APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

domingo, 30 de julho de 2017

E.S.E. – CAPÍTULO IV – ITEM 4 A 17 – RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO



4 – A reencarnação fazia parte dos dogmas judeus, sob o nome de ressurreição. Somente os saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As idéias dos judeus sobre essa questão, como sobre muitas outras, não estavam claramente definidas. Porque só tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que um homem podia reviver, sem terem uma idéia precisa da maneira por que isso se daria, e designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama, mais justamente, de reencarnação. Com efeito, a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos. A reencarnação é à volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, novamente constituído, e que nada tem a ver com o antigo. A palavra ressurreição podia, assim, aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos demais profetas. Se, portanto, segundo sua crença, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João tinha sido visto criança e seus pais eram conhecidos. João podia ser, pois, Elias reencarnado, mas não ressuscitado.

5 – E havia um homem dentre os fariseus, por nome Nicodemos, senador dos judeus. Este, uma noite, veio buscar a Jesus, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes milagres, que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Jesus respondeu e lhe disse: Na verdade, na verdade te digo que não pode ver o Reino de Deus senão aquele que renascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode entrar no ventre de sua mãe e nascer outra vez? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus, o que é nascido de carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te maravilhes de eu te dizer que vos importa nascer de novo. O Espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde ele vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Perguntou Nicodemos: Como se pode fazer isto? Respondeu Jesus: Tu és mestre em Israel, e não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo: que nós dizemos o que sabemos, e damos testemunho do que vimos, e vós, com tudo isso, não recebeis o nosso testemunho. Se quando eu vos tenho falado das coisas terrenas, ainda assim me credes, como creríeis, se eu vos falasse das celestiais? (João, III: 1-12)

6 – A ideia de que João Batista era Elias, e de que os profetas podiam reviver na Terra, encontra-se em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (nº 1 a 3). Se essa crença fosse um erro, Jesus não deixaria de combatê-la, como fez com tantas outras. Longe disso, porém, ele a sancionou com toda a sua autoridade, e a transformou num princípio, fazendo-a condição necessária, quando disse: Ninguém pode ver o Reino dos Céus, se não nascer de novo. E insistiu, acrescentando: Não te maravilhes de eu ter dito que é necessário nascer de novo.

7 – Estas palavras: “Se não renascer da água e do Espírito”, foram interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo. Mas o texto primitivo diz simplesmente: Não renascer da água e do Espírito, enquanto que, em algumas traduções, a expressão do Espírito foi substituída por do Espírito Santo, o que não corresponde ao mesmo pensamento. Esse ponto capital ressalta dos primeiros comentários feitos sobre o Evangelho, assim como um dia será constatado sem equívoco possível.(1)

8 – Para compreender o verdadeiro sentido dessas palavras, é necessário reportar à significação da palavra, que não foi empregada no seu sentido específico. Os antigos tinham conhecimentos imperfeitos sobre as ciências físicas, e acreditavam que a Terra havia saído das águas. Por isso, consideravam a água como o elemento gerador absoluto. É assim que encontramos no Gênesis: “O Espírito de Deus era levado sobre as águas”, “flutuava sobre as águas”, “que o firmamento seja no meio das águas”, que as águas que estão sob o céu se reúnam num só lugar, e que o elemento árido apareça”, “que as águas produzam animais viventes, que nadem na água, e pássaros que voem sobre a terra e debaixo do firmamento”.

Conforme essa crença, a água se transformara no símbolo da natureza material, como o Espírito o era da natureza inteligente. Estas palavras: “Se o homem renascer da água e do Espírito”, ou “na água e no Espírito”, significam pois: “Se o homem não renascer com o corpo e a alma”. Neste sentido é que foram compreendidas no princípio.
Esta interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito”. Jesus faz aqui uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. “O que é nascido da carne é carne”, indica claramente que o corpo procede apenas do corpo, e que o Espírito é independente dele.

9 – “O Espírito sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai”, é uma passagem que se pode entender pelo Espírito de Deus que dá a vida a quem quer, ou pela alma do homem. Nesta última acepção, a sequência: “mas não sabes de onde vem nem para onde vai”, significa que não se sabe o que foi nem o que será o Espírito. Se, pelo contrário, o Espírito, ou alma, fosse criado com o corpo, saberíamos de onde ele vem, pois conheceríamos o seu começo. Em todo caso, esta passagem é a consagração do principio da preexistência da alma, e por conseguinte da pluralidade das existências.

10 – Desde os tempos de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força, e os que fazem violência são os que o arrebatam. Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram. E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem ouvidos de ouvir, ouça”. (Mateus, XI: 12-15)

11 – Se o princípio da reencarnação, expresso em São João, podia, a rigor, ser interpretado num sentido puramente místico, já não aconteceria o mesmo nesta passagem de São Mateus, onde não há equívoco possível: “Ele mesmo é o Elias que há de vir”. Aqui não existe figura, em alegoria; trata-se de uma afirmação positiva. “Desde o tempo de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força”, que significam estas palavras, pois João ainda vivia no momento em que foram ditas? Jesus as explica, ao dizer: “E se vós o quereis bem compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir”. Ora, João tendo sido Elias, Jesus alude ao tempo em que João vivia com o nome de Elias. “Até agora, o Reino dos Céus é tomado pela força”, é outra alusão à violência da lei mosaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para a conquista a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus que, segundo a nova lei, o céu é ganho pela caridade e pela brandura. A seguir, acrescenta: “O que tem ouvidos de ouvir, ouça”. Essas palavras, tão frequentemente repetidas por Jesus, exprimem claramente que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades.

12 – Os teus mortos viverão. Os meus, a quem tiraram a vida, ressuscitarão. Despertai e cantai louvores, vós os que habitais no pó, porque o orvalho que cai sobre vós é orvalho de luz, e arruinareis a terra e o reino dos gigantes”. (Isaias, XXVI: 19)

13 – Esta passagem de Isaias é também bastante clara: “Os teus mortos viverão”. Se o profeta tivesse querido falar da vida espiritual, se tivesse querido dizer que os mortos não estavam mortos em Espírito, teria dito: “ainda vivem”, e não: “viverão”. Do ponto de vista espiritual, essas palavras seriam um contra senso, pois implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam as negações das penas eternas, pois estabelecem o princípio de que todos os mortos reviverão.

14 – Quando o homem morre uma vez, e seu corpo, separado do espírito, é consumido, em que se torna ele? Tendo o homem morrido uma vez, poderia ele reviver de novo? Nesta guerra em que me encontro, todos os dias de minha vida, estou esperando que chegue a minha mutação (Job, XIV: 10-14, segundo a tradução de Sacy).
Quando o homem morre, perde toda a sua força e expira depois, onde está ele? Se o homem morre, tornará a viver? Esperarei todos os dias de meu combate, até que chegue a minha transformação? (Id. Tradução protestante de Osterwald).
Quando o homem está morto, vive sempre; findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente. (Id. Versão da Igreja Grega).

15 – O princípio da pluralidade das existências está claramente expresso nessas três versões. Não se pode supor que Job quisesse falar da regeneração pela água do batismo, que ele certamente não conhecia. “Tendo o homem morrido uma vez, poderia ele reviver de novo?” A ideia de morrer uma vez e reviver implicam a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja Grega é ainda mais explicita, se possível: “Findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente”. Quer dizer: eu voltarei à existência terrena. Isto é tão claro como se alguém dissesse. “Saio de casa, mas a ela voltarei.”

“Nesta guerra em que me encontro, todos os dias de minha vida, estou esperando que chegue a minha mutação”. Job quer falar, evidentemente, da luta que sustenta as misérias da vida. Ele espera a sua mutação, ou seja, ele se resigna. Na versão grega, a expressão “esperarei”, parece antes se aplicar à nova existência: “Findando-se os dias da minha existência terrestre, esperarei, porque a ela voltarei novamente”, Job parece colocar-se, após a morte, num intervalo que separa uma existência de outra, e dizer que ali esperará o seu retorno.

16 – Não é, pois, duvidoso, que sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação fosse uma das crenças fundamentais dos judeus, e que ela foi confirmada por Jesus e pelos profetas, de maneira formal. Donde se segue que negar a reencarnação é renegar as palavras do Cristo. Suas palavras, um dia, constituirão autoridade sobre este ponto, como sobre muitos outros, quando forem meditadas sem partidarismo.

17 – A essa autoridade, de natureza religiosa, virá juntar-se no plano filosófico, a das provas que resultam da observação dos fatos. Quando dos efeitos se quer remontar às causas, a reencarnação aparece como uma necessidade absoluta, uma condição inerente à humanidade, em uma palavra, como uma lei da natureza. Ela se revela, pelos seus resultados, de maneira por assim dizer material, como o motor oculto se revela pelo movimento que produz. Somente ela pode dizer ao homem de onde ele vem, para onde vai, por que se encontra na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida.
Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, a maior parte das máximas do Evangelho são ininteligíveis, e por isso tem dado motivo a interpretações tão contraditórias. Esse princípio é a chave que deve restituir-lhes o verdadeiro sentido.

(1) A tradução de Osterwald está conforme o texto primitivo, e traz: não renascer da água e do Espírito. A de Sacy diz do Espírito Santo. A de Lamennais também diz: Espírito Santo.

(2) Para o desenvolvimento do dogma da reencarnação, ver O Livro dos Espíritos, caps IV e V; O que é o Espiritismo, cap. II; ambos de Allan Kardec; e a Pluralidade das Existências, de Pezzani. (Nota do Tradutor: A palavra “dogma”, figura aqui no sentido racional e não fideísta, como “princípio” e não como dogma de fé O Espiritismo não é dogmático, no sentido religioso da palavra, mas têm princípios fundamentais, que filosoficamente são chamados dogmas).




TEXTOS DE APOIO



RESSURREIÇÃO

Não aguardes o futuro para descerrar os olhos à própria ressurreição.
O atalho do amor puro consegue reduzir as sinuosidades da senda que nos cabe trilhar para a comunhão com o Senhor.
É possível o nosso renascimento ainda agora.
Para isso, porém, não guardes o coração na rígida armadura das palavras, incapacitando-lhe a movimentação no infinito Bem.
O Evangelho não é um prontuário de formulas inexequíveis.
Não se reduz a museu de símbolos mortos, nem se resume a ensinamentos que os séculos hajam sentenciado ao abandono.
Lembra-te de que Jesus não é um Mestre distante.
É o Amigo Divino e Eterno, em nossas atividades de cada dia, convocando-nos à assimilação da Vida Superior.
Ouçamos-lhe a voz, no âmago da consciência.
Fujamos à intoxicação mental da cultura mal conduzida.
Apaguemos o fogo da crítica no altar de nossa vida de relação.
Evitemos a imobilidade da lição redentora no leito das frases brilhantes.
Indispensável reconstruir as causas para que os resultados se modifiquem.
Uma renovação integral do nosso modo de ser se nos reclama nos santuários da Nova Revelação, a fim de que a vida se reerga por nosso intermédio.
É imprescindível recordar que o Nome de Jesus se encontra empenhado em nossas mãos.
E, compreendendo que o tempo ser-nos-á sempre o juiz sereno e justo, evitemos as longas curvas das reencarnações expiatórias em nossa marcha para o Alto.
Façamos o melhor ao nosso alcance, refletindo o Cristo em nossa própria consciência e, nessa diretriz salvadora, estejamos convictos de que para nós a Divina Ressurreição começará desde hoje.


Extraído do livro Bênçãos de Amor. Autores Diversos Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



A LIÇÃO DE NICODEMUS

Em face dos novos ensinamentos de Jesus, todos os fariseus do templo se tornavam de inexcedíveis cuidados, pelo seu extremado apego aos textos antigos. O Mestre, porém, nunca perdeu ensejo de esclarecer as situações reais difíceis com a luz da verdade que a sua palavra divina trazia ao pensamento do mundo. Grande número de doutores não conseguia ocultar o seu descontentamento, porque, não obstante suas atividades derrotistas, continuavam as ações generosas de Jesus, beneficiando os aflitos e os sofredores. Discutiam-se os novos princípios no grande templo de Jerusalém, nas suas praças públicas e nas sinagogas. Os mais humildes e pobres viam no Messias o emissário de Deus, cujas mãos repartiam em abundancia os bens da paz e da consolação. As personalidades importantes temiam-no.
É que o profeta não se deixava seduzir pelas grandes promessas que lhe faziam com referência ao seu futuro material. Jamais temperava a sua palavra de verdade com as conveniências do comodismo da época. Apesar de magnânimo para com tôdas as faltas alheias, combatia o mal com tão intenso ardor, que para logo se fazia objeto de hostilidade para tôdas as intenções inconfessáveis. Mormente, em Jerusalém que, com o seu cosmopolitismo, era um expressivo retrato do mundo, as idéias do Senhor acendiam as mais apaixonadas discussões. Eram populares que se entregavam à apologia franca da doutrina de Jesus, servos que o sentiam com todo o calor do coração reconhecido, sacerdotes que o combatiam abertamente, convencionalistas que não o toleravam, indivíduos abastados que se insurgiam contra os seus ensinos.
Todavia, sem embargo das dissensões naturais que precedem o estabelecimento definitivo das idéias novas, alguns espíritos acompanhavam o Messias, tomados de vivo interesse pelos seus elevados princípios. Entre estes, figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da inteligência. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios, procurou a Jesus, em particular, seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora. O Messias estava acompanhado apenas de dois dos seus discípulos e recebeu a visita com a sua bondade costumeira.
Após a saudação habitual e revelando as suas ânsias de conhecimento, depois de fundas meditações, Nicodemos dirigiu-se respeitoso:
– Mestre, bem sabemos que vindes de Deus, pois somente com a luz da assistência divina poderíeis realizar o que tendes efetuado, mostrando o sinal do céu em vossas mãos. Tenho empregado minha existência em interpretar a lei, mas desejava receber a vossa palavra sobre os recursos de que deverei lançar mão para conhecer o Reino de Deus!
O Mestre sorriu bondosamente e esclareceu:
– Primeiro que tudo, Nicodemos, não basta que tenhas vivido a interpretar a lei. Antes de raciocinar sobre as suas disposições, deverias ter-lhe sentido os textos. Mas, em verdade devo dizer-te que ninguém conhecerá o reino do céu, sem nascer de novo.
– Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? – interrogou o fariseu altamente surpreendido – Poderá, porventura, regressar ao ventre de sua mãe?
O Messias fixou nele os olhos calmos, consciente da gravidade do assunto em foco e acrescentou :
– Em verdade, reafirma-te ser indispensável que o homem nasça e renasça, para conhecer plenamente a luz do reino!...
– Entretanto, como pode isso ser? – Perguntou Nicodemos, perturbado.
– És mestre em Israel e ignoras estas coisas?
– inquiriu Jesus, como surpreendido – É  natural que cada um cimente testifique daquilo que saiba; porém precisamos considerar que tu ensinas. Apesar disso, não aceitas os nossos testemunhos. Se falando eu de coisas terrenas sentes dificuldade em compreendê-las com os teus raciocínios sobre a lei, como poderás aceitar as minhas afirmativas quando eu disser das coisas celestiais? Seria loucura destinar os alimentos apropriados a um velho para o organismo frágil de uma criança.
Extremamente confundido, retirou-se o fariseu, ficando André e Tiago empenhados em obter do Messias o necessário esclarecimento, acerca daquela lição nova.
***
Jerusalém quase dormia sob o véu espesso da noite alta. Silêncio profundo se fizera sobre a paisagem. Jesus no entanto, e aqueles dois discípulos continuavam presos à conversação particular que haviam entabulado. Os dois desejavam ardentemente penetrar o sentido oculto das palavras do Mestre. Como seria possível aquele renascimento?
Não obstante os seus conhecimentos, também partilhavam da perplexidade que levara Nicodemos a se retirar fundamente surpreendido.
– Por que tamanha admiração, em face destas verdades? – perguntou-lhe Jesus, bondosamente – As árvores não renascem depois de podadas? Com respeito aos homens, o processo é diferente, mas o espírito de renovação é sempre o mesmo. O corpo é uma veste. O homem é seu dono. Toda roupagem material acaba rota, porém, o homem, Que é filho de Deus, encontra sempre em seu amor os elementos necessários à mudança do vestuário. A morte do corpo é essa mudança indispensável, porque a alma caminhará sempre, através de outras experiências, até que consiga a imprescindível provisão de luz para a estrada definitiva no reino de Deus, com toda a perfeição conquistada, ao longo dos rudes caminhos.
André sentiu que uma nova compreensão lhe felicitava o espírito simples e perguntou :
– Mestre, já que o corpo é como a roupa material das almas, por que não somos todos iguais no mundo? Vejo belos jovens, junto de aleijados e paralíticos...
– Acaso não tenho ensinado – disse Jesus – que tem de chorar todo aquele que se transforma em instrumento de escândalo? Cada alma conduz consigo mesma o inferno ou o céu que edificou no âmago da consciência. Seria justo conceder-se uma segunda veste mais perfeita e mais bela ao espírito rebelde que estragou a primeira? Que diríamos da sabedoria de Nosso Pai, se facultasse as possibilidades mais preciosas aos que às utilizaram na véspera para o roubo, o assassínio, a destruição? Os que abusaram da túnica da riqueza vestirão depois as dos fâmulos e escravos mais humildes, como as mãos que feriram podem vir a ser cortadas.
– Senhor, compreendo agora o mecanismo do resgate. – Murmurou Tiago, externando a alegria do seu entendimento. – Mas, observo que, desse modo, o mundo precisará sempre do clima do escândalo e do sofrimento, desde que o devedor, para saldar seu débito, não poderá fazê-lo sem que outro lhe tome o lugar com a mesma dívida.
O Mestre apreendeu a amplitude da objeção e esclareceu os discípulos, perguntando :
– Dentro da lei de Moisés, como se verifica o processo da redenção?
Tiago meditou um instante e respondeu:
– Também na lei está escrito que o homem pagará “olho por olho, dente por dente”.
– Também tu, Tiago, estás procedendo como Nicodemos. – - Replicou Jesus com generoso sorriso.
– Como todos os homens, aliás, tens raciocinado, mas não tens sentido. Ainda não ponderaste, talvez, que o primeiro mandamento da lei é uma determinação de amor. Acima do “não adulterarás”, do “não cobiçarás”, está o “amar a Deus sobre tôdas as coisas, de todo coração e de todo entendimento”. Como poderá alguém amar ao Pai, aborrecendo-lhe a obra? Contudo, não estranho a exigüidade de visão espiritual com que examinaste o texto dos profetas. Tôdas as criaturas hão feito o mesmo. Investigando as revelações do céu com o egoísmo que lhes é próprio, organizaram a justiça como o edifício mais alto do idealismo humano. E, entretanto, coloco o amor acima da justiça do mundo e tenho ensinado que só ele cobre a multidão dos pecados. Se nos prendemos à lei de Talião, somos obrigados a reconhecer que onde existe um assassino haverá, mais tarde, um homem que necessita ser assassinado ; com a lei do amor, porém, compreendemos que o verdugo e a vítima são dois irmãos, filhos de um mesmo Pai. Basta que ambos sigam isso para que a fraternidade divina afaste os fantasmas do escândalo e do sofrimento.
***
Ante as elucidações do Mestre, os dois discípulos estavam maravilhados. Aquela lição profunda esclarecia-os para sempre.
Tiago, então, aproximou-se e sugeriu a Jesus que proclamasse aquelas verdades novas na pregação do dia seguinte. O Mestre dirigiu-lhe um olhar de admiração e interrogou :
– Será que não compreendeste? Pois, se um doutor da lei saiu daqui sem que eu lhe pudesse explicar toda a verdade, como queres que proceda de modo contrario, para com a compreensão simplista do espírito popular? Alguém constrói uma casa iniciando pelo teto o trabalho? Além disso, mandarei mais tarde o Consolador, afim de esclarecer e dilatar os meus ensinos.
Eminentemente impressionados, André e Tiago calaram as derradeiras interrogações. Aquela palestra particular, entre o Senhor e os discípulos, permaneceria guardada na sombra leve da noite em Jerusalém; mas, a lição a Nicodemos estava dada. A lei da reencarnação estava proclamada para sempre, no Evangelho do Reino


Irmão X - Humberto de Campos - Do livro “Boa Nova”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




RENASCE AGORA
     
"Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus." - Jesus. (João, 3:3)

A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentos e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita em enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação de guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar intentos mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: - "Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."
Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam a alcançando a antecipação da vitória sobre a ti mesmo, no tempo...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

(De “Fonte Viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)




EVOLUÇÃO E APRIMORAMENTO

Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo. -JESUS - JOAO, 3: 3.

 “A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea,
mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. Cap.  IV, 4.

 Decididamente, em nome da Eterna Sabedoria, o homem é o senhor da evolução na Terra.
 Todos os elementos se lhe sujeitam à discrição.
 Todos os reinos do planeta rendem-lhe vassalagem.
 Montanhas ciclópicas sofrem-lhe a carga de explosivos, transfigurando-se em matéria-prima destinada A edificação de cidades prestigiosas.
 Minérios por ele arrancados às entranhas do globo, suportam-lhe os fornos incandescentes, a fim de lhe garantirem utilidade e conforto.
 Rios e fontes obedecem-lhe as determinações, transferindo-se de leito, com vistas à fertilização da gleba sedenta.
 Florestas atendem-lhe a derrubada, favorecendo o progresso.
 Animais, ainda mesmo aqueles de mais pujança e volume, obedecem-lhe as ordens, quedando-se integralmente domesticados.
 A eletricidade e o magnetismo plasma-lhe os desejos.
 E o próprio átomo, síntese de força cósmica, descerra-lhe os segredos, aceitando-lhe as rédeas.
 Mas não é só no domínio dos recursos materiais que o homem governa, soberano.
 Ele pesquisa as reações populares e comanda a política; investiga os fenômenos da natureza e levanta a ciência; estuda as manifestações do pensamento e cria a instrução; especializa o trabalho e faz a indústria; relaciona as imposições do comércio e controla a economia.
 Claramente, nós, os espíritos em aperfeiçoamento, no aperfeiçoamento terrestre, conseguimos alterar ou manobrar as energias e os seres inferiores do orbe a que transitoriamente, nos ajustamos, e do qual nos é possível catalogar os impróprios da luz infinita, estuantes no Universo.
 A face disso, não obstante sustentados pelo Apoio Divino, nas lides educativas que nos são necessárias, o aprimoramento moral corre por nossa conta.
 O professor ensina, mas o aluno deve realizar-se.
 Os espíritos superiores nos amparam e esclarecem, no entanto, é disposição da.
 Lei que cada consciência responda pelo próprio destino.
 Meditemos nisso, valorizando as oportunidades em nossas mãos.
 Por muito alta que seja a quota de trabalho corretivo que tragas dos compromissos assumidos em outras reencarnações, possuis determinadas sobras de tempo, -do tempo que é patrimônio igual para todos, e, com o tempo de que dispões, basta usares sabiamente a vontade, que tanta vez manejamos para agravar nossas dores, a fim de te consagrares ao serviço do bem e ao estudo iluminativo, quando quiseres, como quiseres, onde quiseres e quanto quiseres, melhorando-te sempre

Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier - Livro : Livro da Esperança




INSTITUTO DE TRATAMENTO

 “O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é espírito.” JESUS - JOAO, 3: 6.

 “Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O principio oposto, sim, os destrói.’ - Cap. IV, 18.

 Atingindo o Plano Espiritual, depois da morte, sentimentos indefiníveis nos senhoreiam o coração.
 Nos recessos do espírito, rebentam mágoas e júbilos, poemas de ventura e gritos de aflição, cânticos de louvor pontilhados de fel e brados de esperanças que se calam, de súbito, no gelo do sofrimento.
 Rimos e choramos, livres e presos, triunfantes e derrotados, felizes e desditosos...
 Bênçãos de alegria, que nos clareiam.
 pequeninas vitórias alcançadas, desaparecem, de pronto, no fundo tenebroso das quedas que nos marcaram a vida.
 Suspiramos pela ascensão sublime, sedentos de comunhão com as entidades heróicas que nos induzem aos galardões fulgentes dos cimos, todavia, trazemos o desencanto das aves cativas e mutiladas.
 Ao invés de asas, carregamos grilhões, na penosa condição de almas doentes...
 Na concha da saudade, ouvimos as melodias que irrompem das vanguardas de luz, entretecidas na glória dos bem-aventurados. no entanto, austeras admoestações nos, chegam da Terra pelo sem-fio da consciência...
 Nas faixas do mundo somos requisitados pelas obrigações não cumpridas.
 Erros e deserções clamam dentro de nós, pedindo reparos justos...
 Longe das esferas superiores que ainda não merecemos e distanciados das regiões positivamente inferiores em que nossas modestas aquisições evolutivas encontraram inicio, concede-nos, então, a Providência Divina,, o refúgio do lar, entre as sombras da Terra e as rutilâncias do Céu, por instituto de tratamento, em que se nos efetive a necessária restauração.
 É assim que reencarnados em nova armadura física, reencontramos perseguidores e adversários, credores e cúmplices do pretérito, na forma de parentes e companheiros para o resgate de velhas contas.
 Nesse cadinho esfervilhante de responsabilidades e inquietações, afetos renovados nos chamam ao reconforto, enquanto que aversões redivivas nos pedem esquecimentos...
 A vista disso, no mundo, por mais atormentado nos seja o ninho familiar abracemos nele a escola bendita do reajuste onde temporariamente exercemos o oficio da redenção.
 Conquanto crucificados em suplícios anônimos atados a postes de sacrifício ou semi-asfixiado no pranto desconhecido das grandes humilhações, saibamos sustentar-lhe a estrutura moral, entendendo e servindo, mesmo à custa de lágrimas, porque é no lar, esteja ele dependurado na crista de arranha-céus, ou na choça tosca de zinco, que as leis da vida nos oferecem, as ferramentas de amor e da dor para a construção e reconstrução do próprio destino entregando-nos, de berço em berço, ao carinho de Deus que verte inefável, pelo colo das mães.

Emmanuel - Extraído do livro " O Livro da Esperança" - Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER




VIDAS SUCESSIVAS

"Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. "Jesus. (JOÃO, 3:7.)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.
Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.
A reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.
Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia, corrige, amando...
Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.
Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.
O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.
Francisco Cândido Xavier: Caminho, Verdade e Vida. Emmanuel.




NA ESFERA DO REAJUSTE

“Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”– Jesus (JOÃO, 3:7)

Empeços e provações serão talvez os marcos que te assinalem a estrada hoje.
Diligenciemos, porém, com a reencarnação a retificar os erros e a ressarcir os débitos de ontem, para que a luz da verdade e o apoio da harmonia nos felicitem o caminho, amanhã...
A questão intrincada que te apoquenta agora, quase sempre, é o problema que abandonaste sem solução entre os amigos que, em outro tempo, se rendiam, confiantes, ao teu arbítrio.
O parente complicado que julgas carregar, por espírito de heroísmo, via de regra, é a mesma criatura que, em outra época, arrojaste ao desespero e à perturbação.
Ideais nobilitantes pelos quais toleras agressões e zombarias, considerando-te incompreendido seareiro do progresso, em muitas ocasiões, são aqueles mesmos princípios que outrora espezinhaste, insultando a sinceridade dos companheiros que a eles se associavam.
Calúnias que arrostas, crendo-te guindado aos píncaros da virtude pela paciência que evidencias, habitualmente nada mais são que o retorno das injúrias que assacaste, noutras eras, contra irmãos indefesos.
Falhas do passado procuram-te responsável, no corpo, na família, na sociedade ou na profissão, pedindo-te reajuste.
“Necessário vos é nascer de novo” – disse-nos Jesus.
Bendizendo, pois, a reencarnação, empenhemo-nos a trabalhar e aprender, de novo, com atenção e sinceridade, para que venhamos a construir e acertar em definitivo.

Livro Palavras de Vida Eterna –Francisco Cândido Xavier – Espírito Emmanuel.




ANTE O LIVRE ARBÍTRIO

 “Nada te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo.” JESUS JOAO, 3:7.
 “Não há, pois, duvidar de que sob o nome de ressurreição o princípio da reencarnação era ponto de uma dos crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e as profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo.” Cap. IV, 16.

Surgem, aqui e ali, aqueles que negam o livre arbítrio, alegando que a pessoa no mundo é tão independente, quanto o pássaro no alçapão.
 E, justificando a assertiva, mencionam a junção compulsória do espírito ao veículo carnal, os constrangimentos da parentela, as convenções sociais, as preocupações incessantes na preservação da energia corpórea, as imposições do trabalho e a obediência natural aos regulamentos constituídos para a garantia da ordem terrestre, esquecendo-se de que não há escola sem disciplina Certamente, todos os patrimônios da civilização foram erigidos pelas criaturas que usaram a própria liberdade na exaltação do bem, no entanto, para fixar as realidades do livre arbítrio examinemos o reverso do quadro.
 Reflitamos, ainda que superficialmente, em nossos irmãos menos felizes, para recolher- lhes a dolorosa lição.
 Pensemos no desencanto daqueles que amontoaram moedas, por longo tempo, acumulando o suor dos semelhantes, em louvor da própria avareza, e sentem a aproximação da morte, sem migalha de luz que lhes mitigue as aflições nas trevas...
 Imaginemos o suplício dos que trocaram veneráveis encargos por fantasiosos enganos, a despertarem no crepúsculo da existência, qual se fossem arremessados, sem perceber à secura asfixiante de escabroso deserto.
 Ponderemos a tortura dos que abusaram da inteligência, reconhecendo, à margem da sepultura, os deprimentes resultados do desprezo com que espezinharam, a dignidade humana...
 Consideremos o martírio dos que desvirtuaram a fé religiosa, anulando-se no isolamento improdutivo, ao repararem, no término da estância terrestre, que apenas disputaram a esterilidade do coração.
 Meditemos no remorso dos que se renderam it delinquência, hipnotizados pela falsa adoração a si mesmos, acordando abatidos e segregados no fundo das penitenciárias de sofrimento.
 Ninguém pode negar que todos eles, imanizados ao cativeiro da angústia, eram livres...
 Conquanto os empeços do aprendizado na experiência física, eram livres para construir e educar, entender e servir.
 Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve.
 Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de causa e efeito, A luz da justiça e da misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje.

Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier - Livro : Livro da Esperança





ORIENTADORES DO MUNDO

"Respondeu-lhe Jesus: És mestre em Israel e não sabes isto?" - (JOÃO, 3:10.)

É muito comum nos círculos religiosos, notadamente nos arraiais espiritistas, o aparecimento de orientadores do mundo, reclamando provas da existência da alma.
Tempo virá em que semelhantes inquirições serão consideradas pueris, porque, afinal, esses mentores da política, da educação, da ciência, estão perguntando, no fundo, se eles próprios existem.
A resposta de Jesus a Nicodemos, embora se refira ao problema da reencarnação, enquadra-se perfeitamente ao assunto, de vez que os condutores da atualidade prosseguem indagando sobre realidades essenciais da vida.
Peçamos a Deus auxilie o homem para que não continue tentando penetrar a casa do progresso pelo telhado.
O médico leviano, até que verifique a verdade espiritual, será defrontado por experiências dolorosas no campo das realizações que lhe dizem respeito. O professor, apenas teórico, precipitar-se-á muitas vezes nas ilusões. O administrador improvisado permanecerá exposto a erros tremendos, até que se ajuste à responsabilidade que lhe é própria.
Por esse motivo, a resposta de Jesus aplica-se, com acerto, às interrogações dos instrutores modernos. Transformados em investigadores, dirigem-se a nós outros, muita vez com ironia, reclamando a certeza sobre a existência do espírito; entretanto, eles orientam os outros e se introduzem na vida dos nossos irmãos em humanidade. Considerando essa circunstância e em se tratando de problema tão essencial para si próprios, e razoável que não perguntem, porque devem saber.

Emmanuel - Do livro "Caminho, Verdade e Vida", de Chico Xavier





COLÓQUIO DE JESUS COM NICODEMOS

“Havia um homem dentre os fariseus, chamado Nicodemos, principal entre os judeus; este foi ter com Jesus à noite e disse-lhe: Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus; pois ninguém pode fazer estes milagres que tu fazes, se Deus não estiver com ele, Jesus respondeu-lhe: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer sendo velho? pode porventura; entrar novamente no ventre de sua mãe e nascer? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus; O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é Espírito. É-vos necessário nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai: assim é todo aquele Que é nascido do Espírito. Como pode ser isso? perguntou-lhe Nicodemos. Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel e não entendes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que falamos o que sabemos e testificamos o que temos visto e não recebeis o nosso testemunho. Se vos tenho falado das coisas terrenas, e não me credes, como me crereis, se vos falar das celestiais? Ninguém subiu ao Céu, se não aquele que desceu do Céu, a saber, o Filho do Homem. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.”(João, III, 1-15.)
Este Evangelho prega o encontro de Jesus com Nicodemos: ou por outra, a visita que Nicodemos fez ao Nazareno, à noite.
Vamos estudá-lo em sua simplicidade edificante e procuremos compreendê-lo, porque do seu conhecimento nos vem uma soma considerável de luzes e verdades.
Diz o trecho que: “Havia um homem dentre os fariseus, chamado Nicodemos, principal entre os judeus e este foi ter, à noite, com Jesus.”
Os fariseus eram, como foi descrito no capítulo, “Fermento dos Fariseus e Saduceus”, um grupo muito grande indivíduos, que formavam uma Religião, como atua mente é grande o número de pessoas que compõem a Religião de Roma.
Entretanto, quanto à pessoa deste chefe do farisaísmo, não era um homem mau, ao contrário, dentre todos os sacerdotes dessa religião, dois salienta o Evangelho que se mostraram tolerantes para com a palavra de Jesus Cristo. Um era Gamaliel, que foi mestre de Paulo, antes que este apóstolo se tornasse cristão; e o outro foi Nicodemos.
Mas vós sabeis que o orgulho, o respeito humano o preconceito constituem embaraços muito grandes para a nossa espiritualização, para nos aproximarmos de Jesus.
Nicodemos era, pois, um homem bom, e, por esse motivo, desejava imensamente encontrar-se com Jesus, para conversar com o Mestre sobre assunto religioso, porque tivera notícias das pregações do Nazareno e das curas que ele fazia.
Mas como era rico, principal entre os judeus, era “mestre da religião farisaica”e não queria que o povo os outros sacerdotes da sua seita soubessem dos seus desejos mais íntimos; e para que tudo ficasse escondido, em reserva, resolveu procurar Jesus à noite, porque assim ninguém ficaria sabendo da visita.
Por isso diz o Evangelista João: Nicodemos “foi ter com Jesus à noite.
Em chegando à casa onde o Mestre estava hospedado, que era na cidade de Jerusalém, por ocasião de uma festa de Páscoa, que os Judeus celebravam, o “principal fariseu” entabulou conversação com Jesus, dizendo-lhe: “Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus, pois ninguém pode fazer estes milagres que fazes, se Deus não estiver com ele.”
Por esta saudação, vós podeis perfeitamente compreender que Nicodemos não era um descrente, ou inimigo de Jesus; ao contrário, era um crente nos milagres operados por Jesus, que consistiam, quase que totalmente, em curas de enfermos diversos.
Quanto, pois, a essa parte que se relaciona com os fatos produzidos pelo
Nazareno, Nicodemos neles acreditava, portanto em desacordo com os demais sacerdotes da sua “religião”; enquanto estes diziam que Jesus agia sob a influência do Diabo, Nicodemos cria piamente que a influência que assistia o Nazareno era divina; tanto assim que ele diz: Ninguém pode fazer estes milagres que tu fazes, se Deus não estiver com ele. O que faltava pois a Nicodemos para se tornar cristão, para seguir a Jesus? Desde que ele acreditava nos fatos, nos fenômenos, como os chamamos hoje; desde que achava que esses fatos eram autorizados por Deus, não os atribuindo à origem diabólica, por que não se apresentou logo como um dos discípulos do
Nazareno?
Isto quer dizer que não basta crer nos milagres, nos fatos, nas curas que assinalam, por certa forma, o Cristianismo, para sermos cristãos.
Precisamos também crer na palavra, na doutrina que Jesus pregava.
Em nosso tempo, como vemos, a maioria do povo também crê nos fenômenos, nas curas, e muitos são os que pedem remédios para a cura de suas enfermidades; são milhares os Nicodemos que, às ocultas, desejam conversar sobre Espíritos, sobre as almas, e que procuram saber a razão das causas que os determinam, mas, também como Nicodemos, continuam filiados às suas religiões, que amaldiçoam a legítima doutrina de Jesus, hoje, como os fariseus amaldiçoavam a mesma doutrina, ontem.
Não basta crer nos fatos; é preciso compreendê-los depois de os haver estudado.
Não basta dizer que os fatos vêm de Deus, é preciso saber como eles vêm de Deus. E para chegar ao conhecimento desses fatos, temos de estudar justamente o que Jesus fazia questão que fosse estudado, ou seja, a Vida Eterna.
O ponto principal das pregações de Jesus era a Vida Eterna.
Em torno da Vida Eterna é que sempre giravam os maravilhosos conceitos da sua filosofia, da sua doutrina de verdadeira fé, de amor puro e imaculado.
Todas as sentenças de Jesus eram luzes, iluminando a Vida Eterna, a Vida Imortal.
No Sermão do Monte, o Mestre, para consolar os sofredores, os humildes, os perseguidores, os mansos de coração, nada lhes dá, presentemente, senão a certeza da felicidade na Imortalidade, e, por certa forma, se esforça para que todos esses que  choravam e viviam coagidos e famintos tivessem certeza absoluta da Imortalidade, dessa vida do além que é a Vida Eterna, na qual seriam todos fartos e providos de tudo o que necessitassem se ouvissem e cressem na sua Palavra.
Nicodemos, como se vê no texto do Evangelho, embora não fosse mau homem, estava tão impregnado dos ensinamentos da Religião Farisaica, consistentes quase que só em cultos e práticas exteriores, que vacilava a respeito da outra vida, duvidava que o homem, depois de morto o corpo, pudesse continuar a viver, e que houvesse, de
fato, uma vida real além do túmulo.
Jesus conhecia essa parte fraca de Nicodemos, e foi por isso que, logo após a saudação do “primaz dos judeus”, disse: Em verdade, em verdade te digo, que se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.
Estas primeiras palavras, ditas assim de supetão ao sacerdote de uma religião que se dizia a única verdadeira, tem profunda significação para aqueles que desejam estudar, conhecer e seguir a Religião de Jesus Cristo.
Assim como a criança recém-nascida não tem religião alguma, não está presa a nenhuma doutrina e nenhum conhecimento tem de coisa alguma, assim também devem colocar-se aqueles que querem estudar a Religião de Jesus Cristo, porque a alma, estando cheia de religião antiga, que foi obrigada a receber por doação dos ascendentes, não pode receber a Religião do Cristo, assim como uma casa que está habitada por uma família não tem lugar para receber outra família ou outros moradores.
Jesus, dizendo a Nicodemos: Se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus, disse antecipadamente ao “primaz dos judeus” que, fosse quem fosse, não alcançaria a graça do Reino de Deus se continuasse preso ao Reino do mundo, no qual prevalecem as doutrinas dos sacerdotes, as doutrinas e religiões de invenção
humana.
Precisava, primeiro de tudo, sair desse reinado, deixar essa obediência, pôr de lado todos esses dogmas, todos esses sacramentos, todos esses cultos, todos esses falsos ensinos, e tornar-se ignorante como uma criança que nasce de novo.
Assim como uma criança nasce para este mundo, tendo vindo do outro e nada se lembrando desse outro mundo donde veio, assim também o homem deve deixar aquela religião arcaica, na qual vive sem conhecer a verdade e sem ter consolação de espécie alguma, para depois aprender o que o Cristo Jesus está ensinando.
Por outras palavras: pôr de lado todo espírito preconcebido, todo orgulho de saber, todo egoísmo de virtudes, toda presunção de estar de posse da verdade; porque o “camelo” assim carregado não pode entrar no Reino do Céu.
Acresce ainda outra circunstância: ninguém pode carregar dois pesos; embora a doutrina de Jesus seja leve o “camelo” sobrecarregado e quase sem poder andar com tanta carga, não a suportará; assim como não se podem impor a quem quer que seja dois jugos. O boi, que tem um jugo que já lhe molesta muito o pescoço, que sangra e caleja, não admitirá mais outro jugo, embora seja suave como a palavra do Mestre, pois em última hipótese, ele não ficará sabendo qual o jugo que lhe pesa; por isso, assim como o camelo precisa alijar uma carga, para tomar a si outro fardo; assim como o boi precisa libertar-se do jugo que o oprime, para atrelar-se a outro jugo, assim também o homem precisa atirar para longe de si todas as crenças velhas que lhe pesam na consciência e lhe oprimem a alma, para receber a Religião amorosa de Jesus, que, como disse o Mestre, não pesa, é suave e agradável de ser carregada.
É este o primeiro nascimento que Jesus proclamou como condição de Salvação para todas as criaturas humanas, e especialmente para os sacerdotes de todas as religiões humanas, mesmo porque Jesus falava naquela ocasião a um religioso que era sacerdote e principal representante de religiosos e sacerdotes dessas religiões.
Pelo que se depreende da nova pergunta de Nicodemos a Jesus, já se pode concluir: ele, não lhe convindo nascer de novo por esta forma — abandonar sua seita, seus dogmas, seus cultos, suas honras, suas vaidades, seus preconceitos — fingiu não entender a palavra, a ordem expressa do Redentor do Mundo.
E então muito admirado por haver o Mestre proferido tal sentença, perguntou:
“Como pode o homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, entrar novamente no ventre materno e renascer?”
Ao que Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus; o que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te maravilhes de eu te dizer: necessário vos é nascer de novo.”
Por este trecho vemos, bem claro, que as condições de salvação impostas por Jesus são duas: “nascer da água e nascer do Espírito”.
Vamos analisar a primeira proposição: “nascer da água”
Que pretende o Mestre dizer com isto: “nascer da água?”
Não pode ser outra coisa senão: nascer neste mundo, com um corpo carnal; pois todos os corpos orgânicos e inorgânicos são, em última análise, produtos da água.
Sem água em nosso mundo não haveria nascimento, crescimento e vida.
Tudo nasce da água, tudo vive da água; os peixes nos mares, nos lagos e nos rios, donde vem? Da água. Os animais nos campos e nas matas, donde vêm, senão da água?
Os pássaros que perambulam na Terra e voam nos ares, não é da água que vêm?
Até as ervas nascem da água!
Plantai uma semente ou um galho, uma muda; deixai-os sem água e eles não nascerão. Tirai os peixes das águas e eles morrerão. Os animais dos campos, das matas; os pássaros rasteiros e dos ares; os homens das roças e das cidades, todos eles, sem água, não nasceriam, não cresceriam, não viveriam porque a água é condição de vida para os corpos, e até nosso próprio corpo contém três quartas partes de água, com a qual se alimenta, vive, cresce e se nutre.
Água por dentro, água por fora; e até a própria criança no ventre materno não dispensa a água que a envolve e lhe dá vida.
É da água que vem tudo; portanto, “nascer da água” não quer dizer outra coisa, senão nascer neste mundo com corpo da natureza que é peculiar ao gênero humano.
Notai! o trecho do Evangelho é bem claro: “nascer da água”.
Explicação mais clara do que esta, nem mesmo a água, por mais límpida e cristalina que seja.
Não é preciso pedir emprestado o dogma do batismo das Igrejas, para explicar uma coisa que o próprio Evangelho, que é a Palavra de Jesus, ensina e explica com toda a clareza.
Aqueles que vêm a este mundo e ficam imbuídos dessas crenças irrisórias, crenças que nada ensinam, que nada explicam, e que, tendo empanados os olhos por esses cultos e sacramentos sacerdotais chegam a ponto de só crerem nesta vida; descreem completamente da Vida Eterna, da Vida do Espírito, da Vida no Espaço, da
Imortalidade, como aconteceu com Nicodemos, que não compreendia a Palavra do Mestre; só poderão salvar-se e entrar no Reino de Deus morrendo, para verem face a face a Vida Eterna, a Imortalidade, e depois voltarem a este mundo, “nascendo da água com um corpo de carne”, fazendo-se crianças para então, sem preconceitos, sem vaidades, sem orgulho, estudarem a doutrina de Jesus e receberem essa chave com a qual se abre a porta do Reino do Céu.
Vamos passar agora à segunda condição de salvamento: “nascer do Espírito”.
Como atrás ficou explicado, segundo os dizeres de Jesus, há necessidade de nascer da água, para entrar no Reino de Deus isto é, é preciso entrar na vida material, na vida carnal, justamente esta vida em que vivemos com um corpo de carne.
Mas como esta vida não é bastante para efetuarmos a nossa ascensão para a felicidade, mesmo neste mundo, Deus nos facultou, como premissa da Vida Eterna, a Espiritual, a Vida Moral, porque o homem não vive só do corpo, não vive só de pão.
Esta Vida Espiritual não é uma coisa visível, pois afeta somente o nosso Eu íntimo, o nosso Espírito que também é invisível.
É uma vida interior que sentimos, proclamada por todos os povos, por todos os códigos de Moral e esboçada maravilhosamente por Jesus Cristo no seu Evangelho.
É nesta vida que se manifestam os prazeres e os sofrimentos, também invisíveis. De um lado: as virtudes, a santidade, a paz de consciência, a alegria de coração; de outro: as paixões más, o remorso, a tristeza.
Dizendo Jesus: “forçoso é nascer do Espírito”, chamou a atenção de Nicodemos para esta Vida interior, a fim de que ele ficasse sabendo que, sendo ele, Jesus, portador de um Espírito novo, que deve normalizar em todas almas a Vida do Espírito, todos os que quiserem entrar no Reino de Deus precisam nascer desse Espírito, viver nesse Espírito; assim como os que entram na vida carnal, nascem da água e vivem da água.
O nascimento, tanto da água como do Espírito, é indispensável. Não é bastante nascer da água, não basta tomar , corpo de carne neste mundo e nascer aqui, não basta s encarnarmos aqui nesta Terra, precisamos, principalmente,
“nascer do Espírito”; por isso o Mestre acrescentou no versículo 6: O que é nascido da carne é carne; o e é nascido do Espírito é Espírito.
Quando visitou o Mestre, Nicodemos já havia “nascido da água”, mas não havia nascido do Espírito; por isso Jesus lhe disse: “0 que é nascido da carne, é carne”, ler dizer: “aquele que só no mundo terreno vê meio de nascimento e de vida”, é material, porque ainda não percebeu que o homem não é somente carne, é também Espírito; e assim como o homem tem corpo material e espiritual, existe também Mundo Material e Mundo Espiritual.
Nicodemos permanecia boquiaberto e admirado diante de Jesus, pois não compreendia a Doutrina Nova que o Nazareno lhe pregava; Jesus insiste, afirmando: “Não te maravilhes de eu te dizer, necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde ele vem, nem para onde vai: assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”
Esta lição vem confirmar mais uma vez a primeira sentença pronunciada pelo Mestre, logo que Nicodemos o saudou: Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Jesus insiste com Nicodemos para que ele se torne como uma criança, que não sabe donde veio, nem para onde vai; e fez uma comparação do conhecimento que temos sobre o vento: “Sabemos que o vento existe porque ouvimos a sua voz, seu ruído, seu sussurro; mas não sabemos donde ele vem, nem para onde vai.”
Nicodemos acreditava que o Espírito vinha de Adão e Eva e que de lá todos descendiam; e que, ao sair deste mundo, iria para o Seio de Abraão ou para a Geena.
Acreditava assim, porque assim eram os artigos de fé da Religião Farisaica, da qual era sacerdote; mas Jesus afirmou não ser verdadeira essa crença, quando disse: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde ele vem, nem para onde vai”: assim é aquele que é nascido, que acaba de nascer do Espirito; abjura essas crenças falsas, caducas, e fica crendo só no Espírito, embora não saibas donde vem, nem para onde vai; porque depois, com vagar, aprenderás; o camelo estando descarregado e o boi sem jugo, fácil lhes será receber o fardo leve e o jugo suave, prometido e oferecido por Jesus a todos os que se acham prontos para o trabalho.
Mas Nicodemos, por mais que Jesus explicasse, não encontrava meios de compreender; ou então fingia não compreender; porque lhe era preciso abandonar as crenças velhas de sua religião, que lhe tentavam dizer donde ele vinha e para onde ia, embora o próprio Nicodemos não cresse nas afirmativas falsas da Religião de que era sacerdote.
E continuando a manifestar admiração, vira-se para Jesus e pergunta: “Como pode ser isto?”, ao que o Mestre lhe respondeu: “Tu és Mestre em Israel e não entendes estas coisas? Se vos falei de coisas terrestres, e não restes, como crereis, se vos falar das celestiais?”
Por sua vez, Jesus se mostra admirado por não compreender Nicodemos a sua Palavra tão clara. “Tu és Mestre, tu ensinas os outros e não entendes isto que te estou ensinando? Se eu somente estou falando daquilo que podes ver com teus olhos, e que todos podem observar todos os dias — Se eu te mostro os Espíritos nascendo em corpos, e os corpos nascendo da água: falo-te de coisas que qualquer pessoa pode saber, porque são coisas que se vêem sempre, bastando só prestar atenção, e tu não entendes; como poderei falar-te das coisas celestiais., que ninguém pode ver com os olhos da carne, e que se acham ocultas ao homem que só é nascido da carne? Jesus prosseguiu: Nós falamos o que sabemos e testificamos o que temos visto; assim acontece com o que acabo de dizer-te; e não recebes meu testemunho; esse próprio testemunho que está diante de tuas vistas; como poderei falar-te daquilo que
não está ao alcance de tua vista?
Terminou Jesus lembrando a Nicodemos uma passagem das Escrituras, que diz haver Moisés levantado uma serpente, no deserto, por ocasião em que os israelitas atravessaram certa região, depois da saída do Egito, onde proliferavam víboras peçonhentas, cujas picadas matavam instantaneamente. Todos aqueles que olhavam a
Serpente de Bronze não sofriam mal, embora fossem picados pelas víboras.
É que a Ele, Jesus, importava também sofrer todas as injustiças, todo o repúdio dos homens, ser levantado, ser crucificado; porque assim a sua vida seria um exemplo luminoso da doutrina que Ele pregava, e todos aqueles que e tornassem crentes nas suas palavras, teriam a Vida Eterna, ou seja, não ficariam limitados, como estão os demais homens, à vida terrena, como o próprio Nicodemos estava.
Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus -Cairbar Schutel






“AS TRAVESSURAS DE POMPOM”

Pompom era um lindo pintinho, mas causava muita preocupação à mamãe Pena Branca. Sabem por quê?… Porque era muito travesso! E pior ainda, esquecia-se dos conselhos da mãezinha rapidamente. Por isso mesmo, aconteciam-lhe muitas coisas.
Certa vez, caiu numa valeta recém-aberta, molhando-se até os ossos. Outra vez, quase ficou nas unhas afiadas de Dona Gata Brava, por ter ido implicar com os seus gatinhos.
Dona Pena Branca andava muito triste com Pompom. E dizia sempre:
– Meu filho, por que não escuta meus conselhos. Você não me atende… Um dia você vai se arrepender por não escutar os conselhos de quem te quer tão bem.
De fato, mamãe tinha razão, pois esse dia chegou. Sabem quando?
Foi numa tarde muito quente, logo depois do meio dia.
– Cloc, cloc… – falou, dona Pena Branca – vamos dormir um pouco. Está muito calor… Ninguém vai sair.
E, assim dizendo, aninhou-se logo, cercada de seus pintinhos.
Dentro de poucos segundos, toda família dormia. Aliás, quase toda! Porque Pompom estava bem acordado, embora estivesse com os olhinhos fechados. O travesso pintinho pensava:
Não gosto de dormir… Só de passear… Por que mamãe não quer que a gente saia?… Apenas uma voltinha… Não há mal nenhum…
Pompom não aguentou mais. Levantou-se e saiu a passear. Os bichinhos estavam todos dormindo…
 “Por essa eu não esperava – pensou – também, está fazendo tanto sol”…
Pompom já estava muito cansado, quando avistou uma árvore. Mais que depressa, correu para ela.
– Uff! Que calor!… Encontrei bem a tempo esta sombrinha!
E aninhou-se embaixo da árvore, bem junto ao tronco. Estava tão cansado que, não demorou muito, começou a piscar, a piscar… até que adormeceu profundamente.
Mas aí aconteceu o pior: Pompom foi aninhar-se justamente sobre a saída do reino de Dona Formiga Amarela.
Ora, as formigas tinham de sair para o trabalho do dia e lá estava o pintinho bem na abertura do túnel.
Que fez então Dona Formiga Amarela?… Nada mais do que isto: reuniu todas as formigas e deu ordem:
– Atenção, pelotão! Marchar! Atacar! Já!
Pompom acordou com uma dor aguda em todo o corpo… Sonolento, ainda, abriu os olhos e logo saiu às pressas, piando, piando, piando, tal a quantidade de picadas que recebeu.
Pompom chegou correndo em casa assustando a todos. Mas mamãe Pena Branca logo viu que a dor horrível de que ele se queixava era consequência das picadas das formigas.
Resultado: Pompom inchou tanto, tanto, que não podia andar direito. Tinha de ficar horas e horas de molho numa salmoura… E durante muito tempo escondeu-se de todos, tão feinho que estava.
Mas a lição foi boa, pois parece que Pompom está mais atento aos conselhos de mamãe Pena Branca que anda agora mais despreocupada e mais feliz.

http://www.dij.febnet.org.br/crianca/





O PROBLEMA DA TENTAÇÃO

O educador, em aula, tentava explicar aos meninos que o móvel das tentações reside em nós mesmos; contudo, como os aprendizes mostravam muita dificuldade para compreender, ele se fez acompanhar pelos alunos até ao grande pátio do colégio.
Aí chegando, mandou trazer uma bela espiga de milho e perguntou aos rapazes:
- Qual de vocês desejaria devorar esta espiga tal como está?
Os jovens sorriram, zombeteiramente, e um deles exclamou:
- Ora vejam!... quem se animaria à comer milho cru?
O professor então mandou vir a presença deles um dos cavalos que serviam à escola, instalou alguns obstáculos à frente do animal e colocou a espiga ao dispor dele, sobre pequena mesa.
O grande eqüino saltou, lépido, os impedimentos e avançou, guloso, para o bocado.
O professor benevolente e amigo esclareceu, então, bondosamente, ante os alunos surpreendidos:
- A tentação nos procura, segundo os sentimentos que trazemos no campo íntimo. Quando cedemos a alguma fascinação indigna, é que a nossa vontade permanece fraca, diante dos nossos desejos inferiores. As forças que nos tentam correspondem aos nossos próprios impulsos. Não podemos imaginar ou querer aquilo que desconhecemos. Por esse motivo, necessitamos vigiar o cérebro e o coração, a fim de selecionarmos as sugestões que nos visitam o pensamento.
E, terminando, afirmou:
- As situações boas ou más, fora de nós, são iguais aos propósitos bons ou maus que trazemos conosco.

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei.




A HISTÓRIA DE PAULINHO

Paulinho, um menino de 7 anos, pensava que viver com sua família era muito chato. E consigo pensava:
Mamãe está sempre pedindo para eu guardar a roupa e os sapatos;  papai não para de dizer que é importante estudar; minha irmã mais velha está sempre a me chamar para fazer a tarefa escolar; meus irmãos querem jogar bola e eu só gosto de brincar com a pipa. Acho melhor viver sozinho. Vou-me embora desta casa! Só assim posso fazer o que eu quero, na hora que eu quiser.
Assim, Paulinho fez a sua trouxa – uma camisa e uma calça – e resolveu procurar um local para viver sozinho.
O menino chegou à cozinha e disse para sua mãe:
– Vou embora, quero viver sozinho.
– Filho, viver sozinho não é fácil!… disse a mamãe.
– Não se preocupe, mamãe, vou saber como me cuidar. Adeus!
A mãe deixou que ele fosse, pois só assim ele entenderia como é importante ter uma família e além disso, ela sabia que antes do anoitecer ele estaria de volta.
Paulinho começou a andar… andar em busca de um local para ficar, mas nenhum lhe parecia confortável. Mesmo assim ele continuou procurando.
Depois de muito andar, começou a sentir fome. Lembrou-se do leite quentinho e do pão que sua mãe lhe oferecia pela manhã.
Mas dizia consigo mesmo:
– Vou encontrar meu lugar… e andou… andou.
De repente, tropeçou em uma pedra e machucou os joelhos.
Quis chorar, mas lembrou que estava sozinho e não tinha ali o papai para cuidar do seu ferimento. Mas,  mesmo com fome e os joelhos machucados, achava que poderia morar sozinho, longe de todos.
Andou mais um pouco e avistou meninos brincando.
Aproximou-se e perguntou:
– Posso brincar com vocês?
Os meninos pareciam não enxerga-lo, pois sequer responderam à sua pergunta. Paulinho, nesse momento, lembrou-se dos irmãos que o tratavam com carinho e até faziam pipas coloridas para ele brincar. Sentado numa pedra, sentiu sede, lembrou-se então, de sua irmã, pois ela quem lhe dava água fresquinha quando tinha sede. Precisava fazer algo!
Avistou uma casa e resolveu ir até lá pedir um copo d’água. Bateu palmas…
Uma senhora veio atendê-lo.
– O que você quer, menino? Perguntou-lhe.
– Pode me dar um copo d’água, por favor?
A senhora chegou bem perto de Paulinho, para observá-lo melhor e disse:
– Pobre menino, tão novo e sem família! Você vive nas ruas? Perguntou curiosa.
Paulinho não soube responder.
Gaguejou… gaguejou, mas não sabia o que falar, pois ele não queria viver nas ruas, já que tinha uma família.
De seus olhos começaram a escorrer duas lágrimas, que anunciavam o desejo de voltar para casa e a saudade de seus familiares.
Nesse momento, notou que a noite se aproximava, e além da fome e da dor nos joelhos machucados, sentiu medo de passa-la sozinho, ao relento.
Num grande esforço, andou… andou bem depressa… até alcançar sua casa.
Lá chegando, surpreendeu a todos, quando os abraçou e disse:
– Este é o melhor lugar para se morar e esta é a melhor família!…
Depois, foi tomar banho, vestir roupas limpas, cuidar dos joelhos machucados e saborear a deliciosa sopa que mamãe acabara de servir. Paulinho não cansava de repetir:

– Como é boa a nossa casa! Como é boa a nossa família!












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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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