APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

sábado, 26 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XVIII - ITEM 13 A 15 - AO QUE TEM SE LHE DARÁ



13 – E chegando-se a ele os discípulos, lhe disseram: Por que razão lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, lhes disse: Porque a vós vos é dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem, lhe será tirado. Por isto é que eu lhes falo em parábolas; porque eles, vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Vós ouvireis com os ouvidos, e não entendereis; e vereis com os olhos, e não vereis. (Mateus, XIII: 10-14).

14 – Também lhes dizia: Atendei ao que ides agora ouvir. Com a medida com que medirdes aos demais, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará. Porque ao que já tem, dar-se-lhe-á, e ao que não tem ainda o que tem se lhe tirará. (Marcos, IV: 24-25)                     

15 – “Dá-se ao que tem e retira-se ao que não tem”. Meditai sobre esses grandes ensinamentos, que quase sempre vos pareceram paradoxais. Aquele que recebeu é o que possui o sentido da palavra divina. Ele a recebeu porque se esforçou para fazer-se digno, e porque o Senhor, no seu amor misericordioso, encoraja-lhe os esforços em direção ao bem. Esses esforços contínuos, perseverantes, atraem as graças do Senhor. São como um ímã, que atraísse as melhoras progressivas, as graças abundantes, que vos tornam fortes para a subida da montanha sagrada, em cujo cume encontrareis o repouso que sucede ao trabalho.
 “Tira-se àquele que nada tem, ou que tem pouco”. Tomai isto como um ensino figurado. Deus não tira das suas criaturas o bem que se dignou conceder-lhes. Homens cegos e surdos! Abri vossas inteligências e vossos corações procurai ver pelo espírito; compreendei com a alma; e não interpreteis de maneira grosseiramente injusta as palavras daquele que fez resplandecer aos vossos olhos a Justiça do Senhor! Não é Deus quem retira daquele que pouco havia recebido, mas é o seu próprio Espírito que, pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem, e aumentar, fecundando-a, a migalha que caiu no seu coração.
O filho que não cultiva o campo que o trabalho do pai conquistou, para deixar-lhe de herança, vê esse campo cobrir-se de ervas daninhas. Será o seu pai quem lhe tira as colheitas que ele não preparou? Se ele deixou a sementeira morrer nesse campo, por falta de cuidado, deve acusar seu pai pela falta de produção? Não, não! Em vez de acusar aquele que tudo lhe deu, como se lhe houvesse retomado os bens, deve acusar-se a si mesmo, que é o verdadeiro responsável pela sua miséria, e arrependido e ativo, entregar-se corajosamente ao trabalho. Que arroteie o solo ingrato, com o esforço de sua própria vontade; que o lavre a fundo, com a ajuda do arrependimento e da esperança; que nele atire, confiante, a semente que escolheu como boa entre as más; que o regue com o seu amor e a sua caridade; e Deus, o Deus de Amor e Caridade, dará aquele que já tem. Então, ele verá os seus esforços coroados de sucesso, e um grão a produzir cem, e outro, mil. Coragem, trabalhadores! Tomai as vossas grades e charruas; arrotei os vossos corações; arrancai deles o joio; semeai a boa semente que o Senhor vos confia, e o orvalho do amor os fará produzir os frutos da caridade



TEXTOS DE APOIO



A ÚNICA DÁDIVA

Conta-se que Simão Pedro estava cansado, depois de vinte dias junto do povo.
Banhara feridentos, alimentara mulheres e crianças esquálidas, e, em vez de receber a aprovação do povo, recolhia insultos velados, aqui e ali...
Após três semanas consecutivas de luta, fatigara-se e preferira isolar-se entre alcaparreiras amigas.
Por isso mesmo, no crepúsculo anilado, estava ele só, diante das águas a refletir...
Aproxima-se alguém, contudo...
Por mais busque esconder-se, sente-se procurado.
É o próprio Cristo.
- Que fazes Pedro? – diz-lhe o Senhor.
- Penso Mestre.
E o diálogo prolongou-se.
- Estás triste?
- Muito triste.
- Por quê?
- Chamam-me ladrão.
- Mas se a consciência te não acusa, que tem isso?
-Sinto-me desditoso. Em nome do amor que me ensinas, alivio os enfermos e ajudo aos necessitados. Entretanto, injuriam-me. Dizem por aí que furto, que exploro a confiança do povo...
Ainda ontem, distribuía aos velhos mantos que nos foram cedidos pela casa de Carpo, entre os doentes chegados de Jope... Alegou alguém, inconsideradamente, que surrupiei a maior parte...
Estou exausto Mestre. Vinte dias de multidão pesam muito mais que vinte anos de serviços na barca...
- Pedro, que deste aos necessitados nestes últimos vinte dias?
- Moedas, túnicas, mantos, ungüentos, trigo, peixe...
- De onde chegaram as moedas?
- Das mãos de Joana, a mulher de Cusa.
- As túnicas?
- Da casa de Zobalan, o curtidor.
- Os mantos?
- Da residência de Carpo, o romano que decidiu amparar-nos.
- Os unguentos?
- Do lar de Zebedeu, que os fabrica.
- O trigo?
- Da seara de Zaqueu, que se lembra de nós...
- E os peixes?
- Da nossa pesca.
- Então Pedro?
- Que devo entender Senhor?
- Que apenas entregamos aquilo que nos foi ofertado para distribuirmos em favor dos que necessitam. A Divina Bondade conjuga as circunstancias e confia-nos de um modo ou de outro os elementos que devamos movimentar nas obras do bem... Disseste servir em nome do amor...
- Sim Mestre...
- Recorda então, que o amor não relaciona calúnias, nem conta sarcasmos.
O discípulo entremostrando súbita renovação mental não respondeu. Jesus abraçou-o e disse apenas:
- Pedro, todos os bens da vida podem ser transmitidos de sítio a sitio e de mão em mão...
Ninguém pode dar em essência esse ou aquele patrimônio do mundo senão o próprio Criador, que nos empresta os recursos por Ele gerados na Criação...
E se algo, podemos dar de nos, o amor é a única dádiva que podemos fazer, sofrendo e renunciando por amor...
O apostolo compreendeu e beijou as mãos que o tocavam de leve. Em seguida puseram-se ambos a falar alegremente sobre as tarefas esperadas para o dia seguinte.

Livro: Contos Desta E De Outra Vida– Humberto de Campos –  Irmão X





ATENTAI, VÓS QUE OUVIS

Atentai vós que ouvis... – Jesus. (Marcos, 4:24)

  Freqüentemente lastimamos enganos de que somos vítimas ou deploramos obstáculos com que não contávamos, absolutamente desvinculados de advertências edificantes que nos enriquecem a alma.
  Esperamos que amigos nos evitem aborrecimentos, que instrutores nos garantam o passo...
  As leis que nos regem, contudo, se expressam por evolução, crescimento, disciplina, responsabilidade.
Uma criança, nos primeiros tempos da experiência física, decerto contará com o amparo materno ou com o auxílio de pajens dedicados, a fim de equilibrar-se nos próprios pés; todavia, o tempo desenvolver-lhe-á  entendimento e forma, situando-a na  idade da razão.
  Chegada a esse ponto a criatura já não pode refugiar-se no regaço alheio para obter apoio e condução.
  Colocada entre adultos, que gravitam em torno de interesses variados, é compelida a defrontar-se com os problemas que lhe digam respeito, de modo a resolvê-los, com vistas à própria sublimação espiritual.
  Imperioso, dessa forma, que não se renda culto à desatenção nos caminhos da vida. Nos menores e maiores acontecimentos do cotidiano é preciso saibamos analisar, de raciocínio sereno, que sugestões edificantes a fé nos proporciona ou que lições vivas a experiência nos traz.
  Imaginemos alguém atravessando a via pública sem a menor consideração para com os avisos do trânsito, ou contraindo dívidas sem a mínima idéia de que responderá pelos próprios atos.Claramente que, por fim, esbarrará com desastre e insolvência.
  Assim também na vida moral.
  Ninguém vive acertadamente sem ponderação, equilíbrio, discernimento, auto-exame. Reflitamos em nossos compromissos, deveres, tarefas, necessidades.
Para que nos premunamos contra disparate e imprudência, Jesus foi persuasivo, exortando-nos pelos apontamentos de Marcos: “Atentai vós que ouvis”

Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier. Do livro Bênção de Paz




TER E MANTER

 “Porque ao que tem ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.”
JESUS MARCOS, 4: 25.

“Não é Deus quem retira daquele que receberá é o próprio Espírito que, por pródigo e descuidado não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, o óbolo que lhe caiu no coração.
Aquele que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai lhe granjeou, e que lhe coube em herança, o vê cobrir-se de ervas parasitas. É seu pai quem lhe tira as colheitas que ele não quis preparar?” - Cap. 18,15.

Reflitamos em alguns quadros da vida: a quem se consagra ao serviço, mantendo o trabalho, mais progresso; a quem auxilia o próximo, mantendo a fraternidade, mais recursos; a quem respeita o esforço alheio, mantendo a colaboração em louvor do bem, mais estima; a quem estuda, mantendo a instrução geral, mais cultura; a quem cultiva compreensão, mantendo a concórdia, mais clareza; a quem confunde os outros, mantendo a obscuridade, mais sombra; a quem se queixa, mantendo o azedume, ais desânimo; lei quem se irrita, mantendo a agressividade, mais desespero; a quem cria dificuldades, no caminho dos semelhantes, mantendo obstáculos, mais problemas.
Na mesma diretriz, quem se empenha a compromissos, mantendo dívidas novas, mais deveres e a quem solve obrigações, mantendo novos créditos, mais direitos.
Nós todos, - os espíritos em evolução, temos algo a planear e realizar, suprimir e aperfeiçoar no mundo de nós mesmos.
A Doutrina Espírita, desenvolvendo o ensinamento do Cristo, demonstra que, em toda parte, nas realidades do espírito, daquilo que habitualmente mantemos teremos sempre mais.

Emmanuel do livro: O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier




NA EXALTAÇÃO DO TRABALHO

“... O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra¨ JESUS MARCOS, 4:26.

“Ânimo, trabalhadores tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. ” Cap. 18, 15.

Para considerar a importância do trabalho, relacionemos particularmente algumas das calamidades da inércia, no plano da natureza.
A casa longamente desabitada afasta-se da missão de albergar os que vagueiam sem teto e, em seguida, passa à condição de reduto dos animais inferiores que a mobilizam por residência.
O campo largado em abandono furta-se ao cultivo dos elementos nobres, necessários à Inteligência na Terra e transforma-se, gradativamente, em deleitoso refúgio da tiririca.
O poço de águas trancadas foge de aliviar a sede das criaturas, convertendo-se para logo em piscina de vermes.
O arado ocioso esquece a alegria de produzir e, com o decurso do tempo, Incorpora em si mesmo a ferrugem que o desgasta.
A roupa que ninguém usa distancia-se da tarefa de abrigar quem tirita- ao relento e faz-se, pouco a pouco, a moradia da traça que a destrói.
O alimento indefinidamente guardado sem proveito deixa a função que lhe cabe no socorro aos estÔmagos desnutridos e acaba alentando os agentes da decomposição em que se corrompe.
Onde estiveres, lembra-te de que a vida é caminhada, atividade, progresso, movimento e incessante renovação para o Bem Eterno.
Trabalho é o infatigável descobridor.
Transpõe dificuldades, desiste da irritação, olvida mágoas, entesoura os recursos da experiência e prossegue adiante.
Quem persevera na preguiça, não somente deserta do serviço que lhe compete fazer, mas abre também as portas da própria alma à sombra da obsessão em que fatalmente se arruinará.

Emmanuel do livro:  O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier




PALAVRAS DE BOM ÂNIMO
Francisco Cândido Xavier

Envio-lhe o soneto que nos foi dado pelo poeta Cruz e Souza, muito lembrado por nós, num grupo de amigos, na véspera da sessão em que nos visitou. Alguns companheiros, entre eles senhoras da Guanabara, falavam sobre a possibilidade de recebermos mediunicamente uma página do poeta.
Um dos participantes da nossa conversação expressava o desejo de obter de Cruz e Souza algumas palavras de bom ânimo, em vista dos tropeços que vem atravessando na seara da fé, ante o trabalho de fraternidade que lhe foi confiado. No dia seguinte as nossas irmãs do Rio nos convidaram para ligeiro culto de oração. Para centralizar os pensamentos na prece, recorremos à leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo que nos ofereceu o item 15 do capítulo XVIII para meditação.
Ao término do nosso ligeiro encontro espiritual, o nosso amigo Cruz e Souza veio até nós e deu-nos o soneto evidentemente dedicado em espírito ao amigo que esperava por ele. Sentindo que esse apelo nos serve a todos, passamo-lo às suas mãos.


AO CULTIVADOR DO BEM
Cruz e Souza

Companheiro da Terra!... Companheiro,
Não te doa servir no solo obscuro,
Resguarda o sonho luminoso e puro
Sob os clarões do júbilo primeiro...

Vara lama, canícula, aguaceiro,
Vence o caminho áspero e inseguro,
Plantando o Bem nas leiras do Futuro,
O trigo excelso do imortal celeiro!...

Sofre, mas segue além das próprias dores,
Sê bondade e perdão por onde fores,
Olvida em prece o espanto que te invade.

Serve, tropeça, ergue-te e confia,
E encontrarás as fontes da alegria
Nas colheitas de luz da Eternidade.
 Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.


A VOZ DA EXPERIÊNCIA
Irmão Saulo

Fala a voz da experiência neste soneto de Cruz e Souza. Quem conhece a vida do poeta facilmente o reconhece nestas estrofes. Negro e pobre, arredio, fugindo às glórias ilusórias da Terra, sofreu na carne as provas do exílio e morreu tuberculoso. Seu talento fulgurante e sua poesia exponencial só foram reconhecidos depois da sua morte. Era o poeta maior do nosso Simbolismo e não o reconheceram em vida. Ele mesmo se retratou no soneto ‘Vida Obscura”, como se vê no seu primeiro quarteto:
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
O ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto de prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.
No soneto “Assim seja”, escrito em vida, como o acima citado, Cruz e Souza já dava conselhos semelhantes aos que agora envia ao companheiro que lhe suplica palavras de bom ânimo. Vejamos o seu ultimo terceto:
Morre com o teu Dever! Na alta confiança
De quem triunfou e sabe que descansa
Desdenhando de toda a Recompensa!
Setenta e seis anos após a sua morte o poeta nos envia sonetos que o identificam pelo estilo, a temática e a posição pessoal diante do mundo e da vida. Os céticos perguntam se ele não teria evoluído, se não devia estar compondo em ritmo moderno. Se procedesse assim, como identificar-se? Nesse caso os céticos diriam: “Isso não é Cruz e Souza!”
O espírito volta, pelo pensamento, às posições antigas, reencontra o tempo perdido e nele se reintegra para nos dar a sua ficha de identidade. “Livre da matéria escrava”, como ele mesmo escreveu em vida no soneto “Livre”, o poeta se torna senhor do tempo que não é mais irreversível como lhe parecia na Terra. A experiência da sua própria dor então lhe serve para socorrer os que ainda sofrem no exílio. E ensina os que padecem a transformar o lodo em astros, como já antevira no soneto “Clamor Supremo” que nos deixou na sua poética terrena.
O problema da poesia mediúnica não é de crença, de aceitação pacífica e ingênua. Só podemos legitimar a mensagem poética através da crítica. O poeta se identifica pelo que ele era quando vivo e não pelo que ele devia ser. Toda a poética psicográfica de Chico Xavier (e toda a sua prosa) é marcada pelo selo dos autores espirituais. Este soneto de Cruz e Souza, como se vê, não pode ser atribuído a nenhum outro poeta. Traz o cunho do grande simbolista em todas as suas facetas.

Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.







A GLÓRIA DO ESFORÇO

Relacionava Tiago, filho de Alfeu, as dificuldades naturais na preparação do discípulo, quando várias opiniões se fizeram ouvir quanto aos percalços do aprimoramento.
É quase impossível praticar as lições da Boa Nova, no mundo avesso à bondade, à renúncia e ao perdão — concluíram os aprendizes de maneira geral.
A maioria das criaturas comprazem-se na avareza ou no endurecimento.
Registrava o Mestre a conceituação expendida pelos companheiros, em significativa quietude, quando Pedro O convocou diretamente ao assunto.
Jesus refletiu alguns instantes e ponderou:
— Entre ensino e aproveitamento, tudo depende do aprendiz.
E a seguir, falou com brandura: — Existiu no tempo de David um grande artista que se especializara na harpa com tamanha perfeição que várias pessoas importantes vinham de muito longe, a fim de ouvi-lo.
Grandes senhores com as suas comitivas descansavam, de quando em quando, junto à moradia dele, cercada de arvoredo, para escutar-lhe as sublimes improvisações.
O admirável mestre fez renome e fortuna, parecendo a todos que ninguém o igualaria na Terra na expressão musical a que se consagrara.
Em seus saraus e exibições, possuía em seu serviço pessoal um escravo aparentemente inábil e atoleimado, que servia água, doce e frutas aos convivas e que jamais conversava, fixando toda a atenção no instrumento divino, como se vivesse fascinado pelas mãos que o tangiam.
Muitos anos correram quando, certa noite, o artista volta, de inesperado, ao domicílio, findo o banquete de um amigo nas vizinhanças e, com indizível espanto, assinala celeste melodia no ar.
Alguém tocava magistralmente em sua casa solitária, qual se fora um anjo exilado no mundo.
Quem seria o estrangeiro que lhe tomara o lugar? Em lágrimas de emoção por pressentir a existência de alguém com ideal artístico muito superior ao dele, avança devagar para não ser percebido e, sob intraduzível assombro, verificou que o harpista maravilhoso era o seu velho escravo tolo que, usando os minutos que lhe pertenciam por direito e sem incomodar a ninguém, exercitava, as lições do senhor, às quais emprestava, desde muito tempo, todo o seu vigilante amor em comovido silêncio.
Foi então que o artista magnânimo e famoso libertou-o e conferiu-lhe a posição que por justiça merecia.
Diante da estranheza dos discípulos que se calavam, confundidos, o Mestre rematou: — A aquisição de qualidades nobres é a glória infalível do esforço.
Todo homem e toda mulher que usarem as horas de que dispõem na harpa da vida, correspondendo à sabedoria e à beleza com que Nosso Pai se manifesta, em todos os quadros do mundo, depressa lhe absorverão a grandeza e as sublimidades, convertendo-se em representantes do Céu para seus irmãos em humanidade.
Quando a criatura, porém, somente trabalha na cota de tempo que lhe é paga pelas mordomias da Terra, sem qualquer aproveitamento das largas concessões de horas que a Divina Bondade lhe concede no corpo, nada mais receberá, além da remuneração transitória do mundo.

Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier





O MAIOR RECADO

Um sacerdote sábio, desejando ensinar o caminho do Céu aos crentes que confiavam nele, rogou a Jesus, depois de longas meditações e sacrifícios, lhe fôsse revelado qual o maior impedimento contra a iluminação espiritual.
Com efeito, de mente limpa, dormiu e sonhou que era conduzido à Porta Celestial.
Nimbado de esplendor, um anjo recebeu-o, benevolente.
- Mensageiro de Deus! — clamou o sacerdote — venho rogar a verdade para as ovelhas humanas que me seguem...
- Que pretendes saber? — indagou a entidade angélica.
- Peço esclarecimento sobre o maior obstáculo para a alma, na marcha para Deus. Sei que temos sete pecados mortais que aniquilam em nós a graça divina, na ascensão para o Alto. Sob a influência de semelhantes monstros, rola o espírito no despenhadeiro infernal. Entretanto, desejaria explicações mais claras, quanto ao problema do mal, porque nossas faltas variam ao infinito.
O anjo sorriu e considerou:
- A solução é simples. Quais são os pecados a que te referes?
O ministro da fé movimentou os dedos e respondeu:
- Soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. Deles nascem as demais imperfeições.
O mensageiro, contudo, acrescentou:
- No fundo, porém, podemos reduzi-los àunidade. Todos os pecados, inclusive os mortais, procedem de uma fonte única.
O sacerdote, curioso, suplicou:
- Oh! anjo amigo, aclara-me o entendimento! Há muitos aprendizes, na Terra, aguardando-me a palavra!...
O emissário da Esfera Superior, sem qualquer presunção de superioridade, passou a elucidar:
- Escuta e atende!
Se o soberbo trabalhasse para o bem de todos, não encontraria ensejo de cultivar o orgulho e a vaidade que o levam a acreditar-se ponto central do universo.
Se o avarento conhecesse a vantagem do suor, na felicidade dos semelhantes, não se entregaria à volúpia da posse que o obriga a acumular dinheiro inütilmente.
Se o homem inclinado à tentação dos prazeres fáceis aprendesse a despender as próprias forças em favor da elevação coletiva, não disporia de ocasião para prender-se às paixões aniquiladoras que o arrastam ao crime.
Se as pessoas facilmente irascíveis estivessem dispostas a servir de acordo com os designios divinos, não envenenariam a própria saúde com remorsos e angústias injustificáveis.
Se o guloso vivesse atento à tarefa construtiva que lhe cabe no mundo, não se escravizaria aos apetites devastadores que lhe arruinam o corpo e a alma.
E se o invejoso utilizasse a existência, no trabalho digno, não gastaria tempo acompanhando maliciosamente as iniciativas do próximo, complicando o próprio destino...
Como vê, o maior dos pecados, a causa primordial de todos os males, é a preguiça.
Dá trabalho edificante às tuas ovelhas e convence-te de que, na posse do serviço, não se afastarão do caminho justo.
O sacerdote não mais teve o que perguntar.
Despertou, edificado, e, do dia seguinte em diante, o povo reparou que o ministro modificara as pregações.

Do livro Alvorada Cristã. Espírito de Neio Lúcio. Psicografia de Francisco C. Xavier.




COOPERAÇÃO COM DEUS
Tema: Cooperação individual na execução do plano de serviço de Providência Divina

         Quantas vezes terás dito que amas a Deus e te dispões a servi-lo? e quantas outras tantas terás afirmado a tua fé na Providência Divina?
         Provavelmente, porém, não te puseste ainda a raciocinar que os teus votos foram acolhidos e que o Todo-Misericordioso, por intermédio de vasta corrente hierárquica de assessores, te enviou tarefas de cooperação com a Sua Infinita Bondade, junto de causas, organizações, situações e pessoas, que lhe requisitam assistência e intervenção.
         Exposto, assim, o problema do teu setor de ação individual, será justo considerar que esforço e dedicação constituem ingredientes inevitáveis no encargo que te foi confiado, a fim de que obtenhas o êxito que denominamos por “dever cumprido perante Deus”.
         Mãe ou pai, se recolhesses da vida tão-somente os filhos robustos e virtuosos, que indícios de amor oferecerias a Deus, quando Deus te pede o coração mais profundamente voltado para os filhos menos felizes, com bastante abnegação para jamais abandoná-los, ainda mesmo quando o mundo os considere indesculpáveis ou desprezíveis?
         Professor ou mentor, se reunisses contigo apenas os discípulos inteligentes e nobres, quem estaria com Deus no auxílio aos rebeldes ou retardados?
         Dirigente ou supervisor, nos diversos ramos da atividade humana, se fosses chamado para guiar os interesses da comunidade exclusivamente nos dias de céu azul, para entoar louvores à harmonia ou presidir a distribuição de luzes e bênçãos, quem cooperaria com o Supremo Senhor, nas horas de tempestade, quando as nuvens da incompreensão e os raios da calúnia varam a atmosfera das instituições, exigindo a presença dos que cultivem brandura e compreensão, a fim de que a Divina Misericórdia encontre instrumentos capazes de ajudá-la a restaurar os elementos convulsos?
         Obreiro do bem ou condutor da fé, se obtivesses da Terra apenas demonstrações de apreço e palmas de triunfo, quem colaboraria com Deus, nos dias de perturbação, de maneira a limitar a incursão das trevas ou a apagar o fogo do ódio, entre as vítimas da ilusão ou da vaidade, nos lugares em que o Pai Supremo necessite de corações suficientemente corajosos e humildes para sustentarem o bem com esquecimento de todo mal?
         Onde estiveres e sejas com quem sejas, no grau de responsabilidade e serviço em que te situas, agradece aos Céus as alegrias do equilíbrio, as afeições, os dias róseos do trabalho tranqüilo e as visões dos caminhos pavimentados de beleza e marginados de flores que te premiam a fé em Deus;  quando, porém, os espinhos da provação de firam a alma ou quando as circunstâncias adversas se conjuguem contra as boas obras a que vinculas, como se atormenta do mal intentasse efetuar o naufrágio do bem, recorda que terás chegado ao instante do devotamento supremo e da lealdade maior, porque, se confias em Deus, Deus igualmente confia em ti.

Emmanuel - Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier




DEUS E NÓS
Tema – Nossa tarefa pessoal na Obra Divina.

Indubitavelmente, Deus, nosso Pai e Criador, fará que a Terra alcance a perfeição, mas é preciso descobrir a parte do trabalho que nos compete, na condição de filhos e criaturas de Deus, no aprimoramento geral, a começar de nós e a refletir-se fora de nós.
Clareando o pensamento exposto, digamos que Deus necessita de nós outros, conquanto não nos constranja o livre-arbítrio à cooperação; e vale notar que, através das operações que nomeamos por “nossos deveres imediatos”, é possível saber a que tarefas somos conduzidos.
Detém-te, assim, de quando em quando, para considerar os encargos de que a Providência Divina te imcubiu, de modo indireto no quadro das lides cotidianas.
Deus é a Paternidade Suprema. Em razão disso, terá concedido ao teu coração um ou alguns dos teus filhos, no instituto da consangüinidade, a fim de que o ajudes a moldar-lhes o caráter, embora te vejas temporariamente, muitas vezes, em absoluto esquecimento de ti mesmo, para que a abnegação atinja a sua obra completa.
Deus é Amor. Em vista de semelhante verdade, ele te pede que ames o próximo, de tal maneira que te transfigures em mensagem viva de compreensão e socorro fraternal a cada irmão da Humanidade que te partilhe a experiência.
Deus é Misericórdia. Fácil reconhecer que ele aguarda lhe adotes as normas de tolerância construtiva, perdoando quantas vezes se fizerem necessárias o companheiro que se terá desviado da senda justa, propiciando-lhe novas oportunidades de serviço e elevação, no nível em que se coloque.
Deus é Trabalho. Imperioso aceitar as pequenas obrigações do dia-a-dia, quais sejam o trato da terra, o zelo da casa, a lição a ser administrada ou recebida, o compromisso afetivo, o dever profissional ou até mesmo a proteção a uma flor, na altura de tarefas que ele te solicita realizar com alegria, em favor da paz e da eficiência nos mecanismos da vida.
Observa em derredor de ti e reconhecerás onde, como e quando Deus te chama em silêncio a colaborar com ele, seja no desenvolvimento das boas obras, na sustentação da paciência, na intervenção caridosa em assuntos inquietantes para que o mal não interrompa a construção do bem, na palavra iluminativa ou na seara do conhecimento superior, habitualmente ameaçada pelo assalto das trevas.
Sem dúvida, em lugar algum e em tempo algum, nada conseguiremos, na essência, planejar, organizar, conduzir, instituir ou fazer sem Deus; no entanto, em atividade alguma, não nos é lícito olvidar que Deus igualmente espera por nós.

Emmanuel -  Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier




O REMÉDIO IMPREVISTO

O pequeno príncipe Julião andava doente e abatido.
Não brincava, não estudava, não comia. Perdera o gosto de colher os pêssegos saborosos do pomar. Esquecera a peteca e o cavalo.
Vivia tristonho e calado no quarto, esparramado numa espreguiçadeira.
Enquanto a mãezinha, aflita, se desvelava junto dele, o rei experimentava muitos médicos.
Os facultativos, porém, chegavam e saíam, sem resultados satisfatórios.
O menino sentia grande mal-estar. Quando se lhe aliviava a dor de cabeça, vinha-lhe a dor nos braços. Quando os braços melhoravam, as pernas se punham a doer.
O soberano, preocupado, fêz convite público aos cientistas do País. Recompensaria nababescamente a quem lhe curasse o filho.
Depois de muitos médicos famosos ensaiarem, embalde, apareceu um velhinho humilde que propôs ao monarca diferente medicação. Não exigia pagamento. Reclamava tão sômente plena autoridade sobre o doentinho. Julião deveria fazer o que lhe fôsse determinado.
O pai aceitou as condições e, no dia imediato, o menino foi entregue ao ancião.
O sábio anônimo conduziu-o a pequeno trato de terra e recomendou-lhe arrancasse a erva daninha que ameaçava um tomateiro.
— Não posso! estou doente! — gritou o menino.
O velhinho, contudo, convenceu-o, sem impaciência, de que o esforço era viável e, em minutos breves, ambos libertavam as plantas da erva invasora.
Veio o Sol, passou o vento; as nuvens, no alto, rondavam a terra, como a reparar onde estava o campo mais necessitado de chuva...
Um pouco antes do meio-dia, Julião disse ao velho que sentia fome, O sábio humilde sorriu, contente, enxugou-lhe o suor copioso e levou-o a almoçar.
O jovem devorou a sopa e as frutas, gostosamente.
Após ligeiro descanso, voltaram a trabalhar.
No dia seguinte, o ancião levou o príncipe a servir na construção de pequena parede.
Julião aprendeu a manejar os instrumentos menores de um pedreiro e alimentou-se ainda melhor.
Finda a primeira semana, o orientador traçou-lhe novo programa. Levantava-se de manhã para o banho frio, obrigava-se a cavar a terra com uma enxada, almoçava e repousava. Logo após, antes do entardecer, tomava livros e cadernos para estudar e, à noitinha, terminada a última refeição, brincava e passeava, em companhia de outros jovens da mesma idade.
Transcorridos dois meses, Julião era restituído à autoridade paternal, rosado, robusto e feliz. Ardia, agora, em desejos de ser útil, ansioso por fazer algo de bom. Descobrira, enfim, que o serviço para o bem é a mais rica fonte de saúde.
O rei, muito satisfeito, tentou recompensar o velhinho.
Todavia, o ancião esquivou-se, acrescentando:
— Grande soberano, o maior salário de um homem reside na execução da Vontade de Deus, através do trabalho digno. Ensina a glória do serviço aos teus filhos e tutelados e o teu reino será abençoado, forte e feliz.
Dito isto, desapareceu na multidão e ninguém mais o viu.

Do livro Avorada Cristã. Espírito de Neio Lúcio. Psicografia de Francisco C. Xavier.









Nenhum comentário:

Postar um comentário

PESQUISAR NESTE BLOG

O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

BLOGS RELACIONADOS