APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

domingo, 30 de julho de 2017

E.S.E.- CAPÍTULO II - ITEM 5 E 6 - O PONTO DE VISTA



5 – A ideia clara e precisa que se faça da vida futura dá uma fé inabalável no porvir, e essa fé tem consequências enormes sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista pelo qual eles encaram a vida terrena. Para aquele que se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é infinita, a vida corporal não é mais do que rápida passagem, uma breve permanência num país ingrato. As vicissitudes e as tribulações da vida são apenas incidentes que ele enfrenta com paciência, porque sabe que são de curta duração e devem ser seguidos de uma situação mais feliz. A morte nada tem de pavoroso, não é mais a porta do nada, mas a da libertação, que abre para o exilado a morada da felicidade e da paz. Sabendo que se encontra numa condição temporária e não definitiva, ele encara as dificuldades da vida com mais indiferença, do que resulta uma calma de espírito que lhe abranda as amarguras.

Pela simples dúvida sobre a vida futura, o homem concentra todos os seus pensamentos na vida terrena. Incerto do porvir, dedica-se inteiramente ao presente. Não entrevendo bens mais preciosos que os da Terra, ele se porta como a criança que nada vê além dos seus brinquedos e tudo faz para os obter. A perda do menor dos seus bens causa-lhe pungente mágoa. Um desengano, uma esperança perdida, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que for vítima, o orgulho ou a vaidade ferida, são tantos outros tormentos, que fazem da sua vida uma angústia perpétua, pois que se entrega voluntariamente a uma verdadeira tortura de todos os instantes.

Sob o ponto de vista da vida terrena, em cujo centro se coloca, tudo se agiganta ao seu redor. O mal o atinge, como o bem que toca aos outros, tudo adquire aos seus olhos enorme importância. É como o homem que, dentro de uma cidade, vê tudo grande em seu redor: os cidadãos eminentes como os monumentos; mas que, subindo a uma montanha, tudo lhe parece pequeno.

Assim acontece com aquele que encara a vida terrena do ponto de vista da vida futura: a humanidade, como as estrelas no céu se perdem na imensidade; ele então se apercebe de que grandes e pequenos se confundem como as formigas num monte de terra; que operários e poderosos são da mesa estatura; e ele lamenta essas criaturas efêmeras, que tanto se esfalfam para conquistar uma posição que os eleva tão pouco e por tão pouco tempo. É assim que importância atribuída aos bens terrenos está sempre na razão inversa da fé que se tem na vida futura.  


6 – Se todos pensarem assim, dir-se-á, ninguém mais se ocupando das coisas da Terra, tudo perigará. Mas não, porque o homem procura instintivamente o seu bem-estar, e mesmo tendo a certeza de que ficará por pouco tempo em algum lugar, ainda quererá estar o melhor ou o menos mal possível. Não há uma só pessoa que, sentindo um espinho sob a mão, não a retire para não ser picada. Ora, a procura do bem-estar força o homem a melhorar todas as coisas, impulsionado como ele é pelo instinto do progresso e da conservação, que decorre das próprias leis da natureza. Ele trabalha, portanto, por necessidade, por gosto e por dever, e com isso cumpre os desígnios da Providência, que o colocou na Terra para esse fim. Só aquele que considera o futuro pode dar ao presente uma importância relativa, consolando-se facilmente de seus revezes, ao pensar no destino que os aguarda.

Deus não condena, portanto, os gozos terrenos, mas o abuso desses gozos, em prejuízo dos interesses da alma. É contra esse abuso que se previnem os que compreendem estas palavras de Jesus: O meu reino não é deste mundo.
Aquele que se identifica com a vida futura é semelhante a um homem rico, que perde uma pequena soma sem se perturbar; e aquele que concentra os seus pensamentos na vida terrestre é como o pobre que ao perder tudo o que possui, cai em desespero.



7 – O Espiritismo dá amplitude ao pensamento e abre-lhe novo horizonte. Em vez dessa visão estreita e mesquinha, que o concentra na vida presente, fazendo do instante que passa sobre a terra o único e frágil esteio do futuro eterno, ele nos mostra que esta vida é um simples elo do conjunto harmonioso e grandioso da obra do Criador, e revela a solidariedade que liga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Oferece, assim, uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma, no momento do nascimento de cada corpo, faz que todos os seres sejam estranhos uns aos outros. Essa solidariedade das partes de um mesmo todo explica o que é inexplicável, quando apenas consideramos uma parte. Essa visão de conjuntos, os homens do tempo de Cristo não podiam compreender, e por isso o seu conhecimento foi reservado para mais tarde.



REVISTA ESPÍRITA - JUL/1862
O PONTO DE VISTA
Não há quem não tenha notado quanto as coisas mudam de aspecto, conforme o ponto de vista sob o qual são
consideradas. Não é apenas o aspecto que se modifica, mas, também, a própria importância da coisa. Coloquemo-nos no centro de um meio qualquer: ainda que pequeno, nos parecerá imenso; do lado de fora, contudo, será outra coisa. Quem vê algo do cimo de uma montanha o acha insignificante, ao passo que lhe parecerá gigantesco quando visto de baixo.
Isto é um efeito de óptica, mas que se aplica igualmente às coisas morais. Um dia inteiro de sofrimento nos parecerá eterno.
À medida que esse dia se nos afasta, admiramo-nos de haver entrado em desespero por tão pouco. Os pesares da infância também têm uma importância relativa, sendo tão amargos para a criança quanto para os que alcançaram a maturidade. Por que, então, nos parecem tão fúteis? Por que não mais os sentimos, ao passo que a criança os sente completamente e nada vê além de seu pequeno círculo de atividades? Ela os vê do interior; nós, do exterior. Suponhamos um ser colocado, em relação a nós, na posição em que estamos em relação à criança: ele julgará as nossas preocupações do mesmo ponto de vista, e as achará pueris.
Um carroceiro é insultado por outro; discutem e se batem. Se um grão-senhor for injuriado por um carroceiro não se sentirá ofendido e não se baterá com ele. Por quê? Porque se coloca fora de sua esfera; julga-se de tal modo superior que a ofensa não o pode atingir. Entretanto, se descer ao nível do adversário, colocar-se-á, pelo pensamento, no mesmo meio e se baterá.
O Espiritismo nos mostra uma aplicação deste princípio, mas de importância diversa nas suas consequências. Faz-nos ver a vida terrena como de fato é, colocando-nos no ponto de vista da vida futura; pelas provas materiais que nos fornece, pela intuição clara, precisa, lógica que nos dá, pelos exemplos postos aos nossos olhos, transporta-nos pelo pensamento: nós a vemos e a compreendemos; não é mais essa noção vaga, incerta, problemática, que nos ensinavam do futuro e que, involuntariamente, deixava dúvidas; para o espírita é uma certeza adquirida, uma realidade.
Faz ainda mais: mostra-nos a vida da alma, o ser essencial, porque é o ser pensante, remontando no passado a uma época desconhecida e se estendendo indefinidamente pelo futuro, de tal sorte que a vida terrena, mesmo de um século, não passa de um ponto nesse longo percurso. Se a vida inteira é tão pouca coisa comparada com a vida da alma, que serão, pois, as dificuldades da vida? Entretanto o homem, colocado no centro da vida, preocupa-se como se ela fosse durar sempre; para ele tudo assume proporções colossais: a menor pedra que o fere parece-lhe um rochedo; uma decepção o desespera; um revés o abate; uma palavra o enfurece. Tendo a visão limitada ao presente, àquilo que toca imediatamente, exagera a importância dos menores incidentes; um negócio que falha lhe tira o apetite; uma questão de precedência é um negócio de Estado; uma injustiça o põe fora de si. Triunfar é o fim de seus esforços, o objetivo de todas as suas combinações; mas, para a maioria, o que é triunfar? Será, se não se tem do que viver, criar por meios honestos uma existência tranqüila? Será a nobre
emulação de adquirir talento e desenvolver a inteligência? Será o desejo de deixar, depois de si, um nome justamente honrado e realizar trabalhos úteis para a Humanidade? Não. Triunfar é suplantar o vizinho, eclipsá-lo, afastá-lo, derrubá-lo mesmo, para lhe tomar o lugar. E para tão belo triunfo, que talvez a morte não deixe gozar vinte e quatro horas, quantas preocupações, quantas tribulações! Quanto talento por vezes despendido e que poderia ter sido mais bem empregado! Depois, quanta raiva, quanta insônia se não se triunfar! Que febre de inveja causa o sucesso de um rival!
Então, culpam a má estrela, a sorte, a chance fatal, ao passo que a má estrela as mais das vezes é a inabilidade e a incapacidade. Dir-seia, na verdade, que o homem assume a tarefa de tornar tão penosos quanto possíveis os poucos instantes que deve passar na Terra e dos quais não é o senhor, pois jamais tem certeza do dia seguinte.
Como tudo isto muda de aspecto quando, pelo pensamento, sai o homem do vale estreito da vida terrestre e se
eleva na radiosa, esplêndida e incomensurável vida de além-túmulo!
Como então tem piedade dos tormentos que se criou voluntariamente! Como então lhe parecem mesquinhas e pueris as ambições, a inveja, as susceptibilidades, as vãs satisfações do orgulho! É como se, na idade madura, considerasse as brincadeiras da infância; do cume de uma montanha contemplasse os homens no vale. Partindo deste ponto de vista, tornar-se-á de vontade própria o joguete de uma ilusão? Não. Estará, ao contrário, na realidade, no verdadeiro e para ele a ilusão é ver as coisas do ponto de vista terreno. Efetivamente, ninguém há na Terra que não liguem mais importância àquilo que, para si, deve durar muito mais do que dura um dia; que não prefira uma felicidade durável a uma felicidade efêmera. Inquietamo-nos pouco com uma contrariedade passageira; o que interessa, acima de tudo, é a situação normal. Se, pois, elevarmos o pensamento de modo a abranger a vida da alma chegaremos forçosamente a essa consequência: ver a vida terrena como uma estação passageira; a vida espiritual como a vida real, porque é infinita; que é ilusão tomar a parte pelo todo, isto é, a vidado corpo, apenas transitória, pela vida definitiva. O homem que só considera as coisas do ponto de vista terreno é como aquele que, estando dentro de uma casa, não pode julgar a forma nem a importância do edifício: julga sob falsas aparências porque não vê tudo, ao passo que aquele que vê de fora, porque julga o conjunto, julga mais sensatamente.
Dir-se-á que para ver as coisas desta maneira é preciso uma inteligência invulgar, um espírito filosófico que não se poderia encontrar nas massas; donde forçoso seria concluir que a Humanidade, com poucas exceções, arrastar-se-á sempre no terra-a-terra. É um erro. Para se identificar com a vida futura não é preciso uma inteligência excepcional, nem grandes esforços da imaginação, porquanto cada um traz consigo a intuição e o desejo; a maneira, porém, como geralmente a apresentam é muito pouco  sedutora, porque oferece como alternativa as chamas eternas ou a contemplação perpétua, o que leva muitos a preferir o nada. Daí a incredulidade absoluta de uns e a dúvida no maior número. O que faltou até agora foi a prova irrecusável da vida futura, prova que vem dar o Espiritismo não mais por uma vaga teoria, mas por provas patentes. Mais ainda: ele a mostra tal qual a razão mais severa a pode aceitar, porque tudo explica, tudo justifica e resolve todas as dificuldades. Porque é claro e lógico, está ao alcance de todos; por isso o Espiritismo reconduz à crença tanta gente que dela se havia afastado. A experiência demonstra todos os dias que simples operários e camponeses sem instrução compreendem sem esforço esse raciocínio; colocam-se tanto mais à vontade nesse
novo ponto de vista, quanto mais nele acham, como todas as pessoas infelizes, uma imensa consolação, e a única compensação possível em sua penosa e laboriosa existência.
Se essa maneira de encarar as coisas terrestres se generalizasse, não teria como consequência senão destruir a
ambição, estimulante dos grandes empreendimentos, dos trabalhos mais úteis, mesmo das obras de gênio? Se a Humanidade inteira apenas pensasse na vida futura tudo não periclitaria neste mundo?
Que fazem os monges nos conventos, a não ser ocupar-se exclusivamente do Céu? Ora, em que se transformaria a Terra se todos se fizessem monges?
Um tal estado de coisas seria desastroso e os inconvenientes maiores do que se supõe, porque, com isso, os
homens perderiam na Terra e nada ganhariam no Céu; mas o resultado do princípio que expomos é completamente outro para quem quer que não o compreenda pela metade, conforme vamos explicar.
A vida corporal é necessária ao Espírito, ou à alma, o que é a mesma coisa, para que possa realizar neste mundo material as funções que lhe são designadas pela Providência: é uma das engrenagens da harmonia universal. A atividade que, mau grado seu, é forçado a desenvolver nas funções que exerce, crendo agir por si mesmo, auxilia o desenvolvimento de sua inteligência e lhe facilita o adiantamento. Sendo a felicidade do Espírito na vida espiritual proporcional ao seu progresso e ao bem que pôde fazer como homem, resulta que, quanto maior importância adquire a vida espiritual aos olhos do homem, mais ele sente a necessidade de fazer o que é necessário para se garantir o melhor lugar possível. A experiência dos que viveram vem provar que uma vida terrena inútil ou mal-empregada não tem proveito para o futuro, e que aqueles que aqui só buscarem satisfações materiais as pagam muito caro, seja por sofrimentos no mundo dos Espíritos, seja pela
obrigação de recomeçar a tarefa em condições mais penosas que as do passado; tal é o caso dos que sofrem na Terra. Assim, considerando as coisas deste mundo do ponto de vista extracorpóreo, o homem, longe de ser estimulado à despreocupação e à ociosidade, compreende melhor a necessidade do trabalho.
Partindo do ponto de vista terreno, essa necessidade é uma injustiça aos seus olhos, quando se compara aos que podem viver sem nada fazer: tem ciúme deles; inveja-os. Partindo do ponto de
vista espiritual, essa necessidade tem a sua razão de ser, sua utilidade, e ele a aceita sem murmurar, pois compreende que sem o trabalho ficará indefinidamente na inferioridade e privado da felicidade suprema a que aspira e que não poderá alcançar, caso não se desenvolva intelectual e moralmente. A esse respeito parece que muitos monges compreendem mal o objetivo da vida terrena e, menos ainda, as condições da vida futura. Pelo enclausuramento, eles se privam dos meios de se tornarem úteis aos semelhantes e muitos dos que hoje se acham no mundo dos Espíritos confessaram-nos que se enganaram redondamente e que sofrem as consequências de seu erro.
Para o homem, tal ponto de vista tem outra imensa e imediata consequência: é a de tornar-lhe mais suportáveis as tribulações da vida. Que procure o bem-estar e se esforce por tornar o seu tempo na Terra o mais agradável possível: isto é muito natural e ninguém lho proíbe. Mas, sabendo que está aqui apenas momentaneamente, que um futuro melhor o aguarda, pouco se atormenta com as decepções que experimenta e, vendo as coisas do alto, aceita os reveses com menor amargura; fica indiferente aos aborrecimentos de que é vítima, por parte dos invejosos e dos ciumentos; reduz a seu justo valor os objetos de sua ambição e se coloca acima das pequenas susceptibilidades do amor-próprio.
Liberto das preocupações criadas pelo homem que não sai de sua esfera limitada, pela perspectiva grandiosa que se desdobra à sua frente, é mais livre para se entregar a um trabalho proveitoso, para si próprio e para os outros.
Para ele, as humilhações, as diatribes e as maldades de seus inimigos não passam de nuvens imperceptíveis num vasto horizonte; não se inquieta por elas mais do que pelas moscas que zumbem aos ouvidos, porque sabe que logo estará livre. Assim, todas as pequenas misérias que lhe suscitam deslizam por ele como a água sobre o mármore. Colocando-se do ponto de vista terreno, irritar-se-ia e talvez se vingasse. Do ponto de vista extraterreno, ele as despreza como os salpicos de lama de um caminhante desatento.
São espinhos lançados no caminho e pelos quais passa, sem sequer se dar ao trabalho de os afastar, a fim de não moderar a marcha para um objetivo mais sério que se propõe atingir. Longe de malquerer os seus inimigos, é
lhes grato por fornecerem oportunidade para exercitar a paciência e a moderação em benefício de seu progresso futuro, ao passo que perderia seus frutos se descesse a represálias. Ele os lamenta por se entregarem a tantos trabalhos inúteis e diz que são aqueles próprios que caminham sobre espinhos, com as preocupações que tomam para fazer o mal. Tal é o resultado da diferença do ponto de vista sob o qual se encara a vida: um nos dá aborrecimento e ansiedade; o outro, calma e serenidade. Espíritas que experimentais decepções,
ainda que em pensamento, deixai a Terra por alguns instantes; subi às regiões do infinito e olhai-as do alto: vereis o que elas serão.
Por vezes dizem: Vós, que sois infelizes, olhai para baixo e não para cima e vereis ainda mais infelizes. Isto é verdade.
Mas muitos dizem que o mal alheio não nos cura. Nem sempre o remédio está na comparação e para alguns não é difícil olhar para cima sem dizerem: “Por que têm estes o que não tenho?” No entanto, se se colocassem no ponto de vista de que falamos, a que em pouco seremos forçados, ficariam naturalmente acima daqueles aos quais poderíamos invejar, porque, vistos dali, os maiores pareceriam muito pequenos.
Lembramo-nos de ter assistido no Odéon, há cerca de quarenta anos, a uma peça em um ato, intitulada Os Efêmeros, já não sabemos de que autor. Embora ainda jovem, ela nos causou viva impressão. A cena se passava no país dos Efêmeros, cujos habitantes vivem apenas vinte e quatro horas. No espaço de um ato a gente os vê passar do berço à adolescência, à juventude, à maturidade, à velhice, à decrepitude e à morte. Nesse intervalo realizam todos os atos da vida: batismo, casamento, negócios civis e governamentais, etc.; mas como o tempo é curto e as horas contadas, é preciso pressa; tudo se faz com prodigiosa rapidez, o que não os impede de se ocuparem com intrigas e de se darem ao trabalho para satisfazer as ambições e suplantar os outros. Como se vê, a peça encerrava um pensamento profundamente filosófico; e involuntariamente o espectador, que num instante via desenrolarem-se todas as fases de uma existência bem cheia, punha-se a dizer: Como essa gente é tola! Fazer tanto mal, quando dispõe de tão pouco tempo para viver! Que é que lhes resta dessa confusão de uma vida de algumas horas? Não seria melhor viver em paz?
Eis, por alto, um quadro perfeito da vida humana.
Entretanto, a peça não sobreviveu mais que seus heróis: não a compreenderam. Se o autor ainda vivesse, o que ignoramos, provavelmente hoje fosse espírita.

A. K. - Revista Espírita Jornal de Estudos Psicológicos ANO V JULHO DE 1862 No 7


TEXTOS DE APOIO


REALEZA

A realeza como dignidade na Terra não é privilégio dos reis ou dos condutores de nações.
Em toda parte, há uma realeza no trabalho que nos exorta o caráter, quando nos afeiçoamos às obrigações que o Céu nos confia.
Decerto, semelhante nobilitação não atinge os brutos que ainda se movimentam na animalidade primitivista.
Entretanto, à medida que se destaca o espírito na esfera da inteligência bem conduzida, vê-lo-emos receber do Alto o cetro da respeitabilidade no setor de serviço em que atua ou na profissão que domina.
O chefe de família aguarda a realeza da governança doméstica, tanto quanto o coração maternal se coroa com a realeza do amor na criação dos filhinhos.
O sacerdote de qualquer confissão religiosa edificante ostenta nas mãos o símbolo da fé viva e da autoridade espiritual, tanto quanto o soldado enobrecido detém o bastão da ordem.
O magistrado é portador da realeza da justiça, tanto quanto o médico conserva a soberania da arte de curar.
Há realeza de todas as procedências...
Realeza da mulher que se faz mãe de filhos alheios e realeza do homem que se transforma em irmão do próximo na plantação da fraternidade pura.
A pena do escritor é sinal de grandeza no mundo das idéias para o homem que se consagra à extensão do bem, como a vassoura é característica de nobreza, no asseio público, para o companheiro que se devota à higiene, em benefício geral.
Não nos esqueçamos, porém, de que a realeza não nasce do título que exibimos nas afirmativas convencionais, mas sim da maneira pela qual nos utilizamos as possibilidades de servir que repousam em nossa mente, em nosso coração, em nossas palavras e em nossos braços.
Onde estiveres; honra a confiança do Altíssimo que te confiou o refúgio do lar, a beleza da escola, o calor da oficina ou o talento da profissão a que te dedicas.
Angariar a gratidão dos que te cercam, pelo dever irrepreensivelmente cumprido, é guardar na existência terrestre a Magnitude Celestial.
Engrandece-te, assim, onde te encontras...
E, ainda mesmo que não sejas compreendido, de imediato, por todos aqueles à cuja felicidade te devotas, retém sobre a fronte a auréola da paz, no aconchego da consciência tranqüila, porque a justiça vigilante te acompanha do Alto, verificando-te o esforço e premiando-te o mérito, qual aconteceu, um dia, ao Rei da Luz e do Amor em Seu Trono de sangue e lágrimas, coroado de espinhos.

Da Obra A Verdade Responde – Espíritos: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier



CONTRASTES

Existem contrastes exprimindo desigualdades.
Muitas criaturas encarnadas querem fugir da vida humana; contudo, as filas da reencarnação congregam milhares de candidatos ansiosos pelo renascimento...
Legiões de trabalhadores se esquivam do trabalho; no entanto, sempre há multidões de desempregados...
Numerosos alunos negligenciam os estudos; todavia, inúmeros jovens não têm qualquer oportunidade de acesso às casas de instrução, embora o desejem ardentemente...
                                                           
Existem contrastes tecendo contradições.
Tudo prova a presença do Criador no Universo; todavia, mentes recheadas de conhecimento não creem na Realidade Divina...
Todos podemos dar algo em favor do próximo; no entanto, muitos possuem em abundância e nada oferecem a ninguém...
Temos a apologia da paz onipresente; contudo, extensa maioria forja a guerra dentro de si mesmo...

Existem contrastes gravando ensinamentos.
Há direitos idênticos e deveres semelhantes; contudo, há vontades diferentes, experiências diversas e méritos desiguais...
A caridade mais oculta aos homens é, no entanto, a mais conhecida por Deus...
A vida humana constitui cópia imperfeita da Vida Espiritual; todavia, a perfeição das Grandes Almas Desencarnadas da Terra foi adquirida no solo rude do Planeta...


Livro: O Espírito da Verdade- Psicografia Francisco C. Xavier e Waldo Vieira- André Luiz





ILUSÕES
Como se demoram no invólucro carnal, em que a ilusão dos sentidos predomina, têm dificuldade de agir com inteireza e crer integralmente, em regime de tranquilidade.
Graças às equívocas atitudes que no consenso social lhes permitem triunfos enganosos, transferem tal comportamento, quase sempre para a fé que esposam, acreditando-se resguardados nos sentimentos íntimos.
Porque produziram com acerto nas tarefas encetadas onde se encontram assumindo posições controversas, ora de leviandade, ora de siso, supõem poder prosseguir com o mesmo procedimento quando se adentram nas tarefas espíritas, que os fascinam de pronto. E porque se acostumaram à informação de que os Espíritos são invisíveis ou pertencem ao Imaginoso reino do sobrenatural, tratam-nos como se assim fosse, olvidados de que conquanto invisíveis para alguns homens, estão sempre presentes ao lado de todos, ou apesar de tidos por gênios e encantados pertencem à Criação do Nosso Pai, em incessante marcha evolutiva.
Constituindo o Mundo Espiritual, já estiveram na Terra; são as almas dos homens ora vivendo a existência verdadeira.
Veem, ouvem, sentem, compreendem e somente têm as diversas faculdades obnubiladas ou entorpecidas quando narcotizados pelas reminiscências do corpo somático, demorando-se em perturbação.
Estuda com sinceridade as lições espíritas para libertar-te da ignorância espiritual. Elas te facultarão largo tirocínio e invejável campo de liberdade interior, promovendo meios de ação superior que produz paz e harmonia pessoal. Dir-te-ão o que fazer, como realizar e porque produzir com eficiência.
Cada Espírito é o que aprendeu, o que realizou, quanto conquistou. Não poderá oferecer recursos que não possui nem liberar-te das dores e provas que a si mesmo não se pode furtar.
Se algum te inspirar ociosidade ou apoiar-te em ilício, não te equivoques: é um ser enganado que prossegue enganando. Para poupar-te o desaire mediante a constatação dolorosa neste capítulo, não transfiras para os Espíritos as tuas tarefas, não os sobrecarregues com as tuas lides. Nem exijas, — pois é sandice, — nem te subordines, — pois representa fascinação. Mantém-te em respeitável conduta, em ação enobrecida e êles, os Espíritos bons e simpáticos ao teu esforço, virão em teu auxílio, envolvendo-te em inspiração segura e amparo eficaz.
Rompe com a ilusão e não acredites que te sejam subalternos aos caprichos os Desencarnados, exceto os que são mais infelizes e ignorantes do que tu mesmo.
Evolve e conquista para ser livre.
Jesus, antes de assomar ao lado das aflições de qualquer porte, junto a encarnados ou desencarnados, cultivou a prece e a meditação. E ao fazê-lo sempre se revestiu de respeito e piedade. No Tabor ou em Gadara a Sua nobreza se destacava na paisagem emocional dos diálogos inesquecíveis que foram mantidos.
Acende, também, a luz legítima da verdade no coração e, em contato com os Espíritos ou os homens, sê leal sem afetação, franco sem rudeza e nobre sem veleidades. Os Desencarnados te conhecem e os homens te conhecerão hoje ou mais tarde, não valendo, pois, o esfôrço de iludir-se ou iludi-los.
"Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçosa a estrada que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.) (Mateus: capítulo 7º, versículo 13.)
"Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos". (Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 2º — Item 5, parágrafo 2.)

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 5.




INVESTIMENTOS
Na desenfreada correria da ambição, a que se vê impelido, o homem moderno investe.
Investimento na bolsa de valores, perseguindo moedas, acumulando títulos contábeis.
Investimento nas loterias, tentando as raras explosões da "sorte".
Investimento em negócios mirabolantes, buscando resultados de alta compensação.
Investimento nos jogos cambiais, ante as perspectivas da oscilação frequente da moeda-ouro, na balança internacional, para os cometimentos da estroinice.
Investimento em empresas audaciosas, aspirando às promoções no campo dos altos negócios do utilitarismo.
Investimento no mercado de capitais, para os grandes jogos financeiros, de modo a alcançar as altas metas do poder terreno.
Investimento da saúde nas competições desportivas, disputando primazia.
Investimento da paz, nos complexos mecanismos da usura como da desonestidade, por cujos processos supõe e quer vencer...
E não poucos são vencidos em tais investimentos, padecendo neuroses angustiantes, aflições inomináveis, desgovernos odientos.
A máquina publicitária, muito bem trabalhada para estimular a ganância dos incautos que sintonizam com os refrões da moda negocista, estimula o comércio hediondo do sexo desgovernado, conspirando afrontosamente contra as fontes genésicas, abastardando-as, ante a conivência e aceitação mais ou menos generalizada.
A onda alucinógena, invadindo lares e educandários, reduz as aspirações da inteligência e as expressões da emotividade, conduzindo todos às fugas espetaculares da realidade objetiva, facultando inevitáveis conúbios obsessivos com desencarnados do mesmo teor, em intercâmbio nefário.
A pregação da filosofia cínica encarrega-se de descoroçoar os ideais da beleza, fomentando os campeonatos da insensatez como da desordem, reduzindo a cultura e a moral à condição de ultrapassadas pelo impositivo da nova ordem em que os valores apresentados são destituídos de valor real.
Indubitavelmente o progresso é imperiosa necessidade de crescimento.
Progressos, no entanto, na vertical das conquistas superiores e não na horizontalidade das paixões animalizantes e dos agentes dissociativos da comunidade, da família, do indivíduo.
Investe, porém, tu, no espírito imortal.
Sem que abandones o campo de trabalho onde foste convidado a operar, lembra-te dos tesouros inesgotáveis da vida e aplica algum capital de horas, de valores monetários, morais, intelectuais e da saúde nos sublimes comércios com a Espiritualidade Superior.
Com certeza, no jogo dos investimentos chegará a hora da prestação de contas, e então compreenderás que os investimentos imediatos ficarão retidos nas aduanas da Terra, enquanto os da vida abundante e somente estes, seguirão contigo por todo o sempre.
"Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos". (Mateus: capítulo 25º, versículo 28.)
"Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquêle cujos pensamentos se Concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera". (Evangelho Segundo O Espiritismo. Capítulo 2º, — Item 6, parágrafo 3)
FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 6.



JESUS E O MUNDO
"Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera." O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO Capítulo 2º - Ítem 6.

Muitos cristãos-espíritas afervorados às questões imediatas, às quais sentem dificuldades em renunciar, procuram justificar suas atitudes fundamentando-as em bases falsas.
Informam-se vinculados ao espírito do Cristo, todavia...
Gozam, porque o prazer faz parte da vida.
Usurpam, tendo em vista ser a Terra um ninho próprio aos que se nutrem à custa dos menos hábeis.
Exploram, para evitar serem explorados.
Mentem, tendo em vista os fatores circunstanciais.
Enganam, a fim de sobreviverem.
Lutam com todas as armas, já que outros são adversários insidiosos.
Não veem mal algum "nisto" ou "naquilo", e definem o espírita como alguém que não tem necessidade de abandonar ou fugir do mundo...
Ajustam a expressão "racional" ao vocábulo "astúcia" e ridicularizam o verbete "místico" como se ele identificasse indignidade.
Pensam no Céu e querem a Terra a qualquer custo.
Tentam conciliação entre Deus e César ao bel-prazer, tirando o melhor proveito para o corpo e a emoção que se desvaira, longe do equilíbrio da mente e da renovação do espírito.
"Viver no mundo sem ser do mundo" - eis a questão.
Aplicar o instrumento do sexo na construção da família, facultando a santificante tarefa da reencarnação às entidades da própria grei espiritual, a quem se vinculou no passado por créditos ou débitos seguros. O sexo é abençoada porta para a felicidade. No entanto, evitar viver para o sexo, considerando os abismos de crime e sombra que a ele se identificam, quando desatina.
Utilizar o dinheiro na execução dos deveres normais, consolidando a alegria na esfera das obrigações próximas e dilatando-o na prática do bem geral, em forma de agasalho, teto, alimento, remédio e segurança para outros espíritos colhidos pelas rudes provações. O dinheiro é veículo de bênçãos. Todavia, poupar-se a viver para o dinheiro, que se faz verdugo de quem a ele se ata, favorecendo imprevisíveis consequências.
Motivar o ideal com os estímulos da vida hodierna para que o trabalho se enriqueça de frutos sazonados, edificando para a alegria geral do domicílio da esperança e o abrigo da paz.
Não esperar, no entanto, as motivações fortes da vaidade e do orgulho para criar e agir. A motivação que estimula, faculta o exercício do bem, mas o estímulo que não prescinde de motivos fortes se converte em degeneração por processo danoso.
Cultiva a beleza como expressão de sensibilidade em expansão, favorecendo o asseio e a higiene, o bom gosto e a distinção. Entrementes viver para cuidar de adornos deste ou daquele jaez é desrespeito à vida em flagrante atentado às Leis da harmonia universal.
Não são as coisas em si boas ou más.
Não é o mundo no sentido etimológico.
É o que fazemos com as coisas do mundo e o como vivemos no mundo que importa considerar.
O sexo não é nobre nem degradante.
O dinheiro não é amigo nem adversário.
A motivação não é necessária nem supérflua.
A beleza não é glória nem castigo.
O uso que lhes damos se encarrega de transformá-los em escada de acesso ou rampa de degredo.
A cocaína de tão positivos resultados terapêuticos, por degradação dos costumes é responsável por crimes hediondos.
O átomo aplicado na paz, na movimentação do progresso da Humanidade, é arma ameaçadora em mãos despóticas, que já vitimou mais de uma centena de milhar de vidas.
A palavra que ergue impérios, tem levado civilizações ao caos...
Viver no mundo entre as contingências do mundo mas pensar nas coisas do Alto" e agir consoante os impositivos da Vida Imperecível.
Aos que pretendem considerar impossível a vida sem os atos esconsos, orgíacos e loucos, tentando conciliar Jesus e o mundo numa aliança utopista, recordamos os que edificaram o Cristianismo nos corações depois do Senhor, com dignidade, e focalizamos o próprio Amigo Celeste que, possuindo o mundo, por tê-lo criado, viveu, entre nós, no mundo e junto às suas tentações, para legar-nos, intemerato, a certeza de que para chegar à paz real é necessário, no mundo, tomar a cruz, depô-la sobre os ombros e segui-lo.
FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 24.


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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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