1 – Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem
ao que vos tem ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Para serdes
filhos de vosso Pai que está nos Céus; o qual faz nascer o seu sol sobre bons e
maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós não amais senão os que
vos amam, que recompensas haveis de ter? Não faz os publicanos também o mesmo?
E se vós saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não
fazem também assim os gentios? Sede vós logo perfeitos, como também vosso Pai
celestial é perfeito. (Mateus, V: 44 e 46-48).
2 – Desde que Deus possui a perfeição infinita em todas
as coisas, esta máxima: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”,
tomada ao pé da letra, faria supor a possibilidade de atingirmos a perfeição
absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto o seu próprio
Criador, ela o igualaria, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus
se dirigia não teriam compreendido essa questão. Ele se limitou, portanto, a
lhes apresentar um modelo e dizer que se esforçassem para atingi-lo.
Devemos, pois, entender, por essas palavras, a perfeição
relativa de que a humanidade é suscetível, e que mais pode aproximá-la da
Divindade. Mas em que consiste essa perfeição? Jesus mesmo o disse: “Amai os
vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem
e caluniam”. Com isso, mostra que a essência da perfeição é a caridade, na sua
mais ampla acepção, porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.
Com efeito, se observarmos o resultado de todos os
vícios, e mesmo dos simples defeitos, reconheceremos que não há nenhum que não
altere mais ou menos o sentimento de caridade, porque todos nascem do egoísmo e
do orgulho, que são a sua negação. Porque tudo o que excita exageradamente o
sentimento da personalidade destrói ou, quando nada, enfraquece os princípios
da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, o sacrifício e
o devotamento. O amor do próximo, estendido até o amor dos inimigos, não
podendo aliar-se com nenhum defeito contrário à caridade, é sempre, por isso
mesmo, o indício de uma superioridade moral maior ou menor. Do que resulta que
o grau de perfeição está na razão direta da extensão do amor ao próximo. Eis
por que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no
que ela tem de mais sublime, lhes disse: “Sede logo perfeitos, como também
vosso Pai celestial é perfeito”.
O LIVRO DOS
ESPÍRITOS – QUESTÃO 629 À 646
629. Que definição se pode dar da moral?
“A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir
o bem do mal.
Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem
quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus.”
630. Como se pode distinguir o bem do mal?
“O bem é tudo o que é conforme a Lei de Deus; o mal, tudo
o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de
Deus. Fazer o mal é infringi-la.”
631. Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é
bem do que é mal?
“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a
inteligência para distinguir um do outro.”
632. Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se
na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica
o mal?
“Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não
vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.”
633. A regra do bem e do mal, que se poderia chamar de
reciprocidade ou de solidariedade, é inaplicável ao proceder pessoal do homem
para consigo mesmo. Achará ele, na lei natural, a regra desse proceder e um
guia seguro?
“Quando comeis em excesso, verificais que isso vos faz
mal. Pois bem, é Deus quem vos dá a medida daquilo de que necessitais.
Quando excedeis dessa medida, sois punidos. Em tudo é
assim. A lei natural traça para o homem o limite das suas necessidades. Se ele
ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento. Se atendesse sempre à voz que
lhe diz — basta, evitaria a maior parte dos males, cuja culpa lança à
Natureza.”
634. Por que está o mal na natureza das coisas? Falo do
mal moral. Não podia Deus ter criado a Humanidade em melhores condições?
“Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e
ignorantes (115). Deus deixa que o homem escolha o caminho. Tanto pior para
ele, se toma o caminho mau: mais longa será sua peregrinação.
Se não existissem montanhas, não compreenderia o homem que
se pode subir e descer; se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros. É preciso
que o Espírito ganhe experiência; é preciso, portanto, que conheça o bem e o
mal. Eis por que se une ao corpo.” (119)
635. Das diferentes posições sociais nascem necessidades
que não são idênticas para todos os homens. Não parece poder inferir-se daí que
a lei natural não constitui regra uniforme?
“Essas diferentes posições são da natureza das coisas e
conformes a lei do progresso. Isso não infirma a unidade da lei natural, que se
aplica a tudo.”
As condições de existência do homem mudam de acordo com
os tempos e os lugares, do que lhe resultam necessidades diferentes e posições
sociais apropriadas a essas necessidades. Pois que está na ordem das coisas,
tal diversidade é conforme a Lei de Deus, lei que não deixa de ser una quanto
ao seu princípio. À razão cabe distinguir as necessidades reais das factícias
ou convencionais.
636. São absolutos, para todos os homens, o bem e o mal?
“A Lei de Deus é a mesma para todos, porém o mal depende principalmente
da vontade que se tenha de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal,
qualquer que seja a posição do homem. Diferença só há quanto ao grau da
responsabilidade.”
637. Será culpado o selvagem que, cedendo ao seu
instinto, se nutre de carne humana?
“Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem! Tanto
mais culpado é o homem, quanto melhor sabe o que faz.”
As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal.
Muitas vezes, comete o homem faltas, que, nem por serem consequência da posição
em que a sociedade o colocou, se tornam menos repreensíveis. A responsabilidade
do homem é proporcionada aos meios de que ele dispõe para
compreender o bem e o mal. Assim, mais culpado é, aos olhos de Deus, o homem
instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se
entrega aos seus instintos.
638. Parece, às vezes, que o mal é uma consequência da
força das coisas.
Tal, por exemplo, a necessidade em que o homem se vê,
nalguns casos, de destruir, até mesmo o seu semelhante. Poder-se-á dizer que
há, então, infração da Lei de Deus?
“Embora necessário, o mal não deixa de ser o mal. Essa
necessidade desaparece, entretanto, à medida que a alma se depura, passando de
uma a outra existência. Então, mais culpado é o homem, quando o pratica, porque
melhor o compreende.”
639. Não sucede frequentemente resultar o mal, que o
homem pratica, da posição em que os outros homens o colocam? Quais, nesse caso,
os culpados?
“O mal recai sobre quem lhe foi o causador. Nessas
condições, aquele que é levado a praticar o mal pela posição em que seus
semelhantes o colocam tem menos culpa do que os que, assim procedendo, o
ocasionaram. Porque, cada um será punido, não só pelo mal que haja feito, mas
também pelo mal a que tenha dado lugar.”
640. Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita
do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?
“É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é
participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas, desde que, achando-o
feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera,
ou se ousara.”
641. Será tão repreensível, quanto fazer o mal, o
desejá-lo?
“Conforme. Há virtude em resistir-se voluntariamente ao
mal que se deseja praticar, sobretudo quando há possibilidade de satisfazer-se
a esse desejo. Se apenas não o pratica por falta de ocasião, é culpado quem o
deseja.”
642. Para agradar a Deus e assegurar a sua posição
futura, bastará que o homem não pratique o mal?
“Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças,
porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o
bem.”
643. Haverá quem, pela sua posição, não tenha
possibilidade de fazer o bem?
“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta
nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros
homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que
não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo.
Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em
ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser
necessário.”
644. Para certos
homens, o meio onde se acham colocados não representa a causa primária de
muitos vícios e crimes?
“Sim, mas ainda aí há uma prova que o Espírito escolheu,
quando em liberdade, levado pelo desejo de expor-se à tentação para ter o
mérito da resistência.”
645. Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na
atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível?
“Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo
dentro da atmosfera do vício, com grandes virtudes às vezes deparas.
São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo
tempo, receberam a missão de exercer boa influência
sobre os seus semelhantes.”
646. Estará subordinado a determinadas condições o mérito
do bem que se pratique? Por outra: será de diferentes graus o mérito que
resulta da prática do bem?
“O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo.
Nenhum merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe.
‘Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com outro o seu
único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra’, disse-o
Jesus, a propósito do óbolo da viúva.”
O CÉU E O INFERNO PRIMEIRA
PARTE – CAPÍTULO III ITEM 8 E 9
8. A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e
intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do
trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A
vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.
A bondade, a maldade, a doçura, a violência, a benevolência,
a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a humildade, a sinceridade, a
franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra, tudo o que
constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo as
relações do homem com os seus semelhantes.
Para o homem que vivesse isolado não haveria vícios nem
virtudes; preservando-se do mal pelo isolamento, o bem de si mesmo se anularia.
9. Uma só existência corporal é manifestamente
insuficiente para o Espírito adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal
que lhe sobra.
Como poderia o selvagem, por exemplo, em uma só
encarnação nivelar-se moral e intelectualmente ao mais adiantado europeu? É
materialmente impossível. Deve ele, pois, ficar eternamente na ignorância e barbaria,
privado dos gozos que só o desenvolvimento das faculdades pode proporcionar-lhe?
O simples bom senso repele tal suposição, que seria não
somente a negação da justiça e bondade divinas, mas das próprias leis
evolutivas e progressivas da natureza. Mas Deus, que é soberanamente justo e
bom, concede ao Espírito tantas encarnações quantas as necessárias para atingir
seu objetivo — a perfeição.
Para cada nova existência entra o Espírito com o cabedal
adquirido nas anteriores em aptidões, conhecimentos intuitivos, inteligência e
moralidade.
Cada existência é assim um passo avante no caminho do
progresso. A encarnação é inerente à inferioridade dos Espíritos, deixando de ser
necessária desde que estes, transpondo-lhe os limites, ficam aptos para progredir
no estado espiritual, ou nas existências corporais de mundos superiores, que
nada têm da materialidade terrestre. Da parte destes a encarnação é voluntária,
tendo por fim exercer sobre os encarnados uma ação mais direta e tendente ao
cumprimento da missão que lhes compete junto dos mesmos. Desse modo aceitam
abnegadamente as vicissitudes e sofrimentos da encarnação.
TEXTOS DE APOIO
DECÁLOGO DO APERFEIÇOAMENTO
1 –Diminua as próprias necessidades e aumente as suas concessões.
2 –Intensifique o seu trabalho e reduza as quotas de
tempo inaproveitado.
3 –Eleva as idéias e reprima os impulsos.
4 –Liberte o “homem do presente”, na direção de Jesus e
aprisione o “homem do passado” que ainda vive em você.
5 –Vigie os seus gestos, estendendo os gestos alheios.
6 –Persevere no estudo nobre, reconhecendo na vida a escola
sagrada de nossa ascensão para Deus.
7-Julgue a você mesmo e desculpe indistintamente.
8 -Fale com humildade, ouvindo com atenção.
9-Medite realizando e ore servindo.
10-Confie no Amor do Eterno e renda culto diário às
obrigações em que Ele Mesmo nos situou.
Autor: André Luiz Psicografia de Chico Xavier.
Livro: Ideal Espírita
DIANTE DA
PERFEIÇÃO
“Sede
perfeitos como Nosso Pai Celestial!”
Esta foi
a advertência do Senhor ao nosso coração de aprendizes. Todavia, à maneira do
verme, contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a distância que
nos separa da meta.
Impedimentos, compromissos e inibições fluem do nosso “ontem”,
asfixiando-nos, a cada momento de hoje, o anseio de movimentação para a luz.
Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que
nos integrará na magnificência divina, é imperioso começar a grande romagem,
oferecendo ao avanço as melhores forças.
Ninguém
exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas podes
ser, desde agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria
casa.
Ninguém
te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias terrestres, no
entanto, podes doar, de improviso, a migalha de que te sobre ao conforto
doméstico, em auxílio ao companheiro necessitado.
Ninguém
esperas desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas podes
calar, sem detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu
coração para os lábios.
Ninguém
aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje, podes
ser a enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados ao
abandono.
Ninguém
te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser, sem
delonga, o reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.
Lembra a
semente que te regala o corpo e aprendamos a começar.
A planta
que era ontem simples promessa, hoje é garantia do pão que te supre a mesa.
As
maiores e mais famosas viagens iniciam-se de um passo.
Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso
alcance, desde agora, e a perfeição ser-nos-á, um dia, preciosa fonte de benções,
descortinando-nos o porvir.
Emmanuel - Do livro Nascer e Renascer - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
PERFEIÇÃO VERSUS
PERFECCIONISMO
"...E se vós saudardes senão vossos irmãos, que
fazeis nisso mais que os outros? Os pagãos não o fazem também? Sede pois, vós
outros perfeitos, como vosso Pai Celestial é perfeito". (Cap. XVII, item
1)
As tendências ao perfeccionismo têm raízes profundas e
escondidas revelando, às vezes, um grande medo indefinido e oculto. A diferença
principal entre um indivíduo saudável e o perfeccionista é que o primeiro
controla sua própria vida, enquanto o segundo é controlado sistematicamente por
sua compulsão pertinaz.
Trazemos como somatório de múltiplas existências crenças
negativas de que nosso valor é medido por nossos desempenhos bem-sucedidos e
que os erros nos rebaixariam o merecimento como pessoa.
Daí emoções desconexas de medo, de desagrado e de
punição. Como exemplo, pensamos inconscientemente que, se formos imperfeitos e
falhos as pessoas não vão mais confiar em nós, ou jamais teremos sucesso na
vida.
O transtorno dos perfeccionistas é não se aceitarem como
espíritos falíveis, não aceitando também os outros nessa mesma condição,
tentando assim agradar a todos e lhes corresponder às expectativas.
Às vezes os perfeccionistas podem até pensar, mas não
admitem: "se eu fracassar, vão me criticar"; em outras ocasiões,
insistem em dizer que "não pensam assim", demonstrando, porém, o
contrário, pois ficam profundamente descontrolados quando cometem algum erro.
Certas fixações pelo desempenho perfeito são necessidades
de aprovação e carinho que nasceram durante a infância: "Se você não fizer
tudo certinho, a mamãe e o papai não vão gostar mais de você".
São vozes do passado que ecoam até hoje nas mentes
perfeccionistas. Esses distúrbios de comportamento levam, em muitas situações,
os indivíduos a uma lentidão superlativa para fazer as coisas.
Querem fazer tudo com tantos detalhes e precisão que
nunca acabam o que estão fazendo. Outros são conhecidos pelo nome de
proteladores, ou seja, adiam sistematicamente a ação, por temer um desempenho
imperfeito.
Por exemplo, se começam a apontar um lápis, levam o
objeto à destruição em alguns minutos, pela busca milimétrica de perfeição.
Outros sintomas ou sinais mais comuns: certas pessoas são obcecadas em dispor
as coisas simetricamente, de modo que não fiquem um centímetro fora do lugar.
Quanto mais verificam, mais querem checar e mais têm
dúvidas. Os perfeccionistas necessitam ser impecáveis, respondem a todas as
perguntas, mesmo àquelas que não sabem corretamente.
Por possuírem desordens psíquicas, buscam incessantemente
controlar a ordem exterior, vigiando os comportamentos alheios como verdadeiros
juízes da moral e dos costumes.
Por não admitirmos o erro e por não percebermos que o
único fracasso legítimo é aquele com o qual nada aprendemos, é que os conceitos
de perfeição doentia perturbam constantemente nossa zona mental.
Por isso, o erro não deve ser considerado como perda
definitiva, mas apenas uma experiência de aprendizagem. "Sede pois, vós
outros perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito" - disse-nos Jesus
Cristo.
Entretanto, não nos conclama com essa assertiva para que
tomemos "ares" de perfeição presunçosa, e sim que nos esforcemos para
um crescimento gradual no processo da vida, que nos dará oportunamente
habilidades cada vez maiores e melhores.
Somos todos convocados pelo Mestre ao exercício do
aperfeiçoamento, mas contemos com o tempo e a prática como fatores essenciais,
esquecendo a perfeição doentia, atrelada a uma "determinação martirizante
e desgastante", que nos faz despender enorme carga energética para manter
uma aparência irrepreensível.
Repensemos o texto cristão se estamos buscando o
crescimento rumo à perfeição, ou se estamos simulando possuir uma santidade que
não suporta sequer o toque da menor contrariedade.
Livro: Renovando Atitudes - Hammed – Francisco do
Espírito Santo Neto
NA SENDA DO CRISTO
“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”–
Jesus. (Mateus. 5:44.)
O caminho de Jesus é de vitória da luz sobre as trevas e,
por isso mesmo, repleto de obstáculos a vencer.
Senda de espinhos gerando flores, calvário e cruz
indicando ressurreição...
O próprio Mestre, desde o início do apostolado, desvenda
às criaturas o retiro da elevação pelo sacrifício.
Sofre, renunciando ao divino esplendor do Céu, para
acomodar-se à sombra terrestre na estrebaria.
Experimenta a incompreensão de sua época.
Auxilia sem paga.
Serve sem recompensa.
Padece a desconfiança dos mais amados.
Depois de oferecer sublime espetáculo de abnegação e
grandeza, é içado ao madeiro por malfeitor comum.
Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e
volta do túmulo para ajudar.
Todos os seus companheiros de ministério, restaurados na
confiança, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martírio
e flagelação.
Inúteis, desse modo, nos círculos de nossa fé, os
petitórios de protecionismo e vantagens inferiores.
Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faz-nos sentir
que tornamos à carne para regenerar e reaprender.
Com o corpo físico, retomamos nossos débitos, nossas
deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões...
E não superaremos os entraves da própria liberação,
providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconseqüentes.
Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis
no campo de nossos princípios.
Disse-nos o Senhor -"Amai os vossos inimigos e orai
pelos que vos perseguem.”
Isso não quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de
penitência pé de nossos adversários, mas sim que nos compete viver de tal modo
que eles se sintam auxiliados por nossa atitude e por nosso exemplo,
renovando-se para a o bem, de vez que, enquanto houver crime e sofrimento,
ignorância e miséria no mundo, não podemos encontrar sobre a Terra a luz do Reino do Céu.
Livro: Palavras de Vida Eterna - Psicografia Francisco
Candido Xavier – Espírito Emmanuel
BENEVOLÊNCIA
Traduzindo benevolência por fator de equilíbrio, nas
relações humanas, vale confrontar as atitudes infelizes com os obstáculos que
afligem o espírito, na caminhada terrestre.
Aprendamos sinonímia de ordem moral, no dicionário da
Natureza:
Crítica destrutiva – labareda sonora.
Azedume – estrada barrenta.
Irritação – atoleiro comprido.
Indiferença – garoa gelada.
Cólera – desastre à vista.
Calúnia- estocada mortal.
Sarcasmo – pedrada a esmo.
Injúria – espinho infecto.
Queixa repetida – tiririca renitente.
Conversa desnecessária – vento inútil.
Preconceito – fruto bichado.
Gabolice – poeira grossa.
Lisonja – veneno doce.
Engrossamento – armadilha pronta.
Aspereza – casca espinhosa.
Pornografia – pântano aberto.
Despeito – serpente oculta.
Melindre – verme dourado.
Inveja – larva em pencas.
Pessimismo- chuva de fel.
Espiritualmente, somos filtros do que somos.
Cada pessoa recebe aquilo que distribui.
Se esperamos pela indulgência alheia, consignemos as
manifestações que nos pareçam indesejáveis e, evitando-as com segurança,
saberemos cultivar a benevolência, no trato com o próximo, para que a
benevolência se nos faça auxílio incessante, através dos outros.
Emmanuel - Brilhe Vossa Luz - Francisco Cândido
Xavier - Carlos A. Baccelli
CREDORES DIFERENTES
"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos."
- Jesus. (MATEUS, 5:44.)
O problema do inimigo sempre merece estudos mais
acurados.
Certo, ninguém poderá aderir, de pronto, à completa união
com o adversário do dia de hoje, como Jesus não pôde rir-se com os
perseguidores, no martírio do Calvário.
Entretanto, a advertência do Senhor, conclamando-nos a
amar os inimigos, reveste-se de profunda significação em todas as facetas pelas
quais a examinemos, mobilizando os instrumentos da análise comum.
Geralmente, somos devedores de altos benefícios a quantos
nos perseguem e caluniam; constituem os instrumentos que nos trabalham a
individualidade, compelindo-nos a renovações de elevado alcance que raramente
compreendemos nos instantes mais graves da experiência. São eles que nos
indicam as fraquezas, as deficiências e as necessidades a serem atendidas na
tarefa que estamos executando.
Os amigos, em muitas ocasiões, são imprevidentes
companheiros, porquanto contemporizam com o mal; os adversários, porém,
situam-no com vigor.
Pela rudeza do inimigo, o homem comumente se faz rubro e
indignado uma só vez, mas, pela complacência dos afeiçoados, torna-se pálido e
acabrunhado, vezes sem conta.
Não queremos dizer com isto que a criatura deva cultivar
inimizades; no entanto, somos daqueles que reconhecem por beneméritos credores
quantos nos proclamam as faltas.
São médicos corajosos que nos facultam corretivo.
É difícil para muita gente, na Terra, a aceitação de
semelhante verdade; todavia, chega sempre um instante em que entendemos o apelo
do Cristo, em sua magna extensão.
Livro: Vinhas de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico
Xavier
OPOSIÇÕES
"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai
pelos que vos perseguem". - Jesus (Mateus, 5:44)
Imperioso modifiques a própria conceituação, em torno do
adversário, a fim de que se te apague da mente, em definitivo, o fogo da
aversão.
Isso porque o suposto ofensor pode ser alguém: que age
sob a compulsão de grave processo obsessivo; que se encontra sob o guante da
enfermidade e, por isso, inabilitado a comportar-se corretamente; que
experimenta deploráveis enganos e se acomoda na insensatez; que não pode
enxergar a vida no ângulo em que a observas.
E que nenhum de nós encontre motivos para lhe reprovar o
desajuste, porquanto nós todos somos ainda suscetíveis de incorrer em falhas
lamentáveis, como sejam: cair sob a influência perturbadora de criaturas a quem
dediquemos afeições sem o necessário equilíbrio; iludir-nos a nosso próprio
respeito quando não pratiquemos o regime salutar da autocrítica; entrar em
calamitoso desequilíbrio por efeito de capricho momentâneo; assumir atitudes
menos felizes, por deficiência de evolução, à frente de companheiros em
posições mais elevadas que a nossa.
Em síntese, para sermos desculpados é preciso desculpar.
Reflitamos na absoluta impropriedade de qualquer
ressentimento e recordemos a advertência de Jesus quando nos recomendou a
oração pelos que nos perseguem.
O Mestre, na essência, não nos impelia tão-só a beneficiar
os que nos firam, mas igualmente a proteger a sanidade mental do grupo em que
fomos chamados a atuar e servir, imunizando os companheiros, relativamente ao
contágio da mágoa, e frustrando a epidemia da queixa, sustentando a tranqüilidade
e a confiança dos outros, tanto no amparo a eles quanto a nós.
Francisco Cândido Xavier – Pelo Espírito De Emmanuel –
Livro Segue-Me
MOTIVOS PARA
SOCORRER OS MAUS
. . . e orai pelos que vos perseguem. -Jesus. (Mateus.
5:44.)
Todos aqueles
espíritos interpretados como maus são irmãos nossos - criaturas do Criador,
quanto nós mesmos - credores de auxílio e consideração.
- A maldade, em muitos, provém da ignorância que compele
o ser a comportamento infeliz, reclamando assistência educativa.
- Às vezes a crueldade não é senão doença catalogável na
patologia da mente, agravada, em muitas ocasiões, por influência obsessiva
solicitando ajuda curativa ao invés de punição.
- Muitos criminosos são companheiros que não resistiram
às tentações trazidas de existências passadas, incursos em faltas das quais
somos passíveis em nossa atual posição de consciências endividadas perante a
Lei.
- O malfeitor no cárcere ou em cumprimento da pena que lhe
foi cominada é semelhante ao enfermo no hospital ou em tratamento adequado,
requerendo compreensão e apoio fraterno.
- Ninguém experimenta alegria ante as vítimas do mal,
como ninguém sente prazer diante do vizinho que a moléstia perturba, mas, assim
como o doente do corpo exige medicação, o doente da alma requisita socorro.
- Tanto quanto não será possível prever a extensão do
incêndio sem medidas que o combatam, ninguém pode acautelar-se do alastramento
do mal sem a colaboração do bem que o elimine.
- Quando a pessoa conhece as próprias responsabilidades
e pratica o mal mesmo assim, entreguemo-la a si mesma, convencidos de que essa
pessoa carregará no subconsciente a dor da culpa até que se liberte, pelo
sofrimento, da sombra em que se envolveu.
- Situemos-nos em lugar dos nossos irmãos caídos e
verificaremos que eles precisam muito mais de assistência que de censura.
- Quando as circunstâncias nos impeçam o abraço fraternal
imediato aos que nos feriram, não nos esqueçamos de que, ainda assim, ser-nos-á
possível auxiliá-los sempre através da oração.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro Bênção de Paz
NO PLANO DOS
INIMIGOS
Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos... – Jesus (Mateus,
5:44)
O ofensor
apareceu diante de ti à maneira de um teste de aprimoramento moral.
Injuriou-te o
nome.
Zombou-te dos
brios.
Gritou-te ameaças.
Golpeou-te os
sentimentos.
Desafiou-te a
capacidade de tolerância.
Apedrejou-te os
ideais.
Escarneceu-te dos
propósitos.
Torturou-te o
pensamento.
Disse Jesus: “Ama
os teus inimigos”, mas não recomendou que os tomássemos por modelos de serviço
e conduta, quando os nossos opositores se afeiçoem ao mal.
Mentaliza um homem estirado no charco. É razoável lhe
estendas a mão, no fito de socorre-lo; entretanto, nada justiça te afundes, por
isso, conscientemente no barro.
É preciso salvar as vítimas do incêndio, mas a vida não
te pede o mergulho desamparado nas chamas.
O adversário é sempre alguém digno do auxílio ao nosso
alcance, mas nem sempre, com desculpas de amor, devemos fazer aquilo que ele
estima fazer.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro Bênção de Paz
RAZÕES PARA AMARMOS OS INIMIGOS
Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos... – Jesus. (Mateus,
5:44)
Os inimigos,
queiramos ou não, são filhos de Deus como nós e, consequentemente, nossos
irmãos, para quem Deus providenciará recursos e caminhos dentro da mesma
bondade com que age em nosso favor.
Temos muito a
dever aos amigos pelos estímulos com que nos asseguram êxito na vida, mas não
podemos esquecer que devemos bastante aos nossos inimigos pelas oportunidades
que nos proporcionam no sentido de retificarmos os próprios erros.
O adversário é mais propriamente aquele que
sulca a nossa alma, à feição do lavrador que cava a terra, a fim de que
produzamos na seara do bem.
O amor pelos
inimigos dar-nos-á excelentes recursos contra o desajuste circulatório, a
neurose, a loucura ou a úlcera gástrica, sempre que estejamos em tarefa no
corpo físico.
Orando em
benefício dos que nos ferem evitamos maiores perturbações em torno de nós
mesmos.
Uma atitude
respeitosa para com os adversários nunca nos rouba tempo ao serviço.
Amando os
inimigos e entregando-nos sinceramente ao juízo de Deus, com as melhores
vibrações de fraternidade, eliminamos noventa por cento dos motivos de aflição
e aborrecimento.
Abençoando em
silêncio os que nos criticam ou golpeiam, protegemos com mais segurança os
interesses do trabalho que a Providência Divina nos concedeu.
A serenidade e o
apreço para com os inimigos são os melhores antídotos para que as preocupações
com eles não nos destruam.
O amor pelos
inimigos não nos rouba a paz da consciência, na hipótese de serem malfeitores
confessos, porque, quando Jesus nos diz ide e reconciliai-vos com o adversário,
nos ensina a fazer paz em nossas relações, como não é justo privar de
tranqüilidade uma criança ou um doente. Mas em trecho algum do Evangelho Jesus
nos recomenda cooperar com eles.
Emmanuel - Mensagem psicografada por Francisco Cândido
Xavier. Do livro Bênção de Paz
IMUNIZAÇÃO ESPIRITUAL
“Eu, porém, vos
digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem...” – JESUS.
(Mateus, 5:44.)
Temos,
efetivamente, duas classes de adversários, aqueles que não concordam conosco e
aqueles outros que suscitamos com a nossa própria cultura de intolerância.
Os primeiros são
inevitáveis. Repontam da área de todas as existências, mormente quando a
criatura se encaminha para diante nas trilhas de elevação.
Nem Jesus viveu
ou vive sem eles.
Os segundos,
porém, são aqueles cujo aparecimento podemos e devemos evitar. Para isso,
enumeremos alguns dos prejuízos que angariaremos, na certa, criando aversões em
nosso caminho:
focos de
vibrações contundentes;
centros de
oposição sistemática;
ameaças
silenciosas;
portas fechadas
ao concurso espontâneo;
opiniões quase
sempre tendenciosas, a nosso respeito;
suspeitas injustificáveis;
propósitos de
desforço;
antipatias
gratuitas;
prevenções e
sarcasmos;
aborrecimentos;
sombras de
espírito.
Qualquer das
parcelas relacionadas nesta lista de desvantagens bastaria para amargurar larga
faixa de nossa vida, aniquilando-nos possibilidades preciosas ou reduzindo-nos
eficiência, tranqüilidade, realização e alegria de viver.
Fácil inferir que
apenas lesamos a nós mesmos, fazendo adversários, tanto quanto é muito
importante saber tolerá-los e respeitá-los, sempre que surjam contra nós.
Compreendemos,
assim, que quando Jesus nos recomendou amar os inimigos estava muito longe de
induzir-nos à conivência com o mal, e sim nos entregava a fórmula ideal do
equilíbrio com a paz da imunização.
Francisco Cândido
Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel
ALÉM DOS OUTROS
"Não fazem os publicanos também o mesmo?"-
Jesus. MATEUS,5:46.
Trabalhar no horário comum irrepreensivelmente, cuidar
dos deveres domésticos, satisfazer exigências legais e exercitar a correção de
proceder, fazendo o bastante na esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas
peculiares a crentes e descrentes na senda diária.
Jesus, contudo, espera algo mais do discípulo.
Correspondes aos impositivos do trabalho diuturno,
criando coragem, alegria e estímulo, em der- redor de ti?
Sabes improvisar o bem, onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?
Aproveitas, com êxito, o material que outrem desprezou
por imprestável?
Aguardas, com paciência, onde outros desesperaram?
Na posição de crente, conservas o espírito de serviço,
onde o descrente congelou o espírito de ação?
Partilhas a alegria de teus amigos, sem inveja e sem
ciúme, e participas do sofrimento de teus adversários, sem falsa superioridade
e sem alarde?
Que dás de ti mesmo no ministério da caridade?
Garantir o continuísmo da espécie, revelar utilidade
geral e adaptar-se aos movimentos da vida são característicos dos próprios
irracionais.
O homem vulgar, de muitos milênios para cá, vem comendo e
bebendo, dormindo e agindo sem diferenças fundamentais, na ordem coletiva. De
vinte séculos a esta parte, todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os
ensinamentos do Cristo, convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade
superior. Nem todos a percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas..
para quantos se felicitam em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do
Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos fazendo.
Livro Fonte Viva.
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier
CONCEITO DO BEM
“Sede vós. pois. perfeitos. como é perfeito o vosso Pai
que está nos céus.” - JESUS - MATEUS, 5: 48,
“0 verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de
justiça, de amor e de caridade, na sita maior pureza. ” – Cap. 17, 3.
Toda vez que ouças alguém referindo-se ao bem ou ao mal
de alguém, procura discernir.
Conheces o amigo que escalou a eminência econômica.
À vista da facilidade com que maneja a moeda, há quem o
veja muito bem situado, nas vantagens materiais, no entanto, via de regra, se
lhe radiografasses os sentimentos, nele encontrarias um escravo da inquietação,
detido em cadeias de ouro.
Assinalas o homem que alcançou a respeitabilidade
política.
Tão logo surge no vértice da administração, há quem o
veja muito bem colocado nos interesses do mundo, mas, freqüentemente, se lhe
fotografasses as telas do espírito, nele surpreenderias um mártir de
cerimoniais e banquetes, constrangido entre as necessidades do povo e as
exigências da lei.
Admiras o companheiro que venceu as próprias inibições
elevando-se à direção do trabalho comum.
A face da significativa remuneração que percebe, há quem
o veja muito bem posto na esfera social, contudo, na maioria das vezes, se lhe
observasses as mais intimas reações, nele acharias um prisioneiro de sufocantes
obrigações, sem tempo para comer o pão que assegura aos dirigidos de condição
mais singela.
Elogias o cientista que fornece idéias de renovação e
conforto.
Ao fitá-lo sob os lauréis da popularidade, há quem o veja
muito bem classificado na galeria da fama, no entanto, quase sempre, se lhe
tateasses a alma por dentro, nele surpreenderias um atormentado servidor do
progresso clamando ansiosamente por simplicidade e repouso.
Reajustemos, assim, o conceito do bem, diante da vida.
Em muitas circunstâncias, o dinheiro suprime aflições, a
autoridade resolve problemas, a influência apara dificuldades e a cultura
clareia o caminho...
Por isso mesmo, toda pessoa que obtém qualquer parcela
mais expressiva de responsabilidade e destaque, mostra-se realmente muito bem
para combater o mal e liquidá-lo; entretanto, caso venha a utilizar-se dos bens
com que a vida lhe enriquece as mãos apenas para cuidar do bem de si mesma, sem
qualquer preocupação na garantia do bem devido aos outros, seja onde seja, semelhante
criatura estará simplesmente bem mal.
Emmanuel -Extraído Do Livro: O Livro Da Esperança - Psicografado Por
Francisco C Xavier
TEUS ENCARGOS
"...Sede vós perfeito como perfeito é o vosso Pai
Celestial".- Jesus (Mateus, 5:48).
Cada qual de nós,
conforme as leis que nos regem, se encontra hoje no lugar certo, com as
criaturas adequadas e nas circunstâncias justas, necessárias ao trabalho que
nos compete efetuar, na pauta de nosso próprio merecimento.
Observa os
encargos que te honorificam a existência como sendo, desse modo, atividades de
alta significação em teu benefício, porquanto se erigem todos eles em tope de
realização a que, por enquanto, te podes consagrar.
Seja em casa ou na
oficina, no grupos de serviço ou na tela social, és uma peça consciente na
estrutura da vida, desfrutando a possibilidade de criar, agir, colaborar e fazer,
na elevação da própria vida.
"sede
perfeitos como é perfeito nosso Pai Celestial" - exortou-nos Jesus.
Pensemos nisso,
melhorando-nos sempre.
Sem dúvida que
outros conseguem substituir-te no trabalho a que te entrosas; no entanto, em se
tratando de ti, é justo recorde que Deus nos fez, a todos, espíritos imortais com
o dever de aprimorar-nos até que venhamos a identificar-nos inteiramente com o
seu
Infinito Amor, conservando embora, em todo tempo e em qualquer
parte, a prerrogativa de seres inconfundíveis da Criação.
Teus encargos -
tuas possibilidades de acesso a planos superiores.
Realmente nós - os
espíritos em evolução nas vias terrestres - estamos ainda muito distantes da
angelitude; entretanto cada um de nós, onde estiver, poderá, desde agora, começar
a ser bom.
Emmanuel Do Livro Segue-Me Psicografia De Francisco C
Xavier
QUE FAZEIS DE ESPECIAL?
"Que fazeis de especial?" - Jesus. (MATEUS,
5:47.)
Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas
cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão normal
dos homens encarnados.
Em verdade, sabem que a vida prossegue vitoriosa, além da
morte; que se encontram na escola temporária da Terra, em favor da iluminação
espiritual que lhes é necessária; que o corpo carnal é simples vestimenta a
desgastar-se cada dia; que os trabalhos e desgostos do mundo são recursos
educativos; que a dor é o estímulo às mais altas realizações; que a nossa
colheita futura se verificará, de acordo com a sementeira de agora; que a luz
do Senhor clarear-nos-á os caminhos, sempre que estivermos a serviço do bem;
que toda oportunidade de trabalho no presente é uma bênção dos Poderes Divinos;
que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas,
sim, em missão de aperfeiçoamento; que a justiça não é uma ilusão e que a
verdade surpreenderá toda a gente; que a existência na esfera física é
abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e
pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no
campo infinito da vida.
Efetivamente, sabemos tudo isto. Em face, pois, de tantos
conhecimentos e informações dos planos mais altos, a beneficiarem nossos
círculos felizes de trabalho espiritual, é justo ouçamos a interrogação do
Divino Mestre:
- Que fazeis mais que os outros?
Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico
Xavier
NA SUBLIME
INICIAÇÃO
Quando Jesus nos convocou à perfeição, conhecia
claramente a carga de falhas e deficiências de que estamos ainda debitados
perante a Contabilidade da Vida.
Urge, assim, penetrar o sentido de semelhante convite,
aceitando, de nossa parte, a sublime iniciação.
Na subida áspera em demanda aos valores eternos, as Leis
do Universo não nos reclamam qualquer ostentação de grandeza espiritual.
Criaturas em laboriosa marcha na senda evolutiva atendamos, desse modo, aos
alicerces do aprendizado.
Nas horas de crise, os Estatutos Divinos não nos rogam
certidões de superioridade a raiarem pela indiferença, e sim, que saibamos
sofrê-las com reflexão e dignidade, assimilando os avisos da experiência.
Renteando com injúrias e zombarias, as instruções do
Senhor não exigem de nós a máscara da impassibilidade, e sim, que as vençamos
de ânimo forte, assimilando-lhes a passagem com a benção da compreensão
fraternal.
Defrontados por tentações, a vida não espera que
estejamos diante delas, em regime de anestesia, e sim, que busquemos
neutralizá-las com paciência e coragem, entesourando os ensinos de que se façam
mensageiras, em nosso próprio favor.
Abstenhamo-nos de adornar a existência com expectações
ilusórias. Somos criaturas humanas, a caminho da sublimação necessária e, nessa
condição, errar e corrigir-nos para acertar sempre mais, são impositivos de
nosso roteiro. Conquanto isso, porém, permaneçamos convencidos, desde hoje, de
que se por agora não nos é possível envergar a túnica dos anjos, podemos e
devemos matricular-nos na escola dos espíritos bons.
Emmanuel - Livro:
Alma e Coração. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier
DIANTE DA
CONSCIÊNCIA
A vontade do
Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes de
assumir, onde estivermos, em favor de todas as criaturas.
Quem vem a ser,
porém, essa atitude mais elevada que estamos chamados a abraçar, diante dos
outros? Sem dúvida, é a execução do dever que as leis do Eterno
Bem nos preceituam para a felicidade geral, conquanto o
dever adquira especificações determinadas, na pauta das circunstâncias.
Vejamos alguns dos
nomes que o definem, nos lugares e condições em que somos levados a cumpri-lo:
na conduta -
sinceridade;
no sentimento -
limpeza;
na idéia -
elevação;
na atividade -
serviço;
no repouso -
dignidade;
na alegria -
temperança;
na dor -
paciência;
no lar -
devotamento;
na rua -
gentileza;
na profissão -
diligência;
no estudo -
aplicação;
no poder -
liberalidade;
na afeição - equilíbrio;
na corrigenda -
misericórdia;
na ofensa -
perdão;
no direito -
desprendimento;
na obrigação -
resgate;
na posse -
abnegação;
na carência -
conformidade;
na tentação -
resistência;
na conversa -
proveito;
no ensino -
demonstração;
no conselho -
exemplo.
Em qualquer parte
ou situação, não hesites quanto à atitude mais elevada a que nos achamos
intimados pelos Propósitos Divinos, diante da consciência. Para encontrá-la, basta
procures realizar o melhor de ti mesmo, a benefício dos outros, porquanto, onde
e quando te esqueces de servir em auxílio ao próximo, aí surpreenderás a
vontade de Deus que, sustentando o Bem de Todos, nos atendem ao anseio de paz e
felicidade, conforme a paz e a felicidade que ofereçamos a cada um.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
NOSSO MATERIAL DE
LIÇÃO
Criatura alguma
conseguirá partilhar o trabalho de várias comunidades ao mesmo tempo, não
obstante a pessoa, por seus atos, influir indiretamente no conjunto da Humanidade.
Cada um de nós,
estejamos encarnados ou desencarnados em serviço na Crosta Terrestre, vive
jungido a um grupo de companheiros que constituem laços do pretérito ou instrumentos
da hora, junto dos quais somos convidados a educar a vida e o coração para a
Existência Maior.
Semelhantes sócios
de ideal parecer-nos-ão, às vezes, inadequados para nós, mas é preciso
considerar que, provavelmente no conceito que fazem de nós, nos julgarão também
impróprios para eles. Forçoso reconhecer que são agora o que são, como somos neste
momento o que temos sido até hoje.
As Diretrizes
Divinas não nos reuniram, por acaso, uns com os outros.
Não dispomos de
recurso bastante para conhecer circunstanciadamente os propósitos da Justiça Real.
Sabemos que nos concede o melhor que sejamos capazes de receber para realizarmos
o melhor que possamos fazer na hora que passa.
Usemos o amor que
o Evangelho nos indica a fim de que se nos reduzam as deficiências recíprocas.
Imperioso amá-los quais se nos fossem familiares queridos.
Agradecer aos mais
virtuosos o conforto com que nos alimentam a alma e auxiliar os que se nos
mostrem menos seguros,
Seguir o exemplo
dos valorosos no dinamismo construtivo e apoiar os tíbios que tropeçam a cada
passo da tarefa a desenvolver. Sentir-lhes os percalços, compartir-lhes os
regozijos.
Recolher a
inspiração dos que acertam e amparar os que se transviam.
Escutar com
atenção os que ensinam e ouvir com paciência os que se desequilibram nos
labirintos da necessidade.
Estimular as
mínimas aspirações que entremostrem no rumo da correção, permanecendo justos
para que a fraternidade jamais lisonjeie o mal naqueles que amamos.
Saber tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade
em censura e sem transformar a bondade em fraqueza, para que não se emaranhem
nas armadilhas da ilusão.
Entender que sem
eles seríamos quais alunos obrigados à freqüência da escola, sem material de
lição.
Em suma, aceitar o
campo da vivência cotidiana como o educandário mais digno em que possamos
estagiar, provisoriamente internados pela Paternidade Comum, e do qual não
sairemos senão para a repetência das provas, se não tivermos notas de aproveitamento
que nos recomendem a equipes superiores.
Para isso,
guardemos por norma a realização de benefícios generalizados a fim de que a
rotina improdutiva não nos detenha à margem, adiando o nosso acesso à verdadeira
compreensão.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo
Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz
NA CONSTRUÇÃO DA VIRTUDE
“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor a
justiça, porque deles é o reina dos Céus” Jesus (Mateus, 5:10)
“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades
essenciais que constituem o homem de bem.
Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem
virtuoso.” (Cap. XVII)
Toleras descabidas injúrias e calas a justificação que te
pende da boca, esperando, a preço de lágrimas, que o tempo te mostre a isenção
de culpa, no entanto, com isso, promoves o reconhecimento e a renovação dos
teus próprios
perseguidores.
Podes apropriar-te da felicidade alheia, através de pleno
domínio no lar de outrem, à custa do infortúnio de alguém, e, embora padecendo
agoniada fome de afeto, ensinas a prática do dever a quem te pede convivência e
carinho, todavia, com semelhante procedimento, acendes na própria alma a chama
do amor puro com que, um dia, aquecerás os entes queridos nos planos da vida
eterna.
Tens razão de sobejo para falar a reprimenda esmagadora
aos irmãos caldos em erro, pela ascendência moral que já conquistaste, e
pronuncias a frase de estímulo e indulgência, muitas vezes sob a crítica dos
que te não compreendem os
gestos, mas consegues, assim, reerguer o ânimo dos
companheiros desanimados, recuperando-lhes as energias para levantamento das
boas guardas o direito de repousar pelo merecimento obtido em longas tarefas
nobremente cumpridas, e prossegues em atividade laboriosa, no progresso e na
paz de todos, quase sempre com o desgaste acelerado das próprias forças,
entretanto, nesse abençoado serviço extra, lanças o seguro alicerce dos
apostolados santificantes que te clarearão o grande futuro.
Sob o assalto da calúnia, ora em favor dos que te ferem.
Quando vantagens humanas te sorriam com prejuízo dos
outros, prefere o sacrifício das mais belas aspirações.
Com autoridade suficiente para a censura, semeia a
benevolência onde estiveres.
Retendo a possibilidade do descanso, abraça o maior
esforço e trabalha sempre.
Quem suporta serenamente o mal que atraiu para si mesmo,
trilha a estrada bendita da resignação, contudo quem pratica o bem quando pode
fazer o mal vive por antecipação no iluminado país da virtude
LIVRO DA ESPERANÇA (pelo Espírito Emmanuel) FCX
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