TAIS QUAIS SOMOS
“Nem todo o que me diz. ‘Senhor! Senhor!’ entrará no reino das Céus mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus.” Jesus (Mateus, 7:21)
“Será bastante trazer a aparência do Senhor par a ser fiel servidor seu? Bastará dizer: ‘Sou cristão’ par a que alguém seja um seguidor de Cristo? Procura os verdadeiros cristãos e as reconhecer eis pelas suas obras.”(Cap. 18, Item 16)
Declara-te no sadio propósito de buscar evolução e aprimoramento, luz e alegria, entretanto, em várias ocasiões, estacas, recusando a estação de experiência e resgate em que ainda te vês.
Deitas aflitivo olhar para fora e, frequentemente, cobiças sem perceber, as condições de amigos determinados, perdendo valioso tempo em descabidas
lamentações.
“Se eu contasse com mais saúde...” — alegas em tom amargo.
Em corpos enfermos, todavia, há espíritos que entesouram paciência e coragem, fortaleza e bom ânimo, levantando o padrão moral de comunidades inteiras.
“Se eu conseguisse um diploma distinto...” — afirmas com menosprezo a ti próprio.
Não te é lícito desconhecer, porém, que o dever retamente cumprido é certificado dos mais nobres, descerrando-te caminho às conquistas superiores. “Se eu tivesse dinheiro...” — reclamas, triste.
Mas esqueceste de que é possível socorrer o doente e o próximo, sem acessórios amoedados.
“Se eu tivesse mais cultura...” — asseveras, mostrando verbo desapontado.
E não te aplicas ao esmero de lembrar que nunca existiram sábios e autoridades sem começos laboriosos e sem ásperas disciplinas.
“Se eu alcançasse companheiros melhores...” — dizes, subestimando o próprio valor.
Entretanto, o esposo transviado e a esposa difícil, os filhos problemas e os parentes complicados, os colaboradores incipientes e os amigos incompletos são motivos preciosos do teu apostolado individual, na abnegação e no entendimento, para que te eleves de nível, ante a Vida Maior.
Errados ou inibidos, deficientes ou ignorantes, rebeldes ou faltosos, é necessário aceitar a nós mesmos, tais quais somos, sem acalentar ilusões a nosso respeito, mas conscientes de que a nossa recuperação, melhoria, educação e utilidade no bem dos semelhantes, na sustentação do bem de nós mesmos, podem principiar, desde hoje, se nós quisermos, porquanto é da Lei que a nossa vontade, intimamente livre, disponha de ensejos para renovar o destino, todos os dias.
Ensinou-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós.
Fujamos, pois, de invejar os instrumentos de trabalho e progresso que brilham na responsabilidade dos outros.
Para superar as dificuldades e empeços de nossos próprios limites, basta abrir o coração ao amor e aproveitar os recursos que nos enriquecem as mãos.
EMMANUEL - LIVRO DA ESPERANÇA
FÉ E AÇÃO
“Não basta dizer – Senhor! Senhor!” – equivale a assegurar que a fé não satisfaz, só por si, em nossa suspirada ascensão às bênçãos da vida imperecível. Observações simples da experiência vulgar, confirmam-nos o asserto.
O edifício para erguer-se com segurança exige plano adequado, mas não basta o projeto valioso para que a obra se concretize.
O lavrador sem a preparação justa do campo, não se abalançará naturalmente à sementeira, mas não vale tão somente o amanho do solo para que a colheita farta lhe coroe a tarefa.
No levantamento da casa, é imperioso que o arquiteto mobilize com atenção os materiais e instrumentos imprescindíveis, aproveitando a cooperação de braços obedientes, a fim de que a construção se materialize e, na lavoura comum, é indispensável que o operário da gleba se consagre ao suor, dia a dia, com a sustentação da semente escolhida, para que o pão, mais tarde, lhe sirva à mesa.
Nas esferas do espírito prevalecem os mesmos princípios e vigem as mesmas leis.
Cada criatura renasce na carne com um plano de ação a executar nas linhas do Eterno Bem.
Não bastará se refugie na certeza da Bondade Divina, para atender às obrigações que lhe cabem.
Não é suficiente a visão do Céu para equacionar as exigências do aprimoramento a que deve afeiçoar-se na Terra.
É inadiável a consagração de cada um de nós à obra viva da própria iluminação, para que a nossa confiança não seja infortunado jardim e entorpecer-se nas trevas.
Compreendamos que se Jesus admitisse a fé inoperante como penhor de vitória na vida, não teria descido da Glória Celestial para sofrer o convívio humano, testemunhando no próprio sacrifício as suas grandes lições!...
E, abraçando o serviço da redenção que nos é necessária, estejamos empenhados à edificação do bem de todos, porque ajudar a todos é auxiliar a nós próprios e educar-nos, - a preço de trabalho e abnegação, - e acender em favor dos outros, com a sublimação de nós mesmos, a bênção da própria luz.
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