APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

domingo, 20 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XIII - ITEM 9 E 10 - A CARIDADE MATERIAL E A CARIDADE MORAL



9 – “Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos que nos fosse feito”. Toda a religião, toda a moral, se encerram nestes dois preceitos. Se eles fossem seguidos no mundo, todos seriam perfeitos. Não haveria ódios, nem ressentimentos. Direi mais ainda: não haveria pobreza, porque, do supérfluo da mesa de cada rico, quantos pobres seriam alimentados! E assim não mais se veriam, nos bairros sombrios em que vivi, na minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças necessitadas de tudo.
Ricos! Pensai um pouco em tudo isso. Ajudai o mais possível aos infelizes; daí, para que Deus vos retribua um dia o bem que houverdes feito: para encontrardes, ao sair de vosso invólucro terrestre, um cortejo de Espíritos reconhecidos, que vos receberão no limitar de um mundo mais feliz.
Se pudésseis saber a alegria que provei, ao encontrar no além aqueles a quem beneficiei, na minha última vida terrena!
Amai, pois, ao vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que o desgraçado que repelis talvez seja um irmão, um pai, um amigo que afastais para longe. E então, qual não será o vosso desespero, ao reconhecê-lo depois no Mundo dos Espíritos!
Quero que compreendais bem o que deve ser a caridade moral, que todos podem praticar, que materialmente nada custa, e que não obstante é a mais difícil de se por em prática.
A caridade moral consiste em vos suportardes uns aos outros, o que menos fazeis nesse mundo inferior, em que estais momentaneamente encarnados. Há um grande mérito, acreditai, em saber calar para que outro mais tolo possa falar: isso é também uma forma de caridade. Saber fazer-se de surdo, quando uma palavra irônica escapa de uma boca habituada a caçoar; não ver o sorriso desdenhoso com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se julgam superiores a vós, quando na vida espírita, a única verdadeira, está às vezes muito abaixo: eis um merecimento que não é de humildade, mas de caridade, pois não se incomodar com as faltas alheias é caridade moral.
Essa caridade, entretanto, não deve impedir que se pratique a outra. Pelo contrário: pensai, sobretudo, que não deveis desprezar o vosso semelhante; lembrai-vos de tudo o que vos tenho dito; é necessário lembrar, incessantemente, que o pobre repelido talvez seja um Espírito que vos foi caro, e que momentaneamente se encontra numa posição inferior à vossa. Reencontrei um dos pobres do vosso mundo a quem pude, por felicidade, beneficiar algumas vezes, e ao qual tenho agora de pedir, por minha vez.
Recordai-vos de que Jesus disse que somos todos irmãos, e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus! Pensai naqueles que sofrem, e orai.
UM ESPÍRITO PROTETOR - Lyon, 1860

10 – Meus amigos, tenho ouvido muitos de vós dizerem: Como posso fazer a caridade, se quase sempre não tenho sequer o necessário?
A caridade, meus amigos, se faz de muitas maneiras. Podeis fazê-la em pensamento, em palavras e em ações. Em pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem terem sequer vivido; uma prece de coração os alivia. Em palavras: dirigindo aos vossos companheiros alguns bons conselhos. Dizei aos homens amargurados pelo desespero e pelas privações, que blasfemam do nome do Altíssimo: “Eu era como vos; eu sofria, sentia-me infeliz, mas acreditei no Espiritismo e, vede agora sou feliz!” Aos anciãos que vos disseram: “É inútil; estou no fim da vida; morrerei como vivi”, respondei: “A justiça de Deus é igual para todos; lembrai-vos dos trabalhadores da última hora!” Às crianças que, já viciadas pelas más companhias, perdem-se nos caminhos do mundo, prestes a sucumbir às suas tentações, dizei: “Deus vos vê, meus caros pequenos!”, e não temais repetir freqüentemente essas doces palavras, que acabarão por germinar nas suas jovens inteligências, e em lugar de pequenos vagabundos, fareis delas verdadeiros homens. Essa é também uma forma de caridade.
Muitos de vós dizeis ainda: “Oh! somos tão numerosos na terra, que Deus não pode ver-nos a todos!” Escutai bem isso, meus amigos: quando estais no alto de uma montanha, vosso olhar não abarca os bilhões de grãos de areia que a cobrem? Pois bem: Deus vos vê da mesma maneira; e Ele vos deixa o vosso livre arbítrio, como também deixais esses grãos de areia ao sabor do vento que os dispersas. Com a diferença que Deus, na sua infinita misericórdia, pôs no fundo do vosso coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Ouvi-a, que ela vos dará bons conselhos. Por vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal, e então ela se cala. Mas ficai seguros de que a pobre relegada se fará ouvir, tão logo a deixardes perceber a sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a, e freqüentemente sereis consolados pelos seus conselhos.

Meus amigos, a cada novo regimento o general entrega uma bandeira. Eu vos dou esta máxima do Cristo: “Amai-vos uns aos outros”. Praticai essa máxima: reunir-vos todos em torno dessa bandeira, e dela recebereis a felicidade e a consolação.     



TEXTOS DE APOIO



SANTA CARIDADE

Estende as próprias mãos
Entregando o tesouro que ajuntaste
Ou rogando a migalha
Dos tesouros alheios...
Repara, todavia,
As mãos abnegadas
Que constroem a vida...
Mãos que sangram no campo,
Na condução do arado;
Mãos erguidas na escola,
Em louvor da cultura;
Mãos feridas na industria
Exaltando o conforto;
Mãos que afagam doentes,
Renovando a alegria...
Mãos que servem a mesa,
Enriquecendo o pão;
Mãos nervosas e firmes
Nos volantes bulhentos
Ajustando as artérias
Do progresso incessante.
Mãos que erguem a enxada,
Mãos que empunham a pena...
Mãos que fiam,
Que agasalham,
Que abençoam,
Que consolam...
Assim, pois,
Na graça da fortuna
Ou na dor da carência
Escuta a melodia
Das mãos entrelaçadas
Na oficina do mundo.
E traze com valor
As tuas mãos também,
Cedendo de ti mesmo,
Em suor e esperança,
Ao serviço de todos,
E entenderás, por fim,
Que o trabalho do bem
É a Santa Caridade
Que verte sobre nós
Do Eterno Amor de Deus.


Rodrigues de Abreu - Do Livro Através do Tempo de Francisco Cândido Xavier 




COMECEMOS DE NÓS MESMOS

Ensina a caridade, dando aos outros algo de ti mesmo, em forma de trabalho e carinho e aqueles que te seguem os passos virão ao teu encontro oferecendo ao bem quanto possuem.
Difunde a humildade, buscando a Vontade Divina com esquecimento de teus caprichos humanos e os companheiros de ideal, fortalecidos por teu exemplo, ou vidarão a si mesmos, calando as manifestações de vaidade e de orgulho.
Propaga a fé, suportando os revezes de teu próprio caminho, com valor moral e fortaleza infatigável e quem te observa crescerá em otimismo e confiança.
Semeia a paciência, tolerando construtivamente os que se fazem instrumentos de tua dor no mundo, auxiliando sem desânimo e amparando sem reclamar, e os irmãos que te buscam mobilizarão os impulsos de revolta que os fustigam, na luta de cada dia, transformando-a em serena compreensão.
Planta a bondade, cultivando com todos a tolerância e gentileza e os teus associados de ideal encontrarão contigo a necessária inspiração para o esforço de extinção da maldade.
Estende as noções do serviço e da responsabilidade, agindo incessantemente na religião do dever cumprido e os amigos do teu círculo pessoal envergonhar-se-ão da ociosidade.
As boas obras começam de nós mesmos.
Educaremos, educando-nos.
Não faremos a renovação de paisagem de nossa vida, sem renovar-nos.
Somos arquitetos de nossa própria estrada e seremos conhecidos pela influência que projetamos naqueles que nos cercam.
Que o Espírito de Cristo nos infunda a decisão de realizar o auto aprimoramento, para que nos façamos intérpretes do Espírito do Cristo.
A caridade que salvará o mundo há de regenerar-nos primeiramente.
Sigamos ao encontro do Mestre, amando, aprendendo e servindo e o Mestre, hoje ou amanhã, virá ao nosso encontro, premiando-nos a perseverança com a luz da ressurreição.

André Luiz - LIVRO: APOSTILAS DA VIDA - PSICOGRAFIA CHICO XAVIER




SENTIMENTOS: NOSSOS VERDADEIROS GUIAS

"A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais por agora, encarnados." O ESE, capítulo XIII, ítem 9.

A comunidade espírita é merecidamente reconhecida pela sociedade como exemplo de beneficência pública.
A caridade é, sem dúvida, a essência das idéias espíritas, porque constitui a didática da vida no processo de educação do homem em busca de seu ajustamento com a Lei Natural.
Importa-nos observar que, mesmo no clima da bondade de nossas fileiras de serviço, as iniciativas erguidas em nome do amor, muitas vezes, devido ao arraigado sentimento de egoísmo, podem obedecer a motivações de natureza individualista.
Joio e trigo convivem juntos nas movimentações sociais de benemerência e amparo. Interesse pessoal e altruísmo, assim como a luz e a treva, alternam-se na natureza íntima de nossos sentimentos, mesmo quando agimos nas edificações em favor do próximo.
Ante esse quadro inevitável do coração, será oportuna a indagação: como a caridade tem educado a mim mesmo? Em que aspectos tenho melhorado a partir da ação social? Reconheço os traços de personalismo na minha atividade de amparo? O bem será bom para quem o recebe; será que está sendo também para mim que o faço? Como? Quais são os sentimentos experimentados com a atividade do bem?
A reciclagem do conceito de caridade em nosso abençoado movimento carece de um enfoque sobre convivência. Mais valor ao relacionamento humano e menos prática formalizada. A prática é significativa por seu caráter disciplinador. Acima dela, deve estar a interação humana, a quebra de barreiras que nos desaproximam do próximo, de sua singularidade rica de lições, que podem ser absorvidas em regime de salutar intercâmbio de vivências.
Vigiemos o encantamento com o volume de recursos amealhados nas campanhas de amor. Atentemos para os sentimentos de presunção em razão das paredes erguidas no acolhimento alheio. Nem sempre tais iniciativas louváveis são suficientes para o despertamento da legítima cidadania no coração. Tenhamos cautela com nossas velhas ilusões !
Ao erguermos casas de amor ao próximo, costumamos, simultaneamente, adotar um processo psicológico de caridade com limites, restringindo o conceito de próximo aos que se beneficiam diretamente das iniciativas que promovemos. Saindo dos locais de caridade, muitos corações amantes do bem, tomados pela incoerência, dispensam tratamentos ríspidos a serviçais e familiares no lar ou ainda a funcionários e conhecidos no dia a dia. É a caridade com hora marcada! Atitude ainda distante do movimento sublime da alma na semeadura do bem sem condições - a aplicação da cidadania como dever universal de solidariedade.
A cidadania à luz da imortalidade significa a luta íntima na consolidação dos deveres perante a consciência. Batalhamos pela cidadania de nosso semelhante e igualmente devemos talhar nas nossas atitudes os sentimentos que nos identifiquem como cidadãos com participação social consciente, onde quer que estejamos. Haverá diferença entre o próximo que é beneficiado por nós nas atividades doutrinárias e aquele que conduz um veículo ao nosso lado, credor de nosso respeito no ato de trafegar com paciência? Será que o condutor ao lado de teu veículo não estará mendigando um gesto de gentileza?
Cidadania à luz do ser imortal é educar. E educar-se para viver com proveito a grande oportunidade reencarnatória. Essa a meta primordial da caridade com Jesus nos roteiros da doutrina espírita.
Centros espíritas, enquanto células dinamizadoras da mensagem do Cristo, preparem seus trabalhadores para aprender a conviver, a fim de não supervalorizarem técnicas e métodos que podem ritualizar as práticas e desdenhar o acolhimento humano espontâneo e educativo.
Jesus é o exemplo de espontaneidade e ternura no atendimento do ser humano integral. Essa deve ser a nossa meta, mesmo nos valendo de métodos ou regimes disciplinares para amar. Mais do que sistematizar ações sociais, cultivemos a arte de melhorar nossos hábitos no relacionamento, transformando a casa espírita em um oásis de refazimento e esperança aos corações desolados e aos cérebros sem norte. Ao implantar práticas de acolhimento e recepção sem aprender a conviver, corre-se o risco da formalização de novas filantropias atualizadas pelos conhecimentos, mas não aperfeiçoadas pela doação íntima de si mesmos.
A única atitude que nos leva ao encontro da consciência é aquela da qual nossos sentimentos fazem parte. Algumas posturas, entretanto, são movimentos do ego, que nos inclinam a pensar caridade, um treino que nos permitirá, pouco a pouco, escapar das armadilhas do egoísmo. Essa a razão de inúmeras e graves desilusões na vida espiritual entre coidealistas que deram coisas e não se deram ou se abriram para a vida em abundante dinamismo de sentir o valor do bem a cada passo, para o outro e para si, no encontro do Self glorioso.
E lei universal: o que damos, temos. Quando damos o que detemos, apenas agimos no dever. Quando damos do que é nosso, inserimo-nos no amor.
Avaliemos nossas modestas ações nos rumos da carida¬de. Será oportuno pensar e repensar em quais parâmetros se enquadram os esforços que fazemos pelo bem alheio. Predomina entre nós a cultura de que o bem expandido, em qualquer forma que se apresente, é apólice de garantia de paz além-túmulo, aguardando os louros das bênçãos que semeamos. Nem sempre! Nem sempre!
Não existe bem que não seja bom, o que não significa libertação definitiva do mal e consolidação de virtudes na intimidade.
A relação de amor com o próximo é a escola bendita para intermináveis viagens interiores.
A caridade é luz que se acende ao próximo, com a qual, igualmente, deveremos aprender a nos beneficiar no próprio ato de exercê-la. Portanto, a paz esperada para além das fronteiras da desencarnação precisa ser fruída no agora, enquanto semeamos, porque senão podemos estar padecendo da "síndrome de além-túmulo", isto é, cultuando um futuro incerto mentalizado no país dos raciocínios, sem a educação dos sentimentos - nossos verdadeiros guias aqui no além.
A nossa situação aqui na vida espiritual é um resultado natural de nossas ações, e não um plano recheado de sonhos fantasiosos do cálculo. O que define nosso equilíbrio ou infelicidade é o estado íntimo que carreamos nos domínios da consciência. Aliás, temos de convir que, na condição de usurários milenares das benesses da vida, somos devedores de soma quase insolvente.
Assim, o bem alheio, em nosso caso, é abatimento na contabilidade de nossas contas espirituais, não constituindo ainda créditos polpudos nos bancos da virtude.
Sem generalizações, costumamos amar muito o próximo e descuidarmos do autoamor, do amor a si mesmo. Levam-se água e pão ao próximo e fica-se, bastas vezes, à míngua dos alimentos essenciais. A proposta do amor não é martirizar-se pelo bem alheio para conseguir a felicidade pessoal. A caridade é um processo relacional, interativo, de crescimento mútuo. Ela tem de ser boa, agradável e espontânea para quem faz e quem recebe, nivelando ambos no ato de dar e receber, descaracterizando os papéis de doador e carente, porque carente e doador somos todos, dependendo do que se passa durante o magno intercâmbio solidário das relações.
Irmã Rosália alerta-nos para o ponto crucial da caridade moral: "A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas (...)"
Estudemos o sentido dessa fala, que nos descortinará um mundo de percepções sobre a cidadania nos sentimentos.
Caridade é um aprendizado de profundas lições que, pouco a pouco, lograremos no carreiro do crescimento pessoal, na convivência, dia após dia, estejamos onde estivermos, fora e dentro do corpo físico, na vida estuante do Amor de Nosso Pai em busca da cidadania cósmica, da qual todos fazemos parte, ainda que sem consciência dessa condição gloriosa.
Livro: Prazer de Viver - Ermance Dufaux –  Wanderley S. Oliveira




NO CAMINHO DO AMOR

Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólicos sorriso, e fixou-o estranhamente.
Arrebatada na onda de simpatia a irradiar-se dele, corrigiu as dobras da túnica muito alva; colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios do corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:
-Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes.
Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas...
Indicou extensa vila, cercada de rosas, à sombra de arvoredo acolhedor, e ajuntou:
-Inúmeros peregrinos cansados me buscam a procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, encontram o prazer que representa a coroa da vida. E' que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel de meus lábios.
Vem e vê! Dar-te-ei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso ... Acariciar-te-ei a fronte abatida e curar-te-ei o cansaço da viagem longa! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, exercitados em palácios ilustres!...
Ante a incompreensível mudez do viajor, tornou, súplice, depois de leve pausa:
-Jovem, porque não respondes? Descobri em teus olhos diferentes chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! Atende!...
Ele parecia não perceber a vibração febril com que semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou uma tanto agastada:
-Não virás?
Constrangido por aquele olhar esfogueado, o forasteiro apenas murmurou:
-Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe?!...
A mulher, ajaezada de enfeites, sentindo-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu.
Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralítico, ao pé do Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para infeliz criatura, atenazada de sofrimento.
O Mestre seguiu-a, sem hesitar.
Num pardieiro denegrido, um corpo chagado exalava gemido angustioso.
A disputada marcadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto disforme. Feridas sanguinolentas pontilhavam-lhe a carne, agora semelhante ao esterco da terra. Exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da feminilidade antiga. Era uma sombra leprosa, de que ninguém ousava aproximar.
Fitou o Mestre e reconheceu-o.
Era o mesmo mancebo nazareno, de porte sublime e atraente expressão.
O Cristo estendeu-lhe os braços, tocados de intraduzível ternura e convidou:
-Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu Pai, nunca se extingue a esperança.
A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor.
O Mestre, porém, transbordando compaixão, prosternou-se fraternal, e conchegou-a, de manso...
A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticenciosa e dorida
-Tu?... O Messias nazareno?... O Profeta que cura, reanima e alivia?!... Que vieste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu?
Ele, contudo, sorriu benevolente, retrucando apenas:
-Agora, venho satisfazer-te os apelos.
E, recordando-lhe a palavra do primeiro encontro, acentuou, compassivo:
-Descubro em teus olhos diferentes chama e assim procedo por amar-te

Livro: Contos E Apólogos  – Humberto De Campos – Irmão X 





A POBREZA FELIZ
Emmanuel

Quem se empobrece de ambições inferiores, adquire a luz que nasce da sede de perfeição espiritual.
Quem se empobrece de orgulho, encontra a fonte oculta da humildade vitoriosa.
Quem s empobrece de exigências da vida física, recebe os tesouros inapreciáveis da alma.
Quem se empobrece de aflições inúteis, em torno das posses efêmeras da Terra, surpreende a riqueza da paz em si mesmo.
Quem se empobrece de vaidade, amealha as bênçãos do serviço.
Quem se empobrece de ignorância, ilumina-se com a chama da sabedoria.
Não vale amontoar ilusões que nos enganam somente no transcurso de um dia.
Não vale sermos ricos de mentira, no dia de hoje, para sermos indigentes da verdade, no dia de amanhã.
Ser grande, à frente dos homens, é sempre fácil. A astúcia consegue semelhante fantasia sem qualquer obstáculo.
Mas ser pequenino, diante das criaturas, para servirmos realmente aos interesses do Senhor, junto da Humanidade, é trabalho de raros.

Bem aventurada será sempre a pobreza que sabe se enriquecer de luz para a imortalidade, porque o rico ocioso da Terra é o indigente da Vida Mais Alta e o pobre esclarecido do mundo é o espírito enobrecido das Esferas Superiores, que será aproveitado na extensão da Obra de Deus.

Livro: DINHEIRO - Francisco Cândido Xavier – por Emmanuel


VOCÊ E OS OUTROS

Cap. XXIII – Item 5 (do Evangelho Segundo o Espiritismo)

Se teus pais não procuram a intimidade do Cristo, renuncia à felicidade de vê-los comungar contigo o divino banquete da Boa Nova, e ajuda teus pais.

Se teus filhos permanecem distantes do Evangelho, renuncia ao contentamento de sentir-lhes o coração com o teu coração na senda redentora, e ajuda teus filhos.

Se teus amigos não conseguem, ainda, perceber o amor de Jesus, renuncia à ventura de guardá-los no calor de tua alma, ante o Sol da Verdade, e ajuda teus amigos.

Renúncia com Jesus não quer dizer deserção. Expressa devotamento maior.

Nele mesmo, o Senhor, vamos encontrar o sublime exemplo.

Esquecido de muitos e por muitos relegados às agonias da negação, nem por isso se afastou dos companheiros que lhe deram as angústias do amor-não-amado.

Ressurgindo da cruz, Ele, que atravessara sozinho os pesadelos da ingratidão e as torturas da morte, volta ao convívio deles e lhes diz confiante:

"- Eis que estarei convosco, até o fim dos séculos."


Emmanuel - Do Livro O Espírito da Verdade. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




INDIVIDUAÇÃO OU INDIVIDUALISMO?

"Apenas, Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará." O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XIII - item 10

O que é certo e errado perante a "crise das certezas" que domina a humanidade? Quais são as bússolas para nortear a conduta neste cenário de transformações céleres por que passam as sociedades?
A palavra conceito quer dizer idéia que temos de algo ou alguém. Analisamos a vida e os fatos pela ótica individual de nossas conceituações. Nosso entendimento não ultrapassa esse limite.
Alguns desses conceitos resultam da vivência. Foram estruturados pelo uso de todos os nossos sentidos, adquirindo significados. Chamamo-los experiência. Outros são fruto da capacidade de pensar e adquirir conhecimento. Determinam os pensamentos predominantes na vida mental. Quando criamos fixação emocional a esse padrão do pensar, nasce o preconceito.
A experiência leva ao discernimento. O discernimento é a porta para a compreensão. A compreensão identifica a Verdade.
O preconceito conduz ao julgamento. O julgamento sustenta os rótulos. Os rótulos distanciam da realidade.
A atitude construtiva na Obra da Criação depende da habilidade de relativizar. Até mesmo a experiência, por mais preciosa, necessita ser continuamente repensada, evitando a estagnação em clichês.
A vida é regida pela Suprema Lei da Impermanencia. Certo e errado são critérios sociais mutáveis sob a perspectiva sistêmica. Apesar disso, são referências úteis à maioria dos habitantes da Terra.
Funcionam como "estacas disciplinadoras". Porém, em certa etapa do amadurecimento espiritual, constituem amarras psicológicas na descoberta da realidade pessoal, cuja riqueza está nos significados únicos construídos a partir dos ditames conscienciais.
O Doutor Carl Gustav Jung chamou de individuação o processo paulatino de expressar nossa singularidade, isto é, a "Marca de Deus" em nós; o ato de talhar a individualidade, aquele ser distinto e único que está latente dentro de nós.
Na individuação o critério certo/errado é substituído por algumas perguntas: convém ou não? Quero ou não quero? Serve ou não serve? Necessito ou não necessito? Questões cujas respostas vêm do coração. Somente aprendendo a linguagem dos sentimentos poderemos escutar as mensagens da alma destinadas ao ato de individuar-se. E sentimento é valor moral aferível exclusivamente por nós mesmos no átrio sagrado da intimidade consciencial.
Somos aquilo que sentimos. As máscaras não destroem essa realidade. Quando aprendemos o auto-amor, abandonamos o "crítico interno" que existe em nós e passamos a exercer a generosidade do autoperdão, ou seja, a aceitação incondicional da criatura ainda imperfeita que somos. Nossa integração com a Verdade depende do conhecimento dessa realidade particular: escutar a alma! Ela se manifesta na consciência cujos sentimentos constituem o espelho. Através das sensações, no seu sentido mais amplo, a alma se manifesta.
Escutando a alma, conectados à sua sabedoria interior, desligamos dos padrões, normas, ambientes, pessoas e filosofias contrárias à nossa felicidade e inadequadas ao caminho particular de aprimoramento.
Saber o que nos convém, saber o que é útil exige dilatado discernimento aliado ao tempo. Quando usamos os rótulos certo/errado, fomentamos a culpa e a punição. Quando sabemos o que nos convém, agimos e escolhemos com responsabilidade na condição de autores do nosso destino. Quando amadurecemos, percebemos que certo e errado se tornam formas de entender, experiências diversificadas.
O caminho de ascensão para todos nós, Filhos de Deus, é o mesmo, apenas muda a maneira de caminhar. Cada criatura tem seu passo, seu ritmo, sua história.
Refletindo sobre conceitos, teçamos algumas ilações para que não nos confundamos: grande distância separa o processo de individuação da atitude de individualismo.
Na individuação encontramos a necessidade, enquanto no individualismo temos a prevalência do interesse pessoal.
Na individuação temos a alma; no individualismo, a personalidade.
Na individuação temos a consciência; no individualismo, o ego.
Na individuação existem descoberta e criatividade; no individualismo, a imitação e a disputa.
Na individuação temos o preparo e o amadurecimento; no individualismo, a precipitação.
Na individuação experimentamos a realização pessoal; no individualismo, a insaciedade.
A individuação é fruto do amor; o individualismo é a leira do egoísmo.
Na individuação floresce o crescimento espiritual; o individualismo é a sementeira do egoísmo.
O individualista, queira ou não, também caminha em seu processo de individuação. Evidentemente, com menos consciência de suas reais necessidades, permitindo larga soma de interesses particularistas.
Sabendo que todos rumam para o melhor, Jesus, em Sua excelsa sapiência, estabeleceu: "Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo." João, 8:15.
Se Ele, que podia, não julgou, por que nós, que dEle seguimos os ensinos, vamos agir como quem pode escutar os alvitres da alma alheia na tentativa de definir o que é certo ou errado?
Qual de nós estará em condição de nutrir certeza se a atitude do próximo é uma expressão de individuação ou um cativeiro de personalismo?
Livro: Escutando Sentimentos - Ermance Dufaux - Wanderley S. Oliveira




SENSIBILIDADE MEDIÚNICA

"Apenas Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então se cala. Mas ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com frequência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido."Um Espírito Protetor, O ESE, capítulo XIII, ítem 10.

Retornar ao corpo físico é assinar um "contrato" de responsabilidade individual ante o tribunal da consciência, que exara apelos de melhoria contínua. É o objetivo maior de nosso retorno à escola terrena.
Desde o estágio nas faixas da evolução vegetal, o ser inteligente desperta para a sensibilidade preparando, paulatinamente, a conquista dos cinco sentidos humanos na percepção e interação com a criação. Agora, nas faixas da humanização, a criatura é convocada a inadiável compromisso na expansão da sensibilidade, para escalar os seus infinitos potenciais na esteira dos sentimentos.
Imperioso educar-nos para ouvir nossa consciência pela leitura das emoções - espelho vivo dos alvitres da intimidade profunda. Sensibilidade é aprender a sentir, antes de tudo, a natureza das forças excelsas nas profundezas do reino íntimo. O contato com essa "parcela-luz" dilata e eleva nossas percepções para o mundo objetivo. Pascal afirma:
"Estejam sempre as vossas ações de harmonia com a vossa consciência, e tereis nisso um meio certo de centuplicardes a vossa felicidade nessa vida passageira e de preparardes para vós mesmos uma existência mil vezes ainda mais suave".2828. O livro dos médiuns, capítulo XXXI, dissertação XIII.
A arte de escutar os apelos da consciência estabelece uma identificação com o Self, liberando o potencial criativo da mente, conectando-a com as correntes energéticas da Suprema Verdade. Semelhante operação da vida interior é dinamizada no sagrado terreno dos sentimentos, promovendo o homem à condição de legatário legítimo da Herança Paternal.
Pulsando em sintonia afetiva com a Verdade, deciframos os "códigos ocultos" daquilo que nos cerca a marcha evolutiva. Assim, habilitamo-nos a compreender melhor a vida, passando a agir e reagir alicerçados em uma visão rica de serenidade. Tornamo-nos "senhores de si".
Os médiuns usufruem a sensibilidade-empréstimo que os capacita a ser decifradores da vida nas suas mais variadas formas de manifestações. Como canais de sensitividade ampliada, encontram na faculdade mediúnica uma ponte entre a personalidade eivada de ilusões e a consciência. Entre o que se pensa ser e entre o que se é realmente. Mediunidade, portanto, é o bisturi eficiente para dilacerar as carapaças das ilusões - grilhões da mentira aduladora do orgulho. A mediunidade, antes de dilatar a sensibilidade para fora, dilata-a para a intimidade, constrangendo docemente os medianeiros a sentir com mais honestidade suas irradiações subconscientes, ou ainda compelindo-os a descobrir os exuberantes tesouros na arca de sua super-consciência.
Quaisquer intercâmbios de idéias são antecedidos por complexo processo nas engrenagens do coração. O processamento da idéia passa antes por uma decodificação afetiva. É nesse campo da vida mental que os trabalhadores da mediunidade necessitam desenvolver melhores habilidades.
O trecho da codificação acima diz:
"Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala. Mas ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso".
Como somos capazes de entorpecer a consciência? Que mecanismo pode calá-la? Como e quando é gerado o remorso?
Quanta investigação a fazer sobre a vida interior! Sensibilidade será fruto de aprendizagem ou de maturidade espiritual?
O médium que melhor interpretar seus sentimentos e educá-los terá maiores possibilidades de recolher as idéias dos Bons Espíritos.
Educar a mediunidade é expandir os núcleos sensíveis do ser interior, aprendendo a sentir a vida em sintonia com Deus, com o próximo e a sua natureza singular.
Se o século XX foi a Era da Inteligência, o século XXI será o tempo da intuição livre, consagrando a arte de sentir como o sexto sentido do homem.
Sentimento é mediunidade. Sensibilidade é a base da vida afetiva saudável.
O médium que melhor interpretar seus sentimentos e educá-los terá maiores possibilidades de recolher as idéias dos Bons Espíritos.
Educar a mediunidade é expandir os núcleos sensíveis do ser interior, aprendendo a sentir a vida em sintonia com Deus, com o próximo e a sua natureza singular.

Livro: Prazer de Viver - Ermance Dufaux –  Wanderley S. Oliveira




EXCESSO E VOCÊ

Amigo, Espiritismo é caridade em movimento.
Não converta o próprio lar em museu.
Utensílio inútil em casa será utilidade na casa alheia.
O desapego começa das pequeninas coisas, e o objeto conservado, sem aplicação no recesso da moradia, explora os sentimentos do morador.
A verdadeira morte começa na estagnação.
Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho.
Transfigure os apetrechos, que lhes sejam inúteis, em forças vivas do bem.
Retirem da despensa os gêneros alimentícios, que descansam esquecidos, para a distribuição fraterna aos companheiros de estômago atormentado.
Reviste o guarda-roupa, libertando os cabides das vestes que você não usa, conduzindo-as aos viajares desnudos da estrada.
Estenda os pares de sapatos, que lhes sobram, aos pés descalços que transitam em derredor.
Elimine do mobiliário as peças excedentes, aumentando a alegria das habitações menos felizes.
Revolva os guardados em gavetas ou porões, dando aplicação aos objetos parados de seu uso pessoal.
Transformem em patrimônio alheio os livros empoeirados que você não consulta, endereçando-os ao leitor sem recursos.
Examine a bolsa, dando um pouco mais que os simples compromissos da fraternidade, mostrando gratidão pelos acréscimos da Divina Misericórdia que você recebe.
Ofereça ao irmão comum alguma relíquia ou lembrança afetiva de parentes e amigos, ora na Pátria Espiritual, enviando aos que partiram maior contentamento com tal gesto.
Renovemos a vida constantemente, cada ano, cada mês, cada dia...
Previna-se hoje contra o remorso amanhã.
O excesso de nossa vida cria a necessidade do semelhante.
Ajude a casa de assistência coletiva.
Divulgue o livro nobre.
Medique os enfermos.
Aplaque a fome alheia.
Enxugue lágrimas.
Socorra feridas.
Quando buscamos a intimidade do Senhor, os valores mumificados em nossas mãos ressurgem nas mãos dos outros, em exaltação de amor e luz para todas as criaturas de Deus.

André Luiz - Livro: O Espírito da Verdade- Psicografia Francisco C. Xavier e Waldo Vieira- Espíritos Diversos


JESUS EM AÇÃO
Irmãos surgem que, de vez em vez, se afirmam contra a beneficência, alegando que enquanto nos consagramos ao socorro material esquecemos os nossos deveres na iluminação do espírito. E enfileiram justificativas às quais a Doutrina Espírita, revivendo os ensinamentos de Jesus, opõe naturais contraditas.
Senão vejamos:
A Assistência social, no fundo, deve pertencer ao poder público.
Indiscutivelmente, ninguém nega isso, mas se estamos na praia, vendo companheiros que se afogam, como recusar cooperação ao serviço de salvamento, quando estamos aptos a nadar?
Não adianta dar migalhas aos irmãos em penúria, cujas necessidades são gigantescas.
Consideremos, porém, que se não começarmos as boas obras, com o pouco de nossas possibilidades reduzidas, nunca aprenderemos a desligar-nos do muito para colaborar a benefício dos outros.
Desaconselhável auxiliar criaturas viciadas com o que apenas conseguiríamos conservá-las em perturbação e desequilíbrio.
Quem de nós poderá medir a própria resistência, ante as provações do caminho e de que modo apreciaríamos a conduta do próximo para conosco, se fôssemos nós os caídos em tentação?
Muitos dos chamados pedintes mostram mais necessidade de trabalho que de auxílio.
Claramente justa a alegação, mas muito raramente quem diz isso demonstra a disposição ou a possibilidade de ser o empregador.
Devemos cogitar exclusivamente do ensino moral, de maneira a cumprir as tarefas de orientação que o Espiritismo nos preceitua.
Sem dúvida, é obrigação nossa colaborar, acima de tudo, a obra educativa do espírito eterno, mas é importante lembrar que o próprio Cristo se empenhou a alimentar a multidão faminta, ao ministrar-lhe as Boas Novas de Salvação, de vez que não há cabeça tranquila sobre estômago atormentado.
Compreendemos isso e, quanto nos seja possível, entreguemo-nos à escola do amparo fraterno, com todas as nossas forças, reconhecendo que estamos cada vez mais necessitados de caridade, em todos os sentidos, de uns para com os outros, a fim de revelarmos que o Espiritismo é realmente Jesus em ação.

Livro: Doutrina De Luz - Francisco Cândido Xavier



NA HORA DA ASSISTÊNCIA

“Mas quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, coxos e cegos.”  Jesus (Lucas, 14: 13)
“Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes.” (cap. 13, Item 9)

Nas obras de assistência aos irmãos que nos felicitam com as oportunidades do serviço fraterno, em nome do Senhor, vale salientar  a autoridade amorosa do Cristo que no-­los recomendou.
Ao recebê­-los à porta, intentemos ofertar-­lhes algumas frases de conforto e bom ânimo, sem ferir­-lhes o coração, ainda mesmo quando não lhes possamos ser úteis.
Visitando-­lhes o lar, diligenciemos respirar-­lhes o ambiente doméstico, afetuosamente, reconhecendo­-nos, na intimidade da própria família, que nos merece respeito natural e cooperação espontânea, sem tragos de censura.
Em lhes servindo à mesa, fujamos de reprovar-­lhes os modos ou expressões, diferentes dos nossos, calando apontamentos deselegantes e manifestações de azedume, o que lhes agravaria a subalternidade e a desventura. Socorrendo-lhes o corpo enfermo ou dolorido, reflitamos nos seres que nos são particularmente amados e imaginemos a gratidão de que seríamos possuídos, diante daqueles que os amparassem nos constrangimentos orgânicos.
Se aceitamos a incumbência de prová-los nas filas organizadas para a distribuição de favores diminutos, preservemos o regulamento estabelecido, com lhaneza e bondade, sem fomentar impaciência ou tumulto; e, se alguns deles, depois de atendidos, voltarem a nova solicitação, recordemos os filhos queridos, quando nos pedem repetição do prato, e procuremos satisfazê-­los, dentro das possibilidades em mão, sem desmerecê­-los com qualquer reprimenda.
Na ocasião em que estivermos reunidos, em equipes de trabalho, a fim de supri-los, estejamos de bom­ humor, resguardando a disciplina sem intolerância e cultivando  a generosidade sem relaxamento, na convicção de que, usando a gentileza, no veículo da ordem, é sempre possível situar os tarefeiros do bem, no  lugar próprio, sem desperdiçar­-lhes o concurso valioso.
Nós que sabemos acatar com apreço e solicitude a todos os representantes dos poderes transitórios do mundo e que treinamos boas maneiras para comportamento digno nos salões aristocráticos da Terra, saibamos também ser
afáveis e amigos, junto dos nossos companheiros em dificuldades maiores.
Eles não são apenas nossos irmãos.
São convidados de Cristo, em nossa casa, pelos quais encontramos ensejo  de demonstrar carinho e consideração para com Ele o Divino Mestre, em pequeninos, gestos de amor.


LIVRO DA ESPERANÇA (pelo Espírito Emmanuel) FCX


O BENDITO AGUILHÃO

 Atendendo a certas interrogações de Simão Pedro, no singelo agrupamento apostólico de Cafarnaum, Jesus explicava solícito:
 -Destina-se a Boa-Nova, sobretudo, à vitória da fraternidade. Nosso Pai espera que os povos do mundo se aproximem uns dos outros e que a maldade seja esquecida para sempre.
 Não é justo combatam as criaturas reciprocamente, a pretexto de exercerem domínio indébito sobre os patrimônios da vida, dos quais somos todos simples usufrutuários.
 Operemos, assim, contra a inveja que ateia o incêndio da cobiça, contra a vaidade que improvisa a loucura e contra o egoísmo que isola as almas entre si....
 Naturalmente, a grande transformação não surgirá do inesperado.
 Santifiquemos o verbo que antecipa a realização.
 No pensamento bem conduzido e na prece fervorosa, receberemos as energias imprescindíveis à ação que nos cabe desenvolver.
 A paciência no ensino garantirá êxito à sementeira, a esperança fiel alcançará o Reino divino, e a nossa palavra, aliada ao amor que auxilia, estabelecerá o império da infinita Bondade sobre o mundo inteiro.
 Há sombras e moléstias por toda a parte, como se a existência na Terra fosse uma corrente de águas viciadas. É imperioso reconhecer, porém, que, se regenerarmos a fonte, aparece adequada solução ao grande problema.
 Restaurado o espírito, em suas linhas de pureza, sublimam-se-lhe as manifestações.
 Em face da pausa natural que se fizera, espontânea, na exposição do Mestre, Pedro interferiu, perguntando:
 -Senhor, as tuas afirmativas são sempre imagens da verdade. Compreendo que o ensino da Boa Nova estenderá a felicidade sobre toda a Terra... No entanto, não concordas que as enfermidades são terríveis flagelos para a criatura? E se curássemos todas as doenças? Se proporcionássemos duradouro alívio a quantos padecem aflições do corpo? Não acreditas que, assim instalaríamos bases mais seguras ao Reino de Deus?
 E Filipe, ajuntou algo tímido?
 -Grande realidade!... Não é fácil concentrar ideias no Alto, quando o sofrimento físico nos incomoda.
 É quase impossível meditar nos problemas da alma, se a carne permanece abatida de achaques...
 Outros companheiros se exprimiram, apoiando o plano de proteção integral aos sofredores.
 Jesus deixou que a serenidade reinasse de novo, e, louvando a piedade, comunicou aos amigos que, no dia imediato, a título de experiência, todos os enfermos seriam curados, antes da pregação.
 Com efeito, no outro dia, desde manhãzinha, o Médico Celeste, acolitado pelos apóstolos, impôs suas milagrosas mãos sobre os doentes de todos os matizes.
 No curso de algumas horas, foram libertados mais de cem prisioneiros da sarna, do cancro, do reumatismo, da paralisia, da cegueira, da obsessão...
 Os enfermos penetravam o gabinete improvisado ao ar livre, com manifesta expressão de abatimento, e voltavam jubilosos.
 Tão logo reapareciam, de olhar fulgurante, restituídos à alegria, à tranquilidade e ao movimento, formulava Pedro o convite fraterno para o banquete da verdade e luz.
 O Mestre, em breves instantes, falaria com respeito à beleza da Eternidade e à glória do Infinito; demonstraria o amor e a sabedoria do Pai e descortinaria horizontes divinos da renovação, desvendando segredos do Céu para que o povo traçasse luminoso caminho de elevação e aperfeiçoamento na Terra.
 Os alegres beneficiados, contudo, se afastavam céleres, entre frases apressadas de agradecimento e desculpa. Declaravam-se alguns ansiosamente esperados no ambiente doméstico e outros se afirmavam interessados em retomar certas ocupações vulgares, com urgência.
 Com a cura da última feridenta, a vasta margem do lago contava apenas com a presença do Senhor e dos doze aprendizes.
 Desagradável silêncio baixou sobre a reduzida assembleia.
 O pescador de Cafarnaum endereçou significativo olhar de tristeza e desapontamento ao Mestre, mas o Cristo falou compassivo:
 -Pedro, estuda a experiência e aguarda a lição. Aliviemos a dor, mas não nos esqueçamos de que o sofrimento é criação do próprio homem, ajudando-o a esclarecer-se para a vida mais alta.
 E sorrindo, expressivamente, rematou:
 -A carne enfermiça é remédio salvador para o espírito envenenado. Se o bendito aguilhão da enfermidade corporal é quase impossível tanger o rebanho humano do lodaçal da Terra para as culminâncias do Paraíso.

Livro: Contos E Apólogos  – Humberto De Campos – Irmão X 




A CARIDADE DESCONHECIDA

A conversação em casa de Pedro versava, nessa noite, sobre a prática do bem, com a viva colaboração verbal de todos.
Como expressar a compaixão, sem dinheiro? Por que meios incentivar a beneficência, sem recursos monetários? Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna material eram invocados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os poderosos da Terra se encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando o Mestre interferiu, opinando, bondoso: — Um sincero devoto da Lei foi exortado por determinações do Céu ao exercício da beneficência; entretanto, vivia em pobreza extrema e não podia, de modo algum, retirar a mínima parcela de seu salário para o socorro aos semelhantes.
Em verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas palavras e gestos pessoais de conforto e estímulo a quantos se achavam em sofrimento e dificuldade; porém, magoava-lhe o coração a impossibilidade de distribuir agasalho e pão com os andrajosos e famintos à margem de sua estrada.
Rodeado de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que lhe absorvia o suor.
Reconheceu, todavia, que, se lhe era vedado o esforço na caridade pública, podia perfeitamente guerrear o mal, em todas as circunstâncias de sua marcha pela Terra.
Assim é que passou a extinguir, com incessante atenção, todos os pensamentos inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contacto com pessoas interessadas na maledicência, retraía- se, cortês, e, em respondendo a alguma interpelação direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima ausente; se alguém, diante dele, dava pasto à cólera fácil, considerava a ira como enfermidade digna de tratamento e recolhia-se à quietude; insultos alheios batiam-lhe no espírito à maneira de calhaus em barril de mel, porquanto, além de não reagir, prosseguia tratando o ofensor com a fraternidade habitual; a calúnia não encontrava acesso em sua alma, de vez que toda denúncia torpe se perdia, inútil, em seu grande silêncio; reparando ameaças sobre a tranqüilidade de alguém, tentava desfazer as nuvens da incompreensão, sem alarde, antes que assumissem feição tempestuosa; se alguma sentença condenatória bailava em torno do próximo, mobilizava, espontâneo, todas as possibilidades ao seu alcance na defesa delicada e imperceptível; seu zelo contra a incursão e a extensão do mal era tão fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via pública, para que não oferecessem perigo aos transeuntes.
Adotando essas diretrizes, chegou ao termo da jornada humana, incapaz de atender às sugestões da beneficência que o mundo conhece.
Jamais pudera estender uma tigela de sopa ou ofertar uma pele de carneiro aos irmãos necessitados.
Nessa posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde o servidor humilde compareceu receoso e desalentado.
Temia o julgamento das autoridades celestes, quando, de improviso, foi aureolado por brilhante diadema, e, porque indagasse, em lágrimas, a razão do inesperado prêmio, foi informado de que a sublime recompensa se referia à sua triunfante posição na guerra contra o mal, em que se fizera valoroso empreiteiro.
Fixou o Mestre nos aprendizes o olhar percuciente e calmo e concluiu, em tom amigo: — Distribuamos o pão e a cobertura, acendamos luz para a ignorância e intensifiquemos a fraternidade aniquilando a discórdia, mas não nos esqueçamos do combate metódico e sereno contra o mal, em esforço diário, convictos de que, nessa batalha santificante, conquistaremos a divina coroa da caridade desconhecida.

Neio Lúcio - Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier






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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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