Jorge era um desses meninos “elétricos”.
Em época de férias escolares, o dia parecia curto para brincar de tudo quanto queria: jogar bola, empinar pipa, brincar de esconde-esconde, jogar bolinha de gude, …
– Haja energia – costuma comentar sua mãe.
Jorge também adorava animais, tanto que se fazia acompanhar sempre de sua cachorrinha Tetê.
Tetê tinha pelos brilhantes e um olhar afetuoso.
Certo dia, Jorge foi passear em uma feira de legumes, verduras e frutas que ficava um pouco distante do seu bairro, na intenção de ajudar alguma senhora a carregar sua sacola de compras. Em dado momento, sentiu falta de Tetê.
– Tetê! Tetê! – chamou apreensivo.
– Tetê! Tetê! – continuo a chamar Jorge.
Ninguém a vira. Procurou o dia todo pela sua amiguinha Tetê, sem resultado. A noite sobreveio, impedindo-o de continuar a busca.
No dia seguinte, Jorge andou desolado pelas ruas, chamando por Tetê. Em determinada hora, deu-se conta de ter chegado a uma rua que desconhecia.
Foi então que ouviu o choro de alguém. Olhou a sua volta e viu um menino a chorar.
– Por que você está chorando? – perguntou Jorge.
– Minha bola novinha, que acabei de ganhar, caiu naquele buraco e não consigo pegá-la!…
– Eu me chamo Jorge! Qual é o seu nome?
– Meu nome é Hélio, mas pode me chamar de Helinho.
– Helinho, não se preocupe, eu vou ajudá-lo a recuperar sua bola!
– Mas o buraco é estreito e parece muito fundo. É escuro e vai ser impossível descer até a bola.
– Não se preocupe – disse Jorge.
Habilidoso e esperto, Jorge pediu uma corda comprida e resistente ao novo amigo, deu alguns nós, amarrou uma ponta a uma árvore e outra jogou para dentro do buraco.
Helinho compreendeu o plano: Jorge ia descer até o fundo em busca da bola.
Jorge pediu a Helinho que cuidasse da corda pôs-se a descer, com muita cautela.
A bola foi imediatamente encontrada, pois o buraco não era tão fundo quanto haviam imaginado.
Ao se preparar para subir, Jorge ouviu um gemido. Dirigiu o olhar para o local de onde viera o som do gemido e pareceu vislumbrar um vulto. Tateou naquela direção e quase não coube em si de tanta alegria: era sua cachorrinha Tetê! A cachorrinha, que se perdera no dia anterior, caiu no buraco e se machucou, a ponto de não poder latir ou se mexer. Por isso, ela gemia.
Helinho ficou muito feliz com sua bola e agradeceu a ajuda de Jorge. E Jorge, não menos feliz, foi para casa levando sua Tetê nos braços. E lá chegando, tratou de sua amiga com muito carinho e poucos dias depois os dois brincavam alegremente com a amiga Carol.
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DANILO E O PASSAGEIRO DO ÔNIBUS – FEB
Logo que o pequeno Danilo aprendeu a falar, sua mãe começou a ensinar-lhe boas maneiras.
Aos poucos, o menino foi se familiarizando com as expressões “por favor”, “obrigado”, “com licença”, “desculpe” e outras, que tornam a vida bem mais agradável.
Um dia a mãe de Danilo convidou-o para um passeio a um lugar muito bonito, que ele sempre quis conhecer. O menino ia fazer aniversário dentro de alguns dias e esse passeio era o presente que ele queria ganhar.
Entraram num ônibus e ao caminharem pelo corredor procurando lugar, o motorista deu partida bruscamente, o que fez Danilo cambalear e pisar o pé de um senhor. Imediatamente, o senhor puxou o pé, contrariado.
– Desculpe senhor… Foi sem querer… – disse Danilo.
O senhor logo sorriu. Os demais passageiros olharam para o garotinho e sorriram também. Todos estavam admirados de ver uma criança tão pequena falar com tanta delicadeza. Ao vagar dois lugares, Danilo e o senhor se acomodaram.
– Como é seu nome? Perguntou, sorrindo.
– Danilo Monaro – foi a resposta do menininho.
– Que idade você tem?
– Cinco anos! Mas vou completar seis anos dentro de algumas semanas.
– Em que dia você faz aniversário? Tornou o senhor.
Danilo deu-lhe a data.
– Onde é que você mora?
Danilo deu-lhe o endereço.
Todos os passageiros do ônibus prestavam atenção àquela curiosa conversa e sorriam ao olhar aquele menininho educado e risonho.
Alguns dias se passaram. No dia de seu aniversário, Danilo recebeu, surpreendido, um pacote com um cartãozinho escrito com letra forte: “Do seu amigo do ônibus”. O pacote continha um presente, mas o cartão não tinha nenhuma assinatura.
Os anos se foram passando e, por incrível que pareça, Danilo continuou recebendo em cada ano um presente de aniversário, “De seu amigo do ônibus”, até completar 18 anos. Era então um bonito jovem, muito gentil, mas continuava ainda sem saber quem era o “amigo desconhecido”, que havia conquistado num ônibus, há quase doze anos.
Foi nessa época que houve grande escassez de leite na cidade onde morava Danilo. O jovem tinha de levantar muito cedo para comprar leite para a mamadeira do irmãozinho e voltava, muitas vezes, de mãos abanando.
Naquele dia havia sido assim e preocupado com a situação, Danilo telefonou para a indústria de laticínios:
– Por favor, tenho um irmãozinho de colo que precisa de leite, com urgência! O senhor pode fazer alguma coisa?
– Lamento muito – respondeu -, o leite está muito escasso. Nosso caminhão entregará só dentro de três dias.
– Três dias?!… Meu irmãozinho não pode espera tanto, senhor.
– Lamento… – tornou a voz – está difícil… Em todo o caso, qual é o seu nome?
– Danilo Monaro. Por favor, ajude-nos!
Uma hora mais tarde, um automóvel parou em frente à casa de Danilo. O motorista bateu à porta e perguntou:
– É aqui que mora Danilo Monaro?
– Sim, sou eu mesmo.
– Trouxe-lhe três litros de leite.
– Quem mandou?
O motorista entregou-lhe um envelope.
Danilo abriu-o rapidamente e encontrou um cartão com as palavras: “De seu amigo do ônibus”.
Danilo quase não podia acreditar. Então o seu desconhecido amigo de tantos anos era o dono da indústria de laticínios! E sorriu, feliz. Agora poderia agradecer-lhe todos os presentes que havia recebido, desde o dia em que, ainda garotinho, ao entrar em um ônibus, havia dito ao senhor cujo pé pisara:
– Desculpe senhor… Foi sem querer…
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A CONTA DA VIDA – CAP 17 - ALVORADA CRISTÃ – FCX
Quando Levindo completou vinte e um anos, a Mãezinha recebeu-lhe os amigos, festejou a data e solenizou o acontecimento com grande alegria. No íntimo, no entanto, a bondosa senhora estava triste, preocupada. O filho, até à maioridade, não tolerava qualquer disciplina. Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras, a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna. Recusava bons conselhos e inclinava-se, francamente, para o desfiladeiro do vício.
Nessa noite, todavia, a abnegada Mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de que o Mestre Divino lhe ampararia a vida Jovem.
As orações da devotada criatura foram ouvidas, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a exibir largo documento na mão. Intrigado, o rapaz perguntou-lhe a que devia a surpresa de semelhante visita.
O emissário fitou nele os grandes olhos e respondeu: — Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora,
em teu proveito.
Enquanto o moço arregalava os olhos de assombro, o mensageiro prosseguia:
— Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos de 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comeste 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos
teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação. Além disto, não relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai, os obséquios dos amigos e as atenções dos vários benfeitores que te rodeiam.
Em troca, que fizeste de útil? Não restituiste ainda à Natureza a mínima parcela de teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Criação? Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra. Lembra-te de que a própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a
ociosidade te paralise o coração e desfigure o espírito!...
O moço, espantado, passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto, acordou...
Amanhecera. O Sol de ouro como que cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico.
Levindo escapou da cama, correu até à genitora e exclamou: — Mãezinha, arranje-me serviço! arranje-me serviço!...
— Oh! meu filho — disse a senhora num transporte de júbilo —, que alegria! como estou contente!... que aconteceu?
E o rapaz, preocupado, informou: — Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.
Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.
PRESENÇA DIVINA – MEIMEI – PAI NOSSO - FCX
Um homem, ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar, conduzindo um pequeno de seis anos.
Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança da casa em que residiam. Contemplavam, com água na boca, as laranjas maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã.
A certa altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e começou a enchê-la com os frutos que
descansavam em grandes caixas abertas, ao mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções. Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou: – Que fazes, titio?
Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho respondeu: – Psiu!... psiu!...
Em seguida, acrescentou em voz baixa: – Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às escondidas.
O menino, contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou: – Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?
Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando:
– Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança.
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