1 – E depois que veio para onde estava a gente, chegou a
ele um homem que, posto de joelhos, lhe dizia: Senhor, tem compaixão de meu
filho, que é lunático e padece muito; porque muitas vezes cai no fogo, e muitas
na água. E tenho-o apresentado a teus discípulos, e eles o não puderam curar. E
respondendo Jesus, disse: Ó geração incrédula e perversa, até quando hei de
estar convosco, até quando vos hei de sofrer? Trazei-mo cá. E Jesus o abençoou,
e saiu dele o demônio, e desde àquela hora ficou o moço curado. Então se
chegarão os discípulos a Jesus em particular e lhe disseram: Por que não
pudemos nós lançá-lo fora? Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé.
Porque na verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis
a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será
impossível. (Mateus, XVII: 14-19).
2 – É certo que, no bom sentido, a confiança nas próprias
forças torna-nos capazes de realizar coisas materiais que não podemos fazer
quando duvidamos de nós mesmos. Mas, então, é somente no seu sentido moral que
devemos entender estas palavras. As montanhas que a fé transporta são as
dificuldades, as resistências, a má vontade, em uma palavra, que encontramos
entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas. Os preconceitos da
rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões
orgulhosas, são outras tantas montanhas que atravancam o caminho dos que
trabalham para o progresso da humanidade. A fé robusta confere a perseverança,
a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto
nas pequenas quanto nas grandes coisas. A fé vacilante produz a incerteza, a
hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela nem
sequer procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.
3 – Noutra acepção, considera-se fé a confiança que se
deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo.
Nesse caso, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento
os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que
a possui avança, por assim dizer, infalivelmente. Num e outro caso, ela pode
fazer que se realizem grandes coisas
A fé e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que
sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das
coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria
fraqueza, e quando estimulada pelo interesse torna-se furiosa e acredita poder
suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de
confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta
de confiança em si mesmo.
4 – Necessário guardar-se de confundir a fé com a
presunção. A verdadeira fé se alia à humildade. Aquele que a possui deposita a
sua confiança em Deus, mais do quem em si mesmo, pois sabe que, simples
instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele. E por isso que os Bons
Espíritos vêm em seu auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o
orgulho é sempre castigado cedo ou tarde, pela decepção e os malogros que lhes
são infligidos.
5 – O poder da fé tem aplicação direta e especial na ação
magnética. Graças a ela, o homem age sobre o fluído, agente universal,
modifica-lhe a qualidade e lhe dá impulso por assim dizer irresistível. Eis
porque aquele que alia, a um grande poder fluídico normal, uma fé ardente, pode
operar, unicamente pela sua vontade dirigida para o bem, esses estranhos
fenômenos de cura e de outra natureza, que antigamente eram considerados
prodígios, e que entretanto não passam de conseqüências de uma lei natural.
Essa a razão porque Jesus disse aos seus apóstolos: Se não conseguistes curar,
foi por causa de vossa pouca fé.
TEXTOS DE APOIO
FÉ
Para encontrar o bem e assimilar-lhe a luz, não basta
admitir-lhe a existência. É indispensável buscá-lo com perseverança e fervor.
Ninguém pode duvidar da eletricidade, mas para que a
lâmpada nos ilumine o aposento recorremos a fios condutores que lhes
transportem a força, desde a aparelhagem da usina distante até o recesso de
nossa casa.
A fotografia é hoje fenômeno corriqueiro; contudo, para
que a imagem se fixe, na execução do retrato, é preciso que a emulsão
gelatinosa sensibilize a placa que a recebe.
A voz humana, através da radiofonia, é transmitida de um
continente a outro, com absoluta fidelidade; todavia, não prescinde do remoinho
eletrônico que, devidamente disciplinado, lhe transporta as ondulações.
Não podemos, desse modo, plasmar realização alguma sem
atitude positiva de confiança.
Entretanto, como exprimir a fé? – indaga-se muitas vezes.
A fé não encontra definição no vocabulário vulgar.
É força que nasce com a própria alma, certeza instintiva
na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os
seres, vibra em todas as coisas.
Mostra-se no cristal fraturado que se recompõe, humilde,
e revela-se na árvore decepada que se refaz, gradativamente, entregando-se às
leis de renovação que abarcam a Natureza.
Todas as operações da existência se desenvolvem, de algum
modo, sob a energia da fé.
Confia o campo no vigor da primavera e cobre-se de
flores.
Fia-se o rio na realidade da fonte, e dela não prescinde
para a sua caudal larga e profunda.
A simples refeição é, para o homem, espontâneo ato de fé.
Alimentando-se, confia ele nas vísceras abdominais que não vê.
Todo o êxito da experiência social resulta da fé que a
comunidade empenhe no respeito às determinações de ordem legal que lhe regem a
vida.
Utilizando-nos conscientemente de semelhante energia, é
nos possível suprimir longas curvas em nosso caminho de evolução.
Para isso, seja qual for a nossa interpretação religiosa
da idéia de Deus, é imprescindível acentuar em nós a confiança no bem para
refletir-lhe a grandeza.
Recordemos a lente e o Sol. O astro do dia distribui
eqüitativamente os recursos de que dispões. Convergindo-lhe, porém, os raios
com a lente comum, dele auferimos poder mais amplo.
O Bem Eterno é a mesma luz para todos, mas
concentrando-lhe a força em nós, por intermédio de positiva segurança íntima,
decerto com mais eficiência lhe retrataremos a glória.
Busquemo-lo, pois, infatigavelmente, sem nos determos no
mal.
O tronco podado oferece frutos iguais àqueles que produzia
antes do golpe que o mutilou.
A fonte alcança o rio, desfazendo no próprio seio a lama
que lhe atiram.
Sustentemos o coração nas águas vivas do bem inexaurível.
Procuremos a boa parte das criaturas, das coisas, e dos
sucessos que nos cruzem a lide cotidiana. Teremos, assim, o espelho de nossa
mente voltado para o bem, incorporando-lhe os tesouros eternos, e a felicidade
que nasce da fé, generosa e operante, libertar-nos-á dos grilhões de todo o
mal, de vez que o bem, constante e puro, terá encontrado em nós seguro
refletor.
Livro: Pensamento
e vida -Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL
FIRMEZA DA FÉ
"E os que estão sobre a pedra, estes são os que,
ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas, como não têm raiz, apenas crêem
por algum tempo, e, na época da tentação, se desviam." - Jesus. (Lucas, 8:13.)
A palavra “pedra”, entre nós, costuma simbolizar rigidez
e impedimento; no entanto, convém não esquecer que Jesus, de vez em quando, a
ela recorria para significar a firmeza.
Pedro foi chamado pelo Mestre, certa vez, a “rocha viva
da fé”.
O Evangelho de Lucas fala-nos daqueles que estão sobre
pedra, os quais receberão a palavra com alegria, mas que, por ausência de raiz,
caem, fatalmente, na época das tentações.
Não são poucos os que estranham essa promessa de
tentações, que, aliás, devem ser consideradas como experiências
imprescindíveis.
Na organização doméstica, os pais cuidarão excessivamente
dos filhos, em pequeninos, mas a demasia de ternura é imprópria no tempo em que
necessitam demonstrar o esforço de si mesmos.
O chefe de serviço ensinará os auxiliares novos com
paciência e, depois, exigirá, com justiça, expressões de trabalho próprio.
Reconhecemos, assim, pelo apontamento de Lucas, que nas
experiências religiosas não é aconselhável repousar alguém sobre a firmeza
espiritual dos outros; enquanto o imprevidente descansa em bases estranhas, provavelmente
estará tranqüilo, mas, se não possui raízes de segurança em si mesmo,
desviar-se-á nas épocas difíceis, com a finalidade de procurar alicerces
alheios.
Tudo convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e
iluminação.
Respeitemos a firmeza de fé, onde ela existir, mas não
olvidemos a edificação da nossa, para a vitória estável.
Francisco Cândido
Xavier Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Emmanuel
VERDADE E CRENÇA
"E se vos digo a verdade, por que não credes".
- Jesus (João, 8:46)
Jesus lecionou a verdade em todas as situações da
peregrinação messiânica.
A todos concedeu amor puro, bênçãos de luz e bens para a
Eternidade.
Provou com os próprios testemunhos a excelência de seus
ensinos...
Ministrou a caridade simples e natural, sem melindrar ou
ferir...
A cada qual apontou a lógica real das circunstâncias da
vida...
A ninguém enganou...
Não sofismou por nenhuma razão...
Perdoou sem apresentar condições...
Cedeu a benefício de todos.
Não temeu, nem vacilou ao indicar a realidade, nem fugiu
de demonstrá-la no próprio exemplo.
Não aguardou bonificações: serviu sempre.
De ninguém reclamou: sacrificou a si mesmo.
Não permaneceu em posição de neutralidade: definiu-se.
Cabe, portanto, a quem recolhe os dons divinos da
claridade evangélica amar e perdoar, construindo o bem e a paz, esposando
ostensivamente a Vida Cristã, na elucubração da teoria e no esforço da
aplicação.
Se possuímos a luz da verdade, por que não lhe seguir a
rota de luz?
Emmanuel - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de
Francisco C Xavier e Waldo Vieira.
TUA FÉ
“E ele lhe disse:
Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.” – Lucas, 8:48.
É importante observar que o Divino Mestre, após o
benefício dispensado, sempre se reporta ao prodígio da fé, patrimônio sublime
daqueles que O procuram.
Diversas vezes, ouvimo-lo na expressão: – “A tua fé te
salvou”. Doentes do corpo e da alma, depois do alívio ou da cura, escutam a
frase generosa. É que a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no
desenvolvimento e iluminação da vida.
O enfermo, descrente da ação de todos os remédios, é o
primeiro a trabalhar contra a própria segurança. O homem que se mostra
desalentado em todas as coisas, não deverá aguardar a cooperação útil de coisa
alguma.
As almas vazias embalde reclamam o quinhão de felicidade
que o mundo lhes deve. As negações, em que perambulam, transformam-nas, perante
a vida, em zonas de amortecimento, quais isoladores em eletricidade. Passa a
corrente vitalizante, mas permanecem insensíveis.
Nos empreendimentos e necessidades de teu caminho, não te
isoles nas posições negativas. Jesus pode tudo, teus amigos verdadeiros farão o
possível por ti; contudo, nem o Mestre e nem os companheiros realizarão em
sentido integral a felicidade que ambicionas, sem o concurso de tua fé, porque
também tu és filho do mesmo Deus, com as mesmas possibilidades de elevação.
Emmanuel
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido
Xavier
COM O AUXÍLIO DE DEUS
...Em verdade vos digo que se tiverdes fé como um grão de
mostarda, direis a este monte: Transporta-te
dai para ali e ele se transportaria e nada vos seria impossível.” - JESUS -
MATEUS, 17: 20.
“A fé verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que
sabe esperar, porque, tenda seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão
das causas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. ” - Cap. 19,3.
Há quem diga que a discórdia e a ignorância, a penúria e
a carência são chagas crônicas, no corpo da Humanidade, apelando simplesmente
para o auxilio de Deus, qual se Deus estivesse escravizado aos nossos
caprichos, com a obrigação de resolver-nos os problemas, a golpe de mágica.
Indubitavelmente, nada de bom se efetua sem o auxílio de
Deus, no entanto, vale destacar que o Infinito Amor age na Terra, nas questões
propriamente humanas, pela capacidade do homem, atendendo à vontade do próprio
homem.
As criaturas terrestres, através de milênios, vêm
realizando as mais belas empresas da evolução, com o Amparo Divino.
Quando se decidiram a conhecer o que havia, para além dos
mares enormes, com o auxílio de Deus, construíram as naves que as sustentam
sobre as ondas.
Venciam penosamente as longas distâncias...
Quando se dispuseram a buscar mais largas dotações de
movimento, com o auxilio de Deus, fabricaram veículos a motor, que deslizam no
solo ou planam no espaço.
Jaziam submetidas às manufaturas, que lhes mantinham
todas as faculdades na sombra da insipiência.
Quando resolveram conquistar o tempo preciso para o
cultivo mais amplo da inteligência, com o auxilio de Deus, estruturaram as
máquinas que lhes descansam a mente e as mãos, por toda parte, desde o cérebro
eletrônico à enceradeira.
Padeciam visão limitada...
Quando diligenciaram obter novos meios de análise, com o
auxílio de Deus, passaram a deter lentes e raios que lhes facultam observações
minuciosas, tanto nos astros, quanto nas peças mais ínfimas do mundo orgânico.
Experimentavam manifesta insuficiência de comunhão
espiritual...
Quando se afadigaram por estabelecer contacto entre si,
com o auxílio de Deus, atingiram as comunicações sem fio, que lhes permitem o
mútuo entendimento, de um lado a outro da Terra, em fração de segundos.
Tudo isso conseguiram aprendendo, trabalhando, sofrendo e
aperfeiçoando...
E para desfrutarem semelhantes benefícios, pagam
naturalmente a aquisição de passagens e utensílios, engenhos e serviços.
Assim também, os males que atormentam a vida humana podem
ser extirpados da Terra, se procurarmos construir o bem, à custa do próprio
esforço, com o auxílio de Deus.
Tesouros de tempo, orientação, entendimento e recursos
outros não nos faltam.
Urge, porém, reconhecer que somos responsáveis pelas
próprias obras.
Desse modo, com o auxílio de Deus, será possível
transformar o mundo em radioso paraíso, a começar de nós mesmos, no entanto,
isso apenas acontecerá se nós quisermos.
Emmanuel - do livro:
O Livro da Esperança - Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
FALTA DE FÉ
Acolhei ao que é débil na fé; não, porém, para discutir
opiniões. Paulo. (Romanos. 14:1.)
Não se deve julgar a criatura sem fé pelo padrão moral
daquela que a possui, como não se pode considerar o enfermo à maneira de alguém
que se encontre sem saúde porque assim o deseje E assim como não se extingue a
doença com pancadas e sim à custa de amparo e remédio, não se remove a
descrença a preço de controvérsia e sim pelo concurso do amor e da educação.
Existem motivações diversas para a incredulidade, tanto
quanto existem causas variadas para a moléstia.
Em toda parte onde se alinham seres humanos encontramos
aqueles irmãos que ainda se privam de mais amplo entendimento, no domínio das
questões essencialmente espirituais:
os que da infância à madureza tão somente estiveram no
clima da mais profunda ignorância acerca dos assuntos da alma;
os que se enredaram na inquietação, em face de
compromissos inconfessáveis, e temem o contato com as realidades do Espírito;
os que se apegam a preconceitos estéreis e fogem de
incrementar no próprio ser o conhecimento da Vida Superior;
os que sofrem processos obsessivos, temporariamente
incapacitados para raciocinar com segurança em torno da orientação pessoal;
os que caíram em extrema revolta ante as lides
expiatórias que eles mesmos fizeram por merecer.
Quando te vejas defrontado pelos companheiros sem fé ou
portadores de confiança ainda muito frágil, compadece-te deles e auxilia-os,
quanto possas. Segundo a solicitação do apóstolo Paulo, saibamos acolhê-los ao
calor da bondade, nunca ao fogo da discussão.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro Bênção de Paz
AUXÍLIO E NÓS
... Pedi e
recebereis...- JESUS JOÃO, 16: 24.
“Cumpre não confundir a fé com a presunção.
A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a
possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que,
simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. ” - Cap. 19.4.
Sonhamos felicidade e queremos auxílio.
A Sabedoria do Universo, porém, colocou a vontade em
nosso foro íntimo, à guisa de juiz supremo, a fim de que a vontade, em última
instância, decida todas as questões que se nos referem à construção do destino.
Anelamos tranqüilidade, alentamos nobres aspirações,
aguardamos a concretização dos próprios desejos, traçamos votos de melhoria...
E, a cada passo, surpreendemos o concurso indireto das
circunstâncias a nos estenderem, de mil modos, o apoio certo da Providência
Divina.
A assimilação, porém, de qualquer auxílio surge
condicionada às nossas resoluções.
Escolas preparam.
Afeições protegem.
Simpatias defendem.
Favores escoram.
Conselhos avisam.
Dores advertem.
Dificuldades ensinam.
Obstáculos adestram.
Experiências educam.
Desencantos renovam.
Provações purificam.
A máquina da Eterna Beneficência funciona
matematicamente, em nosso favor, através dos múltiplos instrumentos da vida,
entretanto, as Leis Eternas não esperam colher autômato em consciência alguma.
A face disso, embora consideremos com o Evangelho que
toda boa dádiva procede originariamente de Deus, transformar para o bem ou para
o mal o amparo incessante que nos é concedido dependerá sempre de nós.
Emmanuel- do livro:
O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier
FÉ NAS VITÓRIAS
"POIS EM VERDADE VOS DIGO, SE TIVÉSSEIS A FÉ DO TAMANHO
DE UM GRÃO DE MOSTARDA, DIRÍEIS A ESTA MONTANHA: TRANSPORTA-TE DAÍ PARA ALI E ELA SE
TRANSPORTARIA, E NADA VOS SERIA IMPOSSÍVEL." E.S.E. CAPÍTULO 19, ÍTEM 1
A pensadora californiana Louise L. Hay define que as
crenças são idéias, pensamentos e experiências que se tornam verdade para nós. (Você pode curar sua vida).
As crenças que cultivamos são muito importantes no
processo do crescimento espiritual.
Ter a certeza de que vamos alcançar nossas metas Íntimas
é tão importante quanto alcançá-las
A Reforma Íntima, assim como qualquer projeto na vida,
exige otimismo e fé para alcançar seus objetivos. Só será concretizada através de
uma relação de confiança conosco mesmo. É a crença de que somos capazes de
livrarmos dos males que nos acompanham nas milenares experiências.
Muitos idealistas orientados pelos roteiros de melhoria
espiritual, mas tomados de escassa auto-estima, sucumbem sob o peso dos
"monstros da culpa e da vergonha", estabelecendo idéias de
inutilidade e desistência através da ampliação dos "montes" dos
obstáculos interiores. Supervalorizam suas imperfeições através de excessivo
rigor consigo mesmo, instalando um "circuito mental" de inaceitação e
desgosto, a um passo do desespero e do desânimo com os nobres ideais de
transformação e melhoramento, gerando um clima de derrotismo e menos valia de
si mesmo.
De fato, a sensação de frustração acompanhará, por muito
tempo, nossos esforços de progresso em razão das opções que fizemos nos
sombrios vales da ilusão e da queda. Fortes condicionamentos exprimem-se como
traços marcantes da personalidade que contrariam as mais sinceras intenções de
aperfeiçoamento. Isso, porém, é o preço justo que temos que pagar perante a
vida pelo plantio do bem em nós mesmos.
Valorizemos aquilo que gostaríamos de ser, contudo,
valorizemos também o que já conseguimos deixar de ser; aquilo que não nos
convinha. Valorizemos a luz que há em nós; é com ela que resgataremos a
condição de criaturas em comunhão com as Sábias Leis do Pai.
Costuma-se observar na atualidade uma
"neurotização" da proposta de renovação interior. Muita impaciência e
severidade têm acompanhado esse desafio, levando ao perfeccionismo por falta de
entendimento do que seja realmente a reforma íntima. Quando digo a mim mesmo:
"não posso mais falhar" será mais difícil o domínio interior.
Precisamos aprender a ser "gente", a ser humano, a exercer o
autoperdão, a admitir falhas, ciente de que podemos recomeçar sempre e sempre,
quantas vezes forem necessárias, sem que isso signifique, necessariamente,
hipocrisia, fraqueza ou conivência com o mal. A proposta espírita é de
aperfeiçoamento e não de perfeição imediata ... O objetivo é sermos melhor e
não "os melhores" ...
Essa "neurotização da virtude" gera um sistema
de vida cheio de hábitos e condutas radicais e superficiais que são
fronteiriços com o fanatismo; isso nos desaproxima ainda mais da autêntica
mudança e nos faz preocupar mais com o que não devemos fazer, esquecendo de
investir esforços e descobrir os caminhos para aquilo que devíamos estar
fazendo, aquilo que queremos alcançar e ser.
Por isso a memorização e valorização das pequenas
vitórias de cada dia haverão de nos trazer incentivo e discernimento na
dilatação da crença da perfeição, a qual todos nos destinamos. Semelhante
tarefa exigirá que utilizemos, ilimitadamente, o autoperdão na construção
mental da auto-aprovação, porque, se não nos aprovamos nas faltas cometidas, caminhamos
para o desamor a nós próprios atraindo o fracasso.
Não devemos fazer de nossos erros a nossa queda.
Recomeço sempre.
"Quando realmente amamos, aceitamos e aprovamos a
nós mesmos exatamente como somos, tudo na vida funciona" assevera Louise
L. Hay.
Fé pequenina, asseverou o Sábio Nazareno, do tamanho de
um grãozinho de mostarda; isso bastará para solidificar nossa confiança no
projeto de transformação que, inexoravelmente, vamos conquistar sob a égide dos
pequenos êxitos de cada etapa.
Em uma guerra perde-se muitas batalhas, como é natural
ocorrer. O que não se pode é desistir de vencê-la; esquivemos, portanto, da
vaidade de querer vencer todas as batalhas e assumamos a posição íntima do bom
combatente, aquele que sabe respeitar seus limites e jamais desistir de lutar.
Vitória sobre si, esse é o nosso bom combate, conforme
destaca o inolvidável Apóstolo de Tarso. (Timóteo, 4:7)
Nunca esqueça que mais importante que a severidade da
disciplina com nossas imperfeições é a alegria que devemos cultivar com nossos
pequenos triunfos e nossas tenras qualidades. Alegria é fonte de motivação e
bem-estar para todos os dias.
Nos momentos de decepção contigo busque o trabalho, a
oração e prossiga confiante na tua luta pessoal, acreditando nas tuas pequenas
vitórias. Logo mais perceberás, espontaneamente, o valor que elas possuem para
tua felicidade e o quanto significam para os que te rodeiam.
Livro: Reforma Intima Sem Martírio – Ermance Dufaux –
Wanderley S. Oliveira
GRÃO DE MOSTARDA
"... Jesus lhes respondeu: É por causa da vossa
incredulidade. Porque eu vô-lo digo em verdade: se tivésseis fé como um grão de
mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ali, e ela se
transportaria, e nada vos seria impossível" (Cap. XIX, ítem 1)
FÉ é sentimento instintivo que nasce com o espírito.
Crença inata, impulso íntimo fundamentado na "certeza absoluta" de
que o Poder Divino, em toda e qualquer situação está sempre promovendo e
ampliando nosso crescimento pessoal. Essa convicção inabalável na
"Sabedoria Celeste", que é a própria Inteligência Providencial que
rege a tudo e a todos, atinge a sua plenitude nas criaturas mais evoluídas.
Tais valores se encontravam inicialmente em estado
embrionário e, ao longo das encarnações sucessivas, estruturam-se entre as
experiências do sentimento e do raciocínio. Como em todas as manifestações de
progresso, também esse impulso intuitivo do ser humano ligado às faixas da fé é
resultado de um desenvolvimento lento e progressivo.
Por exemplo, a criança não pode manifestar a habilidade
de falar, sem ter atravessado as fases básicas da fonética, isto é, resmungar,
balbuciar, soletrar e silabar.
Desse modo, o ser imaturo, apesar de criado com esse
sentimento instintivo da fé, também atravessa um vasto período de
desenvolvimento, que não se dá por mudanças abruptas, mas por uma série de
sensações e percepções, às vezes mais ou menos demoradas, conforme a vontade e
a determinação do próprio espírito.
Consequentemente, a fé plena não é só uma conquista
repentina que aparece quando queremos; é também trabalho desenvolvido e
assimilado ao longo do tempo. Ela pulsa em todas as criaturas vivas e agita-se
nas menores criações do Universo.
Encontra-se na renovação do mineral rompido, que se
restaura a si mesmo; aparece no fototropismo das plantas em crescimento;
impulsiona o "relógio interno", que incita as aves a efetuar suas
migrações, quase na mesma época em todos os anos; aguça o "regresso ao
lar", ou seja, estrutura a capacidade de orientação e localização observada
em certos animais domésticos.
A fé também estimula o homem selvagem a nutrir a crença
na existência de um ser supremo, que eles adoram nos fenômenos e elementos da
Natureza. Entendemos, dessa forma, que a fé não equivale a uma "muleta
vantajosa" que nos ajuda somente em nossas etapas difíceis, nem
"providências de última hora" para alcançarmos nossos caprichos
imediatistas.
Ter fé é auscultar e perceber as "verdadeiras
intenções" da ação divina em nós e, acima de tudo, é o discernimento de
que tudo está absolutamente certo.
Nada está errado conosco, pois o que chamamos de
"imperfeição" no mundo são apenas as lições não aprendidas ou não entendidas,
que precisam ser recapituladas, a fim de que possamos nos conhecer melhor,
assim como as leis que regem nossa existência.
Ter fé em Deus é reconhecer que a Natureza, "Arte
Divina", garante nossa própria evolução. Mesmo quando tudo pareça ruir em
nossa volta, é ainda a fé amplamente desenvolvida que nos dará a certeza de
que, mesmo assim, estaremos sempre ganhando, ainda que momentaneamente não
possamos decifrar o ganho com clareza e nitidez.
No Universo nada existe que não tenha sua razão de ser.
Tudo aquilo que parece desastroso e negativo em nossa existência, nada mais é
que a vida articulando caminhos, para que possamos chegar onde estão nossos
reais anseios de progresso, felicidade e prazer.
A criatura que aprendeu a ver o encadear dos fatos de sua
vida, além de cooperar e fluir com ela, percebe que aquilo que lhe parecia
negativo era apenas um "caminho preparatório" para alcançar
posteriormente um Bem Maior e definitivo para si mesma.
As grandes tragédias não significam castigos e punições,
porém maiores possibilidades futuras para a obtenção de uma melhoria de vida
íntima e, paralelamente, de plenitude existencial.
Em face dessas realidades, a fé aperfeiçoada faz com que
possamos avaliar em todas as ocorrências uma constante renovação enriquecedora.
Quando todas as árvores estão despidas, é que se inicia um novo ciclo em que
elas reúnem suas forças embrionárias e instintivas da fé para novamente se vestir
de folhas, flores e frutos.
Tudo na Natureza obedece a "ritmos". São
processos da vida em ação. No final de um ciclo, nossa energia declina para,
logo em seguida, reunirmos mais forças para uma nova incursão renovadora.
A cada nova etapa de crescimento, talvez nos sintamos;
temerosos e inseguros, a exemplo de certos animais que perdem momentaneamente
seus revestimentos protetores. Depois, no entanto, nos sentiremos melhor
adaptados, ao nos cobrirmos com elementos e estruturas mais eficientes, e que
nos permitam prosseguir mais ajustados em nosso novo estágio evolutivo. Assim
acontece com todos.
Seremos atingidos por um "sereno bem-estar"
quando visualizarmos antecipadamente as porvindouras oportunidades de
reconforto, prosperidade e segurança que a vida nos trará após atravessarmos os
"ciclos amargos" do renascimento interior.
A confiança em que tudo está justo e certo e em que não
há nada a fazer, a não ser melhorar o nosso próprio modo de ver e entender as
coisas, alicerça-se nas palavras de Jesus: " os fios de cabelo da nossa
cabeça estão todos contados". É ai convicção perfeitamente ajustada a uma
compreensão ilimitada dos desígnios infalíveis e corretos da Providência
Divina.
Em muitas ocasiões, somente usando os recursos
interpretativos da fé, nos grandes choques e tragédias, é que podemos notar o
"processo de atualização" que a vida nos oferece porquanto o
significado de um acontecimento é captado em plenitude apenas quando
"decifrado". É o único caminho que nos permitirá encontrar a
verdadeira compreensão e entendimento dos fatos em si.
Entretanto, quando não traduzimos no decorrer dos
acontecimentos nossos episódios existenciais, sentimos que nossa vida vai
tornando-se inexpressiva, sem nenhum sentido, porque vamos perdendo contato com
as mensagens silenciosas e sábias que a vida nos endereça.
Aqui estão algumas interpretações de fatos aparentemente
negativos, quando na realidade são profundamente positivos: - Para vencermos a
doença é necessário interpretar o que o sintoma quer-nos alertar sobre o que
precisamos fazer ou mudar para harmonizar nosso psiquismo descontrolado.
- Sucessivos acontecimentos de "abandono" e
"decepção" em nossa vida são mensagens silenciosas alertando-nos que
nosso "grau de ilusão" ultrapassou os limites permitidos.
- Perda de criaturas queridas pode ser a lição que nos
vai livrar de atitudes possessivas e de apegos patológicos, tanto para quem parte
como para quem fica.
- Alucinação e loucura podem nos adestrar para maiores
valorizações da realidade, afastando-nos de fantasias e aparências.
- Vícios de qualquer matiz podem estabelecer nos indivíduos
normas corretivas na vida interior, a fim de que aprendam a lidar e a controlar
melhor suas emoções e sentimentos.
- Traição afetiva pode nos exercitar na fiscalização de
nosso "grau de confiabilidade" e "vulnerabilidade" perante
os outros.
- Desprezo ou desconsideração podem ser emissões
educativas, impulsionando-nos a um maior amor a nós próprios
O ser humano de fé não é crédulo nem fanático; é antes o
indivíduo que distingue os lucros e vantagens inseridos nos processos da vida.
Compreende a sequência de fatos interconectados aprimorando-se paulatinamente
para intensificar sua estabilidade e harmonia e, como consequência, seu
engrandecimento espiritual.
Em síntese, a fé como força instintiva da alma guarda em
si possibilidades transcendentes e poderes infinitos. Ao ampliá-la, o homem se
potencializa vigorosamente, fluindo e contribuindo com o próprio ritmo da vida
como um todo.
O "grão de mostarda", na comparação de Jesus
Cristo, representa a minúscula semente como sendo o "impulso
imanente" que começa a se formar no "princípio inteligente", nos
primeiros degraus dos reinos da Natureza.
Ao longo dos tempos, se transmuta, desenvolvendo
potencialidades inatas, e, futuramente, se transforma num ser completo e de
ações poderosas.
Devemos compreender, por fim, que o "poder da
fé" realmente "transporta montanhas" e que para o espírito nada
é inacessível, pois, quando percebe a razão de tudo e interpreta com exatidão a
sabedoria de Deus, a vida para ele não tem fronteiras.
Ao ampliarmos nossa consciência na fé, sentiremos uma
inefável serenidade íntima, porque conseguimos entender perfeitamente que, no
Universo, tudo está "como deve ser"; não existe atraso nem erro,
somente a manutenção e a segurança do "Poder Divino" garantindo a estabilidade
e o aperfeiçoamento de suas criaturas e criações.
Livro: Renovando Atitudes - Hammed – Francisco do
Espírito Santo Neto
FÉ E PERSEVERANÇA
Três rapazes suspiravam por encontrar o Senhor, a fim de
fazer-lhe rogativas.
Depois de muitas orações, eis que, certa vez, no campo em
que trabalhavam, apareceu-lhes o carro do Senhor, guiado pelos anjos.
Radiante de luz, o Divino Amigo desceu da carruagem e
pôs-se a ouvi-los.
Os três ajoelharam-se em lágrimas de júbilo e o primeiro
implorou a Jesus o favor da riqueza. 0 Mestre, bondoso, determinou que um dos
anjos lhe entregasse enorme tesouro em moedas.
O segundo suplicou a beleza perfeita e o Celeste
Benfeitor mandou que um dos servidores lhe desse um milagroso ungüento a fim de
que a formosura lhe brilhasse no rosto. O terceiro exclamou com fé:
- Senhor, eu não sei escolher... Dá-me o que for justo,
segundo a tua vontade.
O Mestre sorriu e recomendou a um dos seus anjos lhe
entregasse uma grande bolsa.
Em seguida, abençoou-os e partiu...
O moço que recebera a bolsa abriu-a, ansioso, mas, oh!
Desencanto!... Ela continha simplesmente uma enorme pedra.
Os companheiros riram-se dele, supondo-o ludibriado, mas
o jovem afirmou a sua fé no Senhor, levou consigo a pedra e começou a
desbastá-la, procurando, procurando...
Depois de algum tempo, chegou ao coração do bloco
endurecido e encontrou aí um soberbo diamante. Com ele adquiriu grande fortuna
e com a fortuna construiu uma casa onde os doentes pudessem encontrar refúgio e
alivio, em nome do Senhor.
Vivia feliz, cuidando de seu trabalho, quando, um dia,
dois enfermos bateram a porta. Não teve dificuldade em reconhecê-los. Eram os
dois antigos colegas de oração, que se haviam enganado com o ouro e com a
beleza, adquirindo apenas doença e cansaço, miséria e desilusão.
Abraçaram-se, chorando de alegria e, nesse instante, o
Divino Mestre apareceu entre eles e falou:
- Bem-aventurados todos aqueles que sabem aproveitar as
pedras da vida, porque a fé e a perseverança no bem são os dois grandes
alicerces do Reino de Deus.
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo
Espírito Meimei.
A SEMENTE DE MOSTARDA
O rapaz abeirou-se do Mentor, mostrando-se evidentemente
acanhado, e considerou em tom de pergunta:
-Instrutor, a sua bondade já nos disse, várias vezes, que
os ensinamentos de Jesus, o nosso Divino Mestre, estão sempre iluminados para a
compreensão do nosso entendimento... Entretanto, às vezes, esbarro com
afirmativas d'Ele que me fazem pensar inutilmente, já que não lhes alcanço
sentido...
-Dê-me um exemplo - solicitou o interpelado com
paciência.
-Disse-nos Jesus que se tivermos fé do tamanho de um grão
de mostarda - continuou o jovem consulente - certa montanha, por nossa ordem,
transportar-se-á daqui para ali; não crê o senhor que isso é um absurdo em
confronto com a realidade?
-Meu amigo - explicou-se o Mentor - Jesus, por falta de
comparações e palavras adequadas, legou-nos muitas lições em forma de símbolos
e parábolas... Imagino que Nosso Divino Mestre tomou a imagem da montanha, como
significado a nossos hábitos e preferências. Muitos defeitos, que ainda nos
caracterizam, pesam sobre nós por montes de imperfeições que precisamos remover
do mal para o bem...
-Mas - continuou o aprendiz - o senhor concordará que
isso é uma observação puramente filosófica; desejo que o senhor me conduza para
o domínio dos fatos reais.
O instrutor meditou por alguns instantes em profundo
silêncio e rematou:
-Caro amigo, se você pretende observar o poder de um
agente pequenino, qual a semente de mostarda, sobre um corpo extenso de
dificuldades que o desorienta ou perturba, acenda uma vela pequenina diante da
escuridão.
Da Obra A Semente De Mostarda – Espírito: Emmanuel –
EM MATÉRIA DE FÉ
Conservarás a fé.
Aprenderás com ela a entoar louvores pelas Bênçãos do Pai
Supremo, manifestando a gratidão que nasça do teu Espírito. Entretanto, acima
de tudo, tomá-la-ás para guia seguro no caminho das provas regeneradoras da
Terra, para que atendas dignamente aos desígnios do Senhor, na execução das
tarefas que a vida te reservou.
Cultivarás a fé.
Encontrarás nela recursos de base que te endossem as
súplicas endereçadas à Providência Divina. Aplicar-te-ás, todavia, a empregá-la
por sustentáculo de tuas forças, no dever a cumprir, a fim de que não
desapontes o Plano Superior, na cooperação que o Mundo Espiritual te pede, em
benefício dos outros.
Falarás da fé.
Guardar-lhe-ás o clarão na concha dos lábios, suscitando
segurança e paz naqueles que te ouçam. Descobrirás nela, porém, a escora
preciosa, para que não desfaleças nos testemunhos de abnegação que o mundo
espera de ti, procurando sorrir ao invés de chorar, nos dias de sofrimento e
provação, quando as notas do entusiasmo tantas vezes te esmorecem na boca.
Respeitarás a fé.
Reconhecerás nela o traço dominante dos grandes espíritos
que veneramos na categoria de heróis e gigantes da virtude, transformados em
balizas de luz, nas trilhas da Humanidade.
Observarás, contudo, que ela é igualmente um tesouro de
energias à tua disposição, na experiência cotidiana, conferindo-te a capacidade
de realizar prodígios de amor, a começarem da esfera íntima ou do âmago de tua
própria casa.
Paulo de Tarso
afirmou que o homem se salvará pela fé, mas, indubitavelmente, não se reportava
a convicções e palavras estéreis. Decerto que o Amigo da Gentilidade queria
dizer que o Espírito humano se aperfeiçoará e regenerará usando confiança
positiva em Deus e em si mesmo, na construção do bem comum.
Fé metamorfoseada em boas obras, traduzida em serviço e
erguida ao alto nível dos ensinamentos que exponha, nos domínios da atividade e
da realização.
Tanto é verdade semelhante assertiva que o Apóstolo se
referia à Fé por recurso dinâmico, no campo individual, para a edificação do
Reino Divino, que ele próprio nos asseverou, convincente, no Versículo 22 do
Capítulo 14 de sua Epístola aos Romanos: “Se tens fé, tem-na em ti mesmo,
perante Deus”.
Emmanuel - Do livro Alma e Coração. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
NA SEMENTEIRA DA FÉ
Para que possamos movimentar a fé no plano exterior, é
indispensável venhamos a possuí-la, ainda mesmo na diminuta proporção de uma
semente de mostarda, no solo do próprio espírito.
É necessário arrotear a terra seca e empedrada de nosso
mundo interior para ambientar no coração essa planta divina.
A vida é qual, fazenda valiosa de que somos usufrutuários
felizes; mas não podemos aprimorá-la ou enriquecê-la, confiando-nos à preguiça
ou à distração.
O proprietário da vinha não cederia ao lavrador uma
enxada com destino à ferrugem.
A gleba das possibilidades humanas, em nossas mãos,
reclama trabalho incessante.
Imperioso arredar do campo da própria alma, os calhaus da
indiferença e drenar, na vasta extensão de nossos desejos, os charcos possíveis
da ociosidade e do desânimo.
Serpes traiçoeiras e vermes daninhos ameaçam-nos a
sementeira de elevação, por todos os lados e detritos de variada natureza
tentam sufocar instintivamente os nossos pequeninos impulsos para o bem.
Necessário alterar a paisagem de nossa vida íntima, para
que a fé viva nasça e se desenvolva em nossos destinos, por gradativo
investimento de força transformadora e criativa, dotando-nos de abençoadas
energias para as nossas realizações de ordem superior.
“Se tiveres fé no simples tamanho dum grão de mostarda” –
disse-nos o Senhor – “ adquirireis o poder de transportar montanhas.”
Aproveitemos a luta e a dificuldade que a experiência nos
oferece, cada dia, e habilitar-nos-emos a converter as sombras da antiga
animalidade, que muitas vezes ainda nos domina, em luz da espiritualidade
santificante para a nossa ascensão à vida excelsa.
Livro: Assim
Vencerás Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Espirito: Emmanuel
LUTAS DA FÉ
Nos transes inevitáveis da evolução humana, há muita
gente que unicamente cultiva a posse de uma fé convencional, no encapelado
oceano das provações terrestres.
Rede que balançasse o coração ente palmeiras
farfalhantes...
Barco que vagasse ao sopro da brisa...
Recanto de vale verde à frente do céu azul...
Jardim cujo aroma exercesse a função de brando
anestésico...
Entretanto, a construção da fé verdadeira encontra
gigantescas batalhas provinciais do coração.
Para busca-la e incorporar-lhe os valores, as criaturas
são constrangidas a se apoiarem umas nas outras e, porque as criaturas humanas
ainda respiram muito longe das condições angelicais, surgem aflições e
conflitos por material indispensável à formação do discernimento – a chave de
controle das nossas devoções e paixões – a fim de que a atitude religiosa, em
nós outros, expressando nível espiritual, não nos situe na mentira piedosa da
superestimação dos nossos próprios méritos.
Surpreendemos, a cada passo, choques e dissensões com
dificuldades e advertências à vista, qual se dor viesse examinar o grau da
paciência e da humildade, da ponderação e do conhecimento que já conseguimos
assimilar.
Aqui, vacilam amigos queridos...
Ali, apaga-se o íris de suaves encantamentos...
Além, caem defesas que se nos afiguravam de contextura
inexpugnável...
Adiante, destacam-se árduos problemas a resolver...
Os espíritos indolentes acusam-se irritados e
espantadiços, recolhendo-se à margem para o sono das próprias conveniências,
alegando cansaço e desilusão...
Todavia, quantos despertam para a execução dos próprios
deveres, não ignoram que todos estamos ainda jungidos aos resultados das
próprias quedas em existências anteriores e que, por isso mesmo toda a nossa
edificação em matéria de fé precisa erguer-se em bases de experiência pessoal,
intimamente sofrida e vivida através do trabalho comum, no qual todos
necessitamos de amor e compreensão, sem ferir verdade e sem desacreditar a
justiça.
Toda vez que nos encontramos em graves contradições no
levantamento e na consolidação da própria fé, analisemos as nossas crises do
sentimento com espírito de oração e entendimento, serviço e responsabilidade,
mas não tentamos desertar a luta de que o próprio Cristo não escapou.
De Canais da Vida, de Francisco Cândido Xavier, pelo
Espírito Emmanuel
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