APASCENTA AS MINHAS OVELHAS. Jesus (João 21:17)

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS.  Jesus (João 21:17)
"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS" JESUS (Jo 21:17)

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

E.S.E. CAPÍTULO XVII - ITEM 5 E 6 - PARÁBOLA DO SEMEADOR



5 – Naquele dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à borda do mar. E vieram para ele muita gente, de tal sorte que, entrando em uma barca, se assentou, ficando  toda a gente de pé na ribeira; e lhes falou muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis aí que saiu o que semeia a semear. E quando semeava, uma parte das sementes caiu junto da estrada, e vieram às aves do céu, e comeram-na. Outra, porém, caiu em pedregulho, onde não tinha muita terra, e logo nasceu, porque não tinha altura de terra. Mas saindo o sol se queimou, e porque não tinha raiz, se secou. Outra igualmente caiu sobre os espinhos, e crescendo os espinhos, a afogaram. Outra enfim caiu em boa terra, e dava fruto, havendo grãos que rendiam a cento por um, outros a sessenta, outros a trinta. O que tem ouvidos de ouvir, ouça. (Mateus, XIII: 1-9 ). Ouvi, pois, vós outros, a parábola do semeador. Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a entende, vem o mau e arrebata o que se semeou no seu coração; este é o que recebeu a semente junto da estrada. Mas o que recebeu a semente no pedregulho, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com gosto; porém, ele não tem em si raiz, antes é de pouca duração, e quando lhe sobrevêm tribulação e perseguição por amor da palavra, logo se escandaliza. E o que recebeu a semente entre espinhos, este é o que ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e o engano das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutuosa. E o que recebeu a semente em boa terra, este é o que ouve a palavra e a entende, e dá fruto, e assim um dá cento, e outro sessenta, e outro trinta por um. (Mateus, XIII: 18-23).

6 – A parábola da semente representa perfeitamente as diversas maneiras pelas quais podemos aproveitar os ensinamentos do Evangelho. Quantas pessoas há, na verdade, para as quais eles não passam de letra morta, que, à semelhança das sementes caídas nas pedras, não produzem nenhum fruto!

Outra aplicação, não menos justa, é a que se pode fazer às diferentes categorias de espíritas. Não nos oferece o símbolo dos que se apegam apenas aos fenômenos materiais, não tirando dos mesmos nenhuma conseqüência, pois que neles só vêem um objeto de curiosidade? Dos que só procuram o brilho das comunicações espíritas, interessando-se apenas enquanto satisfazem-lhes as imaginações, mas que, após ouvi-las, continuam frios e indiferentes como antes? Dos que acham muito bons os conselhos, e os admiram, mas para aplicá-los aos outros e não a si mesmos? Dos que, finalmente, para os quais essas instruções são como as sementes que caíram na boa terra e produzem frutos?




TEXTOS DE APOIO



PRIMEIRA MENSAGEM
Francisco C. Xavier

Servindo Sempre é a mensagem do nosso caro Emmanuel, recebida em nossa primeira reunião pública do novo núcleo – o Grupo Espírita da Prece, nesta cidade de Uberaba. Fundamos a nossa singela instituição há algumas semanas. Entretanto, a nova sede somente agora está funcionando, com as nossas reuniões públicas de sextas e sábados à noite, além de nossas atividades outras no serviço espiritual.
Não tivemos qualquer solenidade inauguratória. Nosso amigo Jose Gonçalves Pereira, orientador da Casa Transitória de São Paulo, fez a prece inicial e a nossa reunião continuou nos velhos moldes habituais. O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu o item 5 do seu capítulo XVII. Os comentários dos irmãos presentes foram os mais confortadores e significativos para nós todos.
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



SERVINDO SEMPRE
Emmanuel

Na seara da verdade, todos somos chamados a semear. Semear amor e luz que transbordem nas colheitas de progresso e elevação.
Semeiam todos aqueles que se fazem guardiães da justiça e da cultura, da prosperidade e da influência, assegurando a proteção da vida comunitária. E semeiam todos aqueles outros que manejam o buril da palavra ou as letras do alfabeto, a energia do braço ou a força do coração, sulcando o campo da vida e adubando-lhe os recursos para que a plantação do Mundo Melhor se arroje do presente ao porvir, de geração a geração.
Onde o Senhor te colocou, nunca te esqueças de que a fidelidade aos teus próprios encargos é a limpidez de tua fé e a razão de tua própria vida.
O servidor se qualifica no préstimo da ação que executa. Sai, pois, de ti mesmo, na prodigiosa repetição do dia-a-dia e atende à tarefa que te cumpre, sem que se turbe o teu ânimo, ante a ventania das opiniões contraditórias, e sem que o calor da esperança se esfrie no teu espírito, perante o inseto daninho ou o escalracho destruidor.
Age e segue.
Se a garoa da indiferença te procura imobilizar os movimentos, lembra-te do sol que não falta a ninguém, nos mecanismos da pontualidade, e, quando apareça o aguaceiro das provas, encharcando-te a moradia, reflete nas espigas que virão.
Nas bases da consciência tranqüila, cede de ti mesmo o melhor que possas, como possas e tanto quanto possas no auxílio a todos.
Em verdade, o tempo altera todas as construções exteriores da vida, mas conserva, intocável, com dividendos crescentes e incessantes, todo e qualquer investimento de amor.
Mobiliza os talentos que o Senhor te confiou, faze os depósitos de compreensão e bondade, paz e bênção que te sejam possíveis, e caminha para diante, trabalhando e servindo sempre.
Sobretudo, nunca te creias incapaz, nem te afirmes inútil. Um dia, certo pequeno feixe de materiais considerados inferiores aceitou as disciplinas de exigente artesão que lhe cortou as arestas, imprimindo-lhe nova forma, e, desde então, o mundo conhece a tomada que, em se sujeitando aos preceitos da usina, se converte em mensageira de luz.
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




NA GLEBA DO MUNDO

  "Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Este frutifica e produz a cem, a sessenta  e a trinta por um”.- JESUS. (Mateus, 13:23.).

  Efetivamente, a vida é comparável ao trato de solo que nos é concedido cultivar.
  Ergue-te, cada dia, e ampara o teu campo de serviço, a fim de que te incumbes. O terreno é o próximo que te propicia colheita.
  Lavrar o talhão é dar de nós sem pensar em nós.
  Basta plantes o bem para que o bem te responda. Para isso, no entanto, é imperioso agir e perseverar no trabalho.
  Nunca esmorecer.
  Qual ocorre na lavoura comum, é preciso contar com aguaceiro e canícula, granizo e vento, praga e detrito.
  Não valem reclamações. Remova a dificuldade e prossegue firme.
  Acima de tudo, importa o rendimento da produção para o benefício de todos.
  Se alguém te despreza, menoscabando a suposta singeleza  do encargo que te coube, esquece a incompreensão alheia e continua plantando para abastança geral.
  Muita gente não se recorda de que o pão alvo sobe à mesa à custa do suor de quantos mergulham as mãos no barro da gleba, a fim de que a semente possa frutificar.
  Quando essa ou aquela pessoa te requisite a descanso, sem que a tua consciência acuse fadiga, não acredites nessa ilusão.
  A ferrugem do ócio consome o arado muito mais que a movimentação no serviço.
  Trabalha e confia, na certeza de que o Senhor da Obra te observa e segue vigilante.
  Não duvides, nem temas.
  Dá o melhor de ti mesmo a Seara da vida, e o Divino Lavrador, sem que percebas, pendurará nas frondes do teu ideal a floração da esperança e a messe do triunfo.
   Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel



 INDICAÇÃO FRATERNA

  "Servi uns aos outros, cada um conforme o Dom que recebeu..." - PEDRO. (I Pedro, 4:10.).
  Este o caminho para o necessário burilamento: trabalhar, aprender, sofrer, dar presença e colaboração na Causa do Bem.
  O amor encerra em si as leis do Universo e tudo o que fizermos contra o amor é algo que criamos contra nós mesmos. Aceita, desse modo, no sacrifício a mais alta norma de ação.
  Não fujas dos encargos que a Sabedoria da vida te entregou acima de tudo, promove-te, servindo mais.
  O suor do trabalho confere experiência.
  A lágrima da aflição acende a luz espiritual.
  Quando a dor te visite, reflete-lhe a mensagem. Não há sofrimento sem significação.
  Não fosse a prova e ninguém conseguiria entesourar compreensão e discernimento.
  Nos dias de desacerto, ainda quando te reconheças na sombra do fracasso, levanta-te, reinicia a tarefa e contempla, de novo, a benção do sol, na convicção de que o erro superado nos ensina indulgência, amolecendo-nos o coração, a fim de que venhamos a entender e desculpar as faltas possíveis dos semelhantes. Mesmo nas crises que te estrangulam a sensibilidade, sê fiel ao ideal de servir e não esmoreças.
  Não esperes por descanso externo, quando tiveres a paz dentre de ti.
  Haja o que houver, não te interrompas, na tarefa em execução, para ouvir sarcasmo ou censura. Oferece o melhor de ti aos que te compartilham a estrada e, conservando a consciência tranquila, trabalha sempre lembrando, a cada momento, que, assim como o fruto fala da árvore, o serviço é a testemunha do servidor.
  Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel




SEMEADORES

"Eis que o semeador saiu a semear." - Jesus. ( Mateus, 13:3. )

Todo ensinamento do Divino Mestre é profundo e sublime na menor expressão.
Quando se dispõe a contar a parábola do semeador, começa com ensinamento de inestimável importância que vale relembrar.
Não nos fala que o semeador deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear.
Transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa-vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.
É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para nos devotarmos ao serviço do próximo.
Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu", excursionaremos através do grande continente denominado "interesse geral".
E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra das almas", sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.
Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças...
Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revolução e aumentando-nos a visão e o discernimento.
Humilhou-se para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituido por milhões de mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a "sair para semear".
Livro Fonte Viva.  Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier




AUXILIAR

 “Eis que o semeador saiu a semear.” — JESUS — MATEUS, 13:3

“A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior.” — Cap. XVII, 10.

 Auxiliar, amparar, consolar, instruir!.
 Para isso, não aguardes o favor das circunstâncias.
 Jesus foi claro no ensinamento.
 O semeador da parábola não esperou chamado algum.
 Largou simplesmente as conveniências de si mesmo e saiu para ajudar.
 O Mestre não se reporta à leiras adubadas ou a talhões escolhidos. Não menciona temperaturas ou climas. Não diz se o cultivador era proprietário ou rendeiro, se moço no impulso ou amadurecido na experiência, se detinha saúde ou se carregava o ônus da enfermidade.
 Destaca somente que ele partiu a semear.
 Por outro lado, Jesus na informa se o homem do campo recebeu qualquer recomendação acerca de pântanos ou desertos, pedreira ou espinheirais que devesse evitar. Esclarece que o tarefeiro plantou sempre e que a penúria ou o insucesso do serviço foi problema do solo beneficiado e não dos braços que se propunham a enriquecê-lo.
 Saibamos, assim, esquecer-nos para servir.
 Não importa venhamos a esbarrar com respostas deficientes da gleba do espírito, às vezes desfigurada pela urze da incompreensão ou pelo cascalho da ignorância. Idéia e trabalho, tempo e conhecimento, influência e dinheiro são possibilidades valiosas em nossas mãos. Todos podemos espalhá-las por sementes de amor e luz.
 O essencial, porém, será desfazer o apego excessivo às nossas comodidades, aprendendo a sair.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier - Livro : Livro da Esperança




NO SOLO DO ESPÍRITO

"E outra caiu em boa terra e deu fruto; um a cem, outro a sessenta e outro a trinta" -Jesus ( Mateus, 13:8)

Referindo-nos à parábola do semeador, narrada pelo Divino Mestre, lembremo-nos de que o campo da vida é assim como a terra comum.
Nele encontramos criaturas que expressam glebas espirituais de todos os tipos.
Homens-calhaus...
Homens-espinheiros...
Homens-milhafres...
Homens-parasitas...
Homens-charcos...
Homens-furnas...
Homens-superfícies...
Homens-obstáculos...
Homens-venenos...
Homens-palhas...
Homens-sorvedouros...
Homens-erosões...
Homens-abismos...

Mas surpreendemos também, com alegria, os homens-searas, aqueles que reunindo consigo o solo produtivo do caráter reto, a água pura dos sentimentos nobres, o adubo da abnegação, a charrua do esforço próprio e o suor do trabalho constante, sabem albergar as sementes divinas do conhecimento superior, produzindo as colheitas do bem para os semelhantes.
Reparemos a vasta paisagem que nos rodeia, através da meditação, e, com facilidade, por nossa atitude perante os outros, reconheceremos de pronto que espécie de terreno estamos sendo nós."

De Palavras de Vida Eterna de Francisco Cândido Xavier, Espírito Scheilla




ANTE O DIVINO SEMEADOR

“Ouvi: eis que saiu o semeador a semear. . . “ – JESUS. (Marcos. 4:3.)

  Jesus é o Semeador da Terra e a Humanidade é a Lavoura de Deus em Suas Mãos.
  Lembremo-nos da renúncia exigida à semente chamada à produção que se destina ao celeiro para que não venhamos a sucumbir em nossas próprias tarefas.
  Atirada ao ninho escuro da gleba em que lhe cabe desabrochar, sofre extremo abandono, sufocada ao peso do chão que lhe esmaga o envoltório. Sozinha e oprimida, desenfaixa-se das forças inferiores que a constringem, a fim de que os seus princípios germinativos consigam receber a bênção do céu.
  Contudo, mal se desenvolve, habitualmente padece o assalto de vermes que lhe maculam o seio, quando não experimenta a avalancha de lama, por força dos temporais.
  Ainda assim, obscura e modesta, a planta nascida crê instintivamente na sabedoria da natureza que lhe plasmou a existência e cresce para o brilho solar, vestindo-se de frondes tenras e florindo em melodias de perfume e beleza para frutificar, mais tarde, nos recursos que sustentam a vida.
  A frente do semeador sublime, não esmoreças ante os pesares da incompreensão e do isolamento, das tentações e das provas aflitivas e rudes.
  Crê no Poder Divino que te criou para a imortalidade e, no silêncio do trabalho incessante no bem a que foste trazido, ergue-te para a Luz Soberana, na certeza de que, através da integração com o amor que nos rege os destinos, chegarás sob a generosa proteção do Celeste Pomicultor, à frutificação da verdadeira felicidade.
 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel




NAS ESTRADAS

 “E os que estão junto do caminho são aqueles em que a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada.” – Jesus. (Marcos, 4:15).

Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
Junto dele seguem, esperançosos, todos os espíritos de boa vontade, aderentes sinceros ao roteiro santificador.
Dessa via bendita e eterna procedem as sementes da Luz Celestial para os homens comuns.
Faz-se imprescindível muita observação das criaturas, para que o tesouro não lhes passe despercebido.
A semente santificante virá sempre, entre as mais variadas circunstâncias.
Qual ocorre ao vento generoso que espalha, entre as plantas, os princípios de vida, espontaneamente, a bondade invisível distribui com todos os corações a oportunidade de acesso à senda do amor.
Quase sempre a centelha divina aparece nos acontecimentos vulgares de cada dia, num livro, numa particularidade insignificante do trabalho, na prestimosa observação de um amigo.
Se o terreno de teu coração vive ocupado por ervas daninhas e se já recebeste o princípio celeste, cultiva-o, com devotamento, abrigando-o nas leiras de tua alma. O verbo humano pode falhar, mas a Palavra do Senhor é imperecível. Aceita-a e cumpre-a, porque, se te furtas ao imperativo da vida eterna, cedo ou tarde o anjo da angústia te visitará o espírito, indicando-te novos rumos.
Emmanuel - Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier




DEPOIS...

"Depois, sobrevindo tribulação ou perseguição.. " - Jesus. (MARCOS, 4:17.)

 Toda a gente conhece a ciência de começar as boas obras.
 Aceita-se o braço de um benfeitor, com exclamações de júbilo, todavia, depois...
 quando desaparece a necessidade, cultiva-se a queixa descabida, no rumo da ingratidão declarada, afirmando-se - "ele não é tão bom quanto parece".
 Inicia-se a missão de caridade, com entusiasmo santo, contudo, depois... ao surgirem os primeiros espinhos, proclama-se a falência da fé, gritando-se com toda força - "não vale a pena".
 Empreende-se a jornada da virtude e aproveita-se o estímulo que o Senhor concede à alma, através de mil recursos diferentes, entretanto, depois... quando a disciplina e o sacrifício cobram o justo imposto devido à iluminação espiritual, clama-se com enfado - "assim também, não".
 Ajuda-se a um companheiro da estrada, com extremado carinho, adornando-se-lhe o coração de flores encomiásticas, no entanto, depois... se a nossa sementeira não corresponde à ternura exigente, abandonamo-lo aos azares da senda, asseverando com ênfase - "não posso mais".
 Todos sabem principiar o ministério do bem, poucos prosseguem na lide salvadora, raríssimos terminam a tarefa edificante.
 Entretanto, por outro lado, as perigosas realizações da perturbação e da sombra se concretizam com rapidez.
 Um companheiro começa a trair os seus compromissos divinos e efetua, sem demora, o que deseja.
 Outro enceta a plantação do desânimo e, lesto, alcança os fins a que se propõe.
 Outro, ainda, inicia a discórdia e, sem detença, cria a desarmonia geral.
 Realmente, é muito difícil perseverar no bem e sempre fácil atingir o mal.
 Todavia, depois.
Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier



NA EXALTAÇÃO DO TRABALHO

“... O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra¨ JESUS MARCOS, 4:26.

“Ânimo, trabalhadores tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. ” Cap. 18, 15.

Para considerar a importância do trabalho, relacionemos particularmente algumas das calamidades da inércia, no plano da natureza.
A casa longamente desabitada afasta-se da missão de albergar os que vagueiam sem teto e, em seguida, passa à condição de reduto dos animais inferiores que a mobilizam por residência.
O campo largado em abandono furta-se ao cultivo dos elementos nobres, necessários à Inteligência na Terra e transforma-se, gradativamente, em deleitoso refúgio da tiririca.
O poço de águas trancadas foge de aliviar a sede das criaturas, convertendo-se para logo em piscina de vermes.
O arado ocioso esquece a alegria de produzir e, com o decurso do tempo, Incorpora em si mesmo a ferrugem que o desgasta.
A roupa que ninguém usa distancia-se da tarefa de abrigar quem tirita- ao relento e faz-se, pouco a pouco, a moradia da traça que a destrói.
O alimento indefinidamente guardado sem proveito deixa a função que lhe cabe no socorro aos estÔmagos desnutridos e acaba alentando os agentes da decomposição em que se corrompe.
Onde estiveres, lembra-te de que a vida é caminhada, atividade, progresso, movimento e incessante renovação para o Bem Eterno.
Trabalho é o infatigável descobridor.
Transpõe dificuldades, desiste da irritação, olvida mágoas, entesoura os recursos da experiência e prossegue adiante.
Quem persevera na preguiça, não somente deserta do serviço que lhe compete fazer, mas abre também as portas da própria alma à sombra da obsessão em que fatalmente se arruinará.

Emmanuel - do livro:  O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco Cândido Xavier




O CRISTÃO E O MUNDO

"Primeiro a Erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga" (Jesus – Marcos, 4:28)

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu sabiamente aos símbolos vivos da natureza, favorecendo-nos a compreensão.
A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.
Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.
Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão. Milhares de olhos, que não o viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva-se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.
Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.
Esquece-se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar-se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Natureza. Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre: Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.

Emmanuel - Do livro Caminho, Verdade e Vida. Psicografia de Francisco Candido Xavier.




SEMEADURA

"Mas, tendo sido semeado, cresce."- Jesus. (MARCOS, 4:32.)

É razoável que todos os homens procurem compreender a substância dos atos que praticam nas atividades diárias. Ainda que estejam obedecendo a certos regulamentos do mundo, que os compelem a determinadas atitudes, é imprescindível examinar a qualidade de sua contribuição pessoal no mecanismo das circunstâncias, porquanto é da lei de Deus que toda semeadura se desenvolva.
O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
Muitos Espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações durante milênios. A semeadura prejudicial condicionou-os à chamada "morte no pecado". Atravessam os dias, resgatando débitos escabrosos e caindo de novo pela renovação da sementeira indesejável. A existência deles constitui largo círculo vicioso, porque o mal os enraíza ao solo ardente e árido das paixões ingratas.
Somente o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa.
Haja, pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida.

Livro Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel, psicografia Francisco Cândido Xavier




NÃO TIRANIZES

"E, com muitas parábolas semelhantes, lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender". (Marcos, 4:33).

Na difusão dos ensinamentos evangélicos, de quando em quando encontramos pregadores rigorosos e exigentes.
Semelhante anomalia não se verifica apenas no quadro geral do serviço. Na esfera particular, não raro, surgem amigos severos e fervorosos que reclamam desesperadamente a sintonia dos afeiçoados com os princípios religiosos que abraçaram.
Discussões acerbas se levantam, tocando a azedia venenosa.
Belas expressões afetivas são abaladas nos fundamentos, por ofensas indébitas.
Contudo, se o discípulo permanece realmente possuído pelo propósito de união com o Mestre, tal atitude é fácil de corrigir.
O Senhor somente ensinava aos que o ouviam, "segundo o que podiam compreender".
Aos apóstolos conferiu instruções de elevado valor simbológico, enquanto que à multidão transmitiu verdades fundamentais, através de contos simples. A conversação dEle diferia, de conformidade com as necessidades espirituais daqueles que o rodeavam. Jamais violentou a posição natural de ninguém.
Se estás em serviço do Senhor, considera os imperativos da iluminação, porque o mundo precisa de servidores cristãos e, não, de tiranos doutrinários.
Emmanuel - Livro: Pão Nosso. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



PALAVRA DO SEMEADOR

Semeador da vida, semeia a boa semente,
Os corações na Terra assemelham-se, muitas vezes, à própria terra.
Não amaldiçoarás o deserto porque exiba espetáculos de secura.
Dar-lhe-ás o consolo da fonte.
Não esmagarás os próprios dedos nas pedras do campo.
Removerás o empecilho, amparando a eira.
Não impediras a lama do charco.
Alongarás ao pântano o socorro do dreno amigo.
Não agredirás o espinheiro.
Auxiliarás, feliz, a limpeza da gleba.
Nos caminhos do mundo, há muita gente também assim.
Almas ressecadas na ignorância, enrijecidas na indiferença, atormentadas na sombra, perdidas na crueldade...
Não reclames, nem condenes.
Estende as mãos a serviço do amor e tanto quanto possível, semeia sempre.
Não exijas, porém, que o fruto chegue hoje.
Primeiro, o suor do trabalho e a semente no solo.
Depois, a defesa laboriosa e a verdura tenra, pedindo apoio.
Mais tarde, no entanto, surpreenderás, jubilosamente, a alegria da flor e a benção do pão.

Emmanuel - Extraído do livro Bênçãos de Amor. Autores Diversos - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.






“Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as ambições douras coisas, entrando, sufocam a palavra, que fica infrutífera." Jesus - Marcos, 4:19

A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente.
Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do esforço da criatura.
Qualquer planta útil reclama especial atenção no desenvolvimento.
Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa. Estacadas, adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser postos em movimento, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que se destina.
A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço.
A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.
Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis conseqüências.
A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.
Não se faz possível à realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de parceria com enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo, à maneira de vermes e malfeitores, atacando a obra.
A lição do Evangelho é semente viva.
O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra.
É imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgico de defesa.
Há muitos perigos sutis contra ela, quais sejam os tóxicos dos maus livros, as opiniões ociosas, as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do auto-exame.
Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um.

Emmanuel - Do livro Vinha de Luz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




FIRMEZA DA FÉ

"E os que estão sobre a pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e, na época da tentação, se desviam."  - Jesus. (Lucas, 8:13.)

A palavra “pedra”, entre nós, costuma simbolizar rigidez e impedimento; no entanto, convém não esquecer que Jesus, de vez em quando, a ela recorria para significar a firmeza. Pedro foi chamado pelo Mestre, certa vez, a “rocha viva da fé”.
O Evangelho de Lucas fala-nos daqueles que estão sobre pedra, os quais receberão a palavra com alegria, mas que, por ausência de raiz, caem, fatalmente, na época das tentações.
Não são poucos os que estranham essa promessa de tentações, que, aliás, devem ser consideradas como experiências imprescindíveis.
Na organização doméstica, os pais cuidarão excessivamente dos filhos, em pequeninos, mas a demasia de ternura é imprópria no tempo em que necessitam demonstrar o esforço de si mesmos.
O chefe de serviço ensinará os auxiliares novos com paciência e, depois, exigirá, com justiça, expressões de trabalho próprio.
Reconhecemos, assim, pelo apontamento de Lucas, que nas experiências religiosas não é aconselhável repousar alguém sobre a firmeza espiritual dos outros; enquanto o imprevidente descansa em bases estranhas, provavelmente estará tranqüilo, mas, se não possui raízes de segurança em si mesmo, desviar-se-á nas épocas difíceis, com a finalidade de procurar alicerces alheios.
Tudo convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e iluminação.
Respeitemos a firmeza de fé, onde ela existir, mas não olvidemos a edificação da nossa, para a vitória estável.

 Francisco Cândido Xavier Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel



TEMPO CERTO

"...Aquele que semeia saiu a semeiar; e, enquanto semeava, uma parte da semente caiu ao longo do caminho..." "...Mas aquele que recebe a semente numa boa terra é aquele que escuta a palavra, que lhe presta atenção e que dá fruto, e rende cento, ou sessenta, ou trinta por um." (Cap. XVII, ítem 5)

Na vida, não existe antecipação nem adiamento, somente o tempo propício de cada um. A humanidade, em geral, recebe as sementes do crescimento espiritual a todo o instante. Constantemente, a "Organização Divina" emite idéias de progresso e desenvolvimento, devendo cada indivíduo absorver a sementeira de acordo com suas possibilidades e habilidades existenciais.
A Natureza nos presenteia com uma diversidade incontável de flores, que nos encantam e fascinam. Certamente, não se depreciaríamos apenas por achar que vários botões já deveriam ter desabrochado dentro de um prazo determinado por nós, nem as repreenderíamos por suas tonalidades não serem todas iguais conforme nossa maneira de ver.
Nem poderíamos sequer compará-las com outras flores de diferentes jardins, por estarem ou não mais viçosas. Deixemos que elas possam germinar, crescer e florir, segundo sua natureza e seu próprio ritmo espontâneo. Isso será sempre mais óbvio.
Parece racional que ofereçamos a quem amamos o mesmo consentimento, porque cada ser tem seu próprio "marco individual" nas estradas da vida, e não nos é permitido violentar sua maneira de entender, comparando-o com outros, ou forçando-o com nossa impaciência para que "cresçam" e "evoluam", como nós acharíamos que deveria ser.
Cada um de nós possui diferenças exteriores, tanto no aspecto físico como na forma de se vestir, de sorrir, de falar, de olhar ou de se expressar. Por que então haveríamos de crescer "a toque de caixa"?
Nossa ansiedade não faz com que as árvores dêem frutos instantâneos, nem faz com que as roseiras floresçam mais céleres. Respeitemos, pois, as possibilidades e as limitações de cada indivíduo.
Jesus, por compreender a imensa multiformidade evolucional dos homens, exemplificou nessa parábola a "dissemelhança" das criaturas, comparando-as aos diversos terrenos nos quais as sementes da Vida foram semeadas.
As que caíram ao longo do caminho, e os pássaros as comeram, representam as pessoas de mentalidade bloqueada restringida, que recusam todas as possibilidades de conhecimento que as conteste, ou mesmo, qualquer forma que venha modificar sua vida ou interferir em seus horizonte existenciais. São seres de compreensão e aceitação diminuta ou quase nula. São comparáveis aos atalhos endurecidos e macerados pela açao do tempo.
Outras sementes caíram em lugares pedregosos, onde não havia muita terra, mas logo brotaram. Ao surgir o sol, queimaram-se porque a terra era escassa e suas raízes não eram suficientemente profundas.
Foram logo ressecadas porque não suportaram o "calor da prova"; e, por serem qualificadas como pessoas de convicção "flutuante", torraram rapidamente seus projetos e intenções.
Nossas bases psicológicas foram recolhidas nas experiências do ontem. São raízes do passado que nos dão manutenção no presente para ir adiante, nos processos de iluminação interior. Quando os "caules" não são suficientemente profundos e vetustos, há bloqueios tanto em nossa consciência intelectual como na emocional. Um mecanismo opera de forma a assimilar somente o que se pode digerir daquela informação ou ensinamento recebido.
Assim, a disponibilidade de perceber a realidade das coisas funciona nas bases do "potencial" e da "viabilidade evolutiva" e, portanto, impor às pessoas que "sejam sensíveis" ou que "progridam", além de desrespeito à individualidade, é fator perigoso e destrutivo para exterminar qualquer tipo de relacionamento.
Os espinheiros que, ao crescer, abafaram as sementes representam as "idéias sociais" que impermeabilizam a mentalidade dos seres humanos, pois, no tempo do Mestre, as leis do "Torah" asfixiavam e regulamentavam não somente a vida privada, mas também a pública.
Os indivíduos que não pensam por si mesmos acabam caindo nos domínios das "normas e regras", sem poder erguer em demasia a sua mente, restrita pelas idéias vigentes, o que os sentencia a viver numa "frustração grupal", visto que seu grau de raciocínio não pode ultrapassar os níveis permitidos pela comunidade.
Jesus de Nazaré combateu sistematicamente os "espinhos da opressão" na pessoa daqueles que observavam com rigor rituais e determinações das leis, em detrimento da pureza interior. Dessa forma, Ele desqualificou todo espírito de casta entre as criaturas de sua época.
As demais sementes, no entanto, caíram em boa terra e deram frutos abundantes. O que é um "solo fértil"? Nossos patrimônios de entendimento, de compreensão e de discernimento não ocorrem por acaso, porquanto nenhum aprendizado nos envolverá profundamente se não estivermos dotados de competência e habilidades propiciadoras.
A boa absorção ou abertura de consciência acontece somente no momento em que não nos prendemos na forma. Aprofundarmo-nos no conteúdo real quer dizer: "Quem não quebra a noz, só lhe vê a casca". Mas para "quebrar a noz" é preciso senso e noção, base e atributos que requerem tempo para se desenvolverem convenientemente.
A consciência da criatura, para que seja receptiva, precisa estar munida de "despertamento natural" e "amadurecimento psicológico".
Reforçando a idéia, examinemos o texto do apóstolo Marcos, onde encontramos: "porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga".
O Mestre aceitava plenamente a diversidade humana. Ele se opunha a todo e qualquer "nivelamento psicológico" e, portanto, lançou a Parábola do Semeador, a fim de que entendêssemos que o melhor apoio que prestaríamos a nossos companheiros de jornada seria simplesmente esperar em silêncio e com paciência.
Portanto, compreendamos que a nós, somente, compete "semear"; sem esquecer, porém, que o crescimento e a fartura na colheita dependem da "chuva da determinação humana" e do "solo generoso" da psique do ser, onde houve a semeadura.
Livro: Renovando Atitudes - Hammed – Francisco do Espírito Santo Neto



ESCUTANDO A ALMA

"Ouça quem tem ouvidos de ouvir." 0 Evangelho Segundo Espiritismo - capítulo XVII-item 5

Os apontamentos aqui organizados constituem indicativas às preces angustiadas de milhões de almas que anseiam a felicidade sem saber como e o que fazer para alcançá-la.
Inúmeras dessas rogativas partem de corações queridos iluminados com o conhecimento espírita. Aflitos uns, desanimados outros, apesar do clarão do saber doutrinário, sentem-se frustrados ao examinarem sua vida interior. Tarefas e orientação, prece e esforço, segundo suas súplicas, não têm sido suficientes. Continuam, dia após dia, carregando o martírio mental sem soluções ou alternativas de sossego e paz interior.
Adentramos o período da maioridade. O Espiritismo é uma semente viçosa e promissora cultivada com sacrifício e renúncia por lavradores heróicos. Contudo, de que servirá as sementes se não forem lançadas no terreno fértil? É sob o Sol escaldante deste momento de transição que nos compete lavrar o chão e dominar o arado para o plantio de um novo tempo na própria intimidade.
O período de maioridade das idéias espíritas será alcançado com a instauração das atitudes de amor em nossas relações. Para isso, torna-se indispensável aprofundar a sonda da investigação mental no reino subjetivo dos sentimentos.
Quando conseguirmos melhor desenvoltura para mapear nossa vida moral com intenções nobres, renovaremos a conduta manifestando serenidade e autocontrole. O caminho é universal. É o mesmo para todos: o bem e o amor.
A forma de caminhar, porém, é essencialmente individual, particular.
A mensagem espírita, em muitas ocasiões, é difundida como ameaça e recebida como tormenta por muitos adeptos. Ressaltam excessivamente as feridas, estipulam rigidez de conduta e excessos normativos. Urge dar um "novo sentido" à mensagem consoladora. A Doutrina Espírita é a Boa Nova dos tempos modernos. Sua mais nobre característica consoladora somente será comprovada quando seus postulados estiverem a serviço da libertação de consciências, através da responsabilidade e do amor.
Nas preces angustiadas de muitos adeptos, ouvimos as indagações: "O que me falta fazer para ser feliz?", "Onde estou falhando?", "Será uma obsessão que me persegue?", "Por que me encontro assim?", "Não deveria estar melhor?", "Como harmonizar padrões doutrinários com sentimentos pessoais?." E as questões multiplicam ao infinito traduzindo apelos comoventes e dúvidas sinceras.
A pedido de Doutor Bezerra de Menezes - amorável tutor das dores humanas - destinamos ao mundo físico este volume singelo. Aqui anotamos alguns ensinos inesquecíveis que marcaram a visita de uma semana do instrutor Calderaro ao Hospital Esperança, cuja missão foi a realização de serviços complexos nas mais profundas plagas de sofrimento da erraticidade.
Nossos núcleos de amor cristão e espírita alicerçaram bases seguras para a informação doutrinária no século XX. Compete-nos agora semear o afeto, as propostas renovadoras do coração, o desenvolvimento das habilidades emocionais. O século XXI é o século do sentimento.
Trabalhar pelo desenvolvimento dos potenciais e das virtudes humanas, esse o objetivo sagrado da mensagem imortalista do Espiritismo no século XXI. Educar para ser, educar para conviver bem consigo, educar para ser feliz, eis os pilares da harmonia interior e da felicidade à luz do Espírito imortal neste século do coração.
A informação consola e instrui. A transformação liberta e moraliza.
A informação impulsiona. A transformação descobre.
Os informados pensam. Os transformados criam.
A teoria impulsiona a busca de novos valores. A reeducação dos sentimentos enseja a paz interior.
As diretrizes doutrinárias estimulam convenções que servem de limites disciplinadores. A renovação da sensibilidade conduz-nos ao encontro da singularidade que permite a plenitude íntima.
Inteligência - o instrumento evolutivo para as conquistas de fora. Sentimento - conquista evolutiva para aquisições íntimas.
Na acústica da alma existem mensagens sobre o Plano do Criador para nosso destino. Aprender a ouvi-las é exercitar, diariamente, a plena atenção aos ditames libertadores dos sentimentos.
Interferências internas e externas subtraem-nos, constantemente, a apreensão desses "recados do coração".
Escutar os sentimentos não significa adotá-los prontamente, mas aceitá-los em nossa intimidade e criar uma relação amigável com todos eles. Aceitá-los sem reprimir ou se envergonhar. Essa atitude é o primeiro passo para um diálogo educativo com nosso mundo íntimo. Somente assim teremos uma conexão com nossa real identidade psicológica, possibilitando a rica aventura do autodescobrimento no rumo da singularidade - a identidade cósmica do Espírito.
Escutar os sentimentos é cuidar de si, amar a si mesmo. E' uma mudança de atitude consigo. O ato de existir ocorre no sentimento. Quem pensa corretamente sobrevive; quem sente nobremente existe.
O pensamento é a janela para a realidade; o sentimento é o ponto de encontro com a Verdade. E' pela nossa forma de sentir a vida que nos tornamos singulares, únicos e celebramos a individualidade.
Quando entramos em sintonia com nossa exclusividade e manifestamos o que somos, a felicidade acontece em nossas vidas.
O sentimento é a maior conquista evolutiva do Espírito. Aprendendo a escutá-lo, estaremos entendendo melhor a nossa alma. Não existe um só sentimento que não tenha importância no processo do crescimento pessoal. Quando digo a mim mesmo "não posso sentir isto", simplesmente estou desprezando a oportunidade de auto-investigação, de saber qual é ou quais são as mensagens profundas da vida mental.
O exercício do auto-amor está em aprender a ouvir a "voz do coração", pois nele residem os ditames para nossa paz e harmonia.
Os sentimentos são guias infalíveis da alma na sua busca de ascensão e liberdade. O auto-amor consiste na arte de aprender a escutá-los, estudar a linguagem do coração.
Pela linguagem dos sentimentos, entendemos o "apoio" do universo a nosso favor. Mas como seguir nossos sentimentos com tantas ilusões? Eis a ingente tarefa de nossos grêmios de amor espírita-cristão: educar para ouvir nossos sentimentos. Radiografar nosso coração. Desenvolver estudos sistematizados de si mesmo.
Temos nos esforçado tanto quanto possível para aplicar as orientações da doutrina com nosso próximo. Mas... E nós? Como cuidar de nós próprios? A proposta libertadora de Jesus estabelece: "amai ao próximo", e acrescenta: "como a ti mesmo".
Os impulsos do self não atendidos, com o tempo, transformam-se em tristeza, angústia, desânimo, mau-humor, depressão, irritação, melindre e insatisfação crônica.
Além dos fatores de ordem evolutiva, encontramos gravames sociais para a questão da baixa auto-estima.
As gerações nascidas na segunda metade do século XX atingem o alvorecer do século XXI com "feridas psicológicas" profundas resultantes de uma sociedade repressiva, cujas relações de amor, com raras e heróicas exceções, foram vividas de modo condicional através de exigências. Para ser amada, a criança teve que atender a estereótipos de conduta. Um amor compensatório. Um rigor que afasta o ser humano de sua individualidade soterrando sua vocação, seus instintos, suas habilidades e até mesmo imperfeições. O pior efeito dessa repressão social é a distância que se criou dos sentimentos.
Essa geração pós-guerra vive na atualidade o conflito decorrente de céleres mudanças na educação e na ciência, que constrange ao gigantesco desafio de responder à intrigante questão: quem sou eu?
Paciência, atenção, perdão, tolerância, não julgamento, caridade e tantos outros ensinos do Evangelho que procuramos na relação com o próximo, devem ser aplicados, igualmente, a nós mesmos.
Então surge a pergunta: como?
Distante de nós a pretensão de responder. Nossa proposta consiste em oferecer alguns subsídios para pensarmos juntos sobre essa questão. Moveu-nos apenas o sentimento de ser útil, compartilhar vivências que suscitem o debate, a reflexão conjunta, a meditação e o estudo em nossos grupos de amor espírita e cristão. Grupos dispostos a compreender a linguagem emocional sob a ótica da imortalidade.
Temos no Hospital Esperança os grupos de reencontro, que são atividades de psicologia da alma com fins terapêuticos e educacionais - verdadeiras oficinas do sentimento.
No plano físico, atividades similares poderão constituir uma autêntica pedagogia de contextualização para a mensagem de amor contida no Evangelho e na codificação Kardequiana.
Nestas páginas oferecemos alguns enfoques elementares para a composição de grupos de estudos à luz da mensagem renovadora do Espiritismo, cujo objetivo seja discutir o ingente desafio de aprender a amar a nós mesmos tanto quanto merecemos, promovendo o desenvolvimento pessoal à luz da imortalidade. Grupos de reencontro que se estruturem como encantadoras oficinas do coração.
Nossos textos nada possuem de conclusivos. Ao contrário, são sugestões singelas com intuito de serem debatidos, pesquisados e contestados, visando ampliação do entendimento e uma reformulação de conceitos sobre a arte de sentir e viver. Exaramos algumas idéias que nos auxiliam a pensar em nosso bem sem sermos egoístas, conquistarmos autonomia sem vaidade, galgarmos os degraus do auto-amor sem arrogância.
Fique claro: auto-amor não é treinar o pensamento para beneficiar a si, mas educar o sentimento para "escutar" Deus em nós. Descobrir nosso valor pessoal na Obra da Criação.
Tecemos nossas considerações inspiradas em O Evangelho Segundo o Espiritismo. As palavras imorredouras da Boa Nova constituem o cânone mais completo de psicologia da felicidade para os habitantes do planeta Terra.
Façamos o mergulho interior na fala do Mestre:
"Ouça quem tem ouvidos de ouvir."
Em outra ocasião (...) voltou-se para a multidão, e disse: quem tocou nas minhas vestes? (...,) Escutando e auscultando o coração feminino que lhe procurou rico de sensibilidade e afeto.
Escutemos a alma e suas manifestações no coração! Celebremos a experiência de amarmo-nos tanto quanto merecemos!
O eminente Doutor Carl Gustav Jung asseverou:
"Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida ".
Escutemos os sentimentos e nossa vida terá mais encanto, alegria e paz.
Nutrida pelas melhores esperanças de cooperar e servir, destino aos leitores e amigos de ideal um abraço afetuoso.

SELF
"E' o arquétipo da totalidade, isto é, tendência existente no inconsciente de todo ser humano à busca do máximo de si mesmo e ao encontro com Deus. E' o centro organizador da psique. E' o centro do aparelho psíquico, englobando o consciente e o inconsciente. Como arquétipo, se apresenta nos sonhos, mitos e contos de fadas como uma personalidade superior, como um rei, um salvador ou um redentor. E' uma dimensão da qual o ego evolui e se constitui. 0 Self é o arquétipo central da ordem, da organização. São numerosos os símbolos oníricos do Self a maioria deles aparecendo como figura central no sonho." (trecho extraído da obra "Mito Pessoal e Destino Humano" do escritor espírita e psicólogo Adenáuer Novaes)
Prefácio do Livro: Escutando Sentimentos - Ermance Dufaux - Wanderley S. Oliveira




PARÁBOLA DO SEMEADOR
Afluindo uma grande multidão e vindo ter com Ele gente de todas as cidades, disse Jesus em parábola:
“Saiu o Semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E a outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um. Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Os seus discípulos perguntaram-lhe o que significava esta parábola. Respondeu-lhes Jesus: A vós vos é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala em parábolas, para que vendo não vejam; e ouvindo não entendam:” O sentido da parábola é este:
“A semente é a Palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que têm ouvido; então vem o Diabo e tira a Palavra dos seus corações, para que não suceda que, crendo, sejam salvos. Os que estão sobre a pedra são os que, depois de ouvirem, recebem a Palavra com gozo; estes não têm raiz e crêem por algum tempo, mas na hora da provação voltam atrás. A parte que caiu entre os espinhos, estes são os que ouviram, e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e deleites da vida e o seu fruto não amadurece. E a que caiu na boa terra, estes são os que, tendo ouvido a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão frutos com
perseverança.” (Mateus, XIII, 1-9 - Marcos, IV, 1-9 - Lucas, VIII, 4-15.)
A Parábola do Semeador é a parábola das parábolas: sintetiza os caracteres predominantes em todas as almas, ao mesmo tempo que nos ensina a distingui-las pela boa ou má vontade com que recebem as novas espirituais.
Pelo enredo do discurso vemos aqueles que, em face a Palavra de Deus, são “beiras de caminho” onde passam todas as idéias grandiosas como gentes nas estradas, sem gravarem nenhuma delas; são “pedras” impenetráveis às novas idéias, aos conhecimentos liberais; são “espinhos” que sufocam o crescimento de todas as verdades, como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer, nas suas proximidades.
Mas se assim acontece para o comum dos homens, como para a grande parte de terra improdutiva, que faz arte do nosso mundo, também se distingue, dentre todos, uma plêiade de espíritos de boa vontade, que ouvem a Palavra de Deus, põem-na por obra, e, dessa semente bendita resulta tão grande produção que se pode contar a cento por uma”.
De maneira que a “semente” é a palavra de Deus, Lei do Amor que abrange a Religião e a Ciência, a Filosofia e a Moral, inclusive os “Profetas” e se resume no ditame cristão: “Adora a Deus e faze o bem até aos teus próprios inimigos.”
A Palavra de Deus, a “semente”, é uma só, quer dizer, é sempre a mesma que tem sido apregoada em toda arte, desde que o homem se achou em condições de recebê-la. E se ela não atua com a mesma eficácia em todos, deriva esse fato da variedade e da desigualdade de espíritos que existem na Terra; uns mais adiantados, outros mais atrasados; uns propensos ao bem, à caridade, à liberalidade, à fraternidade; outros propensos ao mal, ao egoísmo, ao orgulho, apegados aos bens terrenos, às diversões passageiras.
A terra que recebe as sementes, representa o estado intelectual e moral de cada um: “beira do caminho, pedregal, espinhal e terra boa”.
Acresce ainda que nem todos os pregoeiros da Palavra a apregoam tal como ela é, em sua simplicidade e despida de formas enganosas. Uns revestem-na de tantos mistérios, de tantos dogmas, de tanta retórica; ornam-na com tantas flores que, embora a “palavra permaneça”, fica obscurecida, enclausurada na forma, sem que se lhe possa ver o fundo, o âmago, a essência!
Muitos a pregam por interesse, como o “mercenário que semeia”; outros por vangloria, e, grande parte, por egoísmo.
Nestes casos não dissipam as trevas, mas aumentam-nas; não abrandam corações, mas endurece-os; não anunciam a Palavra, mas dela fazem um instrumento para receber ouro ou glórias.
Para pregar e ouvir a Palavra, é preciso que não a rebaixemos, mas a coloquemos acima de nós mesmos; porque aquele que despreza a Palavra, anunciando-a ou ouvindo-a, despreza o seu Instituidor, e, como disse Ele:
“Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a Palavra que falei, esta o julgará no último dia: Sermo, quem locutus sum, ille judicabit eum in novíssimo dia.” (João, XII, 48.)
Que belíssimo quadro apresenta-se às nossas vistas, quando, animados pelo sentimento do bem e da nossa própria instrução espiritual, lemos, com atenção, a Parábola do Semeador! A nossa frente desdobra-se vasto campo, onde aparece a extraordinária Figura do Excelso Semeador, o maior exemplificador do amor de todas as idades, e aquele monumental Sermão ressoa aos nossos ouvidos, convidando-nos à prática das virtudes
ativas, para o gozo das bem-aventuranças eternas!
O Espiritismo, filosofia, ciência, religião, independente de todo e qualquer sectarismo, é a doutrina que melhor nos põe a par de todos esses ditames, porque, ao lado dos salutares ensinos, faz realçar a sobrevivência humana, base inamovível da crença real que aperfeiçoa, corrige e felicita!
Que os seus adeptos, compenetrados dos deveres que assumiram, semelhantes ao Semeador, levem, a todos os lares, e plantem em todos os corações, a Semente da fé que salva, erguendo bem alto essa Luz do
Evangelho, escondida sob o alqueire dos dogmas e dos falsos ensinos que tanto têm prejudicado a Humanidade!

CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS



NA SEMENTEIRA DA VIDA

Descerra, o santuário da própria mente ao fulgor da Luz Espiritual que nos clareou a inteligência, a fim de que possas semear um novo destino à distância das sombras.
O pensamento é o embrião de toda a lavoura do espírito e do espírito dimanam todas as leis e todas as forças que garantem a excelcitude da vida e o equilíbrio do Cosmos.
Nossa mente é a matriz dos valores destinados à nossa plantação de dons inefáveis para a imortalidade.
Toda colheita obedecerá a sementeira, tanto quanto as nossas realizações se expressarão, onde estivermos, segundo pensarmos.
Arroja da lâmpada viva da idéia os raios de amor que possam trazer, em teu benefício, o Amor que preside os mecanismos do Universo.
Não esperes uma galeria de triunfo entre os homens para emitir a força silenciosa que te reajustará o caminho.
Toda viagem começa de um passo.
Toda caridade encontra início na gentileza.
Aprendamos a semear mentalmente, renovando-nos para o Supremo Bem.
Lancemos pensamentos de paz e bondade, compreensão e auxílio, ao redor de nós mesmos.
Não te limites, porém, a pensar.
Traduze a harmonia do campo interior, através da palavra e do serviço, mobilizando a palavra construtiva na plantação de conhecimento superior e movimentando as mãos no cultivo da fraternidade.
A luz que nos orienta a estrada evolutiva deve partir da estática da beleza para a dinâmica da ação.
Cristo, o Mestre dos Mestres, guardou, acima de tudo, a Mente nos desígnios do Pai e Criador, desdobrando-se no ideal de servir, sustentando o verbo e os braços na construção do Bem sem limites.
Se estamos esposando o Evangelho por abençoado roteiro de nossa peregrinação para os altiplanos da vida, esqueçamos o mal que nos tem perturbado a romagem, para fixar nossos melhores propósitos no ensinamento do Cristo, a fim de nos convertermos em instrumento para a sua excelsa extensão.
Do Livro: Abrigo de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel






O ENSINO DA SEMENTEIRA

Certo fazendeiro, muito rico, chamou o filho de quinze anos e disse-lhe:
- Filho meu, todo homem apenas colherá daquilo que plante. Cuida de fazer bem a todos, para que sejas feliz.
O rapaz ouviu o conselho e, no dia imediato, muito carinhosamente alojou minúsculo cajueiro em local não distante da estrada que ligava o vilarejo próximo à propriedade paternal.
Decorrida uma semana, tendo recebido das mãos paternas um presente em dinheiro, foi à vila e protegeu pequena fonte natural, construindo-lhe conveniente abrigo com a cooperação de alguns poucos trabalhadores, aos quais recompensou generosamente.
Reparando que vários mendigos por ali passavam, ao relento, acumulou as dádivas que recebia dos familiares e, quando completou vinte anos, edificou reconfortante albergue para asilar viajores sem recursos.
Logo após, a vida lhe impôs amargurosas surpresas.
Sua Mãezinha morreu num desastre e o Pai, em virtude das perseguições de poderosos inimigos na luta comercial, empobreceu rapidamente, falecendo em seguida. Duas irmãs mais velhas casaram-se e tomaram diferentes rumos.
O rapaz, agora sozinho, embora jamais esquecesse os conselhos paternos, revoltou-se contra as idéias nobres e partiu mundo a fora.
Trabalhou, ganhou enorme fortuna e gastou-a, gozando os prazeres inúteis.
Nunca mais cogitou de semear o bem.
Os anos se desdobraram uns sobre os outros.
Entregue à idade madura, dera-se ao vício de jogar e beber.
Muita vez, o Espírito de seu pai se aproximava, rogando-lhe cuidado e arrependimento. O filho registrava-lhe os apelos em forma de pensamentos, mas negava-se a atender. Queria somente comer à vontade e beber nas casas ruidosas, até à madrugada.
Acontece, porém, que o equilíbrio do corpo tem limites e sua saúde se alterou de maneira lamentável. Apareceram-lhe feridas por todo o corpo. Não podia alimentar-se regularmente. Perdeu a fortuna que possuía, através de viagens e tratamentos caros. Como não fizera afeições, foi relegado ao abandono. Branquejaram-se-lhe os cabelos. Os amigos das noitadas alegres fugiram dele; envergonhado, ausentou-se da cidade a que se acolhera e transformou-se em mendigo.
Peregrinou por muitos lugares e por muitos climas, até que, um dia, sentiu imensas saudades do antigo lar e voltou ao pequeno burgo que o vira crescer.
Fez longa excursão a pé. Transcorridos muitos dias, chegou, extenuado, ao sítio de outro tempo.
O cajueiro que plantara convertera-se em árvore dadivosa. Encantado, viu-lhe os frutos tentadores. Aproveitou-os para matar a própria fome e seguiu para a vila. Tinha sede e buscou a fonte. A corrente cristalina, bem protegida, afagou-lhe a boca ressequida.
Ninguém o reconheceu, tão abatido estava.
Em breve, desceu a noite e sentiu frio. Dois homens caridosos ofereceram-lhe os braços e conduziram-no ao velho asilo que ele mesmo construíra. Quando entrou no recinto, derramou muitas lágrimas, porque seu nome estava gravado na parede com palavras de louvor e bênção.
Deitou-se, constrangido, e dormiu.
Em sonho, viu o Espírito do pai, junto a ele, exclamando:
- Aprendeste a lição, meu filho? Sentiste fome e o cajueiro te alimentou; tiveste sede e a fonte te saciou; necessitavas de asilo e te acolheste ao lar que edificaste em favor dos que passam com destino incerto...
Abraçando-o, com ternura, acrescentou:
- Por que deixaste de semear o bem?
O interpelado nada pôde responder. As lágrimas embargavam-lhe a voz, na garganta.
Acordou, muito tempo depois, com o rosto lavado em pranto, e, quando o encarregado do abrigo lhe perguntou o que desejava, informou simplesmente:
- Preciso tão-somente de uma enxada... Preciso recomeçar a ser útil, de qualquer modo.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio.



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O EVANGELHO TRAZ PAZ AO CORAÇÃO E ALIMENTO PARA A ALMA.

ENTENDER O EVANGELHO É SITUA-LO EM NOSSA VIDA ÍNTIMA!

AOS ORADORES DO EVANGELHO, PARA QUE NOSSA TAREFA SEJA DE ACORDO COM O ESPERADO POR JESUS!

“APASCENTA AS MINHAS OVELHAS” – JESUS. (JOÃO, 21:17)

Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.

Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.

Nem gritos, nem xingamentos.

Nem cadeia, nem forca.

Nem chicote, nem vara.

Nem castigo, nem imposição.

Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.

Nem lamentação, nem desespero.

“Pedro, apascenta as minhas ovelhas! “

Isso equivale a dizer: - Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.

Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.

Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.

Educa sempre.

Revela-te por trabalhador fiel.

Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.

Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.

Não analises, destruindo.

O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.

Alimenta a “boa parte” do teu irmão e segue para adiante.

A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.

(Texto número 19, extraído do livro Fonte Viva, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


IRMÃOS, RESPONSÁVEIS PELA ORATÓRIA DO EVANGELHO E DA APROXIMAÇÃO DOS OUVINTES ÀS MENSAGENS DE JESUS,

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DO PEDIDO DO MESTRE,

APASCENTEMOS AS OVELHAS COM A DOÇURA POSSÍVEL,

COM A CONFIANÇA NECESSÁRIA,

E PRINCIPALMENTE COM O AMOR QUE DEVEMOS À QUEM ESPERA DE NÓS,

APENAS, QUE FAÇAMOS A NOSSA PARTE.

VIBRAÇÕES

VIBRAÇÕES: COMO FUNCIONAM AS VIBRAÇÕES E AS PRECES FEITAS PARA OS NECESSITADOS?

A CURA ATRAVÉS DAS VIBRAÇÕES

Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava.

A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental.

Sob o domínio de uma ideia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada.

Ela jamais ouvira falar de Espiritismo.

Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça.

O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal.

Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu:

- A ideia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências.

Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes.

Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência.

E tal força não é dada a um só.

Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental.

Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário.

Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número.

Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve.

Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita.

Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito.

A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética.

Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece!

Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar.

Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Allan Kardec

CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATE-LA - REVISTA ESPÍRITA, JANEIRO DE 1863 - ALLAN KARDEC


PRECE POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que somente assim as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.

Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que nos felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em Ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

Emmanuel : Francisco Cândido Xavier - Livro: Paciência

DEZ MANEIRAS DE AJUDAR COM SEGURANÇA

NÃO DISCUTA

Se você é aprendiz do Evangelho, não ignora que o Divino Mestre permanece atento, na redenção do mundo, e que devemos estar vigilantes na execução do serviço que nos compete.

NÃO CRITIQUE

Observemos o setor de nossas obrigações e realizemos o melhor na obra geral, usando as possibilidades ao nosso alcance.

NÃO RECLAME

Contentarmo-nos com o ato de servir é simples dever e quem centraliza a mente na tarefa que lhe é própria não dispõe de tempo para formular queixas inoportunas.

NÃO CONDENE

Reparemos a parte aproveitável nas situações difíceis e esqueçamos todo mal.

NÃO EXIJA

Coopere sem rogar a colaboração alheia, de vez que a responsabilidade pertence a todos e cada um de nós será examinado de acordo com as próprias obras.

NÃO FUJA

Jamais olvide que o problema é a lição da vida. O aluno que teme o ensinamento, descerá naturalmente à retaguarda.

NÃO SE PRECIPITE

Usemos a serenidade. O trabalhador que sabe aproveitar os minutos e respeitá-los, nunca sofre os castigos do tempo.

NÃO TEMA

Quando fixamos o cérebro e o coração em Cristo somos simples agentes d’Ele e quem cumpre a Vontade do Mestre, não deve nem pode recear coisa alguma.

NÃO SE ENGANE

Ninguém precisa aplicar os raios candentes na verdade, a propósito dos mínimos acontecimentos da vida, desfigurando a alegria que deve imperar nos domínios da sementeira e da esperança, mas não perca de vista o que é essencial ao seu progresso, à sua felicidade e à sua redenção para o grande caminho.

NÃO SE ENTRISTEÇA

Lembre-se de que o Nosso Mestre é o Salvador pela Ressurreição. Sofrimento, amargura e morte são sombras. A cruz do Amigo Divino era degrau para a Glória Celeste. Seja esse pensamento uma luz permanente em nossa alma que jamais deve abrir-se ao desânimo. A certeza de que somos os seguidores felizes do Cristo Imortal é para nós motivo de soberana resistência e de eterno júbilo.

André Luiz - Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AS VIBRAÇÕES SEGUNDO DR BEZERRA DE MENEZES

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LIVRO:INICIAÇÃO ESPÍRITA - EDGARD ARMOND

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