1 – E quando orais, não haveis de ser como os hipócritas,
que gostam de orar em pé na sinagoga, e nos cantos das ruas, para serem vistos
dos homens; em verdade vos digo, que eles já receberam a sua recompensa. Mas
tu, quando orares, entra no teu aposento, e fechada à porta, ora a teu Pai em
secreto; e teu Pai, que vê o que se passa em secreto, te dará a paga. E quando
orais não faleis muito, como os gentios; pois cuidam que pelo seu muito falar
serão ouvidos. Não queiras portanto, parecer-vos com eles; porque vosso Pai
sabe o que vos é necessário, primeiro que vós lho peçais. (Mateus, VI: 5-8)
2 – Mas quando vos puserdes em oração, se tendes alguma
coisa contra alguém, perdoai-lha, para que também vosso Pai, que está nos Céus,
vos perdoe os vossos pecados. Porque se vós não perdoardes, também vosso Pai,
que está nos céus, vos não há de perdoar vossos pecados. (Marcos, XI: 25-26)
3 – E propôs também esta parábola a uns que confiavam em
si mesmos, como se fossem justos, e desprezavam os outros: Subiram dois homens
ao templo, a fazer oração: um fariseu e outro publicano. O fariseu, posto em
pé, orava lá no seu interior desta forma: Graças te dou, meu Deus, porque não
sou como os mais homens, que são uns ladrões, uns injustos, uns adúlteros, como
é também este publicano; jejuo duas vezes na semana, pago o dízimo de tudo o
que tenho. O publicano, pelo contrário, posto lá de longe, não ousava nem ainda
levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, sê propício a
mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para a sua casa, e não o
outro; porque todo o que se exalta será humilhado, e todo o que se humilha será
exaltado. (Lucas, XVIII: 9-14).
4 – As condições da prece foram claramente definidas por
Jesus. Quando orardes, diz ele, não vos coloqueis em evidência, mas orai em
secreto. Não fingi orar demasiado, porque não será pelas muitas palavras que
serão atendidos, mas pela sinceridade delas. Antes de orar, se tiverdes
qualquer coisa contra alguém, perdoai-a, porque a prece não poderia ser
agradável a Deus, se não partisse de um coração purificado de todo sentimento
contrário à caridade. Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com
orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, e não as vossas
qualidades, e se vos comparardes aos outros, procurai o que existe de mal em
vós. (Ver cap. X, nº 7 e 8)
TEXTOS DE APOIO
ORAÇÃO E COOPERAÇÃO
“Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e,
cerrada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai que vê o que se passa
em secreto vos recompensará”. – Jesus. (MATEUS, 6:6)
Se a resposta que esperamos à oração parece tardia,
habitualmente nos destemperamos em amargura.
Proclamamos haver hipotecado todas as forças de espírito
à confiança na Providência Divina e gritamos, ao mesmo tempo, que as
tribulações ficaram maiores.
Dizemo-nos fiéis a Deus e afirmamo-nos esquecidos.
Convém observar, porém, que a provação não nos alcança de
maneira exclusiva.
As nossas dificuldades são as dificuldades de nosso
grupo.
Familiares e companheiros sofrem conosco o impacto das
ocorrências desagradáveis, tanto quanto a fricção do cotidiano pela sustentação
da harmonia comum.
Se para nós, que nos asseveramos alicerçados em
conhecimento superior, as mortificações do caminho assumem a feição de
suplícios lentos, que não serão elas para aqueles de nossos entes queridos,
ainda inseguros da própria formação espiritual.
Compreendamos que, se na extinção dos nossos problemas
pequeninos, requisitamos o máximo de proteção ao Senhor, é natural que o Senhor
nos peça o mínimo de concurso na supressão dos grandes infortúnios que abatem o
próximo.
Em quantos lances embaraçosos, somos, de fato, a pessoa
indicada à paciência e à tolerância, ao entendimento e ao serviço?
Com semelhante raciocínio, reconhecemos que a pior
atitude, em qualquer adversidade, será sempre aquela da dúvida ou da
inquietação que venhamos a demonstrar.
Em supondo que a solução do Auto demora a caminho, depois
de havermos rogado o favor da Infinita Bondade, recordemos que se a hora de
crise é o tempo de luta, é também a ocasião para os melhores testemunhos de fé;
e que se exigimos o amparo do Senhor, em nosso benefício, é perfeitamente justo
que o Senhor nos solicite algum amparo, em favor dos que se afligem, junto de
nós.
Livro Palavras de Vida Eterna – Psicografia Francisco
Cândido Xavier – Espírito Emmanuel.
PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO
“Propôs também a seguinte parábola a alguns que confiavam
na sua própria justiça e desprezavam aos outros: Subiram dois homens ao templo para
orar: um fariseu e outro publicano. O fariseu, posto em pé, orava dentro de si
desta forma: Ó Deus, graças te dou, que não sou como os demais homens, que são
ladrões, injustos, adúlteros — nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes
por semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, porém, estando a
alguma distância, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no
peito, dizendo: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado
para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta, será humilhado; mas o
que se humilha, será exaltado.” (Lucas, XVIII, 9-14.)
A seita farisaica era a mais prestigiada no tempo de
Jesus, a mais influente, a mais dominadora, a que mais se salientava. Era uma
espécie de Catolicismo Romano.
Os fariseus, entretanto, eram servis observadores das
práticas exteriores, do culto e das cerimônias. A religião, para eles, era uma aparência
de virtudes: preferiam sempre a letra da lei, que mata, ao espírito que
vivifica! Eram hipócritas, inimigos encarniçados das inovações, cheios de
orgulho e de excessivo amor ao domínio.
Eles tinham uma aversão especial aos publicanos, a quem consideravam
gananciosos, e também porque, inimigos do fisco, tinham de pagar a estes os
impostos que lhes cabia na coleta.
De maneira que os publicanos eram, para os fariseus,
homens desprezíveis da baixa sociedade, e, portanto, cheios de mazelas,
“ladrões, injustos, adúlteros”, não só porque não se curvavam muitas vezes às práticas
dos sacerdotes fariseus, como, também, porque uma prevenção partida ria
anterior os havia separado da seita farisaica, ou do Judaísmo. Jesus, que muito
se ocupou em desmascarar a hipocrisia dos fariseus, julgou acertado propor esta
parábola, cujas principais figuras eram: um fariseu e um publicano.
Quis o Mestre mostrar que o orgulho de seita, o orgulho
de classe, o orgulho de família, o orgulho pessoal — finalmente, o orgulho em
suas múltiplas formas, é mais prejudicial à salvação do que mesmo “o publicanismo”,
como o concebiam os fariseus! Ainda mais: quis demonstrar que no publicano, com
todos os seus senões, ainda se encontrava um gesto de humildade, o que não
acontecia no fariseu.
O publicano conhece os seus defeitos, sabe que é pecador;
nem ousa levantar os olhos para o céu; limita-se a bater no peito e a dizer: “O
Deus, sê propício a mim pecador!” Enquanto o fariseu reconhece em si somente qualidades
boas, e a sua prece é uma acusação aos outros, até ao pobre publicano que lá
estava rogando ao Senhor o perdão de suas faltas!
O orgulho é um dragão devorador, que destrói todas as
qualidades do Espírito; enquanto a humildade, ao olhar de Deus, nos eleva à
dignidade dos justos!
Vale mais ser publicano e miserável, do que fariseu
coberto de ouro e de pedras preciosas.
CAIRBAR SCHUTEL – PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS
EM LOUVOR DA PRECE
“Quando quiserdes
orar entrai para o vosso quarto e fechada a poria, oral ao Pai, no intimo; e o
Pai que vê: no intimo, vos recompensará.” - JESUS - MATEUS, 6:6.
“Orai, enfim, com humildade, como o publicano e não com
orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades
e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.” Cap. 27, 4,
Pediste em oração a cura de doentes amados e a morte
apagou-lhes as pupilas, regelando-te o coração; solicitaste o afastamento da
prova e o acidente ocorreu, esmagando-te as esperanças; suplicaste a sustação
da moléstia e a doença chegou a infligir-te deformidade completa; imploraste
suprimentos materiais e a carência te bate à porta.
Mas se não abandonares a prece, aliada ao exercício das
boas obras, granjearás paciência e serenidade, entendendo, por fim, que a
desencarnação foi socorro providencial, impedindo sofrimentos insuportáveis:
que o desastre se constitui em medida de emergência para evitar calamidades
maiores; que a mutilação física é a defesa da própria alma contra quedas morais
de soerguimento difícil e que as dificuldades da penúria são lições da vida, a
fim de que a finança demasiada não se faça veneno ou explosivo nas tuas mãos.
Da mesma forma, quando suplicamos perdão das próprias
faltas à Eterna Justiça, não bastam o pranto de compunção e a postura de
reverência. Após o reconhecimento dos compromissos que nos são debitados no
livro do espírito, continuamos tão aflitos e tão desditosos quanto antes.
Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas ações que nos atestam
a corrigenda, a breve trecho, perceberemos que a Lei nos restitui a
tranqüilidade e a libertação, com o ensejo de apagar as conseqüências de nossos
erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de todos aqueles que erigimos à
condição de credores e adversários.
Se guardas esse ou aquele problema de consciência, depois
de haver rogado perdão à Divina Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo
invisível da inquietação, não te afastes da prece mesmo assim.
Prossegue orando, fiel ao bem que te revele o espírito
renovado.
A prece forma o campo do pensamento puro e toda
construção respeitável começa na idéia nobre.
Realmente, sem trabalho que o efetive, o mais belo plano
é sempre um belo plano a perder-se.
Não vale prometer sem cumprir.
A oração, dentro da alma comprometida em lutas na sombra,
assemelha-se à lâmpada que se acende numa casa desarranjada; a presença da luz
não altera a situação do ambiente desajustado e nem remove os detritos
acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra sem alarde o serviço que se
deve fazer.
Emmanuel - Extraído do Livro da Esperança. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
LEMBRA-TE
AUXILIANDO
“ Vosso Pai sabe o
que vos é necessário, antes de vós antes de vós pedirdes.” - JESUS - MATEUS,
6:8.
“Os espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são
proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos desconfortados
se sentem, menos Infelizes.
Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta:
reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela
reparação e, possivelmente, lhes desvia do mal o pensamento. ” - Cap. 27, 18.
Lembra-te dos mortos, auxiliando...
Indiscutivelmente, todos eles agradecem a flor de saudade
que lhes atiras, mas redivivos qual se encontram, se pudessem te rogariam
diretamente mais decisiva cooperação, além do preito de superfície.
Supõe-te no lugar deles, de quando em quando, notadamente
daqueles que se ausentaram da Terra, carregando dívidas e aflições.
Imagina-te largando a convivência dos filhos recém-chegados
do berço crivado de privações e pensa na gratidão que te faria beijar os
próprios pés dos amigos que se dispusessem a socorrer-lhes o estomago torturado
e a pele desprotegida.
Prefigura-te na condição dos que se despediram de pais
desvalidos e enfermos, por decreto de inapelável separação, e pondera a
felicidade que te tangeria todas as cordas do sentimento, diante dos irmãos que
te substituíssem o carinho, ungindo-lhes a existência de esperança e consolo.
Julga-te no agoniado conflito dos que partiram
violentamente, sob mágoas ferozes, legando à família atiçados braseiros de aversão
e reflete no alívio que te sossegaria a mente fatigada, perante os corações
generosos que te ajudassem a perdoar e servir, apagando o fogo do sofrimento.
Considera-te na posição dos que se afastaram à força,
deixando ao lar aflitivos problemas e medita no agradecimento que sentirias
ante os companheiros abnegados que lhes patrocinassem a solução.
Presume-te no círculo obscuro dos que passaram na Terra,
dementados por terríveis enganos, a suspirarem no Além por renovação e
progresso, e mentaliza o teu débito de amor para com todos os irmãos que te
desculpassem os erros, propiciando- te vida nova, em bases de esquecimento.
Podes, sim, trabalhar em favor dos supostos extintos,
lenindo-lhes o espírito com a frase benevolente e com o bálsamo da prece ou removendo
as dificuldades e empeços que lhes marcam a retaguarda.
Lembra-te dos mortos, auxiliando...
Não apenas os vivos precisam de caridade, mas os mortos
também.
Emmanuel- do livro: O Livro da Esperança - Psicografado por Francisco
Cândido Xavier
ORAR E PERDOAR
“E quando estiverdes orando, perdoai...” – Jesus. (MARCOS,
11:25).
Como poderá alguém manter a própria consciência tranquila
sem intenções sinceras?
De igual modo, poderemos indagar:
- Como sustentar o coração sereno durante a prece, sem
análise real de si mesmo?
A oração para surtir resultados essenciais de conforto,
exige enfrentemos a consciência em todas as circunstâncias.
Intenções estranhas e sentimentos propositalmente
viciados, não se conciliam com o clima favorável à segurança de espírito.
A coexistência do mal e do bem no íntimo do ser
impossibilita o estabelecimento da paz.
Sentimentos odiosos e vindicativos impedem a floração da
espiritualidade superior.
A Deus não se ilude.
E a oração exterioriza a nossa emoção real.
Dessa maneira, sem a luz da harmonia e do amor, não
perceberemos a resposta celeste às nossas necessidades.
A Lei não se dobra às nossas fraquezas, porque a vontade
Divina não pode errar com a vontade humana, competindo-nos o dever de
adaptarmos-nos aos Excelsos Desígnios.
Atenta, pois, para as diretrizes que imprimes às tuas
preces, na certeza de que o perdão deve ter presença invariável em todos os
nossos atos para que as nossas petições encontrem livre curso, na direção de
Deus.
Emmanuel - Livro Ideal Espírita - Psicografia Francisco
C. Xavier - Espíritos Diversos
QUANDO ORARDES
“E, quando
estiverdes orando, perdoai.” – Jesus.
(Marcos, 11:25).
A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos
mecânicos vulgares. Nas operações da luta comum, a criatura atende,
invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de
maneira imperceptível, nos círculos do tempo; todavia, quando se volta a alma
aos santuários divinos do plano superior, através da oração, põe-se a
consciência em contato com o sentido eterno e criador da vida íntima.
Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se
colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz
indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros
circunstanciais do caminho.
A mente que ora, permanece em movimentação na esfera
invisível.
As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não
conheçam entre si, na pauta das convenções sociais, comunicam-se através dos
tênues fios do desejo manifestado na oração. Em tais instantes, que devemos
consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos
mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo
adequado.
É digno de lástima todo aquele que se utiliza da
oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. É
por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres
isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada
discípulo do Evangelho: – “E, quando estiverdes orando, perdoai.”
Emmanuel - Pão
Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier
ROGATIVA E
COOPERAÇÃO
Rogamos a assistência e o poder de Deus, em nosso
benefício, entretanto,
é forçoso lembrar que Deus igualmente espera por nosso
apoio e cooperação.
Deus é a Sabedoria Infinita.
Guardas a inteligência capaz de discernir.
Deus é paz.
Consegues, em qualquer situação, colaborar claramente na
edificação da concórdia.
Deus é Amor.
Podes ser, em todas as circunstâncias, uma parcela de
bondade.
Deus é a Luz da Vida.
Seja qual seja o lance do caminho, conservas a
prerrogativa de acender a chama da esperança.
Em Deus, todas as doenças se extinguem.
Em ti, a possibilidade de socorrer aos enfermos.
Em Deus, a força de sustentar a todos.
Em ti, os recursos de amparar alguns ou de ajudar em
favor de alguém.
Em Deus, a alegria perfeita.
Em ti, o privilégio de sorrir encorajando os outros.
Em Deus, a tolerância.
Em ti, o perdão.
Deus é a Providência da Humanidade.
Onde estiveres, podes ser, se o desejas,
a bênção e o apoio na família ou no grupo de trabalho a
que pertences.
Deus pode tudo.
Cada criatura pode algo.
Sempre que nos dirijamos a Deus, pedindo auxílio,
- e sempre solicitamos de Deus o auxílio máximo,
- não nos esqueçamos, pelo menos,
do mínimo de bem que todos nós já podemos fazer.
Pelo Espírito Emmanuel - Francisco Cândido Xavier, livro:
Encontro de Paz.
ROGATIVAS
Na oração, pede você um raio de luz, esquecendo, quase
sempre, que tem ao seu dispor o Foco Solar para você cumprir os Sublimes
Desígnios.
Seu espírito suplica uma réstia de amor e, em torno, a
Humanidade aguarda a manifestação da sua capacidade de amar.
Roga você a concessão de encargos que o habilitem a
colaborar com a Sabedoria Divina e olvida que milhões de seres estão à espera
de sua disposição de servir, em nome do Pai Celestial.
Seu coração reclama sinais do céu, e, enquanto o Sábio
dos Sábios manda colorir flores e horizontes para seus olhos, você procura vãos
entretenimentos e nada vê.
Você exige justiça para seus casos pessoais e diariamente
complica situações e problemas, sem reparar que a Harmonia Suprema retifica
sempre, ao redor de seus pés, por intermédio da dor e da morte.
Você deseja oportunidades de crescimento e ascensão na
espiritualidade superior, mas freqüentemente foge aos degraus do esforço
laborioso e humilde de cada dia, concedidos a você pela Infinita Bondade, a
título de misericórdia.
Se está sempre rogando felicidade eterna, recusando os
recursos para adquiri-la, que espera você para o caminho?
Francisco Cândido Xavier. Agenda Cristã. Pelo Espírito
André Luiz.
PEDIR
"Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que
pedis." - (MATEUS, capítulo 20, versículo 22.)
A maioria dos crentes dirige-se às casas de oração, no propósito
de pedir alguma coisa.
Raros os que aí comparecem, na verdadeira atitude dos
filhos de Deus, interessados nos sublimes desejos do Senhor, quanto à melhoria
de conheci mentos, à renovação de valores íntimos, ao aproveitamento espiritual
das oportunidades recebidas de Mais Alto.
A rigor, os homens deviam reconhecer nos templos o lugar
sagrado do Altíssimo, onde deveriam aprender a fraternidade, o amor, a
cooperação no seu programa divino. Quase todos, porém, preferem o ato de
insistir, de teimar, de se imporem ao paternal carinho de Deus, no sentido de
lhe subornarem o Poder Infinito. Pedinchões inveterados, abandonam, na maior
parte das vezes, o traçado reto de suas vidas, em virtude da rebeldia suprema
nas relações com o Pai. Tanto reclamam, que lhes é concedida a experiência
desejada.
Sobrevêm desastres. Surgem as dores. Em seguida, aparece
o tédio, que é sempre filho da incompreensão dos nossos deveres.
Provocamos certas dádivas no caminho, adiantamo-nos na
solicitação da herança que nos cabe, exigindo prematuras concessões do Pai, à
maneira do filho pródigo, mas o desencanto constitui-se em veneno da imprevidência
e da irresponsabilidade.
O tédio representará sempre o fruto amargo da precipitação
de quantos se atiram a patrimônios que lhes não competem.
Tenhamos, pois, cuidado em pedir, porque, acima de tudo,
devemos solicitar a compreensão da vontade de Jesus a nosso respeito.
Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo
Espírito Emmanuel.
ORAR SEM CESSAR
"Pela prece, obtêm o homem o concurso dos bons
Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar
idéias sãs. Ele adquire desse modo a força moral necessária a vencer as
dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou." O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO Capítulo 27º - Item 11.
Com muita propriedade o apóstolo Paulo, na 1ª Epístola
aos companheiros da Tessalônica, assevera: "orai sem cessar".
Orar, entretanto, não é apenas falar a Deus, em longos
recitativos, ou guardar a alma em atitude extática numa contemplação inoperante
e improcedente.
Com o Senhor aprendemos que orar é servir, convertendo
dificuldades em bênçãos e acendendo lâmpadas da esperança nas sombras por onde
seguem as almas.
Com Ele sabemos ser a oração mensagem que flui da Alma em
direção ao Criador e reflui do Criador para a Alma como bênção socorrista.
Compreendemos, assim, que o "orar sem cessar" é
meditar sempre, aplicando o tempo mental em utilidade psíquica, laborando, pela
edificação íntima ou alongando os braços no serviço de santificação do dever.
Inquietado pelo tumulto das atividades a que se liga, o
homem, muitas vezes, não se prepara para a oração constante, reservando no
canhenho dos deveres humanos tempos pequenos e determinados para o diálogo com
Aquele que é o hálito e a causa da Vida.
E é natural que sua débil voz se perca no tumulto
interno, sem atingir os Ouvidos Celestes.
Mensagens mal impressas ou transmitidas em freqüência
irregular, não alcançam os portos de destino, perturbadas pela estática ou
interrompidas pela falta de potencialidade que as conduza nos veículos
deficitários do instrumento transmissor.
Evidentemente que, não recebidas, ficam sem respostas.
... Orar sem cessar para que os recados continuados
atinjam as Estâncias do Mundo Superior.
O homem, honrando-se no trabalho do campo, ora.
O oleiro modesto, na confecção nobre do vaso, ora.
O operário eficiente, na materialização do compromisso,
ora.
O sacerdote, em visita à dor, ora.
O instrumentalista, em exercício digno, ora.
O mestre, ministrando as páginas da vida na formosa
ciência do ensino, ora.
O profissional acadêmico, trabalhando fiel ao juramento,
ora.
O estático ou o reverente, o solitário ou o enclausurado,
longe da ação superior que anula todo mal, mesmo em atitude de prece, estão
distantes da oração.
Na incomparável prece que Jesus nos ensinou, o Pai Nosso,
encontramos a síntese sublime das aspirações humanas, em forma de colóquio
ideal com o Excelso Criador.
Louvor a Deus e exaltação do Seu Nome e da Sua obra
submissão à Sua Lei de sabedoria e justiça e apelo - apelo que é súplica
humilde e confiante de filho amado e Pai Amantíssimo cujos ricos celeiros de
bênçãos sempre se encontram à disposição daqueles que os buscam.
Orar é mais do que abrir a boca e pedir. É comungar com
Deus, banhando-se de paz e renovação íntima...
Orar é como arar, agir atuar com Jesus Cristo e os
Espíritos Superiores em favor do mundo.
A maior oração da vida transcendental do Cristo foi o
verbo amar, conjugado da Manjedoura ao Gólgota, culminando no olvido a todo o
mal com a mensagem do bem com que Ele partiu da Terra.
E ainda agora, quando fatores variados conspiram na vida
moderna contra a serenidade, a paz e a edificação cristã, entre os homens,
recorda a necessidade de orar, orar sem cessar, para que o vendaval das paixões
não te possa carregar na sua fúria.
Divaldo Pereira Franco. Espírito e Vida. Pelo Espírito
Joanna de Ângelis.
JESUS MANDOU
ALGUÉM ...
O culto do Evangelho no lar havia terminado às sete da
noite, e João Pires, com a esposa, filhos e netos, em torno da mesa, esperava o
café que a família saboreava depois das orações.
Ana Maria, pequena de sete anos, reclamou:
- Vovô, não sei porque Jesus não vem. Sempre Vovô chama por
ele nas preces: “Vem Jesus! Vem Jesus! ” e Jesus nunca veio ...
O avô riu-se, bondoso, e explicou:
Filhinha, nós, os espíritas, não podemos pensar assim ...
O mestre vive presente conosco em suas lições. E cada pessoa do caminho, principalmente
os mais necessitados, são representantes dele, junto de nós ... Um doente é uma
pessoa que o Senhor nos manda socorrer, um faminto é alguém que Ele nos
recomenda servir ...
D. Maria, a dona da casa, nesse momento repartia o café,
e, antes que o vovô terminasse, batem à porta.
Ana Maria e Jorge Lucas, irmão mais crescido, correm para
entender.
Daí a instantes, voltam, enquanto o menino grita:
- Ninguém não! É só um mendigo pedindo esmola.
- Que é isso? Exclama a senhora Pires, instintivamente a
estas horas?
Ana Maria, porém, de olhos arregalados, aproxima-se do
avô e informa, encantada:
- Vovô, é um homem! Ele está pedindo em nome de Jesus. É
preciso abrir a porta. Acho que Jesus ouviu a nossa conversa e mandou alguém
por ele ...
A família comoveu-se.
O chefe da casa acompanhou a netinha e, depois de alguns
instantes, voltaram, trazendo o desconhecido.
Era um velho, aparentando mais de oitenta anos de idade,
de roupa em frangalhos e grande barba ao desalinho, apoiando-se em pobre
cajado.
Ante a surpresa de todos, com ar de triunfo, a menina
segurou-lhe a mão direita e perguntou:
- O Senhor conhece Jesus?
Trêmula e acanhado, o ancião respondeu:
- Como não, minha filha? Ele morreu na cruz por nós todos!
E Ana Maria para o avô:
- Eu não falei, vovô?
O grupo entendeu o ensinamento e o recém-chegado foi
conduzido a uma poltrona. Alimentou-se. Recebeu tudo quanto precisava e João
Pires anotou-lhe o nome e endereço para visitá-lo no dia seguinte.
Antes da despedida, a pequena dormiu feliz, e, após
abraçar o inesperado visitante, no “até amanhã”, o chefe da família, enxugando
os olhos, falou, sensibilizado:
- Graças a Deus, tivemos hoje um culto mais completo.
Hilário Silva – Antologia da Criança – Francisco Candido
Xavier
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