APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

domingo, 6 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO VII - ITEM 11 E 12 - O ORGULHO E A HUMILDADE



11 – Que a paz do senhor esteja convosco, meus queridos amigos! Venho até vós para encorajar-vos a seguir o bom caminho.
Aos pobres de Espíritos que outrora viveram na Terra, Deus concede a missão de vir esclarecer-vos. Bendito seja pela graça que nos dá, de podermos ajudar o vosso adiantamento. Que o Espírito Santo me ilumine, me ajude a tornar compreensível a minha palavra, e me conceda a graça de pô-la ao alcance de todos. Todos vós, encarnados, que estais sob a pena e procurais a luz, que à vontade de Deus venha em minha ajuda, para fazê-la brilhar aos vossos olhos!
A humildade é uma virtude bem esquecida, entre vós. Os grandes exemplos que vos foram dados são tão poucos seguidos. E, no entanto, sem humildade, podeis ser caridosos para o vosso próximo? Oh!, não, porque esse sentimento nivela os homens, mostra-lhes que são irmãos, que devem ajudar-se mutuamente, e os encaminha ao bem. Sem a humildade, enfeitai-vos de virtudes que não possuis, como se vestísseis um hábito para ocultar as deformidades do corpo. Lembrai-vos daquele que nos salva; lembrai-vos da sua humildade, que o fez tão grande e o elevou acima de todos os profetas.
O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometeu o Reino dos Céus aos mais pobres, foi porque os grandes da Terra imaginavam que os títulos e as riquezas eram a recompensa de seus méritos, e que a sua essência era mais pura que a do pobre. Acreditavam que essas coisas lhes eram devidas, e por isso, quando Deus as retira, acusam-no de injustiça. Oh, irrisão e cegueira! Deus, acaso, estabeleceu entre vós alguma distinção pelos corpos? O invólucro do pobre não é o mesmo do rico? O Criador fez duas espécies de homens? Tudo quanto Deus fez é grande e sábio. Não lhe atribuais as idéias concebidas por vossos cérebros orgulhosos.
Oh!, rico! Enquanto dormes em teus aposentos suntuosos, ao abrigo do frio, não sabes quantos milhares de irmãos, iguais a ti, jazem na miséria? O desgraçado faminto não é teu igual? Bem sei que o teu orgulho se revolta com estas palavras. Concordarás em lhe dar uma esmola; nunca, porém, em lhe apertar fraternalmente a mão. Que! exclamarás: Eu, nascido de sangue nobre, um dos grandes da Terra, ser igual a esse miserável estropiado? Vã utopia de pretensos filósofos! Se fôssemos iguais, porque Deus o teria colocado tão baixo e a mim tão alto? É verdade que vossas roupas não são nada iguais, mas, se vos despirdes a ambos, qual a diferença que então haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás. Mas a química não encontrou diferenças entre o sangue do nobre e do plebeu, entre o do senhor e o do escravo. Quem te diz que também não foste miserável como ele? Que não pediste esmolas? Que não a pedirás um dia a esse mesmo que hoje desprezas? As riquezas são por acaso eternas? Não acabam com o corpo, invólucro perecível do Espírito? Oh, debruça-te humildemente sobre ti mesmo! Lança enfim os olhos sobre a realidade das coisas desse mundo, sobre o que constitui a grandeza e a humilhação no outro; pensa que a morte não te poupará mais do que aos outros; que os teus títulos não te preservarão dela; que te pode ferir amanhã, hoje, dentro de uma hora; e se ainda te sepultas no teu orgulho, oh! Então, eu te lamento, porque serás digno de piedade!
Orgulhosos! Que fostes, antes de serdes nobres e poderosos? Talvez mais humildes que o último de vossos servos. Curvai, portanto, vossas frontes altivas, que Deus as pode rebaixar, no momento mesmo em que as elevais mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos os Espíritos são da mesma essência, e todos os corpos foram feitos da mesma massa. Vossos títulos e vossos nomes em nada a modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos; a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza.
Pobre criatura! És mãe, e teus filhos sofrem. Estão com frio. Têm fome. Vais, curvada ao peso da tua cruz, humilhar-te para conseguir um pedaço de pão. Oh, eu me inclino diante de ti! Como és nobre, santa e grande aos meus olhos! Espera e ora: a felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos, que nele confiam, Deus concede o Reino dos Céus.
E tu, que és moça, pobre filha devotada ao trabalho, entregue às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que chorar? Que teus olhos se voltem, piedosos e serenos, para Deus: às aves do céu ele dá o alimento. Confia nele, que não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres mundanos, te faz bater o coração. Querias também enfeitar de flores a fronte e misturar-te aos felizes da Terra, dizes que poderias, como as mulheres que vês passar, estouvadas e alegres, ser rica também. Oh, cala-te, filha! Se soubesses quantas lágrimas e dores sem conta se ocultam sob esses vestidos bordados, quantos suspiros se asfixiam sob o ruído dessa orquestra feliz, preferirias teu humilde retiro e tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu anjo da guarda volte para Ele, escondendo o rosto sob as asas brancas, e te deixe com os teus remorsos, sem guia, sem apoio, neste mundo em que estarias perdida, esperando a punição no outro. E todos vós que sofreis as injustiças dos homens, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, lembrando que vós mesmos não estais sem manchas: isso é caridade, mas é também humildade. Se suportais calúnias, curvai a fronte diante da prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se vossa conduta é pura, Deus não pode vos recompensar? Suportar corajosamente as humilhações dos homens, é ser humilde e reconhecer que só Deus é grande e todo-poderoso.
Oh!, meu Deus, será preciso que o Cristo volte novamente a Terra, para ensinar aos homens as tuas leis, que eles esquecem? Deverá ele ainda expulsar os vendilhões do templo, que maculam tua casa, esse recinto de orações? E, quem sabe?, oh, homens, se Deus vos concedesse essa graça, se não o renegaríeis de novo, como outrora? Se não o acusaríeis de blasfemo, por vir abater o orgulho dos fariseus modernos? Talvez, mesmo, se não o faríeis seguir de novo o caminho do Gólgota?
Quando Moisés subiu ao Monte Sinai, para receber os mandamentos da Lei de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus. Homens e mulheres entregaram seu ouro, para a fabricação de um ídolo que abandonaram. Homens civilizados fazeis, entretanto, como eles. O Cristo vos deixou a sua doutrina, vos deu o exemplo de todas as virtudes, mas abandonastes exemplos e preceitos. Cada um de vós, carregando as suas paixões, fabricou um deus de acordo com a sua vontade: para uns terrível e sanguinário; para outros, indiferente aos interesses do mundo. O deus que fizestes é ainda o bezerro de ouro, que cada qual apropria aos seus gostos e às suas idéias.
Despertai, meus irmãos, meus amigos! Que a voz dos Espíritos vos toque o coração. Sede generosos e caridosos, sem ostentação. Quer dizer: fazei o bem com humildade. Que cada um vá demolindo aos poucos os altares elevados ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos, e atingireis o reino da verdade. Não duvideis mais da bondade de Deus, agora que Ele vos envia tantas provas. Viemos preparar o caminho para o cumprimento das profecias. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais esplendente da sua clemência, que o enviado celeste vos encontre reunidos numa grande família; que os vossos corações, brandos e humildes, sejam dignos de receber a palavra divina que Ele vos trará; que o eleito não encontre em seu caminho senão as palmas dispostas pelo vosso retorno ao bem, à caridade, à fraternidade; e então o vosso mundo se tornará um paraíso terreno. Mas se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos, enviados para purificar e renovar as vossas sociedades civilizadas, ricas em conhecimentos e não obstante tão pobre de bons sentimentos, ah! nada mais nos restarás do que chorar e gemer pela vossa sorte. Mas, não, assim não acontecerá. Voltai-vos para Deus, vosso pai, e então nós todos, que trabalhamos para o cumprimento da sua vontade, entoaremos o cântico de agradecimento ao Senhor, por sua inesgotável bondade, e para o glorificar por todos os séculos. Assim seja.
ADOLFO - Bispo de Alger, Marmande, 1862


12 – Homens, por que lamentais as calamidades que vós mesmos amontoastes sobre a vossa cabeça? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos admireis de que a taça da iniqüidade tenha transbordado por toda parte.
O mal-estar se torna geral. A quem se deve, senão a vós mesmos, que incessantemente procurais aniquilar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência, e como poderá esta existir juntamente com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Dedicai-vos, pois, à tarefa de destruí-lo, se não quiserdes perpetuar as suas funestas conseqüências. Um só meio tendes para isso, mas infalível: tomai a lei do Cristo por regra invariável de vossa conduta, essa lei que haveis rejeitado ou falseado na sua interpretação.
Por que tendes em tão grande estima o que brilha e encanta os vossos olhos, em lugar do que vos toca o coração? Por que o vício que se desenvolve na opulência é o objeto da vossa reverência, enquanto só tendes um olhar de desdém para o verdadeiro mérito, que se oculta na obscuridade? Que um rico libertino, perdido de corpo e alma, se apresente em qualquer lugar, e todas as portas lhe são abertas, todas as honras lhe são dispensadas, enquanto dificilmente se concede um gesto de proteção ao homem de bem que vive do seu trabalho. Quando a consideração que se dispensa às pessoas é medida pelo peso do ouro que elas possuem, ou pelo nome que trazem, que interesse podem ter elas em se corrigem de seu defeito?
Bem diferente seria, entretanto, se o vício doirado fosse fustigado pela opinião pública, como o é o vício andrajoso. Mas o orgulho é indulgente para tudo quanto o agrada. Século de concupiscência e de dinheiro, dizeis vós. Sem dúvida; mas por que deixastes as necessidades materiais se sobreporem ao bom-senso e à razão? Por que cada qual deseja se elevar sobre o seu irmão? Agora, a sociedade sofre as conseqüências.
Não esqueçais que um tal estado de coisa é sempre o sinal da decadência moral. Quando o orgulho atinge o seu extremo, é indício de uma próxima queda, pois Deus pune sempre os soberbos. Se às vezes os deixa subir, é para lhes dar tempo de refletir e de emendar-se, sob os golpes que, de tempos a tempos, desfere no seu orgulho como advertência. Entretanto, em vez de se humilharem, eles se revoltam. Então, quando a medida está cheia. Ele a vira de repente, e a queda é tanto mais terrível, quanto mais alto tiverem se elevado.

Pobre raça humana, cujos caminhos foram todos corrompidos pelo egoísmo, reanimai-te, apesar disso! Na sua infinita misericórdia, Deus envia um poderoso remédio aos teus males, um socorro inesperado à tua aflição. Abre os olhos à luz: eis que as almas dos que se foram estão de volta, para te recordar os verdadeiros deveres. Elas te dirão, com a autoridade da experiência, quanto às vaidades e as grandezas da vossa passageira existência são pequeninas, diante da eternidade. Dirão deste mundo; que nesta, será maior o que foi menor entre os pequenos deste mundo; que o que mais amou os seus irmãos será o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da autoridade, serão obrigados a obedecer aos seus servos; que a caridade e a humildade, enfim, essas duas irmãs que se dão às mãos, são os títulos mais eficazes para obter-se a graça diante do Eterno.




TEXTOS DE APOIO



HUMILDE

Alguém houve na Terra que nascido na palha não desesperou da pobreza a que o mundo lhe relegara a existência, transformando o berço apagado em poema inesquecível.
Assinalado por uma estrela em sua primeira hora humana, nunca se lembrou disso em meio das criaturas.
Com a sabedoria dos anjos, falava a linguagem dos homens, entretendo-se à beira de um lago em desconforto, com as criancinhas desamparadas.
Trazendo os tesouros da imortalidade no espírito, vivia sem disputar uma pedra onde repousar a cabeça e dispondo da autoridade maior escolhia servir, ao invés de mandar, levantando os doentes e amparando aos aflitos.
Em permanente contato com o Céu, ninguém lhe ouviu qualquer palavra em torno dessa prerrogativa e podendo deslumbrar o cérebro de seu tempo, preferia buscar o coração dos simples para esculpir na alma do povo as virtudes do amor no apoio recíproco.
Esquecido, não se descurava do dever de auxiliar sempre; insultado, perdoava; traído, socorria aos verdugos, soerguendo-lhes o espírito através da própria humildade.
Golpeado em suas esperanças mais belas, desculpava sem condições a quantos lhe feriam a alma Angélica.
Amparando sem paga, ninguém lhe escutou a mais leve queixa contra os beneficiários sem memória a lhe zurzirem a vida e o nome com as farpas da ingratidão.
Vendido por um dos companheiros que mais amava, recebeu-lhe, sereno, o beijo suspeitoso.
Encarcerado e sentenciado, à morte sem culpa, não recorreu à justiça por amor àqueles que lhe escarravam na face, deixando-se sacrificar com o silêncio da paz e o verbo do perdão.
E ainda mesmo depois do túmulo, ei-lo que volta à Terra estendendo as mãos aos amigos que o mal segregara na deserção, reunindo-os de novo em seus braços de luz.
Esse alguém era humilde.
Esse alguém é Jesus.

Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier do livro Abrigo



SUPERCULTURA

“Graças te rendo, ó Pai, senhor dos Céus e da Terra, que por haveres ocultado estas cousas aos doutos e aos prudentes e por teres revelado aos simples e pequeninos!”  Jesus (Mateus, 11: 25)

“Homens, porque vos queixais dos calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossas cabeças?  Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis, pois, de que a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados.” (Cap. VII, Item 12)

Alfabetizar e instruir sempre. 
Sem escola, a Humanidade se embaraçaria na selva, no entanto, é imperioso
lembrar que as maiores calamidades da guerra procedem dos louros da inteligência sem educação espiritual. 
A intelectualidade requintada entretece lauréis à civilização, mas, por si só, não conseguiu, até hoje, frear o poder das trevas. 
A supercultura, monumentalizou cidades imponentes e estabeleceu os
engenhos que as arrasam. 
Levantou embarcações que se alteiam como  sendo palácios flutuantes e criou o torpedo que as põe a pique. 
Estruturou asas metálicas poderosas que, em tempo breve, transportam o homem, através de todos os continentes e aprumou o bombardeiro que lhe destrói a casa. 
Articulou máquinas que patrocinam o bem ­estar no reduto doméstico e não
impede a obsessão que, comumente, decorre do ócio demasiado. 
Organizou  hospitais eficientes e, de quando a quando, lhes superlota, as
mínimas dependências com os mutilados e feridos, enfileirados por ela própria, nas lutas de extermínio. 
Alçou  a cirurgia às inesperadas culminâncias e aprimorou  as técnicas do
aborto. 
E, ainda agora, realiza incursões a pleno espaço, nos alvores da Astronáutica, e examina do alto os processos mais seguros de efetuar aniquilamentos em massa pelo foguete balístico.
Iluminemos o raciocínio sem descurar o sentimento. 
Burilemos o sentimento sem desprezar o raciocínio.
O Espiritismo, restaurando o Cristianismo, é universidade da alma. 
Nesse sentido, vale recordar que Jesus, o Mestre por excelência, nos ensinou, acima de tudo, a viver construindo para o bem e para a verdade, como a dizer­nos que a chama da cabeça não derrama, a luz da felicidade sem o óleo do coração.


LIVRO DA ESPERANÇA (pelo Espírito Emmanuel)  FCX



O MODELO
Tema – O Cristo no trabalho cotidiano

         As horas de inquietação e de incerteza virão sempre.
         Que fazer quando a bruma da indecisão nos envolva as trilhas da existência?  Que padrão seguir, quando chamados a deliberações graves e intransferíveis?
         Efetivamente, para cada um de nós surgem lances aflitivos nos quais o nosso livre-arbítrio parece entranhado na sombra, incapaz de escolher entre o bem e o mal.  Apesar disso, em meio a todos os desafios no reino da alma, encontraremos no Cristo a inspiração necessária para a resposta justa.
         Se o mundo em derredor te apresenta quadros de tentação ou de infortúnio, deixa que o Senhor os contemple, através de teus olhos, e saberás entendê-los em bases de inesperada sublimação.
       Se registras palavras injuriosas, deixa que Ele, o Divino Mestre, as escute em teus ouvidos e, de imediato, nelas perceberás oportunos convites ao exercício da caridade e da tolerância.
      Se deves falar em questões complexas, deixa que o Eterno Benfeitor se exprima por teu verbo e articularás sem dificuldade a frase de compreensão e de bênção.
       Se ages sob qualquer dúvida, relativamente ao proveito das atividades que o mundo de pede, deixa que o Excelso Amigo te oriente as mãos no serviço e encontrarás, para logo, no rendimento do bem.
       Se te diriges para lugares determinados, hesitando quanto ao benefício que te advirá do que pretendas fazer, deixa que Ele, o Senhor, caminhe com teus pés e colocarás a ti mesmo na direção que mais te convenha à consciência tranqüila.
         Resoluções a tomar, encargos por assumir, opiniões a fornecer e provas a enfrentar solicitam meditação se nos propomos atuar com discernimento.
         Em todas as indecisões e aflições, pensa no Cristo.
         Reflete no Mentor Sublime que nos ama e compreende sempre, muito antes que lhe possamos oferecer migalha da nossa compreensão e do nosso amor, e escolhe proceder qual se comportaria Ele, dando de si, sem pensar em si.  Deixa-te estar com Ele, tanto quanto Ele está contigo há milênios, e, seja qual seja o teu problema, em sentindo, pensando, falando ou agindo, acertarás.


 Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier


O FILHO DO ORGULHO

O melindre - filho do orgulho - propele a criatura a situar-se acima do bem de todos. É a vaidade que se contrapõe ao interesse geral.
Assim, quando o espírita se melindra, julga-se mais importante que o Espiritismo e pretende-se melhor que a própria tarefa libertadora em que se consola e esclarece.
O melindre gera a prevenção negativa, agravando problemas e acentuando dificuldades, ao invés de aboli-los. Essa alergia moral demonstra má-vontade e transpira incoerência, estabelecendo moléstias obscuras no s tecidos sutis da alma.
Evitemos tal sensibilidade de porcelana, que não tem razão de ser.
Basta ligeira observação para encontra-la a cada passo:
É o diretor que tem a sua proposição refugada e se sente desprestigiado, não mais comparecendo às assembléias.
O médium advertido construtivamente pelo condutor da sessão, quanto à própria educação mediúnica, e que se ressente, fugindo às reuniões.
O comentarista admoestado fraternalmente para abaixar o volume da voz e que se amua na inutilidade.
O colaborador do jornal que vê o artigo recusado pela redação e que se supõe menosprezado, encerrando atividades na imprensa.
A cooperadora da assistência social esquecida, na passagem de seu aniversário, e se mostra ferida, caindo na indiferença.
O servidor do templo que foi, certa vez, preterido na composição da mesa orientadora da ação espiritual e se desgosta por sentir-se infantilmente injuriado.
O doador de alguns donativos cujo nome foi omitido nas citações de agradecimento e surge magoado, esquivando-se a nova cooperação.
O pai relembrado pela professora das aulas de moral cristã, com respeito ao comportamento do filho, e que, por isso, se suscetibiliza, cortando comparecimento da criança.
O jovem aconselhado pelo irmão amadurecido e que se descontenta, rebelando-se contra o aviso da experiência.
A pessoa que se sente desatendida ao procurar o companheiro de cuja cooperação necessita, nos horários em que esse mesmo companheiro, por sua vez, necessita de trabalhar a fim de prover a própria subsistência.
O amigo que não se viu satisfeito ante a conduta do colega, na instituição, e deserta, revoltado, englobando todos os demais em franca reprovação, incapaz de reconhecer que essa é a hora de auxílio mais amplo.
O espírita que se nega ao concurso fraterno somente prejudica a si mesmo.
Devemos perdoar e esquecer se quisermos colaborar e servir.
A rigor, sob as bênçãos da Doutrina Espírita, quem pode dizer que ajuda alguém? Somos sempre auxiliados.
Ninguém vai a um templo doutrinário para dar, primeiramente. Todos nós aí comparecemos para receber, antes de mais nada, sejam quais forem as circunstâncias.
Fujamos à condição de sensitivas humanas, convictos de que a honra reside na tranqüilidade da consciência, sustentada pelo dever cumprido.
Com a humildade não há o melindre que piora aquele que o sente, sem melhorar a ninguém.
Cabe-nos ouvir a consciência e segui-la, recordando que a suscetibilidade de alguém sempre surgirá no caminho, alguém que precisa de nossas preces, conquanto curtas ou aparentemente desnecessárias.
E para terminar, meu irmão, imagine se um dia Jesus se melindrasse com os nossos incessantes desacertos...

Espírito: CAIRBAR SCHUTEL - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro:  O Espírito da Verdade EDIÇÃO FEB




A PALESTRA DE MARIA MODESTO CRAVO

"Amados companheiros, paz e esperança.
Costumo dizer a Eurípedes que quando sou convocada a falar de humildade é porque meu próprio nome carrega a "sina" desse tema: Maria "Modesta", que vem de modéstia...
Não vou começar minha fala à moda convencional, dizendo coisas do tipo: "estou aqui, mas não tenho autoridade para falar desse tema". Muito pelo contrário, digamos humoradamente que me orgulho de minha humildade!
Os conceitos que tomaram conta da cultura popular sobre o que seja humildade prejudicam em muito seu verdadeiro significado. Associa-se humildade com simplicidade, pobreza, atitudes discretas e inúmeras coisas parecidas em ser alguém apagado, que não sc destaca, que se mantém no anonimato, que não expressa e nem possui qualidades.
Jesus, muito Sábio e Humilde, certa feita foi chamado de Bom e não aceitou o adjetivo, alegando que Bom era só o Pai e que poderia ser chamado de Mestre, porque isso Ele era e assumia com louvor.
Isso é a humildade, ter consciência do que se é.
Segundo o benfeitor Barsanulfo, esse curso destina-se a nos dar melhores noções sobre o orgulho e como superá-lo, enfocando especialmente a luta de nossos irmãos na comunidade espírita humana.
Então eu gostaria de começar esse assunto dizendo, com a franqueza de sempre e com muita piedade, que os espíritas estão muito orgulhosos da humildade que imaginam possuir! Sim, é isso mesmo, e vocês são testemunhas das lutas e problemas que nossos irmãos queridos carregam para cá por causa disso.
A ignorância acerca do que realmente seja humildade, e também das formas cruéis e sutis de ação do orgulho, têm criado dificuldades que poderiam ser vencidas com um pouco de esclarecimento e algumas ações simples. Por isso, esse curso entre nós, além de ser material para nosso crescimento, é uma iniciativa que precisa ser levada aos amigos no corpo físico com urgência, a fim de melhor muni-los de recursos para a grande batalha na conquista dessa virtude.
A palavra adornos precisa ser ventilada aqui. Adornos, máscaras, capas. Expressões desagradáveis de se mencionar e que estão fazendo parte da vida psicológica e emocional de muitos corações bem intencionados, mas ignorantes sobre a sua própria realidade espiritual. Para ser franca e brincar um pouco com coisa séria, o movimento espírita está parecendo uma passareia onde o orgulho desfila com várias fantasias. Fantasias de grandeza e propriedade da verdade são os adornos que mais se vê!!!
Os que nos encontramos fora do corpo, sabemos bem quem são os "espíritos-espíritas", sua trajetória espiritual. Torna-se imperioso, mais que nunca, alertar nossos irmãos na carne acerca dos acontecimentos que temos presenciado aqui no Hospital Esperança, para devotarem-se com todas as forças na libertação do peso das ilusões que cultivam a pretexto de grandeza espiritual.
Logo após meu retorno para a vida dos espíritos, fui convocada por Eurípedes a coordenar as ações para um novo pavilhão junto a essa casa de amor(!), destinado a socorrer os líderes religiosos Cristãos da humanidade, especialmente os dirigentes espíritas. Por três décadas consecutivas, venho aprendendo nessa tarefa sobre os perniciosos reflexos do orgulho. O pavilhão sob as ordens de minha equipe tem crescido em tamanho e necessidades a cada dia.
Criamos uma atividade muita saudável para nossos assistidos chamada "tribuna da humildade". O nome pode parecer um contra-senso, porque talvez devesse se chamar "tribuna do orgulho", entretanto para efeitos estratégicos a "tribuna da humildade" é algo desafiante. E' uma tarefa destinada àqueles que já se encontram em recuperação e melhoria e que, depois de algum preparo sobre o tema, vão dar seus depoimentos pessoais, falar de suas fantasias de superioridade e seus equívocos. Aprendemos que somente quando começamos a tratar nossas doenças com naturalidade, sem medo e publicamente, é que se abrem os caminhos para a mudança. A "tribuna" tem sido uma tarefa terapêutica, conquanto dolorosa à maioria.
Com toda sinceridade, eu mesma não me acostumo a ouvir as narrativas. Não fossem os benefícios que essa tarefa tem apresentado, eu a encerraria. E' muito doloroso para qualquer pessoa sair do mundo físico, na condição do líder aplaudido é reverenciado, com seus retratos nas galerias e museus, e chegar aqui como assistido e portador de severos enganos e arrependimentos. Claro que esse não tem sido o caminho de todos, e como me alegro em ver aqueles que venceram os convites da vaidade, seja no anonimato, seja na notoriedade. No entanto, a maioria tem descuidado...
Em todos os campos dos seguidores de Jesus, encontramos fracassos e quedas. Nossos amigos de ideal espírita, por exemplo, costumam falar do orgulho como quem conhece e domina o tema, dando notas de sua presença até mesmo na prepotência em falar do assunto. Poucos demonstram consciência do orgulho do qual são portadores, poucos sabem realmente onde e como sua vaidade se manifesta. Basta dizer humoradamente que existem muitos corações orgulhosos da reforma íntima que já fizeram. Tão orgulhosos que se sentem melhores e mais adiantados que a maioria das pessoas, dando ensejo ao surgimento das férteis imaginações de que são missionários prontos para salvar a humanidade, quando, em verdade, expressiva maioria deles não estão conseguindo salvar nem a si mesmos. Alguns utilizam-se de frases do tipo: "quem sou eu para ser um apóstolo de Jesus" e relegam várias oportunidades de crescer dizendo-se humildes. Ocorre que, apesar de passarem esse atestado de falsa modéstia, no fundo, o sentimento que muita vez os domina é de que são apóstolos do Cristo, e diga-se de passagem, bons apóstolos. E uma humildade de adorno, porque o que vale mesmo é o que se sente no coração.
Sentimento, eis o cerne de nosso tema sobre o orgulho. O orgulho é um sentimento, o sentimento de grandeza, o sentimento que cria o vício de ser prestigiado, adulado, paparicado. E o sentimento que faz com que queiramos que o universo circule em nossa órbita personalista. Orgulho é sentimento de superioridade pessoal, por isso humildade, seu oposto, tem que ser fruto também de um trabalho afetivo do espírito, tem que nascer do coração atrelado à consciência, como veremos adiante.
Não será demais dizer que o orgulho é um grande vilão, astuto e hábil sedutor. Os espiritistas estão confundindo, sob a ação hipnótica da vaidade, o conhecimento da doutrina com elevação espiritual. E isso mesmo, adquirem alguma fatia de saber, sentem-se detentores de Verdades que poucos sabem e esbanjam a falsa sabedoria em longos discursos de conversão. E isso não ocorre somente aos neófitos. Entre os dirigentes que temos atendido no "pavilhão Bezerra de Menezes", nome que demos para a ala sob nossa condução aqui no Hospital, encontramos em todos a espontânea manifestação de surpresa ao perceberem que os livros espíritas, apesar da riqueza, dão pálida e distante idéia da realidade da morte e dos movimentos que se operam na erraticidade. E' uma pena que tenham que morrer para perceberem que sabem tão pouco!!!
Isso ocorre porque a cultura espírita foi engessada, institucionalizada por padrões que impedem ampliar e dilatar a visão. O intercâmbio mediúnico estacionou em convenções que mais parecem cadeados que cerceiam a entrada espontânea e madura dos médiuns na consciência fiel sobre os fatos do mundo espiritual. E, nos bastidores, lá está ele, o nosso astuto inimigo, a prepotência, uma das camuflagens do orgulho, fortalecendo idéias de salvação e grandiosidade em função das ações de caridade e do conhecimento que dotaram muitos parceiros de ideal de acentuada invigilância sobre sua verdadeira condição.
Generalizou-se na comunidade espírita a preocupação com a "ação das trevas", e eu pergunto: será que justifica? Não estará essa preocupação tirando o foco sobre a real necessidade a ser trabalhada? Enquanto existe a supervalorização com as "ações dos infernos", distrai-se para os cuidados que requisitam a personalidade no que tange à sua transformação. Muita atenção para as trevas de fora acaba fazendo esquecer as trevas que temos que vencer dentro nós. E, os que aqui nos encontramos, sabemos o quanto o nosso querido "gênio do mal" adora ver o rumo que tem tomado essa excessiva centralização na pessoa dos obsessores e das obsessões na seara doutrinária.
Levemos, portanto, idéias mais claras aos que assumiram o compromisso espírita de serem melhores hoje do que eram ontem, sem assustá-los evidentemente.
Digamos a eles que séculos sucessivos naufragando nas "fracassadas" reencarnações edificaram um terrível sentimento de inutilidade e desvalor pessoal; é a angústia básica dos espíritos que renascem atualmente no corpo físico, um lacerante complexo de inferioridade. Vejam a necessidade que o homem tem de ser grande sem o ser, de fazer-se de forte sem o ser, de bancar o iluminado somente porque transitou alguns anos nas tarefas assistencialistas ou na leitura de uma dezena de livros libertadores. Os traumas da vida extrafísica, a dor do arrependimento ou da culpa, do medo e da fuga têm ocasionado reflexos mentais de difícil erradicação. Os remorsos na erraticidade, provenientes do que fizeram ou deixaram de fazer em anteriores existências, têm constituído a perpetuidade das provas que começam na carne e se mantém depois da morte corporal.
Expliquemos pois, aos que possam nos ouvir no plano físico, a importância da valorização mútua pela fraternidade, das equipes que se amam e tratam a todos como uma família, o valor da atenção para com os que ingressam no centro espírita, e, sobretudo, a urgência do diálogo fraterno como fonte terapêutica sobre os circuitos mentais auto-obsessivos.
Essa modéstia imaginada pelos espíritas precisa ser esclarecida em favor da felicidade deles próprios. Eles estão com orgulho da humildade que supõem possuir, meus amigos! Isso é grave!...
Uma modéstia imaginada e não sentida, uma quase fragmentação que beira os quadros mais conhecidos da "psicose pacífica, aceitável.
Como assevera Inácio Ferreira: "os espíritas estão passando por uma loucura controlada, uma psicose intermitente..." Mas temos que perguntar: quantos conseguirão manter esse controle e até quando?
Ainda usando as claras observações de Inácio, ele nos diz que "o pior louco é aquele que finge que não é louco, porque não assume, não quer enxergar.
Precisamos dizer-lhes sobre os efeitos desse estado mental aqui na vida imortal. Convocá-los a perceber os reflexos doentios que carregam na própria mente. Vemos quantos companheiros estão empenhados em largar cigarros, bebidas, carne e certos ambientes como se reforma íntima fosse restrita a movimentos primários de contenção. O trabalho no terreno dos sentimentos é o fiel da balança nos trâmites da evolução.
Temos aqui reunidos cem servidores que me ouvem e que se encontram no serviço ativo da psicografia junto à messe doutrinária. Se conseguirem êxito na tarefa de enviarem ao mundo físico as minhas palavras, gostaria que esclarecessem algo que tenho aprendido no socorro a "espíritas fracassados". O pronome nós tem sido empregado como manifestação de humildade, e vocês podem notar que o tempo todo de minha fala estou, propositalmente, usando a primeira pessoa, porque falo "eu", mas sinto nós, enquanto muitos falam "nós" e não são capazes de admitir o que se passa a poucos centímetros de suas vistas; é o personalismo travestido, uma fachada sem sentido para homens e mulheres que dizem seguir Jesus, o Altruísta de Deus. E' certo afirmar que tudo começa a partir do que falamos, todavia é preciso assinalar que há muitos se iludindo e acomodando-se somente com as regras de fora, dentro do slogam "espírita faz isso e não faz aquilo", adotando "convenções formalizadas de humildade", quando o que Interessa é o que se passa no reino do coração. A isso chamamos de puritanismo, outro disfarce do nosso velho inimigo, as atitudes pudicas.
Bom, chega de falar dos espíritas!
Se um dia conseguirem um médium corajoso o bastante para relatar minha fala, digam que fiz isso como um "teste ao orgulho". Quem ler minha fala até esse ponto, sem ter um enfarto de revolta, é candidato a ser humilde no futuro!!!

Falemos agora de humildade.
O orgulho é a "sombra do ego", o sentimento que nos leva a sentir-nos maiores e melhores que todos. A humildade, seu oposto, é a luz que vem de dentro quando reconhecemos quem somos.
Brota na alma como um estado afetivo ao conseguirmos romper com as camadas de falsidade e engano edificadas pelo egoísmo, e nos vermos enquanto Eu Divino.
Humildade é desilusão, reconhecimento de limites e qualidades, é conscientização.
Humildade é estar conectado com a essência da vida, a Verdade. Para isso é necessário a sintonia com a Verdade sobre nós mesmos, a realidade. E o estado de libertação das ilusões que nos permite enxergar com lucidez, sem vaidade ou desânimo. Humildade é o estado de realidade que conquistamos na medida do auto-descobrimento.
Quem vibra no "espírito da humildade" recolhe sempre na vida o que tem valor real para seu crescimento, não agindo ao sabor das proclamadas mentiras mundanas, porque zelará por sua identidade universal sem deixar assediar-se por apelos inferiores. Quem estiver na humildade será alguém que conseguirá existir, sentir-se realizado, porque está buscando ser ele mesmo, e não ser o que os outros gostariam que fosse.
Portanto, humildade é a estrada de acesso para a felicidade.
O estado de "ausência de orgulho" só pode ser alcançado com o "sentimento de humildade", e não com essas capas que são colocadas para chamar a atenção alheia com virtudes que ainda não possuímos, camuflando impulsos de vaidade que, de alguma forma, inevitavelmente, vão escoar em variadas metamorfoses."
Essas capas são muitas, uma delas é a da pobreza. A vinculação da humildade com a pobreza é algo cultural, e a cultura popular, apesar de sábia, muitas vezes comete severos pecados de conceituação.
Se tem algo que não é semelhante à humildade é a pobreza. Se assim o fosse, os países chamados de "terceiro mundo" - expressão preconceituosa das sociedades terrenas - seriam conscientes, felizes, realizados, resignados, não haveria revolta e nem crime. Não é isso que verificamos, infelizmente... Há muitos pobres revoltados e orgulhosos ao extremo; são simples no vestir e nos hábitos, mas se pudessem...
Devemos ter "alma de pobre", como assevera a educadora católica Maria Junqueira Schmith, contentar com o que temos. Contentamento é estado de realização interior que nasce da humildade. Universo é riqueza, a natureza é prodígio Divino de abundância. Pobreza é marca de mundos inferiores, é condição de seres que não se amam e nem tiveram alguém para amá-los. Pobreza não é humildade. Por isso, a mensagem espírita para os pobres deve ser a da riqueza interior como caminho para Deus.
Humildade não é apenas ter atitude modesta. De "Modesta" basta eu mesma!!! Mais que isso, é ter atitude de lucidez em razão de haver aprendido as causas profundas de seus modos de agir e reagir, mas também de suas qualidades: é o "estado da autenticidade". Pessoas humildes sabem "existir", não se permitindo os vícios da representação, da artificialidade, por isso são livres.
Essas capas infelizmente prestam um desserviço a nós mesmos, porque a dificuldade que apresentamos para reconhecer os erros, os limites, as imperfeições, é a mesma que leva a perturbar e adulterar as noções acerca das qualidades. O orgulho, portanto, impede o homem de tomar posse de si mesmo, dos seus limites e das suas virtudes.
Criou-se, por exemplo, uma cultura de que não se deve elogiar, realçar as qualidades para não incentivar a vaidade; uma mentalidade de que não devemos falar de virtudes porque não as temos. No lugar de riqueza espiritual fala-se em dívidas do passado, carmas, sofrimento, resignação, penúria, dor, uma cultura de inferioridade é disseminada no mundo pelo "gênio do mal" para que os homens não se sintam dignos do bem e do amor. Se temos talentos e virtudes é significativo que fiquem onde todos possam ver, e depois, quando uma qualidade realmente nos pertence, não temos como escondê-la; ela surge naturalmente. Essa discrição e humildade de fachada, pregada como conduta de vigilância, pode emperrar o crescimento, porque a criatura adota postura para fora, mas não é educada para saber como lidar com os sentimentos que estão dentro. Claro que ficar chamando a atenção para suas virtudes é atitude de infantilidade e vaidade, entretanto a relação que travamos com nossas qualidades é que precisa ser redimensionada; ocultá-las não vai levar a nada.
Essas capas, que são o vínculo doentio com o ego, iniciam-se no ato educativo durante a infância. A falta de contato com os sentimentos e habilidades inatas da criança são substituídas pelas normas ou costumes sociais, que conspiram para a formação do "homem social" descuidando do "homem-alma". O que é muito lamentável, porque dessa maneira a criança é levada a ser o que não é para atender a caprichos paternais ou requisitos da sociedade; seus sentimentos nem sempre são considerados, seus pendores... E os sentimentos são o espelho da consciência. Conhecê-los é criar um elo com a humildade, com quem somos verdadeiramente, deixando de ouvir as loucuras do ego e passando a "escutar Deus" na intimidade. A consciência expressa-se no coração com maior intensidade. Aprender a linguagem dos sentimentos é caminhar para o estado de humildade, de autoconhecimento.
Como disse anteriormente, certa feita alguém chamou Jesus de bom e Ele não aceitou o título, dizendo: Bom é o Pai. Porém, em outro momento ele sentenciou: vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o Sou. Isso é humildade, saber quem se é. Nem mais, nem menos.
Não se expressa qualidades, não se elogia, entretanto fica uma carência de estima e consideração alheia no campo dos sentimentos que é muito natural e não pode ser confundida com o vício de prestígio. Todos precisam ser amados tanto quanto amar, serem estimulados tanto quanto estimular. Nem esconder, nem ficar mendigando a aprovação alheia. A humildade pregada como ocultação de virtudes e adoção de atitudes pudicas, que ainda não são sentidas no coração, é fator de deseducação e repressão dos potenciais de crescimento pessoal. Por incrível que pareça, isso é deixar de errar por orgulho.

Ah! Meus bons amigos! Precisaríamos de outro curso desse de vinte dias somente para tratar esse enfoque. Valha-nos Deus e Eurípedes para que o consigamos quanto antes, porque não tenho mais onde botar tanta gente no Pavilhão...!!!
Paz e esperança a todos".
Ermance Dufaux: LIVRO MEREÇA SER FELIZ



OS DESCOBRIDORES DO HOMEM

Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso.
Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: — Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor.
Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao Trono do Eterno.
E, porque vários Arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o Céu, determinou a Divina Sabedoria fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura.
Para isso, os Anjos Educadores, a serviço do Altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados — e a Necessidade, o Dinheiro, o Poder e a Cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis.
A necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo.
Chegou, então, a vez do Dinheiro.
Acercou-se do homem e conferiu-lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou-se da caridade e, afastando-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral.
Vitorioso na segunda prova, veio o Poder, que o investiu de larga e brilhante autoridade.
O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da Providência Celestial e usou o Poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera.
Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela Cólera.
De maneira a sondar-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-se dum servo fraco e ignorante e tocou-lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade.
O devoto não resistiu.
Intensa onda sangüínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras.
Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranqüilidade, quando, porém, a Cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-se nas vibrações gloriosas da vida superior.
Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação.
Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou: — Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-se ao Céu, determina o Pai Amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras.
A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam, nos exercícios da Necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do Dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caiem, desastradamente, pelas insinuações do Poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles 15 que vencem a visita inesperada da Cólera, que vem ao círculo do homem anotar-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna.
O Mestre calou-se, sorriu compassivamente, de novo, e, porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier



O ENSINAMENTO VIVO

Em observando qualquer edificação ou serviço, Maria Cármen não faltava à crítica.
Ante um vestido das amigas, exclamava sem-cerimônia:
- O conjunto é tolerável, mas as particularidades deixam muito a desejar. A gola foi extremamente malfeita e as mangas estão defeituosas.
Perante um móvel qualquer, rematava as observações irônicas com a frase:
- Não poderiam fazer coisa melhor?
E, à frente de qualquer obra de arte, encontrava traços e ângulos para condenar.
A Mãezinha, preocupada, estudou recursos de dar-lhe proveitoso ensinamento.
Foi assim que, certa manhã, convidou a filha a visitar, em sua companhia, a construção de um edifício de vastas linhas. A jovem, que não podia adivinhar-lhe o plano, seguiu-a, surpreendida.
Percorreram algumas ruas e pararam diante do arranha-céu a levantar-se.
A senhora pediu a colaboração do engenheiro-chefe e passou a mostrar à filha os vários departamentos. Enquanto muitos servidores abriam acomodações para os alicerces, no chão duro, manobrando picaretas, veículos pesados transportavam terra daqui para ali, com rapidez e segurança. Pedreiros começavam a erguer paredes, suarentos e ágeis, sob a atenciosa vigilância dos técnicos que orientavam os trabalhos. Caminhões e carroças traziam material de mais longe. Carregadores corriam na execução do dever.
O diretor das obras, convidado pela matrona a pronunciar-se sobre a edificação, esclareceu gentil:
- Seremos obrigados a inverter volumoso capital para resgatar as despesas. Requisitaremos, ainda, a colaboração de centenas de trabalhadores especializados. Carpinteiros, estucadores, vidraceiros, pintores, bombeiros e eletricistas virão completar-nos o serviço. Qualquer construção reclama toda uma falange de servos dedicados.
A menina, revelando-se impressionada, respondeu:
- Quanta gente a pensar, a cooperar e servir!...
- Sim – considerou o chefe, sorrindo expressivamente -, edificar é sempre muito difícil.
Logo após, mãe e filha apresentaram as despedidas, encaminhando-se, agora, para velho bairro.
Vararam algumas travessas e praças menores agradáveis e chegaram
à frente de antiga casa em demolição. Viam-se-he as linhas nobres, no estilo colonial, através das alas que ainda se achavam de pé. Um homem, apenas ali se encontrava, usando martelo de tamanho gigantesco, abatendo alvenaria e madeirante. Ante a queda das paredes a ruírem com estrondo, de minuto a minuto, a jovem observou:
- Como é terrível arruinar, deste modo, o esforço de tantos!
A Mãezinha serena interveio, então, e falou, conselheiralmente:
Chegamos, filha, ao fim do ensinamento vivo que buscamos. Toda a realização útil na Terra exige a paciência e o suor, o trabalho e o sacrifício de muita gente.Edificar é muito difícil. Mas destruir e eliminar é sempre muito fácil. Bastará uma pessoa de martelo à mão para prejudicar a obra de milhares. A critica destrutiva é um martelo que usamos criminosamente, ante o respeitável esforço alheio. Compreendeu?
A jovem fez um sinal afirmativo com a cabeça e, daí em diante, procurou ajudar a todos ao invés de macular, desencorajar e ferir.

Francisco Cândido Xavier Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio..





AINDA A HUMILDADE
A força da humildade!
Grandiosa, passa na maioria das vezes como fraqueza, ante os conceitos gastos da falsa moral. Tão nobre que se desconhece a si mesma.
Atravessa uma existência sem despertar atenção, e nisso reside a essência do seu valor.
Serva fiel do dever, não malbarata o tempo nas frivolidades habituais que exaltam os ouropéis. Avança sempre, produzindo com objetividade na direção dos fins que busca colimar.
A humildade é muito ignorada.
Virtude excelente é precioso aroma de sutil característica que vitaliza os que a conduzem.
Toma diversas aparências conforme as necessidades das circunstâncias em que se manifesta.
Aqui é renúncia, cedendo a benefício geral, esquecida de si mesma.
Adiante é perdão a serviço da paz de todos.
Além é bondade discreta, produzindo esperança.
Hoje é indulgência para oferecer nova oportunidade.
Amanhã é beneficência para manter a misericórdia.
É sempre a presença de Jesus edificando a felicidade onde quer que escasseie a colheita de luz.
A humildade, porém, somente é possível quando inspirada nos ideais da verdade.
Enquanto o homem não se abrasa da certeza da vida superior, a humildade não lhe encontra guarida.
Sabendo que a Terra é uma escola de experiências e ensaios da vida para a verdade, do mundo somente lhe vê as oportunidades de progresso, compreendendo a necessidade de aproveitar as horas.
Todos os grandes heróis do pensamento, os mártires da fé e os santos da renúncia para lobrigarem o êxito dos objetivos a que ligaram a existência, se firmaram na humildade por saberem do pouco valor que representavam ante as grandes diretrizes da vida.
A humildade em última análise representa submissão à vontade de Deus, doação plena e total às Suas mãos, deixando-se conduzir pela Sua Diretriz segura que governa o Universo.
No culto da humildade não tenhas a presunção de resolver todos os problemas que te chegam. Preocupa-te em desincumbir-te fielmente dos deveres que te dizem respeito.
Qualquer tarefa, por mais insignificante que te pareça, é de alta importância no conjunto geral. Faze, portanto, a tua função no concerto das coisas consciente de que tua colaboração é preciosa e deve ser doada.
Não ambiciones a tarefa que te não diz respeito. Aprende a considerar o labor alheio e produze o teu serviço cônscio da significação do que realizas, adornando de belezas o que passe pelo crivo do teu interesse e do teu zelo.
Responderás diante da vida não pelo que gostarias de ter proporcionado, mas pelo que tiveste diante das possibilidades e de como te comportaste ante a ensancha.
Cultiva a humildade.
A humildade pela força da sua fraqueza nunca vai ser atingida: a lisonja não a envaidece, e a zombaria não a humilha. É inatingível pelo mal em qualquer expressão como se apresente.
Olha o firmamento e faze um paralelo: as estrelas faiscantes e tu! Compreenderás o valor da humildade.
Conquanto Jesus fosse o Arquiteto Sublime da Terra, não desconsiderou a carpintaria singela de José; caminhou imensos trechos descampados de solos agrestes a serviço do amor; conviveu com os mais difíceis caracteres sem melindres, sem falsa superioridade. Tão igual se fez aos infelizes que o acompanhavam que nem todos acreditaram fosse Ele "o escolhido".
No entanto, ainda aí não usou a presunção de convencer a ninguém, fazendo tudo aquilo para quanto veio e depois retornou, sereno. sem abandonar os a quem veio amar.
Lição viva e desafiadora, a Sua vida é convite para que meditemos e vivamos, incorporando à nossa existência essa pérola sublime da redenção espiritual: a humildade!
"Aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo". Mateus: capítulo 20º, versículo 27.
"A humildade é virtude muito esquecida entre vós. Bem pouco seguidas são os exemplos que dela se vos têm dado. Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo?" Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 7º - Item 11, parágrafo 3.

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 31.



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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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