4 – Mas os fariseus, quando viram que Jesus tinha feito
calar a boca aos saduceus, se ajuntaram em conselho. E um deles, que era doutor
da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus
lhes disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes
dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XII: 34-40)
5 – Caridade e humildade, esta é a única via de salvação;
egoísmo e orgulho, esta é a via da perdição. Esse princípio é formulado em
termos precisos nestas palavras: “Amarás a Deus de toda a tua alma, e ao teu
próximo como a ti mesmo; estes dois pensamentos contêm toda a lei e os
profetas”. E para que não houvesse equívoco na interpretação do amor de Deus e
do próximo, temos ainda: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás a teu
próximo como a ti mesmo”, significando que não se pode verdadeiramente amar a
Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo sem amar a Deus, porque tudo
quanto se faz contra o próximo, é contra Deus que se faz. Não se podendo amar a
Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se
encontram resumidos nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.
TEXTOS DE APOIO
IDENTIDADE CÓSMICA
"E aqui está o segundo que é semelhante ao primeiro:
Amarás o teu próximo, como a ti mesmo." 0 Evangelho Segundo o Espiritismo
- capítulo XV- item 4
Chamamos de atitude amorosa o tratamento benevolente com
nosso íntimo através da criação de um relacionamento pacífico com as
imperfeições.
Desenvolver habilidades benevolentes para consigo é a
base da vida saudável e o ponto de partida para o crescimento em harmonia.
Amar a si mesmo é o cerne da proposta educativa do Ser na
fieira das reencarnações. O aprendizado do auto-amor tem como requisito
essencial a descoberta de nossa "identidade cósmica", ou seja, a
realidade do que somos na Obra Incomensurável do Pai, nossa singularidade. A
singularidade é a "Marca de Deus" que define nossa história real no
trajeto da evolução. E como o Pai nos "conclama" ser na Sua Criação.
Importante frisar que a singularidade é o conjunto de
caracteres morais e espirituais peculiares à criatura única que somos. Nela se
incluem também as mazelas cujos princípios foram colocados no homem para o bem,
conforme acentuam os Sábios Orientadores da codificação.(1) O Livro dos
Espíritos, questão 907
Quando rejeitamos alguns aspectos dessa "identidade
exclusiva", nasce o conflito, que é a tormenta interior da alma convocada
a transformar para melhor sua condição individual. O Doutor Carl Gustav Jung
definiu esse movimento da vida mental como sendo individuação, isto é, viver em
busca da individualidade, do Si Mesmo. Não se trata de viver o individualismo,
o personalismo, mas aprender a ser, permitindo a expressão de suas
características divinas latentes e de sua sombra sem as máscaras sociais.
Individuação vem do latim individuus cujo sentido é "indiviso",
"inteiro".
O progresso pessoal de cada um de nós é a arte de saber
integrar os "fragmentos" da vida íntima, harmonizando-os para que
reflitam as leis naturais de cooperação, trabalho e liberdade.
Somente vibrando na frequência do amor, esse movimento
educativo da alma plenifica-se sem a angústia e o martírio - patrocinadores de
longas e dolorosas crises nesse caminhar evolutivo. A convivência compassiva
com nossa sombra só será possível com aceitação de nossa "identidade
cósmica". Aceitar os nossos sentimentos, desejos, ações, impulsos e
pensamentos. Aceitar é entrar em contato sem reprimir. Criar uma conexão sem
julgamento e condenação. Aceitação não significa acomodação ou adesão passiva,
mas entender, investigar e redirecionar esse patrimônio sem rigidez e desamor.
E' cuidar bem de si mesmo com ternura e respeito ao patrimônio adquirido,
incluindo os maus pendores. Aceitação é a maneira carinhosa de tratar nossa
intimidade, sem rivalidade.
Aceitar-se é confundido com passividade,
irresponsabilidade. O conceito é exatamente o inverso, pois quando eu aceito as
coisas como são, resgato minha força e poder transformador.
Se nós não nos aceitamos, magoamos a nós mesmos, por isso
o auto-amor é também autoperdão. Perdoar é ter uma atitude de compaixão que nos
distancie dos julgamentos e críticas severas e inflexíveis.
O remédio será aprender a amar a vida que temos, o que
somos, o que detemos e viver um dia após o outro, cultivando na intimidade a
certeza de que o percurso que fizemos deve ser visto como o melhor e mais
proveitoso às necessidades que carregamos. É a nossa "marca
personalizada" na Obra da Criação pela qual devemos responder com siso
moral.
Certamente as Leis Divinas, a todo instante, conspiram
para que afinemos essa singularidade com a "Frequência de Deus",
sempre elevando-nos e progredindo. A proposta do auto-amor, impele-nos,
sobretudo, a conhecer nosso ritmo evolutivo, nossa capacidade pessoal de
ajustarmo-nos a essa melodia universal.
Ninguém consegue ultrapassar seus limites pessoais de uma
para outra hora. A palavra limite quer dizer o "ponto máximo". Em
termos espirituais, só daremos conta daquilo que podemos. Nem mais nem menos. O
martírio representa alguém querendo dar além do que consegue, idealizando
caminhos, cobrando de si o impossível. Uma postura de inaceitação de sua
condição íntima, gerando insatisfações e desequilíbrios.
Quando não amamos a nós mesmos, vivemos à mercê da
influência dos palpites e reprimendas. A aprovação alheia é mais importante que
a aprovação interior. Nessa situação escasseiam estima e confiança a si
próprio, que impossibilitam a expressão da condição particular. Assim
sentimo-nos prisioneiros adotando máscaras com as quais procuramos evitar a
rejeição social, fazendo-nos infelizes e revoltados.
Ninguém pode definir para nós "o quanto ou o como
deveríamos". Podemos ouvir opiniões e conselhos, corretivos e advertência,
porém, o exercício do auto-amor nos ensinará a tirar de cada situação aquilo
que, de fato, nos seja útil ao crescimento. Cada pessoa ou situação de nossas
vidas é como o cinzel que auxiliará a esculpir a obra incomparável da ascensão
particular. Mas recordemos: apenas um cinzel! Apenas instrumentos! Pois a
tarefa intransferível de talhar é com cada um de nós, escultores da
individuação.
Quem se ama, imuniza-se contra as mágoas, guarda
serenidade perante acusações, desapega-se da exterioridade como condição para o
bem-estar, foca as soluções e valores, cultiva indulgência com o semelhante,
tem prazer de viver e colabora espontaneamente com o bem de todos e de tudo.
Por longo tempo ainda exercitaremos esse amor a nós
mesmos, alfabetizando nossas habilidades emocionais para um relacionamento
intrapessoal fraterno, equilibrado. A primeira condição para nos engajarmos na
Lei do Amor é essa caridade conosco, o encontro do divino, sem o qual ficaremos
desnorteados no labirinto das experiências diárias, à mercê de pessoas e fatos,
adiando o Instante Celeste de sintonizar nossos passos com a paz interior que
todos, afanosamente, estamos perseguindo.
Livro: Escutando Sentimentos - Ermance Dufaux - Wanderley
S. Oliveira
ESCOLA DE BENÇÃO
Cap. XV- Item 4 - ESE
Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção
de amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e
usaste comprimidos repousastes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por
semana, sai de ti mesmo e busca na caridade a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao
contacto daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio
silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a
emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos
nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela
fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam
valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a
alegria de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando
um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas do berço e os que
vacilam, desorientados, na noite total da loucura.
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e,
ajustado a ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
- Obrigado, meu Deus !
Meimei - Do livro O Espírito da Verdade. Psicografia de
Francisco C Xavier e Waldo Vieira.
A REGRA ÁUREA
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo."- Jesus.
(MATEUS, 22:39.)
Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do
Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua
sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio
era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: "Não façais ao próximo o que não
desejais receber dele."
Afirmavam os persas: " Fazei como quereis que se vos
faça."
Declaravam os chineses: "O que não desejais para
vós, não façais a outrem."
Recomendavam os egípcios: "Deixai passar aquele que
fez aos outros o que desejava para si."
Doutrinavam os hebreus: "O que não quiserdes para
vós, não desejeis para o próximo."
Insistiam os romanos: "A lei gravada nos corações
humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo."
Na Antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da
magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém,
procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos
planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos
iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos
fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina,
porque Jesus a ensinou e exemplificou não com virtudes parciais, mas em
plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas,
revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.
Livro Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel,
psicografia Francisco Cândido Xavier
OBSERVAÇÃO PRIMORDIAL
“E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos
é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, o Senhor é um só.” – Marcos, 12:29.
Replicando ao escriba que o interpelou, com relação ao
primeiro de todos os mandamentos, Jesus precede o artigo inicial do Decálogo de
observação original que merece destacada.
Antes de todos os programas de Moisés, das revelações dos
Profetas e de suas próprias bênçãos redentoras no Evangelho, o Mestre coloca
uma declaração enérgica de princípios, conclamando todos os espíritos ao plano
da unidade substancial. Alicerçando o serviço salvador que Ele mesmo trazia das
esferas mais altas, proclama o Cristo à Humanidade que só existe um Senhor
Todo-Poderoso – o Pai de Infinita Misericórdia.
Sabia, de antemão, que muitos homens não aceitariam a
verdade, que almas numerosas buscariam escapar às obrigações justas, que
surgiriam retardamento, má vontade, indiferença e preguiça, em torno da Boa
Nova; no entanto, sustentou a unidade divina, a fim de que todos os aprendizes
se convencessem de que lhes seria possível envenenar a liberdade própria, criar
deuses fictícios, erguer discórdias, trair provisoriamente a Lei, estacionar
nos caminhos, ensaiar a guerra e a destruição, contudo, jamais poderiam enganar
o plano das verdades eternas, ao qual todos se ajustarão, um dia, na perfeita
compreensão de que “o Senhor, nosso Deus, o Senhor é um só”.
Emmanuel - Pão
Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier
SOLIDARIEDADE
Não exijas,
inconseqüentemente, que os outros te dêem isso ou aquilo, como se o amor fosse
artigo de obrigação.
Muitos falam de
justiça social nas organizações terrestres, centralizando interesse e visão
exclusivamente em si próprios, qual se os outros não fossem gente viva, com aspirações
e lutas, alegrias e dores iguais às nossas.
Como entender
aqueles que nos compartilham a estrada, sem largarmos a carapaça das vantagens
pessoais, a fim de penetrar-lhes o coração?
Efetivamente, não
possuímos fortuna capaz de suprimir-lhes todos os problemas de ordem material e
nem as leis do Universo conferem a alguém o poder de atravessar por nós o
dédalo das provas de que somos carecedores; entretanto, podemos empregar verbo
e atitude, olhos e ouvidos, pés e mãos, de maneira constante, na obra do
entendimento.
Inicia-te no
apostolado da confraternização, meditando nas dificuldades aparentemente
insignificantes de cada um, se nutres o desejo de auxiliar.
Não reclames
contra o verdureiro, que não te reservou o melhor quinhão, atarantado, qual se
encontra, no serviço, desde os primeiros minutos do amanhecer; endereça um
pensamento de simpatia para a lavadeira, cujos olhos cansados não te viram a
nódoa na roupa; considera o funcionário que te serve, apressado ou inseguro,
por alguém de idéia pressa a tribulações no recinto doméstico; aceita o amigo
que te não pode atender numa solicitação como sendo criatura algemada a compromissos
que desconheces; escuta os companheiros de ânimo triste, como quem se sabe
também suscetível de adoecer e desanimar-se; interpreta o colega irritado por
enfermo a rogar-te os medicamentos da tolerância; cala o apontamento desairoso,
em torno daqueles que ainda não se especializaram em conversar com o primor da
gramática; não te ofendas com o gesto infeliz do obsidiado, que transita na
rua, sob a feição de pessoa equilibrada e sadia...
Todos sonhamos com
o império da fraternidade, todos ansiamos por ver funcionando, vitoriosa, a
solidariedade entre todos os seres, na exaltação dos mais nobres princípios da
Humanidade... Quase todos, porém, aguardamos palácios e milhões, títulos e
honrarias, para contribuir, de algum modo, na grande realização, plenamente esquecidos
de que um rio se compõe de fontes pequenas e que nenhum de nós, no que se
refere a fazer o melhor, em louvor do bem, deve esperar o amanhã para começar.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
ATÉ O FIM
Já sentiu você o
prazer de ajudar alguém, sem interesse secundário, de modo absoluto, do início
ao fim da necessidade, presenciando um sucesso ou uma recuperação?
Por exemplo,
encontrar um enfermo, sem possibilidades de tratamento, endereçado ao fracasso,
e providenciar-lhe a melhoria, simplesmente em troca da satisfação de vê-lo restituído
às oportunidades da existência?
Ressuma deste fato
bem-estar sem paralelo em qualquer outra ação humana, por exprimir-se em
regozijo íntimo inviolável.
Você já pensou nos
resultados incalculáveis de se proteger uma criança impelida ao abandono, desde
as primeiras iniciações da vida até a obtenção de um título profissional que
lhe outorgue liberdade e respeito a si mesma, sem intuito de cobrança?
Já refletiu na
importância inavaliável de um serviço sacrificial sustentado em benefício de
outrem, do princípio ao remate, sem pedir ou esperar a admiração de quem quer
que seja?
Só aqueles que já
passaram por essas realizações conseguem julgar a pureza da euforia e a
originalidade da emoção que nos dominam, ao cumprirmos integralmente os deveres
assistenciais do começo ao acabamento, sem a mínima idéia de compensação.
Ocasiões não
faltam.
Ombreamos
diariamente multidões de doentes, desabrigados, famintos, nus, obsessos e
desorientados.
Você pode até
mesmo escolher a empreitada que pretenda chamar para si.
Há um encanto
particular em sermos protagonistas ou colaboradores efetivos das vitórias do
próximo. Em muitas ocasiões, não há melhor estimulante à vida e ao trabalho.
Para legiões de
criaturas essa obra de benemerência completa e oculta é a fórmula para
restaurarem a confiança em Deus, cujas leis de amor funcionam pela marca do anonimato,
em bases impessoais.
Nessas empresas do
bem por dedicação ao bem, almas inúmeras encontram a cura dos males, o
esquecimento de sombras, a significação da utilidade pessoal e a equação ideal
do contentamento de viver.
Quando
inconformidade ou monotonia lhe desfigurem a paisagem interior, dinamize o seu
poder de auxiliar.
Semeie sacrifícios
e colha sorrisos.
Dê suas posses e
receba a alegria que não tem preço.
Tome a iniciativa
de oferecer a sua hora e outros virão espontaneamente trazer dias e dias de
apoio ao trabalho em que você se empenhou.
Experimente.
Desencadeie a causa do bem e o bem responderá mecanicamente com os seus
admiráveis efeitos.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
DEUS E CARIDADE
Por longos e
tortuosos caminhos, temos procurado a integração com Deus.
Existências
múltiplas atravessamos, forças enormes despendemos...
Julgávamos estivesse
nele a egolatria dos tiranos coroados e inventamos processos de adoração com
que lhe granjeássemos a simpatia; supúnhamos homenagear-lhe a grandeza com o
fausto dos ritos exteriores e erigimos palácios em que ofertássemos o ouro e a
púrpura, em forma de louvor; acreditávamos que o Supremo Senhor quisesse dominar
as criaturas pelo freio da violência e não hesitávamos em criar sistemas religiosos
de opressão com que se dobrasse a cerviz de quantos não pensassem pela nossa
cabeça; admitíamos fosse ele ávido de honrarias e não vacilávamos
consagrar-lhes sacrifícios sanguinolentos, à frente de símbolos com que lhe
mentalizávamos a presença!...
Compadecendo-se de
nossa ignorância, a Divina Providência deliberou enviar alguém que nos
instruísse nos caminhos da elevação, e Jesus, o Sublime Governador do Planeta
Terrestre, veio em pessoa explicar-nos que Deus não nos pede nem adulações e nem
pompas, nem vítimas e nem holocaustos, e sim o coração inflamado de
fraternidade, a serviço do bem, para que a Terra se abra, enfim, à glória e à
felicidade do Seu Reino.
Por esse motivo, o
Mestre, embora respeitasse as convicções dos seus contemporâneos, esmerou-se em
ensinar-nos a união com Deus, acima de tudo, através do socorro aos necessitados,
da esperança aos tristes, do amparo aos enfermos e do alívio aos sofredores de
todas as procedências... Desde então, renovadora luz clareou o espírito das
nações e a Humanidade começou a compreender que Deus, o Pai Justo e Misericordioso,
a ninguém exclui de Sua Bênção e que a todos nos espera, hoje ou mais tarde,
por filhos bem-amados, unidos na condição de verdadeiros irmãos uns dos outros.
É por isso que, em
todos os países e em todas as crenças, em todos os templos e em todos os lares
da Terra, onde se pratique realmente o evangelho de Jesus, o culto à Providência
Divina começa com a caridade primeiro.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
RESPEITE TUDO
Do cultivo da
crença raciocinada, no santuário da Inteligência, nascem os frutos substanciosos
da certeza no porvir.
Da vontade de
realizar o bem, surgem todos os empreendimentos duradouros no mundo.
Do esforço
disciplinado e incessante, nenhuma construção pode prescindir para permanecer
equiparada na sua atividade específica.
Dos sinais vivos e
puros da fraternidade no próprio semblante ninguém pode fugir, se deseja
alcançar a alegria real.
Da busca
criteriosa do conhecimento promana a atualização e a competência do trabalhador.
Da utilização da
hora presente, em movimento digno, decorrem a segurança e a tranqüilidade
merecida nas horas próximas.
Da hierarquia de valores, sustentada pelas Leis Eternas,
alma alguma conseguirá esquivar-se.
Da fixação do mal
no leito da estrada derivam-se todas as frustrações e todas as dores que
perturbam a marcha do caminheiro.
A vida constitui
encadeamento lógico de manifestações, e encontramos em toda parte a sucessão
contínua de suas atividades, com influenciação recíproca entre todos os seres,
salientando-se que cada coisa e cada criatura procede e depende de outras coisas
e de outras criaturas.
Assim, respeite
tudo, ame a todos e confie sempre na vitória do bem, para que você possa manter
os padrões da verdadeira felicidade no campo íntimo, dentro do Campo Ilimitado
da Evolução.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
CARIDADE E RACIOCÍNIO
E - Cap. XV - Item
5
Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...
A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala,
entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de
que ela seja o que deve ser.
Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os
tentáculos do câncer.
O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho
operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne
atormentada, na suprema tentativa de recuperação.
Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas
alegrias do lar.
O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos,
aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.
Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado
mental, atirado à rua.
O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria,
carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.
Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso
de entorpecentes.
O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhantes
hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe
providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.
°°°
O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a
presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que
lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório.
A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os
nossos multimilenários desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de
meios determinados, de modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o
remédio amargoso da experiência, no veículo das horas.
Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males
saem de nós, em prejuízo dos outros.
Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo
das profundezas da lama, com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas
da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da
montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do
céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em
que se movimente. Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento
louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta
vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou
naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o
raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.
De Opinião Espírita de Francisco Cândido Xavier e Waldo
Vieira pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz
CONCESSÕES
“Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser
que lhe emprestes.” Jesus (Mateus; 6:42)
“Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com
o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.” (cap. 15,
Item 5)
Enquanto podes agir no corpo terrestre, medita, de quando
em quando, naqueles que largaram, sob regime de compulsória, os talentos que o
mundo lhes confiou.
Para isso, não é necessário recorrer ao arquivo dos
milênios e nem consultar a pompa dos museus. Alinha na memória os que viste
partir nos últimos vinte anos!
Líderes do povo, que detinham o poder de influenciar a
multidão, abandonaram o leme das idéias que governavam, impelidos de chofre a
varar a névoa do túmulo delegações de competência para resolver as necessidades
do
próximo, viramse, de momento para outro, privados das
propriedades que ajuntaram, coagidos a entregálas ao arbítrio dos
descendentes.
Missionários de diferentes climas religiosos, que
mantinham a possibilidade de consolar e instruir, desceram, precipitadamente,
das galerias de autoridade, em que traçavam princípios para as estradas
alheias.
Criadores do pensamento, que sustinham a prerrogativa de
impressionar pessoas através do verbo falado ou escrito, tiveram, de súbito, a
palavra cassada pela desencarnação ou
pela afasia, muitas vezes, no exato momento em que mais
desejavam comandar a oratória ou o cérebro lúcido...
Pensa neles, os beneficiários das concessões divinas que
te precederam na morte e faze hoje algo melhor que ontem, nos domínios do bem
para que o bem te favoreça.
Não apenas os dons da inteligência, mas também o corpo
físico, as vantagens diversas, os patrimônios afetivos e até mesmo as dores que
te povoam as horas são recursos de que te aproprias na Terra, com permissão do
Senhor, para
investilos na construção da própria felicidade.
As leis que vigem no plano físico são fundamentalmente as
mesmas que orientam as criaturas no plano espiritual.
Um empréstimo fala sempre da generosidade do credor que o
concede, mas revela igualmente, na contabilidade da vida, o bem ou o mal que se
faz com ele.
LIVRO DA ESPERANÇA (pelo Espírito Emmanuel) FCX
O VELHINHO DA
GRUTA
Era uma vez um velhinho que morava em uma gruta
abandonada, lá no mato. Tinha longas barbas brancas e caminhava curvado,
apoiado em uma bengala.
Ninguém sabia de onde ele viera. Nem mesmo conheciam seu
nome. E, quando aparecia no povoado, o que fazia raramente, todos o apontavam e
diziam:
– Lá vai o velhinho da gruta!
E a criançada corria assustada, pois andavam dizendo que
ele carregava as crianças e as prendia na gruta.
Certa vez, Anita e Luís – dois irmãozinhos – vinham do
colégio, quando encontraram o velhinho apoiado à sua bengala.
– Coitado! exclamou a menina baixinho. Deve ser horrível
viver assim sozinho, longe de todos!
– É mesmo! – respondeu Luís. Ele parece tão triste!
E assim conversando, os irmãozinhos chegaram em casa.
– Mamãe, disse Luís, Anita e eu gostaríamos de fazer
alguma coisa pelo velhinho da gruta.
A mãe, muito admirada, perguntou:
– E o que vocês querem fazer?
– Pensamos em dar-lhe alguma esmola, quando ele passasse
outra vez, respondeu Anita.
Mas a mãe disse logo:
– Filhinhos, muitas vezes não é só esmola que uma pessoa
necessita. Talvez ele precise muito mais de amor e de carinho. Já
experimentaram conversar com ele?
– Não! – os dois se olharam espantados. Falar com ele?
E Anita tratou de explicar:
– Dizem que ele carrega as crianças para a gruta!
Mas a mãe falou séria:
– Isso não é verdade! Nunca se soube de crianças que
desaparecessem, não é mesmo?
– É, respondeu a menina, ainda na dúvida.
– Pois então – decidiu-se Luís, cheio de coragem – vou à
tarde fazer-lhe uma visita lá na gruta.
– Se você vai, eu vou também, resolveu a irmã.
Mas a mãe, sorrindo, perguntou:
– Vocês vão sozinhos?
Os dois se entreolharam, meio receosos, mas depois, Luís
disse com firmeza:
– Sim, mamãe. Queremos que ele saiba que somos seus
amigos.
A mãe ficou feliz com a resolução dos filhos, mas
disse-lhes que o jardineiro os acompanharia de longe, pois não os queria
sozinhos no mato.
E assim, depois de almoçarem, os irmãozinhos puseram-se a
caminho, levando lindas laranjas para dar de presente ao velhinho da gruta.
Andaram, andaram… Já estavam bem perto!… Então, meio
amedrontados, olharam para trás. Lá estava o jardineiro da mãe, encostado em
uma árvore, vigiando-os, cuidadosamente.
Anita e Luís, já animados, deram mais alguns passos e
chegaram até a gruta.
O velhinho, quando viu as crianças, espantou-se, pois ali
nunca aparecera ninguém.
– O que vocês querem? – perguntou.
– Não queremos nada! – disse Anita timidamente.
– Estamos lhe fazendo uma visita – adiantou Luís, valente
– e trouxemos estas laranjas que são muito gostosas!
– O velhinho ficou tão comovido que as lágrimas lhe
escorreram pelo rosto. E, muito feliz, convidou os irmãozinhos a sentarem com
ele em um tronco que havia em frente à gruta.
Logo, logo com conversavam animadamente. E o velhinho
contou que viera de muito longe e que não tinha ninguém no mundo, nem filhos,
nem netos…
– E por que o senhor mora aqui nesta gruta? Perguntou
Luís, curioso.
Então, o velhinho explicou que o dinheirinho que possuía
mal dava para se alimentar e que as casas eram muito caras. E, tristemente,
concluiu:
– Ninguém quer me empregar porque me acham velho demais!
– O senhor gosta de crianças? – perguntou Anita com
animação.
– Oh! Se gosto!… Mas elas fogem de mim! – respondeu o
velhinho com tristeza. Elas têm medo de mim!…
– Mas eu não tenho! – exclamou Anita.
– Eu também não! – disse Luís.
E os dois abraçaram o pobre velhinho, que chorava de
emoção.
Já estava ficando tarde, por isso, as crianças
despediram-se e voltaram para casa.
Anita e Luís não paravam de falar no velhinho da gruta.
– Como ele ficou feliz, quando o abraçamos! Comentou
Luís.
– É mesmo! Ele até chorou! – exclamou Anita.
E, alisando os cabelos do pai, concluiu:
– Pena que ele não arruma nenhum emprego. Todos pensam
que ele não pode trabalhar.
Então, o pai, pensando um pouco, falou, sorrindo:
– Pois vamos empregar o velhinho da gruta! Nosso
jardineiro hoje me avisou que não pode mais trabalhar aqui.
– E o velhinho vem para cá? – perguntaram as crianças
quase ao mesmo tempo.
– Sim… disse o pai com a felicidade dos filhos.
-Ele pode morar no quarto lá do quintal! – completou a
mãe também muito feliz.
– Que bom! Que bom! – exclamavam as crianças dando pulos
de alegria.
E assim foi. O velhinho da gruta passou a ser o
jardineiro da família. E era ótimo jardineiro! Também passou a ser o vovô de
Luís e Anita, aos quais amava muito e contava lindas histórias. No entanto, o
que muito o deixava feliz era o fato de nenhuma criança mais fugir, quando ele
se aproximava. E nunca se cansava de dizer:
– Foram duas crianças que me tornaram o homem mais feliz
do mundo!
EXISTÊNCIA DE DEUS
Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto
fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande
caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe,
quando nem ao menos sabes ler?
O crente fiel respondeu:
- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai
Celeste pelos sinais dele.
- Como assim? - indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente,
como reconhece quem a escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa
quanto ao autor dela?
- Pela marca do
ourives.
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso. pelo
Espírito Meimei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário