EU NÃO MERECIA
“... Por que uns nascem na miséria e outros na opulência,
sem nada terem feito para justificar essa posição? Por que
para uns nada dá certo, enquanto que para outros tudo
parece sorrir?...”
“... As
vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e, uma vez que Deus é justo, essa causa
deve ser justa. Eis do que cada um deve compenetrar-se bem...” (Capítulo
5. item 3.)
Assumir total
responsabilidade por todas as coisas que acontecem em nossa vida, incluindo
sentimentos e emoções, é um passo decisivo em direção a nossa maturidade e
crescimento interior.
A tendência em
acusar a vida, as pessoas, a sociedade, o mundo enfim, é tão antiga quanto o
gênero humano; e muitos de nós crescemos aprendendo a raciocinar assim,
censurando todos e tudo, nunca examinando o nosso próprio comportamento, que na
verdade decide a vida em nós e fora de nós.
Assimilamos o
“mito do vitimismo” nas mais remotas religiões politeístas, vivenciadas por
todos nós durante as várias encarnações, quando os deuses temperamentais nos
premiavam ou castigavam de conformidade com suas decisões arbitrárias. Por termos
sido vítimas nas mãos dessas divindades, é que passamos a usar as técnicas para
apaziguar as iras divinas, comercializando favores com oferendas a Júpiter no Olimpo,
a Netuno nas atividades do oceano, a Vênus nas áreas afetivas e a Plutão, deus
dos mortos e dos infernos.
Aprendemos a justificar
com desculpas perfeitas os nossos desastres de comportamento, dizendo que fomos
desamparados pelos deuses, que a conjunção dos astros não estava propícia, que a
lua era minguante e que nascemos com uma má estrela.
Ainda muitos de nós acreditamos ser vítimas do pecado de Adão
e Eva e da crença de um deus judaico que privilegia um povo e despreza os
outros, surgindo assim a idéia da hegemonia divina das nações.
As pessoas que acreditam ser “vítimas da fatalidade” continuam
a apontar o mundo exterior como culpado dos seus infortúnios. Recusam absolutamente
reconhecer a conexão entre seus modos de pensar e os acontecimentos exteriores.
São influenciadas pelas velhas crenças e se dizem prejudicadas pela força dos hábitos,
pelas cargas genéticas e pela forma como foram criadas, afirmando que não
conseguem ser e fazer o que querem. Não sabem que são arquitetos de seu destino,
nem se conscientizam de que o passado determina o presente, o qual, por sua
vez, determina o futuro.
A vítima sente-se impotente e indefesa em face de um
destino cruel. Sem força nem capacidade de mudar, repetidas vezes afirma: “Eu
não merecia isto”, “A vida é injusta comigo”, nunca lhe ocorrendo, porém, que o
seu jeito de ser é que materializa pessoas e situações em sua volta.
Defendem seus gestos e atitudes infelizes dizendo: “Meus problemas
são causados por meu lar”, “Os outros sempre se comportam desta forma comigo”.
Desconhecem que as causas dos problemas somos nós e que, ao renascermos, atraímos
esse lar para aprendermos a resolver nossos conflitos. São os nossos comportamentos
interiores que modificam o comportamento dos outros para conosco. Se somos, pois,
constantemente maltratados é porque estamos constantemente nos maltratando e ou
maltratando alguém.
Ninguém pode fazer-nos agir ou sentir de determinada maneira
sem a nossa permissão.
Outras pessoas ou situações poderão estimular-nos a ter certas
reações, mas somente nós mesmos determinaremos quais serão e como serão essas
reações. As formas pelas quais reagimos foram moldadas pelas experiências em
várias vidas e sedimentadas pela força de nossas crenças interiores - mensagens
gravadas em nossa alma.
Portanto, precisamos assumir o comando de nossa vida e
sair do posicionamento infantil de criaturas mimadas e frágeis, que reclamam e
se colocam como “vítimas do destino.
Admitir a real responsabilidade por nossos atos e
atitudes é aceitar a nossa realidade de vida - as metas que alteram a sina de nossa
existência.
Em vez de atribuirmos aos outros e ao mundo nossas derrotas
e fracassos, lembremo-nos de que “as vicissitudes da vida têm, pois, uma causa,
e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa”.
Hammed – Renovando Atitudes - Francisco Do
Espírito Santo Neto
O PRIMEIRO
Cap. VII - Item 3 - ESE
"E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja
vosso servo". - Jesus (Mateus, 20:27)
Nos variados setores da experiência humana, encontramos
as mais diversas criaturas a buscarem posições de destaque e postos de diretiva.
Há pessoas que enveredam pelas sendas do comércio e da
indústria, em corrida infrene por se elevarem nas asas frágeis da posse
efêmera.
Muitas elegem a tirania risonha no campo social, para se
afirmarem poderosas e dominantes.
Outras pontificam através do intelecto, usando a Ciência
como apoio da autoridade que avocam para si mesmas.
Temos ainda as inteligências que, em nome da inovação ou
da arte, se declaram francamente partidárias da delinqüência e do vício, para
sossegarem as próprias ânsias de fulguração nas faixas da influência.
Todas caminham subordinadas às mesmas leis, elevando-se
hoje, para descer amanhã.
O império econômico, a autoridade terrestre ou o
intelectualismo sistemático possibilitam a projeção da criatura no cenário
humano, à feição de luz meteórica, riscando, instantaneamente, a imensidade dos
céus.
Em piores circunstâncias, aquele que preferiu o brilho
infernal do crime, esbarra, em breve tempo, com a dureza de si mesmo, sendo
constrangido a reunir os estilhaços da vida, provocados por suas ações
lamentáveis, na recomposição do destino próprio.
Grande maioria toma a aparência do comando como sendo a
melhor posição, e raros chegam a identificar, no anonimato da posição humilde,
o posto de carreira que conduz a alma aos altiplanos da Criação.
Apesar de tudo, porém, a verdade permanece imutável.
A liderança real, no caminho da vida, não tem alicerces
em recursos amoedados.
Não se encastela simplesmente em notoriedade de qualquer
natureza.
Não depende unicamente de argúcia ou sagacidade.
Nem é fruto da erudição pretensiosa.
A chefia durável pertence aos que se ausentam de si
mesmos, buscando os semelhantes para serví-los...
Esquecendo as luzes transitórias da ribalta do mundo...
Renunciando à concretização de sonhos pessoais em favor
das realizações coletivas...
Obedecendo aos estímulos e avisos da consciência...
E por amar a todos sem reclamar amor para si, embora na
condição de servo de todos, faz-se amado da vida, que nele concentra seus
interesses fundamentais.
Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Waldo
Vieira.
PARÁBOLA DOS PRIMEIROS
LUGARES
“Ao anotar como os convidados escolhiam os primeiros
lugares, propôs-lhes esta parábola: Quando fores por alguém convidado para um casamento,
não te sentes no primeiro lugar; para não suceder que seja por ele convidada
uma pessoa mais considerada do que tu e; vindo o que te convidou a ti e a ele,
te diga: Dá o lugar a este; e então irás envergonhado ocupar o último lugar.
Pelo contrário, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que,
quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima; então
isto será para ti uma honra diante de todos os mais convivas. Pois todo o que
se exalta, será humilhado; mas todo o que se humilha, será exaltado.” (Lucas,
XIV, 7-11.)
É costume dos orgulhosos, que querem ostentar grandeza, ocupar
na sociedade as posições mais distintas; tornarem-se salientes, para atrair atenções.
Jesus, que costumava freqüentar certas reuniões em
ocasiões que julgava próprias, para estudar o caráter e a psicologia das
gentes, antes de propor a seus discípulos a Parábola da Grande Ceia, julgou de
bom aviso ensinar-lhes que, mesmo como convivas desse “banquete espiritual”,
não deveriam pleitear os primeiros lugares, posições inadequadas aos que devem
observar estritamente a humildade, único meio de exaltação e de conquista de
mérito.
Nenhum valor tem para Jesus os que se salientam
pomposamente nos primeiros lugares e praticam todas as obras que aparentemente
são boas, para serem visto pelos homens; os que alargam seus filactérios,
alongam
suas fímbrias, e gostam do primeiro lugar nos banquetes,
das primeiras cadeiras nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e de
serem chamados mestres.
O conviva da “grande ceia” deve ser sóbrio, modesto,
prudente, recatado, cheio de boa vontade, laborioso, e, em vez de se recostar comodamente
no primeiro lugar que encontra vago em torno da mesa do banquete, deve fazer-se
como o servo que, depois de bem examinar as iguarias, serve eqüitativamente aos
convivas, segundo o paladar de cada um deles.
“A cadeira de Moisés”, o estudante do Evangelho já o
sabe, não deve ser ocupada pelos novos convivas da “grande ceia”, para que lhes
não seja aplicado o libelo condenatório pronunciado pelo Mestre contra os
escribas e fariseus. (Mateus, XXIII.)
A sentença do Mestre “O que se exalta, será humilhado;
mas o que se humilha, será exaltado”, tem estrita aplicação a todos os que já
receberam a Palavra de Jesus em espírito e verdade.
Na Parábola do Bom Servo está escrita a obrigação dos que
desejam os “primeiros lugares espirituais”. Não é por ocupar os “primeiros
lugares na sociedade” que os obteremos. Ninguém pense galgar as eminências da glória,
sem haver prestado seus serviços à causa da Verdade, sem ter experimentado,
para tal fim, provas difíceis de vencer, sem haver triunfado nas lutas, sem ter
vencido o mundo com suas enganadoras miragens.
Os primeiros lugares espirituais não são aqueles em que
somos honrados, mas aqueles em que nos colocamos para honrar; não são aqueles em
que somos servidos, mas os em que nos dão ensejo de servir. “O Filho do Homem
não veio ao mundo para ser servido, mas para servir.”
A Parábola de Jotam, pronunciada no crime de Gerizim,
para exortar o povo de Shechem, pode ser repetida hoje aos que conquistam as
glórias e querem naturalmente obter aquelas que não passam como a flor da erva:
CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS
ENTRE OS CRISTÃOS
“Mas entre vós
não será assim.”— Jesus. (MARCOS, capítulo 10, versículo 43.)
Desde as eras mais remotas, trabalham os agrupamentos
religiosos pela obtenção dos favores celestes.
Nos tempos mais antigos, recordava-se da Providência
tão-só nas ocasiões dolorosas e graves. Os crentes ofereciam sacrifícios pela
felicidade doméstica, quando a enfermidade lhes invadia a casa; as multidões
edificavam templos, em surgindo calamidades públicas.
Deus era compreendido apenas através dos dias felizes.
A tempestade purificadora pertencia aos gênios perversos.
Cristo, porém, inaugurou uma nova época. A humildade foi
o seu caminho, o amor e o trabalho o seu exemplo, o martírio a sua palma de
vitória. Deixou a compreensão de que, entre os seus discípulos, o princípio de
fé jamais será o da conquista fácil de favores do céu, mas o de esforço ativo
pela iluminação própria e pela execução dos desígnios de Deus, através das
horas calmas ou tempestuosas da vida.
A maior lição do Mestre dos Mestres é a de que ao invés
de formularmos votos e sacrifícios convencionais, promessas e ações mecânicas,
como a escapar dos deveres que nos competem, constitui-nos obrigação primária
entregarmo-nos, humildes, aos sábios imperativos da Providência, submetendo-nos
à vontade justa e misericordiosa de Deus, para que sejamos aprimorados em suas
mãos.
Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
QUEM SERVE, PROSSEGUE...
"O Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir" -Jesus.(MARCOS, 10:45.)
A
Natureza, em toda parte, é um laboratório divino que elege o espírito de
serviço por processo normal de evolução.
Os olhos
atilados observam a cooperação e o auxílio nas mais comezinhas manifestações
dos reinos Inferiores.
A cova
serve à semente. A semente enriquecerá o homem.
O vento
ajuda as flores, permutando-lhes os princípios de vida. As flores produzirão
frutos abençoados.
Os rios confiam-se ao mar. O mar faz a
nuvem fecundante.
Por manter
a vida humana, no estágio em que se encontra, milhares de animais morrem na
Terra, de hora a hora, dando carne e sangue a benefício dos homens.
Infere-se
de semelhante luta que o serviço é o preço da caminhada libertadora ou
santificante.
A pessoa
que se habitua a ser invariavelmente servida em todas as situações, não sabe
agir sozinha em situação alguma.
A criatura
que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra mil recursos
dentro de si mesma, na solução de todos os problemas.
A primeira
cristaliza-se.
A segunda
desenvolve-se.
Quem
reclama excessivamente dos outros, por não estimar a movimentação própria na satisfação
de necessidades comuns, acaba por escravizar-se aos servidores, estragando o
dia quando não encontra alguém que lhe ponha a mesa. Quem aprende a servir,
contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.
Aprendiz
do Evangelho que não improvisa a alegria de auxiliar os semelhantes permanece
muito longe do verdadeiro discipulado, porquanto companheiro fiei da Boa Nova
esta informado de que Jesus veio para servir, e desvela-se, a benefício de
todos, até ao fim da luta.
Se há mais
alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser servido.
Quem
serve, prossegue...
Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco
C. Xavier
POLÍTICA
“E quem governa seja como quem serve”- Jesus- Lucas,
22:26.
O Evangelho apresenta, igualmente, a mais elevada fórmula
de vida político-administrativa aos povos da Terra.
Quem afirma que semelhantes serviços não se compadecem
com os labores do Mestre não penetrou ainda toda a verdade de suas Lições
Divinas.
A magna questão é encontrar o elemento humano disposto à
execução do sublime princípio.
Os ideais democráticos do mundo não derivam senão do próprio
ensinamento do Salvador.
Poderá encontrar algum sociólogo do planeta, plataforma
superior além da gloriosa síntese que reclama o governante as legítimas
qualidades do servidor fiel?
As revoluções, que custaram tanto sangue, não foram senão
uma ânsia de obtenção da fórmula sagrada na realidade política das nações.
Nem, por isso, entretanto, deixaram de ser movimentos
criminosos e desleais, como infiéis e perversos têm sido os falsos políticos na
atuação do governo comum.
O ensinamento de Jesus, nesse particular, ainda está
acima da compreensão vulgar das criaturas.
Quase todos os homens se atiram à conquista dos postos de
autoridade e evidência, mas geralmente se encontram excessivamente interessados
com as suas próprias vantagens no imediatismo do mundo.
Ignoram que o Cristo aí conta com eles, não como quem
governa tirânica ou arbitrariamente, mas como quem serve com alegria, não como
quem administra a golpes de força, mas como quem obedece ao Esquema Divino, junto
dos seres e cousas da vida.
Jesus é o Supremo
Governador da Terra e, ao mesmo tempo, o Supremo Servidor das criaturas
humanas.
Emmanuel - De "Alma e Luz", de Francisco
Cândido Xavier
POLÍTICA DIVINA
"Eu, porém, entre vós, sou como aquele que
serve." - Jesus. (LUCAS, 22:27.)
O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o
clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é
cometido.
O Governador da Terra, entre nós, para atender aos
objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de
Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos,
respeitáveis embora.
Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si
mesmo. Não vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado.
Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa
sublime, testemunhou a sua grandeza celestial.
Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que
lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e
parlamentos transitórios?
Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e
da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do
Evangelho Redentor.
Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração
e entendimento.
Ama o próximo como a ti mesmo.
Cessa o egoísmo da animalidade primitiva.
Faze o bem aos que te fazem mal.
Abençoa os que te perseguem e caluniam.
Ora pela paz dos que te ferem.
Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao
passado inferior.
Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida
com os menos afortunados e mais pobres do caminho.
Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz.
Revela o amor que acalma as tempestades do ódio.
Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do
desalento.
Levanta os caídos.
Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões
morais.
Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio
fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação.
Ama, compreende e perdoa sempre.
Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à
obra?
Lembra-te, meu amigo, de que os administradores do mundo
são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando
os potenciais econômicos,
passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te
esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das
quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos.
Livro: Vinhas de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico
Xavier
GRANDE SERVIDOR
“Eu estou entre vós como quem serve”.— Jesus (Lucas,
22:27)
Sim, o
Cristo não passou entre os homens como quem impõe.
Nem como
quem determina.
Nem como
quem governa.
Nem como
quem manda.
Caminhou
na Terra à feição do servidor.
Legou-nos
o Evangelho da vida, escrevendo-lhe a epopéia no coração das criaturas.
Mestre,
tomou o próprio coração para sua cátedra.
Enviado
Celestial, não se detém num trono terrestre e aproxima-se da multidão para
auxiliá-la.
Fundador
da Boa Nova, não se limita a tecer-lhe a coroa com palavras estudadas, mas
estende-a e consolida-lhe os valores com as próprias mãos.
A prática
é o seu modo de convencer.
O próprio
sacrifício é o seu método de transformar.
Aprendamos
com o Divino Mestre a ciência da renovação pelo bem. E modificar a nós mesmos,
para a vitória do bem, elevando pessoas e melhorando situações, é servir
sempre, como quem sabe que fazer é o melhor processo de aconselhar.
De Segue-me!..., de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito
Emmanuel
SENTIMENTO INCONFESSÁVEL
"Assim não deve ser entre vós; ao contrário, aquele
que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; e aquele que quiser ser o
primeiro entre vós seja vosso escravo (...) - Mateus, 20:26 - O ESE, cap. VII,
ítem 4.
Inveja é um mecanismo psicológico do ego, dentre muitos
originados do sentimento de egoísmo, cujo objetivo é a disputa neurótica para
nos promover à condição de superiores em relação a alguém.
Constitui mais uma das atitudes de não aceitação e
desajuste com nossa real condição interior.
lnteressar-se em possuir algum bem perecível ou valor
moral que tenhamos observado em nosso próximo é um desejo sadio de crescimento,
estímulo para novos aprendizados e esforços.
Nesse caso, existe uma busca do exemplo inspirador. É a
"inveja criativa", impulsionadora.
No entanto, quando surge, neste ato, a presença da
frustração, da malquerença, da ameaça, do sentimento de inferioridade que nos
causam um estado de mal-estar, então temos a condição invejosa.
Nesse contexto, o próximo é analisado como um vitorioso
oponente.
Suas conquistas nos incomodam e nos fazem sentir
pequenos. O brilho alheio nos intimida. Partimos, então, para formas defensivas
com as quais procuramos diminuir a luz alheia.
Mesmo entre nós, os aprendizes incipientes da causa do
amor, a inveja se mascara das formas mais complexas no intuito de ocultar nossa
vergonha por senti-la. Um sentimento inconfessável.
Em verdade, deveríamos nos alegrar pela expansão e
multiplicação de idéias e caminhos para o espiritismo por meio de expressões
criativas de trabalho vindas de outrem, mas, quando estamos apegados às
conquistas doutrinárias, sentimo-nos ameaçados ao despontarem projetos e idéias
apreciáveis nascidos na mente alheia.
Somos Espíritos que ainda desconhecem os efeitos do
próprio bem e como lidar com ele. Por isso, nossas realizações doutrinárias
ainda nos causam uma sensação, natural até certo ponto, de vitória e maioridade
moral. Aferramo-nos a elas com a nítida ilusão de êxito pleno e libertação
definitiva. A alegria da conquista ultrapassa a linha do equilíbrio e se
transforma em pertinaz conduta orgulhosa. Tudo isso ocorre, todavia, porque
estamos há tanto tempo afastados da benevolência que, ao experimentá-la,
sentimo-nos as melhores e maiores criaturas da vida.
Existem sistemas inteiramente alicerçados na inveja,
reunindo multidões cujo propósito é abafar quaisquer manifestações que não
brotem de suas entranhas.
Diversos climas organizacionais sofrem os efeitos
indesejáveis da inveja pelas atitudes autoritárias e controladoras de seus
dirigentes, que evitarão a qualquer custo aceitar alguém brilhar mais que o
conjunto de suas forças reunidas.
E chegou a Cafarnaum, e, entrando em casa, perguntou-lhe:
Que estáveis vós discutindo pelo caminho? Mas eles calaram-se, porque pelo
caminho tinham disputado entre si qual era o maior? Marcos, 9:33
O quadro comportamental do Espírito adoecido pelo egoísmo
repete-se nos dias presentes. Competição e ciúme, inveja e arrogância são
sentimentos velados nas relações dos novos discípulos de Jesus, iluminados pela
doutrina espírita. Negá-los não impedirá de colhermos seus frutos deteriorados
e indigestos. Teremos, cada um de nós, de assumir diante da consciência a
natureza de nossa disputa. Doloroso ato de coragem e desnudamento interior.
Quanta dissensão e melindre, quanto fracasso e obsessão
por conta da competição velada entre seareiros !
A competição continua na sutileza das atitudes humanas.
Os estímulos da mídia e da sociedade competitiva, somados à experiência de
capricho pessoal, levam muitos corações, inclusive nos ambientes espíritas, a
disputar os primeiros lugares em combates envernizados sem abertura para
concessões, criando climas inamistosos e cisões dispensáveis que o diálogo
sincero, seguido da honestidade emocional, poderia evitar.
"Na verdade, é já realmente uma falta terdes demanda
uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não
sofreis antes o dano?"1414. i Coríntios, 6:7.
A inveja é dos sentimentos que menos confessamos a nós
mesmos. É uma propriedade psicológica do sentimento de egoísmo, ou seja, não
conhecemos e nem percebemos sua ação em nós. É uma das várias artimanhas do ego
para nos manter protegidos da terrível sensação de vulnerabilidade, impotência
e pequenez.
Invejamos o que o outro tem ou é quando não amamos ainda
o que somos e temos. Não nos amando, passamos a fazer comparações sistemáticas.
Somente nos comparando conosco mesmos, em relação ao nosso trajeto de
aperfeiçoamento na vida, é que nos sentiremos valorosos e gratificados. Se nada
construímos de útil e bom, possivelmente só nos resta a humildade de assumir
nossa condição e começar um caminho novo. Invejar não resolverá o vazio que
sentiremos de não galgar os degraus que já gostaríamos de ter logrado.
A solução é ouvir nossos sentimentos com lisura moral.
Permitir-nos sentir e estudar a inveja, descobrindo suas nascentes e
camuflagens. Alguns pontos podem nos auxiliar:
Assumir que competimos e descobrir as causas profundas
desta atitude.
Compreender que não fazemos isso propositadamente. Não
escolhemos ser invejosos, vivemos um processo resultante de milênios.
Nossa intenção nobre está preservada independentemente
de quaisquer descobertas dolorosas sobre nossas imperfeições. Somos mais o que
intencionamos que, propriamente, o que fazemos.
Os erros decorrentes de nossas atitudes na inveja
velada devem ser aferidos sem culpa, buscando reparação e olhar para o futuro.
Que eles sirvam de lições para não incorrermos naqueles mesmos desvios.
Manter exames periódicos acerca das investidas da
inveja em nossa conduta e tomar providências imediatas para sua erradicação.
Guardar atenção com a ansiedade e a compulsão com as
tarefas para não cair no automatismo ou na ausência de reflexão educativa. Não
confundamos sacrifício com ansiedade. A verdadeira tarefa espírita não está
fora, mas no íntimo. Nas lições pessoais e intransferíveis que realizamos em
Deus no átrio da consciência.
O princípio originário da inveja está assentado na Lei
Natural de conservação.
"É natural o desejo do bem-estar. Deus só proíbe o
abuso, por ser contrário à conservação. Ele não condena a procura do bem-estar,
desde que não seja conseguido à custa de outrem não venha a diminuir-vos nem as
forças físicas, nem as forças morais".1515. O livro dos Espíritos, questão
719.
Aprender com o sucesso alheio, ter metas de progresso
material, compreender as aptidões que admiramos em outrem, respeitar a
experiência e alegrar-se com as vitórias dos outros são caminhos da admiração,
isto é, a direção educativa para os sentimentos despertados ante os valores que
nos cercam na convivência. São estímulos para crescer.
Somente os que se amam e conhecem seus potenciais,
valores e aptidões olharão a vida e o próximo com alteridade, prezando as
diferenças com louvor, reconhecendo que cada um deve florescer onde e como se
encontra, descobrindo sua missão gloriosa perante a vida, distante do ato de
invejar.
Ante essa descoberta, tecida nos fios do autoamor,
alcançaremos a condição superior exarada pelo senhor Allan Kardec: "O
homem não procura elevar-se acima do homem, mas acima de si mesmo,
aperfeiçoando-se".16 O evangelho segundo o espiritismo, capítulo 111, item
10.
WANDERLEY OLIVEIRA + ERMANCE DUFAUX
CAUSA E EFEITO
Enoque era um ancião que se abeirava dos cem janeiros.
Residindo numa choça que se encostava a uma peroba, cuja
idade renteava com a dele, alimentava-se de frutas e chá que improvisava com
folhas aromáticas e água quente.
Entre aqueles viajantes e amigos que atravessavam a
estrada, a poucos metros de sua moradia, a fim de revê-lo, o agricultor José
Prado, procurou-lhe a amenidade da companhia e indagou, com respeito:
-Enoque, você acredita na lei de causa e efeito?
Como não? - respondeu o interpelado com voz trêmula. A
idade me pesa nas costas, há vários decênios, e nunca vi um só caso em que essa
lei da vida viesse a falhar.
E, virando para o interlocutor os velhos braços;
acentuou: - a propósito de que o senhor me fez essa pergunta?
O amigo não se melindrou e narrou pensativo:
-Há cinco anos, entrei em luta corporal com o Joaquim
Mota, que é seu conhecido, e, na briga, cortei-lhe dois dedos da mão esquerda,
que sangrou abundantemente... Depois de algum tempo pedi-lhe perdão do gesto
impensado e ele não só me perdoou, como também me convidou para um café em sua
própria casa. Senti grande alívio, porque me achava arrependido da violência
que praticara e voltei ao trabalho em meus canaviais. Ontem, porém, coloquei
meu facão num galho de árvore, para limpar a plantação nova e distraí-me sem
notar que o dia de calor nos mergulhara a todos, os meus auxiliares e eu, numa
ventania brava. Aproximava-se o aguaceiro e corremos, em busca dos restos da
casa velha do Antonio e quando passei, a passo rápido, sob o galho da Aroeira
que me guardava o facão, ei-lo que se despenca sobre mim, sem motivo aparente
me cortando dois dedos da mão esquerda, como sucedera no dia que mutilei a mão
do Joaquim Mota.
O narrador fez uma pausa e finalizou:
-O senhor acredita que eu tenha sido executado segundo a
lei de causa e efeito?
-Acredito, sim...
-Entretanto - observou o visitante, não posso esquecer
que o Mota já me perdoara.
Enoque fez um gesto expressivo de afirmação e explicou:
-Mota lhe perdoara a ofensa, mas a lei lhe havia
registrado o gesto impulsivo e terá considerado que o perdão do amigo lhe
oferecia a oportunidade, a fim de que a dor de seus dois dedos lhes advertisse
para não repetir o ato que lhe impunha dor e arrependimento ao coração.
Enoque - solicitou o amigo, fale-nos então dessa lei que
não podemos burlar!...
O velhinho levantou-se com muita dificuldade e, ali
mesmo, retirou da mesa tosca um ensebado exemplar do Novo Testamento e
esclareceu:
-Meu amigo; estou no fim de minha longa existência e já
não disponho de tempo para longas conversações. Quando preciso de alguma
explicação, recorro aos ensinamentos de Jesus e sempre tenho a resposta. Abra
este livro e veja o que o Mestre nos diz.
Intranqüilo, o consulente abriu o rolo e achou do
Apóstolo Mateus lendo o Versículo no. 52 do Capítulo 26, em que Jesus adverte a
nós todos; "quem com ferro fere com ferro será ferido...".
Da Obra A Semente De Mostarda – Espírito: Emmanuel
–Médium: Francisco Cândido Xavier
PEDIR
"Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que
pedis." - (MATEUS, 20:22.)
A maioria dos crentes dirige-se às casas de oração, no
propósito de pedir alguma coisa;
Raros os que aí comparecem, na verdadeira atitude dos
filhos de Deus, interessados nos sublimes desejos do Senhor, quanto à melhoria
de conhecimentos, à renovação de valores íntimos, ao aproveitamento espiritual
das oportunidades recebidas de Mais Alto.
A rigor, os homens deviam reconhecer nos templos o lugar
sagrado do Altíssimo, onde deveriam aprender a fraternidade, o amor, a
cooperação no seu programa divino. Quase todos, porém, preferem o ato de
insistir, de teimar, de se imporem ao paternal carinho de Deus, no sentido de
lhe subornarem o poder infinito. Pedinchões inveterados, abandonam, na maior
parte das vezes, o traçado reto de suas vidas, em virtude da rebeldia suprema
nas relações com o Pai. Tanto reclamam, que lhes é concedida a experiência
desejada.
Sobrevêm desastres. Surgem as dores. Em seguida, aparece
o tédio, que é sempre filho da incompreensão dos nossos deveres.
Provocamos certas dádivas no caminho, adiantamo-nos na
solicitação da herança que nos cabe, exigindo prematuras concessões do Pai, à
maneira do filho pródigo. Mas o desencanto constitui-se em veneno da
imprevidência e da irresponsabilidade.
O tédio representará sempre o fruto amargo da
precipitação de quantos se atiram a patrimônios que lhes não competem.
Tenhamos, pois, cuidado em pedir, porque, acima de tudo,
devemos solicitar a compreensão da vontade de Jesus a nosso respeito.
Emmanuel Do livro Caminho, Verdade e Vida, de Chico Xavier
ANTES DE SERVIR
“Bem com o Filho do homem não veio para ser servido, mas
para servir.” – Jesus. (Mateus, 20:38).
Em companhia do espírito de serviço, estaremos sempre bem
guardados. A Criação inteira nos reafirma esta verdade com clareza absoluta.
Dos reinos inferiores às mais altas esferas, todas as
coisas servem a seu tempo.
A lei do trabalho, com a divisão e a especialização nas
tarefas, prepondera nos mais humildes elementos, nos variados setores da
Natureza.
Essa árvore curará enfermidades, aquela outra produzirá
frutos. Há pedras que contribuem para a construção do lar; outras existem
calçando caminhos.
O Pai forneceu ao filho homem a casa planetária, onde
cada objeto se encontra em lugar próprio, aguardando somente o esforço digno e
a palavra de ordem, para ensinar à criatura a arte de servir. Se lhe foi doada
a pólvora destinada à libertação da energia e se a pólvora permanece utilizada
por instrumento de morte aos semelhantes, isto ocorre por conta do usufrutuário
da moradia terrestre, porque o Supremo Senhor em tudo sugere a prática do bem,
objetivando a elevação e o enriquecimento de todos os valores do Patrimônio
Universal.
Não olvidemos que Jesus passou entre nós, trabalhando.
Examinemos a natureza de sua cooperação sacrificial e aprendamos com o Mestre a
felicidade de servir santamente.
Podes começar hoje mesmo.
Uma enxada ou uma caçarola constituem excelentes pontos
de início. Se te encontras enfermo, de mãos inabilitadas para a colaboração
direta, podes principiar mesmo assim, servindo na edificação moral de teus
irmãos.
Emmanuel – Pão Nosso – Francisco C Xavier
TEU LUGAR NA VIDA
“... Quando fordes convidados para bodas, não tomeis nelas
o primeiro lugar, temendo que se encontre entre os
convidados uma pessoa mais considerada que vós, e que aquele
que vos tiver convidado não venha vos dizer: Dai vosso lugar a este...”
“... todo aquele
que se eleva será rebaixado, e todo aquele que se rebaixa será elevado.” (Capítulo
7, item 5.)
Querendo ilustrar suas prédicas, como sempre de modo claro
e compreensível, Jesus de Nazaré considerava, certa ocasião, como os convidados
de uma festividade se comportavam precipitadamente, na ânsia de tomar os
lugares principais da mesa, com isso desrespeitando os princípios básicos do
bom senso e da educação.
Qual o teu lugar à mesa? Qual a tua posição no universo
de ti mesmo? Essa a grande proposta feita pelo Mestre nesta parábola.
Será que o lugar que ocupas hoje é teu mesmo? Ou
influências externas te levam a direções antagônicas de acordo com o teu modo
de pensar e agir?
Tens escutado a voz da alma, que é Deus em ti, ou
escancarado teus ouvidos às opiniões e conceitos dos outros?
Nada pior do que te sentires deslocado na escola,
profissão, círculo social ou mesmo entre familiares, porque deixas parentes, amigos,
cônjuges e companheiros pensarem por ti, não permitindo que Deus fale contigo pelas
vias inspirativas da alma. Essa inadaptação que sentes é fruto de teu
deslocamento íntimo por não acreditares em tuas potencialidades. Achas-te incapaz,
não por seres realmente, mas porque te fazes surdo às tuas escolhas e
preferências oriundas de tua própria essência.
Se permaneceres nesse comportamento volúvel, apontando frequentemente
os outros como responsáveis pela tua inadequação e conflitos, porque não
assumes que és uma folha ao vento entre as vontades alheias, te sentirás sempre
um solitário, ainda que rodeado por uma multidão.
Porém, se não mais negares sistematicamente que tuas ações
são, quase na totalidade, frutos do consenso que fizeste do somatório de
conselhos e palpites vários, estarás sendo, a partir desse instante, convidado
a sentar no teu real lugar, na mesa da existência.
Por fim, perceberás com maior nitidez quem é que está movimentando
tuas decisões e o quanto de participação tens nas tuas opções vivenciais.
No exame da máxima “todo aquele que se eleva será rebaixado
e todo aquele que se rebaixa será elevado”, vale considerar que não é a postura
de se “dar ares” de humildade ou a de se rebaixar de forma exagerada e
humilhante que te poderá levar à conscientização plena da tua localização
dentro de ti mesmo.
Sintonizando-te na verdadeira essência da humildade, que
é conceituada como “olhar as coisas como elas são realmente”, e percebendo que
a tua existência é responsabilidade unicamente tua, é que tu serás tu mesmo.
Ser humilde é auscultar a origem real das coisas, não com
os olhos da ilusão, mas com os da realidade, despojando-se da imaginação
fantasiosa de uma ótica mental distorcida, nascida naqueles que sempre acham que
merecem os “melhores lugares” em tudo.
Vale considerar que, por não estarmos realizando um constante
exercício de auto-observação, quase sempre deduzimosou captamos a realidade até
certo ponto e depois concluímos o restante a nosso bel-prazer, criando assim
ilusões e expectativas desgastantes que nos descentralizam de nossos objetivos.
Quem encontrou o seu lugar respeita invariavelmente o
lugar dos outros, pois divisa a própria fronteira e, consequentemente, não ultrapassa
o limite dos outros, colocando na prática o “amor ao próximo”.
Para que encontres o teu lugar, é necessário que tenhas
uma “simplicidade lúcida”, e o despojar dos teus enganos e fantasias fará com
que encontres a autêntica humildade.
Para que não tenhas que ceder teu lugar a outro, é
indispensável que vejas as coisas como elas são realmente e que uses o bom
senso como ponto de referência para o teu aprimoramento e para a tua percepção
da verdade como um todo. Procura-te em ti mesmo: eis a possibilidade de sempre
achares o lugar que te pertence perante a Vida Excelsa.
Hammed – Renovando Atitudes – Francisco do Espírito Santo
Neto
CONVITE AO BEM
"Mas quando fores convidado, vai." Jesus.
(LUCAS, 14:10)
Em todas as épocas, o bem constitui a fonte divina,
suscetível de fornecer-nos valores imortais.
O homem de reflexão terá observado que todo o período
infantil é conjunto de apelos ao sublime manancial.
O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem através dos
amorosos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do
sentimento religioso, dos amigos comuns.
Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de
atenção fixa no chamamento elevado. Quase toda gente ouve as requisições da
natureza inferior, olvidando deveres preciosos.
Os apelos, todavia, continuam...
Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio;
ali, é um companheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da
vida...
A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do
homem, costuma rir inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória,
na direção dos desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados
pensamentos.
No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de
claridades eternas. Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai, sem
hesitações.
Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe
as claridades sem vacilar.
Não esperes pelo aguilhão da necessidade.
Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.
A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus,
sob o ultimato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes
seguir, calmamente, pelas estradas claras do amor.
Emmanuel - Pão
Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB.
BOAS MANEIRAS
“E assenta-te no
último lugar.” – Jesus. (Lucas, 14:10)
O Mestre, nesta passagem, proporciona inolvidável
ensinamento de boas maneiras.
Certo, a sentença revela conteúdo altamente simbólico,
relativamente ao banquete paternal da Bondade Divina; todavia, convém
deslocarmos o conceito a fim de aplicá-lo igualmente ao mecanismo da vida
comum.
A recomendação do Salvador presta-se a todas as situações
em que nos vejamos convocados a examinar algo de novo, junto aos semelhantes.
Alguém que penetre uma casa ou participe de uma reunião pela primeira vez,
timbrando demonstrar que tudo sabe ou que é superior ao ambiente em que se
encontra, torna-se intolerável aos circunstantes.
Ainda que se trate de agrupamento enganado em suas
finalidades ou intenções, não é razoável que o homem esclarecido, aí
ingressando pela vez primeira, se faça doutrinador austero e exigente,
porquanto, para a tarefa de retificar ou reconduzir almas, é indispensável que
o trabalhador fiel ao bem inicie o esforço, indo ao encontro dos corações pelos
laços da fraternidade legítima. Somente assim conseguirá alijar a imperfeição
eficazmente, eliminando uma parcela de sombra, cada dia, através do serviço
constante.
Sabemos que Jesus foi o grande reformador do mundo,
entretanto, corrigindo e amando, asseverava que viera ao caminho dos homens
para cumpri a Lei.
Não assaltes os lugares de evidência por onde passares.
E, quando te detiveres com os nossos irmãos em alguma parte, não os ofusques
com a exposição do quanto já tenhas conquistado nos domínios do amor e da
sabedoria. Se te encontras decidido a cooperar pelo bem dos outros, apaga-te,
de algum modo, a fim de que o próximo te possa compreender. Impondo normas ou
exibindo poder, nada conseguirás senão estabelecer mais fortes perturbações.
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido
Xavier – Ed.: FEB.
NINGUÉM É INÚTIL
“...e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
Jesus-Lucas, 14:11.
“Será o maior no
reino dos Céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à
superioridade ou à infalibilidade.”capitulo 7:6
Não aguardes
aparente grandeza para ser útil.
Missão quer dizer
incumbência.
E ninguém existe
aos ventos do acaso.
Buscando entender
os mandatos de trabalho que nos competem, estudemos, de leve, algumas lições de
cousas da natureza.
A usina poderosa
ilumina qualquer lugar, à longa distância, contudo, para isso, não age por si
só.
Usa
transformadores de um circuito a outro, alterando em geral a tensão, e a
intensidade da corrente.
Os transformadores
requisitam fios de condução.
Os fios recorrem à
tomada de força.
Isso, porém, ainda
não resolve.
Para que a luz se
faça, é indispensável a presença da lâmpada, que se forma de componentes
diversos.
O rio, de muito
longe, fornece água limpa à atividade caseira, mas não se projeta, desordenado,
a serviço das criaturas.
Cede os próprios
recursos à rede de encanamento.
A rede pede tubos
de formação variada.
Os tubos exigem a
torneira de controle.
Isso, porém, ainda
não é tudo.
Para que o liquido
se mostre purificado, requer o concurso do filtro.
O avião transporta
o homem, de um lado para o outro da Terra, mas não é um gigante auto
suficiente.
A fim de elevar-se
precisa combustível.
O combustível
solicita motores que o aproveitem.
Os motores
reclamam os elementos de que se constituem.
Isso, porém, ainda
não chega.
Para que a máquina
voadora satisfaça aos próprios fins, é indispensável se lhe construa adequado
campo de pouso.
No dicionário das
leis divinas, as nossas tarefas tem o sinônimo do dever.
Atendamos à
obrigação para que fomos chamados no clima do bem.
Não te digas
inútil, nem te asseveres incompetente.
Para cumprir a
missão que nos cabe, não são necessários um cargo diretivo, uma tribuna
brilhante, um nome preclaro ou uma fortuna de milhões.
Basta estimemos a
disciplina no lugar que nos é próprio, com o prazer de servir.
Emmanuel - do livro
- O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
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