5 – O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos
homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo
espiritual e suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não
mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e
incessantemente atuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de
fenômenos até então incompreendidos, e por essa razão rejeitados para o domínio
do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se refere em
muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse ficaram
ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que
nos ajuda a tudo explicar com facilidade.
6 – A lei do Antigo Testamento está personificada em
Moisés, a do Novo Testamento, no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação
da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto
do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do
céu, em todas as partes da Terra e por inumerável multidão de intermediários.
Trata-se, de qualquer maneira, de uns seres
coletivos, compreendendo o conjunto dos seres do mundo espiritual, cada
qual trazendo aos homens o tributo de suas luzes, para fazê-los conhecer esse
mundo e a sorte que nele os espera.
7 –
Da mesma maneira que disse o Cristo: “Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe
cumprimento”. Também diz o Espiritismo: “Eu não venho destruir a lei cristã,
mas dar-lhe cumprimento”. Ele nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo,
mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi
dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, na época predita, o que o Cristo
anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do
Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a
regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.
O LIVRO DOS
ESPÍRITOS – CONCLUSÃO ITEM VIII
Perguntam algumas pessoas: Ensinam os Espíritos qualquer
moral nova, qualquer coisa superior ao que disse o Cristo? Se a moral deles não
é senão a do Evangelho, de que serve o Espiritismo? Este raciocínio se assemelha
notavelmente ao do califa Omar, com relação à Biblioteca de Alexandria: “Se ela
não contém”, dizia ele, “mais do que o que está no Alcorão, é inútil. Logo deve
ser queimada. Se contém coisa diversa, é nociva.
Logo, também deve ser queimada”.
Não, o Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus.
Perguntamos, então, por nossa vez: Antes que viesse o Cristo, não tinham os homens
a lei dada por Deus a Moisés? A doutrina do Cristo não se acha contida no
Decálogo? Dir-se-á, por isso, que a moral de Jesus era inútil?
Perguntaremos, ainda, aos que negam utilidade à moral
espírita: Por que tão pouco praticada é a do Cristo? E por que, exatamente os
que com justiça lhe proclamam a sublimidade, são os primeiros a violar-lhe o
preceito capital: o da caridade universal? Os Espíritos vêm não só confirmá-la,
mas também mostrar-nos a sua utilidade prática. Tornam inteligíveis e patentes
verdades que haviam sido ensinadas sob a forma alegórica. E, justamente com a
moral, trazem-nos a definição dos mais abstratos problemas da Psicologia.
Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro
bem. Por que, tendo-o enviado para fazer lembrada sua Lei que estava esquecida,
não havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos
homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam, para tudo sacrificar ao
orgulho e à cobiça? Quem ousaria pôr limites ao poder de Deus e traçar-lhe
normas? Quem nos diz que, como o afirmam os Espíritos, não estão chegados os
tempos preditos e que não chegamos aos em que verdades mal compreendidas, ou
falsamente interpretadas, devam ser ostensivamente reveladas ao gênero humano,
para lhe apressar o adiantamento?
Não haverá alguma coisa de providencial nessas manifestações
que se produzem simultaneamente em todos os pontos do Globo?
Não é um único homem, um profeta quem nos vem advertir. A
luz surge por toda parte. É todo um mundo novo que se desdobra às nossas vistas.
Assim como a invenção do microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente
pequenos, de que não suspeitávamos; assim como o telescópio nos revelou milhões
de mundos de cuja existência também não suspeitávamos, as comunicações
espíritas nos revelam o mundo invisível que nos cerca, nos acotovela
constantemente e que, à nossa revelia, toma parte em tudo o que fazemos.
Decorrido que seja mais algum tempo, a existência desse
mundo, que nos espera, se tornará tão incontestável como a do mundo
microscópico e dos globos disseminados pelo Espaço. Nada, então, valerá o nos terem
feito conhecer um mundo todo; o nos haverem iniciado nos mistérios da vida de
além-túmulo? É exato que essas descobertas, se se lhes pode dar este nome,
contrariam algum tanto certas ideias aceitas, mas não é real que todas as
grandes descobertas científicas hão igualmente modificado, subvertido até, as mais
correntes ideias? E o nosso amor-próprio não teve que se curvar diante da
evidência? O mesmo acontecerá com relação ao Espiritismo, que, em breve, gozará
do direito de cidade entre os conhecimentos humanos.
As comunicações com os seres de além-túmulo deram em
resultado fazer-nos compreender a vida futura, fazer-nos vê-la, iniciar-nos no
conhecimento das penas e gozos que nos estão reservados, de acordo com os nossos
méritos e, desse modo, encaminhar para o espiritualismo os que no homem somente
viam a matéria, a máquina organizada. Razão, portanto, tivemos para dizer que o
Espiritismo, com os fatos, matou o materialismo.
Fosse este único resultado por ele produzido e
já muita gratidão lhe deveria a ordem social. Ele, porém, faz mais: mostra os
inevitáveis efeitos do mal e, conseguintemente, a necessidade do bem. Muito
maior do que se pensa é, e cresce todos os dias, o número daqueles em que ele
há melhorado os sentimentos, neutralizado as más tendências e desviado do mal.
É que para esses o futuro deixou de ser coisa imprecisa, simples esperança, por
se haver tornado uma verdade que se compreende e explica, quando se veem e
ouvem os que partiram lamentar-se ou felicitar-se pelo que fizeram na Terra.
Quem disso é testemunha entra a refletir e sente a necessidade de a si mesmo se
conhecer, julgar e emendar.
O LIVRO DOS
ESPÍRITOS – QUESTÃO 982
Será necessário que professemos o Espiritismo e creiamos
nas manifestações espíritas, para termos assegurada a nossa sorte na vida
futura?
“Se assim fosse, seguir-se-ia que estariam deserdados
todos os que não creem, ou que não tiveram ensejo de esclarecer-se, o que seria
absurdo. Só o bem assegura a sorte futura. Ora, o bem é sempre o bem, qualquer
que seja o caminho que a ele conduza.” (165 a 799)
A crença no Espiritismo ajuda o homem a se melhorar,
firmando-lhe as ideias sobre certos pontos do futuro. Apressa o adiantamento
dos indivíduos e das massas, porque faculta nos inteiremos do que seremos um
dia. É um ponto de apoio, uma luz que nos guia. O Espiritismo ensina o homem a
suportar as provas com paciência e resignação; afasta-o dos atos que possam
retardar-lhe a felicidade, mas ninguém diz que, sem ele, não possa ela ser
conseguida.
TEXTOS DE APOIO
MISSÃO DO
ESPIRITISMO
A missão do Espiritismo, tanto quanto o ministério do
Cristianismo, não será destruir as escolas de fé, até agora existentes.
Cristo acolheu a revelação de Moisés.
A Doutrina dos Espíritos apóia os princípios superiores
de todos os sistemas religiosos.
Jesus não critica a nenhum dos Profetas do Velho
Testamento.
O Consolador Prometido não vem para censurar os pioneiros
dessa ou daquela forma de crer em Deus.
O Espiritismo é, acima de tudo, o processo libertador das
consciências, a fim de que a visão do homem alcance horizontes mais altos.
Há milênios, a mente humana gravita em derredor de
patrimônios efêmeros, quais sejam os da precária posse física, atormentada por
pesadelos carnais de variada espécie.
Guerras de todos os matizes consomem-lhe as forças.
Flagelos de múltiplas expressões situam-lhe a existência
em limitações aflitivas e dolorosas.
Com a morte do corpo, não atinge a liberação.
Além-túmulo, prossegue atenta às imagens que a ilusão lhe
armou no caminho, escravizada a interesses inconfessáveis.
Em plena vida livre, guarda, ordinariamente, a posição da
criatura que venda os olhos e marcha, impermeável e cega, sob pesadas cargas a
lhe dobrarem os ombros.
A obstinação em disputar satisfações egoísticas, entre os
companheiros da carne, constitui-lhe deplorável inibição e os preconceitos
ruinosos, os terríveis enganos do sentimento, os pontos de vista pessoais, as
opiniões preconcebidas, as paixões desvairadas, os laços enfermiços, as
concepções cristalizadas, os propósitos menos dignos, a imaginação intoxicada e
os hábitos perniciosos representam fardos enormes que constrangem a alma ao
passo vacilante, de atenção voltada para as experiências inferiores.
A nova fé vem alargar-lhe a senda para mais elevadas formas
de evolução.
Chave de luz para os ensinamentos do Cristo, explica o
Evangelho não como um tratado de regras disciplinares, nascidas do capricho
humano, mas como a salvadora mensagem de fraternidade e alegria, comunhão e
entendimento, abrangendo as leis mais simples da vida.
Aparece-nos, então, Jesus, em maior extensão de sua
glória.
Não mais como um varão de angústia, insinuando a
necessidade de amarguras e lágrimas e sim na altura do herói da bondade e do
amor, educando para a felicidade integral, entre o serviço e a compreensão,
entre a boa-vontade e o júbilo de viver.
Nesse aspecto, vemo-lo como o maior padrão de
solidariedade e gentileza, apagando-se na manjedoura, irmanando-se com todos na
praça pública e amparando os malfeitores, na cruz, à extrema hora, de passagem
para a divina ressurreição.
O Espiritismo será, pois, indiscutivelmente, a força do
Cristianismo em ação para reerguer a alma humana e sublimar a vida.
O Espaço Infinito, pátria universal das constelações e
dos mundos, é, sem dúvida, o clima natural de nossas almas, entretanto, não
podemos esquecer que somos filhos, devedores, operários ou companheiros da
Terra, cujo aperfeiçoamento constitui o nosso trabalho mais imediato e mais
digno.
Esqueçamos, por agora, o paraíso distante para ajudar na
construção do nosso próprio Céu.
Interfiramos menos na regeneração dos outros e cogitemos
mais de nosso próprio reajuste, perante a Lei do Bem Eterno, e, servindo
incessantemente com a nossa fé à vida que nos rodeia, a vida, por sua vez, nos
servirá, infatigável, convertendo a Terra em estação celestial de harmonia e
luz para o acesso de nosso espírito à Vida Superior.
(De "Roteiro", de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel)
MISSÃO DOS
ESPÍRITAS
Chico Xavier
“Em nossa reunião pública, no início das tarefas em
pauta, O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo XX, item 4, nos ofereceu
a preleção sobre a “Missão dos Espíritas”. Vários comentaristas expuseram o
assunto com muita elevação, salientando os valores e as facilidades da civilização
moderna que traçara mais amplos caminhos de evolução para a vida planetár1a em
que nos achamos.
No término dos estudos o nosso caro Emmanuel escreveu os
apontamentos que lhe passo às mãos.
É uma página que nos leva a refletir profundamente quanto
à necessidade das lições de Jesus em nossas experiências.”
NOTA – Como vemos nessa rápida explicação de Chico
Xavier, o tema de estudo fornecido pelo Evangelho, sempre aberto ao acaso, não
aparece ligado a conversações anteriores como habitualmente temos observado. É
possível que Chico não tenha sido informado a respeito, pois há sempre muitos
problemas que lhe tornam a atenção antes do inicio dos trabalhos. Mas a verdade
é que o assunto corresponde a uma das necessidades mais prementes do momento
espírita que estamos vivendo, numa fase de transição da vida terrena em que as
perturbações psíquicas se alastram de maneira alarmante.
Do livro “Na Era
do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos
Diversos
AO CLARÃO DA VERDADE
“Mas quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos
guiará em toda verdade...” – Jesus (João 16:13)
De que maneira vencerá o Espiritismo os obstáculos que se
lhe agigantam à frente? Há companheiros que indagam: — “Devemos disputar saliência
política ou dominar a fortuna terrestre?” Enquanto isso outros enfatizam a
ilusória necessidade da guerra verbal a greis ou pessoas.
Dentro do assunto, no entanto, transcrevemos a Questão
Nº. 799 de “O Livro dos Espíritos”.
Prudente e claro, Kardec formulou, aos orientadores
espirituais de sua obra, a seguinte interrogação: “De que maneira pode o
Espiritismo contribuir para o progresso” E, na lógica de sempre, eis que eles
responderam:
“Destruindo o materialismo que é uma das chagas da
sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros
interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem
perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro.
Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande
solidariedade que os há de unir como irmãos”.
Não nos iludamos com respeito às nossas tarefas. Somos
todos chamados pela Bênção do Cristo a fazer luz no mundo das consciências — a
começar de nós mesmos —, dissipando as trevas do materialismo ao clarão da
Verdade, não pelo espírito da força, mas pela força do espírito, a expressar-se
em serviço, fraternidade, entendimento e educação.
Emmanuel - Do livro Entre Irmãos de Outras Terras.
Psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.
ESPIRITISMO
Espiritismo não é apenas o consolador da Terra.
É o renovador do "eu".
Não constitui somente a iluminação das massas.
É lâmpada acesa para o coração do homem.
Não é simplesmente Boa Nova no espírito popular.
É nova mensagem de redenção para o indivíduo.
Não é apenas a fonte miraculosa da graça.
É campo de esforço próprio.
Não é somente a técnica de salvação para todos.
É o processo de solução exata aos problemas de cada um.
Não se resume a palácio de princípios sublimes no corpo
ciclópico do século.
É caso de trabalho regenerador para cada dia.
Não representa simplesmente a usina poderosa
impulsionando a ascensão coletiva.
É motor destinado à elevação pessoal.
Não está circunscrito ao santuário da esperança reconfortante.
É esfera de serviço ativo da nossa redenção individual no
supremo bem.
O Espiritismo não é uma religião como outra qualquer, mas
sim um método de viver.
Autor: André Luiz - Psicografia de W.V. Livro: Sol nas
Almas
A RIGOR
ESPÍRITO SANTO - falange dos Emissários da Providência
que superintende os grandes movimentos da Humanidade na Terra e no Plano Espiritual.
REINO DE DEUS - estado de sublimação da alma, criado por
ela própria, através de reencarnações incessantes.
CÉU - esferas espirituais santificadas onde habitam
Espíritos Superiores que exteriorizam, do próprio íntimo, a atmosfera de paz e
felicidade.
MILAGRE - designação de fatos naturais cujo mecanismo
familiar à Lei Divina ainda se encontra defeso ao entendimento fragmentário da
criatura.
MISTÉRIO - parte ignorada das Normas Universais que,
paulatinamente, é identificada e compreendida pelo espírito humano.
SOBRENATURAL - definição de fenômenos que ainda não se
incorporam aos domínios do hábito.
SANTO - atributo dirigido a determinadas pessoas que
aparentemente atenderam, na Terra, a execução do próprio dever.
TENTAÇÃO - posição pessoal de cativeiro interior a vícios
instintivos que ainda não conseguimos superar por nós mesmos.
DIA DE JUÍZO - oportunidade situada entre dois períodos
de existência da alma, que se referem à sementeira de ações e à renovação da
própria conduta.
SALVAÇÃO -libertação e preservação do espírito contra o
perigo de maiores males, no próprio caminho, a fim de que se confie à
construção da própria felicidade, nos domínios do bem, elevando-se a passos
mais altos de evolução.
O Espiritismo tem por missão fundamental, entre os
homens, a reforma interior de cada um, fornecendo explicações ao porquê dos
destinos, razão pela qual muitos conceitos usuais são por ele restaurados ou
corrigidos, para que se faça luz nas consciência e consolo nos corações.
Assim como o Cristo não veio destruir a Lei, porém
cumpri-la, a Doutrina Espírita não veio desdizer os ensinos do Senhor, mas
desenvolvê-los, completá-los e explicá-los “em termos claros e para toda a
gente, quando foram ditos sob forma alegóricas”.
A rigor, a verdade pode caminhar distante da palavra com
que aspiramos a traduzi-la.
Renove, pois, as expressões do seu pensamento e a vida
renovar-se-lhe-á inteiramente, nas fainas de cada hora.
Autor: André Luiz - Psicografia de Francisco Cândido
Xavier. Livro: O Espírito da Verdade
PROGRESSO E VIDA
Emmanuel
Quem lance na Terra ligeiro olhar para a retaguarda de
oito lustros se espantará certamente em verificando o progresso dentro do qual
a vida planetária vai marchando aceleradamente, para o futuro melhor.
Ainda assim reconhecerá que as exigências de ordem
espiritual não se alteraram muito no curso do tempo.
O homem de hoje dispõe fartamente da televisão pela qual
consegue, se o deseja, contemplar de perto as ocorrências do mundo, no entanto,
não possui autoconhecimento bastante para analisar-se de modo construtivo.
Inventa computadores que o auxiliam efetuando prodígios
de informação e de cálculo, mas ainda não conhece, nas engrenagens perfeitas em
que se expressam, as leis de causa e efeito que lhe presidem a experiência e o
destino.
Utiliza a energia nuclear, todavia, ignora ainda toda a
extensão dos poderes do espírito.
Realiza vôos espaciais aplicando os princípios da
Astronáutica, entretanto, é compelido a receber aulas de relacionamento humano
a fim de harmonizar-se com os vizinhos que não lhe adotem o modo de pensar ou
de crer.
Vacina-se contra a poliomielite, mas não consegue, por
enquanto, imunizar-se contra os perigos do ódio e do ressentimento, da
discórdia e do desespero.
Desfruta os recursos do subsolo, até mesmo do próprio
mar, e descobre minas de nitrogênio nos céus que o rodeiam, no entanto, não
sabe manejar, senão muito imperfeitamente, os valores da alma.
Compreendamos que a Humanidade atual efetua proezas
admiráveis em todos os domínios da natureza física, mas é necessário que os
nossos corações se adaptem às leis do bem que Jesus nos legou, de modo a
irmanar-nos e a respeitar-nos uns aos outros, sem o que o lazer na Terra
ser-nos-á fator desencadeante de tédio e delinqüência e a grandeza exterior se
nos erguerá em soberbo palácio – onde prosseguiremos sofrendo à míngua de amor.
Do livro “Na Era
do Espírito”. Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos
Diversos
RESPEITO PELOS
OUTROS
Irmão Saulo
Todos somos naturalmente egocêntricos, pois o
egocentrismo é a base da individualidade e conseqüentemente da personalidade. A
pessoa humana é um ego conscientemente definido. E é necessário que seja assim,
pois do contrário não seríamos um ser, uma consciência estruturada e capaz de
agir. Mas o egoísmo é uma deformação do egocentrismo, uma doença do ego. Essa
doença se manifesta por vários sintomas bem conhecidos: a arrogância, a
avareza, o comodismo, a ganância e sobretudo a falta de respeito pelos outros.
A facilidade com que interferimos na vida alheia, com que
xingamos, insultamos, caluniamos, julgamos os outros — é o maior flagelo que
assola o mundo. Essa falta de respeito pelos outros é o fruto espinhento do
egoísmo que gera os conflitos no lar, na sociedade, nas nações e na vida
internacional.
Os espíritas, incumbidos da missão de restabelecer o
Cristianismo na Terra, são os que mais necessitam de compreender esse problema.
O primeiro dever dos espíritas, no tocante ao respeito pelo próximo, refere-se
à própria doutrina que nos foi dada pelos Espíritos Superiores através do
trabalho missionário de Allan Kardec.No entanto, a todo momento vemos espíritas
que pretendem, sem o mínimo de conhecimento doutrinário exigível, reformar a
doutrina e superar Kardec.
No item 4 do capítulo XX de O Evangelho Segundo o
Espiritismo temos a bela mensagem de Erasto, discípulo do apóstolo Paulo,
intitulada "Missão dos Espíritas" que devia ser lida e comentada
constantemente nas reuniões doutrinárias. Erasto nos adverte: "Cuidado,
que entre os chamados para o Espiritismo muitos se desviaram da senda! Atentai,
pois, no vosso caminho — e buscai a verdade!"
Emmanuel, em sua mensagem, nos conclama ao amor e ao
respeito mútuos, segundo "as leis do bem que Jesus nos legou". Amor a
respeito não querem dizer anulação do discernimento e da personalidade, querem
dizer compreensão. Precisamos amar, compreender e respeitar os outros, mas
sempre nos lembrando do respeito que devemos ao Espírito da Verdade e à
doutrina que ele nos legou. O primeiro sinal de obsessão num espírita, num
adepto da doutrina, é a sua leviandade na aceitação das fábulas que desfiguram
o ensino dos Espíritos do Senhor, a falta de respeito para com o Espírito da
Verdade.
Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia de Francisco
C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos
MÉDIUNS DE TODA PARTE
“Assim como tu me
enviaste ao mando, também eu os enviei ao mundo. JESUS - JOÃO, 17: 18.
“A figueira que secou é o símbolo dos que apenas
aparentam propensão para o bem, mas que em realidade, nada de bom produzem.. ”
- Cap. 19, 9.“
Os médiuns são intérpretes dos espíritos.
Representam para eles os órgãos materiais que lhes
transmitem as instruções.
Daí serem dotados de faculdades para esse efeito.
Nos tempos modernos de renovação social, cabe-lhes missão
especialíssima: são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus
irmãos.
Multiplicam-se em número para que haja alimento farto.
Existem, por toda parte, entre os ricos e os pobres,
entre os grandes e os pequenos, a fim de que, em nenhum ponto faltem, para que
todos os homens se reconheçam chamados à verdade.
Se, porém, desviam do objetivo providencial a preciosa
faculdade que lhes foi concedida; se a empregam em cousas fúteis ou prejudiciais;
se a colocam em serviço dos interesses mundanos; se, ao invés de frutos
sazonados dão maus frutos; se, se recusam a utilizá-la em, benefício dos
outros; ou se nenhum proveito tiram dela, no sentido de se aperfeiçoarem, são
comparáveis à figueira estéril.
Estas considerações tão ricas de oportunidade, à frente
da extensão constante das tarefas espíritas na atualidade, não são nossas.
São conceitos textuais de Allan Kardec, no item 10, do
capítulo 19 de “0 Evangelho, Segundo o Espiritismo”, escritos há quase um
século.
Os médiuns são legiões.
Funcionam aos milhares, em todos os pontos do globo
terrestre.
Seja na administração ou na colaboração, na beneficência
ou no estudo, na tribuna ou na pena, no consolo ou na cura, no trabalho
informativo ou na operação de fenômenos, todos são convocados a servir com
sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com base no burilamento de si
próprios.
Acima de todos, representando a escola sábia e imaculada,
que não pode responsabilizar- se pelos erros ou defecções dos alunos, brilha a
Doutrina Espírita, na condição de Evangelho Redivivo, traçando orientação clara
e segura.
Fácil concluir, desse modo, que situar a mediunidade na
formação do bem de todos ou gastar-lhe os talentos em movimentações infelizes é
escolha de cada um.
livro " O Livro da Esperança" - Psicografado
por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
CONJUNTO
“Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver
também eles estejam comigo.,.” JESUS- JOÃO
“Arme-se a vossa
falange de decisão e coragem! Mãos a obra! o arado está pronto; a terra espera;
arai!” Cap.20, 40.
Num templo espírita-cristão, é razoável anotar que todo
trabalho é ação de conjunto.
Cada companheiro é indicado à tarefa precisa; cada qual
assume a feição de peça particular na engrenagem do serviço, sem cuja
cooperação os mecanismos do bem não funcionam em harmonia.
Indispensável apagar-nos pelo brilho da obra.
Na aplicação da eletricidade, congregam-se implementos
diversos, mas interessa, acima de tudo, a produção da força, e, no
aproveitamento da força, a grande usina é um espetáculo de grandeza, mas não
desenvolve todo o concurso de que é suscetível, sem a tomada simples.
Necessário, assim, saibamos reconhecer por nós mesmos o
que seja essencial a fazer pelo rendimento digno da atividade geral.
Orientando ou colaborando, em determinadas ocasiões, a
realização mais importante que se nos pede é o esclarecimento temperado de
gentileza ou a indicação paciente e clara da verdade ao ânimo do obreiro menos
acordado, na edificação espiritual.
Noutros instantes, a obrigação mais valiosa que as
circunstâncias nos solicitam é o entendimento com uma criança, a conversação
fraternal com um doente, a limpeza de um móvel ou a condução de um fardo
pequenino.
Imprescindível, porém, desempenhar semelhantes incumbências,
sem derramar o ácido da queixa e sem azedar o sentimento na aversão
sistemática.
Irritar-se alguém, no exercício das boas obras é o mesmo
que rechear o pão com cinzas.
Administrar amparando e obedecer, efetuando o melhor! ...
Em tudo, compreender que o modo mais eficiente de pedir é
trabalhar e que o processo mais justo de recomendar é fazer, mas trabalhar e
fazer, sem tristeza e sem revolta, entendendo que benfeitorias e providências
são recursos preciosos para nós mesmos.
Em todas as empresas do bem, somos complementos naturais
uns dos outros.
O Universo é sustentado na base da equipe.
Uma constelação é família de sóis.
Um átomo é agregado de partículas.
Nenhum de nós procure destaque injustificável.
Na direção ou na subalternidade, baste-nos o privilégio
de cumprir o dever que a vida nos assinala, discernindo e elucidando, mas
auxiliando e amando sempre.
0 coração, motor da vida orgânica, trabalha oculto e
Deus, que é para nós o Anônimo Divino, palpita em cada ser, sem jamais
individualizar-se na luz do bem.
Emmanuel – Livro da Esperança -
O ESPIRITISMO
"O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos
homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual
e suas relações com o mundo corporal; ele no-lo mostra, não mais como uma coisa
sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente
ativas da Natureza..." (Cap. I, item 5)
Uma visão sobre a Vida Maior renasce no século XIX na
França: verdadeiro ato heróico fez o notável professor Allan Kardec, ao trazer
toda uma idéia sobre espiritualidade para o Velho Mundo, até então adormecido
pelas doutrinas materialistas e lucrativas vigentes na época.
O Estado e as classes sociais dominadoras transformavam
os interesses de alguns em necessidade de todos. Para assegurar privilégios e
poder, usavam dos instrumentos possíveis, desde as religiões, meios de
comunicação e até a escola, como difusão de crenças e valores que lhes
garantissem a ordem social e seus ideais como verdades de todos.
A religião como instituição sagrada se convertia em
instrumentos e, ao mesmo tempo, vítima do processo. Os sacerdotes eram os donos
das almas há séculos, e os destinos das criaturas estavam circunscritos às
decisões eclesiásticas, que detinham o cetro "divino" da absolvição
ou da condenação.
Acreditava-se que as consciências não tinham estrutura de
fato para fazer avaliações sobre o certo e o errado; por isso eram manipuladas
por crenças autoritárias e arbitrárias, ditadas por homens intransigentes e
fanáticos.
A missão imposta às escolas e às universidades era a de
contribuir para a difusão/consolidação de ideologias criadas por esses grupos
detentores da decisão, formando consciências submissas e servis, tementes a
Deus, ao Rei e ao Estado e impondo-se com argumentos incompatíveis com a ordem
divina, para atender a necessidades camufladas pelos herdeiros privilegiados e
arrogantes de uma sociedade absolutista.
O eminente educador Rivail, homem de uma religiosidade
missionária, traz à França, em meio ao positivismo de Augusto Comte, a idéia
imortalista do Espiritismo.
Apesar de a crença na reencarnação ter sido banida do
movimento religioso pelos concílios ecumênicos da Antiguidade, Kardec a
apresenta ao mundo sob a supervisão dos Espíritos Superiores, estabelecendo
assim novos rumos à sociedade, presa a conceitos de superioridade de nascimento
e graças especiais entre os escolhidos.
Os preconceitos de classe social, cor e sexo caem por
terra, já que pela roda das encarnações sucessivas poderemos habitar os mais
diferentes corpos e pertencer às mais diversas castas da sociedade; a família
patriarcal e possessiva já não tem razão de ser e a servidão da mulher toma
conotação de crença despótica e machista.
Faz-se então uma verdadeira revolução nos costumes
medievais que ainda vigoravam na época, a qual encontra consideração por parte
de alguns, pela lógica e discernimento vida como um todo, e oposição
sistemática por parte de outros, pelo grau de imaturidade psicológica deles e
por mexer valores íntimos de convencionalismo e superstição arraigados em suas
consciências através dos tempos.
O Espiritismo fez renascer nas almas a compreensão da
verdadeira natureza do homem e a percepção de que seu destino é fruto de suas
escolhas.
Imortalidade da alma e vidas sucessivas são algumas das
bases sólidas que abalaram os alicerces de toda uma coletividade estruturada
numa visão distorcida da verdade universal. A nova ideologia estabelece por
crença indispensável a fraternidade, como concepção de vida real a ser
incorporada pelos indivíduos e grupos à medida que suas necessidades
espirituais forem tomando aspectos de ascensão e conhecimento.
A Doutrina Espírita é um método extraordinário de educação.
A sobrevivência após a morte, a preexistência e a evolução das almas ainda são
quase que totalmente desconhecidas pelos povos com ares de hegemonia. Porém, ao
tempo certo, delas tomarão consciência, conforme afirma o apóstolo Paulo,
quando escreve às igrejas da Galácia: "...porque a seu tempo tudo
ceifaremos..."
Hammed - Livro: Renovando Atitudes
SOCORRO OPORTUNO
Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e
esmera-te em ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita
te favorece.
Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante
doente da alma; entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas
trincheiras da resistência ao desequilíbrio espiritual.
Por um alienado que se candidata às terapias do
manicômio, centenas de fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência
cotidiana. Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes
aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias,
à maneira de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz. .
. Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de
crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram
espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de
cometer; entregaram-se, tranquilos, a compromissos que supuseram
inconspurcáveis e acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o
lar, como sendo um caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à
feição de prisioneiros sem esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a
sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa de encontrarem companheiros
abençoados para a velhice, e acharam-se relegados a extremo abandono; saíram da
juventude, plenos de aspirações renovadoras e toparam enfermidades que lhes
atenazam a vida. . . E, com eles, os que se acusam desajustados, temos ainda os
que vieram do berço em aflição e penúria, os que se emaranharam em labirintos
de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas responsabilidades que
esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições. . .
Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e
trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso,
estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no
exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos
solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria
divulgação.
De Estude e Viva, de Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira, Emmanuel e André Luiz
O ESPIRITISMO EM SUA VIDA
Reflita na importância do Espiritismo em sua encarnação.
Confrontemo-lo com as circunstâncias diversas em que você despende a própria
existência.
Corpo – Engenho vivo que você recebe com os tributos da
hereditariedade fisiológica, em caráter de obrigatoriedade, para transitar no
Planeta, por tempo variável, máquina essa que funciona tal qual o estado
vibratório de sua mente.
Família – Grupo consanguíneo a que você forçosamente se
vincula por remanescentes do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao
burilamento pessoal.
Profissão – Quadro de atividades constrangendo-lhe as
energias à repetição diária das mesmas obrigações de trabalho, expressando
aprendizado compulsório, seja para recapitular experiências imperfeitas do
passado ou para a aquisição de competência em demanda do futuro.
Provas – Lições retardadas que nós mesmos acumulamos no
caminho, através de erros impensados ou conscientes em transatas reencarnações,
e que somos compelidos a rememorar e reaprender.
Doenças – Problemas que carregamos conosco, criados por
vícios de outras épocas ou abusos de agora, que a Lei nos impõe em favor de
nosso equilíbrio.
Decepções – Cortes necessários em nossas fantasias,
provocados por nossos excessos, aos quais ninguém pode fugir.
Inibições -
Embaraços gerados pelo comportamento que adotávamos ontem e que hoje nos
cabe suportar em esforço reeducativo.
Condição – Meio social merecido que nos facilita ou
dificulta as realizações, conforme os débitos e créditos adquiridos.
Segundo é fácil de concluir, todas as situações da
existência humana são deveres a que nos obrigamos sob impositivos de
regeneração ou progresso.
Mas a Doutrina Espírita é o primeiro sinal de que
estamos entrando em libertação espiritual, à frente do Universo,
habilitando-nos, pela compreensão da justiça e pelo serviço à Humanidade, a
crescer e aprimorar-nos para Esferas Superiores.
Pense no valor do Espiritismo em sua vida.
Ele é a sua
verdadeira oportunidade de partilhar a imortalidade desde hoje.
De Estude e Viva, de Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira, Emmanuel e André Luiz
APLICAÇÃO ESPÍRITA
E - Cap. I - Item
5
Tudo aquilo que podemos nomear, como sendo a grandeza da
civilização, é conjunto de planos experimentados.
Educação, ciência, economia e indústria demonstram isso.
Diretrizes modernas do ensino nasceram no pensamento de
orientadores que alentam a instrução na Terra; substancializadas pelos
professores que lhes hipotecaram confiança, patrocinam agora a generalização da
cultura.
Antibióticos eram projetos estanques nas cogitações das
autoridades que se dedicam à saúde humana; fabricados pelos cientistas que lhes
conferiram o crédito necessário, são hoje o amparo à existência de milhões de
pessoas.
Aproveitamentos de áreas desérticas foi simples ideia na
cabeça de estudiosos, preocupados em melhorar as condições do povo; utilizada
pelos técnicos que lhe consagraram atenção, aumentou recursos e provisões, em
benefício da Humanidade.
O automóvel, a princípio, reduzia-se a esboços traçados
pela inteligência, interessadas na solução ao problema das distâncias no mundo;
executados por obreiros do progresso que lhes empenharam a própria ação,
transfiguraram-se na máquina que atualmente promove a aproximação dos homens,
em todas as direções.
Avaliam-se motores.
Praticam-se esportes.
Ensaiam-se bailados.
Testam-se receitas culinárias.
Experimenta-se a qualidade do sabão, aconselhado no
programa radiofônico.
A Doutrina Espírita é código de princípios trazidos ao
mundo pelos mensageiros do Cristo, objetivando a restauração do Evangelho, cuja
vivência, no campo das atividades terrestres, o próprio Cristo demonstrou
claramente possível.
Cabe, assim, a nós, os discípulos e seguidores da Nova
Revelação, - o dever de não interromper-lhe a marcha, no enlevo improdutivo,
diante dos fenômenos, e nem paralisar-lhe a força edificante nas conjecturas
estéreis, reconhecendo que compete a nós todos a obrigação de incorporá-la à
nossa própria vida, de modo a provar que o Espiritismo é a religião natural da
verdade e do bem que renova e funciona.
Opinião Espírita, de Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz
ESPÍRITAS NO EVANGELHO
E - Cap. I - Item 5
Comenta o Evangelho, nas tarefas doutrinárias do
Espiritismo, entretanto, diligencia exumar as sementes divinas da verdade,
encerradas no cárcere das teologias humanas, para que produzam os frutos da
vida eterna no solo da alma.
Exalta a gloria de Cristo, mas elucida que ele não
transitou, nos caminhos humanos, usufruindo facilidades e sim atendendo aos
desígnios de Deus, nas disciplinas de humilde servidor.
Refere-te, mas explica que o céu é o espaço infinito, em
suja vastidão milhões de mudos obedecem às leis que lhes foram traçadas, a fim
de que se erijam em lares e escolas das criaturas mergulhadas na evolução.
Menciona os anjos, mas esclarece que eles não são
inteligências privilegiadas no Universo e sem espíritos que adquiriram a
sabedoria e a sublimação, à custa de suor e preço de lágrimas.
Reporta-te à redenção, mas observa que a bondade não
exclui a justiça e que o espírito culpado é constrangido ao resgate de si
próprio, através da reencarnação, tantas vezes quantas sejam necessárias,
porquanto, à frente da Lei, cada consciência deve a si mesma a sombra da
derrota ou o clarão do triunfo.
Cita profetas e profecias, fenômenos e influências, mas
analisa os temas da mediunidade, auxiliando o entendimento comum, no
intercâmbio entre encarnados e desencarnados, e ofertando adequados remédios
aos problemas da obsessão.
Salienta os benefícios da fé, mas demonstra que a oração
sem as boas obras assemelha-se à dolosa atitude nos negócios da alma, de vez
que se a prece nos clareia o lugar de trabalho, é preciso apagar o mal para que
o mal nos esqueça e fazer o bem para que o bem nos procure.
Define a excelência da virtude, mas informa que o crédito
moral não é obtido em deserção da luta que nos cabe travar com as tentações
acalentadas por nós mesmos, a fim de que a nossa confiança nas Esferas
Superiores não seja pura ingenuidade, à distância da experiência.
Expõe o Evangelho, mas não faças dele instrumento de
hipnose destrutiva das energias espirituais daqueles que te escutem.
Mostra que Jesus não lhe plasmou a grandeza operando sem
amor e sem dor, e nem distraias a atenção dos semelhantes, encobrindo-lhes a
responsabilidade de pensar e servir, que a Boa Nova nos traça a todos, de
maneira indistinta.
O Espiritismo te apoia o raciocínio para que lhe reveles
a luz criadora e a alegria contagiante, auxiliando-te a despertar os ouvintes
da verdade na compreensão do sofrimento e na felicidade do dever, nos tesouros
do bem e nas vitórias da educação.
Opinião Espírita de Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz
A RIGOR
Espírito Santo- falange dos Emissários da Providência que
superintende os grandes movimentos da Humanidade na Terra e no Plano
Espiritual.
Reino de Deus- estado de sublimação da alma, criado por
ela própria, através de reencarnações incessantes.
Céu- esferas espirituais santificadas onde habitam
Espíritos Superiores que exteriorizam, do próprio íntimo, a atmosfera de paz e
felicidade.
Milagre- designação de fatos naturais cujo mecanismo
familiar à Lei Divina ainda se encontra defeso ao entendimento fragmentário da
criatura.
Mistério-parte ignorada das Normas Universais que,
paulatinamente, é identificada e compreendida pelo espírito humano.
Sobrenatural-definição de fenômenos que ainda não se
incorporam aos domínios do hábito.
Santo-atributo dirigido a determinadas pessoas que
aparentemente atenderam, na Terra, a execução do próprio dever.
Tentação-posição pessoal de cativeiro interior a vícios
instintivos que ainda não conseguimos superar por nós mesmos.
Dia de juízo - oportunidade situada entre dois períodos
de existência da alma, que se referem à sementeira de ações e à renovação da
própria conduta.
Salvação-libertação e preservação do espírito contra o
perigo de maiores males, no próprio caminho, a fim de que se confie à
construção da própria felicidade, nos domínios do bem, elevando-se a passos
mais altos de evolução.
O Espiritismo tem por missão fundamental, entre os
homens, a reforma interior de cada um, fornecendo explicações ao por que dos
destinos, razão pela qual muitos conceitos usuais são por ele restaurados ou
corrigidos, para que se faça luz nas consciência e consolo nos corações. Assim
como o Cristo não veio destruir a Lei, porém cumpri-la, a Doutrina Espírita não
veio desdizer os ensinos do Senhor, mas desenvolvê-los, completá-los e
explicá-los “em termos claros e para toda a gente, quando foram ditos sob forma
alegóricas”.
A rigor, a verdade pode caminhar distante da palavra com
que aspiramos a traduzi-la.
Renove, pois, as expressões do seu pensamento e a vida
renovar-se-lhe-á inteiramente, nas fainas de cada hora.
André Luiz - Livro: O Espírito da Verdade- Psicografia
Francisco C. Xavier e Waldo Vieira- Espíritos Diversos
O MESTRE E O APÓSTOLO
E - Cap. 1 - Item
7
Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe
restaurou a palavra.
Jesus, o Mestre.
Kardec, o professor.
Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.
Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.
Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho,
pelos que se acomodam na sombra.
Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo,
pelos que fogem da luz.
Jesus caminha sem convenções.
Kardec age sem preconceitos.
Jesus exige coragem de atitudes
Kardec reclama independência mental.
Jesus convida ao amor.
Kardec impele à caridade.
Jesus consola a multidão.
Kardec esclarece o povo.
Jesus acorda o sentimento.
Kardec desperta a razão.
Jesus constrói
Kardec consolida.
Jesus revela.
Kardec descortina.
Jesus propõe.
Kardec expõe.
Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos
mediúnicos.
Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através
da mediunidade.
Jesus afirma que é preciso nascer de novo.
Kardec explica a reencarnação.
Jesus reporta-se a outras moradas.
Kardec menciona outros mundos.
Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que
a justiça atribui a cada um pela próprias obras e anuncia que o Criador será
adorado, na Terra, em espírito.
Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.
Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da
vida,Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.
Jesus, a porta.
Kardec, a chave.
De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e
Waldo Vieira, Emmanuel e André Luiz
CULTO ESPÍRITA
“Não penseis que
eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas
cumpri-los.” JESUS - MATEUS, 5: 11.
“Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei,
porém cumpri-la”, também o espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas
dar-lhe execução.” Cap. 1, 7. (*)
O Culto Espírita, expressando veneração aos princípios
evangélicos que ele mesmo restaura, apela para o íntimo de cada um, a fim de
patentear-se.
Ninguém precisa inquirir o modo de nobilitá-lo com mais
grandeza, porque reverenciá-lo é conferir-lhe força e substância na própria
vida.
Mãe, aceitarás os encargos e os sacrifícios do lar amando
e auxiliando a Humanidade, no esposo e nos filhos que a Sabedoria Divina te
confiou.
Dirigente, honrarás os dirigidos.
Legislador, não farás da autoridade instrumento de
opressão.
Administrador, respeitarás a posse e o dinheiro,
empregando-lhes os recursos no bem de todos, com o devido discernimento.
Mestre, ensinarás construindo.
Pensador, não torcerás as convicções que te enobrecem.
Cientista, descortinarás caminhos novos, sem degradar a
inteligência.
Médico, viverás na dignidade da profissão sem negociar
com. as dores dos semelhantes.
Magistrado, sustentarás a justiça.
Advogado, preservarás o direito.
Escritor, não molharás a pena no lodo do viciado, nem no
veneno da injúria.
Poeta, converterás a inspiração em fonte de luz.
Orador, cultivarás a verdade.
Artista, exaltarás o gênio e a sensibilidade sem
corrompê-los.
Chefe, serás humano e generoso, sem fugir à
imparcialidade e à razão.
Operário, não furtarás o tempo, envilecendo a tarefa.
Lavrador, protegerás a terra.
Comerciante, não incentivarás a fome ou o desconforto, a
pretexto de lucro.
Cobrador de impostos, aplicarás os regulamentos com
eqüidade.
Médium, serás sincero, e leal aos compromissos que
abraças, evitando perverter os talentos do plano espiritual no
profissionalismo, religioso. O culto espírita possui um templo, vivo em cada,
consciência na, esfera de todos aqueles que lhe esposam as instruções, de
conformidade com o ensino de Jesus: “O reino de Deus está dentro de vós” e toda
a sua teologia se resume na definição do Evangelho: “a cada um por suas obras”.
À vista
disso, prescindindo de convenção pragmática, temos nele o caminho libertador
alma, educando-nos raciocínio e sentimento, para que possamos servir na
construção do mundo melhor.
A presente citação e todas as demais colocadas neste
livro, em seguida aos textos evangélicos, forem extraídas de “0 Evangelho
segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. Nota do Autor espiritual.
Emmanuel - do Livro da Esperança. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
NA SENDA
RENOVADORA
Disse o Cristo: - “Eu não vim destruir a Lei”.
Também nós outros, os amigos desencarnados, não nos encontramos
entre os homens para guerrear-lhes a fé.
Muita gente aceita a luz da Nova Revelação, conservando-a
no vinagre da intemperança, como se a verdade fosse um raio fulminativo para a
ruína do mundo, e, usando a lente escura do pessimismo, desfaz-se, cada hora,
entre a queixa e o azedume, identificando, em toda parte, males e nuvens,
feridas e deserções.
Hoje, o Cristianismo Redivivo é sol na alma,
auxiliando-nos a ver e a servir.
Entre nós, o princípio religioso não se confina à
profissão de fé, vazada na confissão labial pura e simples.
Além da palavra que exprime o pensamento, será igualmente
ação que reflete a vida.
É por isso que toda a nossa predicação deve começar em
nós mesmos, através do estudo edificante que nos amplie o horizonte mental e
através do serviço que nos propicie experiência.
Não vale situar a convicção nos conflitos estéreis.
Muitas vezes, a ofensiva verbal, culta e brilhante, não
passa de frases belas e contundentes, à maneira de granizo, chovendo na
plantação promissora.
Se já acordaste para a luz do Evangelho Redivivo, não
olvides que o Céu te convida a entender e auxiliar.
Purifica o verbo nas fontes vivas do amor que vertem do
coração para que a injustiça não te governe o roteiro.
Cristo insculpiu n’Ele próprio a luz da mensagem que
trazia, redendo-se ao amor e à humildade, ao trabalho e ao sacrifício.
Também nós, guardando a nossa fé, sem qualquer violência
para com os outros, busquemos estampá-la na luta de cada dia, conscientes de
que o próximo receber-nos-á o apelo que brilhe em nós mesmos.
Da Obra “Confia E Segue” – Emmanuel – Médium: Francisco
Cândido Xavier
VINTE SERVIÇOS QUE O ESPIRITISMO FAZ POR VOCÊ
01 Integra você no conhecimento de sua posição e criatura
eterna e responsável, diante da vida.
02 Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos
os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.
03 Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da
morte provando que ela não existe.
04 Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o
porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.
05 Confere-lhe forças para suportar as maiores
vicissitudes do corpo, mostrando a você que no instrumento físico nos reflete
as condições ou necessidades do espírito.
06 Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da
parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os
desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.
07 Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto
da Presença Divina é a consciência.
08 Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de
crença religiosa.
09 Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do
futuro além da morte.
10 Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes
queridos, depois de desencarnados.
11 Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.
12 Traça-lhe providências para o combate ou para a cura
da obsessão.
13 Concede-lhe o direito à fé raciocinada.
14 Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.
15 Auxilia você a revisar e revalorizar os conceitos de
trabalho e tempo.
16 Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos
ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.
17 Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da
crítica.
18 Ensina você a considerar adversários por instrutores.
19 Explica-lhe que, por maiores sejam as suas
dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a
própria situação.
20 Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém
fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.
Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo
realiza em nosso favor. Será curioso que cada de nós pergunte a si mesmo o que
estamos nós a fazer por ele.
Autor: André Luiz Psicografia de Waldo Vieira, em
22-10-65, em Uberaba, Minas Gerais
Nenhum comentário:
Postar um comentário