1 – Não penseis
que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para
dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a Terra não
passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o
último ponto. (Mateus, V: 17- 18)
CONTEXTO BÍBLICO:
SERMÃO DA MONTANHA - JESUS FALA AOS SEUS DISCÍPULOS SOBRE AS LEIS DE DEUS E O SEU CUMPRIMENTO NA VIDA...
... 19 Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por
menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos
céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos
céus.
TEXTOS DE APOIO
LEI E VIDA
"Não
matarás", diz a lei.
O texto não se
refere, porém, unicamente, à vida dos semelhantes.
Não frustrarás a
tarefa dos outros, porque a suponhas inadequada, de vez que toda tarefa promove
quem a executa, sempre que nobremente cumprida.
Não dilapidarás a
esperança de ninguém, porquanto a felicidade, no fundo, não é a mesma na
experiência de cada um.
Não destruirás a
coragem daqueles que sonham ou trabalham em teu caminho, considerando que, de
criatura para criatura, difere a face do êxito.
Não aniquilarás
com inutilidades o tempo de teus irmãos, porque toda hora é agente sagrado nos
valores da Criação.
Não extinguirás a
afeição na alma alheia, porquanto ignoramos, todos nós, com que instrumento de
amor a Sabedoria Divina pretende mover os corações que nos partilham a marcha.
Não exterminarás
a fé no espírito dos companheiros que renteiam contigo, observando-se que as
estradas para Deus obedecem a estruturas e direções que variam ao infinito.
Reflitamos no bem
do próximo, respeitando-lhe a forma e a vida. A lei não traça especificações ou
condições dentro do assunto; preceitua, simplesmente: "não matarás".
Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo
Espírito Emmanuel
OS DOIS TESTAMENTOS E A REVOGAÇÃO DA LEI
Assim como não existem duas “leis” em vigor, uma em
oposição à outra, também não podem existir dois “Testamentos” em validade,
ambos contradizendo-se, defraudando-se aniquilando-se.
Existe a Lei, existem os Profetas; existiram os Profetas
e existiram a Lei e os Profetas.
Jesus não veio revogar a Lei e os Profetas, mas cumprir;
lembrar o cumprimento da Lei, trabalhar pelo cumprimento da Lei, ensinar o cumprimento
da Lei, impor o cumprimento da Lei.
Jesus é a Luz do Mundo: essa luz ilumina a Lei,
distingue-a do que não é Lei, orientando todas as almas de um modo racional,
inteligível, para cumprirem a Lei, obedecerem a Lei, praticarem as ordenações
da Lei.
Jesus é o Caminho, a Verdade, a Vida: sendo sua principal
missão cumprir a Lei, a Lei deve, forçosamente, limitar-se, circunscrever-se ao
Caminho que Ele personificou, à Verdade de que Ele foi o paradigma, à Vida de
que deu o mais vivo exemplo.
A Lei está intimamente ligada à incomparável
personalidade de Jesus: O que a Jesus não se liga, não se adapta, não se
ajusta, não é Lei; não é, portanto, Caminho, não é Verdade, não é Luz, não é
Vida: é desvio, é falsidade, é morte, é treva.
“De modo nenhum passará
da Lei um só i, ou um só til, sem que tudo se cumpra.”
A Lei é eterna, é de todos os tempos, de todos os povos;
o seu escopo é felicitar os homens unindo-os pelo mesmo ideal a Deus. O Ideal é
o Amor.
“O Amor a Deus e ao próximo é a síntese, o resumo de toda
a Lei e os Profetas.”
Tudo o que inspira desamor a Deus e ao próximo, não é
Lei, nem provém da Lei ou dos Profetas; tudo o que divide, desune, desarmoniza
a família humana, está fora da Lei; tudo o que tolhe a liberdade, o livre exame,
a compreensão, não está compreendido na Lei.
A Lei foi dada por intermédio de Moisés, mas a graça e a
verdade da compreensão da Lei foi dada por Jesus Cristo; Ele é a Luz e a
Verdade.
A Lei não é de Moisés; se fosse, passaria com Moisés,
como a lei de Moisés do dente por dente, olho por olho passou, para não mais
voltar; não só desapareceram dela o i, e os til, como também todo o valor, toda
a potência, todos os caracteres.
Para que a Lei se cumpra, é preciso que desapareçam todos
os opressores que, constituindo-se guardas da Lei, não a praticam, mas corrompem-na.
Para que a Lei se cumpra, é preciso que o Velho
Testamento seja posto à margem, porque “Na verdade,
nenhum outro fundamento pode ser posto entre o céu e a Terra senão Jesus
Cristo.”
O maior dos Profetas anuncia o Maior dos Enviados; o
maior Enviado exalta o ministério dos Profetas, adstrito à Lei sintetizada no
amor a Deus e ao próximo.
Os sacerdotes foram postos à margem, como infratores da
Lei; as igrejas de pedra estão fora da Lei: delas não ficará pedra sobre pedra
que não seja derribada. (Lucas XXI, 6.)
Os sacerdotes têm uma lei que não é a Lei, assim como os
cientistas e os políticos têm uma lei, que não é a Lei; suas igrejas, suas
academias, seus palácios têm os seus mandamentos, mas estes mandamentos não constituem
a Lei de Deus, são mandamentos e ordenações que estão fora da Lei: têm passado,
estão passando e passarão para desaparecerem para sempre.
Não pode haver dois Testamento, não pode haver duas leis
de Deus: há um só Deus, um só batismo, uma só fé, uma única verdade. A lei das sinagogas,
dos templos, do monte, foi revogada pelo Cristo: “É chegada a hora, e agora é,
em que não adorareis a Deus em Jerusalém, nem no Monte Garizim, mas sim em
espírito e verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.”
(João, IV. 21-24.)
A lei das igrejas não é parte integrante da Lei, ela é a
mesma das sinagogas, dos templos, dos montes; a lei das igrejas foi denunciada
como infração da Lei, por Jesus Cristo.
A Lei não passará, nem um i nem um til deixará de ter o
seu cumprimento.
O Espiritismo repete as palavras de Jesus: “Não penseis
que vim revogar a Lei e os Profetas, não vim revogar, mas cumprir.”
Cairbar Schutel - Livro - Parábolas e Ensinos de Jesus
JESUS NÃO VEIO DESTRUIR A LEI, MAS CUMPRI-LA...
Note-se que Jesus se referia à lei e não as adições
feitas à lei, adições que consistem em preceitos e mandamentos humanos, em
dogmas decretados pelos homens, como fruto de interpretações que alteraram e
deturparam o
sentido e a aplicação da lei.
Declarando que não viera destruir, mas cumprir, a lei e
os profetas, Jesus “ipso facto” declarava que a sua doutrina era apenas a
confirmação do Decálogo e das profecias formuladas para os séculos que se lhe
seguiriam.
Hoje, igualmente, o Consolador prometido mais não faz do
que sustentar, confirmar e explicar aquela mesma lei, aquelas mesmas profecias.
Assim, as revelações moisaica, messiânica e espírita são,
fundamentalmente, uma só revelação.
É sempre a mesma revelação ajustada sucessivamente às
condições humanas, oferecendo gradualmente ao homem os meios de reparar suas
faltas, ampliando-lhe o conhecimento da verdade, encaminhando-o para a unidade
de crenças, para a fraternidade, para a caridade, como expressões de solidariedade,
pela identidade da origem.
Ë sempre, portanto, o amor universal a envolver cada vez
mais intensamente as criaturas e a atraí-las para junto do trono altíssimo do
Pai celestial.
O Espiritismo, conseguintemente (não o negue quem não o
tenha examinado de perto), é a confirmação e a ampliação do Cristianismo,
instituído por Jesus com sua palavra evangélica, que precisa ser bem
compreendida e praticada em espírito e verdade.
E o será, porque a lei tem que ser cumprida em todas as
suas partes, necessária e fatalmente.
Os que não a cumprirem retardarão seu próprio progresso e
se condenarão ao sofrimento na erraticidade e em encarnações sucessivas, de acordo
com o grau de culpabilidade em que hajam incorrido.
Os que, ao contrário, a cumprirem, rápido progredirão e
chegarão celeremente ao reino do céu, que é a perfeição.
(26) Salmos 101º, 26 e seguintes. — ISAÍAS, 40º, 8; 51º,
6. —PEDRO, 1ª Epístola, 1º, 25.
CAP 19 Do Livro Elucidações Evangélicas - Antonio Luiz
Sayao
CUMPRIMENTO DA LEI
“Não vim destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento”.
Companheiros inúmeros em rememorando semelhantes palavras
do Cristo, decerto, guardarão a idéia fixada simplesmente na confirmação
doutrinal do Mestre Divino, ante o ensinamento de Moisés.
A lição, todavia, é mais profunda.
Sem dúvida, para consolidar a excelência da lei mosaica
do ponto de vista da opinião, Jesus poderia invocar a ciência e a filosofia, a
religião e a história, a política e a ética social, mobilizando a cultura de
seu tempo para grafar novos tratados de revelação superior, empunhando o buril
da razão ou o azorrague da crítica para chamar os contemporâneos ao cumprimento
dos próprios deveres, mas, compreendendo que o amor rege a justiça na Criação
Universal, preferiu testemunhar a Lei vigente, plasmando-lhe a grandeza e a
exatidão do próprio ser, através da ação renovadora com que marcou a própria
rota, na expansão da própria luz.
É por isso que, da Manjedoura simples à Cruz da morte,
vemo-Lo no serviço infatigável do bem, empregando a compaixão genuína por
ingrediente inalienável da própria mensagem transformadora, fosse subtraindo a
Madalena à fúria dos preconceitos de sua época para soerguê-la à dignidade
feminina, ou desculpando Simão Pedro, o amigo timorato que abdicava da lealdade
à última hora, fosse esquecendo o gesto impensado de Judas, o discípulo
enganado, ou buscando Saulo de Tarso, o adversário confesso, para induzir-lhe a
sinceridade a mais amplo e seguro aproveitamento da vida.
E é ainda aí, fundamentado nesse programa de
ação-predicação, com o serviço ao próximo valorizando-lhe o verbo revelador que
a Doutrina Espírita, sem molhar a palavra no fel do pessimismo ou da rebeldia,
satisfará corretamente aos princípios estabelecidos, dando de si sem cogitar do
próprio interesse, transformando a caridade em mera obrigação para que a
justiça não se faça arrogância entre os homens, e elegendo no sacrifício
individual pelo bem comum a norma de felicidade legítima para solucionar na
melhoria de cada um de nós, o problema de regeneração da Humanidade inteira.
Livro Abrigo - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel
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