dos homens, entretendo-se à beira de um lago em desconforto, com as criancinhas desamparadas.

Trazendo os tesouros da imortalidade no espírito, vivia sem disputar uma pedra onde repousar a cabeça e dispondo da autoridade maior escolhia servir, ao invés de mandar, levantando os doentes e amparando aos aflitos.

Em permanente contato com o Céu, ninguém lhe ouviu qualquer palavra em torno dessa prerrogativa e podendo deslumbrar o cérebro de seu tempo, preferia buscar o coração dos simples para esculpir na alma do povo as virtudes do amor no apoio recíproco.

Esquecido, não se descurava do dever de auxiliar sempre; insultado, perdoava; traído, socorria aos verdugos, soerguendo-lhes o espírito através da própria humildade.

Golpeado em suas esperanças mais belas, desculpava sem condições a quantos lhe feriam a alma Angélica.

Amparando sem paga, ninguém lhe escutou a mais leve queixa contra os beneficiários sem memória a lhe zurzirem a vida e o nome com as farpas da ingratidão.

Vendido por um dos companheiros que mais amava, recebeu-lhe, sereno, o beijo suspeitoso.

Encarcerado e sentenciado, à morte sem culpa, não recorreu à justiça por amor àqueles que lhe escarravam na face, deixando-se sacrificar com o silêncio da paz e o verbo do perdão.

E ainda mesmo depois do túmulo, ei-lo que volta à Terra estendendo as mãos aos amigos que o mal segregara na deserção, reunindo-os de novo em seus braços de luz.

Esse alguém era humilde.

Esse alguém é Jesus.

 

Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier do livro Abrigo

 

 

 

TER E SER

 

Um pai, em uma situação muito confortável de vida, resolveu dar uma lição a seu filho ensinando o que é ser pobre. Ficaria hospedado por alguns dias na casa de uma família de camponeses.

O menino passou três dias e três noites vivendo no campo.

No carro, voltando para a cidade, o pai lhe perguntou:

- Como foi sua experiência?

- Boa. respondeu o filho, com o olhar perdido à distância.

- E o que você aprendeu? insistiu o pai.

O filho respondeu:

- Que nós temos um cachorro e eles têm quatro.

- Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até metade do nosso quintal.

   Eles têm um rio sem fim, de água cristalina, onde têm peixinhos e outras belezas.

- Que importamos lustres do Oriente para iluminar nosso jardim,

   enquanto eles têm as estrelas e a lua para iluminá-los. - Nosso quintal chega até o muro. O deles chega até o   

   horizonte.

- Compramos nossa comida e esquentamos em micro ondas,

   eles cozinham em fogão à lenha.

- Ouvimos CD’s, Mp3, eles ouvem a sinfonia de pássaros, sapos, grilos, tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro

  canto de um vizinho trabalhando sua terra.

- Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes…

  Eles vivem com suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos.

- Vivemos conectados ao celular, ao computador, sempre plugados, neuroticamente atualizados.

  Eles estão “conectados” à vida, ao céu, ao sol, à água, ao campo, animais, às suas sombras, à sua família.

O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho e então o filho terminou:

- Obrigado, pai, por ter me ensinado o quanto somos pobres!

Nós temos olhos para enxergar, ouvidos para escutar, mas falta humildade em nossa mente e coração

para sentirmos na simplicidade da vida a gratidão

pela beleza da Criação inteiramente a nossa disposição,

pelo amor verdadeiro que nem percebemos....

 

Desconheço o autor

 


 

CAP IX – 26/05

 

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP IX – BEM AVENTURADOS OS MANSOS E PACÍFICOS

 

NO ERGUIMENTO DA PAZ

 

  "Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus”. - JESUS. (Mateus, 5:9.).

 

Efetivamente, precisamos dos artífices da inteligência, habilitados a orientar o progresso das ciências no planeta. Necessitamos, porém, e talvez mais ainda, dos obreiros do bem, capazes de assegurar a paz no mundo.

Não somente daqueles que asseguram o equilíbrio coletivo na cúpula das nações, mas de quantos se consagram ao cultivo da paz no cotidiano:

- dos que saibam ouvir assuntos graves, substituindo-lhe os ingredientes vinagrosos pelo bálsamo do entendimento    

  fraterno;

- dos que percebem a existência do erro e se dispõem a saná-lo, sem alargar-lhe a extensão com críticas destrutivas;

- dos que enxergam problemas, procurando solucioná-los, em silêncio, sem conturbar o ânimo alheio;

- dos que recolhem confidências aflitivas, sem passá-la adiante;

- dos que identificam os conflitos dos outros, ajudando-os sem referências amargas;

- dos que desculpam ofensas, lançando-as no esquecimento;

- dos que pronunciam palavras de consolo e esperança, edificando fortaleza e tranquilidade onde estejam;

- dos que apagam o fogo da rebeldia ou da crueldade, com exemplos de tolerância;

- dos que socorrem os vencidos da existência, sem acusar os chamados vencedores;

- dos que trabalham sem criar dificuldades para os irmãos do caminho;

- dos que servem sem queixa;

- dos que tomam sobre os próprios ombros toda a carga de trabalho que podem suportar no levantamento do bem de

   todos, sem exigir a cooperação do próximo para que o bem de todos prevaleça.

Paz no coração e paz no caminho.

Bem-aventurados os pacificadores - disse-nos Jesus -, de vez que todos eles agem na vida, reconhecendo-se na condição de fiéis e valorosos filhos de Deus.

 

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel

 

 

A BENÇÃO DO ESTÍMULO

 

Comentavam os aprendizes que a verdade constitui dever primordial, acima de todas as obrigações comuns, quando Filipe afiançou que, a pretexto de cultuar-se a realidade, ninguém deveria aniquilar a consolação.

E talvez por reportar-se André à franqueza com que o Mestre atendia aos mais variados problemas da vida, o Senhor tomou a palavra e contou, atencioso:

— Devotado chefe de família que lutava com bravura por amealhar recursos com que pudesse sustentar o barco doméstico, depois de desfrutar vasto período de fartura, viu-se pobre e abandonado pelos melhores amigos, de uma semana para outra, em virtude de enorme desastre comercial.

O infeliz não soube suportar o golpe que o mundo lhe vibrava no espírito e morreu, após alguns dias, ralado por inomináveis dissabores.

Entregue a si mesma, ao pé de seis filhos jovens, a valorosa viúva enxugou o pranto e reuniu os rebentos, ao redor de velha mesa que lhes restava, e verificou que os moços amargurados pareciam absolutamente vencidos pela tristeza e pelo desânimo.

Cercada de tantas lamentações e lágrimas, a senhora meditou, meditou... e, em seguida, dirigiu-se ao interior, de onde voltou sobraçando pequena caixa de madeira, cuidadosamente cerrada, e falou aos rapazes com segurança:

— “Meus filhos, não nos achamos em tamanha miserabilidade. Neste cofre possuímos valioso tesouro que a previdência paternal lhes deixou.

É fortuna capaz de fazer a nossa felicidade geral; entretanto, os maiores depósitos do mundo desaparecem quando não se alimentam nas fontes do trabalho honesto e produtivo.

Em verdade, o nosso ausente, quando desceu ao repouso, nos empenhou em dívidas pesadas; todavia, não será justo o esforço pelas resgatar com a preservação de nosso precioso legado?

Aproveitemos o tempo, melhorando a própria sorte e, se concordam comigo, abriremos a caixa, mais tarde, a menos que as exigências do pão se façam insuperáveis.”

Belo sorriso de alegria e reconforto apareceu no semblante de todos.

Ninguém discordou da sugestão materna.

No dia seguinte, os seis jovens atacaram corajosamente o serviço da terra. Valendo-se de grande gleba alugada, plantaram o trigo, com imenso desvelo, em valoroso trabalho de colaboração e, com tanto devotamento se portaram que, findos seis anos, os débitos da família se achavam liquidados, enorme propriedade rural fora adquirida e o nome do pai coroado, de novo, pela honra justa e pela fortuna próspera.

Quando já haviam superado de muito os bens perdidos pelo pai, reuniram-se, certa noite, com a genitora, a fim de conhecerem o legado intacto.

A velhinha trouxe o cofre, com inexcedível carinho, sorriu satisfeita e abriu-o sem grande esforço.

Com assombro dos filhos, porém, dentro do estojo encontraram somente velho pergaminho com as belas palavras de Salomão:

— “O filho sábio alegra seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; contudo, a justiça livra-nos da morte no mal. O Senhor não deixa com fome a alma do justo; entretanto, recusa a fazenda dos ímpios. Aquele que trabalha com mão enganosa, empobrece; todavia, a mão dos diligentes enriquece para sempre”.

Entreolharam-se os rapazes com júbilo indizível e agradeceram a inolvidável lição que o carinho materno lhes havia doado.

Silenciou o Mestre, sob a expressão de contentamento e curiosidade dos discípulos e, finda a ligeira pausa, terminou, sentencioso:

— Quem classificaria de enganadora e mentirosa essa grande mulher?

Seja o nosso falar “sim, sim” e “não, não” nos lances graves da vida, mas nunca espezinhemos a bênção do estímulo nas lutas edificantes de cada dia.

O germen tenro é a promessa do fruto.

A pretexto de acender a luz da verdade, que ninguém destrua a candeia da esperança.

 

NEIO LUCIO - CAP 18 - JESUS NO LAR

 


CAP X – 27/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP X – BEM AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS

 

VANTAGENS DO PERDÃO

 

"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós..." – Jesus (Mateus, 6:14)

 

Quando Jesus nos exortou ao perdão não nos induzia exclusivamente ao aprimoramento moral, mas também ao reconforto íntimo, a fim de que possamos trabalhar e servir, livremente, na construção da própria felicidade.

Registremos alguns dos efeitos imediatos do perdão nas ocorrências da vida prática.

- Através dele, ser-nos-á possível promover a extinção do mal, interpretando-se o mal por fruto de ignorância ou

  manifestação de enfermidade da mente;

- impediremos a formação de inimigos que poderiam surgir e aborrecer-nos indefinidamente, alentados por nossa

  aspereza ou intolerância;

- liberar-nos-emos de qualquer perturbação no tocante a ressentimento;

- imunizaremos o campo sentimental dos entes queridos contra emoções, idéias, palavras ou atitudes suscetíveis de

  marginalizá-los, por nossa causa, nos despenhadeiros da culpa;

- defenderemos a tarefa sob nossa responsabilidade, sustentando-a a cavaleiro de intromissões que, a pretexto de

  auxiliar-nos, viessem arrasar o trabalho que mais amamos;

- impeliremos o agressor a refletir seriamente na impropriedade da violência;

- e adquiriremos a simpatia de quantos nos observem, levando-os a admitir a existência da fraternidade, em cujo poder dizemos acreditar.

Quantos perdoem golpes e injúrias, agravos e perseguições apagam incêndios de ódio ou extinguem focos de delinquência no próprio nascedouro, amparando legiões de criaturas contra o desequilíbrio e resguardando a si mesmos contra a influência das trevas.

Perdão pode ser comparado a luz que o ofendido acende no caminho do ofensor.

Por isso mesmo, perdoar, em qualquer situação, será sempre colaborar na vitória do amor, em apoio de nossa própria libertação para a vida imperecível.

 

Emmanuel - Do livro Aulas da Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

 

A NECESSIDADE DE ENTENDIMENTO –

Um dos companheiros trazia ao culto evangélico enorme expressão de abatimento.

Ante as indagações fraternas do Senhor, esclareceu que fora rudemente tratado na via pública. Vários devedores, por ele convidados a pagamento, responderam com ingratidão e grosseria.

Não se internou o Cristo através da consolação individual, mas, exortando evidentemente todos os companheiros, narrou, benevolente:

— Um grande explicador dos textos de Job possuía singulares disposições para os serviços da compreensão e da bondade, e, talvez por isso, organizou uma escola em que pontificava com indiscutível sabedoria.

Amparando, certa ocasião, um aprendiz irrequieto que frequentes vezes se lamuriava de maus tratos que recebia na praça pública, saiu pacientemente em companhia do discípulo, pelas ruas de Jerusalém, implorando esmolas para determinados serviços do Templo.

A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença, mas, numa esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes à rogativa com aspereza e zombaria.

O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos. Não andaram muito tempo e viram-no cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral. Verificaram, em breve, que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.

Demandaram adiante, quando foram defrontados por um cavalheiro que nem se dignou responder-lhes à súplica, endereçando-lhes tão somente um olhar rancoroso e duro.

Orientador e tutelado acompanharam-lhe os passos, e, quando a estranha personagem alcançou o domicílio que lhe era próprio, repararam que compacto grupo de pessoas chorosas o aguardava, grupo esse ao qual se uniu em copioso pranto, informando-se os dois de que o infeliz retinha no lar uma filha morta.

Prosseguiram esmolando na via pública e, a estreito passo, receberam fortes palavrões de um rapaz a quem se haviam dirigido. Retraíram-se ambos, em expectativa, verificando, depois de meia hora de observação, que o mísero não passava de um louco.

Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia prisão e pedradas; mas, decorridas algumas horas, souberam que o infortunado era simplesmente um negociante falido, que se convertera de senhor em escravo, em razão de débitos enormes.

Como o dia declinasse, o respeitável instrutor convocou o discípulo ao regresso e ponderou:

— Guardaste a lição? Aceita a necessidade do entendimento por sagrado imperativo da vida. Nunca mais te queixes daqueles que exibem expressões de revolta ou desespero nas ruas. O primeiro que nos surgiu à frente era enfermo vulgar; o segundo guardava a morte em casa; o terceiro padecia loucura e o quarto experimentava a falência. Na maioria dos casos, quem nos recebe de mau-humor permanece em estrada muito mais escura e mais espinhosa que a nossa.

E, completando o ensinamento, terminou o Senhor, diante dos companheiros espantados:

— Quando encontrarmos os portadores da aflição, tenhamos piedade e auxiliemo-los na reconquista da paz íntima. O touro retém os chifres, por não haver atingido, ainda, o dom das asas. Reclamamos, comumente, contra a ovelha que nos perturba o repouso, balindo, atormentada; todavia, raramente nos lembramos de que o pobre animal vai seguindo, sob laço pesado, a caminho do matadouro.

NEIO LUCIO - CAP 35 - JESUS NO LAR – FCX


CAP XI – 28/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XI – AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

 

O NOVO MANDAMENTO

 

  “Um novo mandamento vos dou: que vos ameia uns aos outros, como eu vos amei.” — Jesus. (JO, 13:34.)

 

A leitura despercebida do texto induziria o leitor a sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento relativo à regra áurea.

Entretanto, é preciso salientar a diferença.

O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.

O primeiro institui um dever, em cuja execução não é razoável que o homem cogite da compreensão alheia.

O aprendiz amará o próximo como a si mesmo.

Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo mandamento na comunidade cristã.

O Mestre refere-se a isso na derradeira reunião com os amigos queridos, na intimidade dos corações.

A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos, garante a confiança fraternal e a certeza do entendimento recíproco.

Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos que se amparam efetivamente uns aos outros.

Esse é o novo mandamento que estabeleceu a intimidade legítima entre os que se entregaram ao Cristo, significando que, em seus ambientes de trabalho, há quem se sacrifique e quem compreenda o sacrifício, quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer.

Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda não penetraram o santuário dos corações.

 

Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

 

A REGRA DE AJUDAR

 

João, no age da curiosidade juvenil, compreendendo que se achava à frente de novos métodos de viver, tal a grandeza com que o Evangelho transparecia dos ensinamentos do Senhor, perguntou a Jesus qual a maneira mais digna de se portar o aprendiz, diante do próximo, no sentido de ajudar aos semelhantes, ao que o Amigo Divino respondeu, com voz clara e firme:

— João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.

A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente no deserto; recorda que a maioria dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhes é própria, reclamando amizade e entendimento, acima da medicação.

Lembra-te de que não há corações na Terra, sem problemas difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.

Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.

Fixa nos olhos as pessoas que te dirigirem a palavra, testemunhando-lhes carinhoso interesse, e guarda sempre a posição de ouvinte delicado e atencioso; não levantes demasiadamente a voz, porque a segurança e a serenidade com que os mais graves assuntos devem ser tratados não dependem de ruído.

Abstém-te das conversações improfícuas; o comentário menos digno é sempre invasão delituosa em questões pessoais.

Louva quem trabalha e, ainda mesmo diante dos maus e dos ociosos, procura exaltar o bem que são suscetíveis de produzir.

Foge ao pessimismo, guardando embora a prudência indispensável perante as criaturas arrojadas em negócios respeitáveis, mas passageiros, do mundo; a tristeza improdutiva, que apenas sabe lastimar-se, nunca foi útil à Humanidade, necessitada de bom ânimo.

Usa, cotidianamente, a chave luminosa do sorriso fraterno; com o gesto espontâneo de bondade, podemos sustar muitos crimes e apagar muitos males.

Faze o possível por ser pontual; não deixes o companheiro à tua espera, a fim de que te não seja atribuída uma falsa importância.

Agradece todos os benefícios da estrada, respeitando os grandes e os pequenos; se o Sol aquece a vida, é a semente de trigo que fornece o pão.

Deixa que as águas vivas e invisíveis do Amor, que procedem de Deus, Nosso Pai, atravessem o teu coração, em favor do círculo de luta em que vives; o Amor é a força divina que engrandece a vida e confere poder.

Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte, não apenas hoje, mas sempre.

Silenciou o Cristo e, assinalando a beleza do programa exposto, o jovem apóstolo inquiriu respeitosamente:

— Senhor, como conseguirei executar tão expressivos ensinamentos?

O Mestre respondeu, resoluto:

— A boa-vontade é nosso recurso de cada hora.

E, afagando os cabelos do discípulo inquieto, encerrou as preces da noite.

 

NEIO LUCIO - CAP 30 - JESUS NO LAR – FCX

 

 

A COROA E AS ASAS

 

Comentava-se, na reunião, as glórias do saber, quando o Cristo, para ilustrar a palestra, contou, despretensioso:

— Um homem amante da verdade, informando-se de que o aprimoramento intelectual conduz à divina sabedoria, atirou-se à elevação da montanha da ciência, empenhando todas as forças que possuía no decisivo cometimento.

A vereda era sombria qual obscuro labirinto; contudo, o esforçado lidador, olvidando dificuldades e perigos, avançava sempre, trocando de vestuário para melhor acomodar-se às exigências da marcha.

De tempos a tempos, lançava à margem da estrada uma túnica que se fizera estreita ou uma alpercata que se lhe afigurava inservível, procurando indumentária nova, até que, um dia, depois de muitos anos, alcançou a desejada culminância, onde um representante de Deus lhe surgiu ao encontro.

O emissário cumprimentou-o, abraçou-o e revestiu-lhe a fronte com deslumbrante coroa de luz.

Todavia, quando o vencedor do conhecimento quis prosseguir adiante, na direção do Paraíso, recomendou-lhe o mensageiro que voltasse atrás dos próprios passos, a ver o trilho percorrido e que, de sua atitude na revisão do caminho, dependeria a concessão de asas com que lhe seria possível voar ao encontro do Pai Eterno.

O interessado regressou, mas, agora, auxiliado pela fulgurante auréola de que fora investido, podia contemplar todos os ângulos da senda, antes inextricável ao seu olhar.

Não conteve o riso, diante das estranhas roupagens de que os viajadores da retaguarda se vestiam.

Aqui, notava uma túnica rota; acolá, uma sandália extravagante. Peregrinos inúmeros se apoiavam em bordões quebradiços, enquanto outros se amparavam em capas misérrimas; entretanto, cada qual, com impertinência infantil, marchava senhor de si, como se envergasse a roupa mais valiosa do mundo.

O vencedor da ciência não suportou as impressões que o quadro lhe causava e abriu-se em frases de zombaria, reprovando acremente a ignorância de quantos seguiam em vestes ridículas ou inadequadas.

Gritou, condenou e fez apodos contundentes.

Dirigiu-se à comunidade dos viajantes com tamanha ironia que muitos renunciaram à subida, retornando à inércia da planície vasta.

Após amaldiçoar a todos, indistintamente, voltou o herói coroado ao cume do monte, na expectativa de partir sem detença ao encontro do Pai, mas o Anjo, muito triste, explicou-lhe que a roupagem dos outros, que lhe provocara tanto sarcasmo inútil, era aquela mesma de que ele se servira para elevar-se, ao tempo em que era frágil e semicego, e que as asas de luz, com que deveria erguer-se ao Trono Divino, somente lhe seriam dadas, quando edificasse o amor no imo do coração.

Faltavam-lhe piedade e entendimento; que ele voltasse demoradamente ao caminho e auxiliasse os semelhantes, sem o que jamais conseguiria equilibrar-se no Céu.

Alguns minutos de silêncio seguiram-se indevassáveis...

O Mestre, todavia, imprimindo significativa ênfase às palavras, terminou:

— Há muitas almas, na Terra, ostentando a luminosa coroa da ciência, mas de coração adormecido na impiedade, salientando-se no sarcasmo pueril e na censura indébita.

Envenenadas pela incompreensão, exigentes e cruéis, fulminam os companheiros mais fracos no entendimento ou na cultura, ao invés de estender-lhes as mãos fraternais, reconhecendo que também já foram assim, tateantes e imperfeitos...

Enquanto, porém, não se decidirem a ajudar o irmão menos esclarecido e menos afortunado, acolhendo-o no próprio espírito, com sinceridade e devotamento, não receberão as asas com que lhes será lícito partir na direção do Céu.

 

NEIO LUCIO CAP 14 - JESUS NO LAR – FCX


CAP XII – 29/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XII – AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

 

ANTE OFENSAS

 

“Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.” – JESUS. (Mateus, 5:20.)

 

A fim de atender à recomendação de Jesus – “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” - , não te colocarás tão-somente no lugar do irmão necessitado de socorro material para que lhe compreendas a indigência com segurança; situar-te-ás também na posição daquele que te ofende para que lhe percebas a penúria da alma, de modo a que lhe estendas o concurso possível.

Habitualmente aquele que te fere pode estar nos mais diversos graus de dificuldades e perturbação.

Talvez esteja:

no clima de enganos lastimáveis dos quais se retirará, mais tarde, em penosas condições de arrependimento;

sofrendo a pressão de constrangedores processos obsessivos;

carregando moléstias ocultas;

evidenciando propósitos infelizes sob a hipnose da ambição desregrada, de que se afastará, um dia, sob os desencantos da culpa;

agindo com a irresponsabilidade decorrente da ignorância;

satisfazendo a compulsões da loucura ou procedendo sem autocrítica, em aflitivo momento de provação.

Por isso mesmo, exortou-nos Jesus a amar os inimigos e a orar pelos que nos perseguem e caluniam.

Isso porque somos inconsequentes toda vez que passamos recibo a insultos e provocações com os quais nada temos que ver.

Se temos o espírito pacificado no dever cumprido, proque deixar a estrada real do bem, a fim de ouvir as sugestões das trevas nos despenhadeiros do mal?

Além disso, se estamos em paz, à frente de irmãos nossos, envolvidos em sombra ou desespero, não seria justo nem humano agravar-lhes o desequilíbrio com reações impensadas, quando os sãos, perante Jesus, são chamados a socorrer os doentes, com a sincera disposição de compreender e servir, aliviar e auxiliar.

 

Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel    

 

 

A ARMA INFALÍVEL

 

Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.

 O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis.

E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que o expressava, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber porque.

Encontrou, quase de imediato, o sub chefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.

Foi a vez do sub chefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo.

Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível.

Tão só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável.

Repentinamente transtornada pelo raio que a ferira e que, até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do serviço de calçados e desabafou.

Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível.

Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental.

Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que seria compelida a aceitar, acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé de largas proporções.

O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera, e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública.

Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica.

Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada.

Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.

O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira.

Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde.

Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era portador.

— Estou farto! — bradou — a senhora é culpada dos aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente!...

Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:

— Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!... Tudo passa na Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou... Abraçou-o, comovida, e afagou-lhe os cabelos!

O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.

Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.

A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.

 

NEIO LUCIO - CAP 12 – ALVORADA CRISTÃ


CAP XIII – 30/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XIII – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA

 

A POBREZA FELIZ

 

Quem se empobrece de ambições inferiores, adquire a luz que nasce da sede de perfeição espiritual.

Quem se empobrece de orgulho, encontra a fonte oculta da humildade vitoriosa.

Quem s empobrece de exigências da vida física, recebe os tesouros inapreciáveis da alma.

Quem se empobrece de aflições inúteis, em torno das posses efêmeras da Terra, surpreende a riqueza da paz em si mesmo.

Quem se empobrece de vaidade, amealha as bênçãos do serviço.

Quem se empobrece de ignorância, ilumina-se com a chama da sabedoria.

Não vale amontoar ilusões que nos enganam somente no transcurso de um dia.

Não vale sermos ricos de mentira, no dia de hoje, para sermos indigentes da verdade, no dia de amanhã.

Ser grande, à frente dos homens, é sempre fácil. A astúcia consegue semelhante fantasia sem qualquer obstáculo.

Mas ser pequenino, diante das criaturas, para servirmos realmente aos interesses do Senhor, junto da Humanidade, é trabalho de raros.

Bem aventurada será sempre a pobreza que sabe se enriquecer de luz para a imortalidade, porque o rico ocioso da Terra é o indigente da Vida Mais Alta e o pobre esclarecido do mundo é o espírito enobrecido das Esferas Superiores, que será aproveitado na extensão da Obra de Deus.

 

Livro: DINHEIRO - Francisco Cândido Xavier – por Emmanuel

 

 

A CARIDADE DESCONHECIDA

 

A conversação em casa de Pedro versava, nessa noite, sobre a prática do bem, com a viva colaboração verbal de todos.

Como expressar a compaixão, sem dinheiro?

Por que meios incentivar a beneficência, sem recursos monetários?

Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna material eram invocados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os poderosos da Terra se encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando o Mestre interferiu, opinando, bondoso:

— Um sincero devoto da Lei foi exortado por determinações do Céu ao exercício da beneficência; entretanto, vivia em pobreza extrema e não podia, de modo algum, retirar a mínima parcela de seu salário para o socorro aos semelhantes. Em verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas palavras e gestos pessoais de conforto e estímulo a quantos se achavam em sofrimento e dificuldade; porém, magoava-lhe o coração a impossibilidade de distribuir agasalho e pão com os andrajosos e famintos à margem de sua estrada.

Rodeado de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que lhe absorvia o suor.

Reconheceu, todavia, que, se lhe era vedado o esforço na caridade pública, podia perfeitamente guerrear o mal, em todas as circunstâncias de sua marcha pela Terra.

Assim é que passou a extinguir, com incessante atenção, todos os pensamentos inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contacto com pessoas interessadas na maledicência, retraía-se, cortês, e, em respondendo a alguma interpelação direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima ausente;

se alguém, diante dele, dava pasto à cólera fácil, considerava a ira como enfermidade digna de tratamento e recolhia-se à quietude;

insultos alheios batiam-lhe no espírito à maneira de calhaus em barril de mel, porquanto, além de não reagir, prosseguia tratando o ofensor com a fraternidade habitual;

a calúnia não encontrava acesso em sua alma, de vez que toda denúncia torpe se perdia, inútil, em seu grande silêncio; reparando ameaças sobre a tranquilidade de alguém, tentava desfazer as nuvens da incompreensão, sem alarde, antes que assumissem feição tempestuosa;

se alguma sentença condenatória bailava em torno do próximo, mobilizava, espontâneo, todas as possibilidades ao seu alcance na defesa delicada e imperceptível;

seu zelo contra a incursão e a extensão do mal era tão fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via pública, para que não oferecessem perigo aos transeuntes.

Adotando essas diretrizes, chegou ao termo da jornada humana, incapaz de atender às sugestões da beneficência que o mundo conhece.

Jamais pudera estender uma tigela de sopa ou ofertar uma pele de carneiro aos irmãos necessitados.

Nessa posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde o servidor humilde compareceu receoso e desalentado.

Temia o julgamento das autoridades celestes, quando, de improviso, foi aureolado por brilhante diadema, e, porque indagasse, em lágrimas, a razão do inesperado prêmio, foi informado de que a sublime recompensa se referia à sua triunfante posição na guerra contra o mal, em que se fizera valoroso empreiteiro.

Fixou o Mestre o olhar percuciente e calmo e concluiu, em tom amigo:

— Distribuamos o pão e a cobertura, acendamos luz para a ignorância e intensifiquemos a fraternidade aniquilando a discórdia, mas não nos esqueçamos do combate metódico e sereno contra o mal, em esforço diário, convictos de que, nessa batalha santificante, conquistaremos a divina coroa da caridade desconhecida.

 

NEIO LUCIO - CAP 20 - JESUS NO LAR – FCX


CAP XIV –  31/05

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XIV – HONRA TEU PAI E TUA MÃE

 

FAMILIARES

 

 “Porquanto qualquer que fizer a vontade de Deus esse é meu irmão minha irmã e minha mãe” - Jesus - Marcos, 3, 35.

 

“Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam, no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente já na existência atual. Cap.14, 8.

 

Parentela - instituto primário de caridade.

Fora do lar, é possível o sossego na consciência, distribuindo as sobras do dinheiro ou do tempo, aliás, com o mérito de quem sabe entesourar a beneficência.

Nada difícil suportar o agressor desconhecido que raramente conseguiremos rever.

Nenhum sacrifício em amparar o doente, largado na rua, a quem não nos vinculamos compromisso direto.

Em casa, porém, somos constrangidos ao exercício da assistência constante.

É aí, no reduto doméstico, por trás das paredes que nos isolam do aplauso público, que a vidência Divina nos experimenta a madureza tal ou o proveito dos bons conselhos que ministramos.

Nós que, de vez em vez, desembolsamos sorrindo pequena parcela de recursos em benefício dos outros, estamos incessantemente convocados a sustentar os familiares que precisam de nós, não apenas mobilizando possibilidades materiais, mas também apoio e compreensão, disciplina e exemplo, resguardando as forças que nos asseguram felicidade.

Anseias por encargos sublimes queres a convivência das entidades superiores, sonhas com posse de dons luminescentes, suspiras pela ascensão espiritual!...

Contempla, no entanto, o espaço estreito que serve de moradia e lembra-te da criança na escola.

Em cada companheiro que partilha a consanguinidade, temos um livro de lições que, às vezes, nos detém o passo por tempo enorme, no esforço da repetência.

Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas virtudes; num, a paciência, noutro, a lealdade, e ainda em outros, o equilíbrio e a abnegação, a firmeza e a brandura!

A pretexto de auxiliar a Humanidade, não fujas do cadinho fervente de lutas em que a vida te colocou sob o telhado em que respiras.

Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonstrações de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou irmãos, porque é de tua vitória moral junto deles que depende a tua admissão definitiva, entre os amados que te esperam, nas vanguardas de luz, em perpetuidade de regozijo na Família Maior.

 

Emmanuel - do livro:  O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier 

 

 

O PODER DA GENTILEZA    

 

Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro pobre, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:

— A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.

 — Mas, doutor, não dispomos de recursos... — considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos. — Que fazer? —De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.

O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escarninho e acrescentou:

— O senhor não pode intervir na administração.

O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando...

Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado. Ia comentando, na oração silenciosa:

— Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?

Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.

O movimento era enorme. Muitas compras. Muita gente.

Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:

— Meu velho, venha cá.

O professor acompanhou-a, sem vacilar.

À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:

— Traga-me esta encomenda.

Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.

Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:

— Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?

— Perfeitamente — respondeu o interpelado —, dê suas ordens.

Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.

Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras.

Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé.

Consertou-a com sacrifício da própria roupa.

Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de buscar um peru assado, à distância de dois quilômetros.

Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo.

Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.

Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio.

Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades respeitáveis.

Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.

Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.

— Não pense nisto — respondeu com sinceridade —, tive muito prazer em ser-lhe útil.

No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer.

As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação. 

Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam n’alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.

A bondade dele vencera os impedimentos legais.

O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.

A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.

 

NEIO LUCIO - ALVORADA CRISTÃ – FCX


CAP XV – 01/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XV – FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

 

ESCOLA DE BENÇÃO

 

Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção de amigos, falta de alguém...

Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.

Procuraste espetáculos públicos que não te distraíram e usaste comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.

Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana, sai de ti mesmo e busca na caridade a escola da bênção.

Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contacto daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.

Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.

Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.

Observarás, ainda mais,

os paralíticos que sonham com a alegria de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas do berço e os que vacilam, desorientados, na noite total da loucura.

Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a ti mesmo,

volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz: - Obrigado, meu Deus !

 

Meimei - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Francisco C Xavier e Waldo Vieira.

 

 

 

A LIÇÃO DA SEMENTE

 

Diante da perplexidade dos ouvintes, falou Jesus, convincente:

— Em verdade, é muito difícil vencer os aflitivos cuidados da vida humana.

Para onde se voltem nossos olhos, encontramos a guerra, a incompreensão, a injustiça e o sofrimento.

No Templo, que é o Lar do Senhor, comparecem o orgulho e a vaidade nos ricos, o ódio e a revolta nos pobres.

Nem sempre é possível trazer o coração puro e limpo, como seria de desejar, porque há espinheiros, lamaçais e serpentes que nos rodeiam.

Entretanto, a ideia do Reino Divino é assim como a semente minúscula do trigo.

Quase imperceptível é lançada à terra, suportando-lhe o peso e os detritos, mas, se germina, a pressão e as impurezas do solo não lhe paralisam a marcha.

Atravessa o chão escuro e, embora dele retire em grande parte o próprio alimento, o seu impulso de procurar a luz de cima é dominante.

Desde então, haja sol ou chuva, faça dia ou noite, trabalha sem cessar no próprio crescimento e, nessa ânsia de subir, frutifica para o bem de todos.

O aprendiz que sentiu a felicidade do avivamento interior, qual ocorre à semente de trigo, observa que longas raízes o prendem às inibições terrestres...

Sabe que a maldade e a suspeita lhe rondam os passos, que a dor é ameaça constante; todavia, experimenta, acima de tudo, o impulso de ascensão e não mais consegue deter-se.

Age constantemente na esfera de que se fez peregrino, em favor do bem geral.

Não encontra seduções irresistíveis nas flores da jornada.

O reencontro com a Divindade, de que se reconhece venturoso herdeiro, constitui-lhe objetivo imutável e não mais descansa, na marcha, como se uma luz consumidora e ardente lhe torturasse o coração.

Sem perceber, produz frutos de esperança, bondade, amor e salvação, porque jamais recua para contar os benefícios de que se fez instrumento fiel.

A visão do Pai é a preocupação obcecante que lhe vibra na alma de filho saudoso.

O Mestre silenciou por momentos e concluiu:

— Em razão disso, ainda que o discípulo guarde os pés encarcerados no lodo da Terra, o trabalho infatigável no bem, no lugar em que se encontra, é o traço indiscutível de sua elevação.

Conheceremos as árvores pelos frutos e identificaremos o operário do Céu pelos serviços em que se exprime.

A essa altura, Pedro interferiu, perguntando:

— Senhor: que dizer, então, daqueles que conhecem os sagrados princípios da caridade e não os praticam?

Esboçou Jesus manifesta satisfação no olhar e elucidou:

— Estes, Simão, representam sementes que dormem, apesar de projetadas no seio dadivoso da terra.

Guardarão consigo preciosos valores do Céu, mas jazem inúteis por muito tempo.

Estejamos, porém, convictos de que os aguaceiros e furacões passarão por elas, renovando-lhes a posição no solo, e elas germinarão, vitoriosas, um dia.

Nos campos de Nosso Pai, há milhões de almas assim, aguardando as tempestades renovadoras da experiência, para que se dirijam à glória do futuro.

Auxiliemo-las com amor e prossigamos, por nossa vez, mirando a frente!

Em seguida, ante o silêncio de todos, Jesus abençoou a pequena assembleia familiar e partiu.

 

NEIO LUCIO - CAP 4 - JESUS NO LAR – FCX


CAP XVI –  02/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XVI – SERVIR A DEUS E A MAMON

 

DINHEIRO E CARÊNCIA

 

...filhos, quando puderdes, semeai a felicidade para os vossos irmãos na Terra: quanto nos seja possível, sirvamos.

...tempo é também depósito de Deus em nossas mãos.

    Aqui, na Vida Espiritual, não se vos perguntará quanto aos títulos que usastes, nessa ou naquela esfera de atividade

    humana e sim sereis inquiridos quanto às dores que atenuastes, às lágrimas que suprimistes!

...amemo-nos! Tudo é bênçãos quando convertemos as lutas e os valores do mundo em bênçãos para a vida.

    Abençoemos a nossa oportunidade de trabalhar.

...em todas as circunstâncias, preservemos a tranquilidade para servir, em todas as provações, imunizemo-nos contra a

   discórdia e reunamos nossas energias para realizar a tarefa a que fomos chamados.

   E sejam quais forem os problemas, entendamos nossas mãos uns aos outros fraternalmente, para que o tempo,

   patrimônio do Senhor, não se perca em nossos passos.

...agradeçamos à Divina Providência o Dom de compreender a verdade e o ensejo de trabalhar na concretização do

   melhor ao nosso alcance.

...todos os elementos do mundo são ingredientes necessários à luz de nosso próprio burilamento.

...dinheiro é instrumento do Senhor para todos os que se decidem a servi-lo na pessoa dos semelhantes e carência de

    recursos materiais é outra vantagem do Senhor para todos os que lhe sabem acatar os desígnios, transformando-a em

    trabalha renovador.

...dor é bênção e alegria é bênção.

    Dificuldade é via de acesso à vitória nos ideais que nos propomos alcançar e facilidade é caminho para sustentarmos o   

    triunfo a que aspiramos no desempenho dos propósitos de Jesus.

...tudo na Terra e na vida é apelo a que trabalhemos mais, servindo mais. À face disso, que a compreensão real do

   Evangelho, nos felicite, inspirando-nos a materializar, com mais segurança, as esperanças do Cristo a nosso respeito.

...não nos deixemos envolver por dúvidas e sombras e dissensões.

   O grande remédio para todas as aflições será sempre trabalhar mais e servir mais, entregando ao Senhor a parte dos

   problemas que não nos seja possível resolver.

...unamo-nos portanto, filhos queridos, e acalentando a alegria em nosso corações, sigamos ao encontro do futuro, na

   certeza de que Jesus nos sustentará.

 

MENSAGEM RECEBIDA EM 29.8.1964. PSICOGRAFIA CHICO XAVIER - LIVRO BEZERRA, CHICO E VOCÊ

 

 

A VOZ DO EVANGELHO

      

Esparramado na poltrona, João Lício pensava.

Sem dúvida, fora feliz nos negócios. Enriquecera. Seu nome nos bancos indicava créditos de milhões.

Que aceitava o Espiritismo, aceitava. Nenhuma Doutrina mais consoladora. Mas daí a espalhar o que havia juntado, isso é que não.

Meditava, assim, por haver recebido na véspera a solicitação de duzentos mil cruzeiros, da parte de amigos, para salvar grande obra periclitante.

Para o montante do que possuía, a importância referida expressava migalha; entretanto, segundo refletia, já havia feito o possível. Dera grandes somas. Custeara a compra de vasto material. Cumprira com os preceitos da cooperação e da caridade.

Sentia-se exonerado de quaisquer compromissos.

Ainda assim, ouvira dizer que o Evangelho respondia a consultas e resolveu experimentar.

Levantou-se. Procurou o Novo Testamento e, após recolhê-lo, tornou a sentar-se.

Abriu indiscriminadamente. E caiu-lhe aos olhos a sentença de Jesus, no versículo dezenove do capítulo seis, das anotações do Apóstolo Mateus:

- “Não ajunteis tesouros da Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam ...”

Como se houvesse recebido um choque, ponderou que o trecho não apresentava significação para ele, porque sempre dera muito a todas as instituições de caridade.

Abrira outra vez. O Livro Divino, decerto, lhe reservava alguma consolação.

Repetiu o movimento e as páginas lhe mostraram o versículo dez do capítulo dezessete, doa apontamentos de Lucas, em que Jesus assim se expressa:

- “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que deveria fazer.”

Surpreendeu-se mais ainda. O evangelho como que o chamava a brios.

Nervoso, inquieto, consultou pela terceira vez. E o Livro aberto exibiu o versículo vinte do capítulo doze, igualmente das lições de Lucas, em que a voz do Senhor solta esta frase:

- “Louco, esta noite pedirão tua alma... E o que tens ajuntado para quem será?”

João Lício fechou o volume com mãos trêmulas.

Espantado, tangido no íntimo, encerrou a consulta.

E, tomando o chapéu, saiu, procurando os amigos de modo a ver como poderia ajudar.

 

 Hilário Silva - Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira - Livro: A Vida Escreve


CAP XVII – 03/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XVII – SEDE PERFEITOS

 

LETREIROS VIVOS

 

Nas faixas mínimas da sua experiência cotidiana surge o roteiro humano que você representa para os outros.

Os traços do semblante pintam-lhe o clima interior.

Os seus objetos de uso pessoal compõem o edifício da sua simplicidade.

A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de disciplina.

O cumprimento das suas obrigações denuncia-lhe o valor da palavra empenhada.

O teor da amizade dos seus vizinhos, para com a sua pessoa, qualifica a sua capacidade de se fazer entendido.

O diapasão da sua palestra dá o tom da sua altura íntima.

A segurança da sua opinião traduz a firmeza dos seus ideais.

Os tecidos que lhe envolvem o corpo configuram-lhe o senso de naturalidade.

As iguarias da sua mesa revelham-lhe o papel do estômago no mundo moral.

A natureza do cuidado com o seu físico fala francamente de suas possíveis relações com a vaidade.

O seu presente diz, para todos, o que você foi no passado e o que você será no porvir, com reduzidas possibilidades de erro.

A uniformidade entre o movimento das suas idéias, dos seus conceitos e das suas ações disseca, à vista de todos, a fibra da sua vontade.

Todas as criaturas que lhe partilham a existência lêem incessantemente os letreiros vivos que lhe estabelecem a verdadeira identidade nos panoramas da Vida, respondendo-lhe as mensagens inarticuladas com aversão ou simpatia, contentamento ou desagrado, conforme a sua plantação de bem ou mal.

 

ANDRÉ LUIZ - DO LIVRO O ESPÍRITO DA VERDADE. PSICOGRAFIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

 

 

LOUVADO SEJA DEUS

 

O velho André era um escravo resignado e sofredor.

Certo dia, ele soube que Jesus nos ensinara a santificar o nome de Deus e prometeu a si mesmo jamais praticar o mal. Se o feitor da fazenda o perseguia, André perdoava e dizia de todo o coração: – Louvado seja Deus.

Se algum companheiro tentava-o a fugir das obrigações de cada dia, considerando as injustiças que os cercavam, ele dizia contar com a Bondade Divina, indicava o céu e repetia: – Louvado seja Deus.

Quando veio a libertação dos cativos, o dono da fazenda chamou-o e disse-lhe que a pobreza e a doença lhe batiam à porta e pediu-lhe que não o abandonasse.

Todos os companheiros se ausentaram, embriagados de alegria, mas André teve compaixão do Senhor, agora humilhado, e permaneceu no serviço, imaginando que Deus estaria satisfeito com o seu procedimento.

O proprietário da terra, pouco a pouco, perdeu o que possuía, arruinado pela enfermidade, mas o generoso servidor cuidou dele, até à morte, afirmando sempre: – Louvado seja Deus.

André estava cansado e envelhecido, quando o antigo patrão faleceu.

Quis trabalhar, mas o corpo encarquilhado curvava-se para o chão, com muitas dores.

Esmolou, então, com humildade e paciência e, de cada vez que recebia algum pão para saciar a fome ou algum trapo para cobrir o corpo, exclamava alegremente: – Louvado seja Deus.

Certa noite, muito sozinho, com sede e febre, notou que alguém penetrava em sua choça de palha.

Quem seria?

Em poucos instantes, um anjo erguia-se à frente dele. 

Acanhado e aflito, quis falar alguma coisa, mas não pôde.

O anjo, porém, sorrindo, abraçou-o e exclamou: – André, o nome de Nosso Pai Celestial foi exaltado por seu coração e vim buscar você para que a sua voz possa louvá-lo agora no céu.

No dia seguinte, o corpo do velho escravo apareceu morto na choupana, mas, sobre o teto rústico as aves pousavam, cantando, e muita gente afirmou que os passarinhos pareciam repetir: – Louvado seja Deus!

 

MEIMEI – PAI NOSSO – FCX


CAP XVIII –  04/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XVIII – MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS

 

A PORTA ESTREITA

 

Aceitemos a dificuldade por mestra amorável, se esperamos que a vida nos entregue os seus tesouros.

Sem a porta estreita do obstáculo não conseguiríamos medir a nossa capacidade de trabalho ou ajuizar quanto à nossa fé.

As lições do próprio suor são as mais preciosas.

Os ensinamentos hauridos na própria renúncia são aqueles que se nos estampam na alma, no campo evolutivo.

Ouvimos mil conselhos edificantes e sorrimos, ante o fracasso iminente.

Basta, porém, por vezes, uma pequena dor para que se nos consolide a cautela à frente do perigo.

Com discernimento louvável improvisamos prodigiosos facilitários de felicidade para os outros, indicando-lhes o melhor caminho para a vitória no bem ou para a comunhão com Deus, entretanto, à primeira alfinetada do caminho sobre nossas esperanças mais caras, habitualmente, nos desmandamos à distância do equilíbrio justo, espalhando golpes e lágrimas, exigências e sombras.

Saibamos, no entanto, respeitar na “porta estreita” que o mundo nos impõe o socorro da Vida Maior, a fim de que possamos reconsiderar a própria marcha.

Por vezes, ela é a enfermidade que nos auxilia a preservar as vantagens da saúde, em muitas fases de nossa luta é a incompreensão alheia, que nos compele ao reajuste necessário; 

em muitos passos da senda é a prova que nos segrega no isolamento, impelindo-nos a seguir pela escada miraculosa da prece, da Terra para os Céus...

Por vezes o abandono de afeições muito amadas a impulsionar-nos para os braços de Cristo em variadas circunstâncias, é o desencanto ante a enganosa satisfação de nossos desejos na experiência física, inspirando-nos ideais mais altos

e, em alguns casos, é a visitação da morte que nos abriga a refletir na imortalidade triunfante...

Por onde fores, cada dia, agradece a dificuldade que nos melhore e nos eleve à grande renovação.

Jesus não escolheu a larga avenida do menor esforço.

Da Manjedoura ao Calvário, movimentou-se entre os obstáculos que se transfiguraram para Ele em degraus para a volta ao Pai Celestial e, aceitando na cruz, a sua maior mensagem de amor à Humanidade de todos os séculos, legou-nos, com exemplo vivo, a porta estreita do sacrifício como sendo o nosso mais belo caminho de paz e libertação.

 

 Do Livro: Abrigo de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

 

 

O MAIOR PECADO

 

Um sacerdote sábio, desejando ensinar o caminho do Céu aos crentes que confiavam nele, rogou a Jesus, depois de longas meditações e sacrifícios, lhe fosse revelado qual o maior impedimento contra a iluminação espiritual.

Com efeito, de mente limpa, dormiu e sonhou que era conduzido à Porta Celestial.

Nimbado de esplendor, um anjo recebeu-o, benevolente.

- Mensageiro de Deus! — clamou o sacerdote — venho rogar a verdade para as ovelhas humanas que me seguem...

- Que pretendes saber? — indagou a entidade angélica.

— Peço esclarecimento sobre o maior obstáculo para a alma, na marcha para Deus. Sei que temos sete pecados mortais que aniquilam em nós a graça divina, na ascensão para o Alto. Sob a influência de semelhantes monstros, rola o espírito no despenhadeiro infernal. Entretanto, desejaria explicações mais claras, quanto ao problema do mal, porque nossas faltas variam ao infinito.

O anjo sorriu e considerou: — A solução é simples. Quais são os pecados a que te referes?

O ministro da fé movimentou os dedos e respondeu: — Soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. Deles nascem as demais imperfeições.

O mensageiro, contudo, acrescentou: — No fundo, porém, podemos reduzi-los a unidade. Todos os pecados, inclusive os mortais, procedem de uma fonte única.

O sacerdote, curioso, suplicou: — Oh! anjo amigo, aclara-me o entendimento! Há muitos aprendizes, na Terra, aguardando-me a palavra!...

O emissário da Esfera Superior, sem qualquer presunção de superioridade, passou a elucidar: — Escuta e atende!

Se o soberbo trabalhasse para o bem de todos, não encontraria ensejo de cultivar o orgulho e a vaidade que o levam a acreditar-se ponto central do universo.

Se o avarento conhecesse a vantagem do suor, na felicidade dos semelhantes, não se entregaria à volúpia da posse que o obriga a acumular dinheiro inutilmente.

Se o homem inclinado à tentação dos prazeres fáceis aprendesse a despender as próprias forças em favor da elevação coletiva, não disporia de ocasião para prender-se às paixões aniquiladoras que o arrastam ao crime.

Se as pessoas facilmente irascíveis estivessem dispostas a servir de acordo com os desígnios divinos, não envenenariam a própria saúde com remorsos e angústias injustificáveis.

Se o guloso vivesse atento à tarefa construtiva que lhe cabe no mundo, não se escravizaria aos apetites devastadores que lhe arruinam o corpo e a alma.

E se o invejoso utilizasse a existência, no trabalho digno, não gastaria tempo acompanhando maliciosamente as iniciativas do próximo, complicando o próprio destino...

Como vê, o maior dos pecados, a causa primordial de todos os males, é a preguiça. Dá trabalho edificante às tuas ovelhas e convence-te de que, na posse do serviço, não se afastarão do caminho justo.

O sacerdote não mais teve o que perguntar.

Despertou, edificado, e, do dia seguinte em diante, o povo reparou que o ministro modificara as pregações.

 

NEIO LUCIO - CAP 36 - ALVORADA CRISTÃ – FCX


CAP XIX – 05/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XIX – A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS

 

FALTA DE FÉ

 

Acolhei ao que é débil na fé; não, porém, para discutir opiniões. Paulo.  (Romanos. 14:1.)

 

Não se deve julgar a criatura sem fé pelo padrão moral daquela que a possui, como não se pode considerar o enfermo à maneira de alguém que se encontre sem saúde porque assim o deseje.

E assim como não se extingue a doença com pancadas e sim à custa de amparo e remédio, não se remove a descrença a preço de controvérsia e sim pelo concurso do amor e da educação.

Existem motivações diversas para a incredulidade, tanto quanto existem causas variadas para a moléstia.

Em toda parte, onde se alinham seres humanos encontramos aqueles irmãos que ainda se privam de mais amplo entendimento, no domínio das questões essencialmente espirituais:

os que da infância à madureza tão somente estiveram no clima da mais profunda ignorância acerca dos assuntos da alma;

os que se enredaram na inquietação, em face de compromissos inconfessáveis, e temem o contato com as realidades do Espírito;

os que se apegam a preconceitos estéreis e fogem de incrementar no próprio ser o conhecimento da Vida Superior;

os que sofrem processos obsessivos, temporariamente incapacitados para raciocinar com segurança em torno da orientação pessoal;

os que caíram em extrema revolta ante as lides expiatórias que eles mesmos fizeram por merecer.

Quando te vejas defrontado pelos companheiros sem fé ou portadores de confiança ainda muito frágil, compadece-te deles e auxilia-os, quanto possas.

Segundo a solicitação do apóstolo Paulo, saibamos acolhê-los ao calor da bondade, nunca ao fogo da discussão.

 

Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier. Do livro Bênção de Paz

 

 

PODER DA FÉ E PERSEVERANÇA

 

Três rapazes suspiravam por encontrar o Senhor, a fim de fazer-lhe rogativas.

Depois de muitas orações, eis que, certa vez, no campo em que trabalhavam, apareceu-lhes o carro do Senhor, guiado pelos anjos.

Radiante de luz, o Divino Amigo desceu da carruagem e pôs-se a ouvi-los.

Os três ajoelharam-se em lágrimas de júbilo e o primeiro implorou a Jesus o favor da riqueza.

O Mestre, bondoso, determinou que um dos anjos lhe entregasse enorme tesouro em moedas,

O segundo suplicou a beleza perfeita e o Celeste Benfeitor mandou que um dos servidores lhe desse um milagroso unguento a fim de que a formosura lhe brilhasse no rosto.

O terceiro exclamou com fé: – Senhor, eu não sei escolher... Dá-me o que for justo, segundo a tua vontade.

O Mestre sorriu e recomendou a um dos seus anjos lhe entregasse uma grande bolsa.

Em seguida, abençoou-os e partiu...

O moço que recebera a bolsa abriu-a, ansioso, mas, oh! desencanto!... Ela continha simplesmente uma enorme pedra.

Os companheiros riram-se dele, supondo-o ludibriado, mas o jovem afirmou a sua fé no Senhor, levou consigo a pedra e começou a desbastá-la, procurando, procurando...

Depois de algum tempo, chegou ao coração do bloco endurecido e encontrou aí um soberbo diamante.

Com ele adquiriu grande fortuna e com a fortuna construiu uma casa onde os doentes pudessem encontrar refúgio e alívio, em nome do Senhor.

Vivia feliz, cuidando de seu trabalho, quando, um dia, dois enfermos bateram à porta.

Não teve dificuldade em reconhecê-los.

Eram os dois antigos colegas de oração, que se haviam enganado com o ouro e com a beleza, adquirindo apenas doença e cansaço, miséria e desilusão.

Abraçaram-se, chorando de alegria e, nesse instante, o Divino Mestre apareceu entre eles e falou:

– Bem-aventurados todos aqueles que sabem aproveitar as pedras da vida, porque a fé e a perseverança no bem são os dois grandes alicerces do Reino de Deus.

 

MEIMEI - – CAP 14 - PAI NOSSO – FCX


CAP XX – 06/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XX – OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

 

CHAMADOS A SERVIR

 

"Chamados para servir, quantos de nós temos alegado, até agora, insuficiência, falha, defeito ou incapacidade, tentando justificar a própria omissão?

Curioso pensar, porém, que o Evangelho do Senhor não nos convida para exercer o ministério dos anjos e sim nos solicita engajamento para desempenhar o papel de servidores.

Neste sentido importa recordar os elementos imperfeitos da própria Terra, convocados para a organização sócio planetária conquanto as deficiências com que se caracterizam.

Enumeremos alguns.

A pedra é agressiva e capaz de ferir, mas suportando corte e ajustamento é a base da moradia e da estrada nobre em que os homens edificam intercâmbio e segurança.

O solo em si é matéria primitiva concentrada, todavia, em se deixando tratar convenientemente, é celeiro de produção intensiva.

Certos fios metálicos atirados ao léu são resíduos para a sucata, no entanto, se ligados ao serviço elétrico fazem-se de imediato condutores de luz e força.

Os bichos-da-seda não são agradáveis ao olhar, mas se atendem aos programas de trabalho do sericicultor dão origem a tecidos valiosos.

O ouro é a garantia simbólica das riquezas de cúpula da organização social, entretanto, o esterco é o agente que assegura a vitalidade e o perfume das rosas.

Chamados para servir!

- Eis a indicação do Mais Alto no rumo de quantos amadurecem nas experiências do mundo, buscando a compreensão do Bem.

Se escutaste semelhante convite, não alegues inutilidade ou imperfeição para cobrir a própria fuga.

O Senhor nos concede claramente a condição de Espíritos ainda incompletos, mas se nos dispusermos a lhe ouvir a palavra, disciplinando-nos para o valor da utilidade, estaremos logo no clima do progresso em plenitude, de melhoria e de elevação."

 

Emmanuel - Do livro Na Era do Espírito. Francisco C. Xavier e Herculano Pires

 

 

O MENSAGEIRO DO AMOR 

 

Falava-se na reunião, com respeito à preponderância dos sábios na Terra, quando Jesus tomou a palavra e contou, sereno e simples:

— Há muitos anos, quando o mundo perigava em calamitosa crise de ignorância e perversidade, o Poderoso pai enviou-lhe um mensageiro da ciência, com a missão de entregar-lhe gloriosa mensagem de vida eterna.

Tomando forma, nos círculos da carne, o esclarecido obreiro fez-se professor e, sumamente interessado em letras, apaixonou-se exclusivamente pelas obras da inteligência, afastando-se, enojado, da multidão inconsciente e declarando que vivia numa vanguarda luminosa, inacessível à compreensão das pessoas comuns.

Observando-o incapaz de atender aos compromissos assumidos, o Senhor Compassivo providenciou a viagem de outro portador da ciência que, decorrido algum tempo, se transformou em médico admirado.

O novo arauto da Providência refugiou-se numa sala de ervas e beberagens, interessando-se tão somente pelo contacto com enfermos importantes, habilitados à concessão de grandes recompensas, afirmando que a plebe era demasiado mesquinha para cativar-lhe a atenção.

O Todo-Bondoso determinou, então, a vinda de outro emissário da ciência, que se converteu em guerreiro célebre. Usou a espada do cálculo com mestria, pôs-se à ilharga de homens astuciosos e vingativos e, afastando-se dos humildes e dos pobres, afirmava que a única finalidade do povo era a de salientar a glória dos dominadores sanguinolentos. Contristado com tanto insucesso, o Senhor Supremo expediu outro missionário da ciência, que, em breve, se fez primoroso artista.

Isolou-se nos salões ricos e fartos, compondo música que embriagasse de prazer o coração dos homens provisoriamente felizes e afiançou que o populacho não lhe seduzia a sensibilidade que ele mesmo acreditava excessivamente avançada para o seu tempo.

Foi, então, que o Excelso Pai, preocupado com tantas negações, ordenou a vinda de um mensageiro de amor aos homens.

Esse outro enviado enxergou todos os quadros da Terra, com imensa piedade.

Compadeceu-se do professor, do médico, do guerreiro e do artista, tanto quanto se comoveu ante a desventura e a selvageria da multidão e, decidido a trabalhar em nome de Deus, transformou-se no servo diligente de todos.

Passou a agir em benefício geral e, identificado com o povo a que viera servir, sabia desculpar infinitamente e repetir mil vezes o mesmo esforço ou a mesma lição.

Se era humilhado ou perseguido, buscava compreender na ofensa um desafio benéfico à sua capacidade de desdobrar-se na ação regeneradora, para testemunhar reconhecimento à confiança do Pai que o enviara.

Por amar sem reservas os seus irmãos de luta, em muitas situações foi compelido a orar e pedir o socorro do Céu, perante as garras da calúnia e do sarcasmo; entretanto, entendia, nas mais baixas manifestações da natureza humana, dobrados motivos para consagrar-se, com mais calor, à melhoria dos companheiros animalizados, que ainda desconheciam a grandeza e a sublimidade do Pai Benevolente que lhes dera o ser.

Foi assim, fazendo-se o último de todos, que conseguiu acender a luz da fé renovadora e da bondade pura no coração das criaturas terrestres, elevando-as a mais alto nível, com plena vitória na divina missão de que fora investido.

Houve ligeira pausa na palavra doce do Messias e, ante a quietude que se fizera espontânea no ruidoso ambiente de minutos antes, concluiu ele, com expressivo acento na voz:

— Cultura e santificação representam forças inseparáveis da glória espiritual.  A sabedoria e o amor são as duas asas dos anjos que alcançaram o Trono Divino, mas, em toda parte, quem ama segue à frente daquele que simplesmente sabe.

 

NEIO LUCIO - CAP 9 - JESUS NO LAR – FCX


CAP XXI – 07/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXI – FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

 

ESPINHEIROS

 

 “Nem se vindimam uvas dos abrolhos.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 6, versículo 44.)

 

O cristão é um combatente ativo.

Despertando no campo do Senhor, aturde-se-lhe a visão com a amplitude e complexidade do trabalho.

Dificuldades, tropeços, cipoais, ervas daninhas...

E o Evangelho, com propriedade de conceituação, elucida que não se pode vindimar nos espinheiros.

Entretanto, teria Jesus assumido a paternidade de semelhante afirmativa para que cruzemos os bra­ços em falsa beatitude?

Se o terreno permanece absorvido pelos abrolhos, o discípulo recebeu inúmeras ferramentas do Mestre dos mestres.

Indispensável, pois, enfrentar o serviço.

O Cristo encarou, face a face, o sacrifício pela Humanidade inteira.

Será a existência de alguns espinheiros a causa de nossos obstáculos insuperáveis?

Não.

Se hoje é impossível a vindima, ataquemos o chão duro.

Lavremos o solo árido.

Adubemos com suor e lágrimas.

Haverá sempre chuvas fecundantes do Céu ou generosos mananciais da Terra, abençoando-nos o esforço.

A Divina Providência reside em toda parte.

Não olvidemos o imperativo do trabalho e, depois, em lugar dos abrolhos, colheremos o fruto suave e doce da videira.

 

Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

 

O ESCUDO MÁGICO

 

Era uma vez, num reino muito distante que existia um rei magnífico e este rei era o único no reino que tinha no seu escudo mágico uma estrela de ouro que brilhava como a luz do sol.

Todos os cavalheiros no reino possuíam um escudo mágico. De acordo com suas atitudes e seu heroísmo o escudo poderia alcançar um brilho como não havia igual.

Mas para surgir uma estrela no escudo era necessário um heroísmo muito grande.

E havia um jovem muito impetuoso no reino que queria muito uma oportunidade para mostrar que era corajoso e assim possuir uma estrela de ouro em seu escudo.

Nesta ocasião criaturas mágicas e ambiciosas pretendiam tomar o reino e o rei convocou todos os heróis do reino para irem a batalha com as criaturas.

O jovem viu aí a oportunidade de mostrar o quanto era corajoso.

O rei chamou então um por um e determinou as suas posições.

Quando chegou a vez do jovem, o rei então falou:

- Você deve ficar no castelo e protegê-lo.

A custo o rapaz se conteve, principalmente quando soaram as trombetas de partida e a majestosa tropa cavalgava em direção aos campos de batalha.

Sozinho ficou o jovem guardando o imenso castelo.

Chegou então um ancião muito distinto na sua presença e lhe narrou os conflitos no campo de batalha de tal maneira que o rapaz via em imagens o horror que estava sendo.

Aflito, vestiu seus aparatos de guerra, pois precisava reforçar o auxílio tão necessário aos guerreiros.

Então se lembrou das palavras de seu rei, retirou os aparatos e disse para si mesmo:

- Devo obedecer as ordens de meu rei. Devo ficar no castelo.

Depois de algum tempo apareceu uma senhora bastante idosa na sua presença que se admirou de ele se encontrar no castelo enquanto estavam precisando de gente nos campos de batalha.

Ela então lhe disse que ele precisava ir para salvar o rei, pois ele estava em uma situação difícil.

Completamente irado, o jovem desembainhou sua espada, pegou seu escudo, mas novamente as palavras do rei lhe acudiram o espírito. E então o jovem decidiu mais uma vez ficar no castelo.

Um moço surgiu então em sua presença. Contou-lhe que esteve nos campos de batalha e que o rei lá sangrava devido a um ferimento grave ocasionado por uma fatal perfuração de espada próximo ao seu coração e que provavelmente haviam perdido a batalha, pois a quantidade de guerreiros mortos era muito grande.

O jovem então montou o seu belo cavalo e cavalgou velozmente em direção a saída do castelo, quando estava próximo do portão principal gritou num ímpeto:

- Fechem todas as entradas do castelo. Levantem as pontes levadiças. E disse para si mesmo:

- Devo me encerrar dentro deste castelo. Devo cumprir a palavra que dei a meu rei. E assim foi.

O jovem não viu quando o moço que lhe trouxe as notícias, cruzou a saída do castelo e num estado de fúria transformou-se numa das mágicas criaturas e foi-se embora.

Soaram então os maravilhosos acordes de trombetas anunciando a chegada dos guerreiros vitoriosos.

Prontamente o jovem se posicionou para recepcioná-los e, de cabeça erguida, segurava seu escudo enquanto passavam por ele. Passou o seu rei e sorriu-lhe, mas ele maravilhado olhava os escudos brilhantes dos guerreiros, e não entendia, entretanto, porque os guerreiros olhavam tanto para ele e principalmente não tiravam os olhos de seu escudo.

Ele não podia imaginar que os guerreiros admiravam a bela estrela de ouro que brilhava no seu magnífico escudo.

 

O dever do homem vem de Deus, cuidar do castelo do Reino e dos súditos indefesos....

 

Enviada por: Edeli Arnaldi

 

... vencer a si mesmo é a batalha mais difícil de nossas vidas ...

 


CAP XXII – 08/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXII – O QUE DEUS UNIU O HOMEM NÃO SEPARA

 

DIVORCIO E LAR

 

Indubitavelmente o divórcio é compreensível e humano, sempre que o casal se encontre à beira da loucura ou da delinquência.

Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da segregação no cárcere ou no sanatório especializado em terapias da mente, através de irreflexões com que assinala a própria insegurança, é imperioso se lhe estenda recurso adequado ao reequilíbrio.

Feita a ressalva, e atentos que devemos estar aos princípios de causa e efeito que nos orientam nas engrenagens da vida, é razoável se peça aos cônjuges o máximo esforço para que não venham a interromper os compromissos a que se confiaram no tempo.

Para que se atenda a isso é justo anotar que, muitas vezes, o matrimônio, à feição de organismo vivo e atuante, adoece por desídia de uma das partes.

Dois seres, em se unindo no casamento, não estão unicamente chamados ao rendimento possível da família humana e ao progresso das boas obras a que se dediquem, mas também e principalmente - e muito principalmente - ao amparo mútuo.

Considerado o problema na formulação exata, que dizer do homem que, a pretexto de negócio e administração, lutas e questões de natureza superficial, deixasse a mulher sem o apoio afetivo em que se comprometeu com ela ao buscá-la, a fim de que lhe compartilhasse a existência?

E que pensar da mulher que, sob a desculpa de obrigações religiosas e encargos sociais, votos de amparo a causas públicas e contrariedades da parentela, recusasse o apoio sentimental que deve ao companheiro, desde que se decidiu a partilhar-lhe o caminho?

Dois corações que se entregam um ao outro, desde que se fundem nas mesmas promessas e realizações recíprocas, passam a responder, de maneira profunda, aos impositivos de causa e efeito, dos quais não podem efetivamente escapar.

Todos sabemos que no equilíbrio emocional, entre os parceiros que se responsabilizam pela organização doméstica, depende invariavelmente a felicidade caseira.

Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente impelidos, no intercâmbio com os amigos encarnados na Terra, acerca do relacionamento de que carecemos na sustentação da tranquilidade de uns para com os outros, divórcio e lar constituem temas que não nos será lícito esquecer.

Se te encontras nas ondas pesadas da desarmonia conjugal, evoluindo para o divórcio ou qualquer outra espécie de separação, não menosprezes buscar alguma ilha de silêncio a fim de pensar.

Considera as próprias atitudes e, através de criterioso auto-exame, indague por teu próprio comportamento na área afetiva em que te comprometeste, na garantia da paz e da segurança emotiva da companheira ou do companheiro que elegeste para a jornada humana.

E talvez descubras que a causa das perturbações existentes reside em ti mesmo.

Feito isso, se trazes a consciência vinculada ao dever, acabarás doando ao coração que espera por teu apoio, a fim de trabalhar e ser feliz, a quota de assistência que se lhe faz naturalmente devida em matéria de alegria e tranquilidade, amor e compreensão.

Emmanuel - Do livro Na Era do Espírito. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires.

 

 

PEQUENO CONTO CHINÊS

Conta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.

Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.

No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.

Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.

Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:

- Minha filha, o que você fará lá?

Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte.

Tire esta ideia insensata da cabeça; eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

E a filha respondeu:

Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.

À noite, a jovem chegou ao palácio.

Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas joias e com as mais determinadas intenções.

Então, inicialmente, o príncipe anunciou o desafio:

Darei a cada uma de vocês, uma semente.

Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.

A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc...

O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.

Passaram-se três meses e nada surgiu.

A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido.

Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor.

Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.

Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.

Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.

Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.

Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa.

As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações.

Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado.

Então, calmamente o príncipe esclareceu:

- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz.

A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, perca.

Você será sempre um Vencedor.

 

Autor desconhecido Enviada por: Virgílio Vilela  


CAP XXIII – 09/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXIII – MORAL ESTRANHA

 

RENUNCIAR

 

 "E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna." - Jesus. (Mateus, 19:29.)

 

Neste versículo de Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna.

Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo.

No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.

Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome.

À primeira vista, o alvitre divino parece contra senso.

Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los?

Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos.

Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.

Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.

Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição.

Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos.

Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.

Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo.

É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.

Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.

Acaso, não encontras compreensão no lar?

Os amigos e irmãos são indiferentes e rudes?

Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo.

Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.

 

Emmanuel do Livro Caminho, Verdade e Vida, psicografado por F. C. X

 

 

O SAPO E A COBRA

 

Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.

- Alô! Que é que você está fazendo estirada na estrada?

- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha, e você?

- Um sapo. Vamos brincar?

E eles pularam a tarde toda pela estrada.

- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco.

E eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.

- Obrigada por me ensinar a pular.

- Obrigado por me ensinar a subir em árvore.

Em casa o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar.

- Quem ensinou isto para você?

- A cobra, minha amiga.

- Você não sabe que a família cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem.

Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.

- Quem ensinou isso para você?

- O sapo, meu amigo.

- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu com a família Sapo?

Da próxima vez, agarre o sapo e... bom apetite! E pare de pular. Nós, cobras não fazemos isso.

No dia seguinte, cada um ficou na sua.

- Acho que não posso rastejar com você hoje.

A cobra olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: "Se ele chegar perto, eu pulo e devoro ele".

Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho.

Suspirou e deslizou para o mato.

Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos.

Mas ficavam sempre ao sol, pensando no único dia em que foram amigos.

 

"O Livro das Virtudes"- uma antologia de William J. Bennett


CAP XXIV – 10/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXIV – NÃO COLOCAR A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE

 

A CANDEIA

 

A candeia luminosa, acima do velador, não é somente um problema de verbalismo doutrinário.

Claro que as nossas convicções públicas revelam pensamento aberto e coração arejado, na sincera demonstração de nossas concepções mais íntimas. O ensinamento do Cristo, porém, lançou raízes mais profundas no solo do nosso entendimento.

A lâmpada acesa da lição divina é, antes de tudo, o símbolo da nossa atitude positiva, nos variados ângulos da existência.

O discípulo do Evangelho é convidado a afirmar-se, no mundo, a cada instante.

Se forte, ofendido, não conserves a luz do perdão nas dobras obscuras dos melindres enfermiços.

Se encontraste a dificuldade, não escondas a coragem nos resvaladouros da fuga.

Se fostes surpreendido pela provação, não enterres o talento da fé no deserto do desânimo.

Se fostes tocados pela dor, não arremesses a esperança ao despenhadeiro da indiferença.

Se sofres perseguição e calúnia, não arrojes a oração no precipício do desespero.

Se a luta te impôs a marcha entre espinheiros, oferecendo-te fel e vinagre, não ocultes o teu valor espiritual, sob os detritos da informação ou desalento.

Faze a tua viagem na Terra, em companhia do Amigo Celestial, de coração elevado à Vontade Divina, de cabeça erguida na fidelidade à religião do dever bem cumprido, de consciência edificada no bem invariável e de braços ativos e dirigentes na plantação das boas obras.

Não disfarces os teus conhecimentos de ordem superior aprende a usá-los, em benefício dos semelhantes e em favor de ti mesmo, porque assim, ainda mesmo que o sacrifício supremo da cruz se te faça prêmio entre os homens, adquirirás na Vida Maior a felicidade de haver buscado a luz da própria sublimação.

 

Emmanuel - Do livro Nascer e Renascer -  Psicografia de Francisco Cândido Xavier

 

 

A VISITA DA VERDADE

 

Certa feita, disse o Mestre que só a Verdade fará livre o homem; e, talvez porque lhe não pudesse apreender, de imediato, a vastíssima extensão da afirmativa, perguntou-lhe Pedro, no culto doméstico:

— Senhor, que é a Verdade?

Jesus fixou no rosto enigmática expressão e respondeu:

— A Verdade total é a Luz Divina total; entretanto, o homem ainda está longe de suportar-lhe a sublime fulguração.

Reparando, porém, que o pescador continuava faminto de esclarecimentos novos, o Amigo Celeste meditou alguns minutos e falou:

— Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira, demorava-se certo devoto, implorando o socorro divino. Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira, sentir-se o melhor de todos. Reclamava contra o ambiente fétido em que se achava. O ar empestado sufocava-o — dizia ele em gritos comoventes. Pedia uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio do dia claro. Afirmava-se robusto, apto, aproveitável. Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso? Chorava e bradava, não ocultando aflições e exigências. Que razões o obrigavam a viver naquela atmosfera insuportável?

Notando Nosso Pai que aquele filho formulava súplicas incessantes, entre a revolta e a amargura, profundamente compadecido enviou-lhe a Fé.

A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a persistir na oração.

O infeliz consolou-se, de algum modo, mas, a breve tempo, voltou a lamuriar.

Queria fugir ao monturo e, como se lhe aumentassem as lágrimas, o Todo-Poderoso mandou-lhe a Esperança.

A emissária afagou-lhe a fronte suarenta e falou-lhe da eternidade da vida, buscando secar-lhe o pranto desesperado. Para isso, rogou-lhe calma, resignação, fortaleza.

O pobre pareceu melhorar, mas, decorridas algumas horas, retomou a lamentação.

Não podia respirar — clamava, em desalento.

Condoído, determinou o Senhor que a Caridade o procurasse.

A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o, endereçando-lhe palavras de carinho, qual se lhe fora abnegada mãe.

Todavia, porque o mísero prosseguisse gritando, revoltado, o Pai Compassivo enviou-lhe a Verdade.

Quando a portadora de esclarecimento se fez sentir na forma de uma grande luz, o infortunado, então, viu-se tal qual era e apavorou-se. Seu corpo era um conjunto monstruoso de chagas pustulentas da cabeça aos pés e, agora, percebia, espantado, que ele mesmo era o autor da atmosfera intolerável em que vivia. O pobre tremeu cambaleante, e, notando que a Verdade serena lhe abria a porta da libertação, horrorizou-se de si mesmo; sem coragem de cogitar da própria cura, longe de encarar a visitadora, frente a frente, para aprender a limpar-se e a purificar-se, fugiu, espavorido, em busca de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então reconhecia.

O Mestre fez longa pausa e terminou:

— Assim ocorre com a maioria dos homens, perante a realidade. Sentem-se com direito à recepção de todas as bênçãos do Eterno e gritam fortemente, implorando a ajuda celestial. Enquanto amparados pela Fé, pela Esperança ou pela Caridade, consolam-se e desconsolam-se, creem e descreem, tímidos, irritadiços e hesitantes; todavia, quando a Verdade brilha diante deles, revelando-lhes a condição em que se encontram, costumam fugir, apressados, em busca de esconderijos tenebrosos, dentro dos quais possam cultivar a ilusão.

 

CAP 25 JESUS NO LAR – NEIO LUCIO - FCX


CAP XXV – 11/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXV – BUSCAI E ACHAREIS

 

BENFEITORES E BÊNÇÃOS

 

AÇÃO E PRECE

 

Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. - Jesus. (Mateus, 7:7).

 

Prece é luz.

Serviço é merecimento.

Prece é luz.

Serviço é bênção.

Muitos irmãos rogam o auxílio do Céu trancando, porém, o coração ao auxílio em favor dos companheiros que lhes solicitam apoio e cooperação na Terra.

A evolução, no entanto, em qualquer território da vida, é entretecida em bases de intercâmbio.

O lavrador retém o solo e os elementos da natureza, mas se aspira a alcançar os prodígios da colheita deve plantar.

O artista possui a pedra e os instrumentos com que lhe possa alterar a estrutura, mas se quer a obra-prima há que burilá-la com atenção.

No versículo sétimo do capítulo sete dos apontamentos do apóstolo Mateus, no Evangelho, diz-nos Jesus: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á".

Em linguagem de todos os tempos isto quer dizer:

desejai ardentemente e as oportunidades aparecerão;

empenhai-vos a encontrar o objeto de vossos anseios e tê-lo-eis à vista;

todavia é preciso combater o bom combate, trabalhar, agir e servir para que se vos descerrem os horizontes e as realizações que demandais.

Semelhantes princípios regem as leis da prece.

A oração ampara sempre; no entanto se o interessado em proteção e socorro não lhe prestigia a influência, ajudando-lhe a ação, a benefício dos seus próprios efeitos, de certo que não funciona.

 

Por Emmanuel, do livro Segue-me! Francisco Cândido Xavier

 

 

CUIDAR DE SUAS RESPONSABILIDADES

 

Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.

Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.

Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.

O segundo levaria uma corça rara.

O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viajem de três milhas; no entanto, no meio do caminho, começaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.

O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajante permanecia atento as obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho.

Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o bolo se perde totalmente no chão.

Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a presença do pai, apresentando cada qual a sua queixa de derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:

- Aproveitem o ensinamento da estrada.

Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso.

O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias.

Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

 

Autor desconhecido - Enviada por: Edeli Arnaldi


CAP XXVI – 12/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXVI – DAR DEM GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBER

 

A ÁGUA FLUÍDA

 

 “E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria por ser meu discípulo, em verdade vos digo que, de modo algum, perderá o seu galardão”. Jesus (Mateus, 10:42)

 

Meu amigo, quando Jesus se referiu à benção do copo de água fria, em seu nome, não apenas se reportava à compaixão rotineira que sacia a sede comum.     

Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais mais profundos.

A água é dos corpos o mais simples e receptivo da terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa, através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.

A prece intercessória e o pensamento de bondade representam irradiações de nossas melhores energias.

A criatura que ora ou medita exterioriza poderes, emanações e fluidos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar e a linfa potável recebe a influência, de modo claro, condensando linhas de força magnética e princípios elétricos, que aliviam e sustentam, ajudam e curam.

A fonte que procede do coração da Terra e a rogativa que flui no imo d’alma, quando se unem na difusão do bem, operam milagres.

O Espírito que se eleva na direção do céu é antena viva, captando potências da natureza superior, podendo distribuí-las em benefício de todos os que lhe seguem a marcha.

Ninguém existe órfão de semelhante amparo. Para auxiliar a outrem e a si mesmo, bastam a boa vontade e a confiança positiva.

Reconheçamos, pois, que o Mestre, quando se referiu à água simples, doada em nome da sua memória, reportava-se ao valor real da providência, em benefício da carne e do espírito, sempre que estacionem através de zonas enfermiças. Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o liquido, com raios de amor, em forma de bênção, e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.

Por Emmanuel, do livro Segue-me! Francisco Cândido Xavier

 

 

PERANTE O PASSE

 

Quando aplicar passes e demais métodos da terapêutica espiritual, fugir à indagação sobre resultados e jamais temer a exaustão das forças magnéticas.

O bem ajuda sem perguntar.

Lembrar-se de que na aplicação de passes não se faz precisa a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou bocejo de contínuo, e de que nem sempre há necessidade de toque direto no paciente.

A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.

Esclarecer os companheiros quanto à inconveniência da petição de passes todos os dias, sem necessidade real, para que esse gênero de auxílio não se transforme em mania.

É falta de caridade abusar da bondade alheia.

Proibir ruídos quaisquer, baforadas de fumo, vapores alcoólicos, tanto quanto ajuntamento de gente ou a presença de pessoas irreverentes e sarcásticas nos recintos para assistência e tratamento espiritual.

De ambiente poluído, nada de bom se pode esperar. Interromper as manifestações mediúnicas no horário de transmissões do passe curativo.

Disciplina é alma da eficiência.

Interditar, sempre que necessário, a presença de enfermos portadores de moléstias contagiosas nas sessões de assistência em grupo, situando-os em regime de separação para o socorro previsto.

A fé não exclui a previdência.

Quando oportuno, adicionar o sopro curativo aos serviços do passe magnético, bem como o uso da água fluidificada, do aut opasse, ou da emissão de força socorrista, a distância, através da oração.

O Bem Eterno é bênção de Deus à disposição de todos.

“E rogava-lhe muito, dizendo: — Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.”  (MARCOS, 5:23.)

 

Livro: Conduta Espírita- Ditado Pelo Espírito - André Luiz – Psicografia Fracisco C Xavier  Waldo Vieira

 

 

DOR DE CABEÇA - O PASSE

 

Era uma sexta-feira.

Muita gente aglomerava-se em volta de Chico Xavier.

O médium, de pé, abraçava um, dirigia a palavra a outro.

Aproximou-se dele uma jovem senhora, reclamando de forte dor de cabeça.

Chico a ouviu atentamente e convidou-a a sentar-se na assistência para participar do encontro.

A palestra transcorreu normalmente, com os colaboradores dando sua parcela de cooperação nos comentários.

Depois da meia-noite, finda a reunião, a senhora que reclamara da dor de cabeça achegou-se ao médium, com a fisionomia radiante e feliz.

A dor de cabeça cessara nos primeiros minutos das tarefas.

Chico sorriu docemente, despedindo-se dela com carinho.

Instantes depois, explicou:

- Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão muito forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente.

O marido desejou dar-lhe uma bofetada e não o fez por recato natural.

Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma concentração de fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo, causando a dor de cabeça.

Tão logo começou a reunião, Dr.Bezerra colocou a mão sobre sua cabeça e vi sair de dentro do seu ouvido um cordão fluídico escuro, negro, que produzia a dor.

Eu estava psicografando, mas, orientado por Emmanuel, pude acompanhar todo o fenômeno.

 

Dor de Cabeça - Extraído do livro: MANDATO DE AMOR– Chico Xavier–autores diversos


CAP XXVII – 13/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXVII – PEDI E OBTEREIS

 

QUANDO ORARDES

 

 “E, quando estiverdes orando, perdoai.”  – Jesus. (Marcos, 11:25).

 

A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares.

Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível, nos círculos do tempo;

todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contato com o sentido Eterno e Criador da vida íntima.

Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho.

A mente que ora, permanece em movimentação na esfera invisível.

As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não conheçam entre si, na pauta das convenções sociais, comunicam-se através dos tênues fios do desejo manifestado na oração.

Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado.

É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente.

É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: – “E, quando estiverdes orando, perdoai.”

 

Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier

 

 

 

JESUS MANDOU ALGUÉM - ANTOLGIA DA CRIANÇA – FCX

O culto do Evangelho no lar havia terminado às sete da noite, e João Pires, com a esposa, filhos e netos, em torno da mesa, esperava o café que a família saboreava depois das orações.

Ana Maria, pequena de sete anos, reclamou:

- Vovô, não sei porque Jesus não vem. Sempre Vovô chama por ele nas preces: “Vem Jesus! Vem Jesus! ” e Jesus nunca veio ...

O avô riu-se, bondoso, e explicou:

Filhinha, nós, os espíritas, não podemos pensar assim ... O mestre vive presente conosco em suas lições. E cada pessoa do caminho, principalmente os mais necessitados, são representantes dele, junto de nós ... Um doente é uma pessoa que o Senhor nos manda socorrer, um faminto é alguém que Ele nos recomenda servir ...

D. Maria, a dona da casa, nesse momento repartia o café, e, antes que o vovô terminasse, batem à porta.

Ana Maria e Jorge Lucas, irmão mais crescido, correm para entender.

Daí a instantes, voltam, enquanto o menino grita:

- Ninguém não! É só um mendigo pedindo esmola.

- Que é isso? Exclama a senhora Pires, instintivamente a estas horas?

Ana Maria, porém, de olhos arregalados, aproxima-se do avô e informa, encantada:

- Vovô, é um homem! Ele está pedindo em nome de Jesus. É preciso abrir a porta. Acho que Jesus ouviu a nossa conversa e mandou alguém por ele ...

A família comoveu-se.

O chefe da casa acompanhou a netinha e, depois de alguns instantes, voltaram, trazendo o desconhecido.

Era um velho, aparentando mais de oitenta anos de idade, de roupa em frangalhos e grande barba ao desalinho, apoiando-se em pobre cajado.

Ante a surpresa de todos, com ar de triunfo, a menina segurou-lhe a mão direita e perguntou:

- O Senhor conhece Jesus?

Trêmula e acanhado, o ancião respondeu:

- Como não, minha filha? Ele morreu na cruz por nós todos!

E Ana Maria para o avô:

- Eu não falei, vovô?

O grupo entendeu o ensinamento e o recém-chegado foi conduzido a uma poltrona. Alimentou-se. Recebeu tudo quanto precisava e João Pires anotou-lhe o nome e endereço para visitá-lo no dia seguinte.

Antes da despedida, a pequena dormiu feliz, e, após abraçar o inesperado visitante, no “até amanhã”, o chefe da família, enxugando os olhos, falou, sensibilizado: - Graças a Deus, tivemos hoje um culto mais completo.

 


CAP XXVIII – 14/06

 

TEXTO PARA INSPIRAÇÃO DA NOSSA PREPARAÇÃO PARA AS VIBRAÇÕES DA NOITE

BASEADO NO CAP XXVIII – COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

 

ORA E SEGUE

 

“Seja feita a vossa vontade, assim na Terra, como no Céu...”  Jesus (Mateus, 6:10)

“Espíritos hão dito sempre:  ‘A forma  nada  vale,  o pensamento  é  tudo’.  Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque.  Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com  as quais nada tenha o cor ação.” (Cap. 28, Item 1)

 

Nas lides do cotidiano, é imperioso recordes que a existência terrestre é a grande escola, em que a dor comparece por essência do aprendizado e o obstáculo por lição.

E, portas a dentro do educandário, a prece, por flama viva, será sempre fio luminoso, possibilitando­te assimilar a inspiração do Mestre, a fim de que te não faltem discernimento e fortaleza, paz e luz.

Não transformes, porém, a tua rogativa em constrangimento para os outros.

Ao invés disso, faze dela o meio de tua própria renovação.

Em muitas circunstâncias, solicitas a cooperação daqueles que mais amas, na solução dos problemas que te apoquentam a vida e recebes indiferença ou perturbação por resposta.

Não desfaleças, nem te magoes.

Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a compreender sem desesperar.

Às vezes, nas agressivas dificuldades em que te encontras, aguardas a vinda de alguém capaz de aliviar o fardo que te pesa nos ombros e apenas surge quem te proponha dissabores e experimentos amargos.

Não te aflijas, nem te perturbes.

Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a sofrer sem ferir.

Deste longo tempo de abnegação aos familiares queridos, na convicção de recolher carinho e repouso na época do cansaço, e ouves, a cada hora, novas intimações à luta e ao sacrifício.

Não te revoltes, nem desanimes.

Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a servir sem reclamar.

Assumiste atitudes para fixar a verdade, no respeito ao bem de todos, contando, por isso, com o entendimento daqueles que te rodeiam e viste a desconfiança sombreando a face de muitos dos melhores companheiros que te

conhecem a marcha.

Não chores, nem esmoreças.

Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a esperar sem exigir.

Em todas as provações, ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a sustentar a consciência tranquila, no desempenho dos deveres que te competem.

E, se pedradas e humilhações te constituem o prato descabido no momento  que passa, ora e segue adiante, lembrando que a criança pode revolver hoje o pó da terra, em formas de fantasia e agitações de brinquedo, no entanto, de futuro, nos dias da madureza, há de trata­lo com responsabilidade e suor, se quiser obter agasalho e pão, que lhe garantam a vida.

Isso porque Deus é a força do tempo, tanto quanto o tempo é a força de Deus.

 

 LIVRO DA ESPERANÇA (pelo Espírito Emmanuel) FCX

 

 

PRÊMIO AO SACRIFICIO

Três irmãos dedicados a Jesus leram no Evangelho que cada homem receberá sempre, de acordo com as próprias obras, e prometeram cumprir as lições do Mestre.

O primeiro colocou-se na indústria do fio de algodão e, de tal modo se aplicou ao serviço que, em breve, passou à condição de interessado nos lucros administrativos. Dentro de vinte e cinco anos, era o chefe da organização e adquiriu títulos de verdadeiro benfeitor do povo. Ganhava dinheiro com imensa facilidade e socorria infortunados e sofredores. Dividia o trabalho equitativamente e distribuía os lucros com justiça e bondade.

O segundo estudou muito tempo e tornou-se juiz famoso. Embora gozasse do respeito e da estima dos contemporâneos, jamais olvidou os compromissos que assumira à frente do Evangelho. Defendeu os humildes, auxiliou os pobres e libertou muitos prisioneiros perseguidos pela maldade. De juiz tornou-se legislador e cooperou na confecção de leis benéficas e edificantes. Viveu sempre honrado, rico, feliz, correto e digno.

O terceiro, porém, era paralítico. Não podia usar a inteligência com facilidade. Não poderia comandar uma fábrica, nem dominar um tribunal. Tinha as pernas mirradas. O leito era a sua residência. Lembrou, contudo, que poderia fazer um serviço de oração e começou a tarefa pela humilde mulher que lhe fazia a limpeza doméstica.

Viu-a triste e lacrimosa e procurou conhecer-lhe as mágoas com discrição e fraternidade. Confortou-a com ternura de irmão. Convidou-a a orar e pediu para ela as bençãos divinas. Bastou isto e, em breve, trazidos pela servidora reconhecida, outros sofredores vinham rogar-lhe o concurso da prece. O aposento singelo encheu-se de necessitados. Orava em companhia de todos, oferecia-lhes o sorriso de confiança na bondade celeste. Comentava os benefícios da dor, expunha suas esperanças no Reino Divino. Dava de si mesmo, gastando emoções e energias no santo serviço do bem. Escrevia cartas inúmeras, consolando viúvas e órfãos, doentes e infortunados, insuflando-lhes paz e coragem. Comia pouco e repousava menos. Tanto sofreu com as dores alheias que chegou a esquecer-se de si mesmo e tanto trabalhou que perdeu o dom da vista. Cego, contudo, não ficou sozinho. Prosseguiu colaborando com os sofredores, através da oração, ajudando-os, cada vez mais.

Morreram os três irmãos, em idade avançada, com pequenas diferenças de tempo.

Quando se reuniram, na vida espiritual, veio um Anjo examinar-lhes as obras com uma balança.

O industrial e o juiz traziam grande bagagem, que se constituía de várias bolsas, recheadas com o dinheiro e com as sentenças que haviam distribuído em benefício de muitos. O servidor da prece trazia apenas pequeno livro, onde costumava escrever suas rogativas.

O primeiro foi abençoado pelo conforto que espalhou com os necessitados e o segundo foi também louvado pela justiça que semeara sabiamente.

Quando o Anjo, porém, abriu o livro do ex paralítico, dele saiu uma grande luz, que tudo envolveu numa coroa resplandecente. A balança foi incapaz de medir-lhe a grandeza.

Então, o Mensageiro falou-lhe, feliz: — Teus irmãos são benditos na Casa do Pai pelos recursos que distribuíram, em favor do próximo, mas, em verdade, não é muito difícil ajudar com o dinheiro e com a faina que se multiplicam facilmente no mundo. Sê, porém, bem-aventurado, porque deste de ti mesmo, no amor santificante.

Gastaste as mãos, os olhos, o coração, as forças, os sentimentos e o tempo a benefício dos semelhantes e a Lei do Sacrifício determina que a tua moradia seja mais alta. Não transmitiste apenas os bens da vida: irradiaste os dons de Deus.

E o servidor humilde do povo foi conduzido a um céu mais elevado, de onde passou a exercer autoridade sobre muita gente.

NEIO LUCIO - CAP 04 - ALVORADA CRISTÃ – FCX


 

 

 

 

 

 

 

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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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