APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

domingo, 27 de agosto de 2017

E.S.E. - CAPÍTULO XIX- ITEM 6 E 7 - A FÉ RELIGIOSA. CONDIÇÃO DA FÉ INABALÁVEL



6 – No seu aspecto religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm os seus artigos de fé. Nesse sentido, a fé pode ser racionada ou cega. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Quando a fé se firma no erro, cedo ou tarde desmorona. Aquela que tem a verdade por base é a única que tem o futuro assegurado, porque nada deve temer do progresso do conhecimento, já que o verdadeiro na obscuridade também o é a plena luz. Cada religião pretende estar na posse exclusiva da verdade, mas preconizar a fé cega sobre uma questão de crença é confessar a impotência para demonstrar que se está com a razão.

7 – Vulgarmente se diz que a fé não se prescreve, o que leva muitas pessoas a alegarem que não são culpadas de não terem fé. Não há dúvida que a fé não pode ser prescrita, ou o que é ainda mais justo: não pode ser imposta. Não, a fé não se prescreve, mas se adquire, e não há ninguém que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais fundamentais, e não desta ou daquela crença particular. Não é a fé que deve procurar essas pessoas, mas elas que devem procurá-la, e se o fizeram com sinceridade a encontrarão. Podeis estar certos de que aqueles que dizem: “Não queríamos nada melhor do que crer, mas não o podemos fazer”, apenas o dizem com os lábios; e não com o coração, pois ao mesmo tempo em que o dizem, fecham os ouvidos. As provas, entretanto, abundam ao seu redor. Por que, pois, se recusam a ver? Nuns, é a indiferença; noutros, o medo de serem forçados a mudar de hábitos; e na maior parte, o orgulho que se recusa a reconhecer um poder superior, porque teria de inclinar-se diante dele.
Para algumas pessoas, a fé parece de alguma forma inata: basta uma faísca para desenvolvê-la. Essa facilidade para assimilar as verdades espíritas é sinal evidente de progresso anterior. Para outras, ao contrário, é com dificuldade que elas são assimiladas, sinal também evidente de uma natureza em atraso. As primeiras já creram e compreenderam, e trazem, ao renascer, a intuição do que sabiam. Sua educação já foi realizada. As segundas ainda têm tudo para aprender: sua educação está por fazer. Mas ela se fará, e se não puder terminar nesta existência, terminará numa outra.
A resistência do incrédulo, convenha, quase sempre se deve menos a ele do que à maneira pela qual lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender. A fé cega não é mais deste século(1) . É precisamente o dogma da fé cega que hoje em dia produz o maior número de incrédulos. Porque ela quer impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: a que se constitui do raciocínio e do livre-arbítrio. É contra essa fé, sobretudo, que se levanta o incrédulo, o que mostra a verdade de que a fé não se impõe. Não admitindo provas, ela deixa no espírito um vazio, de que nasce a dúvida. A fé raciocinada, que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa nenhuma obscuridade: crê-se, porque se tem à certeza, e só se está certo quando se compreendeu. Eis porque ela não se dobra: porque só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.
É a esse resultado que o Espiritismo conduz, triunfando assim da incredulidade, todas as vezes em que não encontrar a oposição sistemática e interessada.


(1)  Kardec referia-se ao século passado, de maneira que a sua afirmação é hoje ainda mais adequada. (Nota do Tradutor)




TEXTOS DE APOIO



NA EDIFICAÇÃO DA FÉ

Ninguém edificará o santuário da fé no coração, sem associar-se, com toda alma, ao trabalho, naquilo que o trabalho oferece de belo e de superior dentro da vida.
Para alcançar, porém, a divina construção, não nos basta os primores intelectuais, a eloqüência preciosa, o êxtase contemplativo ou a desenvoltura dos cálculos no campo da inteligência.
Grandes gênios do raciocínio são, por vezes, demônios da tirania e da morte.
Admiráveis doutrinadores, em muitas ocasiões, são vitrinas de palavras brilhantes e vazias.
Muitos adoradores da Divindade, frequentemente, mergulham na preguiça a pretexto de cultuar a Glória Celeste.
Famosos matemáticos, não raro, são símbolos de sagacidade e exploração inferior.
Amemos o trabalho que a Eterna Sabedoria nos conferiu, onde nos situamos, afeiçoando-nos à sua execução sempre mais nobre, cada dia, e seremos premiados pela grande compreensão, matriz abençoada de toda a confiança, de toda a serenidade e de todo o engrandecimento do espírito.
Para penetrar os segredos da estatuária, o escultor repete os golpes do buril milhões de vezes.
Para produzir o vaso de que se orgulhará em sua missão bem cumprida, o oleiro demora-se infinitamente ao contato da argila.
Para expor as peças com que enriquecerá o conforto humano, o carpinteiro, de mil modos, recapitulará o aprimoramento do tronco bruto.
Não te queixes se a fé ainda te não cora a razão.
Consagra-te aos pequeninos sacrifícios, na esfera de tuas diárias obrigações, à frente dos outros, cede de ti mesmo, exercita a bondade, inflama o otimismo por onde passes, planta a gentileza ao redor de teus sonhos, movimenta-te no ideal de sublimação que elegeste para lavo de teu destino...
Aprende a repetir para que te aperfeiçoes...
Não vale fixar indefinidamente as estrelas, amaldiçoando as trevas que ainda nos cercam.
Acendamos a vela humilde de nossa boa vontade, no chão de nossa pobreza individual, para que as sombras terrestres diminuam e o esplendor solar sintonizar-se-á com a nossa flama singela.
A tomada insignificante é o refletor da usina, quando ligada aos seus poderosos padrões de força.
Confessemos Jesus em nossos atos de cada hora, renovando-nos com ELE, avançando felizes em SEU roteiro de renunciação, auxiliando a todos e servindo cada vez mais, em SEU NOME, e, de inesperado, reconheceremos nossa alma inundada por alegria indizível e por silenciosa luz...
É que o trabalho de comunhão como o Mestre terá realizado em nós a Sua Obra Gloriosa e a fé perfeita e divina, por tesouro inalienável, brilhará conosco, definitivamente incorporada à nossa vida e ao nosso coração.

Da Obra A Verdade Responde: Emmanuel - Francisco Cândido Xavier



O ESPIRITISMO E A FÉ RELIGIOSA

Desde os mais íntimos alicerces dos povos civilizados, vemos a paixão religiosa desbordar-se em tempestades sanguinolentas.
Em Tebas, no Egito ancião, habitualmente, encalhava-se o Nilo de cadáveres insepultos em razão dos imensos conflitos na via pública, em nome de Âmon, considerado então como sendo a mais completa imagem de Deus Misericordioso, Sábio e Justo.
 Em Nínive, na Assíria, todas as grandes comemorações, diante de Baal, interpretado por representante do Criador Todo Poderoso, eram regadas a sangue humano.
 Todas as grandes cidades do pretérito distante não fugiam à regra, estabelecendo dolorosos processos de crueldade e perseguição em nome do Pai Celeste, entre irmãos que se deveriam amar.
 E o próprio Cristianismo a pretexto de modificar os velhos cultos da antiguidade, padeceu, por trezentos anos consecutivos, o martírio e a flagelação na pessoa de seus adeptos, que pagavam com a própria existência a grandeza de seus princípios.
 E o impulso de chacina e de intolerância não ficou entre aqueles que a História categoriza à conta de cultores da indiferença e do paganismo, porque são de ontem, na evolução dos tempos modernos, as fogueiras e pelourinhos, as forças e os cárceres com que se puniam entre os companheiros da mesma seara a diversidade do pensamento e o anseio de nova interpretação.
 No Espiritismo, porém, que revive a lição do Cristo, que auxiliou sem remuneração, que perdoou infinitamente e que aceitou a morte no extremo sacrifício para que a justiça no mundo se banhasse de caridade, a fé nasce pura e sublime, sem qualquer nuvem de arrogância ou de prepotência, de vez que ao espírita cabe o dever de acompanhar o Divino Mestre da Manjedoura e da Cruz, retribuindo a incompreensão com o entendimento e o ódio com o amor, por reconhecer, com Jesus, que somente a verdadeira fraternidade com incessante serviço no Bem Eterno será capaz de extinguir na Terra o velho cativeiro às trevas da ignorância, a fim de que a Humanidade penetre, vitoriosa, o domínio Soberano da Felicidade e da Luz.
Emmanuel - Livro: Doutrina De Luz - Francisco Cândido Xavier 



INJUSTIÇAS

A fé que tens, tem-na em ti mesmo perante Deus. - Paulo. (Romanos, 14:22.)

Momentos existem nos quais surgimos diante de nós mesmos na condição de pessoas injustiçadas.
Isso não ocorre tão-somente quando somos focalizados na vida pública, em amplos movimentos de opinião. Pequeninos descontentamentos nos visitam com frequência, no cotidiano, principalmente:
se somos preteridos no direito que acreditamos pertencer-nos;
se somos arredados de vantagens, ao mesmo tempo que somos forçados a prejuízos;
se alvejados por repreensões que não fizemos por merecer;
se espancados moralmente nas provas que no meamos como sendo ingratidões;
se ficamos deserdados da atenção daqueles que julgamos dever-nos apreço e carinho;
se contrariados nos desejos que consideramos oportunos e justos;
se somos incomodados em nossas realizações pela intromissão de criaturas que nos subestimam os interesses;
se apontados pela crítica. . .
Nessas ocasiões achamo-nos habitualmente sob a influência de personalidades outras, sejam amigos ou adversários, que não podem ver de imediato as nossas necessidades e questões por nossos olhos e por nossas conveniências.
Quando isso aconteça, embora a frase de louvor e encorajamento partida de outros em nosso favor seja sempre uma bênção, saibamos perseverar em nosso trabalho com o bem e pelo bem de todos, reconhecendo que há muitas situações na vida em que nos cabe atender, com segurança, à exortação do apóstolo Paulo: A fé que tens, tem-na em ti mesmo perante Deus.

Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier. Do livro Bênção de Paz






FÉ E SINGULARIDADE

"A FÉ NECESSITA DE UMA BASE, BASE QUE É A INTELIGÊNCIA PERFEITA DAQUILO EM QUE SE DEVE CRER. E, PARA CRER, NÃO BASTA VER; É PRECISO, SOBRETUDO, COMPREENDER." E.S.E. CAPÍTULO 19, ÍTEM 7

Quando deixamos de reciclar nosso mundo íntimo, é comum fixarmo-nos em idéias e comportamentos que criam estilos invariáveis no modo de ser. É assim que muitas crenças, preconceitos, hábitos, condutas, chavões verbais e tradições são mantidos estagnados no tempo pela criatura em razão de sua forma de entendimento racional, decorrente de experiências que viveram ou da educação que recebeu desde o berço. A esse conjunto de valores damos o nome de "certezas emocionais", ou seja, referências de vida da alma no campo de sua movimentação, através das quais o ser cria, trabalha e respira absorvendo e expressando sua personalidade.
Considerando o estágio evolutivo da Terra, essas "certezas" do homem encontram-se entorpecidas pelo materialismo em milênios de repetição, constituindo o "fenômeno psicológico da permanência" - a ilusão de querer manter para sempre em suas mãos aquilo que foi alvo de suas conquistas. Dessa forma, o individualismo sulcou traços morais e intelectuais marcantes que "educaram" o homem para o "meu", em detrimento do "nosso", "meu filho", "minha palestra", "minha casa", "minha família" e até "minha religião" ...
Esse fenômeno, do qual raríssimas vezes escapamos, conduziu muitos de nós, espíritas que declaramos possuir uma fé racional distante do dogmatismo, a uma postura de "paralisia do raciocínio" em muitas questões, as quais apelam para nossa urgente coragem de desapego e reconstrução pela oxigenação de nossas idéias e conceitos.
A esse respeito, entre as infinitas reciclagens a fazer, vejamos uma velha e costumeira forma de análise sobre, qual nos debruçamos, quase todos nós, nos temas da vida moral do espírita-cristão em torno da mensagem de Jesus. Já perceberam, meus companheiros, com que freqüência empregamos as frases "é falta de Evangelho no coração!", "falam do Evangelho, mas fazem exatamente o contrário!", "Sem Evangelho não teremos a solução!", "chegaram em má situação na vida espiritual porque não viveram o Evangelho!", "falam de Evangelho mas não aplicam!", "a ausência do Evangelho sentido levou aquele grupo à derrota!" ...
Não são poucas as vezes em que, para explicar os motivos de fracasso ou de erro, assinala-se que a causa encontra-se na falta de viver os ensinos do Evangelho. Absolutamente não ousaríamos contestar tal questão, contudo, uma oportuna e desafiadora indagação precisa ser lançada a título de repensar caminhos e abrir ângulos de enriquecimento no tema. Poderíamos, por exemplo, indagar para debate e atualização de nossos pensamentos o seguinte: por qual motivo as criaturas não vivem o Evangelho? De pronto surge uma "resposta-chavão": "porque é muito difícil seguir os ensinos do Mestre!"; entretanto, para sermos sinceros conosco, essa resposta não explica nada palpavelmente. Então teríamos que aprofundar e questionar: "e por que é tão difícil seguir os ensinos da Boa Nova?"
Aqui deparamos com um dos pontos de convergência mais comuns nos atendimentos que realizamos no Hospital Esperança, chamado "exercício de impermanência" - uma atividade de readaptação com espíritas recém-desencarnados que se fixaram em formas convencionais de pensar, e que cultivaram a ilusão de terem alcançado pleno domínio sobre os assuntos da vida espiritual, sendo convocados a reexaminar amplamente suas convicções e aspirações para além da morte física. Por sugestão do benfeitor Bezerra de Menezes, vamos compartilhar algo sobre semelhante iniciativa com os amigos na carne, a fim de verificarem com antecedência uma filigrana das reciclagens a que somos convidados no "país da verdade".
O "exercício de impermanência" é constituído de "ciclos de debates" entre co-idealistas que já conseguiram recuperar-se de momentos mais dolorosos, ou ainda com aqueles que, mesmo guardando relativo sossego interior adquirido na recém-finda reencarnação, carecem de reaver esse dinamismo mental de "soltura nos conceitos e visões", para integrarem-se com o divino mecanismo universal da transcendência e da mutação. A esse fenômeno da vida mental chamamos de "desilusão" ou o rompimento com as "certezas-amarras", colecionadas durante a passagem pela hipnose do corpo. Esse "exercício" tem etapas variadas, e entre elas o acesso do participante a informes muito preciosos e previamente selecionados por nossa equipe sobre suas precedentes existências, quando"cristalizaram" no campo mental algumas "matrizes emocionais", que funcionam como piso para muitas das atuais "ilusões-certezas" que carregam para a vida extrafísica.
Umas das primeiras e mais motivadoras perguntas nessa tarefa, destinada especialmente aos seguidores de Jesus, é exatamente essa a que nos referimos acima: por que não se vive o Evangelho? O que impede o homem de aplicar os ensinos de Jesus? Por que tem havido tanto discurso e pouca prática nos últimos dois mil anos da Terra?
É importante assinalar aos queridos amigos de ideal no corpo físico, muitos dos quais encontram-se angustiados com sua infidelidade aos textos e roteiros do espiritismo-cristão, que ninguém em sã consciência deixa de aplicar intencionalmente o que aprendeu e, se o faz, ainda assim há questões muito profundas na intimidade do ser merecem uma análise madura e caridosa, antes de nomear, essa atitude de hipocrisia ou má-fé. Resguardar-se nesse enfoque habitual, que destaca a origem de todos os nossos problemas e dores devido à falta da vivência evangélica, tem levado muitos corações ao simplismo, incentivando o esclarecimento superficial com cunho religiosista. Temos fundamentos bastante sensatos no Espiritismo para estabelecer "pontes" com todos os ramos da ciência e da filosofia, na dilatação de nossos olhares sobre essa indagação que poderão ampliar horizontes na construção da fé racional.
A edificação do homem novo reclama, sobretudo, lucidez intelectual sobre as causas de nossas atitudes. Para isso, somente abandonando visões fixas e ampliando perspectivas de compreensão.
Muitos corações bafejados pelas claridades do Espiritismo chegam por aqui como alunos que "fizeram cola", ou seja, viveram às expensas do que pensavam outros co-idealistas ou seguiram os ditados mediúnicos com rigor na letra. Em face disso, deixaram de experimentar a mais notável vivência da alma enquanto na carne: a solidificação da fé raciocinante.
Dizemos fé raciocinante porque ao se colocar que possuímos uma fé raciocinada inferimos que as noções de doutrina, por si só, são suficientes para gestá-la automaticamente. Todavia, mesmo com tanta luz nos raciocínios haurida com a literatura e os recursos de ensino usados nos centros espíritas, o desenvolvimento da fé pensante não ocorre por "osmose", e sim por etapas pertinentes à singularidade de cada criatura. Não existe "fé raciocinada coletiva", conquanto nosso movimento libertador, em razão de engessamento filosófico e tendências psicológicas dogmáticas, tenha se aferrado demasiadamente a padrões e convenções que estrangulam a criatividade e a liberdade de pensar.
Fé raciocinada é um fenômeno psicológico e emocional construído a partir do desejo autêntico e perseverante de compreender o que nos cerca - conquista somente possível através da renovação do entendimento e da forma de sentir a vida. É conquista individual, construção íntima e pessoal, e não pode ser considerada como adesão automática a princípios religiosos ou idéias que nos parecem aceitáveis e convincentes. E quanto mais maleabilidade intelectiva, mais chances de alcançarmos a fé que compreende e liberta.
Fomos educados para obedecer sem pensar, aceitar sem questionar. A cultura humana não é rica na arte de estimular a pensar e filosofar, debater e reinventar. A fé racional somente será lograda quando aprendermos a "pensar a moral", a pensar sobre si, a debater sobre as vivências interiores com espírito de liberdade, distante da censura e das recriminações, com coragem para distanciar de estereótipos. A chamada conscientização é uma conquista intransferível, individual, somente possível quando permitimos a nós mesmos analisar nossa singularidade com amor e ternura, sem punições e culpa. Não existe melhora íntima concreta sem trilharmos esta vivência emocional.
A educação na Terra passa por grandes transformações. Penetramos a "era da curiosidade" queremos entender a vida. Queremos saber quem somos...
A maior conquista da etapa hominal é a capacidade de raciocinar, no entanto, se essa habilidade não for utilizada para a aquisição gradativa da consciência de si, estagnaremos no patamar de "colecionadores de certeza" que nos foram transmitidas, esbanjando muita informação e carentes de transformação. A "boa nova espírita" tem que saltar da "ilha da inteligência" e integrar o "reino do coraçao . É necessário abolir as "fantasias do que deveríamos ser" e aplicarmo-nos a sentir o que somos de fato, laborar com nosso "eu real".
Nossa tarefa primordial, portanto, é "recriar" o conhecimento espírita adequando-o à nossa singularidade, sem com isso querer criar novos estereótipos de padrões coletivos. Respeitar os ensinos gerais, mas desvendar os nossos "mistérios interiores", únicos no Universo, eis o desafio da renovação espiritual.
É tão penoso viver o Evangelho porque, em verdade, é penoso o contato com nosso "eu real", para o qual toda a mensagem de Jesus é dirigida. E para evitar esse contato, a mente "capacitou-se" a gerir as ilusões em milênios de experimentações, sendo muitas delas um mecanismo de fuga e "proteção" para isentar-nos do contato doloroso com a Verdade sobre nós próprios.
Existe um simplismo prejudicial quando nos acostumamos a afirmativas de periferia. Lancemo-nos a essa intrigante questão sobre quais são os motivos pessoais de não vivermos o Evangelho e emergirão para a consciência todo um manancial de reflexões, com as quais haveremos de trabalhar em favor de nossa maturidade.
A "bula" universal da palavra cristã para cada qual terá dosagem e componentes específicos, conforme o estágio espiritual em que se encontre, não sendo oportuno copiar receitas. A singularidade é fundamento determinante da forma e da intensidade com que nos apropriaremos individualmente da vivência cristã. Nessa perspectiva incluem-se as razões pelas quais nem sempre fazemos aquilo que pregamos.
Não se vive Evangelho, entre outras infinitas questões, porque não se tem trabalhado ainda nos grupamentos humanos, inclusive os espíritas, um método que permita esse auto-encontro em bases educativas para a alma em aprendizado. O autoconhecimento solicita orientação segura e objetivos nobres para não se desvirtuar em autoflagelação e dor, normas severas e reprimendas - mecanismos típicos do religiosismo que se destina à massificação, com total descrédito a exuberância dos valores individuais que deveriam florir em nossos caminhos.
Livro: Reforma Intima Sem Martírio – Ermance Dufaux – Wanderley S. Oliveira



ANTE OS INCRÉDULOS

“E conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.” - JESUS - JOÃO.8: 32.

“A resistência do Incrédulo, devemos convir, muitas vezes, provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as cousas.
A fé necessita de uma base, base que é a Inteligência perfeita daquilo em que se deve crer.
E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. ” Cap.19, 7.

Compadeçamo-nos dos incrédulos que se arremetem contra as verdades do espírito, intentando penetrá-las à força.
Semelhantes necessitados chegam de todas as procedências...
De paisagens calcinadas pelo fogo do sofrimento, de caminhos que a provação encharca de pranto, de furnas da aflição em que jaziam acorrentados ao desespero.
Outros existem que nos atingem as portas, conturbado pelo clima de irreflexão a que se calam, ou trazendo sarcasmos no pensamento imaturo, quais crianças bulhentas em recintos graves da escola.
Muitas vezes, nas trilhas da atividade cotidiana, somos tentados a categorizá-los por viajores de indesejável convívio, entretanto, os que surgem dementados pela dor e aqueles outros que se acomodam com a leviandade pela força própria da inexperiência, não serão igualmente nossos irmãos, diante de Deus? Certo que não nos é lícito entregar-lhes, em vão, energia e tempo, quando se mostrem distantes da sinceridade que devemos uns aos outros, mas se anelam realmente aprendizado e renovação, saibamos auxiliá-los a compreender que pesquisa e curiosidade somente valem se acompanhadas de estudo sério e trabalho digno.
Estendamos aos companheiros que o ateísmo enrijece, algo de nossas convicções que os ajude a refletir na própria imortalidade.
Diligenciemos partilhar com eles o alimento da fé, na mesma espontaneidade de quem divide os recursos da mesa.
Todavia, - perguntarás, - e se recusam, obstinados e irônicos, os bens que lhes ofertamos? e se nos apagam, a golpes de violência, as lanternas de amor que lhes acendamos na estrada? Se indagações assim podem ser formuladas por nossa consciência tranqüila, após o desempenho do nosso dever de fraternidade, será preciso consultar a lógica e a lógica nos dirá que eles são cegos de espírito que nos cabe amparar, em silêncio, na clínica da oração.

Emmanuel -  do livro:  O Livro da Esperança - Psicografado Por Francisco Cândido Xavier



A PAIXÃO DE JESUS

Cap. XIX - Item 7 - ESE

O Espiritismo não nos abre o caminho da deserção do mundo.
Se é justo evitar os abusos do século, não podemos chegar ao exagero de querer viver fora dele. Usufruamos a vida que Deus nos dá, respirando o ar das demais criaturas, nossas irmãs.
Para seguir a própria consciência, podemos dispensar a virtude intocável que forja a santidade ilusória.
Não sejamos sombras vivas, nem transformemos nossos lares em túmulos enfeitados por filigranas de adoração.
Nossa fé não é campo fechado à espontaneidade.
Encarnados e desencarnados precisamos ser prudentes, mas isso não significa devamos reprimir expansões sadias e não nos abracemos uns aos outros. A abstinência do mal não impõe restrições ao bem.
Assim como a virtude jactanciosa é defeito quanto qualquer outro, a austeridade afetada é ilusão semelhante às demais.
Não façamos da vida particular uma torre de marfim para encastelar os princípios superiores, ou estrado de exibição para entronizar o ponto de vista.
A convicção espírita não é insensível ou impertinente.
A inflexibilidade, no dever, não exige frieza de coração. Fujamos ao proselitismo fanatizante, mas, nem por isso, cultivemos nos outros a aversão por nossa fé.
Se o papel de vítima é sempre o melhor e o mais confortável, nem por isto, a título de representá-lo, podemos forçar a nossa existência, transformando em verdugos, à força, as criaturas que nos rodeiam.
Não sejamos policiais do Evangelho, mas candidatemo-nos a servidores cristãos.
Nem caridade vaidosa que agrave a aspereza do próximo, nem secura de coração que estiole a alegria de viver.
Quem transpira gelo, dentro em breve caminhará em atmosfera glacial.
A crença aferrolhada no orgulho desencadeia desastres tão grandes quanto aqueles criados pelo materialismo.
Não sejamos companhias entediantes.
Um sorriso de bondade não compromete a ninguém. A fé espírita reside no justo meio-termo do bem e da virtude.
Nem o silêncio perpétuo da meia-morte, que destrói a naturalidade, nem a fala medrosa da inibição a beirar o ridículo.
Nem olhos baixos de santidade artificiosa, nem anseio inexperiente de se impor a todo preço.
Nem cumplicidade no erro, na forma de vício, nem conivência com o mal, na forma de aparente elevação.
Fé espírita é libertação espiritual. Não ensina a reserva calculada que anula a comunicabilidade, constrangendo os outros, nem recomenda a rigidez de hábitos que esteriliza a vida simples. Nem tristezas sistemática, nem entusiasmo pueril.
Abstenhamo-nos da falsa idéia religiosa, suscetível de repetir os desvios de existências anteriores, nas quais vivemos em misticismo acabrunhante.
Desfaçamos os tabus da superioridade mentirosa, na certeza de que existe igualmente o orgulho de parecer humilde.
O Espiritismo nos oferece a verdadeira confiança, raciocinada e renovadora; eis por que o espírita não está condenado a atividade inexpressiva ou vegetante. Caridade é dinamismo do amor. Evangelho é alegria. Não é sistema de restringir as idéias ou tolher as manifestações, é vacinação contra o convencionalismo absorvente.
Busquemos o povo - a verdadeira paixão de Jesus -, convivendo com ele, sentindo-lhe as dores, e servindo-o sem intenções secundárias, conforme o "amai-vos uns aos outros" - a senda maior de nossa emancipação.
Ewerton Quadros - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Francisco C Xavier e Waldo Vieira.





HORA DE DESCRENÇA
 Francisco Cândido Xavier
Amigos que nos visitavam, em conversação conosco, reportavam-se ao grande número de pessoas que, na atualidade do mundo, mostram-se desinteressadas pela fé religiosa.
Incluíam entre elas a parcela de companheiros do nosso ideal que, embora continuem amparados pelas convicções espíritas-cristãs, afastam-se das atividades doutrinárias.
Detivemo-nos sobretudo na consideração dos irmãos de humanidade que se dizem afastados da idéia de Deus, que se declaram ateus, que afirmam preferir a condição de materialistas à de religiosos, espíritas, médiuns ou doutrinadores, em vista de conservarem os defeitos inerentes à natureza humana.
Detivemo-nos também no caso dos muitos que se dizem descrentes em vista das conquistas científicas do nosso tempo.
Após tais considerações preliminares, foram iniciados os estudos da noite, com O Livro dos Espíritos oferecendo-nos a questão 148, que suscitou muitos comentários instrutivos. Encerrando nossas tarefas, Emmanuel escreveu a página Materialismo e Atualidade.
 Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.


MATERIALISMO E ATUALIDADE
 Emmanuel
Nos mais diversos grupos religiosos temos companheiros que se confessam desolados por desenganos e se retiram da fé, asseverando-nos dispostos a viver sem Deus.
Viver sem Deus para eles significa a demissão das disciplinas e obrigações que nos frenam os impulsos inferiores e nos impõem os deveres da educação própria.
Livres tais quais somos, procedem assim acreditando que se farão mais felizes pela adoção de semelhante atitude. No entanto, não se sabe de nenhum deles que haja chegado com isso à paz íntima, alicerce fundamental da felicidade.
É que a consciência ocupa em nós muito mais espaço que todas as estruturas que nos constituem o corpo e a alma.
Na Terra de hoje, em nos reportando ao veículo físico, transplantam-se peças determinadas e até mesmo certos órgãos podem ser extraídos sem prejuízo para a existência da criatura. Não existe, porém, qualquer cirurgia que atinja as forças da consciência. Será possível alterar ao anestesiar funções do cérebro que lhes serve de moradia, impedindo-se-lhes temporariamente as manifestações, mas todo o processo de sedação do campo mental, que não se filie ao critério científico para efeitos de tratamento ou de cura, resultará sempre em desequilíbrio do qual a vítima voltará à revisão de si mesma para o necessário reajustamento.
Nenhum de nós foi criado para a irresponsabilidade.
Urge observar ainda que não somos tão ingênuos a ponto de admitir que basta crer em Deus para que nos sintamos anjos, ao invés de criaturas humanas.
Justamente por isso é que nos conhecemos nos débitos, defeitos, imperfeições, deficiências e inclinações menos felizes que ainda nos caracterizam a individualidade.
Entretanto, vale muito mais aceitarmo-nos como somos e aceitarmos os outros como ainda são, trabalhando pelo bem de todos, sob a inspiração da confiança em Deus, do que, a pretexto de virtude ou superioridade, nos declaramos contra Deus, caindo na rebeldia ou no ódio, na violência ou na sovinice, na inveja ou na criminalidade, no alcoolismo ou na toxicomania, na sexualidade descontrolada ou nos desvarios da inteligência.
Há quem diga, e com razão, que milhões de companheiros da Humanidade se bandeiam neste século para o materialismo. Todos eles, porém, permanecem no tumulto e na insegurança, procurando a paz e a alegria que não encontram. E isso ocorre, inelutavelmente, porque toda vez que nos arvoramos contra Deus optamos pela desorientação de nossa própria vida.
Diante dos irmãos que se afastam dos templos e oficinas da fé religiosa, oremos pela tranqüilidade deles, porquanto se escolhem fugir de Deus, alegando obstáculos e tribulações na estrada real para a Vida Superior, muitos maiores serão as dificuldades com que se observarão defrontados no terreno desconhecido em que se marginalizam. E prossigamos atentos nas obrigações que nos cabem, claramente convencidos de que todos aqueles companheiros nossos que pretendem a fuga de Deus continuam em Deus, ante a impossibilidade de viverem sem a própria consciência. Sofrem com a ausência de mais profunda intimidade com as tarefas alusivas à inspiração de Deus, suspiram pelo retorno à fé e se atormentam com a sede de harmonia inferior, motivos pelos quais à disciplina das Leis de Deus todos eles voltarão.
 Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.


HORA DE FÉ
Irmão Saulo
Não é por causa dos estudos e do progresso das ciências que os homens se tornam materialistas, mas por causa do orgulho e da vaidade. Isso afirma Kardec, em O Livro dos Espíritos, reproduzindo instruções espirituais, na questão 148. E, a seguir, comenta: “Por uma aberração da inteligência, há pessoas que não vêem nos seres orgânicos mais do que a ação da matéria, e a esta atribuem todos os nossos atos”.
Essa aberração da inteligência torna-se mais evidente em nossos dias. A diagnose de Kardec foi de absoluta precisão. No momento exato em que a cultura terrena perde as suas bases materiais e passa a girar na órbita do espírito – é absurdo, simples absurdo, lamentável prova da deformação da lógica pelo orgulho, a opção do materialismo. A matéria se desfez em energia, e, portanto, em vibração, nas mãos dos físicos; a descoberta da antimatéria revelou novo plano de vida; a Astronáutica abriu-nos a possibilidade de contato com outros mundos habitados; os materialistas foram surpreendidos com a possibilidade de ver e fotografar o corpo espiritual do homem, e puderam constatar que esse corpo não se destrói com a morte.
Quais os dados que esses avanços do conhecimento oferecem a favor da concepção materialista? Só uma aberração da inteligência, uma deformação da razão, pode levar alguém a deduzir, dessa enorme revolução científica, que o materialismo saiu vitorioso. Os próprios filósofos materialistas, como no caso de Bertrand Russell, viram-se obrigados a estranhos malabarismos aumentais para defender a sua concepção. Sartre, o filósofo do nada, perdeu popularidade em favor de Heidegger, até há pouco acusado de cair no misticismo.
É tolice dizer que o desenvolvimento atual das ciências favorece o materialismo. O próprio Einstein afirmou, bem antes desses avanços mais recentes: “O materialismo morreu por falta de matéria”. Quem opta pelo materialismo, nesta altura da evolução científica, revela falta de senso ou distúrbio do raciocínio. Seria o mesmo que Tomé dizer a Jesus ressuscitado: “Se toco as tuas chagas é porque não morreste”.
A tendência para o materialismo é ainda muito comum entre os jovens. “A juventude – disse Ingenieros – toca a rebate em toda renovação”. Os jovens trazem a missão de renovar o mundo e por isso lutam contra os princípios dominantes, rebelam-se contra os sistemas tradicionais. A luta da Ciência contra a Religião – o dogmatismo fideísta emperrando o progresso – mostra-lhes de que lado estão as forças renovadoras. Eles se alistam afoitamente desse lado. Mas o Espiritismo transformou esse quadro, revelando que a Ciência também pode frear o progresso. Os dogmas do materialismo científico são tão prejudiciais quanto os do fideísmo religioso. E os moços começam a compreender isso.
Temos de ajudar os jovens, mostrando-lhes que o Espiritismo não sofre dos prejuízos do dogmatismo fideísta ou do dogmatismo religioso. Temos de mostrar-lhes que a Ciência Espírita é hoje a posição de vanguarda. Mas para tanto é necessário desenvolvermos a Cultura Espírita, criando o clima adequado à compreensão da Doutrina em sua plenitude e não apenas no seu aspecto religioso. Ai dos que tentam afastar os jovens do Cristo, subordinando-os à rotina dos velhos. O Espiritismo é a juventude do mundo, é a rebelião contra os erros do passado. Ele nos propõe uma hora de fé, mas de fé racional, de fé pelo saber.

Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.




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“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

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“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

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Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

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LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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