APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XI - ITEM 1 A 4 - AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO - O MAIOR MANDAMENTO



1 – Mas os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca dos saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XXII: 34-40).

2 – E assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas. (Mateus, 7: 12).
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (Lucas, VI: 31)

3 – O Reino dos Céus é comparado a um rei que quis tomar contas a seus servos. E tendo começado a tomar as contas, apresentou-lhe um que lhe devia dez mil talentos. E como não tivesse com que pagar, mandou o seu senhor que o vendessem a ele, e a sua mulher, e a seus filhos, e tudo o que tinha, para ficar pago da dívida. Porém o tal servo, lançando-se aos pés, fazia-lhe esta súplica: Tem paciência comigo, que eu te pagarei tudo. Então o senhor, compadecido daquele servo, deixou-o ir livre, e perdoou-lhe a dívida. E tendo saído este servo, encontrou um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros; e lançando-lhe a mão à garganta o asfixiava, dizendo-lhe: Paga-me o que deves. E o companheiro, lançando-se aos pés, rogava, dizendo: Tem paciência comigo, que eu te satisfarei tudo. Porém ele não atendeu: retirou-se, e fez que o metessem na cadeia, até pagar a dívida. Porém, os outros servos, seus companheiros, vendo o que se passava, sentiram-no fortemente e foram dar parte a seu senhor de tudo o que tinha acontecido. Então o fez vir seu senhor, e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei a dívida toda, porque me vieste rogar isso; não devias tu, logo, compadecer-te igualmente do teu companheiro, assim como também eu me compadeci de ti? E, cheio de cólera, mandou seu senhor que o entregassem aos algozes, até pagar toda a dívida. Assim também vos tratará meu Pai celestial, se não perdoardes, do íntimo de vossos corações, aquilo que vos tenha feito vosso irmão. (Mateus, XVIII: 23-35).


4 – “Amar ao próximo como a si mesmo; fazer aos outros como quereríamos que nos fizessem”, eis a expressão mais completa da caridade, porque ela resume todos os deveres para com o próximo. Não se pode ter, neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos outros, o que se deseja para si mesmo. Com que direito exigiríamos de nossos semelhantes melhor tratamento, mais indulgência, benevolência e devotamento, do que lhes damos? A prática dessas máximas leva à destruição do egoísmo. Quando os homens as tomarem como normas de conduta e como base de suas instituições, compreenderão a verdadeira fraternidade, e farão reinar a paz e a justiça entre eles. Não haverá mais ódios nem dissensões, mas união, concórdia e mútua benevolência.



TEXTOS DE APOIO




O PRÓXIMO

O próximo, em cada minuto, é aquele coração que se acha mais próximo do nosso, por divina sugestão de amor no caminho da vida.
No lar, é a esposa e o esposo, os pais e os filhos, os parentes e os hóspedes.
No templo do trabalho comum, é o chefe e o subordinado, o cooperador e o companheiro.
Na via pública, é o irmão ou o amigo anônimo que nos partilham a mesma estrada e o mesmo clima.
Na esfera social, é a criança e o doente, o desesperado e o triste, as afeições e os laços da solidariedade comum.
Na luta contundente do esforço humano, é o adversário e o colaborador, o inimigo declarado ou oculto ou, ainda, o associado de ideais que nos surgem por instrutores.
Em toda parte, encontrarás o próximo, buscando-te a capacidade de entender e de ajudar.
Auxilia aos outros com aquilo que possuas de melhor.
Os santos e os heróis ainda não residem na Terra.
Somos espíritos humanos, mistos de luz e sombra, amor e egoísmo, inteligência e ignorância.
Cada homem, na fase evolutiva em que nos encontramos, traz uma auréola incompleta de rei e uma espada de tirano.
Se chamas o fidalgo, encontrarás um servidor.
Se procuras o guerreiro, terás um inimigo feroz pela frente.
Por isso mesmo, reafirmou Jesus o antigo ensinamento da Lei: - “ama o próximo, como a ti mesmo”.
É que o espírito, quando ama verdadeiramente, encontra mil meios de auxiliar, a cada instante, e o próximo, na essência, é o degrau que nos aparece diante do coração, por abençoado caminho de acesso à Vida Celestial.
Livro: Assim Vencerás Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Espirito: Emmanuel




A REGRA ÁUREA

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo."- Jesus. (MATEUS, 22:39.)

Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo, já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia.
Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: "Não façais ao próximo o que não desejais receber dele."
Afirmavam os persas: " Fazei como quereis que se vos faça."
Declaravam os chineses: "O que não desejais para vós, não façais a outrem."
Recomendavam os egípcios: "Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si."
Doutrinavam os hebreus: "O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo."
Insistiam os romanos: "A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo."
Na Antiguidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.


Livro Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel, psicografia Francisco Cândido Xavier



O GRANDE MANDAMENTO

“Chegou um dos escribas e, tendo ouvido a discussão e vendo que Jesus lhes havia respondido bem, fez-lhe esta pergunta: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é; Ouve, ó Israel:
O Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só; e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Não há outro mandamento maior que estes. Disse-lhe o escriba: Na verdade, Mestre, disseste bem que Ele é um; e não há outro senão Ele; e que o amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. Vendo Jesus que ele havia falado sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus.
“E ninguém mais ousava interrogá-lo. (Marcos, XII, 28-34.)

Três são os deveres indispensáveis à criatura humana:
1º para com Deus;
2º para consigo mesmo;
3º para com seu próximo.
Nisto resumiu Jesus a lei e os Profetas.
Sendo Deus o autor de nossa existência, o nosso verdadeiro Pai, devemos dedicar, primeiramente a Deus, todos os nossos haveres, a nossa própria Vida.
Os deveres do homem estão em relação com o seu grau de adiantamento, com as suas aptidões físicas, intelectuais e psíquicas.
Ninguém pode dar senão o que tem, mas é fora de dúvida que devemos dar a Deus tudo o que temos. E como os haveres que dedicamos a Deus são retribuídos com centuplicados juros, cumpre-nos aproveitar todas essas dádivas para proveito próprio e em proveito do próximo.
É do cumprimento desses deveres que começa a felicidade.
Satisfeitos os deveres que temos para com Deus, ocorre-nos tratar daqueles que se relacionam com a nossa própria individualidade. É claro que essas obrigações são de natureza material, intelectual e espiritual.
O homem veio à Terra para progredir e esse progresso depende do bom emprego que faça do tempo para zelar do seu corpo, proporcionando-lhe a natural manutenção, e cultivar o espírito, oferecendo-lhe luzes: luzes de Vida Eterna; luzes de sabedoria verdadeira; luzes de moral perfeita.
O corpo é um intermediário para as recepções e manifestações exteriores; é preciso que o tratemos e nos utilizemos dele como quem trata e se utiliza de uma máquina para executar o trabalho de que está encarregado.
O Espiritismo abrange a parte material e a parte psíquica do indivíduo; exige tratamento do corpo e cultivo do Espírito, sem detrimento um do outro.
Pela mesma maneira nos cumpre fazer para com o nosso próximo.
Próximo é aquele que se aproxima de nós, seja em corpo, seja em Espírito:
Há próximos que estão longe de nós e próximos que estão perto.
Na esfera do Espírito prevalece a lei da similaridade. No terreno da matéria a lei da atração.
Os principais próximos são os que nos estão ligados pela lei da afinidade psíquica.
Os próximos secundários são os que se valem de nós para suprir a sua necessidade; necessidade de ordem material ou de ordem espiritual, porque os nossos deveres para com o próximo, para com nós mesmos e para com Deus são de ordem material e espiritual.
O homem que cumpre o seu dever, a nada mais fica obrigado. Quando o homem faz o que pode. Deus faz por ele o que ele por si mesmo não pode fazer.
Feliz daquele que faz tudo o que pode e deve fazer, pois esse é o bom emprego do talento para aquisição de outros tantos talentos.
Três são os deveres indispensáveis do homem: para com Deus, para consigo mesmo, para com o seu próximo.
O preceito é este: ama a Deus; ama a ti mesmo; ama ao teu próximo; instrui-te e procura instruir teu próximo. Faze tudo isso de todo o teu entendimento, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças.
Não há outro mandamento.
PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS – CAIRBAR SCHUTEL




O MAIOR MANDAMENTO
"Ama a Deus, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento!- eis o maior mandamento", proclamou o Senhor. Entretanto, perguntarás, como amarei a Deus que se encontra longe de mim?
Cala, porém, as tuas indagações e recorda que, se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos, se o artista está invisível em suas obras, também Deus permanece em suas criaturas.
Lembra que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho.
Ele é o Todo em que nos movemos e existimos.
Escuta a Lei Sublime do Bem e vê-Lo-ás sofrendo no irmão enfermo, esperando por tuas mãos; necessitado, no coração ignorante que te pede um raio de luz; aflito, na criancinha sem lar que te estende os braços súplices, rogando abrigo e consolação; ansioso, no companheiro agonizante que te implora a bênção de uma prece que o acalente para a viagem enorme; inquieto, no coração das mães que te pedem proteção para os filhinhos infelizes e expectante, nas páginas vivas da Natureza, aguardando a tua piedade para as árvores despejadas, para as fontes poluídas, para as aves sem ninho ou para os animais desamparados e doentes.
Amemos ao próximo com toda a alma e com todo o coração e estaremos amando ao Senhor com as forças mais nobres de nossa vida.
Compreende e auxilia sempre...
Serve e passa...
Quem se faz útil, auxilia a construção do Reino Divino na Terra e quem realmente ama a Deus, sacrifica-se pelo próximo, fazendo a vida aperfeiçoar-se e brilhar.


Emmanuel - De Alma e Luz - Francisco Cândido Xavier





O NOVO MANDAMENTO

  “Um novo mandamento vos dou: que vos ameia uns aos outros, como eu vos amei.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 13, versículo 34.)

A leitura despercebida do texto induziria o leitor a sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento relativo à regra áurea.
Entretanto, é preciso salientar a diferença.
O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.
O primeiro institui um dever, em cuja execução não é razoável que o homem cogite da compreensão alheia.
O aprendiz amará o próximo como a si mesmo.
Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo mandamento na comunidade cristã.
O Mestre refere-se a isso na derradeira reunião com os amigos queridos, na intimidade dos corações.
A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos, garante a confiança fraternal e a certeza do entendimento recíproco.
Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos que se amparam efetivamente uns aos outros.
Esse é o novo mandamento que estabeleceu a intimidade legítima entre os que se entregaram ao Cristo, significando que, em seus ambientes de trabalho, há quem se sacrifique e quem compreenda o sacrifício, quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer.
Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda não penetraram o santuário dos corações.


Emmanuel - Do livro Caminho Verdade e Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.





A ESCOLHA DO SENHOR

Conta-se que alguns apóstolos do bem tanto se ergueram na virtude que, pela extrema, sublimação de suas almas, conseguiram atingir o limiar do Santuário Resplendente do Cristo.
Voltariam ao mundo, no prosseguimento da obra de amor em que se entrosavam, no entanto, convocados pelos poderes angélicos, poderiam excursionar felizes pelas vizinhanças do Lar Divino.
Bem-aventurados pela glória e pela bondade, constituíam provisoriamente no Céu toda uma assembleia de beleza e sabedoria.
Missionários ocidentais ostentavam dalmáticas imponentes, lembrando as instituições religiosas a que haviam pertencido, enquanto que os santos do Oriente exibiam túnicas liriais. Veneráveis sacerdotes das igrejas católicas e protestantes confundiam-se com patriarcas judeus e budistas.
Admiráveis seguidores de Confúcio e insignes devotos de Maomé entendiam-se uns com os outros.
Muito acima das interpretações humanas, tendentes à discórdia, alcançavam, enfim, a suprema união na esfera dos princípios.
Exornava-se cada um com a mensagem simbólica dos templos que haviam representado.
Anéis, cruzes, báculos, auréolas, colares, medalhas e outras insígnias preciosas destacavam-se do linho e da púrpura, da seda e do ouro, faiscando ao sol em que se banhavam.
Entretanto, um deles destoava do brilhante conjunto.
Era um antigo servidor do deserto que não se filiara a igreja alguma. Ibraim Al-Mandeb fora apenas devotado irmão dos infelizes que vagueavam nas planícies arenosas da Arábia.
Não possuía qualquer sinal que o recomendasse ao respeito e à consideração.
Trazia os pés descalços, em chaga e pó. Na veste rota, mostrava as manchas sanguinolentas das crianças feridas que havia conchegado de encontro ao peito. As mãos magras e hirsutas pareciam forradas em couro de camelo, tão calejadas se achavam no rude trabalho de assistência aos viajantes perdidos. Os cabelos grisalhos e imundos falavam de longas peregrinações sob a tempestade, e o rosto enrugado e rijo era a pesada moldura de dois olhos belos e lúcidos, mas encovados e tristes, guardando pavorosas visões das dores alheias que ele havia socorrido, abnegado e atento.
Isolado no festim, o ancião notou que dois anjos examinavam a assembleia, fazendo anotações num pergaminho celestial.
Depois de analisarem todos os circunstantes, um por um, abeiraram-se dele, estranhando-lhe a desagradável presença.
 Amigo - interrogou um dos emissários -, a que igreja pertenceste na Terra?
- Para que a pergunta? - inquiriu o forasteiro com humildade.
- O Senhor deseja entender-se com um dos visitantes do Lar Divino e estamos relacionando, por ordem, os nomes daqueles que mais profundamente o amaram no mundo.
- Não se preocupem então comigo! - clamou o anônimo beduíno. - Nunca pude consagrar-me ao culto do Senhor e sinceramente ignoro por que razão fui guindado até aqui, quando não posso ter lugar entre os eleitos da fé.
- Que fizeste entre os homens?
- Que o Senhor me perdoe à ingratidão e a dureza - suspirou o velhinho -, mas o sofrimento de meus irmãos não me deu oportunidade de pensar nele. . . Nunca pude refletir na sublimidade do Paraíso, porque o deserto estava cheio de aflição e lágrimas!...
Vendo que o estranho peregrino prorrompera em pranto, o anjo que se mantivera silencioso opinou, compreensivo:
- Em verdade, não podemos situar-te na relação dos que amaram o Benfeitor Eterno, mas colocaremos teu nome no pergaminho, como alguém que amou imensamente os semelhantes.
O ancião, mergulhando a cabeça nas mãos ossudas, soluçou reconhecido, enquanto os companheiros presentes comentavam o estranho procedimento daquele que fizera bem sem se lembrar sequer da existência de Deus.
Contudo, depois de longos minutos de expectação, vasto grupo de mensageiros divinos penetrou o átrio engalanado de flores, em cânticos de júbilo, trazendo larga faixa com um nome grafado em caracteres de luz.
Era o nome do velho Ibraim Al-Mandeb. Pretendia o Senhor conversar com ele.

Livro: Contos E Apólogos  – Humberto De Campos – Irmão X 




VOZES DO EVANGELHO

Cap. XI – Item 2

Destaque o lado bom dos seres e das coisas.
“Examine tudo e retenha o melhor.”

Não valorize o erro.
“Vença o mal com o bem.”

Auxilie sem exigência.
“Perdoe setenta vezes sete.”

Fuja da impertinência.
“Não se queixem uns contra os outros, para que não sejam condenados.”

Não se irrite.
“Faça todas as coisas sem murmurações nem contendas.”

Não se imponha.
“Os discípulos do Senhor se conhecem por muito se amarem.”

Não pressione ninguém.
“Atente bem para a lei da liberdade.”

Olvide a falta alheia.
“Lance mão do arado sem olhar para trás.”

Renuncie em silêncio.
“O cristão existe para servir e não para ser servido.”

Use a bondade incansável.
“Todas as suas ações sejam feitas com caridade.”



André Luiz Do livro O Espírito da Verdade – Francisco C Xavier e Waldo Vieira.





O PRIMEIRO PASSO

“Portanto, tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles, porque esta é a Lei e os Profetas.”– Jesus. (MATEUS, 7:12.)

A regra áurea recebe citações em todos os países.
Em torno dela gravitam livros, poemas, apelos e sermões preciosos.
Entretanto, raros se lembram do primeiro passo para que se desvele toda a sua grandeza.
Não podemos reclamar a ajuda dos outros. Antes, é justo prestar auxílio.
Não será lícito exigir a desculpa de alguém. Antes, é imperioso saibamos desculpar. Convidados a compreender, muitos dizem “não posso”, e instados a auxiliar, respondem muitos “ainda não...”
Esquecem-se, porém, de que amanhã serão talvez os necessitados e os réus, carecentes de perdão e socorro. E, muitas vezes, ainda quando não precisem de semelhantes bênçãos para si mesmos, por elas suspirarão em favor dos que mais amem, à face das sombras que lhes devastam a vida.
Se um exemplo pode ser invocado, como bússola, recordemos Jesus.
O Mestre dos mestres faz o bem, despreocupado de considerações, alivia sem paga, acende a esperança sem que os homens lha peçam e perdoa espontaneamente aos que injuriam e apedrejam, sem aguardar-lhes retratação.
Veneremos, assim, a regra áurea e estendamos o espírito de amor de que se toca, divina; contudo, estejamos certos de que ela somente valerá para nós se lhe dermos a aplicação necessária.
O texto do ensinamento é vivo e franco :
“Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles.”
Querer o bem é impulso de todos, mas, na prática do estatuto sublime, é forçoso sejamos nós quem' se adiante a fazê-lo.



Do livro Palavras de Vida Eterna. Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco C Xavier




PSICOLOGIA  DA  CARIDADE

 “Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos foram, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. ” JESUS - MATEUS, 7: 12.

 “Amar ao próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade resume todos os deveres do homem para com outro’. - Cap. X1, 4.

 Provavelmente, não existe em nenhum tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.
 Esbarrando com a vitima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficência, mas seguiram de largo, receando complicações.
 Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.
 Não sabe quem é.
 Ignora-lhe a procedência.
 Não se restringe, porém, à emotividade.
 Pára e atende.
 Balsamiza-lhe as feridas que sangram, coloca-o sobre o cavalo e o conduz à uma hospedaria, sem os cálculos que o comodismo costuma tragar em nome da prudência.
 Não se limita, no entanto, a despejar o necessitado, em porta alheia.
 Entra com ele na vivenda e dispensa-lhe cuidados especiais.
 No dia imediato, ao partir, não se mostra indiferente.
 Paga-lhe as contas, abona-o qual se lhe fora um familiar e compromete-se a resgatar-lhe os compromissos posteriores, sem exigir-1he o menor sinal de identidade e sem fixar-lhe tributos de gratidão.
 Ao despedir-se, não prende o beneficiado em nenhuma recomendação e, no abrigo de que se afasta, não estadeia demagogia de palavras ou atitudes, para atrair influência pessoal.
 No exercício do bem, ofereceu o coração e as mãos, o tempo e o trabalho, o dinheiro e a responsabilidade.
 Deu de si o que podia por si, sem nada pedir ou perguntar.
 Sentiu e agiu, auxiliou e passou.
 Sempre que interessados em aprender a praticar a misericórdia e a caridade, rememoremos o ensinamento do Cristo e façamos nós o mesmo.

Emmanuel - Extraído Do Livro:  O Livro Da Esperança - Psicografado Por Francisco Cândido Xavier






RECLAMAR MENOS

 “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os profetas" - Jesus (Mateus, 7:12).

Para extinguir a cultura do ódio nas áreas do mundo, imaginemos como seria melhor a vida na terra se todos cumpríssemos fielmente o compromisso de reclamar menos.
Quantas vezes nos maltratamos, reciprocamente, tão só por exigir que se realize, de certa forma, aquilo que os outros só conseguem fazer de outra maneira!     De atritos mínimos, então partimos para atitudes extremas. Nessas circunstâncias, costumamos recusar atenção e cortesia até mesmo àqueles a quem mais devemos consideração e amor; implantamos a animosidade onde a harmonia reinava antes; instalamos o pessimismo com a formulação de queixa desnecessária ou criamos obstáculos onde as grandes realizações poderiam ter sido tão fáceis. Tudo porque não desistimos de reclamar, - na maioria das ocasiões, - por simples bagatelas.
De modo geral, as reivindicações e desinteligências reportam, mais freqüentemente, entre aqueles que a Sabedoria Divina reuniu com os mais altos objetivos na edificação do bem, seja no círculo doméstico, seja no grupo de serviço ou de ideal. Por isso mesmo, os conflitos e reprovações aparecem quase sempre no mundo, nas faixas de ação a que somos levados para ajudar e compreender. Censuras entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos e amigos. De pequenas brechas se desenvolvem os desastres morais que comprometem a vida comunitária desentendimentos, rixas, perturbações e acusações.
Dediquemos à solução do problema as nossas melhores forças, buscando esquecer-nos, de modo a sermos mais úteis aos que nos cercam, e estejamos convencidos de que a segurança e o êxito de quaisquer receitas de progresso e elevação solicitam de nós a justa fidelidade ao programa que a vida estabelece em toda parte, a favor de nós todos: reclamar menos e servir mais.



 Emmanuel - Livro: Segue-me. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




TEMAS DA PRECE

  “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. . .”  –JESUS. (Mateus 7:12.)

  Roga a Deus te abençoe, mas concilia-te, cada manhã com todas as criaturas e com todas as coisas, agradecendo-lhes as dádivas ou lições que te ofertam.
  Pede saúde, evitando brechas para a doença.
  Solicita proteção, amparando os irmãos de experiência cotidiana, dentro dos recursos que se te façam possíveis.
  Espera a felicidade, criando a alegria do próximo.
  Procura as luzes do saber, distribuindo-as no auxílio aos que te rodeiam.
  Busca melhorar o nível de conforto em tua existência material, apoiando os companheiros de Humanidade para que se elevem de condição.
  Aguarda tolerância para as falhas possíveis que venhas a cometer; entretanto, esquece igualmente as ofensas de que te faças objeto ou as dificuldades que alguém te imponha.
  Requisita a consideração e a simpatia dos semelhantes para que te harmonizes contigo mesmo; todavia, oferece aos outros a consideração e a simpatia de que carecem para que não lhes falhem o equilíbrio e a tranqüilidade.
  Suplica o auxílio do Senhor, na sustentação de tua paz; contudo, não sonegues auxílio ao Senhor para que haja sustentação na paz dos outros.
  A árvore se alimenta com os recursos do solo, produzindo fruto que não consome.
  A lâmpada gasta a força da usina, deitando luz, a benefício de todos, sem enceleirá-la.
  Entre a rogativa e a concessão está o proveito.
  Afirma-nos o Evangelho que para Deus nada existe impossível, mas decerto que Deus espera que cada um de nós faça o possível a nosso próprio favor.

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel




BENEFICÊNCIA E JUSTIÇA

“E como vós quereis  que  os  homens  vos  façam,  da  maneira lhes fazei vós também.”  Jesus (Lucas, 6: 31)
“Começai vós por dar o exemplo: sede caridosos par a com todos,  indistintamente;  esforçai­vos  por  não  atentar  nos  que vos olham com desdém e deixai a Deus a encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias, separa, no reino, o joio do trigo.”(Cap. X1, Item 12)
Examinando a beneficência, reflitamos na Justiça que a vida nos preceitua ao senso de relações. Sem ela, é possível que os melhores empreendimentos sofram a nódoa de velhas mentiras crônicas em nome da gentileza. Atravessas escabrosas necessidades materiais e, claro, te alegras ante o  auxílio conveniente, mas se a cooperação chega marcada pelo manifesto desprezo  dos que te ajudam com displicência, como  se desfizessem de um peso morto, estarias mais contente se te deixassem a sós. Caíste moralmente ansiando levantar e rejubilas­te diante do apoio que te surge ao reerguimento, entretanto, se esse concurso aparece tisnado de violências, qual se representasses um fardo de vergonha para os que te supõem reabilitar, sentirias reconhecimento maior se te desconhecessem a luta. Choras, nas crises de provação que te fustigam a existência, e regozijas­te, quando os amigos se dispõe a ouvir­te o coração faminto de solidariedade, mas se pretendem consolar­te, repetindo apontamentos forçados, como se fosses para eles um problema que são constrangidos a suportar, por questões de etiqueta, mostrarias mais ampla gratidão se te entregassem ao silêncio da própria dor. A justiça faz­nos sentir que o supérfluo de nossa casa é o  necessário que falta ao vizinho; que o irmão ignorante, tombado em erro, é alguém que nos pede os braços e que a aflição alheia amanhã poderá ser nossa. Beneficência, por isso, assume o caráter de dever puro e simples. Recomenda­nos a regra Áurea: “faze aos outros o que desejas te seja feito”. A sentença quer dizer que todos precisamos de apoio à luz da compreensão de remédio que se acompanhe de enfermagem e de conselho em bases de simpatia.
Em suma, todos necessitamos de caridade uns para com os outros, nesse ou naquele ângulo do caminho, mas é forçoso observar que se a beneficência nos traga a obrigação de ajudar, ensina­nos a justiça como se deve fazer.
LIVRO DA ESPERANÇA - pelo Espírito Emmanuel – Francisco C Xavier





DESCULPAR

"Jesus lhe disse: Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete" (Mateus, 18:22.)

 Atende ao dever da desculpa infatigável diante de todas as vitimas do mal para que a vitória do bem não se faça tardia.
 Decerto que o mal contará com os empreiteiros que a Lei do Senhor julgará no momento oportuno, entretanto, em nossa feição de criaturas igualmente imperfeitas, suscetíveis de acolher-lhe a influência, vale perdoar sem condição e sem preço, para que o poder de semelhantes intérpretes da sombra se reduza até a integral extinção.
 Recorda que acima da crueldade encontramos, junto de nós a ignorância e o infortúnio que nos cabe socorrer cada dia.
 Quem poderá, com os olhos do corpo físico, medir a extensão da treva  sobre as mãos que se envolvem no espinheiral do crime?  Quem, na sombra terrestre, distinguirá toda a percentagem de dor e necessidade que produz o desespero e a revolta.
 Dispõe-te a desculpar hoje, infinitamente, para que amanhã sejas também desculpado.
 Observa o quadro em que respiras e reconhecerás que a natureza é pródiga de lições no capítulo da bondade.
 O sol releva, generoso, o monturo que o injuria, convertendo-o sem alarde em recurso fertilizante.
 O odor miasmático do pântano, para aquele que entende as angústias da gleba, não será mensagem de podridão, mas sim rogativa comovente, para que se lhe dê a benção do reajuste, de modo a transformar-se em terra produtiva.
 Tudo na vida roga entendimento e caridade para que a caridade e o entendimento nos orientem as horas.
 Não olvides que a própria noite na terra uma pausa de esquecimento para que aprendemos a ciência do recomeço, em cada alvorada nova.
 "Faze a outrem aquilo que desejas te seja feito"
 - advertiu-nos o Amigo Excelso.
 E somente na desculpa incessante de nossas faltas recíprocas, com o amparo do silêncio e com a força de humildade, é que atingiremos, em passo definitivo, o reino do eterno bem com a ausência de todo mal.
 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel



CARIDADE PARA CONOSCO

 Não nos esqueçamos de que há também uma caridade que devemos a nós mesmos, a fim de que a caridade que venhamos a praticar, à frente do mundo, não se reduza a mera atitude de superfície.
 Caridade que nos eduque no espírito do Senhor, cuja Doutrina de luz abraçamos com o pensamento e com os lábios e que, pouco a pouco, nos cabe esposar com toda a alma e coração.
 Para exercê-la é preciso que saibamos:-
 perdoar as falhas alheias sem desculpar-nos;
 cooperar nas boas obras sem aguardar a colaboração do companheiro;
 ajudar aos que nos cercam sem esperar que nos retribuam;
 dar do que temos e detemos sem cobrar o imposto da gratidão;
 iluminar o caminho que nos é próprio, aprendendo a vencer as sombras que ainda se nos adensem ao redor;
 calar para que os outros falem;
 defender os outros, sem procurar defender-nos;
 humilharmo-nos, sem pedir que os outros se humilhem;
 reconhecer nossas falhas e corrigi-las;
 servir sem recompensa, nem mesmo o da compreensão que nos remunera com o salário do reconforto;
 trabalhar incessantemente,sem aguardar aguilhões que nos constranjam ao desempenho dos deveres que nos competem;
 sentir no irmão de experiência necessidades e dores iguais às nossas, para que a vaidade não nos induza à cegueira;
 considerar a bondade constante do Senhor que opera sempre o melhor, em nosso benefício, e cultivar o reconhecimento a Ele, através do sacrifício, em favor daqueles que nos rodeiam.
 Aperfeiçoarmo-nos por dentro é ajudar por fora com mais segurança e como salvar significa recuperar com finalidades justas no trabalho comum, assim como oferecemos mão forte à árvore a fim de que ela cresça, frondeje e produza para o bem de todos, salvando-se da inutilidade, também o Senhor nos aprimoremos, transformando-nos em instrumentos vivos de seu Infinito Amor, onde estivermos.

Emmanuel – Livro: Atenção - Psicografia Chico Xavier





PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO

“Então Pedro, aproximando-se de Jesus lhe perguntou: Senhor, quantas vezes pecará meu irmão contra mim, que lhe hei de perdoar? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas
até setenta vezes sete vezes.
“Por isso o Reino dos Céus é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. E tendo começado a ajustá-las, trouxeram um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo, porém, o servo com que pagar, ordenou o seu Senhor que fossem vendidos ele, sua mulher, seus filhos e tudo quanto possuía, e que se pagasse à dívida. “O servo, pois, prostrando-se, o reverenciava dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei tudo! E o Senhor teve compaixão daquele servo, deixou-o ir e perdoou-lhe a dívida. Tendo saído, porém, aquele servo, encontrou um de seus companheiros, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo-lhe: Paga o que me deves! E este, caindo-lhe aos pés, implorava:
Tem paciência comigo, que te pagarei! Ele, porém, não o atendeu; mas foi-se embora e mandou conservá-lo preso, até que pagasse a dívida.
“Vendo, pois, os seus companheiros o que se tinha passado, ficaram muitíssimo tristes, e foram contar ao Senhor tudo o que havia acontecido.
Então, o Senhor chamando-o, disse-lhe: Servo malvado, eu te perdoei toda aquela dívida, porque me pediste; não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive de ti? E irou-se o seu Senhor e o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim também meu Pai Celestial vos fará, se cada um de vós do íntimo do coração não perdoar a seu irmão.”
(Mateus, XVIII, 21 – 35.)
No capítulo VI do Sermão do Monte, segundo Mateus, versículo 5 a 15, ensinou Jesus a seus discípulos e à multidão que se apinhava para ouvir os seus ensinos, a maneira como se deveria orar; e aproveitou o ensejo para resumir num excelente e substancioso colóquio com Deus, a súplica que ao Poderoso Senhor devemos dirigir cotidianamente.
O Mestre renegava as longas e intermináveis rezas que os escribas e fariseus do seu tempo proferiam, de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Observou a seus ouvintes que tal não fizessem, mas que, fechada a porta do seu quarto, dirigissem, em secreto, a súplica ao Senhor.
A fórmula de oração que lhes deu encerra, ao mesmo tempo, pedidos e compromissos que teriam de assumir os suplicantes, e dos quais se destaca o que constitui objeto dos ensinos que se acham contidos na Parábola do
Credor Incompassivo: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
Do cumprimento ou não desta obrigação, depende o deferimento ou indeferimento do nosso requerimento. Além disso, nesse dever se resume toda a confissão, comunhão, extrema-unção, etc.
Aquele que confessar, comungar, receber a unção, mas não perdoar os seus devedores, não será perdoado; ao passo que, o que perdoar será imediatamente perdoado, independentemente das demais praxes recomendadas pela Igreja de Roma, ou quaisquer outras Igrejas, como meio de salvação.
Acontece ainda que o perdão, conforme o Cristo ensinou a Pedro, deve ser perpétuo, e não concedido uma, duas, ou sete vezes.
Daí vem a Parábola explicativa da concessão que devemos fazer ao nosso próximo, para podermos receber de Deus o troco na mesma moeda.
Vemos que o primeiro servo a chegar foi justamente o que mais devia: 10.000 talentos! Soma fabulosa naquele tempo, para um trabalhador, não só naquele tempo como também hoje, pois valendo cada talento Cr$ 1.890,00 em moeda brasileira, 10.000 atingia a respeitável soma de Cr$ 18.900.000,00 (dezoito milhões e novecentos mil cruzeiros.) Se algum servo, que só tivesse mulher, filhos e alguns haveres ficasse devendo essa importância para o Vaticano, depois de entregue ao braço forte seria irremissivelmente condenado às penas eternas do Inferno!
Jesus escolheu mesmo essa quantia avultada para melhor impressionar seus ouvintes sobre a bondade de Deus e a natureza da doutrina que em nome do Senhor estava transmitindo a todos.
Nenhum outro devedor foi lembrado na Parábola, porque só o primeiro era bastante para que se completasse toda a lição.
Pois bem, esse devedor, vendo-se ameaçado de ser vendido com ele sua mulher e seus filhos, sem eximir-se do pagamento, pediu moratória, valendo-se da benevolência do rei; este, cheio de compaixão, perdoou-lhe
a dívida, isto, suspendeu as ordens que havia dado para que tudo quanto possuía, mulher, filhos e o mesmo servo, fosse vendido para pagamento, visto como ele se propunha a pagar com prazo.
Mas, continua a parábola, aquele devedor, que havia recebido o perdão, logo ao sair encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem denários, ou seja Cr$ 31,50 da nossa moeda, verdadeira bagatela que para ele, homem devedor de aproximadamente 19 milhões de cruzeiros, por certo nada representava; e exigiu do devedor, violentamente, o seu dinheiro!
Ao desdobrar-se àquela cena, os seus companheiros que haviam presenciado tudo o que se passara, indignaram-se e foram contar ao rei o acontecido.
Dai a nova resolução do Senhor: entregou o servo malvado aos verdugos, a fim de que o fizessem trabalhar à força, até que lhe pagasse tudo o que lhe devia. Esta última condição é também interessante: paga a dívida, recebe o devedor a quitação; o que quer dizer: sublata causa, tolitur effectus.
A dívida deve forçosamente constar de um certo número de algarismos; subtraídos estes por outros tantos semelhantes, o resultado há de ser 0.
Quem deve 2 e paga 2, nada fica devendo; quem deve dezoito milhões e novecentos mil cruzeiros e paga dezoito milhões e novecentos mil cruzeiros, não pode continuar a ficar pagando dívida. Isto é mais claro que água cristalina.
 Termina Jesus a Parábola afirmando: “Assim também meu Pai Celestial vos fará, se cada um de vós do íntimo do coração não perdoar a seu irmão”.
Sem dúvida, é tão difícil a um pecador pagar dezoito milhões e novecentos mil pecados, como a um trabalhador pagar dezoito milhões e novecentos mil cruzeiros. Mas, tanto um como o outro têm a Eternidade diante de si; o que não se pode fazer numa existência, far-se-á em duas, vinte, cinqüenta, far-se-á na Outra Vida, em que o Espírito não está inativo.
Tudo isso está de acordo com a bondade de Deus, aliada à sua justiça; o que não pode ser é o indivíduo pagar eternamente e continuar a pagar, depois de já ter pago.
A lei do perdão é inflexível, reina no Céu tal como a prescreveu na Terra o Mestre Nazareno, cujo Espírito, alheio aos princípios sacerdotais, aos dogmas e mistérios das Igrejas, deve ser ouvido, respeitado, amado e servido.

CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS




NO CULTO DA GENTILEZA

Lembra-te que Deus atende aos homens por intermédio das próprias criaturas e faze da gentileza uma prece constante, através da qual a Celeste Bondade se manifeste.
Muitos recorrem à Providência Divina, entre a revolta e o pessimismo, olvidando a necessidade de compreensão para que o bem se exprima em dons de reconforto, ao redor dos próprios passos, esparzindo a esperança, a fim de que o coração se mantenha preparado, à frente das bênçãos que se propõe a recolher.
Ninguém na Terra é tão bom que possa proclamar-se plenamente liberto do mal e ninguém é tão mau que não possa fazer algum bem nas dificuldades do caminho...
Nos maiores delinqüentes há sempre um filho de Deus, transviado ou adormecido, aguardando o toque do amor de alguém, para tornar à trilha certa.
Sê compassivo e atrairás a bondade!
Sê amigo do próximo e a amizade do próximo virá ao teu encontro.
O carinho fraterno é uma fonte de bênçãos a deslizar no chão duro da rotina ou da indiferença, dessedentando as almas sequiosas que passam.
Realmente, é sempre uma afirmação de fé a nossa rogativa verbal ao Todo Misericordioso e a prece sentida é energizante em nosso próprio espírito, erguendo-nos para os cimos da existência.
O Senhor, no entanto, espera igualmente que nos façamos bons de uns para com os outros, assim como exigimos seja Ele para nós o benfeitor infatigável e incessante.
Não te esqueças de que o Mestre nos espera ao lado das próprias criaturas que caminham conosco, a fim de auxiliar-nos.
Sejamos, devotos da cortesia e da afabilidade, em todos os instantes, para que não aconteça venhamos a dizer, depois da oportunidade perdida: – “Efetivamente, o Senhor estava junto de mim, mas, não pude senti-lo”.
Porque, em verdade, pelos fios invisíveis do amor, o Divino Mestre permanece constantemente entrosado à nossa própria vida.

 Do Livro Abrigo de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel



O AUXÍLIO MÚTUO

Diante dos companheiros, André leu expressivo trecho de Isaías e falou, comovido, quanto às necessidades da salvação.
Comentou Mateus os aspectos menos agradáveis do trabalho e Filipe opinou que é sempre muito difícil atender à própria situação, quando nos consagramos ao socorro dos outros.
Jesus ouvia os apóstolos em silêncio e, quando as discussões, em derredor, se enfraqueceram, comentou, muito simples: — Em zona montanhosa, através de região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se, quanto possível, contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semimorta, na estrada, ao sabor da ventania de inverno.
Um deles fixou o singular achado e clamou, irritadiço: — “Não perderei tempo.
A hora exige cuidado para comigo mesmo.
Sigamos à frente”.
O outro, porém, mais piedoso, considerou: — “Amigo, salvemos o pequenino.
É nosso irmão em humanidade”.
— “Não posso — disse o companheiro, endurecido —, sinto-me cansado e doente.
Este desconhecido seria um peso insuportável.
Temos frio e tempestade.
Precisamos ganhar a aldeia próxima sem perda de minutos”.
E avançou para diante em largas passadas.
O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao próprio peito e, aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora menos rápido.
A chuva gelada caiu, metódica, pela noite a dentro, mas ele, sobraçando o valioso fardo, depois de muito tempo atingiu a hospedaria do povoado que buscava.
Com enorme surpresa porém, não encontrou aí o colega que o precedera.
Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida, num desvão do caminho alagado.
Seguindo à pressa e a sós, com a idéia egoística de preservar-se, não resistiu à onda de frio que se fizera violenta e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento, enquanto que o companheiro, recebendo, em troca, o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos da noite frígida, guardando-se indene de semelhante desastre.
Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo...
Ajudando ao menino abandonado, ajudava a si mesmo avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços da senda, alcançando as bênçãos da salvação recíproca.
A história singela deixara os discípulos surpreendidos e sensibilizados.
Terna admiração transparecia nos olhos úmidos das mulheres humildes que acompanhavam a reunião, ao passo que os homens se entreolhavam, espantados.
Foi então que Jesus, depois de curto silêncio, concluiu expressivamente: — As mais eloqüentes e exatas testemunhas de um homem, perante o Pai Supremo, são as suas próprias obras.
Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo.
O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor.
Ninguém duvide.
Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum.
Ajudando, seremos ajudados.
Dando, receberemos: esta é a Lei Divina.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier




O JUIZ REFORMADO

Como houvesse o Senhor recomendado nas instruções do dia muita cautela no julgar, a conversação em casa de Pedro se desdobrava em derredor do mesmo tema.
 — É difícil não criticar — comentava Mateus, com lealdade —, porque, a todo instante, o homem de mediana educação é compelido a emitir pareceres na atividade comum.
 — Sim — concordava André, muito franco —, não é fácil agir com acerto, sem analisar detidamente.
 Depois de vários depoimentos, em torno do direito de observar e corrigir, interferiu Jesus sem afetação: — Inegavelmente, homem algum poderá cumprir o mandato que lhe cabe, no plano divino da vida, sem vigiar no caminho em que se movimenta, sob os princípios da retidão.
 Todavia, é necessário não inclinar o espírito aos desvarios do sentimento, para não sermos vitimados por nós mesmos.
 Seremos julgados pela medida que aplicarmos aos outros.
 O rigor responde ao rigor, a paciência à paciência, a bondade à bondade...
 E, transcorridos alguns instantes, contou: — Quando Israel vivia sob o governo dos grandes juízes, existiu um magistrado austero e violento, em destacada cidade do povo escolhido, que imprimiu o terror e a crueldade em todos os serventuários sob a sua orientação.
 Abusando dos poderes que a lei lhe conferia, criou ordenações tirânicas para a punição das mínimas faltas.
 Multiplicou infinitamente o número dos soldados, edificou muitos cárceres e inventou variados instrumentos de flagelação.
 O povo, asfixiado por estranhas proibições, devia movimentar-se debaixo de severa fiscalização, qual se fora rebanho de bravios animais.
 Trabalharia, descansaria e adoraria o Senhor, em horas rigorosamente determinadas pela autoridade, sob pena de sofrer humilhantes castigos, nas prisões, com pesadas multas de toda espécie.
 Se bem mandava o juiz, melhor agiam os subordinados, cheios de natural malvadez.
 Assim foi que, certa feita, dirigindo-se o magistrado, alta noite, à casa de um filho enfermo, foi aprisionado, sem qualquer consideração, por um grupo de guardas bêbedos e inconscientes que o conduziram a escura enxovia que ele mesmo havia inaugurado, semanas antes.
 Não lhe valeram a apresentação do nome e as honrosas insígnias de que se revestia.
 Tomado por temível ladrão, foi manietado, despojado dos bens que trazia e espancado sem piedade, afirmando os sentinelas que assim procediam, obedecendo às instruções do grande juiz, que era ele próprio.
 Somente no dia imediato foi desfeito o equívoco, quando o infeliz homem público já havia sofrido a aplicação das penas que a sua autoridade estabelecera para os outros.
 O legislador atribulado reconheceu, então, que era perigoso transmitir o poder a subalternos brutalizados e ignorantes, percebendo que a justiça construtiva e santificante é aquela que retifica ajudando e educando, na preparação do Reinado do Amor entre os homens.
 Desde a singular ocorrência, a cidade adquiriu outro modo de ser, porque o juiz reformado, embora prosseguisse atento às funções que lhe competiam, ergueu, sobre o tribunal, a benefício de todos, o coração de pai compreensivo e amoroso.
 Lá fora, brilhavam estrelas, retratadas nas águas serenas do grande lago.
 Depois de longa pausa, o Mestre concluiu: — Somente aquele que aprendeu intensamente com a vida, estudando e servindo, suando e chorando para sustentar o bem, entre os espinhos da renúncia e as flores do amor, estará habilitado a exercer a justiça, em nome do pai.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier



A RECEITA DA FELICIDADE

Tadeu, que era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova, em casa de Pedro, entusiasmara-se na reunião, relacionando os imperativos da felicidade humana e clamando contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio.
Tocado de indisfarçável revolta, dissertou largamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes no povo, situando-lhes a causa nas deficiências políticas da época, e, depois que expendeu várias considerações preciosas, em torno do assunto, Jesus perguntou-lhe:
— Tadeu, como interpreta você a felicidade? — Senhor, a felicidade é a paz de todos.
O Cristo estampou significativa expressão fisionômica e ponderou:
— Sim, Tadeu, isto não desconheço; entretanto, estimaria saber como se sentiria você realmente feliz.
O discípulo, com algum acanhamento, enunciou:
— Mestre, suponho que atingiria a suprema tranqüilidade se pudesse alcançar a compreensão dos outros.
Desejo, para esse fim, que o próximo me não despreze as intenções nobres e puras.
Sei que erro, muitas vezes, porque sou humano; entretanto, ficaria contente se aqueles que convivem comigo me reconhecessem o sincero propósito de acertar.
Respiraria abençoado júbilo se pudesse confiar em meus semelhantes, deles recebendo a justa consideração de que me sinta credor, em face da elevação de meu ideal.
Suspiro pelo respeito de todos, para que eu possa trabalhar sem impedimentos.
Regozijar-me-ia se a maledicência me esquecesse.
Vivo na expectativa da cordialidade alheia e julgo que o mundo seria um paraíso se as pessoas da estrada comum se tratassem de acordo com o meu anseio honesto de ser acatado pelos demais.
A indiferença e a calúnia doem-me no coração.
Creio que o sarcasmo e a suspeita foram organizados pelos Espíritos das trevas, para tormento das criaturas.
A impiedade é um fel quando dirigida contra mim, a maldade é um fantasma de dor quando se põe ao meu encontro.
Em razão de tudo isso, sentir-me-ia venturoso se os meus parentes, afeiçoados e conterrâneos me buscassem, não pelo que aparento ser nas imperfeições do corpo, mas pelo conteúdo de boa-vontade que presumo conservar em minh’alma.
Acima de tudo, Senhor, estaria sumamente satisfeito se quantos peregrinam comigo me concedessem direito de experimentar livremente o meu gênero de felicidade pessoal, desde que me sinta aprovado pelo código do bem, no campo de minha consciência, sem ironias e críticas descabidas.
Resumindo, Mestre, eu queria ser compreendido, respeitado e estimado por todos, embora não seja, ainda, o modelo de perfeição que o Céu espera de mim, com o abençoado concurso da dor e do tempo.
Calou-se o apóstolo e esboçou-se, na sala singela, incontido movimento de curiosidade ante a opinião que o Cristo adotaria.
Alguns dos companheiros esperavam que o Amigo Celeste usasse o verbo em comprida dissertação, mas o Mestre fixou os olhos muito límpidos no discípulo e falou com franqueza e doçura: 25 — Tadeu, se você procura, então, a alegria e a felicidade do mundo inteiro, proceda para com os outros, como deseja que os outros procedam para com você.
E caminhando cada homem nessa mesma norma, muito breve estenderemos na Terra as glórias do Paraíso.
Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier




A REGRA DE AJUDAR

João, no age da curiosidade juvenil, compreendendo que se achava à frente de novos métodos de viver, tal a grandeza com que o Evangelho transparecia dos ensinamentos do Senhor, perguntou a Jesus qual a maneira mais digna de se portar o aprendiz, diante do próximo, no sentido de ajudar aos semelhantes, ao que o Amigo Divino respondeu, com voz clara e firme:
— João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.
A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente no deserto; recorda que a maioria dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhes é própria, reclamando amizade e entendimento, acima da medicação.
Lembra-te de que não há corações na Terra, sem problemas difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.
Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.
Fixa nos olhos as pessoas que te dirigirem a palavra, testemunhando-lhes carinhoso interesse, e guarda sempre a posição de ouvinte delicado e atencioso; não levantes demasiadamente a voz, porque a segurança e a serenidade com que os mais graves assuntos devem ser tratados não dependem de ruído.
Abstém-te das conversações improfícuas; o comentário menos digno é sempre invasão delituosa em questões pessoais.
Louva quem trabalha e, ainda mesmo diante dos maus e dos ociosos, procura exaltar o bem que são suscetíveis de produzir.
Foge ao pessimismo, guardando embora a prudência indispensável perante as criaturas arrojadas em negócios respeitáveis, mas passageiros, do mundo; a tristeza improdutiva, que apenas sabe lastimar-se, nunca foi útil à Humanidade, necessitada de bom ânimo.
Usa, cotidianamente, a chave luminosa do sorriso fraterno; com o gesto espontâneo de bondade, podemos sustar muitos crimes e apagar muitos males.
Faze o possível por ser pontual; não deixes o companheiro à tua espera, a fim de que te não seja atribuída uma falsa importância.
Agradece todos os benefícios da estrada, respeitando os grandes e os pequenos; se o Sol aquece a vida, é a semente de trigo que fornece o pão.
Deixa que as águas vivas e invisíveis do Amor, que procedem de Deus, Nosso Pai, atravessem o teu coração, em favor do círculo de luta em que vives; o Amor é a força divina que engrandece a vida e confere poder.
Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte, não apenas hoje, mas sempre.
Silenciou o Cristo e, assinalando a beleza do programa exposto, o jovem apóstolo inquiriu respeitosamente:
— Senhor, como conseguirei executar tão expressivos ensinamentos? O Mestre respondeu, resoluto:
— A boa-vontade é nosso recurso de cada hora.
E, afagando os cabelos do discípulo inquieto, encerrou as preces da noite.
Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier




O EDUCADOR CONTURBADO

Salientando o Senhor que a construção do Reino Divino seria obra de união fraternal entre todos os homens de boa-vontade, o velho Zebedeu, que amava profundamente os apólogos do Cristo, pediu-lhe alguma narrativa simbólica, através da qual a compreensão se fizesse mais clara entre todos.
Jesus, benévolo como sempre, sorriu e contou:
— Viviam os homens em permanentes conflitos, acompanhados de miséria, perturbação e sofrimento, quando o Pai compadecido lhes enviou um mensageiro, portador de sublimes sementes da Árvore da Felicidade e da Paz.
Desceu o anjo com o régio presente e, congregando os homens para a entrega festiva, explicou-lhes que o vegetal glorioso produziria flores de luz e frutos de ouro, no futuro, apagando todas as dissensões, mas reclamava cuidados especiais para fortalecer-se.
Em germinando, era imprescindível a colaboração de todos, nos cuidados excepcionais do amor e da vigilância.
As sementes requeriam terra conveniente, aperfeiçoado sistema de irrigação, determinada classe de adubo, proteção incessante contra insetos daninhos e providências diversas, nos tempos laboriosos do início; a planta, contudo, era tão preciosa em si mesma que bastaria um exemplar vitorioso para que a paz e a felicidade se derramassem, benditas, sobre a comunidade em geral.
Seus ramos abrigariam a todos, seu perfume envolveria a Terra em branda harmonia e seus frutos, usados pelas criaturas, garantiriam o bem-estar do mundo inteiro.
Finda a promessa e depois de confiadas ao povo as sementes milagrosas, cada circunstante se retirou para o domicílio próprio, sonhando possuir, egoisticamente, a árvore das flores de luz e dos frutos de ouro.
Cada qual pretendia a preciosidade para si, em caráter de exclusividade.
Para isso, cerraram-se, apaixonadamente, nas terras que dominavam, experimentando a sementeira e suspirando pela posse pessoal e absoluta de semelhante tesouro, simplesmente por vaidade do coração.
A árvore, todavia, a fim de viver, reclamava concurso fraterno total, e os atritos ruinosos continuaram.
As sementes, pela natureza divina que as caracterizava, não se perderam; entretanto, se alguns cultivadores possuíam água, não possuíam adubo e os que retinham o adubo não dispunham de água farta.
Quem detinha recursos para defender-se contra os vermes, não encontrava acesso à gleba conveniente e quem se havia apoderado do melhor solo não contava com possibilidades de vigilância.
E tanto os senhores provisórios da água e do adubo, da terra e dos elementos defensivos, quanto os demais candidatos à posse da riqueza celeste, passaram a lutar, em desequilíbrio pleno, exterminando-se reciprocamente.
O Mestre fez longo intervalo na curiosa narrativa e acrescentou:
— Este é o símbolo da guerra improfícua dos homens em derredor da felicidade.
Os talentos do Pai foram concedidos aos filhos, indistintamente, para que aprendam a desfrutar os dons eternos, com entendimento e harmonia.
Uns possuem a inteligência, outros a reflexão; uns guardam o ouro da terra, outros o conhecimento sublime; alguns retêm a autoridade, outros a experiência; todavia, cada um procura vencer sozinho, não para disseminar o bem com todos, através do heroísmo na virtude, mas para humilhar os que seguem à retaguarda.
E fitando Zebedeu, de modo significativo, finalizou:
— Quando a verdadeira união se fizer espontânea, entre todos os homens no caminho redentor do trabalho santificante do bem natural, então o Reino do Céu resplandecerá na Terra, à maneira da árvore divina das flores de luz e dos frutos de ouro.
O velho galileu sorriu, satisfeito, e nada mais perguntou.

Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier



NA INTIMIDADE DOMÉSTICA
A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.
O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.
Não hesita em auxiliá-lo.
Estende-lhe as mãos.
Pensa-lhe as feridas.
Recolhe-o nos braços sem qualquer idéia de preconceito.
Conduze-o ao albergue mais próximo.
Garante-lhe a pousada.
Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.
Abstém-se de indagações.
Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.
Jesus transmitiu-nos a parábola, ensinando-nos o exercício da caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.
Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico.
Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para a dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.
Quantas vezes surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa !
Julgamos, assim, que a parábola do bom samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando os vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar.

Emmanuel - De Coragem, de Francisco Cândido Xavier


ESPELHOS   REFLEXOS
Queixas-te, por vezes, de “azar” ou “má sorte”.
Notas azedume e irritação nos outros, por onde vás.
Ignoramos se já sabes que somos espelhos uns dos outros.
Cada um de nós vê nos companheiros as imagens uns dos outros.
Mas não projetamos apenas a nossa imagem. Arrojamos de nós, igualmente, as nossas disposições mais íntimas.
Se nos aproximamos de alguém, transportando alegria ou aborrecimento, simpatia ou aversão, a pessoa ou as pessoas que nos cercam passam, de imediato, a retratar-nos as disposições psicológicas.                    
Não te digas sem amigos e sem caminhos, à maneira de alguém que vive no mundo, diante de portas fechadas.                
Acende a luz do sorriso na própria face e deixa que a bondade e a compreensão te orientem os modos e as palavras.
Trata aos outros como desejas que os outros te tratem.
Em seguida, observa os resultados.
Emmanuel -  Livro Momentos de Paz - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

                

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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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