JESUS MANDOU ALGUÉM - ANTOLGIA DA CRIANÇA – FCX
O culto do Evangelho no lar havia terminado às sete da noite, e João Pires, com a esposa, filhos e netos, em torno da mesa, esperava o café que a família saboreava depois das orações.
Ana Maria, pequena de sete anos, reclamou:
- Vovô, não sei porque Jesus não vem. Sempre Vovô chama por ele nas preces: “Vem Jesus! Vem Jesus! ” e Jesus nunca veio ...
O avô riu-se, bondoso, e explicou:
Filhinha, nós, os espíritas, não podemos pensar assim ... O mestre vive presente conosco em suas lições. E cada pessoa do caminho, principalmente os mais necessitados, são representantes dele, junto de nós ... Um doente é uma pessoa que o Senhor nos manda socorrer, um faminto é alguém que Ele nos recomenda servir ...
D. Maria, a dona da casa, nesse momento repartia o café, e, antes que o vovô terminasse, batem à porta.
Ana Maria e Jorge Lucas, irmão mais crescido, correm para entender.
Daí a instantes, voltam, enquanto o menino grita:
- Ninguém não! É só um mendigo pedindo esmola.
- Que é isso? Exclama a senhora Pires, instintivamente a estas horas?
Ana Maria, porém, de olhos arregalados, aproxima-se do avô e informa, encantada:
- Vovô, é um homem! Ele está pedindo em nome de Jesus. É preciso abrir a porta. Acho que Jesus ouviu a nossa conversa e mandou alguém por ele ...
A família comoveu-se.
O chefe da casa acompanhou a netinha e, depois de alguns instantes, voltaram, trazendo o desconhecido.
Era um velho, aparentando mais de oitenta anos de idade, de roupa em frangalhos e grande barba ao desalinho, apoiando-se em pobre cajado.
Ante a surpresa de todos, com ar de triunfo, a menina segurou-lhe a mão direita e perguntou:
- O Senhor conhece Jesus?
Trêmula e acanhado, o ancião respondeu:
- Como não, minha filha? Ele morreu na cruz por nós todos!
E Ana Maria para o avô:
- Eu não falei, vovô?
O grupo entendeu o ensinamento e o recém-chegado foi conduzido a uma poltrona. Alimentou-se. Recebeu tudo quanto precisava e João Pires anotou-lhe o nome e endereço para visitá-lo no dia seguinte.
Antes da despedida, a pequena dormiu feliz, e, após abraçar o inesperado visitante, no “até amanhã”, o chefe da família, enxugando os olhos, falou, sensibilizado: - Graças a Deus, tivemos hoje um culto mais completo.
EM LOUVOR DA PRECE
“Quando quiserdes orar entrai para o vosso quarto e fechada
a poria, oral ao Pai, no íntimo; e o
Pai que vê: no
íntimo, vos recompensará.” Jesus (Mateus, 6:6)
“Orai, enfim, com humildade, como o publicano e não com orgulho,
como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não
as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai
o que há em vós de mau.” (Cap. 27, Item 4)
Pediste em oração a cura de doentes amados e a morte
apagou-lhes as pupilas, regelando-te o coração;
solicitaste o afastamento da prova e o acidente ocorreu,
esmagando-te as esperanças;
suplicaste sustação da moléstia e a doença chegou a
infligir-te deformidade completa;
imploraste suprimentos materiais e a carência te bate à
porta.
Mas se não abandonares a prece, aliada ao exercício das
boas obras, granjearás paciência e serenidade, entendendo, por fim, que a
desencarnação foi socorro providencial, impedindo sofrimentos insuportáveis:
que o desastre se constitui em medida de emergência para
evitar a calamidades maiores;
que a mutilação física é a defesa da própria alma contra
quedas morais de soerguimento difícil e que as dificuldades da penúria são
lições da vida, a fim de que a finança demasiada não se faça veneno ou
explosivo nas tuas mãos.
Da mesma forma, quando suplicamos perdão das próprias
faltas à Eterna Justiça, não bastam o pranto de compunção e a postura de
reverência.
Após o reconhecimento dos compromissos que nos são
debitados no livro do espírito, continuamos tão aflitos e tão desditosos quanto
antes.
Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas
ações que nos atestam a corrigenda, a breve trecho, perceberemos que a Lei nos
restitui a tranquilidade e a libertação, com o ensejo de apagar as
conseqüências de nossos erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de
todos aqueles que erigimos à condição de credores e adversários.
Se guardas esse ou aquele problema de consciência, depois
de haver rogado perdão à Divina Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo
invisível da inquietação, não te afastes da prece mesmo assim.
Prossegue orando, fiel ao bem que te revele o espírito
renovado.
A prece forma o campo do pensamento puro e toda
construção respeitável começa na ideia nobre.
Realmente, sem trabalho que o efetive, o mais belo plano
é sempre um belo plano a perder-se.
Não vale prometer sem cumprir.
A oração, dentro da alma comprometida em lutas na sombra,
assemelha-se à lâmpada que se acende numa casa desarranjada;
a presença da luz não altera a situação do ambiente
desajustado e nem remove os detritos acumulados no recinto
doméstico, entretanto, mostra sem alarde o serviço que se
deve fazer.
LIVRO DA ESPERANÇA (pelo Espírito Emmanuel) FCX
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