APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XIV - ITEM 9 - A INGRATIDÃO DOS FILHOS E OS LAÇOS DE FAMÍLIA



9 – A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo, e revolta sempre os corações virtuosos. Mas a dos filhos para com os pais tem um sentido ainda mais odioso. É desse ponto de vista que a vamos encarar mais especialmente, para analisar-lhe as causas e os efeitos. Nisto, como em tudo, o Espiritismo vem lançar luz sobre um dos problemas do coração humano.
Quando o Espírito deixa a Terra, leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza, e vai no espaço aperfeiçoar-se ou estacionar, até que deseje esclarecer-se. Alguns, portanto, levam consigo ódios violentos e desejos de vingança. A alguns deles, porém, mais adiantados, é permitido entrever algo da verdade: reconhecem os funestos efeitos de suas paixões, e tomam então boas resoluções; compreendem que, para se dirigirem a Deus, só existe uma senha – caridade. Mas não há caridade sem esquecimento das ofensas e das injúrias, não há caridade com ódio no coração e sem perdão.
É então que, por um esforço inaudito, voltam o seu olhar para os que detestaram na Terra. À vista deles, porém, sua animosidade desperta. Revoltam-se à idéia de perdoar, e ainda mais a de renunciarem a si mesmos, mas sobretudo a de amar aqueles que lhes destruíram talvez a fortuna, a honra, a família. Não obstante, o coração desses infortunados está abalado. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se a boa resolução triunfa, eles oram a Deus, imploram aos Bons Espíritos que lhes dêem forças no momento mais decisivo da prova.
Enfim, depois de alguns anos de meditação e de preces, o Espírito se aproveita de um corpo que se prepara, na família daquele que ele detestou, e pede, aos Espíritos encarregados de transmitir as ordens supremas, permissão para ir cumprir sobre a Terra os destinos desse corpo que vem de se formar. Qual será, então, a sua conduta nessa família? Ela dependerá da maior ou menor persistência das suas boas resoluções. O contacto incessante dos seres que ele odiou é uma prova terrível, da qual às vezes sucumbe, se a sua vontade não for bastante forte. Assim, segundo a boa ou má resolução que prevalecer, ele será amigo ou inimigo daqueles em cujo meio foi chamado a viver. É assim que se explicam esses ódios, essas repulsas instintivas, que se notam em certas crianças, e que nenhum fato exterior parece justificar. Nada, com efeito, nessa existência, poderia  provocar essa antipatia. Para encontrar-lhe a causa, é necessário voltar os olhos ao passado.
Oh!, espíritas! Compreendei neste momento o grande papel da Humanidade! Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir. Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é essa a missão que vos está confiada e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente. Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará: “Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?” Se permaneceu atrasada por vossa culpa, vosso castigo será o de vê-la entre os Espíritos sofredores, quando dependia de vós que fosse feliz. Então vós mesmos, carregados de remorsos, pedireis para reparar a vossa falta: solicitareis uma nova encarnação, para vós e para ela, na qual a cercareis de mais atentos cuidados, e ela, cheia de reconhecimento, vos envolverá no seu amor.
Não recuseis, portanto, o filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não foi o acaso que o fez assim e que vo-lo enviou. Uma intuição imperfeita do passado se revela, e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou muito ou foi muito ofendido, que um ou outro veio para perdoar ou expiar. Mães! Abraçai, pois, a criança que vos causa aborrecimentos, e dizei para vós mesmas: “Uma de nós duas foi culpada”. Merecei as divinas alegrias que Deus concedeu à maternidade, ensinando a essa criança que ela está na Terra para se aperfeiçoar, amar e abençoar. Mas, ah! Muitas dentre vós, em vez de expulsar por meio da educação os maus princípios inatos, provenientes das existências anteriores, entretém e desenvolvem esses princípios, por descuido ou por uma culposa fraqueza. E, mais tarde, o vosso coração ulcerado pela ingratidão dos filhos, será para vós, desde esta vida, o começo da vossa expiação.
A tarefa não é tão difícil como podereis pensar. Não exige o saber do mundo: o ignorante e o sábio podem cumpri-la, e o Espiritismo vem facilitá-la, ao revelar a causa das imperfeições do coração humano.
Desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. É necessário aplicar-se em estudá-los. Todos os males têm sua origem no egoísmo e no orgulho. Espreitai, pois, os menores sinais que revelam os germens desses vícios e dedicai-vos a combatê-los, sem esperar que eles lancem raízes profundas. Fazei como o bom jardineiro, que arranca os brotos daninhos à medida que os vê aparecerem na árvore. Se deixardes que o egoísmo e o orgulho se desenvolvam, não vos espanteis de ser pagos mais tarde pela ingratidão. Quando os pais tudo fizeram para o adiantamento moral dos filhos, se não conseguem êxito, não tem do que lamentar e sua consciência pode estar tranqüila. Quanto à amargura muito natural que experimentam, pelo insucesso de seus esforços, Deus reserva-lhes uma grande, imensa consolação, pela certeza de que é apenas um atraso momentâneo, e que lhe será dado acabar em outra existência a obra então começada, e que um dia o filho ingrato os recompensará com o seu amor. (Ver cap. XIII, nº 19)
Deus não faz as provas superiores às forças daquele que as pede; só permite as que podem ser cumpridas; se isto não se verifica, não é por falta de possibilidades, mas de vontade. Pois quantos existem, que em lugar de resistir aos maus arrastamentos, neles se comprazem: é para eles que estão reservados o choro e o ranger de dentes, em suas existências posteriores. Admirai, entretanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Chega um dia em que o culpado está cansado de sofrer, o seu orgulho foi por fim dominado, e é então que Deus abre os braços paternais para o filho pródigo, que se lança aos seus pés. As grandes provas, — escutai bem, — são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus. É um momento supremo, e é nele sobretudo que importa não falir pela murmuração, se não se quiser perder o fruto da prova e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus, que vos oferece a ocasião de vencer para vos dar o prêmio da vitória. Então quando, saído do turbilhão do mundo terreno, entrardes no mundo dos Espíritos, sereis ali aclamado, como o soldado que saiu vitorioso do centro da refrega.
De todas as provas, as mais penosas são as que afetam o coração. Aquele que suporta com coragem a miséria das privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, esmagadas pela ingratidão dos seus. Oh!, é essa uma pungente angústia! Mas o que pode, nessas circunstâncias, reerguer a coragem moral, senão o conhecimento das causas do mal, com a certeza de que, se há longas dilacerações, não há desesperos eternos, porque Deus não pode querer que a sua criatura sofra para sempre? O que há de mais consolador, de mais encorajador, do que esse pensamento de que depende de si mesmo, de seus próprios esforços, abreviar o sofrimento, destruindo em si as causas do mal? Mas, para isso, é necessário não reter o olhar na Terra e não ver apenas uma existência; é necessário elevar-se, pairar no infinito do passado e do futuro. Então, a grande justiça de Deus se revela aos vossos olhos, e esperais com paciência, porque explicou a vós mesmos o que vos parecia monstruosidade da Terra. Os ferimentos que recebestes vos parecem simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família aparecem no seu verdadeiro sentido: não mais os laços frágeis da matéria que ligam os seus membros, mas os laços duráveis do Espírito, que se perpetuam, e se consolidam, ao se depurarem, em vez de se quebrarem com a reencarnação.

Os Espíritos cuja similitude de gostos, identidade do progresso moral e a afeição, levam a reunir-se, formam famílias. Esses mesmos Espíritos, nas suas migrações terrenas, buscam-se para agrupar-se, como faziam no espaço, dando origem às famílias unidas e homogêneas. E se, nas suas peregrinações, ficam momentaneamente separados, mais tarde se reencontram, felizes por seus novos progressos. Mas como não devem trabalhar somente para si mesmos, Deus permite que Espíritos menos adiantados venham encarnar-se entre eles, a fim de haurirem conselhos e bons exemplos, no interesse do seu próprio progresso. Eles causam, por vezes, perturbações no meio, mas é lá que está a prova, lá que se encontra a tarefa. Recebei-os, pois, como irmãos; ajudai-os, e, mais tarde, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo do naufrágio os que, por sua vez, poderão salvar outros.




TEXTOS DE APOIO



PAIS  DIFÍCEIS    
Tema: Pais humanos em divergência conosco

         Nem sempre surgem como sendo personalidade adequadas aos nossos desejos aqueles que a vida nos oferece por pais na estância física.
         Seriam eles maus ou diferentes, porque não nos entendam, de pronto, os ideais?  Numa interrogativa dessa natureza, toda vez que estivermos na posição de filhos, é possível devamos formular semelhante questão ao inverso.
         Habitualmente, julgamos nossos pais humanos,. Quando a razão começa a amadurecer no galho florido de nossos primeiros sonhos da mocidade.
        Sobretudo, pretendemos medir-lhes as supostas deficiências, depois de passados mais de vinte ou trinta anos sobre os dias semi-conscientes de nossa infância.  Se não concordam com as nossas opiniões, freqüentemente apontamo-los por espíritos passadistas ou intolerantes.
         Nessa conceituação apressada, porém, esquecemo-nos de que eles carregam na alma as cicatrizes profundas dos golpes que receberam no caminho da experiência, quantas vezes por nossa causa, e, por isso mesmo, nem sempre lhes será possível colocar os ouvidos ao nível em que se nos situa a palavra.
         Fácil considerá-los desorientados, quando não estejam de acordo com os preceitos que aceitamos como sendo os mais justos;  entretanto, a distância enorme de tempo que existe entre a hora de nossa análise e a hora do berço não nos permite saber quantos problemas e quanto fel amargaram, até que adotassem padrões individuais de conduta, diversos daqueles consagrados para a vida na Terra.
         Muito simples categorizá-los à conta de intransigentes, quando nos reprovam os pontos de vista; contudo, raramente estamos nas condições precisas para avaliar as crises que suportaram, a fim de que tentações e desequilíbrios não arrasassem o lar que nos serve de apoio e ninho.
         Se te encontras à frente de pais magoados ou sofredores, recorda um homem generoso que largou as conveniências da própria liberdade, para colocar uma família nos ombros, e lembra-te de certa mulher, jovem e bela, que olvidou a si mesma e renunciou à própria vida, padecendo na carne e na alma, para que pudesses viver!...
       Considera que eles se reuniram, obedecendo os desígnios de Deus, a fim de que viesses ao mundo, e se não puderam ser felizes como esperavam ou se as provações da existência os tornaram assim, quando estiveres a ponto de censurá-los, pensa na alegria e no amor com que eles dois rogaram a Deus te abençoasse, quando nasceste, e, em silêncio, pede também a Deus que os abençoe.

 Livro:   Encontro marcado - Emmanuel – Chico Xavier



VENCENDO O PERSONALISMO

"Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus." 0 Evangelho Segundo Espiritismo -cap. 14 - item 9

Espíritos saindo do primarismo para conquistas medianas, nossa principal qualidade é a disposição de mudança na melhoria íntima, já que nos arrependemos sinceramente do mal.
Iniciamos, a exemplo do filho pródigo do Evangelho, a nossa viagem de volta à Casa Paterna buscando o aconchego e a dulcificação do amor.
Essa volta, porém, exigir-nos-á o preço da reeducação, a começar pelo personalismo que se solidifica na intimidade como um dos pilares de nossas imperfeições.
Podemos entender o personalismo como sendo o apego com tudo que parte de nós
Esse apego é fator sinalizador de gratificação afetiva escassa conosco mesmo, insuficiência de auto-amor.
Quando nos amamos verdadeiramente não há motivo para a atitude personalista, porque nos realizamos com o ato de ser sem aguardar compensação, aplauso e possessividade.
Seu traço mais comum é a paixão crônica com o eu manifestada de formas variadas, algumas delas são: irredutibilidade velada ou clara, vaidade intelectual, dificuldade de conviver pacificamente com a diversidade humana, manipulação interpretativa de conceitos, autoritarismo nas decisões, boicote na cooperação a projetos que partam de outras cabeças, agastamento ante as cobranças e correções, sistemática competição para produzir além dos outros e da capacidade pessoal, coleção de animosidades, excessiva valorização que conferimos a nós mesmos, "amor" próprio, apego às nossas obras, superlativa fixação dos valores que possuímos ou acreditamos possuir, pretensões de destaque e vício de ser elogiado.Lc 15:20.
Suas causas podem ser encontradas na história remota da evolução, quando tivemos no instinto de conservação um importante fator de fixação e agregação de valores morais consolidando a consciência de si. A conservação como fonte de defesa e automatização da consciência de si tornou-se egoísmo, uma exageração dessa necessidade natural, na qual nos encontramos até hoje.
Na infância, encontramos outras tantas razões muito bem abordadas por Sigmund Freud na questão da personalidade egocêntrica, cujo processo de amadurecimento psíquico é mal conduzido, ensejando carências afetivas profundas que irão refletir no homem adulto como insegurança e fantasias narcisistas.
Em torno de seus passos sempre se encontram a fama, o autoritarismo, a vaidade, o desejo de realce, a inveja: "súditos do império do eu".
Tendo subtraída a empatia, o personalista é alguém que não sabe dialogar, dividir, intercambiar.
Não sabendo interagir com o outro, entender-lhe os motivos e necessidades, está sempre com uma "receita de viver" nos lábios, impedindo-se da mais nobre ação íntima da caridade que é o ato de compartilhar vivências com o ser alheio.
Como seu dinamismo é a centralização no "eu", a reeducação dessa tendência está em aprender a ouvir o outro.
O ato de ouvir não se restringe a escutar palavras. Ouvir é o estado de plena receptividade para o outro, independentemente de quem seja.
Essa conquista será um exercício doloroso ao personalista. Exigirá desprendimento, humildade, assertividade, falar menos e meditar mais.
Ouvir significa cultivar sensibilidade para com aqueles que nos rodeiam; sensibilidade que nos permita sempre um foco positivo do próximo entendendo-lhe as razões, ainda que esteja em equívoco, abrindo-se para ser-lhe útil, desarmado de pré-conceitos.
Ouvir é aprender a receber críticas e admoestações até daqueles que nos parecem despreparados para fazê-las, habituando-se a indagar a real utilidade e importância das idéias pessoais.
Ouvir é alteridade, respeito às singularidades de cada um. A partir daí se aprende a construir uma relação altruísta, pacífica e saudável com as diferenças e os diferentes, nas experiências de todo instante.
A vitória sobre o personalismo, portanto, está em sair de si acolhendo o outro diferente do eu com interesse altruísta e fraterno, aprendendo a "esvaziar-se do ego", sentindo o outro.
O retorno à Casa Paterna inclui o ato de desprender-se de si para ouvir o Pai. Tal lição será aprendida na escola da convivência diuturna com quantos passem pelos nossos caminhos.
Fazendo assim assumiremos definitivamente a condição de filhos pródigos em plenitude de sintonia com as riquezas de Deus, aprendendo a ouvir-Lhe os alvitres no foro da consciência, em favor da nossa felicidade.

Livro: Mereça ser Feliz – Ermance Dufaux –  Wanderley S. Oliveira




A ROTA DOS FILHOS PRÓDIGOS

"Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus." - Santo Agostinho. (Paris, 1862) O Evangelho Segundo o Espiritismo — capítulo XIV — item 9

Os terapeutas e voluntários dispostos a servirem ao próximo na tarefa de amor e recuperação espiritual não podem dispensar uma análise cuidadosa da passagem evangélica do Filho Pródigo, constante no Evangelho de Lucas, capítulo quinze, versículos onze a trinta e dois. Essa mensagem evangélica é a história da peregrinação humana ao longo dos evos. A história de nosso caminhar pela conquista da humanização.
Consideremos o egoísmo como a doença original do Ser. Ninguém escapou de experimentá-lo na espiral do crescimento. Até certa etapa, foi impulso para frente. Depois, quando a racionalidade permitiu a capacidade de escolher, tornou-se a matriz nosológica das dores humanas, transformando-se no hábito doentio de atender aos caprichos pessoais.
A "centralidade" do homem no ego estruturou a arrogância - sentimento de exagerada importância pessoal. Perdemos o contato com a fonte inexaurível da vida - o "^Divino" - e passamos a peregrinar sob a escravidão do "eu". O resultado mais infeliz desse caminhar "apartado de Deus" foi uma terrível sensação de abandono e inferioridade. O ato de arrogar constituiu, pois, a proteção instintiva da alma contra a sensação de menos-valia. Esse foi seu primeiro passo no processo evolutivo em direção à ilusão, ou seja, a criação de uma imagem idealizada - um mecanismo de defesa para não desistir -, que fixou a vida mental em noções delirantes sobre si mesma. Assim nasceram no tempo as "matrizes psíquicas" das mais graves patologias mentais.
Essa auto-imagem é o "delirio-primitivo", um recurso que, paulatinamente, a consciência foi "obrigada" a construir no conjunto das percepções de si mesma para se defender da sensação de indignidade perante a vida.
Nessa ótica podemos pensar as psicopatologias como uma recusa em ser humano, uma desobediência por não querer assumir o que se é na caminhada do progresso. Tornar-se humano significa assumir sua pequenez no todo universal, ter consciência da cruel sensação de "desconexão" com o Criador e do que realmente representamos no contexto do bailado cósmico. Mas também significa assumir-se como "Filho de Deus", um Filho Pródigo de heranças excelsas que precisa descobri-las por si próprio e adquirir o título de "Herdeiro em Sua Obra". Isso exige trabalho, dinamismo, ação e responsabilidade.
Portanto, a velha questão filosófica da realidade é mais velha que se imagina. Fragmentação psíquica não se restringe apenas ao resultado de desajustes ou traumas. Existe um desajuste original, um "gatilho milenar" dos processos psíquicos do Espírito, agravados pelas sistemáticas recusas em admitir a realidade íntima no peregrinar das reencarnações.
Esse mecanismo defensivo primitivo foi trazido para a Terra por almas desobedientes que o consolidaram em outros orbes. As noções de abandono e castigo trazidas com os deportados incitaram os habitantes singelos da Terra a imitarem as atitudes de rebeldia, orgulho, revolta e desvalor. Analisar o adoecimento psíquico sem essa anamnese ontológico-espiritual é desconsiderar a causa profunda das enfermidades sob a perspectiva sistêmica da evolução.
Algumas patologias constitucionais, endógenas, encontram explicações ricas na compreensão das histórias longínquas da deportação. Isso não é uma hipótese tão distante quanto se imagina, porque os efeitos dessa história milenar são ativos e determinantes na atualidade em bilhões de criaturas atormentadas e enfermas. O "desajuste primário", a dificuldade em aceitar a realidade terrena, é fator patogênico de bilhões de almas reencarnadas e de mais um conjunto de bilhões de outras fora do corpo, formando uma "teia vibratória psicótica" no cinturão da psicosfera terrena. A energia emanada da sensação coletiva de inferioridade é uma força epidêmica que puxa o homem para traz e dificulta o avanço dos que anseiam pela ascensão.
O "tamponamento mental" na transmigração intermundos foi parcial. Os "símios psíquicos", quando fora do corpo pelo sono físico, tinham noções claras do sucedido, acendendo o destrutivo pavio da inconformação ao regressarem à carne, dilatando a sensação de prisão, ódio e rebeldia. O ato de rebelar-se passou a ser uma constante nas comunidades que se formaram. Estamos falando de um tempo aproximado de trinta a quarenta mil anos passados.
Surgem, nesse contexto emocional e psicológico, entre dez a vinte mil anos atrás, as primeiras manifestações de perfeccionismo - o anseio neurótico de resgate do perfeito dentro da concepção dos "anjos decaídos". Um litígio que essas almas deportadas assumiram com Deus para provarem a grandeza que supunham possuir.
Quando foi dinamizado o processo distônico? Na Terra? Fora dela? Ou teríamos também a hipótese de uma loucura aprendida? Que casos de patologias se enquadrariam no perfil psíquico dos que habitavam a Terra antes da vinda dos deportados! Que componentes nas doenças severas nos permitem analisá-las como rebeldia imitada ou rebeldia processual? Que natureza de obsessão envolve as patologias severas? Até onde e como a vivência do Espírito errante influencia nesse contexto?
Lançando o olhar para tão longe nas rotas de crescimento humano, fica mais permissível compreender a estreiteza dos conceitos de muitas correntes das ciências psíquicas, que esboçam uma valorosa cartografia da mente, porém, rudimentar, incompleta. Sem o estudo dos ascendentes espirituais, jamais teremos uma análise judiciosa das psicopatologias. Mormente dos casos raros e desafiantes que têm surgido na transição do planeta, cujo Código Internacional de Doenças é insuficiente para classificar.
Igualmente, é imperioso considerar a relação entre psicopatologia e erraticidade. Existem ignorados lances de dor e "morte psicológica" que são deflagrados em aglomerações subcrostais ou regiões abissais da Terra onde transita uma semi civilização de almas. Autênticos "símios psíquicos".
Em tempo algum, como atualmente, no orbe terreno, tivemos mais que 1/5 (um quinto) de sua população geral em processo de reencarnação. Reencarnar não é tão fácil quanto possa parecer. E' oportunidade rara e "disputada". Cada história individual requer inúmeros quesitos para ser disponibilizada. Laços afetivos, urgência das necessidades sociais, natureza das habilidades desenvolvidas pelo Espírito, natureza dos compromissos com os seres das regiões da maldade. Os pontos de análise que pesam para a possibilidade de um Espírito reencarnar são muito variados. Há corações que nesse trajeto de deportação, ou seja, nos últimos quarenta mil anos, estiveram no corpo menos de vinte vezes. O que significa afirmar que reencarnam aproximadamente de dois em dois mil anos. Outros não reencarnam há mais de dez mil anos.
Portanto, como analisar doenças mentais graves sem considerar que estagiamos na "vida dos Espíritos", pelo menos, dois terços do tempo da evolução, incluindo a emancipação pelos desdobramentos noturnos?! Como ignorar a decisiva influência das experiências da erraticidade? Enquanto os homens, à luz do Espiritismo, analisam a raiz de suas lutas íntimas, lançando o olhar para as vidas passadas, urge uma reflexão sobre a influência das experiências do Espirito errante.
Inúmeras almas já "renascem adoecidas", isto é, com os componentes psíquicos enfermiços em efervescência. Perdem o prazer de viver ou nunca o experimentam em decorrência da força dos laços que ainda mantêm com essas "regiões infernais" da erraticidade.
Assevera O Livro dos Espíritos na questão 975: "Para o Espírito errante, já não há Deus. Ele se acha como tendo saído de um nevoeiro e vê o que o distancia da felicidade. Mais sofre então, porque compreende quanto foi culpado. Não tem mais ilusões: vê as coisas na sua realidade."
"Na erraticidade, o Espírito descortina, de um lado, todas as suas existências passadas; de outro, o futuro que lhe está prometido e percebe o que lhe falta para atingi-lo. E qual viajor que chega ao cume de uma montanha: vê o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer, afim de chegar ao fim da suajornada."
Os profissionais da saúde mental e mesmo quantos sofrem o amargor do adoecimento psíquico necessitam aprofundar a sonda do conhecimento nessas desafiantes questões. Somente através de "laboratórios de amor" nos serviços de intercâmbios socorristas, realizados distantes de preconceitos e convenções, poderá o médico ou o pesquisador espírita deflagrar um leque imenso de observações e informações para auxiliar a humanidade cansada e oprimida.
Além dos reflexos que conduzem em si mesmos, os doentes mentais cujos quadros exibem componentes dessa natureza ainda sofrem de simbioses intrigantes e desconhecidas até mesmo pelos mais experientes doutrinadores.
A história da evolução da alma na humanidade é assunto de valor na erradicação dos mais variados problemas sociais. Já não basta mais uma análise perfunctória das lutas humanas. Imperioso que os corações mais comprometidos com a arte de amar, estando ou não sob a luz da ciência, lancem-se ao mister da "pesquisa fraterna" e da "investigação educativa", em atividades que transponham os limites institucionais do exercício mediúnico ou de terapias experimentais, no intuito de rasgarem véus.
Uma indagação do codificador na questão 973 de O Livro dos Espíritos merece análise na conclusão de nossos raciocínios:
"Quais os sofrimentos maiores a que os Espíritos maus se vêem sujeitos?"
"Não há descrição possível das torturas morais que constituem a punição de certos crimes. Mesmo o que as sofre teria dificuldade em vos dar delas uma idéia. Indubitavelmente, porém, a mais horrível consiste em pensarem que estão condenados sem remissão."
E' por conta desse sentimento de condenação, incrustado no psiquismo desde tempos imemoriais, que a criatura, em tese, não consegue ou desconhece o prazer de viver, a saúde.
Possivelmente, a esmagadora maioria da população terrena, por essa razão, esteja situada psicologicamente na passagem do Filho Pródigo exatamente no versículo dezenove que diz:
"Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros ".
A rota evolutiva dos Filhos Pródigos - que somos todos nós - é um percurso de esbanjamento psíquico através da atitude arrogante. Tal ação não poderia ser correspondida com outra sensação senão de vazio interior, cansaço de si e desvalimento, que são os elementos emocionais estruturadores da depressão - doença da alma ou estado afetivo de penúria e insatisfação. A terminologia contemporânea que melhor define esse "caos sentimental" é a baixa auto-estima, quadro psicológico que nos enseja ampliar ostensivamente os limites conceituais dos episódios depressivos, sob enfoque do Espírito imortal.
Nesta hora grave pela qual passa a Terra, um destrutivo sentimento de indignidade aninha-se na vida psicológica dos homens. Raríssimos corações escapam dos efeitos de semelhante tragédia espiritual, causadora de feridas diversas. Uma dolorosa sensação de inadequação e desvalor pessoal assoma o campo das emoções com efeitos lastimáveis. Abandono, carência, solidão, sensação de fracasso e diversos tormentos da mente agrupam-se na construção de complexos psíquicos de desamor e adversidade consigo próprio.
Salienta Santo Agostinho: Vem um dia em que ao cu/pado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés.
Imprescindível atestar que nossa trajetória eivada de quedas e erros não retirou de nenhum de nós a excelsa condição de Filhos de Deus. A Celeste Bondade do Mais Alto, mesmo ciente de nossas mazelas, conferiu-nos a bênção da reencarnação com enobrecedores propósitos de aquisição da Luz. E a Lei do Amor, mola propulsora do progresso e das conquistas evolutivas.
A Misericórdia, todavia, não é conivente. Espera-nos no cadinho educativo do serviço paciente de burilamento íntimo. Contra os anelos de ascensão, encontramos em nossa intimidade os frutos amargos da semeadura inconsequente. São forças vivas e renitentes a vencer.
Sem dúvida, a ignorância cultural é causa de misérias sociais incontáveis, entretanto, a ignorância moral, aquela que mata ideais e aprisiona o homem em si mesmo, é a maior fonte de padecimentos da humanidade terrena.
O amor a si mesmo ainda é uma lição a aprender. Uma longa e paciente lição!
Quantas reencarnações neste momento têm por objetivo precípuo restabelecer o desejo de viver e recuperar a alegria de sentir-se em paz! Como operar semelhante transformação sem a aplicação da caridade consigo mesmo?
Criados para o amor, nosso destino glorioso é a integração com a energia da vida e com a liberdade em seu sentido de plenitude e paz interior. Ninguém ficará fora desse Fatalismo Divino.
Distantes do amor a si, ficaremos à mercê das provações sem recursos para sustentar na vida interior os valores latentes que nos conduzirão à missão individual estabelecida pelo Pai em nosso favor.
O auto-amor é base para uma vida em sintonia com a mensagem do Evangelho do Cristo. Sua proposta, aliás, é que nos amemos tanto quanto ao nosso próximo.
Descobrir nosso valor pessoal na Obra da Criação é assumirmo-nos como somos. Sois Deuses, eis a mensagem de inclusão e o convite para uma participação mais consciente e responsável no destino de cada um de nós.
Inspirada em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Ermance Dufaux garimpa pérolas de raro valor com as quais, abnegadamente, oferece-nos esta preciosa jóia literária para a alma. Suas reflexões constituem o antídoto para a velha doença da qual buscamos nos desvencilhar: o egoísmo e suas múltiplas manifestações doentias.
Felicita-nos avalizá-la, sob a égide do Espírito Verdade, para que destine aos homens na Terra uma mensagem de paz interior no resgate da nossa condição excelsa de Filhos Pródigos e Homens de Bem.
Calderaro, Hospital Esperança, Março de 2005. *
•"João, 10:34
*Nota do médium: o prefácio de Calderaro foi escrito no Hospital Esperança e transcrito pela autora espiritual Ermance Dufaux através da psicografia.
Calderaro é o iluminado instrutor de André Luiz na obra "No Mundo Maior", psicografia de Francisco Cândido Xavier - edição FEB.
O Hospital Esperança é uma obra de amor erguida por Eurípedes Barsanulfo na erraticidade.
Livro: Escutando Sentimentos - Ermance Dufaux - Wanderley S. Oliveira



CARTA  A   MEU  FILHO
J.
Cap. XIV – Item 9

Meu filho, dito esta carta para que você saiba que estou vivo.
Quando você me estendeu a taça envenenada que me liquidou a existência, não pensávamos nisso.
Nem você, nem eu.
A idéia da morte vagueava longe de mim, porque esperava de suas mãos apenas o remédio anestesiante para a minha enxaqueca.
Entendi tudo, porém, quando você, transtornado, cerrou subitamente a porta e exclamou com frieza:
-Morre, velho!
As convulsões que me tomavam de improviso, traumatizavam-me a cabeça...
Era como se afiada navalha me cortasse as vísceras num braseiro de dor.
Pude ainda, no entanto, reunir minhas forças em suprema ansiedade e contemplar você, diante de meus olhos.
Suas palavras ressoavam-me aos ouvidos: __ “morre, velho!”
Era tudo o que você, alterado e irreconhecível, tinha agora a dizer.
Entretanto, o amor em minh’alma era o mesmo.
Tornei à noite recuada quando o afaguei pela primeira vez.
Sua mãezinha dormia, extenuada...
Pequenino e tenro de encontro ao meu peito, senti em você meu próprio coração a vagir nos braços...
E as recordações desfilaram, sucessivas.
Você, qual passarinho contente a abrigar-se em meu colo, o álbum de fotografias em que sua imagem apresentava desenvolvimento gradativo em todas as posições, as festas de aniversário e os bolos coloridos enfeitados de velas que seus lábios miúdos apagavam sempre numa explosão de alegria... Rememorei nossa velha casa, a princípio humilde e pobre, que o meu suor convertera em larga habitação, rica e farta... Agoniado, recordei incidentes, desde muito esquecidos, nos quais me observava expulsando crianças ternas e maltrapilhas do grande jardim de inverno para que nosso lar fosse apenas seu... Reencontrei-me, trabalhando, qual suarento animal, para que as facilidades do mundo nos atendessem as ilusões e os caprichos...
Em todos os quadros a se me reavivarem na lembrança, era você o grande soberano de nosso pequeno mundo...
O passado continuou a desdobrar-se, dentro de mim. Revisei nossa luta para que os livros lhe modificassem a mente, o baldado esforço para que a mocidade se lhe erigisse em alicerce nobre ao futuro...
De volta às antigas preocupações que me assaltavam, anotei-lhe, de novo, as extravagâncias contínuas, os aperitivos, os bailes, os prazeres, as companhias desaconselháveis, a rebeldia constante e o carro de luxo com que o presenteei num momento infeliz...
Filho do meu coração, tudo isso revi...
Dera-lhe todo o dinheiro que conseguira ajuntar, mas você desejava o resto.
Nas vascas da morte, vi-o, ainda, mãos ansiosas, arrebatando-me o chaveiro para surripiar as últimas jóias de sua mãe...Vi perfeitamente quando você empalmou o dinheiro, que se mantinha fora de nossa conta bancária, e, porque não podia odiá-lo, orei – talvez com fervor e sinceridade pela primeira vez – rogando a Deus nos abençoasse e compreendendo, tardiamente, que a verdadeira felicidade de nossos filhos reside, antes de tudo, no trabalho e na educação com que lhes venhamos a honrar a vida.
Não dito esta carta para acusá-lo.
Nem de leve me passou pelo pensamento o propósito de anunciar-lhe o nome.
Você continua sangue de meu sangue, coração de meu coração.
Muitas vezes, ouvi dizer que há filhos criminosos, mas entendo hoje que, na maioria das circunstâncias, há, junto deles, pais delinqüentes por acreditarem muito mais na força do cofre que na riqueza do espírito, afogando-os, desde cedo, na sombra da preguiça e no vício da ingratidão.
Não venho falar, assim, unicamente a você, porque seu erro é o meu erro igualmente. Falo também a outros pais, companheiros meus de esperança, para que se precatem contra o demônio do ouro desnecessário, porque todo ouro desnecessário, quando não busca o conselho da caridade, é tentação à loucura.
Há quem diga que somente as mães sabem amar e, realmente, o regaço materno é uma bênção do paraíso. Entretanto, meu filho, os pais também amam e, por amar imensamente a você, dirijo-lhe a presente mensagem, afirmando-lhe estar em prece para que a nossa falta encontre socorro e tolerância nos tribunais da Divina Justiça, aos quais rogo me concedam, algum dia, a felicidade de tê-lo novamente ao meu lado, por retrato vivo de meu carinho... Então nós dois juntos, de passo acertado no trabalho e no bem, aprenderemos, enfim, como servir ao mundo, servindo a Deus.

 Do livro O Espírito da Verdade. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



ESPÍRITA EM FAMÍLIA NÃO ESPÍRITA

Dos temas relacionados a grupos consangüíneos, temos a considerar um dos mais importantes para nós, qual seja aquele dos companheiros espíritas ligados a familiares que ainda não conseguem aceitar os ensinamentos do Espiritismo.
Freqüentemente, os amigos incursos nessa prova recorrem ao Mundo Espiritual pedindo orientação. Suspiram por ambiente que lhes seja próprio aos ideais, querem afetos que lhes incentivem as realizações, e, porque o mundo Espiritual lhes respeite o livre-arbítrio, contornando-lhes os problemas, sem ferir-lhes a iniciativa, muitos deles entram em dúvida, balançando o coração, entre o anseio de fuga e o acatamento ao dever.
O espírita, porém, comprometido com os parentes não espíritas, permanece acordado as realidades da reencarnação; sabe que ninguém assume obrigações à revelia do foro íntimo e que ninguém renasce sem motivo, nessa ou naquela equipe familiar. Seja atendendo a exigências de afinidade, escolha, expiação ou tarefa específica, o Espírito reencarna ou trabalha junto daqueles com quem lhe compete evoluir, aprimorar-se, quitar-se, desincumbir-se de certos encargos ou atender a programas de ordem superior e, por isso, não dispõe do direito de deserção da oficina doméstica, tão-só porque aí não encontre criaturas capazes de lhe partilharem os sonhos de elevação. Aliás, exatamente aí, na forja de inquietantes conflitos sentimentais, é que se edificará para a ascensão a que aspira.
Cônjuge difícil, pais incompreensivos, irmãos-enigmas ou filhos-problemas constituem na
Terra o corpo docente de que necessitamos na escola familiar. Com eles e por eles, é que avaliamos as nossas próprias claudicações, de modo a corrigi-las. Indiscutivelmente, em explanando assim, não induzimos companheiro algum a compartilhar criminalidade em nome de obrigação.
Desejamos unicamente ponderar que não é razoável abandonar ou interromper ajustes edificantes sem que a nossa consciência esteja em paz com o dever cumprido.
Sempre que nos reconheçamos desambientados na família do mundo, à face dos princípios espíritas que os entes queridos não se mostrem, de imediato, dispostos a abraçar, estamos na posição do devedor entre credores vários, com a valiosa possibilidade de ressarcir nossos débitos, ou na condição do aluno em curso intensivo de burilamento individual, com a bendita oportunidade de adquirir atestados de competência, em diversas lições.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz



PONTOS PERIGOSOS PARA OS PAIS

Desconsiderar a importância do exemplo na escola do lar.
Ignorar que os filhos chegam à reencarnação através deles, sem serem deles.
Transformar as crianças em bibelôs da família, fugindo de ajudá-las na formação do caráter desde cedo.
Ajudar os filhos inconsideradamente tanto quanto sobrecarregá-los de obrigações incompatíveis com a saúde ou a disposição que apresentem.
Distanciar-se da assistência necessária aos pequeninos sob o pretexto de poderem remunerar empregados dignos, mas incapazes de substituí-los nas responsabilidades que receberam.
Desconhecer que os filhos são Espíritos diferentes, portadores da herança moral que guardam em si mesmos, por remanescentes felizes ou infelizes de existências anteriores.
Desejar que os filhos lhes sejam satélites, olvidando que eles caminham na trajetória que lhes é peculiar, com pensamentos e atitudes pessoais.
Desinteressar-se dos estudos que lhes dizem respeito.
Relegar-lhes as mentes às superstições e fantasias, sem prestar-lhes explicações honestas em torno do mundo e da vida.
Não lhes pedir trabalho e cooperação na medida das possibilidades.
Livro: Estude E Viva - Francisco Cândido Xavier E Waldo Vieira Pelos Espíritos Emmanuel E André Luiz




O APEGO AFETIVO
Chico Xavier

Em carta, Chico Xavier explica-nos os antecedentes da mensagem referente ao apego afetivo no meio familial:
“Na noite anterior a uma de nossas reuniões públicas estivemos juntos, provavelmente umas cinqüenta pessoas, num encontro amigo dedicado ao culto do Evangelho no lar. É o assunto dessa reunião doméstica foi a dificuldade para nos separarmos dos laços de família quando os entes amados escolhem caminhos diversos dos nossos. Como era natural, o tema foi ardentemente debatido. E, na noite seguinte, antes da sessão pública, associando-se-nos irmãos de outras localidades, o assunto prosseguiu.
Iniciadas as nossas tarefas O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu para estudo o item 9 do capítulo XIV, claramente colocado nas apreciações em foco. E, ao fim da reunião, o nosso abnegado Emmanuel nos deu a página intitulada “Desvinculação”, que envio ao caro amigo no, esperança de que ela nos sirva aos estudos e reflexões habituais.”.
 Do livro Na Era do Espírito Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos


DESVINCULAÇÃO
Emmanuel

Para muitos companheiros na Terra a desvinculação no campo afetivo é prova difícil.
Desligamento do grupo familiar, distância da convivência.
Hora da diferenciação de alguém perante outro alguém.
Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de ideal e de afinidade, não hesites no bem por fazer.
Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida, são pedintes de tranqüilidade e renovação. Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio. Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar sem que o espinheiro da mágoa te nasça no coração.
Medita naqueles que, um dia, igualmente largaste para tomar embarcações outras, diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar profundo e vasto da experiência terrestre.
Familiares que te amavam a presença e amigos que te disputavam a companhia se viram, de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.
Assim nos expressamos porque freqüentemente a harmonia na desvinculação depende daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e aprovação.
Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres assumidos para contigo, concede a paz a quem necessita de paz a fim de atender a impositivos da vida em outros setores de evolução.
Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que os filhos bem-amados atravessem tribulações e enganos que te amarguram a infância ou a juventude; habituas-te a desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas em que os entes queridos venham a transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições, entretanto, por mais no doa ao coração — muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.
Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes nem condenes.
Bendize e auxilia sempre.
Os que partem ou se te separam da estrada, no dia-a-dia, esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.
 Do livro Na Era do Espírito Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos


NO TREM DOS ESTUDANTES
Irmão Saulo

Emmanuel coloca o problema da desvinculação afetiva em dois planos: o do afastamento de pessoas queridas que se retiram do lar e o da partida para “outros e novos níveis de espaço e tempo”. Em ambos os casos rompe-se o vínculo da convivência. Em ambos os casos há sofrimento moral de parte a parte. O assunto é tratado no item 9 do capítulo ZIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, e ali encontra-mos o seguinte aviso aos que sofrem: “As grandes provas são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus”.
O desastre do Trem dos Estudantes, em 8 de junho de 1972, entre Suzano e Jundiapeba, inclui-se no capítulo das provas coletivas. Além dos mortos e feridos estão sofrendo essa prova os familiares duramente atingidos, os amigos e colegas das vitimas. A tragédia caiu sobre verdadeira multidão. Estamos em face de um processo de desvinculação em massa. Quantos lares enlutados pela perda de entes queridos, quantos corações dilacerados, quantos espíritos aturdidos pela brutalidade da ocorrência'.
O que mais impressiona é o número de jovens que tiveram sua vida bruscamente cortada, quando a caminho da escolas superiores que cursavam em Mogi das Cruzes. Tudo è isso parece aterrador, desnorteante, como se estivéssemos num mundo caótico, sem ordem, sem lei, sem Deus. Não obstante, o Universo nos responde com a ordem absoluta das suas leis que tudo regem, desde a relva humilde na Terra até às constelações gigantescas no infinito.
Nada acontece por acaso. Tudo resulta da lei de causa e efeito. E todo efeito tem um sentido: o da evolução. Todos somos espíritos faltosos e sofremos as provas que pedimos antes de encarnar. Temos dívidas coletivas a resgatar. Mas além do resgate espera-nos a liberdade, a paz, o progresso. Os jovens que morreram foram poupados de sofrimentos futuros numa vida em que a doença, a velhice e a morte são o salário de todos nós.
Transferidos para a Vida Maior, que realmente corresponde às suas necessidade e à sua natureza, são todos eles seres espirituais e não materiais. Agora precisam da compreensão dos pais, dos irmãos, dos amigos e colegas que deixaram na Terra. Precisam de paz, de preces, de bons pensamentos, das vibrações de sincera amizade para se recuperarem em espírito.

Do livro Na Era do Espírito Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos




OPINIÕES SOBRE A JUVENTUDE
Chico Xavier

“Em nossa reunião pública O Evangelizo Segundo o Espiritismo nos ofereceu para estudo o item 9 do capítulo XIV, referente ao problema da indiferença dos filhos para com os pais terrestres. O Livro dos Espíritos nos deu a questão nº. 264 sobre a escolha de provas e rumos feita pelo Espírito antes da sua reencarnação.
Estabeleceu-se o diálogo entre vários pais e mães presentes à reunião, de permeio com as dissertações evangélicas pelos irmãos que se incumbem dessa tarefa. A troca de pontos de vista foi pacifica, mas muito ardente.
As opiniões sobre a juventude foram as mais diversas. Como de hábito, Emmanuel escreveu ao término do nosso encontro a página a que deu o título de “Jovens difíceis', que não só por mim, mas por instância de muitos dos amigos visitantes, envio-lhe para os seus comentários em favor de nossos estudos.”
 Do livro Na Era do Espírito Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos


JOVENS DIFÍCEIS
Emmanuel

Terás talvez contigo jovens difíceis para instalar convenientemente na vida.
Inquestionavelmente, é preciso apoiá-los quanto se nos faça possível. Capacitemo-nos, porém, de que ampará-los não será traçar-lhes a obrigação de copiar-nos os tipos de felicidade ou vivência.
Claro que não nos compete o direito de abandoná-los a si próprios quando ainda inexperientes. Entretanto, isso não significa devamos destruir-lhes a vocação, furtando-lhes a autenticidade em que se lhes caracteriza a existência.
Sonharemos para nossos filhos, no Mundo, invejável destaque nas profissões liberais com primorosas titulações acadêmicas, mas é possível hajam renascido conosco para os serviços da gleba, aspirando a adquirir duros calos nas mãos a fim de se realizarem na elevação que demandam.
De outras vezes ideamos para eles a formação do lar em que nos premiem o anseio de possuir respeitáveis descendentes. No entanto, é possível estejam conosco para longas experiências em condições de celibato, carregando problemas e provas que lhes dizem respeito ao burilamento espiritual.
Às vezes, gritamos revoltados contra eles, exigindo nos adotem o modo de ser. Freqüentemente, porém, se isso acontece, acabamos por perdê-los em mãos que lhes deslustram os sentimentos ou lhes estragam a vida, quando não os empurramos, inconscientemente, para a furna dos tóxicos ou para os despenhadeiros do desequilíbrio mental com que se matriculam nos manicômios.
Compadece-te dos filhos que pareçam diferentes de ti.
Aceita-os como são e auxilia a cada um deles na integração com o trabalho em que se façam dignos da vida que vieram viver.
Ampara-os sem imposição e sem violência.
Antes de te surgirem à frente por filhos de teu amor, são filhos de Deus, cujo Amor Infinito vela em nós e por nós.
Ainda mesmo quando evidenciem características inquietantes, abençoa-os e orienta-os, quanto possível, a fim de que se mantenham por esteios vivos de rendimento do bem no Bem Comum.
E mesmo quando não te possam compartilhar do teto e se te afastem da companhia, a pretexto de independência, abençoa-os mesmo assim, compreendendo que todos nós, desde que nos vinculemos à ordem e ao trabalho no dever que nos compete, sem prejudicar a ninguém, desfrutamos por Lei Divina o privilégio de descobrir qual é para nós o melhor caminho de agir e servir, viver e sobreviver.
 Do livro Na Era do Espírito Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos


AMPARO DOS PAIS
Irmão Saulo

Todos os jovens precisam do amparo dos pais, embora na adolescência, em geral, a rebeldia dos filhos seja inevitável.  Uma tradição de severidade paterna, pautada pelo autoritarismo político e religioso, deu aos pais o conceito errôneo de que devem sujeitar os filhos - e particularmente os jovens - aos seus princípios e maneira de ser.  Mas os jovens trazem a sua própria personalidade e o seu próprio roteiro de vida, e justamente nessa face da adolescência estão firmando o seu eu diante do mundo.
 É conhecido o problema da "crise da adolescência", sobre o qual Maurice Debesse escreveu um dos seus livros mais belos e profundos.  Mas é em René Hubert, no capítulo sobre a Psicologia da Juventude, de sua "Pedagogia Geral", que encontramos maior sintonia com os princípios espíritas.
Psicólogos e Pedagogos conhecem bem esse problema que responde pelo chamado "conflito de gerações". Emmanuel nos dá a sua chave ao lembrar que cada espírito já traz para a Terra a sua prova e o seu roteiro de serviço, escolhidos livremente na vida espiritual segundo as suas necessidades de evolução e aprimoramento.
 O amparo dos pais não pode ser dado por meio de imposição e autoritarismo, sob pena de deixar de ser amparo para se transformar em tirania.
 Se o "conflito de gerações" sempre existiu no mundo, agora se mostra mais violento porque o tempo da tirania está no fim e porque a era de transição em que vivemos acentua nos jovens os anseios do futuro.  Os pais só poderão ampará-los se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los sem exigências.  Está é também uma hora de aprendizado para os pais.  E só o amor verdadeiro pelos filhos pode socorrê-los.
 O jovem de hoje é o homem de amanhã.  Os tempos mudam e não podemos querer sujeitá-los ao nosso modelo.  Qualquer coação paterna só poderá afastá-los de casa e da família, lançando-os a meios e companhias perigosos.  A verdadeira educação é o equilíbrio entre o amor e a compreensão.  A energia paterna e a disciplina filial brotam naturalmente entre essas duas margens, fluindo como as águas de uma fonte na paisagem da vida.
 Do livro Na Era do Espírito Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos





EFEITOS ENERGÉTICOS DA CARÊNCIA AFETIVA E DA SOLIDÃO

"Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés."
Santo Agostinho (Paris, 1862). 0 evangelho segundo o espiritismo, capítulo 14, item 9.

À luz do dicionário emocional, carência significa falta de nutrição afetiva básica, constituindo-se em mais um dos efeitos nocivos da conduta egoísta ao longo de vidas sucessivas.
Agravada pela educação infantil deficiente, a baixa autoestima ou a autoaversão é um dos traços psíquicos e emocionais da maioria dos habitantes da Terra. Considerada na medicina do mundo astral como uma doença matriz, a baixa autoestima é o alicerce de uma enorme variedade de sofrimentos humanos.
A carência de afeto pode ser definida como um processo de "anorexia emocional" ou de desnutrição de alimento essencial para a saúde integral.
Essa desnutrição pode impulsionar o coração humano ao padecimento de algumas doenças, como rejeição, descrença, insatisfação crônica, pânico, depressão, dependência, sensação de incompetência e outros graves quadros agudos que configuram o dilacerante estado interior de insegurança emocional e solidão. Na raiz dessa dor, o ser humano encontra-se angustiado e desesperado por ser amado.
A insegurança e a solidão desvitalizam progressivamente o sistema energético de defesa, abrindo os chacras às mais diversas agressões predatórias astrais de bactérias, vírus e micro-organismos capazes de adoecer o corpo físico. A energia emanada pela insegurança é uma poderosa usina de forças catalisadoras, isto é, ela atrai as chamadas forças invasoras ambientais, fragilizando a saúde física e energética.
Essa usina funciona como um ímã puxando, sugando e rastreando sem interrupção o que pode preencher a carência, a falta de nutrição. É como uma perturbação nos corpos sutis da criatura estabelecendo condições favoráveis aos mais diversos quadros, incluindo a vampirização energética de encarnados.
Quando nos sentimos carentes, é comum embarcarmos em relacionamentos confusos, pois buscaremos no outro o amor que não conseguimos desenvolver para sustento pessoal. Quanto mais carentes, menos gostamos de nós e mais desesperada será a busca pelo outro para preencher a nossa vida. 0 clima astral de quem vive assim é vulnerável e agrega um alimento emocional de baixa qualidade nos ambientes e nas pessoas de sua convivência.
A carência afetiva é uma doença que solicita tratamento, apoio e orientação. Essa insatisfação com nós mesmos, que chega até os limites da aversão, tem um poder extraordinário de camuflagem e, por essa razão, impede-nos de verificar com exatidão qual a raiz de muitos de nossos comportamentos perante a vida.
Condutas nascidas da raiva, do medo, do orgulho, da tristeza e da culpa costumam esconder esse desgosto de nós mesmos.
A parábola do filho pródigo narrada no Evangelho é a história de nossa evolução. Depois de cansados de esbanjar a herança divina com nossas escolhas infelizes, estamos fazendo o caminho de volta para Deus, resgatando o divino dentro de nós. Retornamos cansados, pobres e infelizes. Deus, porém, como narra o texto evangélico, nos acolhe com bondade, oferecendo-nos o melhor.
A bondade do Criador, no entanto, não nos dispensa de colher o fruto de nossa plantação.
Carência é resultado de egoísmo milenar. E' efeito de quem não entrou em comunhão com a vida, com o próximo e com as leis superiores do bem e do amor.
A nenhum de nós faltarão as condições de superação e reeducação. Se desejarmos sinceramente retomar nosso caminho em direção a uma vida farta, preenchedora e sob a presença da alegria, compete-nos o aprendizado de transformar os impulsos personalistas em valores morais. Parece um paradoxo: o que nos falta para superar o estado de carência é saber nos cuidar não mais com egoísmo centralizador, não mais com caprichos pessoais atendidos, mas com aceitação, amor, acolhimento, coragem e humildade.
Uma das mais velhas feridas evolutivas da alma é a sensação de abandono, sendo a carência afetiva e a solidão suas máscaras. Idealizar um mundo perfeito com pessoas irreais e ignorar a fé em forças maiores são caminhos diretos para a prisão do auto desamparo.
Reeducar nossa carência e solidão significa ajustar nossa vida mental e emocional à realidade. Quem espera mais do que aquilo que o outro pode dar vive escravo da mágoa. Quem descrê que existem forças capazes de acolher seus esforços no bem estaciona nos pátios da acomodação e do pessimismo.
O carente espera demais. 0 solitário descrê.
O carente magoa-se. O solitário desanima.
Quem espera muito ou desanima com facilidade está na contramão do fluxo da vida, que é dar, realizar e continuar sem cessar.
Carência e solidão são resolvidas quando fazemos o movimento contrário. Ao invés de exigir e esperar, fazer e escolher.
Os outros não têm o poder de travar nossas vidas, a menos que lhes confiramos essa capacidade. A vida não está contra nossos anseios de luz, a menos que acreditemos nessa ilusão.
De fato, todos precisamos ser amados, pois essa é uma necessidade básica. Mas em muitas ocasiões, no canteiro da vida, haveremos de primeiramente colher os frutos indesejáveis de nossa plantação, posteriormente plantar as novas sementes do bem, e mais adiante colher o amor que desejamos.
Plante sem temor. Quem se lança ao trabalho de semear, ainda que necessitando do alimento, terá gratas e louváveis surpresas no caminho.
Qualquer ato de amor, por menor que seja, é devolvido com bênçãos que nem imaginamos. Mesmo precisando ser amados, amemos e confiemos na misericórdia das leis celestes, recordando a fala sábia de Santo Agostinho: "Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés."
Livro: Emoções que Curam – Ermance Dufaux – Wanderley S. Oliveira



ANTE À JUVENTUDE
Como jovem arrolas queixas e azedumes, apontando o fracasso das gerações transatas, derrapando nos desfiladeiros da insensatez, em busca de novos desencantos.
Anotas erros que se sucedem na chamada "sociedade de consumo", com prevenções injustificáveis e complexas, sem que apresentes qualquer programa correto de elevação eficiente.
Repassas mentalmente as conquistas tecnológicas destes dias, acusas os familiares e genitores que debandam da intimidade doméstica para as lutas externas, entregando os filhos a servos e a escolas-maternais, a creches e jardins de infância, do que resultam desamor e desajustes irreversíveis.
A "volta às origens", que preconizas, inspirada na rebeldia contra a organização social, impõe-te reações que fazem esquecer os patrimônios da inteligência para açularem os instintos que se desgovernam, conspirando lamentavelmente contra a vida...
Requisitas justificações para a fuga da realidade, evadindo-te na direção dos alucinógenos e do sexo em desalinho, flutuando, desde então, em sonhos fantásticos que se transformam em altas cargas esquizofrênicas nos tecidos sutis do espírito encarnado...
São de todos os tempos, porém, as lutas juvenis laborando por afirmação, renovando estruturas sociais e econômicas, ativando interesses artísticos e culturais, abrindo horizontes dantes jamais sonhados nas paisagens da Ciência.
Doutrinas cínicas medraram sempre desde Diógenes que estruturava o seu pensamento ético na concepção do desrespeito à ordem, fundamentando as suas lições no culto à liberdade excessiva em detrimento da liberdade mesma que devia existir entre as demais pessoas à sua volta...
Floresceram, também, os motivadores da ação edificante que enobreceram a espécie humana, fazendo-a sobreviver às calamidades e impulsionando o ser na direção da saúde e da relativa felicidade que já alguns podem fruir mesmo na Terra.
Jovem, não é apenas aquele que dispõe de aparelhagem fisiológica nova. A juventude é estado interior que resulta do otimismo e da elevação a que se vincula o homem, inspirado pela indestrutibilidade do espírito - única segurança para quem empreende a tarefa da própria paz.
Jovens há que envelheceram nos compromissos negativos e não podem recomeçar, amargurados e amargurantes como se encontram. Enquanto outros, idosos, estão rejuvenescidos pelo ideal que esposam sem envelhecerem na caducidade dos propósitos em que insistem.
Corpo jovem não indica posição ideal da vida, antes é compromisso para com a própria evolução.
Espíritos amadurecidos no bem, em se emboscando nos corpos, refletem na indumentária de que se utilizam para avançar as condições de equilíbrio e sensatez, com que impulsionam a máquina do progresso. O mesmo ocorre com os espíritos em experiências iniciais da programática evolutiva, que apenas exteriorizam as paixões do instinto e as expressões da forma sem maiores vôos para as elevadas aspirações.
Não cogites, pois, de considerar pelo corpo o valor do homem. Enquanto se pode marchar sem remorsos nem constrições mantém-se a juventude, possui-se a condição de mocidade para sustentar a jornada.
Constrói, desse modo, o amanhã, desde hoje, enquanto jovens são as tuas carnes e poderosas as tuas fôrças, dinamizando as possibilidades fomentadoras da harmonia, a fim de que o teu amanhã te chegue com bênçãos de paz, mediante o legado de gerações felizes, para os quais colaboraste, pelo sentido da ordem e do dever retamente cumprido à semelhança de Jesus, que, aos 12 anos, já superava os doutores da Lei, e, ao partir da Terra, muito jovem, renovou pelo exemplo todas as paisagens do planeta e plantou as bases do Novo Mundo, para cuja construção foste chamado e na qual te encontras.
"Foge também das paixões da mocidade e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com aqueles que invocam o Senhor com um coração puro". 2ª Epístola de Paulo a Timóteo: capítulo 2º, versículo 22.
"Desde pequenina a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. Ao estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 14º - Item 9, parágrafo 8.

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 45.



BOM ÂNIMO
Hoje experimentas maior soma de aflições. Observaste a grande mole dos sofredores: mães desnutridas apertando contra o seio sem vitalidade filhos, misérrimos, desfalecidos, quase mortos; mutilados que exibiam as deformidades à indiferença dos passantes na via pública; aleijões que se ultrajavam a si mesmos ante o desprezo a que se entregavam nos "pontos" de mendicância em que se demoram; ébrios contumazes promovendo desordens lamentáveis; enfermos de vária classificação desfilando as misérias visíveis num festival de dor; jovens perturbados pela revolução dos novos conceitos e vigentes padrões éticos; órfãos...
Pareceu-te mais tristonha a paisagem humana, e consideras mentalmente os dramas íntimos que vergastam o homem, na atual conjuntura social, moral e evolutiva do Planeta.
Examinas as próprias dificuldades, e um crepúsculo de sobras lentamente envolve o sol das tuas alegrias e esperanças.
Não te desalentes, porém.
O corpo é oportunidade iluminava mesmo para aqueles que te parecem esquecidos e que supões descendo os degraus da infelicidade na direção do próprio aniquilamento.
Nascer e morrer são acidentes biológicos sob o comando de sábias leis que transcendem à compreensão comum.
Há, no entanto, acompanhando todos os caminhantes a forma carnal, amorosos Benfeitores interessados na libertação deles. Não os vendo, os teus olhos se enganam na apreciação; não os ouvindo, a tua acústica somente registra lamentos; não os sentindo, as parcas percepções de que dispões não anotam suas mãos quais asas de caridade a envolvê-los e sustentá-los.
Perdido em meandros o rio silencioso e perseverante se destina ao mar. Agita e submissa nas mãos do oleiro a argila alcança o vaso precioso. Sofrido o Espírito nas malhas da lei redentora atinge a paz.
Ante a sombra espessa da noite não esqueças o Sol fulgurante mais além. E aspirando o sutil aroma de preciosa flor não olvides a lama que lhe sustenta as raízes...
Viver no corpo é também resgatar.
O Espírito eterno, evoluindo nas etapas sucessivas da vestimenta carnal, se despe e se reveste dos tecidos orgânicos para aprender e sublimar.
Numa jornada prepara o sentimento, noutra aprimora a emoção, noutra mais aperfeiçoa a inteligência...
Nascer ou renascer simplesmente não basta. O labor, interrompido, pois, prosseguirá agora ou depois. Não cultives, portanto, o pessimismo, nem te abatam as dores.
Cada um se encontra no lugar certo, à hora própria e nas circunstâncias que lhe são melhores para a evolução. Não há ocorrência ocasional ou improvisada na Legislação Divina.
Quando retornou curado para agradecer a Jesus da morféia de que fora libertado, o samaritano que formava o grupo dos dez leprosos, conforme a narração evangélica, fez-nos precioso legado: o do reconhecimento.
Quando o centurião afirmou ao Senhor que uma simples ordem Sua faria curado o seu servo, ofertou-nos sublime herança: a fé sem limites.
Quando a hemorroíssa, vencendo todos os obstáculos, tocou o Rabi, deixou-nos precioso ensino: a coragem da confiança.
Identificado ao espírito do Cristo, não te deixes consumir pelo desespero ou pela melancolia, sob revolta injustificada ou indiferença cruel. Persevera, antes, no exame da verdade e insiste no ideal de libertação interior, ajudando e prosseguindo, além, porque se hoje a angústia e o sofrimento te maceram, em resgate que não pode transferir, amanhã rutilará no corpo ou depois dele o sol sublime da felicidade em maravilhoso amanhecer de perene paz.
"Tem ânimo filhos: perdoados são os teus pecados." - Mateus: 9-2.
"Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade". - E.S.E. Cap. XIV Item 9.

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.




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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES
LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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