APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XXI - ITEM 8 - OS FALSOS PROFETAS



8 – Se alguém vos disser: “O Cristo está aqui”, não o procureis, mas, ao contrário, ponde-vos em guarda, porque são numerosos os falsos profetas. Então não vedes quando as folhas da figueira começam a embranquecer; não vedes os numerosos rebeldes ansiando pela época da floração; e o Cristo não vos disse: “Conhece-se a árvore pelos seus frutos”? Se, pois, os frutos são amargos, considerais a árvore má; mas se são doces e saudáveis, dizeis: “Nada tão puro poderia sair de um tronco mau”.
É assim, meus irmãos, que deveis julgar: são as obras que devem ser examinadas. Se os que se dizem revestidos do poder divino revelam todos os sinais de semelhante missão, ou seja, se eles possuem, no mais alto grau, as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a  indulgência, a bondade que concilia todos os corações; e se, confirmando as palavras, lhes juntam os atos; então podereis dizer: Estes são realmente os enviados de Deus.
Mas desconfiai das palavras melífluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus, que pregam nas praças públicas, vestidos de longas vestes. Desconfiai dos que pretendem estar na posse da exclusiva e única verdade!
Não, não, o Cristo não está lá, porque aqueles que ele envia, para propagar a sua santa doutrina e regenerar o povo, são sempre, a seu próprio exemplo, mansos e humildes de coração, acima de tudo o mais; os que devem, por seus exemplos e seus conselhos, salvar a humanidade, que corre para a perdição e se desvia por caminhos tortuosos, serão, antes de tudo, inteiramente modestos e humildes. Todo aquele que revela um átomo de orgulho, fugi dele como de uma lepra contagiosa, que corrompe tudo o que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas sobretudo nos atos, a marca de sua grandeza ou de sua decadência.
Avançai, pois, meus queridos filhos, marchai sem vacilações, sem segundas intenções, na bendita caminhada que empreendestes. Avançai, avançai sempre, sem nenhum temor, e afastai corajosamente tudo o que poderia dificultar a vossa marcha para o objetivo eterno. Viajores, não estareis mais do que um breve tempo nas trevas e dores da prova, se vossos corações se deixarem levar por esta suave doutrina, que vem revelar-vos as leis eternas, satisfazendo todas as aspirações da vossa alma diante do infinito!

Sim, desde já podereis corporificar esses silfos alígeros, que perpassam nos vossos sonhos, e que, tão efêmeros, só podiam deleitar o vosso espírito, sem nada dizerem ao vosso coração. Agora, meus amigos, a morte desapareceu, cedendo lugar ao anjo radioso que conheceis, o anjo do reencontro e da reunião. Agora, vós que bem cumpristes a tarefa que o Criador vos deu, nada mais tendes a temer da sua justiça, porque Ele é pai e perdoa sempre aos seus filhos desgarrados, que clamam por misericórdia. Continuai, portanto, avançai sem cessar! Que a vossa divisa seja a do progresso constante em todas as coisas, até chegardes ao termo feliz em que vos esperem,afinal, todos aqueles que vos precederam.




TEXTOS DE APOIO



O GRANDE CEIFADOR

Comentando certas dificuldades de genuína propaganda, espírita, o velho Jonathan, antigo seguidor do Evangelho em nosso campo de ação espiritual, tomou; a palavra e falou, sorrindo:
– No tempo do Mestre, semelhantes entraves não eram menores. A gloriosa, missão do Senhor ia em meio, quando surgiram várias legiões de supostos discípulos da Boa Nova, à margem das atividades evangélicas. Multidões desarvoradas, ao comando de chefes que se diziam continuadores de João Batista, enxameavam nas bordas do Jordão, a se dispersarem na Palestina e na Síria.
Capitães da revolta popular contra o domínio romano, “após ouvirem as lições do Senhor, usavam-lhe a doutrina, criando a discórdia sistematizada, em nome da solidariedade humana, nos diversos vilarejos que circulavam o Tiberíades”.
Todos erguiam flamejante verbo, asseverando falar em nome do Divino Renovador. Jesus, o Messias Nazareno, achava-se entre os homens, investido da autoridade indispensável à formação de um Novo Reino.
Destruiria os potentados estrangeiros e aniquilaria ditadores do poder.
Discursos preciosas faziam-se ouvir Doe cenáculo do povo e nos quadros rústicos da natureza, exaltando a boa vontade e a comunhão das almas, o devotamento e a tolerância entre as criaturas.
Milhares de ouvintes escutavam, enlevados, as pregações, extáticos e felizes, qual se já respirassem num mundo novo.
Contudo, no turbilhão dos conceitos vibrantes e nobres, alinhavam-se aqueles que, arrecadando dinheiro para socorro às viúvas e aos órfãos, olvidavam-nos deliberadamente para enriquecerem a própria bolsa, e apareciam os oportunistas que, em se incumbindo da doutrinação referente à fraternidade, utilizavam-se da frase primorosa e bem feita, para a realização das mais baixas manobras políticas.
Foi por isso que, em certo crepúsculo, quando a multidão se Congregava em torno do Mestre, junto às águas, para recolher-lhe a palavra consoladora e o ensino salutar, Simão Pedro, homem afeiçoado à rude franqueza, valendo-se da grande pausa que o Eterno Benfeitor imprimira à própria narrativa, quando expunha a parábola do semeador, interpelou-O, diretamente, indagando:
– Mestre, e que faremos dos que exploram a ideia do Reino de Deus? Em muitos lugares, encontramos aqueles que formam grupos de serviço, em nome da Boa Nova nascente, tumultuando corações em proveito próprio. Agitam a mente popular e formulam promessas que não podem cumprir... Em Betsaida, temos a falange de Berequias ben Zenon que a dirige com entusiasmo dominante, apropriando-se-vos da mensagem sublime para solicitar as dracmas de pobres pescadores, alegando destiná-las aos doentes e às viúvas, mas, embora preste auxílio a reduzido número de infortunados, guarda para si mesmo a maior parte das ofertas amealhadas e, ainda hoje, em Cafarnaum, ouvi a prédica brilhante de Aminadab ben Azor, que se prevalece de vossas lições divinas para induzir o povo à indisciplina e à perturbação, não obstante pronuncie afirmativas e preces que reconfortam o espírito dos que sofrem nos caminhos árduos da Terra... Come agir, Senhor? Será justo nos subordinemos à astúcia dos ambiciosas e à manha dos velhacos? como relegar o Evangelho à, dominação de quantos se rendem à vaidade e à avidez da posse, ao egocentrismo e à loucura.
Jesus meditou alguns instantes e replicou:
– Simão, antes de tudo, é preciso considerar que o crime confesso encontra na lei a corrigenda, estabelecida. Quem rouba é furtado, quem ilude os outros, engana a si próprio, e quem fere será ferido...
– Mas, Senhor – tornou o apóstolo –, no processo em exame, creio seja necessário ponderar que os males decorrentes da falsa propaganda são incomensuráveis...... Não haverá recurso para sustá-los de imediato?
O Excelso Amigo considerou, paciente:
– Se há juízes no mundo que nasceram para o duro mister de retificar, aqui nos achamos para a obra do auxílio. Não podemos olvidar que os verdadeiros discípulos da Boa Nova, atentos, à missão de amor que lhes cabe, não dispõem de tempo e disposição para partilhar as atividades dos irmãos menos responsáveis... Além disso, baseando-me em sua própria palavra, não estamos diante de companheiros totalmente esquecidos da caridade. Disseste que Berequias ben Zelou, pelo menos, ampara alguns infelizes que lhe cercam a estrada, e que Aminadab ben Azor, no seio das palavras insensatas que pronuncia, encaixa ensinamentos e orações de valia para os necessitados de luz... E se formos sopesar as esperanças e possibilidades, os anseios e as virtudes dos milhares de amigos provisórios
que os acompanham, como justificar qualquer sentença condenatória de nossa parte?
O apontamento judicioso ficou no ar, e, como ninguém respondesse, Jesus espraiou o olhar no horizonte longínquo, como quem apelava para o futuro, e ditou a parábola do joio e do trigo, que consta do capítulo treze das anotações de Mateus:
– “O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente em seu campo; mas, ao dormir, eis que veio o inimigo e semeou joio no meio do trigo: retirando-se após.
Quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos desse pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: – Senhor, não semeaste no campo a boa semente? porque a intromissão do joio? E ele lhes disse: – Um adversário é quem fez isso.
E os servos acentuaram: – Queres, pois, que o arranquemos? Respondeu-lhes, porém, o senhor: – Isso não, para que não aconteça extirpemos o joio, sacrificando o trigo. Deixemo-los crescer juntos até à ceifa. Nessa ocasião, direi nos trabalhadores: – Colhei primeiramente o joio para que seja queimado e ajuntai o trigo no meu celeiro.”
Calou-se o Cristo, pensativo...
Todavia, Simão, insatisfeito, volveu a perguntar :
– Mas... Senhor, Senhor!... em nosso caso, quem colherá a verdade, separando-a da mentira?
O Mestre sorriu de novo e respondeu:
– Pedro, o tempo e o grande ceifador... Esperemos por ele, cumprindo o dever que nos compete... A vida e a justiça pertencem ao Pai e o Pai decidirá quanto aos assuntos da vida e da justiça...
E porque ninguém lhe opusesse embargo à lição, calou-se o Mestre para demandar, em seguida, outros ensinos...
Silenciou o velho Jonathan e, a nosso turno, com material suficiente para estudo, separamo-nos todos para concluir e meditar.

Livro : Cartas E Crônicas – Humberto de Campos –  Irmão X



ANTE  OS  FALSOS  PROFETAS
Acautela-te em atribuir aos falsos profetas o fracasso de teus empreendimentos morais.
Recorda que todos somos tentados, segundo a espécie de nossas imperfeições.
Não despertarás a fome do peixe com uma isca de ouro, nem atrairás a atenção do cavalo com um prato de pérolas, mas, sim, ofertando-lhes à percepção leve bocado sangrento ou alguma concha de milho.
Desse modo, igualmente, todos somos induzidos ao erro, na pauta de nossa própria estultícia.
Dominados de orgulho, cremos naqueles que nos incitam à vaidade e, sedentos de posse, assimilamos as sugestões infelizes de quantos se proponham explorar-nos a insensatez e a cobiça.
É preciso lembrar que todos somos, no traje físico ou dele desenfaixados, espíritos a caminho, buscando na luta e na experiência os fatores da evolução que nos é necessária, e que, por isso mesmo, se já somos aprendizes do Cristo, temos a obrigação de buscar-lhe o exemplo para metro ideal de nossa conduta.
Não vale, assim, alegar confiança na palavra de quantos nos sustentam a fantasia, com respeito a fictícios valores de que sejamos depositários, no pressuposto de que venham até nós, na condição de desencarnados; pois que a morte do corpo é, no fundo, simples mudança de vestimenta, sem afetar, na maioria das circunstâncias, a nossa formação espiritual.
<<Não creias, desse modo, em todo espírito>> - diz-nos o Apóstolo -, porquanto semelhante atitude envolveria a crença cega em nossos próprios enganos, com a exaltação de reiterados caprichos.
O ouvido que escuta é irmão da boca que fala.
Ilusão admitida é nossa própria ilusão.
Apetite insuflado é apetite que acalentamos.
Mentira acreditada é a própria mentira em nós.
Crueldade aceita é crueldade que nos pertence.
De alguma sorte, somos também a força com a qual entramos em sintonia.
Procuremos, pois, o Mestre dos mestres como sendo a luz de nosso caminho. E cotejando, com as lições d’Ele, avisos e informes, mensagens e advertências que nos sejam endereçados, desse ou daquele setor de esclarecimento, aprenderemos, sem sombra, que a humildade e o serviço são nossos deveres de cada hora, para que a verdade nos ilumine e para que o amor puro nos regenere, preservando-nos, por fim, contra o assédio de todo mal.

De "Religião dos Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel



SEM IDOLATRIA

Cap. XXI - Item 8 - ESE
Núcleo religiosos de todos os tempos e mesmo certas práticas, estranha à religião, têm usado a idolatria como tradição fundamental para manter sempre viva a chama da fé e o calor do ideal.
O hábito vinculou-se tão profundamente ao espírito popular que, em plena atualidade, nos arraiais do Espiritismo Cristão, a desfraldar a bandeira da fé raciocinada, as vezes, ainda encontramos criaturas tentando a substituição dos ídolos inertes pelos companheiros de carne e osso da experiência comum, quando chamados ao desempenho da responsabilidade mediúnica.
Urge, desse modo, compreendermos a impropriedade da idolatria de qualquer natureza, fugindo, entretanto, à icnoclastia e à violência, no cultivo do respeito e da compreensão diante das convicções alheias, de modo a servirmos na libertação mental dos outros na esfera do bom exemplo.
A advertência apostólica vem comprovar que a Doutrina Cristã, em sua pureza de fundamentos, surgiu no clima da Galiléia, dispensando a adoração indébita, em todas as circunstâncias, devendo-se exclusivamente à interferência humana os excedentes que lhe foram impostos ao exercício simples e natural.
Assim, proscreve de teu caminho qualquer prurido idolátrico em torno de objetos ou pessoas, reafirmando a própria emancipação das algemas seculares que vêm cerceando o intercâmbio das criaturas encarnadas com o Reino do Espírito, através da legítima confiança.
Recebemos hoje a incumbência de aplicar, na edificação do bem desinteressado, o tempo e a energia que desperdiçávamos, outrora, à frente dos ídolos mortos, de maneira a substancializarmos o ideal religioso, no progresso e na educação, prelibando as realidades da Vida Gloriosa.
Emmanuel - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Francisco C Xavier e Waldo Vieira.




ÍDOLOS

"Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos Ídolos." - (ATOs, capítulo 15, versículo 29.)

Os ambientes religiosos não perceberam ainda toda a extensão do conceito de idolatria.
Quando nos referimos a ídolos, tudo parece indicar exclusivamente as imagens materializadas nos altares de pedra. Essa é, porém, a face mais singela do problema.
Necessitam os homens exterminar, antes de tudo, outros ídolos mais perigosos, que lhes perturbam a visão e o sentimento.
Demora-se a alma, muitas vezes, em adoração mentirosa.
Refere-se o versículo às "coisas sacrificadas aos ídolos", e o homem está rodeado de coisas da vida. Movimentando-as, a criatura enriquece o patrimônio evolutivo. Ë necessário, no entanto, diferenciar as que se encontram consagradas a Deus das sacrificadas aos ídolos.
A ambição de alcançar os valores espirituais, de acordo com Jesus, chama-se virtude; o propósito de atingir vantagens transitórias no campo carnal, no plano da inquietação injusta, chama-se insensatez.
Os "primeiros lugares", que o Mestre nos recomendou evitemos, representam Ídolos igualmente. Não consagrar, portanto, as coisas da vida e da alma ao culto do imediatismo terrestre, é escapar de grosseira posição adorativa.
Quando te encontres, pois, preocupado com os insucessos e desgostos, no círculo individual, não olvides que o Cristo, aceitando a cruz, ensinou-nos o recurso de eliminar a idolatria mantida em nosso caminho por nós mesmos.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel.





ÍCONES
"entretanto, abandonando de todo a idolatria, os judeus desprezaram a lei moral, para se aferrarem ao mais fácil: a prática do culto exterior. E.S.E. CAPÍTULO 18, ÍTEM 2

A palavra integral significa por inteiro, total. Quando, mencionamos o homem integral, estamos referindo ao ser na sua completude, a integração de todas as suas "partes" num todo.
O homem integral harmoniza os seus opostos e resgata a sua "identidade original", já que ao longo da caminhada evolutiva estruturou uma imagem "irreal" de Eu Divino no espelho da vida mental que nomeamos com. "falso eu", com a qual temos caminhado há milênios no trajeto da evolução.
A vida é dialética, tem aparentes contradições, porque consiste de opostos que são, em verdade, complementares. Basta observar: noite e dia, vida e morte, verão e inverno, razão e intuição, bem e mal, claro e escuro, masculino e feminino. Sem os opostos não existe a vida.
Aprendemos, no entanto, a estabelecer divisões, uma visão cartesiana de partir o indivisível, estabelecendo assim a luta contra o que se convencionou considerar como sendo mau, não aceitável, feio e inutilizável. Nasce então conflito, a perturbação, a cobrança.
Olhar "as duas faces da moeda" é uma grande sabedoria de vida. É uma atitude saudável a ser cultivada, com cuidado no processo de transformação, que é a grande razão de nossa peregrinação pela Terra.
Luz e sombra são opostos. No entanto, uma depende da outra, assim como o passo da perna direita depende do passo da perna esquerda. Luz e sombra, perfeição e imperfeição são faces de uma mesma estrutura da alma, razão pela qual será impróprio adotar o conceito de eliminação para os assuntos da vida interior. Nunca eliminamos uma "parte", a integramos.
Contudo, esse processo de integração gera um doloroso sentimento de perda, necessário ao progresso. Perde-se o velho para construir o novo. Na verdade efetuamos uma reconstrução marcada por etapas desafiantes. Perde-se a "velha identidade" e não se sabe como construir o que se deve ser agora", a "nova identidade".
O conhecimento espírita é uma mola propulsora de semelhante operação da vida mental. Ao adquirir a noção da imortalidade, a alma sensibiliza-se para novas escaladas. Decide pela transformação, mas observa de pronto que mudar não é tarefa simples, que se concretiza de hora para outra. Assim, enquanto a criatura não constrói o homem novo e singular, único e incomparável que todos deveremos erguer na intimidade, ocorre um natural processo de imitação que o leva a "fazer cópias" de conduta do que lhe parece ser ideal. São os "estereótipos espíritas" - referências que adotamos, espontaneamente, para avaliar o proceder perante a nova visão de vida.
Por um tempo esse será o caminho natural da maioria dos candidatos à renovação de si mesmos. Carecem de referências externas que funcionam como bóias indicadoras para sua elaboração interior dos conhecimentos novos. Um livro, um palestrante, um devotado seareiro da caridade ou mesmo um amigo espiritual poderão se tornar bússolas para o progresso pessoal, o que é muito natural.
Porém, semelhante identificação natural pode adoecer em razão de vários fatores dolorosos para a alma em reforma íntima, ensejando que essa relação educativa com os referenciais caminhe para matizes diversos. Um dos mais comuns desvios nesse tema é a idolatria.
Idolatria é o excessivo entusiasmo e admiração por uma pessoa com a qual partilhamos ou não a convivência.
São oradores, médiuns e trabalhadores que costumam destacar-se pelas virtudes ou pelas experiências, e que são tomados à conta de ícones, com os quais delineamos a noção pessoal de "limite máximo" ou "modelo" para os novos passos assumidos na caminhada espiritual.
Os ícones na história grega são as divindades que representam valores excelsos e santificados.
Sem considerar os naturais sentimentos de admiração e entusiasmo dirigidos a quem fez por merecê-los, quase sernpre nas causas dessa idolatria encontra-se o mecanismo defensivo da mente, pelo qual é projetado no outro aquilo que gostaríamos de ser.
Dois graves problemas, entre os muitos, decorrem dessa relação idólatra: as exageradas expectativas e a prisão aos estereótipos.
As expectativas transferidas ao ícone carreiam desejos e anseios que se tornam âncoras de segurança para os problemas individuais. Caso a criatura habitue-se ao conforto de "escorar-se" psicologicamente no outro e fugir do seu esforço auto-educativo, passará ao terreno das ilusões, sentindo-se e acreditando-se tão virtuosa ou capaz quanto ele. Ocorre então uma absorção da "identidade alheia" como se fosse sua ... É como "ser alguém" através dos valores do outro.
Quanto aos estereótipos, vamos verificar uma outra questão que tem trazido muitos desajustes: o hábito de dogmatismo, uma velha tendência humana de ouvir a palavra dos "homens santificados" pela hierarquia religiosa.
Pessoas que se tornam carismáticas pela sua natural forma de ser ou pelo valoroso desempenho doutrinário são comumente, colocadas como "astros" ou "missionários" de grande envergadura, fazendo, de seu proceder e de suas palavras, idéias conclusivas e definitivas sobre as mais diversas vivências da espiritualidade, ou sobre quaisquer problemáticas humanas, como se possuíssem a visão integral de tais questões.
Quaisquer dessas vivências, expectativas elevadas ou criação de modelos podem nos trazer muita decepção e revolta. Somos todos aprendizes, uns com mais, outros com menos experiência. Todos, no entanto, sem exceção, como aprendizes do progresso e gestores do bem. Podemos sempre aprender algo com alguém, desde que tenhamos visão e predisposição à alteridade. O que hoje entendemos como sendo excepcional em alguém, amanhã poderá não ser tão útil para nossa percepção mutável e ascensional.
Por mais bem sucedida a reencarnação na melhoria espiritual, isso será apenas o primeiro passo de uma longa jornada. Então porque glórias fictícias com ídolos de pés de barro?
Missionários e virtuosos? São muito raros na Terra.
Para conhecê-los é muito fácil, nenhum deles aceita uma relação de idolatria, enquanto verifica-se outro gênero de conduta com muitos que se julgam ou são julgados como tais.
Muita vez os "ídolos espíritas" que miramos não suportariam ter feridas as cordas dos interesses pessoais. Bastaria alguém cumprir o dever - ainda poucas vezes exercido - de questioná-los com fraternidade para se rebelarem. Acostumou-se tanto a essa convenção em nossos ambientes de cristianismo redivivo, que já não se indaga ou filosofa, apenas se crê. Especialmente se determinadas fontes consagradas, sejam homens, instituições ou mesmo desencarnados, expedem idéias ou teorias, não se pesquisa, não se analisa com a prudência que manda o bom senso, apenas crê-se.
Não existem debates e, o que é mais lamentável, muitos corações incensados pela reverência excessiva não fazem nada para dela afastarem os menos vividos, os quais terminam, em muitos casos, como pupilos mimados e protegidos que fazem escolas ...
Apesar da constatação desses malefícios, tudo isso faz parte da seqüência histórica de nossas vidas. Quando refletimos sobre a questão é no intuito de chamar a atenção de todos nós para os prejuízos de continuarmos cultivando semelhantes expressões de infantilidade emocional. Existe, de fato, uma velha tendência que nos acompanha, a qual podemos declinar como "hábito da canonização psíquica".
Muitos ídolos adoram as bajulações e burburinhos em torno de seu nome. São folgas que não deveríamos buscar para nossa vida!
Os ídolos deveriam se educar e educar os outros para assumirem a condição de condutores, aqueles que lideram promovendo, libertando, e não fazendo "coleção de admiradores" para alimentar seu personalismo.
Como bons espíritas, apenas começamos os serviços de transformar a auto-imagem de orgulho, profundamente cristalizada nos recessos da mente. Quando adornamo-nos com qualidades e virtudes que imaginamos possuir, perdemos a oportunidade de sermos nós mesmos, de eleger a autenticidade como nossa conduta, de construir o quanto antes a "nova identidade" que almejamos.,
Inspiremo-nos em nossas referências, todavia, não façamos deles ídolos. Ouçamo-los, tiremos o proveito de suas conquistas, os respeitemos e façamos tudo isso com equilíbrio, nem mais, nem menos.
Retifiquemos os nossos conceitos sobre lideranças no melhor proveito das oportunidades das sementeiras espíritas.
Líderes autênticos são dinamizadores incansáveis da criatividade e dos valores alheios. São estimuladores das singularidades humanas.
Por isso suas qualidades são empatia, confiança, capacidade de descobrir pendores.
Líderes que se integram na dinâmica de "agentes da obra do Pai" assumem a postura de serem livres, sem apego às suas vitórias ou realizações.
Sua alegria reside em ser útil e ver as obras sob sua tutela crescerem em satisfação coletiva.
Dirigir, à luz das claridades espíritas, é valorizar o distinto, o diferente, e não apenas os semelhantes, atendendo sempre ao bem geral. Isso se chama conduta de alteridade.
Expoentes sempre surgirão. O que importa é o que faremos deles ou com eles. Evitemos também a substituição que tem se tornado freqüente: não os deixemos para aferrarmos às práticas. A isso se referia Kardec quando disse: "Entretanto, abandonando de todo a Idolatria, os judeus desprezaram a lei moral, para se aferrarem ao mais fácil: a prática do culto exterior."
Livro: Reforma Intima Sem Martírio – Ermance Dufaux – Wanderley S. Oliveira




FALSOS PROFETAS

Falso profeta não é somente aquele que perturba o serviço da fé religiosa.
Sempre que negamos a execução fiel dos nossos deveres, somos mistificadores, diante da Lei Divina, que nos emprestou os dons da Terra, em favor do aprimoramento de nós mesmos.
Na maledicência, somos falsos profetas da fraternidade.
Na discórdia, somos mistificadores da paz.
Na preguiça, somos charlatões do trabalho.
Na indiferença, somos inimigos do dever.
Toda vez que olvidamos as nossas obrigações de solidariedade para com os nossos semelhantes, que prejudicamos o serviço que nos cabe atender, que fugimos aos nossos testemunhos de humildade, que oprimimos as criaturas inferiores, somos falsos profetas do ideal superior que abraçamos com o Cristo.
A Terra é a nossa escola.
O Lar é o nosso templo.
O Próximo é o nosso irmão.
A Humanidade é a nossa família.
A Luta é o nosso aprendizado.
A Natureza é o livro sublime da vida.
Não nos esqueçamos, assim, de que, um dia, seremos chamados à prestação de contas dos talentos e dos favores que hoje desfrutamos, para resgatar o dia de ontem e santificar o dia de amanhã.


Fonte: Levantar e Seguir – Francisco Cândido Xavier – Emmanuel


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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

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LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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